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RELATÓRIO Modelagem

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Prévia do material em texto

Experimento de Modelagem com Humanos
Bárbara Kéfere do Carmo
Bruno Reis Bernardo Cobucci
Gabriel Guimarães Hass
Ian Rodrigues Birnbaum
Kamila Francisco Silva
Lucas de Alencar Liberal
Brasília
Novembro de 2017
Centro Universitário de Brasília – UniCEUB
Faculdade de Ciências da Educação e Saúde – FACES
Curso de Psicologia
	
	
	
	
	
	
Sumário
	
	
	
	
	
	
A Análise do Comportamento é uma área da psicologia que tem como foco central a análise e o estudo do comportamento, sendo ela, por vezes, chamada de Comportamentalismo, Teoria Comportamental, ou, ainda, Análise Experimental do Comportamento (Bock, Furtado & Teixeira, 2001). Esta última opção é de especial importância, uma vez que ressalta o caráter experimentalista desta abordagem, que detém de uma série de técnicas e procedimentos, sendo mesmo uma das áreas da psicologia “que mais sistematicamente tem realizado um programa experimental de investigação dos processos comportamentais” (Matos & Tomanari, 2002, p. 5). Dessa forma, dentre o seu leque de técnicas, discutir-se-á, aqui, uma em específico: a modelagem.
A modelagem é, de forma sucinta, um procedimento da Análise de Comportamento que possibilita a aprendizagem de novas respostas a partir dos princípios de reforçamento diferencial e de aproximações sucessivas. Ela se articula com base no comportamento operante e em seus conceitos relacionados: de reforço e extinção. Além disso, sua aplicação, conta com o apoio de outros procedimentos, como o registro do nível operante e o conceito de esquema de reforçamento em CRF. O texto à frente tratará de pormenorizar cada um desses elementos, a fim de se haver melhor compreensão deste procedimento.
Primeiramente, é importante definir o conceito de comportamento operante, e, com isso, diferenciá-lo do comportamento respondente. Este é caracterizado por relações de reflexos, onde um estímulo elicia uma resposta, isto é, uma modificação ambiental incide no organismo de forma a alterar seu comportamento de forma involuntária (Moreira & Medeiros, 2007). O comportamento operante, alternativamente, “se estabelece quando seguido de certas consequências” (Skinner, 1981, p. 69), onde, primeiramente, o organismo emite uma resposta, dentro de um determinado contexto, que, depois, gerará consequências. Dentre as possibilidades de consequência, uma importante é a do reforço.
	
	
	
	
	
