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Psicologia da Educação

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Psicologia da Educação
Aula 1
Ementa: Origem e evolução da psicologia da educação. O caráter aplicado da psicologia da educação. A diferença entre a formação de hábitos por condicionamentos e a aprendizagem significativa. As teorias da aprendizagem, inatismo, ambientalismo, sociointeracionismo. Aprendizagem por identificação. Diferenças entre emoção e afeto. 
A relevância da postura investigativa do professor, consideração do contexto cultural dos alunos. As dificuldades de aprendizagem. Fracasso escolar.
Objetivo Geral: Conhecer a psicologia como ciência e suas contribuições para o campo da educação possibilitando a percepção de práticas de intervenções nos processos educativos a partir das teorias da psicologia relacionadas à aprendizagem, considerando os contextos familiar, social-cultural e histórico. 
Objetivo Específico: compreender a tarefa de ensinar passando pelos aspectos biológicos, afetivos, sociais e cognitivos, contribuindo na construção da aprendizagem; discutir as diferenças entre as teorias inatistas e ambientalistas; conhecer a teoria sociointeracionista e o construtivismo; analisar situações de ensino aprendizagem a partir de bases teóricas estudadas; valorizar a mediação como forma de intervenção sistemática e que deve passar por um processo de identificação construído a partir de uma relação de troca.
Conteúdo: A psicologia: do senso comum ao conhecimento científico; a questão da exclusão no campo educacional; concepções do desenvolvimento humano: inatismo; ambientalismo; teorias da psicologia contemporânea: behaviorismo, gestalt e a psicanálise; aprendizagem: as diferentes visões teóricas.
Psicologia e Senso Comum
Qual seria a Psicologia usada pelas pessoas no cotidiano?
Essa psicologia não é a Psicologia dos Psicólogos. 
É denominada de Psicologia do Senso Comum
Senso comum
Conhecimento que vamos acumulando em nosso cotidiano. Vai do hábito à tradição, e passa de geração para geração.
É intuitivo, espontâneo, de tentativas e erros. A nossa vida diária seria muito complicada sem esse conhecimento.
Ex: Chá de boldo. 
A História da Psicologia
A história da Psicologia tem por volta dois milênios. 
Inicia-se com os gregos. Confunde-se com a Filosofia até meados do século XIX. Sócrates, Platão e Aristóteles iniciaram a instigante investigação da alma humana. 
Encontra-se registros da Psicologia no Império Romano, na Idade Média e no Renascimento. 
A Psicologia como ciência
A Psicologia como ciência não pode ser baseada apenas nos conhecimentos cotidianos do senso comum.
A constituição da Psicologia como área do conhecimento científico ocorreu muito recentemente. 
A Psicologia como ciência tem pouco mais de cem anos. 
Em meados do século XIX, a psicologia que era estudada pelos filósofos, passa a ser estudada pela fisiologia e neurofisiologia. 
Realizavam-se formulações sobre o sistema nervoso central, o pensamento, percepções e sentimentos eram produtos desse sistema.
Para conhecer o psiquismo tinha que se conhecer o cérebro.
A psicologia científica nasceu nas Universidades alemãs no século XIX e difundiu-se para todo o mundo.
Wundt cria o primeiro laboratório de Psicologia – experimentos na área da Psicofisiologia. 
A psicologia ganha status de ciência na medida em que se liberta da filosofia. 
Define-se como objeto de estudo da Psicologia o comportamento, a vida psíquica e a consciência
Conceito de Psicologia
Antigamente Psicologia (psique e logos) - psique significa alma. 
A psique era defendida pelos gregos como a fonte da vida, o que animava ou dava vida ao corpo. Logos significa estudo. 
Etimologicamente: Psicologia significava o estudo da alma. 
Objeto de Estudo
A Psicologia é uma área das Ciências Humanas.
O objeto de estudo é o homem. 
Psicologia
Segundo Morris e Maisto (2004), a Psicologia é o estudo científico do comportamento e dos processos mentais. Está interessada em todos os aspectos do inconsciente e do comportamento humano.  
No final do século XX, a psicologia cresceu surpreendentemente. Surgiram novas tecnologias de pesquisa, novos campos de investigação e novas abordagens para o estudo do comportamento e dos processos mentais. 
Esses avanços levaram a uma maior especialização dentro da psicologia.
A psicologia está constantemente redefinindo a si mesma. 
Psicologia e Educação
Nosso interesse é pela educação, pelas questões que envolvem os sujeitos em uma gama de situações ou atividades educacionais, faz com que coloquemos “a serviço da educação e do ensino o conjunto dos conhecimentos psicológicos sobre as bases do desenvolvimento e da aprendizagem. Com eles, o professor estará em posição mais favorável para planejar a sua ação” 
 (OLIVEIRA; DAVIS, 1994).
AULA 2
Fracasso Escolar
 A repetência e a evasão escolar desafiam os educadores. 
Psicólogos/sociólogos têm procurado descobrir as causas do fracasso escolar nas escolas públicas e formularam teorias para explicar a exis​tência de tantas crianças repetentes e o que tem levado tantos alunos a abandonar os estudos. 
A teoria da privação/carência cultural
Originou-se nos Estados Unidos - aceitação pelos educadores brasileiros. 
Justificativa do fracasso escolar - crianças que fazem parte das camadas sociais de baixa renda seria causado por sua privação ou carência cultural. 
Famílias desprovidas de recursos - as crianças não tiveram e nem têm acesso ao mínimo de informações culturais no lar. 
Consequências
1. Margi​nalização na escola - discriminadas como “incapazes” de aprender, devido às carências de seu ambiente.
2. Rebaixamento do nível da educação - características são consideradas como obstáculos básicos. Os professores devem aceitar e exigir menos desses alunos.
3. Desenvolvimento da educação compensatória pré-escolar - criação de programas a pré-escolares. 
Em nome da carência cultural, foram organizados, no Brasil, inúmeros projetos de educação compensatória, mas que não apresentaram resultados satisfatórios, servindo para marcar ainda mais a discriminaçãoe a consequente seletividade social.
