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AMBIENTE O AMBIENTE de uma organização é composto por forças e instituições externas a ela que podem afetar o seu desempenho. O ambiente normalmente inclui fornecedores, concorrentes, sindicatos, organismos governamentais regulamentadores e grupos de interesses especiais. EMPRESA E SOCIEDADE As empresas são consideradas hoje, uma das mais complexas e admiráveis instituições sociais que a criatividade e engenhosidade humana construíram. Nas últimas décadas, as empresas passaram a se preocupar mais com suas obrigações sociais, preocupação esta, relacionada com o crescimento de movimentos ecológicos e de defesa do consumidor, focalizando o relacionamento “empresa” “sociedade”. EMPRESA E SOCIEDADE Muitos autores como se pode citar (Milton Friedman, 1931 e Keith Davis, l918, apud Montana, 1998, p. 35), divergem sobre a questão da responsabilidade social, não apenas quanto ao tipo de ação, mas também quanto a ser ou não ser legítimo empregar quaisquer recursos para ações sociais. “...devem as empresas, destinar parte de seus recursos econômicos, para ações que venham a beneficiar a sociedade como um todo”. Para muitos, essa afirmação nem sempre foram bem recebidas, portanto, encontramos argumentos contra e a favor da responsabilidade social da empresa. VISÃO CLÁSSICA x VISÃO SOCIOECONÔMICA Nem todo gerente ou organização aceita que a empresa tenha responsabilidade para com a sociedade mais ampla na qual operam. Duas posições opostas estão na essência: • VISÃO CLÁSSICA - (puramente econômica) – a única responsabilidade social da administração é maximizar lucros. • VISÃO SOCIOECONÔMICA – a responsabilidade da administração vai muito além da obtenção de lucros e inclui , a proteção e a melhoria do bem-estar da sociedade. VISÃO CLÁSSICA O adepto mais contundente da visão clássica é o economista laureado com o Nobel, Milton Friedman. Ele afirma que, a maioria dos gerentes hoje, são gerentes profissionais, não são donos dos negócios que dirigem, são funcionários, responsáveis perante os acionistas. Friedman diz que os acionistas possuem uma única preocupação: o retorno financeiro. Friedman diz: quando os gerentes chamam para si a tarefa de gastar os recursos de sua organização para o “bem social”, eles arruínam o mecanismo de mercado e, alguém precisa pagar por isso: VISÃO CLÁSSICA • Se ações socialmente responsáveis reduzirem lucros e dividendos, os acionistas serão os perdedores. • Se os salários e os benefícios tiverem redução para pagar a ação social, os funcionários perderão. • Se os preços forem aumentados para compensar as ações sociais, os consumidores perderão. • Se os preços mais altos forem rejeitados pelo mercado e as vendas caírem, pode ser que o negocio não sobreviva. NO CASO, TODA A CLIENTELA DA ORGANIZAÇÃO PERDERÁ ARGUMENTOS TEÓRICOS contra a Responsabilidade Social 1. É função principal do governo; ligar o setor empresarial ao governo criará uma força poderosa demais na sociedade. 2. O setor empresarial precisa medir desempenho e programas de ação social e, geralmente não conseguem medir os níveis de sucesso. Muitas vezes, há conflito entre a maneira como a empresa opera e a maneira como os programas sociais funcionam. 3. A função da empresa é otimizar o lucro. Exigir que parte de seus recursos seja destinada a programas de ação social viola esse meta empresarial, já que reduz lucro. 4. Não existe nenhuma razão para se supor que líderes empresariais tenham habilidade em determinar o que é de interesse social. Cientistas sociais e administradores do governo não conseguem entrar em acordo sobre as metas de interesse social; então, como líderes empresariais podem fazer um trabalho melhor em definir o interesse social? ARGUMENTOS PRÁTICOS contra a Responsabilidade Social 1. Gerentes têm a responsabilidade para com os acionistas de otimizar seu patrimônio líquido, e o uso de fundos da empresa para realização de metas sociais é passível de ser uma violação dessa responsabilidade, podendo, assim ser ilegal. 