	
O reforço é uma consequência que aumenta a probabilidade de o comportamento voltar a ocorrer (Moreira & Medeiros, 2007), isto é, quando a pessoa emite um comportamento, ele irá gerar consequências que, se aumentarem a probabilidade de ele se repetir no futuro, essa contingência é considerada reforçadora. O reforço, entretanto, não é nem o estímulo nem a resposta, ele é a apresentação de um reforçador quando uma resposta ocorre. “Podemos falar tão somente de respostas reforçadas, mas não de organismos reforçados” (Catania, 1999, p.90). Segundo Skinner (1981) para se saber se certo evento, para um determinado organismo sob dadas condições, é reforçador ou não, deve ser feita uma investigação objetiva e empírica, uma vez que esse “objeto” reforçador nem sempre está óbvio para o sujeito a quem se reforça.
O reforço, além disso, apresenta outros efeitos além do aumento da frequência do comportamento reforçado. Há, também, a diminuição da frequência de outros comportamentos, isto é, quando um comportamento é reforçado, os outros comportamentos tendem a diminuir sua frequência, onde a probabilidade de se emitir um comportamento que não é o reforçado é menor; há, também, a diminuição da variabilidade da topografia da resposta, em que a forma do comportamento reforçado tenderá a ser cada vez mais parecida à medida que ele o emite (Moreira & Medeiros, 2007). 
	Ademais, existem fatores que influenciam a eficácia do reforço. Segundo Matos e Tomanari (2002), há eventos que têm função ontogenética, isto é, a depender do conjunto de experiências adquiridas ao longo da vida do indivíduo, um elemento poderá ser, ou não, reforçador para o organismo. Por exemplo: falar em público, para alguns, pode ser bastante reforçador, mas, para outros, pode chegar a ser aversivo. Isso talvez aconteça por essas pessoas já terem passado por experiências boas ou ruins antes, ao se apresentarem, de forma que isso seja determinante para seu comportamento. Além disso, há, também, influências filogenéticas do comportamento, que são aquelas que tem função de manter o equilíbrio homeostático do corpo (Matos & Tomanari, 2002). É o caso de várias necessidades fisiológicas, como a alimentação. Para esta, dependerá se o organismo está saciado ou não. Quando o organismo não está saciado, é o que se chama de privação, ou seja, se o organismo for privado da oportunidade de comer, será notável, evidentemente, que o comer tenha uma maior probabilidade de ocorrer na primeira oportunidade oferecida ao organismo (Skinner, 1981). Portanto, na alternância entre esses dois estados (privação e saciação), se altera o valor reforçador dos estímulos, onde a comida ora é atraente, e ora ela pode ser aversiva.
	Outro conceito importante para a modelagem é a extinção. Segundo Skinner (1981), na extinção operante, um determinado comportamento se torna cada vez menos frequente devido à supressão de um elemento reforçador. Isso fará com que o comportamento, gradativamente, volte para os níveis anteriores, isto é, do nível operante (Moreira & Medeiros, 2007), conceito este que será melhor explicado adiante. Imaginemos agora um exemplo de extinção: se um marido faz ligações telefônicas para sua esposa, e ela o atende, o marido tenderá a continuar ligando, uma vez que falar com a esposa seria reforçador nesse exemplo. Caso, por alguma razão, a esposa deixe de atende-lo, esse elemento reforçador será suprimido e, portanto, ele poderá parar de telefonar para ela, caso ele não tenha uma alta resistência à extinção.
Além disso, a extinção tem outros efeitos relevantes para o comportamento, além da diminuição de sua frequência. Há o aumento abrupto da frequência da resposta no início do processo, e a eliciação de respostas emocionais variadas. Há, também, o aumento da variabilidade da topografia da resposta, isto é, o organismo tentará mudar a forma do comportamento a fim de alcançar o elemento reforçador anteriormente suprimido. Por exemplo, no caso do marido que telefonava para sua esposa, ele poderá procurar outras maneiras de falar com ela, como mensagens, ou pessoalmente, para que não se perca o elemento reforçador de sua atenção (Moreira & Medeiros, 2007). 
