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abril/maio de 2012 – ano 2 – no 14 O futurO nãO está a nOssa espera, e cOnstrui-lO nãO demanda apenas trabalhO, mas também uma nOva cOnsciência diretor-geral do linkedin brasil fala sobre os planos da rede social O que pode mudar com o exame de suficiência específico para o administrador aprenda o porquê de algumas ideias se transformarem em virais estreia nova seção de perguntas e respostas na administradores r$ 12,50 ENTREVISTA AVALIAÇÃO INFOGRÁFICO O QUE DRUCKER FARIA www.administradores.com SOCIESOCIEDADE DO FUTURO DADE DO FUTURO Negocios 216x279 quarta-feira, 21 de mar o de 2012 23:57:43 3administradores.comAbril/Maio 2012 30 INFOGRÁFICO Os seis princípios das ideias virais que pegam 32 estRatéGIa O curioso caso do Magazine Luiza editOrial índice Como será nossa vida daqui a 30 anos? O cinema e os livros de ficção adoram preencher essa pergunta com infinitas possibilidades. Carros voadores, robôs que agem como pessoas, cidades flutuantes e muito mais. O admirável mundo novo das ideias desperta um imaginário sem fim. E claro, é muito legal pensar em todas essas tecnologias que virão por aí. O curioso de imaginarmos o nosso futuro é que, mui- tas vezes, não percebemos que já estamos nele. Se eu dissesse na década de 80 que esse editorial seria escrito em um aparelho com meia polegada de espessura, re- vestido de vidro e alumínio, que registra todos os meus comandos a um simples toque na tela e ainda é capaz de me conectar com o mundo todo - o nosso queridíssimo tablet - diriam, no mínimo, para eu parar de sonhar. No entanto, não é apenas o futuro de gadgets e inovações tecnológicas que se transformam com o tempo. A própria sociedade em que estamos inseridos vive em constante modificação. Observando somente o nosso país, já passamos pelo período imperial, regime totalitário, regência, governo militar e democracia. E, é claro, o causador dessas transfor- mações está no comportamento da própria sociedade. Volta e meia passamos a ser agentes de mudança, onde nossas ações, ideias e palavras repercutem para um novo caminho. A própria forma de gestão empresarial que se utilizava no passado teve que ser readaptada para funcionar hoje. Assim como os profissionais que, de tanta mudança em seus estilos, foram separados em uma informal nomenclatura de gerações X, Y, Z, baby boomers etc. A verdade é que nós mesmos, sem querer, nos pegamos falando uma frase que nossos pais e avós adoram repetir: “no meu tempo, isso era diferente”. É, a socie- dade muda - e muitos dos seus valores e conceitos também. Volto a fazer a pergunta que abriu esse texto, mas agora com uma reflexão sobre o meio social: como será nossa vida daqui a 30 anos? O tema foi o escolhido dessa edição para ser a reportagem de capa e pode ser conferida a partir da página 34. Sim, os gadgets mirabolantes também estão lá... Essa edição marca, ainda, a estreia de uma no- vidade: “o que o Drucker faria?”. A seção será o nosso canal da revista de perguntas e respostas com os leitores. Então, uma excelente leitura! Fábio Bandeira de Mello editor VIVA LA REVOLUCIóN 18 CaRReIRa - Quando o melhor escritório está fora dele - Como uma boa liderança é capaz de extrair sempre o melhor? 16 INsIGht Tecnologias: existe um botão de desligar | Henry Mintzberg 48 MeNte aBeRta Marketing de placebo: todos acreditam no que quiserem | Seth Godin 12 aCaDÊMICO - É necessário um exame de suficiência específico para o administrador? - Os defeitos e virtudes universais dos cursos de Administração 22 NeGÓCIOs Mulheres no comando: 1001 capacidades vindas do poder feminino 26 MaRketING O que acontece com as marcas que deixam de existir? 29 PeI, BUF! Como fazer uma reunião produtiva 34 CaPa - Sociedade do futuro: que caminho tomaremos? - A cidade do futuro - Futuro sustentável? 10 ações do presente 06 aMBIeNte exteRNO 07 ONLINe05aGeNDa 08 eNtRevIsta Diretor-geral do LinkedIn Brasil fala sobre os planos da rede social 46 aRtIGO - Profissional lebre ou tartaruga? | Por Leandro Vieira - A sua equipe é o seu principal produto | Por Gilberto dos Santos 49 aDMINIstRaDORes Na hIstÓRIa O pragmatismo de Emmeline Pankhurst 51 aDMINIstRaDORa DO FUtURO A premiada e comprometida Rebeca Albuquerque 58 PONtO FINaL O legado de Eike Batista | Stephen Kanitz 50 O qUe DRUCkeR FaRIa As dúvidas dos leitores tiradas com os conceitos do pai da Administração moderna 52 FORa DO qUaDRaDO 54 eNtReteNIMeNtO - Curiosidades e humor - Ações para um mundo melhor - Leitura: Lições de um empresário radical - Cinema: Histórias Cruzadas 45 qUIZ Financiamento: você trabalha bem com esta opção de pagamento? 4 administradores.com Abril/Maio 2012 @sonia_smarass @admnews Assinei a revista Administradores, já a recebi e me apaixonei. Só para citar: adorei a entrevista com Peter Senge. Parabéns! @GustGuimar Viajando na minha Revista Administradores. =) Muito boa! @admnews @jplucena Sem sombra de dúvidas um dos melhores investimentos que eu fiz nos últimos meses foi ter assinado a Revista Administradores. @admnews Show! FACEbOOK E-MAILS TWITTER aRtUR CavaLCaNtI Obsolescência programada existe de outras décadas, só que agora o negócio é violento. Vai chegar um tempo que tudo vai ter um único uso e será jogado fora. POLyaNa GUIDUGLI Revista deliciosa... Super show a matéria: Entenda mais – A cauda longa em quadrinhos! JULIaNa BaNDeIRa Só em abrir a revista, a quali- dade do material, a estética, a diagramação leve e arrojada. Um cuidado que, pasmem, vai desde o “plastiquinho”. Só dá para parabe- nizar estes profissionais e torcer para que o exemplo de publicação se dissemine. PetteR NORtON Realmente a capa é linda e a matéria interessante. GILsON ReIs Realmente é o fim da picada ou a picada do fim, pois como dizia minha avó, “não se faz como antigamente”. PaBLO URPIa Uma das melhores edições até o momento! PROGRaMaDOs PaRa aCaBaR Após a leitura da excelente reportagem “Programados para Acabar”, pus-me a refletir sobre os desdobramentos dessa prática que vem acontecendo em nossa sociedade e, sem polemizar ou politizar, desenvolvi um relato sobre a minha visão a respeito do assunto e suas consequências, baseando-me em estudos e livros sobre comportamento humano. Procurei uma maneira simples de abordar o comparativo entre as tendências consumistas, a susten- tabilidade e os valores morais e cívicos, intimamente ligados e decorrentes do assunto (adm.to/valores2). beneditO marques NOva assINaNte Sou uma nova assinante e desde já quero parabenizá-los pela iniciativa de publicar uma revista com linguagem e abordagem contextualizadas que trata de uma maneira tão clara e objetiva dos saberes do universo da Administração. Gláucia cristina hiláriO PeqUeNas e MéDIas eMPResas Talvez vocês possam fazer uma entrevista mais detalhada de empresas de pequeno e médio porte. Seria como a pág. 51 (ADM do Futuro), só com mais conteúdo empresarial e sua história ao longo da vida. Minha cidade de Itapetininga, por exemplo, possui uma empresa de comercialização e torrefação de café chamada Café Santo André que já está no mercado na região há 60 anos. clóvis de almeida JúniOr sUGestÃO Nesse início de carreira, a Administradores já ofereceu um leque de dicas favoráveis para exercer bem a profissão e tornar o local de trabalho cada vez melhor. Agora sugiro uma matéria sobre a saúde do administrador, pois lidamos diretamente com pessoas e nem sempre os planos e ações podem ocorrer 100% como esperávamos. luiz paulO Oliveira MaNDe taMBéM O seU ReCaDO PaRaa aDMINIstRaDORes atRavés DO revista@administradores.com.br CONTATOS O papel ultilizadO nessa revista pOssui certificadO inter- naciOnal fsc - nOssa prOva de respOnsabili- dade ambiental Publisher leandro vieira leandro@administradores.com.br redação editor fábio bandeira de mello fabio@administradores.com.br rePórteres eber freitas eberfreitas@administradores.com. br, fábio bandeira de mello, mayara emmily mayara@administradores. com.br e simão mairins simao@ administradores.com.br revisão allana dilene tradução nino Xavier colaboradores alfons sauquet, bill fischer, cesar furtado, edmar bulla, Gilberto dos santos, henry mintzberg, raniere rodrigues, paulo rocha, rodrigo sauerbronn, ricardo voltolini, seth Godin e stephen Kanitz. arte direção João faissal | imaginária design design@imaginaria.cc design e ilustração thiago castor thiago@administradores. com.br comercial diretor comercial diogo lins diogo@administradores. com.br atendimento ao leitor anna valéria vita annavaleria@ administradores.com.br imPressão gráfica moura ramos www.mouraramos.com.br assinaturas www.administradores. com.br/revista Publicidade comercial@administra- dores.com.br +55 (83) 3247 8441 corresPondência av. nossa senhora dos navegantes, 415 / 304 - tambaú - João pessoa - paraíba cep 58039-110 redação revista@administradores. com.br eXpediente & feedbacK th in ks to ck 5administradores.comAbril/Maio 2012 AGENDA eventOs | caPacite-se Formação e Certificação Internacional Professional & Self Coaching Responsável: IBC Coaching Local: São Paulo – SP Info: adm.to/coaching_abr 9º Contecsi Responsável: USP Local: São Paulo – SP Info: adm.to/contecsi brasil Investment Summit Responsável: Terrapinn Local: São Paulo – SP Info: adm.to/summit_brasil 3º Fórum Internacional de Gestão de Redes de Franquias e Negócios Responsável: Grupo Bittencourt Local: São Paulo - SP Info: adm.to/franquia_12 Fórum