A teoria reprodutivista (ou a escola como produtora do fracasso escolar)
Uma outra teoria explicativa das causas do fracasso escolar nas escolas públicas foi apresentada pelo sociólogo francês Pierre Bourdieu. 
Seus seguidores acreditam que o insucesso escolar dos alunos pobres não é causado por suas características psicológicas,por sua “incapacidade para aprender”, mas pela pró​pria estrutura da escola. 
A teoria reprodutivista
A escola é um aparelho ideológico do Estado, visando atender apenas aos interesses da classe social dominante. 
A escola é vista como produtora de desigualdades, onde só se valorizam os padrões culturais das clas​ses dominantes e se discriminam os conhecimentos dos menos afortunados. 
A escola tem desenvolvido várias formas de discriminação sutil, mas persis​tente, contra o aluno desprivilegiado. Pode-se constatar essa questão através das frases: 
a) “precisamos dar oportunidades iguais para todos, mas condições especiais para os bem-dotados”; 
b) “devemos eliminar privilégios especiais para os alunos ricos em detrimento dos pobres, mas devem ser criadas oportunidades especiais para a elite intelectual”. 
O fracasso escolar: questão social e o envolvimento de quatro concepções
A produção do fracasso escolar (questão social) envolve quatro concepções.
1. Problema psíquico: a culpabilização das crianças.
2. Problema técnico: a culpabilização do professor. 
3. Questão institucional: a lógica excludente da educação escolar. 
4. Questão política: cultura escolar, cultura popular e relações de poder. 
O fracasso escolar como problema psíquico: a culpabilização das crianças e de seus pais
A criança possui uma organização psíquica imatura, que resulta em ansiedade, dificuldade de atenção, dependência, agressividade etc., quecausam, por sua vez, problemas psicomotores e inibição intelectual que prejudicam a aprendizagem escolar.
O fracasso escolar se deve a prejuízos da capacidade intelectual dos alunos, decorrentes de "problemas emocionais". 
O fracasso escolar como um problema técnico: a culpabilização do professor
O foco muda de lugar: não se localiza nos problemas individuais dos alunos, mas na técnica de ensino do professor. Neste pressuposto, os alunos possuem dificuldades de ordem emocional, cultural etc., que podem ser sanadas pelo professor se ele utilizar a técnica de ensino adequada. 
O fracasso escolar como efeito de técnicas de ensino inadequadas ou de falta de domínio da técnica correta pelo professor. 
O fracasso escolar como questão institucional: a lógica excludente da educação escolar
O fracasso escolar é um fenômeno presente desde o início da instituição da rede de ensino público no Brasil. 
A escola deve ser considerada como instituição inserida em uma sociedade de classes regida pelos interesses do capital; a própria política pública encontra-se entre os determinantes do fracasso escolar.
O fracasso escolar como questão política: cultura escolar, popular e relações de poder
A escola como instituição social é regida pela mesma lógica constitutiva da sociedade de classes. 
O foco, entretanto, incide nas relações de poder estabelecidas no interior da instituição escolar, mais especificamente na violência praticada pela escola ao estruturar-se com base na cultura dominante e não reconhecer - e, portanto desvalorizar - a cultura popular.
Fracasso escolar: de quem é a culpa?
Mas será que existe mesmo um culpado para a não-aprendizagem? 
Será que os supostos culpados devem assumir individualmente a culpa pelo fracasso escolar? 
Ou será que a causa do fracasso não é uma soma de procedimentos coletivos que provocam esses problemas e sempre a maior vítima e principal culpado é o aluno?
Não basta culpabilizar, é essencial que as escolas e os professores, com suas devidas funções de educar, não se desobrigue dessa responsabilidade. 
Em um trabalho coletivo, o fracasso escolar não terá mais culpados, mas sim parceiros que articulam esforços para produzir sucessos.
Fracasso escolar e os transtornos
Não podemos negar que, muitas vezes, o fracasso é decorrente de transtornos de comportamento que nossos alunos apresentam e o professor não consegue identificar, colocando como falta de limites e de educação. 
AULA 3
Concepção de desenvolvimento inatista e influência no contexto escolar
A contribuição da Psicologia que contempla esclarecimentos pertinentes a Educação é a Psicologia do Desenvolvimento Humano. 
Desenvolvimento Humano
O estudo do desenvolvimento do ser humano constitui uma área do conhecimento da Psicologia.
Compreender o homem em todos os seus aspectos, englobando fases desde o nascimento até o seu mais completo grau de maturidade e estabilidade. 
A concepção de Desenvolvimento Humano: Inatista
O Inatismo considera importante somente os fatores genéticos e biológicos, ou seja, aquilo que é hereditário. 
Por isso o nome inatismo - características e dons que a criança traz quando nasce.
Concepção Inatista
O indivíduo nesta perspectiva teórica nasce com potencialidades, dons e aptidões que serão desenvolvidos de acordo com o amadurecimento biológico.
Para Oliveira e Davis (1994), esta concepção parte do pressuposto de que os eventos que ocorrem após o nascimento não são essenciais e/ou importantes para o desenvolvimento. 
As qualidades e capacidades básicas do ser humano (personalidade, valores, comportamentos, formas de pensar etc.) são inatas, isto é, já se encontram prontas no momento do nascimento (OLIVEIRA; DAVIS, 1994).
Sugestão de Música
Uma música que retrata a teoria inatista: “Modinha para Gabriela”, de: Dorival Caymmi, Gravadora: Universal, Polygram, ano: 1989. O trecho representativo desta concepção:
“Eu nasci assim, eu cresci assim, e sou mesmo assim, vou ser sempre assim...”.
Para os inatistas, desenvolvimento é pré-requisito para a aprendizagem. Com isso, o processo educacional pouco ou quase nada altera as determinações inatas.