De volta à modelagem, como já foi dito, é um procedimento que gera novas respostas (Catania, 1999). Esse novo comportamento, que surge a partir de comportamentos já existentes no repertório comportamental do indivíduo, passa a fazer parte de seu acervo comportamental (Moreira & Medeiros, 2007). O procedimento ocorre com o experimentador manipulando o comportamento através do reforço, isto é, o experimentador reforça o indivíduo toda vez que este emitir uma resposta mais próxima do comportamento desejado (aproximações sucessivas e reforçamento diferencial). Ao se atingir os comportamentos mais próximos ao desejado, os comportamentos anteriores são postos em extinção até que se atinja seu objetivo. Os autores, Moreira e Medeiros (2007), tomam como característica fundamental da modelagem a imediaticidade do reforço, ou seja, quando mais rápido o reforço após a resposta, mais eficaz e rápida será a modelagem. Segundo Catania (1999), algumas propriedades da modelagem são bastante particulares dos organismos e das respostas, enquanto outras são, geralmente, relacionadas à modelagem de uma variedade de respostas em diferentes organismos. 
	Entretanto, para a aplicação da modelagem, outros procedimentos são necessários. É o caso do nível operante. Segundo Gomide e Weber (2003), o nível operante consiste em se observar e mensurar o repertório de comportamentos do organismo antes que qualquer intervenção experimentalseja feita. Nesse sentido, é algo a ser feito antes da modelagem, para que, assim, seja possível se avaliar quais comportamentos já compõem o repertório do organismo e que podem ou não ser utilizados na modelagem.
	Outro procedimento útil para a efetuação da modelagem é o CRF, que é um tipo de esquema de reforçamento. Esquemas de reforçamento são critérios utilizados para se determinar quais respostas emitidas pelo organismo serão reforçadas (Catania, 1999). Existem, segundo Catania (1999) e Moreira e Medeiros (2007) diferentes tipos de esquemas de reforçamento, como, por exemplo, os esquemas de razão – no qual determinados comportamentos são reforçados após um número de respostas emitidas; os esquemas de intervalo – onde se reforça apenas após um intervalo de tempo; e, ainda, mas não o último existente, o esquema de reforço contínuo, que é o chamado CRF.
O Reforçamento Contínuo (CRF), em inglês "Continuous Reinforcement", é caracterizado por ser o procedimento em que toda resposta é reforçada por um período de tempo estabelecido (Moreira & Medeiros, 2007). Todas as vezes que o sujeito emitir um comportamento específico, ele será reforçado. O CRF é comum no nosso dia a dia, existindo diversos exemplos no cotidiano, como, por exemplo, o ato de girar a chave do carro e o mesmo dar a partida todas as vezes.
O CRF, ainda, tem importante papel nas atividades experimentais da Análise de Comportamento. Segundo Matos e Tomanari (2002), ele tem o papel de fortalecer determinadas respostas, para que elas mantenham uma alta frequência no repertório comportamental do sujeito. Aqui está sua importância para a modelagem. Ao fim deste procedimento, o experimentador poderá reforçar o organismo em CRF, para que o comportamento ensinado seja fortalecido e que, assim, seja mantido por mais tempo. 
	Por fim, o presente trabalho teve como objetivo ensinar a uma pessoa um novo comportamento através da modelagem, e mostrar na prática como esse procedimento é feito. Sua importância se deu por mostrar o quão útil pode ser essa técnica nas intervenções psicológicas. Além disso, esta atividade teve papel de treinamento para os estudantes que a executaram.
Método
Participantes
Participou do trabalho um estudante do curso de Arquitetura do UniCEUB, de 22 anos de idade, convidado pelos alunos da turma de Laboratório de Processos Básicos Afetivos e Motores, do curso de Psicologia.
Local 
O experimento foi realizado em uma das salas do LABOCIEN, do Campus II do UniCEUB. A sala era retangular e, nela, haviam seis bancadas de mármore, com sete bancos cada.
Material
Foi disponibilizado para cada grupo uma caixa de madeira com os materiais necessários para o experimento. Dentro da caixa haviam 28 canetas, sendo elas distribuídas igualmente nas cores preto, azul, vermelho e verde, uma caixa de gravetos de plástico, um frasco com álcool em gel, uma folha de instrução, uma cartolina branca quadricular, com 16 quadrantes, um cronometro e um pote de plástico. Foram utilizados, também, um pote de plástico com 180 gramas de chocolates M&M’s, cinco pranchetas, e cinco folhas de crivo.
Procedimentos
	O experimento foi realizado por um grupo de alunos, constituído por seis pessoas, sendo eles escolhidos em uma das aulas prévias ao experimento. No grupo, um dos integrantes foi o aplicador do experimento – o experimentador – e aos outros cinco foi designada a função de observadores. O participante foi escolhido pelo grupo antes do procedimento, sendo apresentado um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e assinado pelo mesmo. 