HSM Estratégia Responsável: CRA/SP Local: São Paulo – SP Info: adm.to/hsm_estrategia 8º Congresso brasileiro de Cérebro, Comporta- mento e Emoção Responsável: CCM Worlwide Local: São Paulo – SP Info: adm.to/congresso_cerebro Formação de Consultores Responsável: Cegente Local: Belo Horizonte – MG Info: adm.to/consultores_abr Encontro de Marketing Anpad Responsável: Anpad Local: Curitiba – PR Info: adm.to/ema_2012 Family business 2012 Responsável: HSM Local: São Paulo – SP Info: adm.to/business_12 XXXVIII Encontro Nacional dos Estudantes de Administração Responsável: Fenead/RN e COE Local: Natal – RN Info: adm.to/enead12 12 abr 2012 30 mai 2012 24 abr 2012 24 abr 2012 22 mai 2012 2 mai 2012 14 abr 2012 20 mai 2012 17 abr 2012 16 jun 2012 di vu lg aç ão 6 administradores.com Abril/Maio 2012 ambiente eXternO | ráPidas DOCUMENTOS MOSTRAM QUE bIN LADEN PLANEjAVA MATAR ObAMA SITUAÇÃO NARRADA NO VíDEO KONy 2012 ACONTECEU HÁ 10 ANOS REMéDIOS MAIS CAROS NOVO IPAD APARECE CHEIO DE NOVIDADES Uma reportagem publicada pelo jornal The Washington Post aponta que o terro- rista Osama Bin Laden, ex-chefe da rede terrorista Al-Qaeda, planejava assas- sinar o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. A intenção de Bin Laden era provocar uma crise pois, segundo ele, o “despreparado” vice-presidente dos EUA, Joe Biden, não seria capaz de comandar os “infiéis”. De acordo com o jornal, os documentos com o planeja- mento do ataque foram encontrados no esconderijo em que Osama foi achado e executado, em maio do ano passado. O maior vídeo viral da história da internet, o Kony 2012, que denuncia um chefe guerrilheiro em Uganda por sequestrar crianças para se tornarem soldados narra, na realidade, fatos que ocorreram há cerca de uma década. O filme foi produzido pela ONG norte-americana Invisible children (Crianças invisíveis) e pede ajuda financeira para acabar com o abuso. Criticada como oportunista por defensores dos direitos humanos, a campanha arrecadou US$ 13,7 milhões em 2011, doando apenas 37% do valor para a caridade, segundo a ONG Charity Navigator. A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) autorizou e os preços aumen- taram. Desde o último dia 31 de março, remédios de duas faixas em que há maior concorrência com genéricos ficam até 5,85% mais caros no Brasil. Segundo a regra, quanto mais genéricos um medicamento tiver como concorrentes, maior o aumento. A Apple lançou a nova geração do tablet iPad no último dia 7 de março. O aparelho conta com uma tela de retina display de resolução monstruosa: 3,1 milhões de pixels, mais do que uma HDTV. O tamanho do Novo iPad é de 9,7 polegadas, 9,4 milímetros de espessura e pesa 635 gramas. O processador é um A5X quad-core, a bateria pode durar até 10 horas e a tecnologia de conexão à internet via 4G LTE vem embutida - mas só é possível se no local houver rede disponível, o que não é o nosso caso por enquanto. a retórica em brasília deveria ser menos sobre guerras cambiais e mais sobre guerras de Produtividade FINANCIAL TIMES jornal britânico de finanças, em editorial sobre a política econômica brasileira. vou dar continui- dade ao estu- Pendo trabalho de ricardo teixeira jOSé MARIA MARIN sucessor de ricardo teixeira na presidência da cbf. É muito mal remunerado SENADOR IVO CASSOL ao ser perguntado sobre o salário do político no brasil (senadores e deputados federais recebem r$ 26,7 mil). segundo cassol, os políticos gastam muito com os eleitores. e o salário ó! PROFESSOR RAIMUNDO personagem de chico anysio, em seu jargão popular. O humorista que fazia críticas sociais e políticas através de seus personagens faleceu no dia 23 de março. FRASES di vu lg aç ão 7administradores.comAbril/Maio 2012 Online | www.administradores.com COMO SE LIVRAR DA TAREFA CHATA QUE VOCê ESTÁ ADIANDO? 12CFINCALC SUA EMPRESA é PROATIVA? MACETES E DICAS PARA e-mail marketing ANy.DO MARKETING SACOLEIRO: COMO EMPRESAS CRESCEM MALTRATANDO CONSUMIDORES Christian Barbosa dá algumas dicas para realizarmos as ativi- dades mais chatas rapidamente. Se você mexe com números e cálculos o tempo todo, o aplicativo pode ser bem útil. Ele replica a tradicional calculadora financeira no estilo HP 12C. Gerenciador para suas tarefas e atividades. Nele, em vez de digitar o texto, basta tocar no ícone do microfone e dizer o que precisa ser feito. Flávio Ferrari aponta como algumas empresas estão cons- truindo resultados financeiros excluindo a satisfação do cliente. Os professores Leonardo Araújo e Rogério Gava apresentam algumas percepções sobre o cenário brasi- leiro e mostram porque a proativi- dade faz toda diferença. O consultor Silvio Tanabe tira dúvidas sobre o e-mail marketing e ensina como transformar essa ferramenta em um verdadeiro meio de rentabilidade. TWITTER @admnews FACEbOOK adm.to/ facebookadm ORKUT adm.to/ orkutadm LINKEDIN adm.to/ linkedinadm ARTIGOS #FICADICA ENTREVISTA adm.to/tarefa_chata adm.to/adm.to/marketing_sacoleiro adm.to/empresa_proativa adm.to/email_marketing > > > > aPPENQUETE 90.89% 9.11% sim, pois dessa forma trabalho mais motivado (a) não, pois faço meu trabalho de forma independente A EMPATIA COM O CHEFE E A EQUIPE é UM FATOR DETERMINANTE PARA VOCê REALIzAR bEM SEU TRAbALHO? th in ks to ck EU SOU MEU CHEFE: QUEM DISSE QUE é FÁCIL? OS SEGREDOS DOS MbAS VENCEDORES 7 AÇõES PUbLICITÁRIAS bEM CRIATIVAS FOI DESTAQUE NA WEbMuitas vezes sem formação específica em Administração, profissionais liberais precisam exercer suas profissões e, ao mesmo tempo, administrar seus negócios Escolas brasileiras têm se destacado em rankings internacionais, mostrando que o país pode, sim, figurar entre os que oferecem educação executiva de qualidade De outdoors que espirram sangue a bolas de futebol gigantes que derrubam prédios, veja do que a publicidade é capaz adm.to/proprio_chefe adm.to/acoes_criativas adm.to/segredos_mba> > > th in ks to ck th in ks to ck th in ks to ck 8 administradores.com Abril/Maio 2012 entrevista | linKedin brasil Com exclusividade, Osvaldo Barbosa de Oliveira fala à Administradores sobre os planos da rede social para 2012 por simão mairins | foto divulgação “nossa missão é conectar profissionais para torná-los mais produtivos e bem-sucedidos” Diretor-geral do LinkedIn Brasil 9administradores.comAbril/Maio 2012 Com a abertura do escritório no brasil, para o qual você foi nomeado presidente, a rede LinkedIn inicia uma grande ofensiva no sentido de crescer na América Latina, região onde já tem um dos seus melhores desempenhos. Quais são as metas para 2012? O momento econômico vivido pelo brasil foi um fator deter- minante para a abertura do escritório aqui? De que forma o cenário atual do país impacta nas estratégias do LinkedIn? No início do ano repercutiu bastante a notícia de que os sites de recrutamento brasi- leiros registraram um con- siderável crescimento em suas audiências. O LinkedIn encara esses veículos como concorrentes ou aliados? Várias das grandes iniciativas on-line amargaram (e algumas ainda amargam) a dificuldade de viabilizarem-se economi- camente, entre outras coisas, pelo fortalecimento da cultura do grátis na internet. Como vo- cês lidam com essa questão? Nosso objetivo é continuar levando educação e conhecimento a cada vez mais profissionais brasileiros, empresas e profissionais de recursos humanos, mostrando-lhes os benefícios do LinkedIn. Vamos nos apoiar no sucesso que tivemos na construção da nossa base de clientes e membros até aqui e pretendemos expandi-la ainda mais. Nós tivemos um grande crescimento no Brasil. No momento do lançamento do LinkedIn em português, em abril de 2010, nós tinhamos um milhão de membros brasileiros. Agora, temos mais de seis milhões. Dado o crescimento econô- mico do país, nós vimos uma boa oportunidade de aumentar nossa base e ensinar às empresas como alavancar suas ações em nossa plataforma. Na internet, assim como na vida real, é importan- te prestar atenção ao contexto. Sabemos que nos- sos membros gostam de poder separar sua vida pessoal da profissional. O LinkedIn é focado ex- clusivamente em conectar profissionais a outros ao redor do mundo e aumentar sua produtividade. Existe muito espaço para várias redes sociais na internet, mas não há nenhuma outra empresa que ofereça o valor e efeito de networking que nós so- mos capazes devido ao nosso tamanho, presença global e qualidade de dados. O LinkedIn é atual- mente a maior rede profissional do mundo, com mais de 135 milhões de membros. Quando um brasileiro se junta ao LinkedIn, ele pode se co- nectar a profissionais em 200 países e territórios. A maior parte das funcionalidades que ofe- recemos no nosso site é grátis para todos os membros. A nossa prioridade é com os nossos usuários, e estamos sempre procurando maneiras de agregar valor ao site para eles. O nível de acesso “básico” tem todas as funções e bene- fícios que a maioria dos profissionais precisa. As contas premium têm opções adicionais que geralmente são utilizadas por profissionais em certas áreas - onde identificar e contactar outros membros LinkedIn são fatores importantes. o final do ano passado, o LinkedIn, rede social global voltada para contatos profissionais, inaugurou em São Paulo o escritório de sua subsidiária verde e amarela, o LinkedIn Brasil, que comandará suas ações em toda a América Latina. A região já responde por uma parcela significativa do público da plataforma e, com o cresci- mento