Os processos de ensino só podem se realizar à medida que o educando estiver maduro para efetivar determinada aprendizagem.
A aprendizagem depende do desenvolvimento, a prática escolar não desafia, não amplia nem instrumentaliza o desenvolvimento do educando, uma vez que se restringe àquilo que o educando já conquistou. 
A educação pode apenas aprimorar um pouco aquilo que o educando é em sua essência.
As frases “pau que nasce torto morre torto”; “esse menino não aprende como o pai”, “Filho de peixe, peixinho é” - expressam bem a concepção inatista que ainda hoje aparece na escola, camuflada sob o disfarce das aptidões, da pron​tidão e do coeficiente de inteligência. 
Tal concepção gera preconceitos prejudiciais ao trabalho em sala de aula. 
Atuação do professor
A atuação do professor se restringe ao respeito às diferenças individuais, aos desejos, aos interesses e capacidades manifestas pelo indivíduo (ou pelo grupo), ao reforço das “características inatas” ou ainda a espera de que processos maturacionais ocorram. 
O desempenho das crianças na escola deixa de ser responsabilidade do sistema educacional. 
Terá sucesso a criança que tiver algumas qualida​des e aptidões básicas, que implicarão na garantia de aprendizagem, tais como: inteligência, esforço, atenção, interesse ou mesmo maturidade para aprender. 
A concepção inatista contribuiu mais para rotular as crianças como incapazes do que para entender o que realmente dificultava a aprendizagem.
A responsabilidade está na criança (e no máximo em sua família) e não na sua relação com o contexto social mais amplo, nem tampouco na própria dinâmica interna da escola. 
AULA 4
A concepção do desenvolvimento de Jean Piaget e sua influência no contexto escolar
Quem foi Jean Piaget?
Nasceu na Suíça em 1896-1980;
Infância: rara precocidade intelectual;
Graduou-se em Ciências Naturais;
Estudou Sociologia, Religião e Filosofia
Interesse pela Psicologia;
Trabalhou em Paris com Binet - testes de inteligência; 
Estudou o crescimento mental de diversas crianças (inclusive seus filhos);
Piaget publicou inúmeros livros e artigos sobre o desen​volvimento cognitivo da criança.;
É considerado, na Psicologia, a primeira autoridade em desenvolvimento cognitivo. 
A teoria de Jean Piaget: Epistemologia Genética
Investigou a natureza e a origem do conhecimento nos seus processos e estágios de desenvolvimento. 
O indivíduo passa por etapas de desenvolvimento (mudanças ordenadas e previsíveis). 
Para Piaget, o conhecimento é gerado através de uma interação do sujeito com seu meio, a partir de estruturas existentes no sujeito.
A Epistemologia Genética procura através da experimentação, da observação, desvendar os processos fundamentais da formação do conhecimento.
Epistemologia - estudo de como o conhecimento é obtido.
O objetivo da Epistemologia Genética é saber em que condição se desenvolve a inteligência.
Pressupostos básicos
Para Piaget, a inteligência é uma estrutura biológica e, como as demais, tem a função de adaptar o organismo às exigências do meio. 
Essa adaptação se faz por meio de dois processos complementares: assimilação e acomodação. 
Assimilação e Acomodação
A assimilação é o processo de incorporação dos desafios e informações do meio aos esquemas mentais existentes. 
A aco​modação é o processo de criação ou mudança de esquemas mentais em consequência da necessidade de assimilar os desa​fios ou informações do meio.
Ex.: reflexo da preensão. 
Esquema
São estruturas cognitivas (estratégias), ou seja, do pensamento, que se modificam com o amadurecimento mental e que vão se tornando mais refinadas à medida que o sujeito se torna mais apto a generalizar e a relacionaros estímulos.
O bebê já nasce com algumas estratégias básicas como agarrar, sugar.
Interação
A palavra interação significa que o organismo tem uma relação ativa com o meio. 
Biologicamente, a inteligência adapta-se ao meio pela ação.
 Aprendizagem
Ocorre por meio do equilíbrio entre a assimilação e a acomodação, resultando em adaptação
A adaptação é definida por Piaget como o próprio desenvolvimento da inteligência, ocorre mediante a assimilação e a acomodação. 
Os esquemas de assimilação vão se modificando, configurando os estágios de desenvolvimento.
Os estágios de desenvolvimento
1º Período: sensório-motor = (0 a 2 anos) 
2º Período: pré-operatório = (2 a 7 anos) 
3º Período: operações concretas = (7 a 11 ou 12 anos) 
4º Período: operações formais = (11 ou 12 anos em diante) 
Período sensório-motor (0 a 2 anos) 
Conquista, atra​vés da percepção e dos movimentos, todo o universo que a cerca (inteligência prática).
O desenvolvimento físico ace​lerado é o suporte para o aparecimento de novas habilidades.
Diferen​ciação progressiva entre o seu eu e o mundo exterior. 
Por volta de 1 ano, admite que um objeto continue a existir mesmo quando ela não o percebe.
Das emoções primárias, a escolha afetiva por objetos/ pessoas. Atitude mais ativa. Fala imitativa. 
Período pré-operacional (2 a 7 anos)
Com o aparecimento da linguagem - modificações nos aspectos da inteligência, afetivo e social. O desenvolvimento do pensamento acelera.
É a fase dos famosos “porquês”. Ainda tem fala imitativa. Dificuldades de reconhecer a ordem em que mais de dois/ três eventos ocorrem e não possui o conceito de número. Por ainda estar centrada em si mesma - dificuldades de trabalhar em grupo. 
Parte afetiva - surgimento de vários sentimentos: amor/ temor; obediência.
Maturação neurológica completa-se: novas habilidades. 
Período operatório concreto (7 – 11 anos)
Egocentrismo intelectual e social superado. Início da construção lógica (coordena de pontos de vista diferentes).
Plano afetivo: cooperação, trabalho em grupo e autonomia pessoal. Aparecimento da vontade.