	Os observadores tiveram por função marcar na folha de crivo o comportamento do participante, ou seja, cada vez que ele tocava um quadrante os observadores marcavam na folha de crivo o quadrante em que foi tocado, mostrando ao final quantas vezes o participante havia tocado cada quadrante. Previamente, foi combinado com a turma as cores que deveriam ser usadas em cada fase experimental sendo elas: cor azul para o Nível Operante, cor vermelho para Modelagem, cor verde para CRF e cor preto para Extinção.
No dia do experimento, um dos integrantes do grupo buscou o participante no hall de entrada do UniCEUB, às 12:00 horas, e o levou até a sala do LABOCIEN, onde foi aplicado o experimento. Chegando na sala, o participante foi convidado a se sentar em um lado da bancada, e o experimentador do outro, de modo que eles ficassem frente a frente. Os observadores se encontraram no lado da bancada em que estava o participante, posicionando-se ao lado dele. 
Foi pedido, no início do experimento, para que o participante lesse a folha de instrução em voz alta, por duas vezes. As instruções encontradas eram as seguintes: "Quando o experimentador autorizar, você deverá encostar a ponta da vareta em qualquer quadrante da cartolina branca, retirar a ponta da vareta e mantê-la suspensa por aproximadamente 2s. Faça esse movimento sucessivamente até que o experimentador solicite que pare. Você deverá descobrir o que você precisa fazer para ganhar o máximo de chocolate ‘M&M’ que conseguir”. 
O quadrante escolhido para que o participante ganhasse o chocolate era o A2, informação da qual ele não tinha conhecimento. Após o participante ler e explicar corretamente as instruções, o experimentador demonstrou para ele como deveria tocar no quadrante, para que não houvessem dúvidas, e foi pedido para que ele lesse uma última vez as instruções. Em seguida, se pediu que começasse a tocar nos quadrantes, começando, assim, a experimentação. 
Na primeira fase, foi registrado pelos observadores o Nível Operante. O objetivo desta fase consistiu em se observar o repertório de comportamento do participante, tendo por critério de finalização o tempo de um minuto, marcado pelo experimentador. O término da fase foi indicado pelo sinal, que foi previamente combinado, de mudar o pote de plástico de lugar, para que os observadores tivessem conhecimento dessa finalização, sendo feito o mesmo em todas as fases experimentais.
A fase seguinte foi a de Modelagem, tendo por objetivo ensinar o comportamento de tocar o quadrante A2 ao participante. Para finalização da fase, o critério era de que o participante tocasse cinco vezes consecutivas o quadrante escolhido. A próxima fase foi a de CRF, onde se teve por objetivo reforçar o comportamento aprendido de tocar o quadrante A2, e para que se finalizasse era necessário o toque consecutivo de dez vezes no quadrante. 
A última fase foi a de Extinção, onde se suspendeu o reforço, tendo por objetivo tornar o comportamento de tocar no quadrante A2 cada vez menos frequente. O critério para a finalização da fase foi o tempo de um minuto, marcado pelo experimentador. Com a finalização da fase de Extinção, foram concluídas as fases da experimentação, sendo avisado para o participante que o experimento havia acabado.
Por fim, foi pedido pelo experimentador para que o participante dissesse o que ele achava que era preciso ser feito para que ganhasse o chocolate, tendo por resposta tocar no quadrante A2 como aquilo que ele pensava que deveria ser feito. Depois, se entregou o pote de plástico com os chocolates que o participante havia ganhado por tocar o quadrante correto. Finalmente, o aplicador agradeceu o participante e o levou até a porta de saída.
Resultados 
A partir dos procedimentos realizados, foram obtidas as frequências em que cada quadrante foi pressionado, em cada fase experimental. Primeiramente, obteve-se que, durante o nível operante, as respostas foram bem distribuídas em todos os quadrantes, variando entre 0 e 6 (Tabela 1), onde o quadrante com mais respostas foi o C2, com 6 ocorrências. Na modelagem, a segunda fase do experimento, observou-se que o quadrante A2 teve o maior número de respostas em relação aos demais, com 18 ocorrências. Além disso, nota-se que os quadrantes próximos ao A2 (A1, A3, A4, B1 e B2) obtiveram frequências um tanto mais baixas (de 1 a 6), enquanto que os quadrantes mais distantes não foram tocados nenhuma vez. Depois, na etapa de reforçamento contínuo(CRF), o quadrante A2 foi tocado 11 vezes, enquanto que todos os outros quadrantes tiveram frequência zero. A etapa de extinção, a quarta fase, teve novamente frequências bem distribuídas, indo de 0 a 5.
Tabela 1
Número de respostas emitidas em todos os quadrantes nas fases experimentais de Nível Operante (N.O.), Modelagem (MOD.), Reforçamento Contínuo (CRF) e Extinção (EXT.)
	Quadrante Número de respostas 
	
