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BASEADO EM MATERIAL DO II SIMPÓSIO MINEIRO DE BUIATRIA – 6 A 8 DE OUTUBRO DE 2005 – ESCOLA DE VETERIN[ARIA – UFMG – BHte. - MG ABORDAGEM CLÍNICA DAS NEUROPATIAS DOS RUMINANTES Elias Jorge Facury Filho Milene Alvarenga Paulo Marcos Ferreira Antônio Último De Carvalho INTRODUÇÃO As neuropatias ocupam papel de destaque entre as doenças que acometem os ruminantes, uma vez que várias delas são zoonoses como, por exemplo, a raiva e a encefalopatia espongiforme bovina (BSE). Muitas apresentam alta morbidade e letalidade, ocasionando perdas econômicas bastante expressivas. No Setor de Clínica de Ruminantes do Hospital Veterinário da UFMG (HV UFMG), de 1999 a 2003, foram atendidos cerca de 1800 casos clínicos e as neuropatias representaram 70% deste total. Raiva, botulismo e polioencefalomalacia foram os diagnósticos mais freqüentes. Outras enfermidades como por exemplo, babesiose cerebral, síndromes vestibulares em decorrência de otites, coccidiose nervosa, meningoencefalite por herpesvirus tipo 5, erliquiose nervosa, febre catarral maligna, lesões de nervos periféricos, apresentaram casos esporádicos e com menor freqüência. Atualmente temos observado o aumento dos diagnósticos de meningoencefalite por herpes vírus tipo 5, talvez associado a melhores condições de diagnóstico. A alta freqüência de casos de neuropatias que são enviados para o HV UFMG nos demonstra três aspectos relevantes envolvendo as neuropatias: sua freqüência, importância econômica e dificuldades de diagnóstico. As dificuldades no diagnóstico estão ligadas principalmente à variação de manifestações clínicas de uma mesma doença, à semelhança sintomatológica existente entre algumas delas e, em vários casos, à falta de estrutura técnica dos laboratórios para diagnóstico. Este resumo tem como objetivo trazer informações sobre a abordagem clínica dos surtos de neuropatias em ruminantes e os grupos de enfermidades envolvidas. DIAGNÓSTICO DAS NEUROPATIAS DOS BOVINOS A metodologia de trabalho para se chegar a um diagnóstico nas neuropatias se inicia a partir de um levantamento detalhado do histórico da doença, inspeção rigorosa do ambiente geral da propriedade, do manejo e dos animais do rebanho visando identificar problemas subclínicos. Em seguida é necessários um exame clínico geral e exame neurológico minucioso dos animais doentes, necropsias e exames complementares. Portando as conclusões devem surgir de um trabalho organizado onde não se deve queimar nenhuma etapa das diversas fases. As expectativas de soluções rápidas freqüentemente são fadadas ao insucesso. Nas mortalidades de rebanhos é muito importante que todos os óbitos sejam investigados, pois muitas vezes ocorrem mortes por causas diferentes e existe uma tendência dos produtores de pensar em uma só causa. ANAMNESE E EXAME DO AMBIENTE A anamnese é uma ferramenta importante para estabelecimento do diagnóstico. Deve ser bem ampla, de forma a abranger não somente o problema em questão, mas também todo o funcionamento da propriedade, como gerenciamento, manejo sanitário, nutricional, reprodutivo, de pastagens, genético, comercialização de animais, etc... Os dados obtidos na anamnese devem posteriormente ser checados na visita à propriedade, pois muitas vezes a confiabilidade das informações não é a desejada e a visão do técnico é mais ampla e analítica do que a do proprietário ou do gerente da fazenda. As informações abaixo são importantes na anamnese e na inspeção durante a visita a propriedade: • Início e evolução dos sintomas e curso da doença. • Morbidade, mortalidade, letalidade. • Categorias envolvidas, idade e sexo. • Ocorrência de problemas semelhantes na vizinhança e região. • Inspeção do rebanho: condição física e corporal, aspecto dos pêlos, infestação por carrapatos, bernes, e moscas, alterações de comportamento, postura e locomoção. • Presença de morcegos hematófagos. • Mineralização do rebanho: tipo, distribuição e conservação dos cochos e fornecimento, qualidade e controle de consumo da mistura mineral. • Alimentação: mudanças, composição, métodos de fornecimento, contaminação com fungos, terra e carcaças, métodos e qualidade de conservação. • Tipo e estado das pastagens, acesso a capoeiras, presença de plantas tóxicas, fungos, restos de culturas. • Aguadas: qualidade, bebedouros, presença de algas, matéria orgânica e carcaças. • Acometimento de outras espécies animais. • Promiscuidade com outras espécies (ex: suínos, caprinos, ovinos). • Proximidade de indústrias e acesso a resíduos. • Manejo do rebanho nos dias que antecederam o aparecimento de animais doentes: viagens, reagrupamentos, vacinações, vermifugações, banhos carrapaticidas, controle de bernes, mudanças de pasto, desmama, descorna, castrações e outras. • Calendário sanitário detalhado. • Uso de agrotóxicos na propriedade e vizinhança. • Instalações: tipo, conservação e higienização. • Gerenciamento, relações de trabalho dentro da propriedade e grau de confiabilidade das informações dos funcionários. • Farmácia, lixeira, fossa séptica, destino de carcaças. • Manejo minucioso da propriedade. EXAME CLÍNICO GERAL Os animais doentes devem ser submetidos a exame clínico completo. Deve-se examinar o maior número possível de animais dentro de um