Plano intelectual: operações - realiza uma ação física ou mental dirigida para um fim e consegue revertê-la para o seu início.
Pensamento: relações de causa e efeito; conceito de número. Conservação da substância do objeto, de peso e de volume. 
Período operatório abstrato (11 anos...)
Ápice do desenvolvimento da inteligência. 
Passagem do pensamento concreto para o formal, abstrato (realiza operações no plano das ideias).
Lida com conceitos como liberdade, justiça. Domina, progressivamente, a capacidade de abstrair e generalizar, cria teorias sobre o mundo. 
Fase de interiorização - parece antisocial (família/ sociedade). Atinge o equilíbrio en​tre pensamento e realidade.
Parte afetiva: vive conflitos. O grupo é importante. 
Contribuições à Educação
Os princípios básicos da teoria piagetiana são o construti​vismo e o conceito de estágio. 
O objetivo funda​mental da educação passa a ser a formação de um indivíduo com valores próprios, tanto no plano intelectual como no plano moral.
Aprender é conquistar, por si mesmo, o saber, com a realização de pesquisas e a partir do esforço espontâneo.
Piaget não propõe um método de ensino; ele elabora uma teoria do conhecimento. 
Ensinar é provocar o desequilíbrio da mente do estudante para que ela procure o reequilíbrio e construa novos esquemas mentais (isto é, aprenda).
O professor deve buscar uma ligação entre o que o aluno já sabe (esquemas) e o que deseja ensinar.
A pesquisa e a reflexão possibilitam ao aluno a aquisição de um método de estudo que lhe será útil por toda a vida. 
AULA 5
A concepção do desenvolvimento de Lev S. Vygotsky e sua influência no contexto escolar.
Lev Semenovich Vygotsky (1896-1934):
Nasceu em Orsha. Viveu na Rússia. Morreu de tuberculose aos 37 anos. Casou-se e teve duas filhas.
Família propiciou uma ambiente favorável aos estudos. 
Desde cedo mostrou ser um estudante dedicado e ávido por informações (Literatura, Artes). Domínio de várias línguas. 
Formado em Direito e Literatura (História e Filosofia).
Interesse em compreender as anormalidades físicas e mentais - fez vários cursos na Medicina.
O interesse pela psicologia acadêmica surgiu a partir de seu contato, no trabalho de formação de professores, com os problemas de crianças com defeitos congênitos.
Trabalhou no Instituto de Psicologia de Moscou e no Instituto de Estudos das Deficiências, por ele fundado e Departameto de Educação. 
A teoria de Lev S. Vygotsky
O desenvolvimento do indivíduo como resultado de um processo sócio-histórico.
Ênfase no papel da linguagem e da aprendizagem.
Sua questão central é a aquisição de conhecimentos pela interação do sujeito com o meio.
Desenvolvimento da criança
A preocupação principal de Vygotsky não era a de elaborar uma teoria do desenvolvimento infantil. 
As ideias básicas na teoria psicológica de Vygotsky é o caráter histórico e social dos processos psicológicos superiores (específico dos seres humanos).
O desenvolvimento cognitivo se dá pelo processo de internalização da interação social com materiais fornecidos pela cultural.
Por meio da interação social, o sujeito entrará em contato com elementos mediadores e também fará uso deles, surgindo assim os processos mentais
As funções psicológicas superiores do homem, como percepção, memória, pensamento, atenção, desenvolvem-se na sua relação com o meio sociocultural, sendo essa relação mediada por signos.
Para Vygotsky os signos (significante + significado, por ex.: mesa, mapa, livro) e sistemas de signos (a linguagem, a escrita, o sistema de núme​ros) não têm um caráter individual, mas são compartilhados por uma sociedade. 
Sua origem é social e foram elaborados ao longo da história social e cultural desta sociedade.
Internalização
Mecanismo que intervém no desenvolvimento das funções psicológicas complexas. 
Esta é reconstrução interna de uma operação externa e tem como base a linguagem. 
O plano interno, para Vigotsky, não preexiste, mas é constituído pelo processo de internalização, fundado nas ações, nas interações sociais e na linguagem. 
Mediação
É o processo de intervenção de um elemento intermediário numa relação: a relação deixa de ser direta e passa a ser mediada por esse elemento. 
Linguagem
No processo de apropriação cultural, o papel mediador da linguagem é fundamental. 
A linguagem tem papel importante na formação do pensamento - compreendida na relação de síntese entre organismo e ambiente
Temos que a formação do pensamento e o desenvolvimento intelectual se dão de fora para dentro, num processo de internalização, não ocorrendo de forma passiva a recepção do conhecimento pelo sujeito. 
Aprendizagem
A mediação dos signos e dos instrumentos é o que na teoria de Vygotsky propiciará a aprendizagem. 
A aprendizagem é produto da ação dos adultos que fazem a mediação no processo de aprendizagem das crianças. 
Zona de desenvolvimento proximal (ZDP)
(...) a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes.
 (VYGOTSKY, 1984, p. 97). 
Algumas implicações da abordagem de Vygotsky para a educação
Valorização do papel da escola.
O bom ensino é o que se adianta ao desenvolvimento.
O papel do outro na construçãodo conhecimento.
O papel da imitação no aprendizado.
O papel mediador do professor na dinâmica das interações interpessoais e na interação das crianças com os objetos de conhecimentos.
AULA 6
O Behaviorismo e sua influência no contexto escolar
Behaviorismo
O termo Behaviorismo foi inaugurado pelo americano John Broadus Watson, em artigo publicado em 1913, que apresentava o título “Psicologia: como os behavioristas a vêem”. 
Influenciado pelas ideias de Pavlov.
O termo inglês behavior significa “comportamento”.
Também denominado - Comportamenta​lismo, Teoria Comportamental, Análise Experimental do Comportamento, Análise do Comportamento. 