	N.O.
	MOD.
	CRF
	EXT.
	A1
	3
	3
	0
	2
	A2
	4
	18
	11
	5
	A3
	2
	6
	0
	3
	A4
	2
	3
	0
	1
	B1
	3
	1
	0
	2
	B2
	1
	1
	0
	0
	B3
	2
	0
	0
	2
	B4
	3
	0
	0
	0
	C1
	3
	0
	0
	1
	C2
	6
	0
	0
	4
	C3
	5
	0
	0
	1
	C4
	2
	0
	0
	1
	D1
	4
	0
	0
	1
	D2
	0
	0
	0
	2
	D3
	0
	0
	0
	0
	D4
	0
	0
	0
	3
Depois, criando-se uma representação gráfica onde se compara apenas as fases de nível operante e de modelagem (Figura 1), obteve-se que: na fase de nível operante, as respostas foram distribuídas de maneira relativamente uniforme, variando de 0 a 6, enquanto que, na fase da modelagem, o quadrante A2 apresentou o maior número de ocorrências, com 18 respostas. Nos quadrantes D2, D3, e D4, não houveram respostas em nenhuma das duas fases. Além disso, nos quadrantes B3 até D4, não houveram respostas na fase de modelagem.
 
Figura 1. Número de respostas emitidas em todos os quadrantes nas sessões de Nível Operante (N.O.) e Modelagem (MOD.).
	Agora, em outra representação (Figura 2), são comparadas as fases de nível operante, reforçamento contínuo (CRF) e extinção. Na fase de nível operante, observou-se que as respostas foram bem distribuídas, variando de 0 a 6, onde o quadrante com mais respostas foi o C2, com 6 ocorrências. Na terceira fase, o CRF, observou-se certa discrepância em relação ao restante das fases, por apresentar, no quadrante A2, 11 ocorrências. Além disso, nessa fase, nenhum outro quadrante foi tocado pelo participante. Na quarta fase, de extinção, as respostas voltaram a se parecer com as observadas no nível operante.
Figura 2. Número de respostas emitidas em todos os quadrantes nas sessões de Nível Operante (N.O.), CRF e Extinção (EXT.).
	Por fim, na Figura 3, podemos observar que, no nível operante e na extinção, os números de respostas emitidas se assemelham, sendo uma 4, e a outra 5, respectivamente. Enquanto isso, na modelagem e no CRF, o número de respostas emitidas foi mais elevado, apresentando 18 e 11 ocorrências, respectivamente.
 Figura 3. Número de respostas emitidas no quadrante A2 em todas as sessões experimentais.
Discussão
	A partir dos dados registrados e apresentados anteriormente, é possível se observar diversos aspectos teóricos da abordagem da Análise de Comportamento aparecendo de forma prática. 
É valido enaltecer, por exemplo, como a fase experimental do nível operante se apresentou com frequências bem distribuídas pelos quadrantes, onde o participante emitia comportamentos diversos sem claramente ter escolhido um quadrante preferencial. Como dizem Gomide e Weber (2003) e Moreira e Medeiros (2007), o nível operante se dá antes de se haver qualquer intervenção direta, observando-se o repertório comportamental que o indivíduo já possui. Isso justifica o fato de o participante da pesquisa ter pressionado todos os quadrantes de forma bem distribuída, uma vez que ainda não se havia tido nenhuma intervenção direta visando fazê-lo focar em um quadrante específico. 
Como ilustrado na Figura 1, a modelagem teve alta taxa (com 18 ocorrências) e os quadrantes próximos a ele também apresentam ocorrências, o que não é apresentado nos demais quadrantes. Disso se pode inferir que o indivíduo, ao ser reforçado tocando no quadrante A2, buscou verificar se também receberia o reforço tocando nos quadrantes próximos ao que foi reforçado. O interessante é observar que os quadrantes mais afastados não foram tocados nenhuma vez nessa fase. Dessa forma, o autor Catania (1999), caracteriza esse fato como umas das propriedades da modelagem, podendo ser bastante particular dos organismos e das respostas.