da importância econômica brasileira no cenário internacional, passou a receber uma atenção especial da companhia. O homem responsável por comandar as ações da rede na região é o brasileiro Osvaldo Barbosa de Oliveira, que assumiu a direção geral do LinkedIn Brasil com a inauguração do novo escritório. Ex-diretor do MSN no país, ele já passou por várias divisões da Microsoft e acumula uma vasta experiência no mercado digital. Em entrevista exclusiva à revista administradores, Osvaldo, entre outras coisas, conta os planos da rede para o Brasil e a América Latina em 2012, fala so- bre sua experiência na gigante fundada por Bill Gates e opina sobre o delicado tema da privacidade na internet. N Em abril de 2010, nós tínhamos um milhão de membros brasileiros. Agora, temos mais de seis milhões 10 administradores.com Abril/Maio 2012 Durante boa parte da sua car- reira, você esteve na Microsoft, empresa que – embora ainda muito grande e hegemônica em alguns seg- mentos – é o símbolo de uma fase que, na linha do tempo das tecnologias, vem sendo su- perada. Como tem sido a tran- sição de lá para o LinkedIn? O mundo hoje de- bate com bastante ênfase a questão da privacidade na internet. No caso do LinkedIn, que lida com profis- sionais, negócios e, de certa forma, media interesses, como vocês lidam com essa questão? Percorrendo uma teia de con- tatos, um profissional conse- gue chegar muito facilmente a outro com quem pode fechar um negócio, ofertar um serviço ou contratar alguém dentro do LinkedIn. Nessa lógica, fortalecer a integração com outras redes mais populares, como Twitter e Facebook, é uma prioridade para vocês? Com o boom do LinkedIn, uma série de iniciativas foi lançada com a proposta de rede social segmentada. Pouquíssimas ob- tiveram sucesso semelhante. Qual o grande segredo desse tipo de empreendimento? Apesar do tamanho da Microsoft, minha carreira na empresa foi pautada por iniciar e desenvol- ver diversos novos negócios no Brasil, entre eles a área de internet, publicidade on-line e, recentemente, marketing para usuários fi- nais. Sob esse ponto de vista, desenvolver os negócios do LinkedIn não foi tão diferente, me sinto bem à vontade. As maiores diferenças estão na agilidade das decisões, uma cultu- ra muito forte de valorização de talentos e, sem dúvida, um modelo de negócios único. A privacidade é uma grande priori- dade em nossa rede e nós a levamos muito a sério. Como somos uma rede profissional, os membros fre- quentemente partilham informações sobre suas carreiras e interesses. O site oferece controle completo sobre as informações que eles partilham e sobre o quanto do seu perfil é exi- bido publicamente. Nossa filosofia de privacidade e proteção de dados é baseada em três ideias: claridade, consistência e controle. As políticas de privacidade do LinkedIn são cer- tificadas e monitoradas pela mun- dialmente reconhecida TRUSTe. Hoje nós oferecemos aos usuários a capaci- dade de linkar suas contas do Twitter com a do LinkedIn para que possam compartilhar updates de status nas duas redes. Redes sociais como Facebook e Twitter oferecem aos seus usuários a capacidade de criar uma rede de amigos e contatos com quem podem partilhar informação. No LinkedIn, o objetivo é criar uma rede profissional e usá-la para encontrar novas oportunidades de negócio e carreira, fazer parte de grupos onde possam aprender com profissionais de sua área e se inspirar a partir da leitura de artigos partilhados nessa rede.É algo que o nosso fundador Reid Hoffman ambicionava quando ele começou o LinkedIn em 2003: conectar profissionais para torná-los mais produtivos e bem-sucedidos. E tudo que fizemos, desde as ferramentas do site até a maneira pela qual nós colocamos os nossos usuários como prioridade, nos permitiu aumentar a base de membros e os níveis de adoção. Nós estamos excitados em ver que mais de 135 milhões de profissionais estão se beneficiando disso. O objetivo é criar uma rede profissional e usá- -la para encontrar novas oportunidades de negó- cio e carreira entrevista | linKedin brasil 12 administradores.com Abril/Maio 2012 acadêmicO | exame na administração Aplicação de um exame de proficiência obrigatório para administradores divide opiniões de profissionais, estudantes e representantes. Afinal, uma única prova pode mensurar características subjetivas inerentes ao bom administrador? 13administradores.comAbril/Maio 2012 Atualmente o curso de gradua- ção em Administração é o mais pro- curado pelos estudantes. De acordo com o último censo do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (INEP), em julho de 2011 havia 734,7 mil alunos matri- culados nos cursos da área em insti- tuições públicas e privadas e ensino superior. Por ano, são despejados no mercado cerca de 114 mil novos profissionais, que se unem aos quase 2 milhões de administradores que já atuam. Destes, porém, apenas 302 mil pertencem aos quadros do CFA, segundo o próprio Conselho. A FAVOR Com esse volume de procura, na- turalmente surge a necessidade da implementação de mecanismos que fortaleçam a categoria e debulhe os “melhores” profissionais. Para muitos, a aplicação de um exame de proficiência seria a medida ideal. “Infelizmente a formação de ba- charéis em Administração hoje não é uma garantia de que estes estão preparados ou ao menos tenham um conhecimento suficiente das ferramentas de gestão que permita o exercício da profissão com o míni- mo de perícia que a mesma exige”, afirma o administrador e contro- lador financeiro Diego da Silva. O coordenador do curso de administração do Centro Universitá- rio Plínio Leite (Unipli), Gláucio de Melo Matos, lembra que o desejo de muitos alunos de apenas garantir o diploma universitário, sem enxergar as oportunidades decorrentes do ce- nário econômico favorável ao Brasil, justificaria a necessidade da aplica- ção do exame de proficiência para aferir os conhecimentos dos egres- sos dos cursos de Administração. “Percebo, através de experiência própria em sala de aula, bem como em instituições públicas e privadas, que boa parcela dos alunos recém chegados ao mercado apresentam grande deficiência conceitual e prática sobre gestão” relata Matos. APENAS UMA bARREIRA CONTRA O PIOR O administrador Wagner Siqueira, presidente do Conselho Regional de Administração do Rio de Janeiro (CRA/RJ), acredita que o problema está na qualidade do ensino ofere- cido pelas universidades. “Ora, por que não capacitá-las e supervisioná- -las efetivamente para que cumpram o seu papel institucional? Colocar os Conselhos e Ordens Profissio- nais para cumprirem esse papel representa que o MEC abdica de suas competências institucionais em favor das entidades classistas, cujo foco deve ser o profissional formado no exercício do trabalho e não a qualificação do estudante durante o seu curso de formação”, explica. Já o professor e pesquisador em Administração Pedro Lincoln, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), é incisivo ao criticar essa possibilidade. “Nada a ver. Um palpite infeliz, um grande mal entendido, mas que se origina de um ‘nó’ ainda maior: a regulamentação formal da profissão de administrador, como existe no Brasil, inclusive com pretendida reserva de mercado. O problema está aí”, acusa. Com 45 anos de estrada e a autoridade de quem já passou por muita coisa na profissão e na acade- mia, ele lembra que a massificação das profissões na modernidade industrial e a defasagem das escolas é que motivaram a interferência de corporações profissionais – como advogados e contadores – para defender a si mesmas e à sociedade. “Pragmaticamente, elas estão certas. Tratando-se de certas ‘atividades de alto risco social’, os exames de ordem são apenas uma barreira pro- tetora contra o pior, não a seleção do melhor. É claro que se limitam a conhecimentos técnicos e positivos, e nada captam de habilidades muito mais importantes àquelas profis- sões. Agora, no caso da Adminis- tração não cabe nem isso”, diz. Siqueira pontua que um exame obrigatório poderia ser eficiente apenas em apontar aqueles que foram competentes o suficiente para decorar e entender o que está nos livros e apostilas de cursos preparatórios – exatamente como acontece em cursinhos pré-vesti- bulares. Para ele, “se os exames de proficiência forem obrigatórios e se destinarem a privilegiar apenas os ‘profissionais excelentes’, corremos o risco de ver o Brasil desabaste- cido de profissionais que mesmo não sendo brilhantes academica- mente podem ser úteis em diversos estratos sociais importantes”. Os vizinhos da área de contabi- lidade passaram por um processo semelhante. Aprovada em 2010, a lei 12.249 tornou obrigatório o exame de suficiência do CRC como requisito para a obtenção ou o resta- belecimento de registro profissional. ObRIGATóRIO NÃO DÁ, MAS... O que poucos sabem é que o próprio Conselho Federal já tentou uma investida nesse sentido. Em 2005, o então presidente, Rui Otávio Bernardes de Andrade, declarou que enviaria ao Congresso Nacional uma proposta de alteração da lei 4.769/65 que instituiria o exame obrigatório, e passaria a valer já a partir de 2006. Porém a tentativa não deu certo e a proposta foi arquivada. Em nota, o atual presidente do CFA, Sebastião Luiz de Mello, declarou que é a favor do exame, mas segundo parâmetros diferentes. “Somos a favor da avaliação, mas defendemos que ela seja contínua, pois o exame nos moldes que vemos