Behaviorismo Metodológico (John Watson)
Consiste na teoria explicativa do comportamento observável da Psicologia.
Acredita na existência da mente, mas a ignora em suas explicações sobre o comportamento.
O comportamento como uma ação isolada de um sujeito. 
John Watson - teoria do Behaviorismo
“Os homens são determinados pelo seu ambiente”.
Estudou o comportamento dos bebês.
O Ambiente é mais poderoso que a Genética
Behaviorismo Radical (Burrhus Frederic Skinner)
O Behaviorisnio dedica-se ao estudo das interações entre o indivíduo e o ambiente, entre as ações do indivíduo (suas respos​tas) e o ambiente(as estimulações). 
Condicionar comportamentos
Skinner concentrou seus estudos na possibilidade de condicionar os comportamentos operantes
Condicionamento operante
O comportamento operante é o comportamento voluntário e abrange atividades humanas - como exemplo: dirigir, aprender tocar piano, nadar.
É um hábito gerado por uma ação do indivíduo.
O condicionamento operante é um mecanismo de aprendizagem de novo comportamento.
O instrumento fundamental de modelagem é o reforço.
Reforços
Positivos quando fortalecem o comportamento, devido à adição de algum estímulo.
Os reforços positivos são as consequências agradáveis como um elogio, um sorriso, comida, atenção, um abraço. 
Reforço Negativo
É um evento desagradável que quando removido, tende a fortalecer o comportamento que possibilitou a sua remoção.
Exemplo: se você repreende seus alunos quando estão desenhando nas paredes, eles provavelmente pararão de desenhar e você parará de ralhar com ele. 
Parar de desenhar foi fortalecido pela remoção de sua reprimenda. 
Punição
A punição, por sua vez, é um estímulo aversivo que reduz a probabilidade do comportamento. 
Exemplo: castigo, advertência, suspensão - comportamentos agressivos. 
Contribuições da Teoria à Educação
Administração sistemática de recompensas (reforços) a um organismo.
Os métodos de ensino programado. 
O controle e a organização das situações de aprendi​zagem, 
Tecnologia de ensino. 
O trabalho edu​cativo de crianças com necessidades educacionais especiais. 
Behaviorismo Cognitivista de Bandura
Bandura é considerado teórico da Aprendizagem Social. 
A pessoa aprende imitando outras pessoas.
Durante interações sociais, o indiví​duo pode modificar seu comportamento, como resultado da observa​ção de como as outras pessoas do grupo reagem.
Na escola professores são modelos importantes.
O behaviorismo preocupa-se em explicar os comportamento observáveis do educando, desprezando a análise de outros aspectos da conduta humana tais como: o raciocínio, o desejo, a imaginação, os sentimentos e a fantasia, entre outros.
Defende a necessidade de medir, comparar, testar, experimentar e controlar o comportamento e desenvolvimento do educando e sua aprendizagem, objetivando com isso, controlar o comportamento do educando.
AULA 7
A Teoria da Gestalt
A Psicologia da Gestalt é uma das tendências teóricas mais coerentes e coesas da história da Psicologia. 
Gestalt é um termo alemão de difícil tradução. O termo mais próximo em português seria forma ou configuração. 
Representantes Teóricos
Max Wertheimer (1880-1943), Wolfgang Kohler (1887-1967) e Kurt Koffka (1886-1941), baseados nos estudos psicofísicos que relacionaram a forma e sua percepção, construíram a base de uma teoria eminentemente psicológica. 
Eles iniciaram seus estudos pela percepção e sensação do movimento. 
A percepção é o ponto de partida e também um dos temas centrais dessa teoria.
Na visão dos gestaltistas, o comportamento deveria ser estuda​do nos seus aspectos mais globais levando em consideração as con​dições que alteram a percepção do estímulo.
A Teoria da Gestalt
Quando eu vejo uma parte de um objeto, ocorre uma tendên​cia à restauração do equilíbrio da forma, garantindo o entendimento do que estou percebendo. 
Esse fenômeno da percepção é norteado pela busca de fecha​mento, simetria e regularidade dos pontos que compõem uma figu​ra (objeto). 
A Gestalt encontra nesses fenômenos da percepção as condi​ções para a compreensão do comportamento humano. 
A maneira como percebemos um determinado estímulo irá desencadear nosso comportamento. 
A tendência da nossa percepção em buscar a boa-forma permitirá a rela​ção figura-fundo. 
Quanto mais clara es​tiver a forma (boa-forma), mais clara será a separação entre a figura e o fundo. Quando isso não ocorre, torna-se difícil distinguir o que é figura e o que é fundo, como é o caso da figura, a seguir. 
Nessa figura ambígua, fundo e figura substituem-se, dependendo da percep​ção de quem os olha. 
Faça o teste: é possível ver a taça e os perfis ao mesmo tempo? 
( desenho está no Power point )
Campo Psicológico
É entendido como um campo de força que nos leva a procurar a boa-forma. 
Esse campo de força psicológico tem uma tendência que garante a busca da melhor forma possível em situações que não estão muito estruturadas. 
Esse processo ocorre de acordo com os seguintes PRINCÍPIOS. 
Proximidade
Os elementos mais próximos tendem a ser agrupados: 
(Desenho está no Power point )
Vemos três colunas e não três linhas na figura. 
Lei da Clausura ou Fechamento
Ocorre uma tendência de completar os elementos faltantes da figura para garantir sua compreensão.
(desenho está no Power point)
Vemos um quadrado, um triângulo e um círculo e não alguns traços. 
Lei da Pregnância
É referida como lei da boa forma ou a lei da simplicidade. Esta lei defende que objetos no ambiente são vistos de modo que se constituam o mais simples possível. 
( desenho está no Power Point )
Vemos a imagem acima como uma série de círculos, ao invés de uma forma muito mais complexa.
Continuidade
Há uma tendência de a nossa percepção seguir uma direção para conectar os elementos de modo que eles pareçam contínuos ou fluir em uma direção especifica.
