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Doenças Nutricionais em Animais Silvestres e Exóticos Prof. Dr. André Nicolai E. Silva Clínica Médica de Animais Silvestres Doenças Nutricionais – Animais Silvestres Estudos sobre nutrição e doenças nutricionais Desconhecimento • Necessidades nutricionais • Comportamento alimentar • Seletividade dos alimentos em cativeiro • Emprego de informações isoladas – hábitos alimentares • Falta de informação – composição nutricional • Sazonalidade alimentar Doenças Nutricionais – Animais Silvestres Além das necessidades serem diferentes, os sintomas resultantes dessas também podem variar de acordo com a espécie Extrapolação animais domésticos Grupo mais próximo Cardápios em cativeiro Se apoiam informações coletadas em natureza No entanto....... Informações - vida livre: • Quanto come? • O que foi ingerido? • Importância do item na dieta? • Composição nutricional? - Aminoácidos - Minerais - Vitaminas Doenças Nutricionais – Animais Silvestres Cuidado com a extrapolação de dados Cativeiro X Vida livre Arara azul (Anodorhynchus hyacinthinus) Consumo de energia Gasto de energia Animais em vida livre – gastam 2,14 vezes mais Comem o dobro para suprir essa demanda Sementes possuem baixos teores: • Vitaminas, minerais e proteínas INGESTÃO DE ALIMENTOS INGESTÃO DE NUTRIENTES NUTRIENTES : ENERGIA • Relação nutriente : energia deve variar • Cativeiro – mais nutriente com controle de energia • Consumo energético em diferentes situações Recintos coletivos Preferências alimentares Equilíbrio da dieta Ração Combinação de nutrientes Aumentar valor nutritivo Evitar a seletividade Aceitação do animal Moagem Peletização Extrusão Maior digestibilidade Compostos antinutricionais Ração Melhor digestibilidade Melhor aproveitamento Reduz a produção fezes Facilidade higienização Aceitação do paciente Como posso fazer? Ele não come ração Qual a alimentação dele? Ele come ração Cuidado Anamnese Ração como posso fazer para introduzir esse item http://alconpet.com.br/produto/alcon-club-periquito Alimentação • Interações sociais • Entretenimento Alimentação – Enriquecimento Alimentação – Condicionamento Osteodistrofias – Animais Silvestres Osso mal alimentado Elementos envolvidos • Cálcio, fósforo, manganês, proteínas e vitaminas A e D • Cálcio e fósforo principais Ingestão deficiente ou manejo alimentar inadequado Desequilíbrio cálcio : fósforo (1,25:1) – aceitável 2:1 / 1:1 Perda de nutrientes – ex. filhote com diarreia Cálcio e fósforo – maior representatividade entre os constituintes minerais (ossos e dentes) Osteodistrofias – Animais Silvestres Cálcio Coagulação Excitabilidade nervos Excitabilidade músculos Mensageiro celular Formação casca do ovo Ativação enzimática Contração muscular Fósforo Funções sistema nervoso Metabolismo carboidratos Metabolismo gordura Metabolismo aminoácidos Transporte celular Metabolismo celular (ATP) Contração muscular Controle concentração cálcio sérico Paratormônio • Mobilização cálcio ossos • Aumento reabsorção óssea • Aumento excreção fósforo • Ativação vitamina D Calcitonina • Reduz atividade osteócitos e osteoclastos • Reduz a mobilização cálcio dos ossos Cálcio Concentração sérica Manutenção níveis Vitamina D Reabsorção renal / Absorção intestinal Osteoporose – em decorrência de desnutrição proteica ocorre baixa produção tecido osteóide, com redução tecido ósseo e enfraquecimento do sistema esquelético Raquitismo – caracteriza-se por uma baixa mineralização do tecido osteóide, por consequência da deficiência de vitamina D. Resulta em lesões na cartilagem de crescimento Osteomalácia – é uma não mineralização do tecido osteóide, resultante da falta de fósforo ou de vitamina D em adultos. Osso menos resistente, devido menor deposição hidroxiapatita Osteodistrofia fibrosa – desmineralização causada pela retirada ativa de cálcio (paratormônio) com substituição do tecido ósseo por tecido conjuntivo fibroso Doença de cara-inchada Pode acometer ruminantes e equinos domésticos Desequilíbrio mineral – relação Ca : F Ação paratormônio – remoção matéria mineral ossos com infiltração tecido conjuntivo fibroso (aumento volume) Primeiros sinais: • Claudicação • Dor a palpação membros • Relutância em se mover Osteodistrofias – Animais Silvestres Alimentados exclusivamente com músculos e vísceras Proporção Ca : P (1:16 a 1:44) Sinais Claudicação, apatia, redução movimentos, achinelamento, fraturas em galho verde, curvatura de membros Osteodistrofias – Répteis Manejo alimentar Acesso a radiação solar Deficiência mineral / vitaminas Osteodistrofias – lagartos, rãs..... Manejo alimentar Consumo insetos Acesso a radiação solar Relação Ca:P Grilo 0,25% : 0,9% Tenébrio 0,1% : 0,9% Sintomas observados • Perda dentes • Alteração angular osso • Alteração coluna • Impotência funcional Osteodistrofias – Vitamina D Vitamina D2 (ingestão vegetais) e D3 (síntese cutânea) • Metabolização hepática e renal – composto ativo • Para alguns a síntese cutânea pode não ser suficiente • Exposição ao sol (cuidado com vidro / tempo exposição) • Saguis – necessitam ingerir 2400 UI/kg de alimento • Animais privados do sol – raquitismo • Tratamento – corrigir alimentação, suplementação, analgesia, suporte.... Osteodistrofias – Animais Silvestres Suplementação alimentar: • Fosfato tricalcico • 2 partes fosfato bicalcico + 1 parte carbonato de cálcio Cuidado com suplementação excessiva Alimentação rica em cálcio – calcificação metastática Ex. jabuti alimentado ração canina Obesidade – Animais Silvestres • Doença importante em animais cativos • Efeitos obesidade – distúrbios aparelho locomotor, hipertensão arterial, prejuízo resposta imunológica, diabetes mellitus, neoplasias, intolerância ao calor, aterosclerose, lipidose, maior risco anestésico • Risco anestésico – redução capacidade ventilatória (infiltração de gordura – pleura e mediastino) • Alimentação calórica + restrição = obesidade Obesidade – Répteis • Alimentação intermitente – baixa necessidade calórica • Animais ectotérmicos – metabolismo celular • Quando alimentados regularmente > risco obesidade • Sinais observados: menor tolerância a temperaturas, lipidose, aumento da incidência de infecções • Lagartos – teiús e iguanas Obesidade – Avaliação e Tratamento • Exame físico completo • Exames complementares • Pesagem • Medidas • Palpação • Escore 15% - sobrepeso 20 a 25% - obeso Acima 50% - alteração saúde Promover balanço energético negativo Promover balanço energético negativo • Exercícios atrelado redução de consumo calórico • Exercícios – desafio para animais cativos • Estabelecer peso meta inicial (redução 15 a 20%) • Animais que não podem ser pesados – escore • Perda semanal 0,5 a 2% - 8 a 30 semanas Síndrome do fígado gorduroso Comum psitacídeos - desordem alimentar Aumento valores colesterol Ingestão exagerada de grãos Tratamento – suporte alimentar intenso Ingestão de calorias e aminoácidos Ativação metabolismo hepatócitos Metabolismo ativado Síntese de apoproteína – lipoproteína Principal forma exportar o conteúdo – fora hepatócitos Gota úrica • Aumento concentração ácido úrico na corrente sanguínea • Precipitação em urato monossódico • Deposição visceral (serosa) ou articular • Sobre tendões, rins, ureteres Principais causas – excesso proteína dieta, dieta com proteína de baixo valor biológico, insuficiência renal, desidratação, fatoresgenéticos, excesso cálcio (ração poedeiras) com resultante formação urólitos de urato de cálcio Quadro secundário na grande maioria das vezes Gota úrica Tratamento Correção dieta Hidratação (correção fator primário) Suporte analgésico (corticoide/dor crônica) Alopurinol 10 a 15 mg/kg – reduz formação Ácido acetilsalicílico 5 mg/30ml água – 0,5 ml TID Vitamina A Essencial a todos os animais Betacarotenos biotransformado enterócitos (vitamina A) Funções vitamina A no organismo: Manutenção estrutural das célula epiteliais (cobertura superfícies órgãos) Participa atividade osteoblástica (crescimento e remodelamento ósseo) Visão noturna (formação da rodopsina) Carência vitamina A = Metaplasia escamosa Trabalhos sugerem - hipovitaminose A tem sido uma das doenças nutricionais mais presentes em psitacídeos Sementes possuem baixa concentração carotenoides Vitamina A - Répteis Alimentação a base: • Carne • Crustáceos desidratados Carência vitamina A Metaplasia escamosa Epitélio muco secretor Vulnerável microrganismos Pode estar assoviado a gota Tratamento: Suplementação vitamina A 1000 a 5000 UI/kg IM 7d – 4tr Correção manejo alimentar Doença secundária Vitamina B1 - Tiamina • Animais piscívoros (comem peixes) • Peixes durante o armazenamento – produção tiaminase • Enzima responsável pela lise da tiamina • Além dos peixes: algumas plantas, coração e fígado • Função fisiológica: metabolismo carboidrato, excitação nervos periféricos, conversão glicose em gordura, manutenção apetite e tônus muscular, manutenção do crescimento e reprodução • Sintomas: anorexia, cegueira aparente, tremor muscular, incoordenação, poliencefalomalácia, morte • Recomendação: suplementação 45mg tiamina/kg peixe Vitamina C • Função fisiológica: atua como importante antioxidante, cofator síntese de colágeno, formação e manutenção tecido conjuntivo, ossos, cartilagem, dentina, estimulante sistema imune (estimula fagocitose e a formação anticorpos, facilita a absorção de ferro • Colágeno: importante integridade vasos sanguíneos, formação ligamentos, articulações, ligamento osso alveolar • Fontes: folhas verdes, frutas cítricas, fígado • Porquinhos da Índia, capivaras, algumas espécies primatas, não sintetizam vitamina C • Sintomas de deficiência: letargia, anorexia, secreção ocular e nasal, fezes amolecidas e fétidas, paralisia, edema articular, dor, mobilidade dentes, dor a abertura de cavidade oral, má oclusão A. Edema e hemorragia em articulações. B. Aumento das junções costocondrais Hipovitaminose C - PDI Hipovitaminose C - PDI Tratamento • 50 a 100 mg/kg vitamina C (VO ou SC) 7 dias • Reavaliar manejo alimentar • Tratamento desordens secundárias Hipovitaminose C - Tratamento “Faça tudo que puder, com tudo o que tiver, no tempo de que dispuser, no lugar onde estiver” Nkosi Johnson
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