hoje só avalia o profissional naquele momento. A avaliação não pode ser um processo estanque”, explica. O presidente do CRA/RJ diz que deveria haver uma prova, porém não obrigatória, para servir de referência para empresas e profissionais – nesse caso, não haveria a necessidade de um novo mecanismo legal, apenas uma ins- trução normativa do próprio sistema CFA/CRAs. “É evidente que o Sistema precisa ingressar no mundo da Certificação Profissional por áreas de especialização, abando- nando de vez as tentativas antigas e superadas das provas de suficiên- cia, absolutamente defasadas da nossa realidade profissional. Esses exames de ordem são uma ode ao anacronismo na sociedade do conhecimento”, conclui Siqueira. debate acerca da obrigatoriedade da aplicação de uma prova para obtenção do registro profissional de administrador, o passaporte para o exercício da profissão, não é recente. Em 2003, uma pesquisa periódica do Conselho Federal de Administração (CFA) mostrou que 74% dos profis- sionais filiados à entidade apoiavam a realização do exame de proficiência como requisito para o exercí- cio de funções desempenhadas por administradores graduados. Em 2006, o relatório do Conselho recomen- dava a medida “como ação a ser implementada”. Ainda assim, essa é uma ideia controversa e conta com uma oposição forte. O 14 administradores.com Abril/Maio 2012 acadêmicO | escolas de negócios Seja na graduação ou na pós-graduação, as instituições de ensino voltadas para as áreas da Administração têm um papel fundamental de responsabilidade perante a sociedade. CINCO PONTOS De início, o papel simples que as escolas de Administraçãoexercem é atrair e treinar talentos. O recurso humano sofisticado é vital para o desenvolvimento econômico, e gestores treinados em universida- des estão aptos a oferecer tanto o conhecimento operacional quanto o eficiente processo decisório de que as empresas tanto preci- sam. Quando a universidade está localizada em países emergentes, esse tópico se torna ainda mais importante, pois deve priorizar a produção de graduados direciona- dos para aproveitar as vantagens do contexto econômico positivo e assim ajudar o país a crescer. O segundo e controverso papel das escolas de Administração é a responsabilidade de instigar valores na próxima geração de líderes. A educação, em geral, pode ser descrita como uma maneira de capacitar as pessoas a se tornarem agentes ativos na transformação de suas sociedades. Embora treinar os futuros transformadores da sociedade não seja uma respon- sabilidade única das escolas de Administração, não tenho dúvida de que é esperado dos estabelecimen- tos educacionais não apenas formar trainees, mas pessoas com uma base ética sólida e bom senso geral. O aprendizado também deve focar na conduta que permite às pessoas conviverem em um ecos- sistema plural e diverso. As escolas de Administração, geralmente, vêm sendo eficientes nessa parte, com evido à pressão aplicada nas universidades de Administração após a crise financeira, é fácil ignorar as verdadeiras contribuições que elas realizam para a sociedade e lamentar sobre o quanto poderiam ter feito. A verdade é que as instituições dessa área performam vários papéis diferentes e, às vezes, nós precisamos parar e analisar a forma como elas contribuem para a sociedade, pois somente assim é possível preparar um caminho melhor para o futuro. D CURSOS DE ADMINISTRAÇÃO: os defeitos e virtudes universais que eles lidam por alfons sauquet* | imagem thinkstock 15administradores.comAbril/Maio 2012 níveis de diversidade em sala de aula vistos em poucas disciplinas. Apesar disso, muitas alcançaram pouco sucesso no foco de valores. Embora seja relativamente fácil identificar um conjunto de valo- res e declará-los para o mundo, é muito mais complexo construir um processo decisório baseado neles. Então a questão é como focar em eficiência comercial e ao mesmo tempo instigar uma compreensão das competências sob as quais essas decisões são feitas e as suas consequências a longo prazo. Em terceiro lugar, existe a influência que as escolas de Administração exercem na opinião pública e a pressão que elas podem fazer na formação de políticas públicas. Essa função cobre desde usar a sua capacidade intelec- tual para ensinar a população a interpretar o status quo, a obrigação de ajudá-la a agir conforme suas visões ou até realizar lobby com instituições públicas com o objetivo de influenciar decisões políticas. É claro que, o quão menor o país ou maior a necessidade de desen- volvimento econômico, aumenta o nível de influência e responsabilida- de que as escolas da área têm neste campo. Hoje nós vemos que diver- sas universidades estão adotando uma atitude reflexiva, reconhecendo que ser uma instituição que produz e oferece conhecimento traz grandes responsabilidades para a sociedade. Em quarto lugar, além de ter uma voz pública, as escolas de Administração também têm um papel vital a desempenhar no desenvolvimento e disseminação da gestão e do pensamento econô- mico que resultam em pesquisa. Em anos recentes, ganhou força a discussão do rigor versus rele- vência – caráter esse que mostra um afastamento das instituições de Administração da procura do status acadêmico (que resulta em avanços frequentemente inaplicá- veis) em direção a trabalhos mais úteis no “negócio dos negócios”. O desafio está em encorajar o uso de práticas de pesquisa nas quais diferentes metodologias possam coexistir, juntamente com um esforço para transformar a pesquisa básica e sólida em uma armação educacional que consiga transmitir a prática através da educação. Enquanto esse último ob- jetivo requer um esforço dedicado a algo que não tratá um prestígio acadêmico óbvio, o primeiro requer mentes flexíveis. Então as escolas de Administração devem usar sua criatividade para desenvolver uma maneira para lidar com isso. Finalmente e, possivelmente como extensão desses últimos dois elementos, está a relevância da própria escola de Administração do ponto de vista institucional. Isso é notado com mais clareza em economias de transição que estejam afastando-se de mode- los centralizados de governo ou regulamentações restritivas. Nesses casos, não é somente a produção da instituição que é relevante, mas a própria escola como marco dessa transição. Existem valores agregados à própria natureza do trabalho escolar aplicado nas universidades que as tornam pontos de referência para uma sociedade em transição. E assim, os cursos da área tornam-se fontes de desen- volvimento dentro da sociedade. PAPEL E RESPONSAbILIDADE Então, com tantas maneiras diferen- tes de influenciar a socidade, as es- colas de Administração têm vários desafios à frente. Precisamos refletir honestamente sobre o nosso papel, considerando como pesamos esses diferentes tipos de influências e, conscientemente, decidirmos como devemos lidar com eles. Isso vai bem além de pequenos ajustes no ensino para demonstrar os discursos comuns e implementações padrão. As escolas de Administração estão tendo que lidar cada vez mais com a transformação que a educação comercial está sofrendo rumo a tornar-se um produto de mercado. Isso poderia gerar vários perfis de desenvolvimento que encorajariam a competitividade, alinhando recursos internos, estra- tégias de marketing e chegando ao desenvolvimento institucional. Mas essa necessidade de diferenciação conflita diretamente com os objeti- vos de padronização definidos pelas organizações de ranking. Embora esses objetivos almejem aumentar o nível da educação em Administra- ção, eles geralmente buscam fazê-lo através de produção de curto prazo. Isso, porém, destaca outro desafio: a diferença entre as motivações dos participantes e o que a escola deveria ensinar para maximizar a sua contribuição à sociedade. Por exemplo, estudantes de MBA, frequentemente, esco- lhem a instituição por causa da sua imagem e a facilidade que terão em conseguir um bom trabalho após a graduação. O conteúdo do programa acaba ficando em segun- do plano. E quando os estudantes analisam o conteúdo, eles procu- ram as ferramentas que possam maximizar a sua eficiência, e não desenvolver um pensamento crítico. E é no conteúdo que as escolas têm uma chance de realmente fazer a diferença. As de Administra- ção se encontram divididas entre atender às demandas imediatas dos candidatos e educá-los de uma forma que irá maximizar a sua contribuição para a sociedade como a próxima geração de líderes. O desafio está em encontrar um equilíbrio entre esses dois, garantin- do resultados excelentes em curto prazo para o graduado, enquanto instigando neles uma perspectiva de longo prazo. Uma das maneiras que esse objetivo pode ser alcançado é aumentando a quantidade de pensamento crítico necessário nos cursos, talvez retornando às raízes humanísticas da Administração, en- corajando os participantes a encon- trar as causas, efeitos e falhas em aplicar certos modelos ou métodos. As escolas de Administração de hoje enfrentam vários desafios. E, ao invés de uma resposta clara e direta para a questão do papel que elas devem desempenhar na sociedade, nós acabamos com um “depende”. Mesmo se todos concor- darmos que o papel do ensino deve ser influenciar a próximageração de líderes, é complicado definir como isso deve ser feito. Mas temos uma certeza: se as escolas não refletirem bastante sobre esses assuntos, a sua função nunca será clara e elas continuarão a ser criticadas. Dando importância ao seu papel na sua própria sociedade, as instituições de Administração ao redor do mundo vão descobrir que elas podem criar novas oportunidades, aceitando as responsabilidades que isso traz. *alfons sauquet é reitor da esade business school, uma das escolas de negócios com mais prestígio internacional, e co-editor de business schools and their contribution to society. As escolas de Administração estão tendo que lidar cada vez mais com a transformação que a educação comercial está sofrendo em direção a tornar-se um produto de mercado 16 administradores.com Abril/Maio 2012 s feriados são dias mágicos, e não somente porque o sol está brilhando ou a neve está caindo. Se você aproveitar a oportunidade, também pode ser por causa do silêncio: o smartphone pode estar desligado e nada de mensagens “você tem e-mail!”