Experiência passada
As associações é o processo fundamental da percepção da forma. Esta é imprescindível , pois certas formas só podem ser compreendidas se já a conhecermos, ou se tivermos consciência prévia de sua existência.
(desenho está no Power point)
Não foi necessário mostrar o rosto da moça para perceber que se trata de uma mulher com um leve sorriso. A imagem que foi cortada é revelada no cérebro automaticamente. 
Isso só é possível porque um dia você viu uma mulher e seu cérebro buscou experiências visuais passadas para perceber a parte que falta da imagem.
Insight
Acontece, às vezes, de estarmos olhando para uma figura que não tem sentido para nós e, de repente, sem que tenhamos feito nenhum esforço especial para isso, a relação figura-fundo elucida-se.
A esse fenômeno a Gestalt dá o nome de insight. O termo de​signa uma compreensão imediata, enquanto uma espécie de “entendimento interno”. 
Gestalt e Aprendizagem
A Psicologia da Gestalt vê a aprendizagem como a relação entre o todo e a parte, onde o todo tem papel fundamental na compreensão do ob​jeto percebido.
Na Gestalt, os conceitos de aprendizagem enfatizam a percepção ao invés da resposta, visto que a resposta sóserá possível quando realmente houver ocorrido a aprendizagem. 
Gestalt e o Campo Educacional
O aluno mais inteligente tende a ter mais facilidade para obter insights, tendo também mais sucesso com formas de aprendizagem mais complexas.
A organização dos estímulos facilita a percepção e os insights: a matéria deve ser apresentada de forma clara e integrada, de modo a deixar os elementos sempre visíveis, disponíveis no seu campo perceptivo. 
Valorizar sempre a experiência passada, apesar de não garantir a resolução do problema, facilita a compreensão de uma nova situação.
Oferecer a oportunidade de ação sobre o meio para facilitar a organização do campo perceptivo. 
Apresentar todos os elementos necessários à compreensão dos conceitos, dando boas explicações.
O professor precisa estimular os alunos a realizar insights, favorecendo a construção, interpretação e integração dos novos conceitos. 
	
AULA 8
A HISTÓRIA DE SIGMUND FREUD
A TEORIA PSICANALÍTICA
AS CONTRIBUIÇÕES DA PSICANÁLISE E A EDUCAÇÃO
Sigmund Freud 
Médico vienense (1856 -1939): neurologista, psiquiatra.
Colocou os “processos misterio​sos” do psiquismo - as fantasias, os so​nhos, os esquecimentos, a interioridade do homem - como problemas científicos. 
Psicanálise 
Ciência - teoria: conjunto de conhecimentos sistematizados sobre o funcionamento da vida psíquica.
Método - interpretativo: busca o significado oculto daquilo que é manifestado por meio de ações e palavras ou pelas produções imaginárias (ex. associação livre)
Tratamento - análise: busca o autoconhecimento ou a cura.
Ganhou uma bolsa de estudo para Paris, onde trabalhou com Jean Charcot, psiquiatra francês que tratava as histerias com hipnose. 
Breuer: histeria - método catártico.
Método de associação livre - 1ª. Infância e personalidade
Origem: conflitos sexuais
1900: “A interpretação dos sonhos”
- Para Freud a histeria era uma doença psíquica, cuja origem requeria uma explicação psicológica. 
Freud e a primeira teoria do aparelho psíquico 
Primeira teoria do aparelho psíquico
Inconsciente: Inconsciente: forças vitais 
 e invisíveis (impulsos, ideias, sentimentos reprimidos), que exercem controle sobre os pensamentos e ações conscientes do homem.
Consciente: conteúdos perceptíveis dos mundos exterior e interior. 
Pré-consciente: conteúdos acessíveis à consciência. Lembranças verbais ou sensoriais permitem representação.
Sexualidade Infantil 
As descobertas de Sigmund Freud sobre a sexualidade infantil provocaram grande espanto na sexualidade conservadora do final do século XIX, visto que até esta época a criança era vista como um símbolo de pureza, um ser assexuado.
Fase Oral
Idade: de 0 a 1 ano aproximadamente. 
Características principais: a região do corpo que proporciona maior prazer à criança é a boca.
O objeto de desejo - o seio da mãe - alimento e satisfação ao bebê.
Tarefa desenvolvimental: Desmame 
Fase Anal
Idade: 2 a 4 anos aproximadamente.
Características: a criança passa a adquirir o controle dos esfíncteres e a parte de maior satisfação é a região do ânus. 
É nessa etapa que a criança começa a ter noção de higiene.
Fase Fálica
Idade: de 4 a 6 anos aproximadamente. 
Características: descoberta do órgão sexual, interesse infantil por eles e a preocupação com as diferenças sexuais entre meninos e meninas.
(Complexo de Édipo - relação triangular pai-mãe-filho). 
Fase de Latência
Idade: de 6 a 11 anos aproximadamente. 
Características: período que tem por característica principal um deslocamento da libido da sexualidade para atividades socialmente aceitas - a criança passa a gastar sua energia em atividades sociais e escolares. 
Fase Genital
Idade: a partir de 11 anos. 
Características: início da adolescência - retomada dos impulsos sexuais - o adolescente passa a buscar, em pessoas fora de seu grupo familiar, um objeto de amor. 
A adolescência - período de mudanças - o jovem tem que elaborar a perda da identidade infantil, do corpo infantil e dos pais da infância, para assumir uma identidade adulta. 
Freud e a segunda teoria do aparelho psíquico 
Segunda teoria do aparelho psíquico
Id: inconsciente. Reservatório da energia psíquica. Estimulação – redução da tensão – princípio do prazer.
Ego: equilíbrio entre id, realidade e superego. Altera princípio do prazer - realidade.
Superego: exigências sociais e culturais. 
Bloqueia impulsos do id.