2. O custo de programas sociais seria um peso para as empresas e teria de ser repassado aos consumidores na forma de aumento de preços. 3. O público quer que o governo desenvolva programas sociais, mas existe pouco apoio para que as empresas tenham esses programas. 4. Não existe nenhuma razão para se supor que os líderes empresariais tenham as habilidades necessárias para atingir as metas de interesse social. Mais ARGUMENTOS de Friedman e seguidores A empresa deveria apenas buscar a otimização do lucro dentro das regras da sociedade. As empresas lucrativas beneficiam a sociedade ao criar novos empregos e pagar salários justos, melhorando a vida e condições de trabalho dos funcionários, além de contribuir para o bem-estar público pagando seus impostos. A empresa que concentra seus recursos em suas próprias atividades, e não em ações sociais, usa seus recursos com mais eficiência e eficácia, aumentando sua competitividade Desviar esses recursos para ações sociais, argumentam, poderia prejudicar em grande medida as empresas. A empresa é obrigada a ser socialmente responsável, mas apenas para manter-se em conformidade com as ações exigidas por lei. VISÃO SOCIOECONÔMICA Keith Davis defende a responsabilidade social das empresas. Argumenta que a responsabilidade social anda de mãos dadas com o poder social, e já que a empresa é a maior potência no mundo contemporâneo, ela tem a obrigação de assumir uma responsabilidade social correspondente. A visão socioeconômica contrapõe que os tempos mudaram e com eles também as expectativas da sociedade para com os negócios. As corporações são garantidas pelos governos, e este, que expede um alvará de funcionamento pode concelá-lo. Dessa forma, as corporações não são entidades independentes, responsáveis apenas perante os acionistas; também possuem responsabilidade para com a sociedade mais ampla que as cria e sustenta. VISÃO SOCIOECONÔMICA Partidários da visão socioeconômica contestam que os gerentes devem maximizar retornos financeiros a longo prazo, porém, precisam aceitar algumas obrigações sociais e seus respectivos custos; precisam proteger o bem-estar da sociedade: não poluindo, não discriminando, não se envolvendo em propaganda enganosa e coisas similares. Devem os gerentes, desempenhar um papel positivo na melhoria da sociedade mediante o envolvimento com as comunidades e a contribuição com organizações beneficentes. Keith Davis afirma: já que a empresa obtém poder na sociedade, ela deveria exercer seu poder para melhorar a sociedade, e portanto tem obrigação de demonstrar sensibilidade social. Os argumentos de Davis e seus seguidores a favor da responsabilidade social das empresas também são de natureza teórica e prática. ARGUMENTOS TEÓRICOS a favor da Responsabilidade Social 1. É do interesse das empresas melhorar a comunidade na qual estão localizadas e onde fazem seus negócios. Melhorias na comunidade implicam benefícios à empresa. 2. Programas sociais podem impedir que pequenos problemas se tornem grandes, o que trará benefícios tanto para a sociedade como para a empresa. 3. Ser socialmente responsável é a coisa ética ou “correta” a se fazer. 4. Demonstrar sensibilidade com relação a assuntos sociais ajudará a impedir a intervenção do governo nas empresas. 5. O sistema de valores mais aceito, como a tradição judaico-cristã, encoraja vigorosamente os atosde caridade e a preocupação social. ARGUMENTOS PRÁTICOS a favor da Responsabilidade Social 1. Ações que demonstram sensibilidade social podem, na verdade, ser lucrativas para a empresa. 