. Você aproveitou? Você apro- veita essas oportunidades durante o trabalho, mesmo que seja por apenas alguns minutos? Ou você é outro prisioneiro da nova mídia ele- trônica, incapaz de manter o mundo digital afastado do seu dia a dia? Aparelhos como iPhones, iPads, Blackberries, Androids, Kindles e todos os outros estão transformando as nossas vidas, e não somente no trabalho. Mesmo assim, acredite se quiser, praticamente não existem estudos sobre o efeito que eles causam à gestão e aos gestores. Nós escrevemos este artigo acreditando que essas tecnologias, como várias outras, oferecem benefícios óbvios acima das ameaças sutis, e um gestor precisa compreendê-las. Analisamos esse assunto de duas perspectivas diferentes, porém complementares. Um de nós (Henry) publicou dois livros sobre gestão, o primeiro em 1973 chama- do A natureza do trabalho de gestão (The nature of managerial work) e o segundo em 2009 chamado Ma- naging; ambos foram baseados em estudos empíricos sobre o dia-a-dia do trabalho de um administrador. O outro (Peter) estudou amplamente o impacto da tecnologia da infor- insiGht INFORMAÇÃO existe um botão de desligar O uma base de estudos interessante, pois não havia conversações em andamento da semana anterior (devido aos feriados). Durante essa semana, 64 e-mails foram enviados para 76 recipientes, ge- rando uma taxa de envios/recebimentos de 1:4.6. Das mensagens enviadas, 33 eram respostas para algumas das 294 mensagens recebidas (um pouco menos de 10%), 13 eram mensagens recebidas e encaminhadas para alguma outra pessoa respon- sável por lidar com elas (cerca de 5%) e 18 eram conversações iniciadas (6% do total recebido). Resumindo, dos 294 e-mails recebidos, somente 46 (cerca de 15%) necessitavam de ação imediata, 107 (cerca de um terço das mensagens) não foram sequer lidas (o título da mensagem já comunicava o necessário, a informação era obsoleta ou a mensagem não passou pelo filtro pessoal de junk-mail) e o resto (cerca de metade) poderia ser classificado como “informação relevante” (o que por sua vez pode requerer mais tempo e atenção). Assumindo que cada um dos 46 itens de ação obrigatória necessita de algum raciocínio, pode-se demorar uma média de 10 minutos para lidar com cada um. Essa soma chega a quase um dia de trabalho inteiro. Adicione isso às 18 conversações iniciadas, em que se gastam cerca de 15 minutos em cada, e você tem outro dia de trabalho inteiro. Se você contar um minuto por mensagem para fazer a triagem dos 294 e-mails, você gastou quase metade de uma semana de tra- balho de 40 horas só lidando com e-mails! Agora vamos dizer que essas estimativas são o dobro do que elas deveriam ser. Mesmo assim, vinte mação no ato de tomar decisões, como descrito em diversos artigos. Nós combinamos nossos esforços para oferecer alguma especulação bem informada sobre a maneira que essas novas tecnologias estão influenciando o gestor e a Admi- nistração. Sugerimos que você considere o seu próprio uso da mais relevante dessas tecnologias, o e-mail, como sugerido abaixo. ANALISE A SI MESMO PARA TORNAR-SE PARTE DA SOLUÇÃO Realize o seguinte exercício para determinar se você é parte do pro- blema ou da solução e para medir o quão realmente importantes são as mensagens que você envia e recebe. Os resultados podem surpreendê- -lo. Faça três cálculos: (1) a sua taxa entre envios/recebimentos – a quantidade de mensagens que você envia comparada à que você recebe; (2) a sua taxa de iniciação – a porcentagem de conversações que você inicia ao invés de somente responder; (3) a sua taxa de ação- -obrigatória – a fração de mensa- gens que necessitam de alguma ação de sua parte (normalmente uma resposta ou encaminhamento). Por exemplo, um de nós (Peter) fez as contas pela sua primeira semana de trabalho esse ano e surpreendeu-se com o resultado. Ele recebeu 294 e-mails, fora aqueles retidos pelos filtros de spam. 20% destes foram gerados por sistemas de mensagem; os outros vieram de remetentes diversos. Foi uma semana razoavelmente leve, mas www.coachingourselves.com www.impm.org > > O esforço de administrar está fortemente ligado à comunicação henry mintzberg é um dos autores mais produtivos da Administração na atualidade – com 16 livros publicados (quase todos considerados referências na área). Ele é professor na McGill University, co-fundador do International Master’s Program in Practicing Management, usado por institutos de ensino em Administração no Canadá, Inglaterra, Índia, China e Brasil, e da empresa de desenvolvimento de gestão CoachingOurselves. Peter todd é professor de Informática, Ciência Cognitiva e Psicologia na Universidade de Indiana, nos Estados Unidos. É pesquisador em tecnologia e desenvolveu modelos de redes neurais da evolução da aprendizagem. por henry mintzberg e peter todd | foto thinkstock 17administradores.comAbril/Maio 2012 já deixavam claro que a gestão é caracterizada por variedade, brevidade, fragmentação, um ritmo rápido e frequentes interrupções. A atenção é frequentemente desviada de uma atividade a outra em uma tentativa de atender a demandas conflitantes. Administradores podem perder bastante eficiência graças a essa atenção dispersa. Na verdade, o primeiro desses estudos, de autoria de Sune Carlson, observou diretores administrativos em corporações suecas no fim dos anos 1940 – enquanto o primeiro computador ainda estava sendo desenvolvido – e descobriu que eles já estavam inundados por relatórios. o e-mail, o número aproximado que circula na internet por dia é de 247 bilhões (www.radicati.com), e com isso, a importância e o custo dessa quantidade se torna mais claro. Como qualquer novo avanço tecnológico, existem efeitos não- -intencionais, mas danosos ao tra- balho de gestão. E no fim das contas o que importa é: você será uma parte do problema ou da solução? Na próxima edição, falare- mos sobre os problemas que a troca de informação através de plataformas virtuais – com e-mails, telefone e tablets – podem causar na rotina dos administradores. A computação móvel parece bastante direcionada para o modo de trabalho do administrador. Isso ajuda a explicar o enorme sucesso de vendas de Blackberries e smart- phones entre administradores. Essas tecnologias permitem a eles lidar mais eficientemente com as várias demandas e usar os momentos entre interrupções para completar suas ta- refas enquanto ainda deixam algum espaço livre para contemplação. Então, para o administrador que trabalha em um ambiente apres- sado e fragmentado, aTI móvel é bastante importante. Essa tecnologia parece ter sido criada com eles em mente. Falando apenas sobre por cento da semana de trabalho é consumida lidando com e-mails. O LADO bOM DA TI Nós sabemos que o esforço de administrar está fortemente ligado à comunicação: estudos sugerem que gestores de vários níveis passam ao menos metade do seu tempo cole- tando, recebendo e disseminando informação. E todos nos beneficia- mos da maneira que novas tecnolo- gias podem aumentar a velocidade e alcance dessa comunicação através do mundo inteiro. Quem, hoje em dia, consegue administrar sem elas? Estudos de Administração, alguns com mais de cinquenta anos, 18 administradores.com Abril/Maio 2012 carreira | networKing O MELHOR ESCRITóRIO PODE SER FORA DELE Por incrível que pareça, ambientes informais, um simples almoço e até uma cervejinha podem ser mais eficientes na hora de fechar um negócio, ter grandes ideias e, claro, desenvolver seu networking. uando Aline Pinheiro terminou de correr o Circuito das Estações Adidas, no Rio de Janeiro, jamais poderia imaginar que, momentos depois, iniciaria um contato que culminaria em um grande negócio para a empresa que trabalha. “Depois que terminei a prova fui para a tenda que oferece massagem e lanchinho para os competi- dores. Lá, comecei a conversar com uma pessoa chave da agência O2 Comunicação. Em meio ao nosso papo informal, descobrimos o que cada uma fazia profissio- nalmente e percebemos que as duas empresas podiam fechar uma parceria”, conta Aline, que é coordenadora de engenharia e tecnologia da Radix. A partir desse contato, a ideia da parceria evoluiu ao ponto da agência O2 e a Radix fecharem efetivamente o negócio. Q ternet e tudo mais. Foi lá que me reuni com os clientes e fechei as três negociações para os novos trabalhos”, conta a empresária. Até um mosteiro já serviu como ambiente para fechar um negócio. Em julho de 2011, a Asyst International, empresa brasileira de servi- ce desk, realizou uma fusão com a Rhealeza, do mesmo setor de TI. O