Psicanálise e a Educação
- Pais e professores, apoiados na Psicanálise: 
- Com​preensão da infância - explicação sobre as características emocionais das diferentes fases da vida humana.
- Capacidade de previsão e controle do comportamento de seus filhos e alunos.
- Auxiliar no maior conhecimento do funcionamento mental e inconsciente dos sujeitos envolvidos. 
AULA 9
Teoria de David Ausubel
Teoria de Jerome Bruner
Teoria de Carl Rogers
A Teoria de David Ausubel
David Ausubel, judeu nascido em 1918, na cidade de Nova York, graduou-se em Psicologia, tendo se destacado nas áreas de psicologia do desenvolvimento, psicologia educacional, psicopatologia e desenvolvimento do ego. 
Para compreender a sua teoria, é preciso ter a noção de dois conceitos, que são a base de sua proposição. Vamos lá? 
Estrutura Cognitiva
Estrutura Cognitiva - é o conjunto de ideias presentes num indivíduo, bem como as suas propriedades organizacionais, num assunto específico, num determi​nado momento - é o principal fator que influencia a aprendi​zagem.
Se a estrutura cognitiva de um aluno for clara e organizada adequadamente, a aprendizagem e a retenção de um assunto novo é sensivelmente facilitada. Se ela é instável, ambígua, desorganizada, a aprendizagem fica prejudicada. 
Aprendizagem Significativa
Para que ocorra a aprendizagem significativa, é necessário que haja um relacionamento entre o conteúdo a ser aprendido e aquilo que o aluno já sabe, especificamente com algum aspecto essencial da sua estrutura cognitiva como, por exemplo, informações, conceitos, proposições já aprendidos de forma significativa. 
A aprendizagem significativa deve ser o objetivo de todo o ensino e ocorre quando uma nova informação se relaciona de forma não arbitrária e não literal a conhecimentos específicos existentes na estrutura cognitiva de quem aprende, que possam servir, portanto, de ancoradouro às novas informações. 
Esse conhecimento prévio, já existente na estrutura cognitiva do aprendiz, Ausubel denomina de subsunçor. Este permite a assimilação de novos conceitos.
Também define duas condições para que ocorra a aprendizagem significativa: 
o material, contendo as novas informações a serem aprendidas, deve ser potencialmente significativo. Isso significa que esse material possa ser relacionável à estrutura cognitiva do aprendiz de maneira não arbitrária e substantiva (não literal). 
o aluno deve manifestar uma pré-disposição para aprender. Se não houver uma pré-disposição para a aprendizagem, provavelmente, o aluno apenas usará o método da memorização sem significado, o que caracteriza, de acordo com Ausubel, a aprendizagem mecânica (ou automática). 
Mapa Conceitual
( FAZER ESQUEMA AQUI )
A Teoria de Jerome Bruner
Bruner é conhecido pela sua teoria da instrução e por ser o principal defensor, em nossos dias, do método de aprendizagem por descoberta.
Ele é o representante mais autêntico de um novo movimento na Psicologia norte-americana contemporânea, conhecido como “cognitivismo”. 
Ele procura explicar como a criança, em diferentes etapas de sua exis​tência tende a representar o mundo com o qual interage, em três níveis de representação cognitiva: 
enativa - representa por ações;
icónica - representação mental;
simbólica- repre​senta por símbolos. 
Pressupostos da Teoria da Instrução
Quatro princípios fundamentais 
Motivação: intrínseca e extrínseca.
Estrutura: modo, economia e poder de apresentação.
Sequência: grau de dificuldade/ facilidade - depende da sequência que o assunto é apresentado. 
Reforçamento: promover estímulos. 
Aprendizagem por descoberta
Bruner revela que o professor ao promover a participação ativa do aluno no processo de aprendizagem está desenvolvendo a aprendizagem por descoberta, uma abordagem voltada para a solução de problemas ao ensinar novos conceitos.
A Teoria de Carl Rogers
Carl R. Rogers, psicólogo norte-americano, criador da “terapia centrada no cliente”, desenvolveu técnicas de aconselhamento, visando despertar as forças positivas de crescimento que, segundo ele, há den​tro de todos os seres humanos. 
A famosa tríade rogeriana de aceitação positiva incondicional, empatia e congruência tornou-se o principal ingrediente no processo de ajuda. 
O bom ensino é baseado nessa tríade. A interação na sala de aula deve ser baseada no desenvolvimento de relações autênticas e democráticas. 
A empatia permite que o educador compreenda os sentimentos do aluno e lhe comunique que ele está sendo compreendido.
A aceitação positiva e incondicional - aceitar os alu​nos como eles são, sem julgá-los. Rogers repete, com insis​tência, que a afeição do professor por seus alunos deve ser incondicio​nal.
Ser autêntico, honesto ou congruente significa “ser-o-que-se-é”. A pessoa congruente se aceita e se compreende.
A Teoria Rogeriana e a Educação
Rogers advertiu que, em geral, há dois tipos de educação: 
autoritária, diretiva, centrada no mestre; 
democrá​tica, não diretiva, centrada no estudante. 
Confiança básica
O pressuposto básico da teoria rogeriana é a crença de que a pes​soa é capaz de promover seu próprio crescimento.
Na educação não diretiva, o professor limita-se a facilitar o autoconhecimento do aluno, para que ele opte por seu caminho. O profes​sor, ou “facilitador”, adota uma atitude centrada na pessoa, pela qual ele deverá satisfazer, em cada aluno, as necessidades de considera​ção, apreço e compreensão. 
A Teoria Rogeriana e a Educação
Rogers não elabora métodos pedagógicos próprios. Ele sugere alguns: a instrução programada de Skinner, todas as técnicas de dinâmica de grupo, o contrato de trabalho.
Os professores perceberam que exer​cem influência decisiva no clima emocional da aprendizagem. Há, entre eles, a consciência de que são necessárias novas atitudes e nova linguagem em seu relacionamento com os alunos. 