2. Ser socialmente responsável melhora a imagem pública da empresa. 3. Se a empresa não for socialmente responsável por conta própria, a opinião pública ou o governo exigirão que ela seja.. 4. Pode ser bom para os acionistas, já que tais ações merecerão a aprovação pública, farão com que a empresa seja vista por analistas financeiros profissionais como pouco propensa a críticas sociais e aumentarão a cotação na bolsa de valores. Embora haja divergência quanto ao grau desejado de sensibilidade social, concordam que a empresa deve realizar todas as ações de sensibilidade social exigidas por lei. GRAUS DE ENVOLVIMENTO ORGANIZACIONAL Níveis de Sensibilidade Social das Empresas A sensibilidade social é o ponto até o qual uma empresa é sensível às obrigações sociais percebidas. Três níveis surgiram: o método da obrigação social, o método da responsabilidade social, o método da sensibilidade social. NÍVEIS DE SENSIBILIDADE SOCIAL DAS EMPRESAS Abordagem da Obrigação Social Abordagem da Responsabilidade Social Abordagem da Sensibilidade Social Fonte: (Montana, et al, 1998, pg. 36) ABORDAGEM DA OBRIGAÇÃO SOCIAL Empresas tem preocupação apenas em satisfazer as obrigações sociais mínimas impostas pela lei, não assume esforço voluntário. As principais metas são de natureza econômica, principalmente otimização de lucros e não a satisfação de obrigações sociais. Satisfazem as obrigações sociais ao otimizarem os lucros e manter os emprego dos funcionários. Fazem ações sociais (doações ou participam de campanhas de caridade), desde que estas venham a beneficiar a empresa de alguma forma , porém estas devem criar uma boa imagem da empresa ou um benefício direto para seus funcionários.. ABORDAGEM DA OBRIGAÇÃO SOCIAL O gerente pode influenciar na criação de leis fazendo contribuições a candidatos a cargos públicos que compartilham do mesmo ponto de vista ou fazendo um lobby junto a legisladores para criarem novas leis ou abolirem as já existentes. Benefício próprio ou obrigação legal, é o único determinante para a responsabilidade social; do modo contrário, essa responsabilidade deve ser de outra pessoa ou do governo. Embora se limitam apenas às obrigações legais, se defrontam hoje com inúmeras leis de responsabilidade social, as quais veremos mais adiante, e para que estas sejam cumpridas, a empresa deve se manter atualizada com as mudanças nas leis de responsabilidade social. ABORDAGEM DA RESPONSABILIDADE SOCIAL A empresa que segue esse método tem como preocupação satisfazer as obrigações legais e as obrigações sociais atuais que afetam diretamente a empresa. A empresa que adota esta abordagem não tem apenas metas econômicas, mas também a responsabilidade social, reconhecendo que tem responsabilidades que consiste em lidar com os problemas sociais atuais, mas somente até o ponto em que o bem-estar econômico da empresa não é afetado de forma negativa. Tem-se portanto, utilizando esse método a utilização de adaptação reativa, um processo de reação aos problemas. ABORDAGEM DA RESPONSABILIDADE SOCIAL Os gerentes, tomam decisões com base nos ganhos econômicos, na conformidade legal e também adotam o critério do benefício social:(fazendo projetos de bem-estar-social, buscando a aprovação da comunidade por seu envolvimento social e desejam que as empresas sejam vistas como “politicamente corretas”). Desempenham grande empenho na área de relações públicas, buscando o reconhecimento do público. Quando essas empresas descobrem que suas ações contribuíram para problemas sociais atuais, praticam o que se denomina adaptação reativa, ou seja, agem para providenciar uma solução, através de indenizações, ou até manter nível de poluição acima do exigido pela comunidade. ABORDAGEM DA SENSIBILIDADE SOCIAL A empresa