contrato foi assinado no Mosteiro de São Bento, em São Paulo, instituição religiosa que possui mais de 400 anos de história. “Perto de concluir- mos a negociação, eu tive um sonho que dizia para assinar o contrato dentro do mosteiro de São Bento. Acabei levando essa proposta para os envolvidos, tendo o aval de todos”, destaca o presidente da empresa Francisco Blagevitch. De acordo com Francisco, a escolha do mosteiro foi importante por um bom motivo: “a assinatura no local simbolizou a longevidade e o respeito, duas características marcantes do mosteiro e que era o pensamento comum de todos os envolvidos nessa negociação”. A TROCA DO CARTÃOzINHO Quem já foi em alguma feira de negócios já deve ter observado pesso- as distribuindo enlouquecidamente seus cartões corporativos. Muitos, inclusive, parecem até entregadores de panfletos de sinais de trânsito – apenas um desconcertante “bom dia”, a entrega do cartão e passam para seu próximo alvo. Mas calma se você pensou em imitar essa estra- tégia: o resultado da jornada é, geralmente, menos eficiente do que um simples cafezinho ou um almoço com um grupo reduzido de pessoas. Muitos especialistas em recursos humanos apontam que o contato infor- mal pode ser uma excelente oportunidade para conhecer mais as pessoas, estreitar laços e ampliar o famoso networking. E engana-se quem acha que é necessário falar de negócios. “O assunto pode ser sobre o evento, um restaurante ou coisas informais”, afirma a empresária e especialis- ta em gestão Fádua Sleiman. De acordo com a consultora, “as pessoas quando não estão sob pressão costumam conversar mais à vontade”. E até almoçar de novo foi a saída que o diretor comercial Bruno Lins encontrou para estreitar os laços em uma de suas viagens. “Tinha acabado de almoçar quando encontrei um parceiro em potencial. Ele me chamou para comer e não pensei duas vezes: almocei de novo. Foi ótimo para nos conhecermos melhor. O resultado desse contato pró- ximo gerou até negociações posteriores”, comenta com orgulho. QUE TAL UMA CERVEjINHA? Se uma comunicação informal com pessoas desconhecidas pode ser útil, essa forma de contato mais despretensiosa, dentro das empresas, pode O que até parece ser um caso inusitado de fechamento de negócio, na verdade, é bem mais comum de acontecer do que muitos imagi- nam. Uma considerável gama de negociações, estratégias empre- sariais e criação de novas ideias acontecem, graças e especialmente, a um ambiente fora dos escritórios. Inclusive tem pessoas que prefe- rem trabalhar apenas desse jeito. “Atualmente eu só fecho negócios em ambientes bem informais. Hoje mesmo fechei com três empresas diferentes fora do escritório”, contou a executiva paulistana Yara Rocca. Ela, jornalista e coordena- dora da assessoria de comunicação que leva o seu nome – Yara Rocca Comunicação –, acredita que am- bientes assim proporcionam mais descontração e leveza ao trabalho. “Eu prefiro trabalhar assim. Apesar de ter um escritório, acredito que fora da empresa as pessoas ficam mais abertas e quebra toda aquela rigidez que o mundo corporativo proporciona naturalmente”, afirma. E Yara já adotou o seu “escritório informal” preferido: a área da piscina do seu edifício. “O meu prédio tem uma área de lazer muito gostosa e, justa- mente, perto da piscina tem um cantinho que possui uma tomada com wi-fi que dá para ligar a in- por fábio bandeira de mello | foto divulgação 19administradores.comAbril/Maio 2012 funcionar ainda melhor. O próprio happy hour da sexta-feira depois do expediente pode ajudar no ambiente diário da organização, pois cria um clima de maior camaradagem entre os profissionais. “É impor- tante que as empresas promovam e incentivem esses encontros. Não precisa ser grande, pode ser um café da manhã no trabalho mesmo”, declara Fádua Sleiman. No entanto, como não poderia deixar de ser, os excessos são sempre perigosos. “As pessoas não podem exceder na bebida, na comida. O momento é descontraído, mas é sóbrio. Os presentes que vão estar ali irão encontrá-lo no dia seguinte. Dividir a conta, não beber demais. Etiqueta do happy hour”, indica a especialista. Aproveitar os momentos, sejam eles os mais casuais, para se conec- tar com outras pessoas e construir relações é um das teses seguidas e difundidas também por Nicholas Boothman, consultor em comunica- ção humana e autor do best-seller americano Faça todo mundo gostar de você em 90 segundos. Em seu livro, Nicholas relata que o segredo do sucesso está, principalmente, na comunicação – em interagir. “Ninguém faz nada sozinho, e hoje, mais do que nunca, quem não consegue se relacionar com eficiência perde a chance de aumentar seu círculo de amigos, de ser aprovado em uma entrevis- ta, de concretizar uma venda, de melhorar na profissão, de aproveitar oportunidades e até de encontrar o amor da sua vida”, define. E é nesse ponto que existe uma espécie de “tempero” que muitos profissionais envolvidos no mundo corporativo esquecem de utilizar em suas rotinas recheadas de nego- ciações: o toque mais humano. As pessoas quando não estão sob pressão costumam conversar mais à vontade saia do virtual; encontre as pessoas A internet e as redes sociais têm sido excelentes ferramentas para reunir as pessoas. Neles, você pode criar, por exemplo, uma grande rede de “amigos” no Facebook e de “contatos” no LinkedIn. Claro que isso é muito positivo, mas cuida- do para não ficar bitolado em frente ao computador e perder um mundo de oportunidades na vida real. O encontro tête a tête traz uma experiência muito mais completa do que pela internet.nunca almoce sozinho Uma simples refeição com um colega ou com um contato profissional em potencial pode gerar mais frutos do que você imagina. Nele você pode comparti- lhar experiências, opiniões, insights, dicas e se aproxi- mar do outro. A conversa é um modo significativo de estabelecer um relaciona- mento e tecer vínculos de amizade e de trabalho. não fale apenas, saiba ouvir Muitas pessoas se em- polgam em uma conversa e a transformam em um verdadeiro monólogo. É nessas horas que se deve tomar cuidado para não virar o “chato”. Existem dois modos igualmente importantes em um bate papo: falar e ouvir. É na troca de informações que as pessoas encontram suas afinidades e interes- ses comuns. Mas se ainda tiver com dificuldade em fazer isso, lembre-se que fazer perguntas é o melhor conectivo para manter um diálogo. DICAS DE AMIGO O Mosteiro de São Bento (foto acima) já foi palco de fechamentos de negócios e Aline Pinheiro (foto ao lado) conseguiu uma excelente parceria para a sua em- presa após a disputa de uma maratona. 20 administradores.com Abril/Maio 2012 carreira | liderança o poder da liderança efetiva Há pouco mais de 100 anos, Roald Amundsen conquistou o Polo Sul e se tornou um exemplo para qualquer pessoa que queira se tornar um líder nos dias de hoje. por bill fischer* | imagem thinkstock 21administradores.comAbril/Maio 2012 m 14 de dezembro de 1911, há pouco mais de 100 anos, o norueguês Roald Amundsen e uma pequena equipe de quatro integrantes conseguiram algo jamais feito antes: che- gar ao Polo Sul. Na época, era verdadeiramente uma terra desconhecida – um dos lugares mais perigosos e inóspitos que se podia imaginar. Frio e inexplorado, uma verdadeira aventura ao desconhecido. E Mas a equipe de Amundsen não era a única a tentar essa emprei- tada. Um grupo maior, mais bem equipado e dotado de uma marca mais poderosa – a Marinha Real britânica – liderado pelo capitão Robert Falcon Scott, deslocava- -se exatamente ao mesmo tempo, e praticamente em paralelo, ao mesmo objetivo. Expedições fran- cesas, alemãs e japonesas também já estavam sendo traçadas. Mas só poderia haver um vencedor, e o sucesso da “start-up” da Noruega é um exemplo do poder de uma liderança eficaz, com ensinamentos que podemos aproveitar ainda hoje. De muitas maneiras, a vitória de Amundsen é uma homenagem ao “aprendizado”. Ele aprendia com qualquer um que oferecia ajuda, independentemente da fonte de seu conhecimento ou da posição na vida. Em uma época em que era comum a discriminação perante os povos indígenas, Amundsen foi um aluno dedicado aos ensinamentos dos esquimós Netsilik, que viviam no ár- tico canadense. O explorador norue- guês havia passado bastante tempo estudando a alimentação, roupas e habilidades de sobrevivência da tri- bo durante sua primeira expedição bem sucedida quando descobriu e percorreu a Passagem do Noroeste. Como resultado do que aprendeu, a equipe de Amundsen não só chegou ao Polo Sul mais de quatro semanas antes de Scott como tinham até engordado quando deve contratar pelas competências – porque você precisa delas, e então descubra como lidar com as atitudes que, sem dúvida, irão acompanhar o grande ego dos habilidosos. Qualquer equipe baseada em habilidades, construída a partir de especialistas funcionais, exige uma liderança forte, consciente e con- fiante – e Amundsen exemplificou tais atributos. No momento crítico do projeto, quando houve a corrida final ao Polo, ele passou a entender que a liderança era um “esporte de contato”, e se posicionou não na frente da equipe, mas na parte traseira, onde tinha melhor visão do desempenho do grupo, e de onde poderia se deslocar para cima e para baixo da linha para resolver problemas sem diminuir o ritmo. Esta foi uma escolha interessante, baseada na consideração de seu po- sicionamento pessoal. Não se trata- va