Buscar

A Verdade Histórica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Joao Paulo de Campos Silva
Atividade Avaliativa de Metodologia da História
Curso de bacharelado e licenciatura
em História, na Universidade Estadual Júlio de Mesquita Filho
Profª. Dra. Karina Anhezini de Araújo
Franca
 2016
Temática escolhida: Verdade Histórica
Em sua obra lançada em 1991 intitulada “Repensando a história”, Keith Jenkins, um historiador britânico, lança uma nova maneira de se observar a história. Abordando diversos aspectos e perguntas que a ciência traz atualmente, ele se volta para os alunos do 1ºano da graduação e tenta localizá-los, juntamente com a História, em um mundo totalmente fluido e inconstante cuja única certeza que se pode ter é da incerteza. O mundo do pós-modernismo.
Em sua análise sobre a Verdade História, Jenkins faz um levantamento de como, ao longo de pouco mais de dois séculos, os historiadores focaram em achá-la, objetivando um conhecimento real e verdadeiro do mundo em que viviam. Foram criados métodos, os quais marcaram o século XIX como um verdadeiro campo de batalha onde vários filósofos da história afirmavam terem desenvolvido a maneira correta de se atingir a Verdade. Para Jenkins, isso é algo totalmente impossível.
Nos capítulos anteriores ele elenca 3 razões para essas problemáticas, epistemológicas, metodológicas e ideológicas. Já no capítulo cujo ponto é unicamente a Verdade ele levanta duas questões sobre a impossibilidade de alcança-la: “1) se é impossível, porque continuamos a procurar a verdade?; 2) como o termo verdade opera no discurso histórico? ”. A resposta, de início, parece óbvia. Como ele mesmo diz, sem a verdade algumas pretensões do historiador, como a objetividade, imparcialidade, ficariam sem forças para se manterem. 
O autor levanta a questão “De onde se origina a ânsia pela certeza? ”, e responde que a incerteza do mundo gera essa necessidade por algo concreto e real. O filósofo S. N. Whitehead, diz que o a tradição filosófica do Ocidente não passa de um punhado de notas de rodapé na obra Platônica, e afirma que em suas obras, Platão defendia a certeza da existência de uma verdade e conhecimento absolutos. Ou seja, para Jenkins, a busca incessante pela verdade é uma característica plena do Ocidente, não só pela filosofia ou história, mas também pela religião. Para os cristãos, Deus é a verdade, conhecendo Sua palavra, é conhece-la em sua plenitude. 
A noção da dualidade Verdade/Mentira está enraizada na nossa cultura. Desde o século XVIII, com o Iluminismo, a ciência se provou uma descobridora da verdade, e isso entrou no nosso pensamento; a Verdade, como signo linguístico é usada cotidianamente pelas pessoas, o que fomenta o pensamento Ocidental de que ela é o objetivo final de toda ciência. 
Keith Jenkins ao longo de seu pensamento trabalha o já citado fator linguístico. O senso comum, como ele afirma, se tornou um entrave. Várias figuras de linguagens, já batidas pela ciência ainda habitam o vocabulário popular, e como uma tradição, é praticamente impossível desconstruí-la. Esse pensamento gira e torno da relação que a palavra tem com o mundo. Um mero signo aceito por convenção, mas que na verdade não diz nada concreto.
Richard Rorty, um filósofo americano, dissera uma vez que os Europeus descobriram há dois séculos (no mesmo período, aparentemente, em que a História se desprendia da filosofia e ganhava o caráter de ciência por si só) que a verdade é um exercício criativo, cujo potencial de se auto afirmar depende, exclusivamente, de pessoas com poder. Cada sociedade tem seus mecanismos para tornar algum discurso verdadeiro, e normalmente, quem o assume como Verdade tem o poder necessário para isso.
A Verdade, no século XXI, se tornou um regime que mantém a ordem e controla o caos. Ela não passa de uma ficção útil, que serve apenas para as pessoas com poder, e que podem mantê-la no topo dos discursos tidos como verdadeiros.
Texto escolhido para comparação: “A História entre filosofia e ciência”, de José Carlos Reis.
É sabido que para o autor de A História Repensada, um dos mais radicais historiadores do pós-modernismo, a dita verdade buscada pela história é algo impossível de se alcançar. Porém, ao mesmo tempo, no século XIX, no início do nascimento desta ciência (propriamente dita), um dos principais expoentes do pensamento na Alemanha, Leopold Von Ranke, estruturara uma concepção totalmente diferente a respeito da mesma verdade.
No texto usado de base comparativa, do historiador brasileiro, José Carlos Reis, chamado “A História entre a filosofia e a ciência”, é dito que o historiador alemão, negava-se a usar a filosofia com base em 6 princípios; em um deles, mais especificamente no segundo elencado pelo escritor, Ranke diz que não há nenhuma interdependência entre o historiador, e o seu objeto, os eventos do passado. 
Dessa forma consegue-se perceber que, para a época, era possível sim, o historiador conseguir chegar em uma verdade objetiva acerca do passado distante. Ao passo que Ranke continua a elencar suas “regras” de como exercer a historiografia, ele conclui em uma espécie de artigo com o qual afirma que a verdade é alcançada seguindo estritamente suas regras de produção. Feita a partir de um sujeito neutro, que afasta suas ideologias do objeto estudado.
Avançando mais um pouco no texto comparativo vemos também que José Carlos Reis mostra a visão da escola metódica francesa sobre a historiografia oitocentista. Iniciada em 1870, levada da Alemanha para a França, lá era baseada mais no iluminismo do século XVIII do que na filosofia da histórica (hegeliana, por exemplo). 
Tida de início como positivista, também era baseada fortemente no método, com uma temporalidade cumulativa e evolução gradual da história. O manual francês propunha três momentos para o método, os quais se consistiam na heurística, análise e operações sintéticas. Um modelo que dominou a produção teórica, de acordo com o historiador brasileiro, por quase 70 anos.
Fustel de Coulanges, considerado o 1º historiador francês, considerava a história como ciência pura. Seguidor de Descartes, logo, tinha um método racionalista e também, diferentemente de Jenkins, acreditava que pelo objetivismo do método aliado ao afastamento ideológico do historiador conseguiria chegar em uma verdade histórica incontestável.

Continue navegando