Além disso, na fase do CRF, pode-se observar (Tabela 1) que o participante tocou apenas no quadrante A2, e todos os outros quadrantes tiveram frequência zero. Isso se dá, segundo Moreira e Medeiros (2007), devido a outros efeitos característicos do reforço, isto é, além do aumento da frequência do comportamento reforçado (11 ocorrências), há também a diminuição da frequência de outros comportamentos. Esse efeito do reforço é nítido em nosso experimento, uma vez que os comportamentos de pressionar os outros quadrantes (que não o A2) passaram a ser 0, sendo que antes variavam de 0 a 6 (Tabela 1). A imediaticidade do reforço também é um fator determinante nessa fase, visto que quanto mais rápido o reforço é apresentado, mais eficaz e rápida é a modelagem (Moreira & Medeiros, 2007).
Além do mais, outro dado a se considerar é o da semelhança entre as fases do nível operante e da extinção (Tabela 1). Segundo Moreira e Medeiros (2007), quando um comportamento deixa de produzir consequência reforçadora, isto é, entra em extinção, ele retornará à frequência do nível operante. Este fato se torna evidente na Figura 3, onde, no quadrante A2, a fase de nível operante teve 4 toques e a de extinção teve 5 toques. Dessa forma, pode-se perceber que os comportamentos são apenas mantidos se forem reforçados (Catania, 1999). Aqui, o comportamento de tocar o quadrante A2 era mantido apenas pelo reforço de ganhar chocolate, por exemplo.
Uma das dificuldades encontradas na realização do experimento foi a de o participante ter tocado a quadrante de maneira excessivamente rápida, ignorando a instrução de esperar dois segundos entre cada toque. Isso levou à dificuldade de os observadores registrarem com eficiência os comportamentos do participante, o que pode ser percebido na Tabela 1, pois, na fase de CRF, o participante deveria tocar o quadrante correto por 10 vezes consecutivas. Entretanto, observa-se que foram registrados 11 toques no quadrante A2, enquanto todos os outros tiveram 0. Significa que houve algum erro, seja do observador – que poderia ter registrado um a mais – ou do experimentador – que teria mantido a fase por mais tempo do que deveria.
Por fim, podemos concluir que a modelagem é um instrumento eficaz para se ensinar novos comportamentos a um organismo. Torna-se, assim, notável o mecanismo do comportamento operante, sendo ele importante para a realização do procedimento da modelagem através dos princípios de reforço e extinção (Moreira & Medeiros, 2007). Vê-se, também, o uso e as relações existentes entre os procedimentos de nível operante e de CRF, úteis também para a realização da modelagem. Ressalta-se, por fim, que, apesar das dificuldades impostas pela maneira que o participante tocava os quadrantes, o objetivo do trabalho ainda assim foi concluído, que era o de ensinar um novo comportamento para o participante através do procedimento da modelagem.
Referências
Bock, A. M. B., Furtado, O. & Teixeira, M. L. T. (2001). Psicologias: Uma introdução ao estudo da psicologia. São Paulo: Editora Saraiva.
Catania, A. C. (1999). Aprendizagem: Comportamento, Linguagem e Cognição. Porto Alegre: Artmed.
Gomide, P. I. C. & Weber, L. N. D. (2003). Análise experimental do comportamento: manual de laboratório. Curitiba: Editora UFPR.
Matos, M. A. & Tomanari, G. Y. (2002). A análise do comportamento no laboratório didático. São Paulo: Manole.
Moreira, M. B. & Medeiros, C. A. (2007). Princípios Básicos da Análise do Comportamento. Porto Alegre: Artmed.
Skinner, B. F. (1981). Ciência e Comportamento humano. São Paulo: Martins Fontes.
Anexos
Anexo 1 – Registros feitos no “Crivo A” (Fases: Nível Operante, Modelagem, CRF e Extinção)

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