de uma falsa modéstia simbólica, mas da eficácia da liderança tática. DE OLHO NOS DETALHES Talvez a característica mais im- pressionante do estilo de liderança de Amundsen, e que perdurou ao longo do tempo (de Thomas Edison a Steve Jobs), foi sua obsessão pelos detalhes. Seja o desenho incomum das roupas da equipe, o ambiente da cabine norueguesa pré-fabricada, o número de kits de abastecimento que ele insistiu em ter para garantir a reposição de recursos críticos, ou a falta de sentimentalismo quando montou a equipe polar final: Amundsen estava sempre envolvi- do. Não havia detalhe tão insigni- ficante a ponto de ser aceito sem considerar e reconsiderar. Enquanto o estilo de Scott era frequentemente casual, Amundsen era exigente e teimoso. No final das contas, a aten- ção dada ao detalhe pode ter feito a diferença entre a vida e a morte. Não há dúvidas em relação à coragem de ambas as equipes ou às suas realizações. A margem final era de apenas quatro semanas, uma diferença nada significativa. As duas assumiram riscos. Scott, de fato, empregava tecnologia de ponta ao adotar veículos motorizados (que falharam, mas sua iniciativa merece ser reconhecida, e Amundsen certamente ficava preocupado da tecnologia vir a revolucionar tudo). O interessante é que, na ver- dade, as duas equipes foram bem, em média, mas não foi isso que fez a diferença, e sim a variância, responsável por determinar a vida e a morte nessa aventura. Scott teve a infelicidade de lançar seu ataque final ao Polo quando as temperaturas caíram bruscamente. Em condições médias, a equipe poderia ter sobrevivido, mas por causa do contratempo, tiveram que lutar na ponta errada da distribui- ção climática por tempo o bastante para acabar com suas vidas. Administrar a variância em vez da média é o resultado da liderança de um grande projeto: busca pelas melhores ideias, reflexão, ambição, paixão pela tarefa, conjunto das habilidades certas, obsessão pelos detalhes e teimosia para tentar tirar o máximo proveito do talento são atributos característicos de grandes equipes e grandes líderes. Nesta incrível corrida de dois projetos, a menor equipe e menos fadada ao su- cesso ganhou, mesmo com enormes desvantagens de recursos, devido à liderança de Roald Amundsen. retornaram à base. A equipe de Scott nunca mais voltou, vítima da exposição ao frio e da fome. O PODER DA LIDERANÇA A sede irreprimível de Amundsen pelo aprendizado era, sem dúvida, relacionada à sua paixão por tudo que fazia e viria a fazer na explora- ção polar. Ele claramente operava em busca da experiência – sim, a fama também era um objetivo, mas a meta era a expedição em si, não os benefícios indiretos que poderiam derivar do sucesso. A motivação do capitão Scott era bem diferente – ele almejava uma posição naval sênior como resultado de seu trabalho. Projetos bem sucedidos, complexos e inovadores depen- dem do trabalho em equipe; e a exploração polar era exatamente isso. No entanto, a composição dos dois times não poderia ter sido mais díspar. O de Amundsen contava por verdadeiros peritos em cada posição. Em vez de se cercar de “amigos”, Roald optou por pessoas com habilidades de que precisaria nas regiões perigosas da Antártida. Scott, por outro lado, reuniu sua equipe caprichosamente, com velhos amigos, conhecidos e puxa-sacos. O que Amundsen reconheceu, e Scott não, foi que quando se está diante de projetos arriscados, a tra- dicional máxima de “contrate pela atitude, ensine as habilidades” não se aplica. Em tais situações, o líder *bill fischer é professor de technology mana- gement, no imd, e diretor de programa driving strategic innovation. ele tem uma coluna no forbes.com chamada the ideas of business, inspiradoem seu livro mais recente the idea hunter. siga bill no twitter @bill_fischer 22 administradores.com Abril/Maio 2012 empreendedOrismO | mulheres oi-se o tempo em que as mulhe- res se comportavam como muitas donzelas dos antigos romances e contos de fada. Em histórias como Rapunzel ou A bela adormecida, elas se apresentam como figuras subservientes, que só têm seus finais felizes condicionados à aparição de um príncipe encan- tado em suas vidas. No entanto, a postura feminina com o passar do tempo deixou de ser submissa e pas- sou a ser independente e atuante na sociedade a partir de conquistas contínuas. F mulheres liderando esses em- preendimentos no país é quase igual ao número de homens nessa função, segundo relatório do Global Entrepeneurship Monitor (GEM) de 2010. Dos 21,1 milhões de empre- endedores que conduzem negócios com menos de um ano e meio de existência, 49,3% são mulheres, o que representa 10,4 milhões de pessoas. As informações repre- sentam um aumento em relação a 2002, ano em que elas representa- vam 42,4% dos empreendedores. DE OLHO NO PRESENTE (E NO FUTURO) A partir dos dados acima é possível constatar que as mulheres vêm conquistando cada vez mais espaço no mercado e obtendo reconhecimento de Cada vez mais as mulheres ganham destaque nas carreiras, em cargos de liderança e em funções outrora exclusivas do gênero mas- culino, a exemplo de Angela Merkel (chanceler da Alemanha), Christine Lagarde (diretora do FMI) ou Dilma Roussef (presidente do Brasil). Até mesmo em culturas mais resisten- tes à atuação feminina, como a do Afeganistão, elas ganham destaque. O país tem como vice-presidente do Parlamento a líder Fawzia Koofi, que já planeja disputar a presidên- cia do país nas eleições de 2014. Nos negócios, o cenário também não é diferente. No sua competência, provando que seu desempenho nos negócios pode ser tão bom ou melhor que a atuação masculina. E até as questões socioambientais estão em pauta. “Tive coragem de fazer uma empresa, um ramo novo na época, sem apoio financeiro. Suportei por bastante tempo até conseguir resultados, assumindo uma série de riscos”, conta a empresária Sibylle Muller. Formada e com Mestrado em Brasil, mulheres estão à frente de grandes empresas como Petrobras (Graça Foster), GM Brasil (Grace Lieblein), Magazine Luiza (Luiza Trajano) e GE (Adriana Machado). E o destaque da atuação feminina em cargos de direção e comando no Brasil tem respaldo em estatísticas. De acordo com dados de uma pes- quisa realizada pela Michael Page, a presença de mulheres nas funções de liderança cresceu em 2011, pas- sando de 4% em 2010 para 8%, mo- tivada, principalmente, pelas áreas de Finanças e Vendas e Marketing. Em relação aos pequenos e micronegócios, a quantidade de MULHERES NO COMANDO: o sucesso do poder feminino Conheça empresas que fazem a diferença e as mulheres que estão à frente delas. por fábio bandeira de mello e mayara emmily | foto e imagens divulgação e thinkstock Louzier Lessa trocou seu cargo nos Correios para reiventar receitas de doces. Hoje, ela conta com 70 fun- cionários. 23administradores.comAbril/Maio 2012 Engenharia Civil, Sibylle trabalhava para uma empresa alemã na área de meio ambiente e começou a viajar para a Alemanha com suporte da companhia para a realização de um projeto ambiental. Lá se aperfeiçoou em tecnologias de solo, água e ar e decidiu, aos 41 anos, fundar o seu próprio negócio no Brasil: a Acquabrasilis. A empresa – que é especializada em reuso e potabilização da água, captação pluvial e tratamento do recurso para fins não potáveis – atualmente conta com 240 projetos realizados, além de 91 sistemas que aproveitam a água e tratam efluentes instalados em todo o país. Entre seus parceiros estão grandes construtoras como Odebrecht, Tecnisa, Gafisa e Camargo Corrêa Desenvolvimento Imobiliário. Já Maronita Antunes buscou, através do empreendedorismo, alterar positivamente a situação dos moradores de sua localidade. Diante da difícil condição de vida da maioria dos produtores de açafrão do município de Mara Rosa (GO), a diretora escolar e também cultivadora da especiaria resolveu agir para ajudar os agricultores. A partir daí, ao começar a participar da Cooperativa dos Produtores de Açafrão de Mara Rosa e região (Cooperaçafrão), ela iniciou ao lado dos outros cooperados a organização do trabalho da colheita, que se tornou mais eficiente com a ajuda de todos. “Foi visível a melhoria de vida dos produtores, que cresceram socialmente e economicamente”, afirmou Maronita. A ação, que também promoveu a conscientização sobre o respeito à legislação, permitiu que crianças e jovens, que tradicionalmente deixavam a escola para ajudar a colher a safra, não precisassem mais abandonar as salas de aula. A iniciativa de Maronita Antunes, hoje à frente da Cooperaçafrão, teve reconhecimento nacional, com a entrega do troféu de prata do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2012 na categoria Negócios Coletivos para a produtora. UMA NOVA PORTA Algumas vezes para se alcançar objetivos é preciso coragem para mudar de carreira. E uma em- presária que não teve medo de mudanças foi Louzier Lessa. Tudo teve início em 1989, quando ela começou a fazer doces para comple- mentar seu salário de funcionária dos Correios de Cordeiro (RJ). Vendendo inicialmente doces simples, a empresária começou a investir na confecção de doces mais sofisticados e passou a se dedicar exclusivamente ao seu negócio. Fez tanto sucesso que hoje o empreendimento conta com 70 pessoas e escritórios no Rio de Janeiro e em São Paulo. O fatu- ramento, em 2011, foi de R$ 1,2 milhão e a perspectiva é de um aumento de 20% para esse ano. Para tanto sucesso, a