que segue esse método, supõe que não tem apenas metas econômicas e sociais, mas que também precisa se antecipar aos problemas sociais do futuro e agir agora em respostas a esses problemas. Isso é feito através de adaptação proativa, ou seja, além de satisfazer as obrigações legais relativas a tendências/problemas que estão surgindo mesmo que afetem a empresa apenas indiretamente, bem como as obrigações sociais prevendo problemas futuros e lidando com eles agora, para evitar seu aparecimento ou minimizar seus reflexos, mesmo que estes, não estiverem diretamente ligados a empresa, mas sua solução beneficiará a sociedade como um todo. Das três abordagens descritas, essa é a que exige mais da empresa, como: 1.Exige-se que a empresa se antecipe aos problemas sociais e que lide com eles antes que se tornem evidentes; 2.Ao lidar com problemas sociais do futuro, a empresa pode precisar fazer uso de recursos agora, criando um impacto negativo na otimização de lucros do presente. ABORDAGEM DA SENSIBILIDADE SOCIAL A empresa que adota esse método, procura ativamente por envolvimento na comunidade e encoraja seus funcionários a fazerem o mesmo. Muito esforço é dedicado a conscientização social, especialmente em áreas emergenciais, através de grupos de ação social e como essas causas emergentes não contam com aprovação social unânime, tanto elas quanto à empresa que as apóiam, pode ser vista como radicais. Adotando esse método, a empresa não apenas apóia as leis vigentes mas apoiará ativamente a adoção de nova legislação que satisfaça as necessidades sociais, poderá também fazer uso de sua experiência em pesquisa e desenvolvimento para aplicar tecnologia para a satisfação das necessidades sociais, assumindo até liderança na indústria no desenvolvimento de novos padrões de desempenho até mais rígidos do que os exigidos por lei, justificando que estes dão à indústria reputação de ser socialmente sensível e podem agir para prevenir a intervenção e a regulamentação governamentais. PROCESSO DE ADMINISTRAÇÃO DE AÇÕES SOCIAIS O processo pelo qual a organização administra suas ações sociais, independente do método adotado, tem duas facetas principais: 1. Um programa NA FASE DE AÇÃO social são: • análise situacional e estabelecimento de padrões; • geração de caminhos alternativos de ação; • determinação da ação apropriada; • implementação e avaliação. A ORGANIZAÇÃO ESCOLHE AÇÕES QUE SE ENQUADRAM EM SUA FILOSOFIA BÁSICA COM RELAÇÃO À RESPONSABILIDADE SOCIAL. PROCESSO DE ADMINISTRAÇÃO DE AÇÕES SOCIAIS O processo pelo qual a organização administra suas ações sociais, independente do método adotado, tem duas facetas principais: 2. Um programa NA FASE DE AVALIAÇÃO (AUDITORIA) social são: • medida das ações de sensibilidade social praticadas pela empresa; • avaliação ou listagem de projetos de ação social; • análise de custo-benefício formal (custos e benefícios obtidos de todos os projetos em um período específico). UMA AUDITORIA SOCIAL É COMPLICADA PELO FATO DE QUE MUITAS VEZES É DIFÍCIL DEFINNIR E MEDIR O SUCESSO DE TAIS PROGRAMAS. ÁREAS DE PREOCUPAÇÃO SOCIAL NA PRÁTICA ATUAL DA ADMINSTRAÇÃO Diversas áreas significativas de preocupação social atraíram a atenção de empresas desde os anos 70 e continuam a fazê-lo: • POLUIÇÃO DO AR; • POLUIÇÃO DAS ÁGUAS; • POLUIÇÃO POR LIXO SÓLIDO; • POLUIÇÃO SONORAE VISUAL; • PREOCUPAÇÃO COM AS MINORIAS (ÁREAS DE HUMANAS); • PROTEÇÃO DOS TRABALHADORES; • ETC. CADA UMA DESSAS ÁREAS CARREGA CONSIGO UMA OBRIGAÇÃO LEGAL. BIBLIOGRAFIA MONTANA, P. J. & CHARNOV H. B. Administração. tradução Robert Brian Taylor; revisão técnica Reinaldo O. da Silva. – São Paulo: Saraiva, 1998. ROBBINS, S. Administração: mudanças e perspectivas. São Paulo: Saraiva, 2000.
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