David Ausubel - o professor deve estar atento para que haja uma interação entre o conteúdo a ser aprendido e aquilo que o aluno já sabe.
Jerome Bruner - o professor terá que ser brilhante, flexível e conhecer realmente a matéria. Precisará ser muito paciente, pois o ensino por descoberta não pode ser apressado.
Carl Rogers - os professores podem exer​cer influência decisiva no clima emocional da aprendizagem. São necessárias novas atitudes e nova linguagem em seu relacionamento com os alunos. 
AULA 10
A teoria de Robert Gagné
A teoria de Fred Keller
A teoria de Howard Gardner
A teoria de Robert Gagné
Robert Mills Gagné nasceu em North Andover, Massachusetts, em 1916. Obteve o grau de Mestre na Universidade de Yale e o Doutorado, em Psicologia, na Universidade de Brown. Foi professor na Universidade Estadual da Flórida.
Neo-behaviorista. Interessado na Tecnologia Educacional - aplicação dos princípios da ciência da aprendizagem aos problemas práticos do ensino.
Gagné define a aprendizagem como uma modificação na disposição ou na capacidade do homem.
Elementos fundamentais do processo de aprendizagem: uma pessoa que aprende; a situação estimuladora; a resposta ou desempenho. 
Categorias significativas na aprendizagem
Gagné identifica cinco categorias mais significativas na aprendizagem:
informação verbal e conhecimento,
habilidades intelectuais,
estratégias cognitivas,
atitudes,
habilidades motoras. 
Tipos de Aprendizagem
Para Gagné, são oito tipos de aprendizagem:
de sinal, 
de estímulo-resposta, 
de cadeias motoras, 
de associações verbais, 
de discriminações múltiplas, 
de conceitos, 
de princípios, 
de resoluções de problemas. 
Eventos da Instrução de Gagné
Os eventos da instrução são nove e ocorrem numa sequência provável, mas não invariavelmente na ordem exata: 
obter e dirigir a atenção do aprendiz;
informar ao aprendiz o objetivo da aprendizagem;
estimular a evocação das aprendizagens ou habilidades pré-requisito;
apresentar o material-estímulo ou informação essencial; 
proporcionar orientação da aprendizagem;
eliciar o desempenho;
promover feedback do desempenho correto;
avaliar o desempenho;
intensificar retenção e transferência da aprendizagem. 
A teoria de Fred Keller
Ele estudou e trabalhou com a análise experimental do comportamento. Elaborou o processo Sistema Personalizado de Instrução (SPI), Plano ou Método Keller, introduzido, em 1963, na Universidade de Colúmbia e, no Brasil, em 1964, na Universidade de Brasília. 
Também é conhecido como Curso Programado Individualizado (CPI). 
Sistema Personalizado de Instrução (SPI), Plano ou Método Keller
É um método pedagógico em que o estudo é individual e orientado por professor experiente ou monitor, no qual o conteúdo programático é ministrado a partir das tarefas dirigidas, sequenciais, logicamente elaboradas, em grau crescente de dificuldade. 
O Método Keller possui algumas linhas:
 
característica “vá na própria velocidade”, para um estudante realizar o curso a uma velocidade compatível com a sua capacidade e com outras demandas sobre o seu tempo.
cada unidade deve corresponder a objetivos bem precisos e o aluno só passa para a unidade subsequente após ter alcançado o critério de desempenho correspondente aos objetivos. 
o uso de palestras e demonstrações como veículos de motivação.
ênfase na comunicação escrita estabelecida entre alunos e professores.
uso de monitores que possibilitem a aplicação de testes repetidos, avaliação imediata, ensino particular quase inevitável e marcado realce nos aspectos sociais e pessoais do processo educacional.
uso dos princípios da aprendizagem, com ênfase em: reforçamento positivo, modelagem, modelação, discriminação e generalização. 
O Sistema Personalizado de Instrução
É uma tecnologia de ensino que objetiva oferecer ao aprendiz atendimento pessoal e tutorial, com programação orientada para o êxito. "Um dos princípios básicos do ensino programado é a constante confirmação do êxito pela solução certa dos diversos itens da aprendizagem". 
Apresenta três fases: programação, aplicação e análise dos resultados.
A teoria das Inteligências Múltiplas de Howard Gardner
Gardner é cognitivista, sociobiológica e histórico-cultural.
Formado no campo da psicologia e da neurologia, o cientista norte-americano Howard Gardner causou forte impacto na área educacional com sua teoria das Inteligências Múltiplas, divulgada no início da década de 1980.
A teoria das inteligências múltiplas
Esta teoria ressalta oito inteligências: linguística, musical, lógico-matemática, espacial, cinestésica-corporal, social (inteligência intrapessoal e interpessoal), pessoal e naturalística.
A questão central é identificar os diferentes potenciais dos alunos e trabalhar deacordo com suas necessidades e capacidades. 
Teoria das inteligências múltiplas e a educação
As implicações da teoria de Gardner para a educação são claras quando se analisa a importância dada às diversas formas de pensamento, aos estágios de desenvolvimento das várias inteligências e à relação existente entre estes estágios, a aquisição de conhecimento e a cultura.
Alternativas para algumas práticas educacionais atuais, oferecendo uma base para: 
o desenvolvimento de avaliações que sejam adequadas às diversas habilidades humanas; 
(b) uma educação centrada na criança e com currículos específicos para cada área do saber; 
(c) um ambiente educacional mais amplo e variado, e que dependa menos do desenvolvimento exclusivo da linguagem e da lógica. 
TEORIA Robert Gagné 
Recusa em admitir que a aprendizagem possa ser explicada por uma única teoria.
TEORIA Fred Keller 
É uma tecnologia de ensino que objetiva oferecer ao aprendiz atendimento pessoal e tutorial, com programação orientada para o êxito.
Howard Gardner 
O termo inteligência é a capacidade de solucionar problemas ou elaborar produtos que são importantes em um determinado ambiente ou comunidade cultural.

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