empresária dá a receita: “eu não queria fazer um simples doce, que todo mundo faz. É preciso que a qualidade do produto seja extraordinária, tanto no sabor quanto na aparência. Além disso, tudo o que a gente faz tem que ser feito com amor. Essa é a diferença, pois quando os clientes veem o produto, ficam encantados”, afirma. Quem também seguiu os ventos da mudança foi Regina Jordão. Paralelamente ao trabalho de secretária numa empresa estatal, ela participou de cursos em uma área com a qual já se identificava, a estética. Após o término do treina- mento, começou a trabalhar com um médico em São Paulo, mas morava no Rio de Janeiro e foi daí que sur- giu a ideia de criar uma empresa no setor estético, mais especificamente no ramo da depilação. “Comecei a perceber que este mercado era carente de profissionais e de um ambiente exclusivo, pois com meu horário muito reduzido (tendo que vir para o RJ todo final de semana), não conseguia colocar minha depila- ção em dia e muito menos encon- trar bons profissionais”, afirma. Assim, Regina Jordão deixou o emprego de secretária e fundou em 1996 o Instituto de Depilação Pello Menos, no Rio de Janeiro. Hoje o empreendimento é uma rede com 42 lojas na capital carioca e em São Paulo, com 450 mil clientes cadastrados e uma média anual de faturamento de R$ 70 milhões. Cada vez mais as mulheres ganham destaque nas carreiras, em cargos de liderança e em funções outrora exclusivas do gênero masculino Regina Jordão criou a Pello Menos que conta com 42 lojas e faturamento anual de R$ 70 milhões. 24 administradores.com Abril/Maio 2012 empreendedOrismO | mulheres elas fizeram a história Cleópatra Vitória joana d’Arc Anita Garibaldi Elizabeth I Catarina, a Grande 69 A.C – 30 A.C 1819 – 1901 1412 – 1431 1821-1849 1533 -1603 1729 – 1796 Uma das mulheres da história que maisinspiraram a literatura, o cinema e as artes. Foi a última rainha da dinastia de Ptolomeu e governou o Egito por mais de uma década. Cleópatra foi uma grande negociante e estrategista. Seus romances com Julio César e Marco Antonio, ambos de Roma, converteram-na numa das soberanas com mais poder da antiguidade. Governou por 63 anos e 7 meses um império em expansão. Apesar de ser uma monarca constitucional que não tinha poder formal, Vitória deu seu nome a uma época e foi uma das figuras mais conhecidas no mundo século XIX. Foi um período de mudança industrial, cultural, política, científica e militar no Reino Unido. Desde julho de 1832 até pouco antes da sua morte, escreveu diários frequentemente, reunindo um total de 122 volumes. As muitas biografias publicadas até hoje concluem que Vitória era emocional, obstinada, honesta e frontal. Virou combatente após declarar ao rei Carlos VII ter visões da expulsão dos ingleses da França. Nesse período, assumiu o comando do exército real em várias batalhas durante a Guerra dos Cem Anos. Sua figura uniu os franceses em um momento crítico. No entanto, foi capturada, julgada e queimada na fogueira acusada de bruxaria pelos ingleses. O papa Bento XV nomeou-a santa em 1920. Ao lado do guerrilheiro italiano Giuseppe Garibaldi, lutou pela independência do Rio Grande do Sul e de outros territórios, no que ficou conhecida com a Guerra dos Farrapos. Anita é considerada, no Brasil e na Itália, um exemplo de dedicação e coragem. Dois municípios do estado de Santa Catarina levam seu nome: Anita Garibaldi e Anitápolis. Muitas cidades brasileiras possuem também ruas e avenidas em sua homenagem, como a avenida Anita Garibaldi, em Salvador, Bahia. Como rainha da Inglaterra trouxe estabilidade ao país após tumultuados reinados anteriores e criou uma estrutura política sólida para os países que falavam inglês. Coroada aos vinte e cinco anos e esteve à frente em um período de ascensão, marcado pelos primeiros passos daquilo que seria o Império Britânico. No entanto, algumas atitudes serviram para manchar sua gestão, como a forma que lidou com os problemas na Irlanda e por apoiar o tráfico de escravos na Inglaterra. Reinou por 34 anos a Rússia e concluiu a transformação do país em uma grande potência. Durante o seu reinado, o Império Russo expandiu-se, melhorou a sua administração e continuou a modernizar-se. Ficou conhecida também pelas suas represálias, por vezes brutas, aos movimentos revolucionários e pela sua vida privada singular. Catarina causava escândalo frequentemente, dada sua tendência para relações que espalhavam rumores por todas as cortes europeias. Líderes, estrategistas, polêmicas e capazes de modificar o rumo da história. Apesar de todo indicativo à fragilidade e submissão que as mulheres sofreram ao longo de séculos, muitas delas mostraram uma impressionante capaci- dade de quebrar paradigmas e deixaram suas marcas no mundo. Selecionamos 14 dessas mulheres que, por algum ou vários motivos, tornaram-se ícones em suas épocas, inspi- rando ou amedrontando gerações inteiras. 25administradores.comAbril/Maio 2012 Emmeline Pankhurst Margareth Thatcher Lilian Gilbreth benazir bhutto Mary Parker Follet Teresa de Calcutá Marie Curie Aung San Sun Kyi 1858 – 1928 1925 - 1878 - 1972 1953-2007 1868 – 1933 1910 - 1997 1867 -1934 1945 - Líder militante do movimento do sufrágio feminino britânico, que fez campanha pelo direito de voto da mulher. Lutou com afinco pelos direitos da mulher toda a sua vida, sendo presa inúmeras vezes e resistindo a várias greves de fome. Foi, inclusive, a escolhida dessa edição para o “Administradores na história”, na página 47. Foi a primeira mulher a dirigir uma democracia moderna. Como primeira-ministra da Grã- Bretanha, governou por onze anos ininterruptos (1979 - 1990). Ficou conhecida como a “Dama de Ferro” pela forma rígida e inflexível do seu governo e pelo combate, de forma radical, aos movimentos sindicais trabalhistas. Em seu período de governo venceu uma guerra no Atlântico Sul, ajudou a derrubar o comunismo soviético e reafirmou o triunfo do capitalismo em seu país e no exterior. Foi a precursora da aplicação da psicologia em problemas administrativos. Desenvolveu suas ideias sobre a importância do fator humano nos negócios e na Administração. Desempenhou também o papel de modelo inspirador para as mulheres empresariais em todo o mundo. Líder do Partido Popular de Paquistão, foi a primeira mulher a ocupar o cargo de premiê de um país muçulmano. Com apenas 35 anos, Bhutto se tornou chefe do governo do Paquistão entre 1988-1990 e também entre 1993-1996. No entanto, em ambas as passagens não conseguiu completar o mandato por ser acusada de corrupção e improbidade administrativa. Para fugir dos processos que corriam na justiça, optou pelo exílio em 1999. Em 2007, voltou para disputar novamente as eleições parlamentares, mas foi assassinada em um ataque terrorista no país. Foi uma cientista social que desafiou os preceitos da Administração Científica e ajudou a lançar as fundações da escola de relações humanas. Pensadora independente e crítica, Follett teve um impacto poderoso na teoria da Administração nas décadas de 1920 e 1930, e suas ideias continuam a ressoar ainda hoje. Desafiou também o papel dos “especialistas”, e sustentava que a melhor aprendizagem é a que adquirimos por nós mesmos, sem depender que outros pensem por nós. A missionária católica albanesa passou boa parte da sua vida auxiliando pobres, doentes e famintos. Fundou casas religiosas por todo mundo e estabeleceu a sua presença missionária em países como Albânia, Rússia, Cuba, Canadá, Palestina, Bangladesh, Austrália, Estados Unidos, Sri Lanka, Itália, China, entre outros. O seu trabalho foi reconhecido pelo Prêmio Templeton, em 1973, e o Nobel da Paz, em 1979. Dois anos após sua morte, João Paulo II abriu a causa de sua canonização. Uma das mais importantes cientistas de seu tempo, sendo pioneira no estudo da radioatividade. Marie foi a primeira pessoa a obter dois prêmios Nobel. Em 1903 ganhou o Nobel de Física (dividido com seu marido, Pierre Curie, e Becquerel), 1911, ganhou o Nobel de Química pela descoberta dos elementos químicos rádio e polônio. Nascida na Birmânia, transformou- se em um símbolo internacional de oposição pacífica à opressão. Liderou a oposição contra os governantes militares em seu país em busca de democracia e, por esse motivo, foi colocada em prisão domiciliar, permanecendo nesta condição por quase 15 dos 21 anos que se passaram desde 1990 até sua libertação, em novembro de 2010. Ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 1991. 26 administradores.com Abril/Maio 2012 marKetinG | marcas Que acabaram Embora muitas caiam no esquecimento, um número considerável resiste ao fim das organizações que representavam e se mantêm vivas na memória do público. Branding ALéM DA MORTE: o que acontece com as marcas de empresas que deixam de existir? por simão mairins | foto e imagens divulgação 27administradores.comAbril/Maio 2012 marcas ativas no mercado (LG, Samsung, Sony) tenderiam a levar vanta- gem sobre a Gradiente num primeiro momento, já que pesariam o distan- ciamento no tempo e a associação com a tecnologia anacrônica”, afirma. MARCA ETERNA A empresa chegou ao fundo do poço, entrou num beco sem saí- da, ficou de mãos atadas. Afundada em dívidas, não tem receitas suficientes nem crédito no mercado. Não consegue mais honrar compromissos. Não houve outra solução: portas fechadas. Mes- mo assim, anos depois, as pessoas ainda se lembram dela. O caso do Banco Nacional