surto uma vez que a apresentação clínica pode ser variada ou apresentar animais em vários estágios da mesma doença ou, até mais de uma doença envolvida. O acompanhamento da evolução do quadro clínico deve ser realizado. O exame neurológico constitui parte do exame clínico geral e tem como objetivos determinar a existência de lesão do sistema nervoso e indicar a provável localização da lesão. ESPECIAL • Avaliação das funções sensoriais: Sensibilidade superficial: pesquisada com agulha e alicate aplicados na pele, martelo nas tuberosidades ósseas e choque; Sensibilidade profunda: toque da pálpebra, da córnea e do interior da orelha com os dedos; aplicação de agulha na parte ventral da cauda e do espaço interdigital; percussão da base do chifre, do cotovelo, do tendão calcâneo e da patela. • Avaliação proprioceptiva: Verificada pela correção de posicionamentos incômodos ou anormais em que se coloca o animal que deve acontecer no período de 1 a 2 segundos (por exemplo, o cruzamento dos membros). A ausência de correções revela alterações da consciência. • Avaliação das funções motoras: Revelada através das respostas às provas de sensibilidade, à postura e tônus muscular. Determina a ocorrência de paresias ou paralisias. Pode-se observar ainda, alterações da mastigação, deglutição, respiração, posicionamento da cabeça e hipotonia da cauda, do ânus e membros. • Avaliação dos reflexos: Pesquisados na articulação do carpo, do cotovelo, da patela, do tendão do músculo gastrocnêmico e reflexos dolorosos. EXAME DOS NERVOS CRANIANOS • Nervo olfatório: I Par Teste: cheirar amônia, fumaça ou alimento. Não se apresentando repugnância pela amônia ou fumaça e interesse pelo alimento, constata-se no animal a falta de olfato como disfunção. • Nervo ótico: II Par Teste: movimentação da mão ou objetos em frente aos olhos; uso de foco luminoso para avaliação do reflexo e exame oftalmológico. Espera-se que o animal reaja aos objetos e a luz excessiva do foco luminoso, pisque e apresente fechamento da pupila. Em caso de disfunções o animal apresenta o andar vacilante, tromba em obstáculos e alterações como midríase / miose e fotofobia. • Nervo oculomotor: III Par Teste: foco luminoso, abaixamento da cabeça. Avalia-se o reflexo pupilar,considerando-se que o abaixamento da cabeça provoca normalmente o deslocamento dorsomedial do olho. Em caso de disfunções o animal apresenta midríase/miose, ptose e estrabismo. • Nervo troclear: IV Par Teste: movimentação da visão com objetos e elevação da cabeça. Deve-se acompanhar a capacidade de o animal acompanhar os objetos ventrolateralmente, pois sabe-se que a rotação ventral da pupila deve ocorrer com a elevação da cabeça. A incapacidade de o animal movimentar o olho ventrolateralmente indica disfunção. • Nervo trigêmio: V Par Teste: sensibilidade à agulha, a objetos frios e ao toque da córnea; palpação da musculatura temporal e masseter. Deve-se avaliar a resposta aos testes de sensibilidade do animal, sua tensão muscular e o ato de piscar os olhos. Movimentação anormal da boca e alteração da sensibilidade da face e do olho indicam disfunções. • Nervo abducente: VI Par Teste: resposta do olho à movimentação de objetos e toque da córnea. Deve-se avaliar a incapacidade do animal em acompanhar objetos movidos lateralmente e a ausência de retração da 3ª pálpebra. Como disfunção aparecerão o estrabismo medial e a paralisia da membrana nictitante. • Nervo facial: VII Par Teste: sensibilidade à agulha na face e toque de córnea. Deve-se avaliar a movimentação da pele e o piscar os olhos, uma vez que se espera do animal piscar o olho tocado e que pisque suavemente o olho oposto. Assimetria facial, ptose da pálpebra, lábio caído e perda de movimentação da orelha configuram disfunções. • Nervo acústico: VIII Par Teste: provocar som alto (palmas, bater em latas, etc). Avaliar o piscar os olhos, o movimentar-se e a capacidade de reação de alerta do animal. Surdez, andar em círculos, inclinação lateral da cabeça, nistágmo e desequilíbrio caracterizam disfunções. • Nervo glossofaríngeo: IX Par Teste: compressão da região da garganta para se avaliar a presença de movimentos de deglutição ou tosse. Como disfunção aparecem a dificuldade de deglutição e a movimentação da língua. • Nervo vago: X Par Teste: pressão sobre o globo ocular. Em situação normal o animal apresenta bradicardia e, no caso de não apresentar alteração ao teste, configura-se uma situação de anormalidade. Pode-se, também, realizar a prova do sulfato de atropina que deverá ser aplicado na dose de 30mg por via subcutânea após se aferir a freqüência cardíaca do animal; se alterada a freqüência cardíaca em mais de 16% do valor inicial o animal apresenta comprometimento do nervo vago. Como disfunção o animal apresenta alterações na motilidade dos pré- estômagos. • Nervo acessório: XI Par Teste: palpação da musculatura cervical e elevação da cabeça do animal. Avalia-se assim, a presença ou ausência de tônus e a força muscular do animal se opondo à elevação de sua cabeça. A hipotonia da musculatura cervical e o desvio da cabeça do animal indicam disfunções. • Nervo hipoglosso: XII Par Teste: tração da língua para ambos os lados da boca, avaliando-se a resistência do animal à extrusão da mesma para um lado e para outro da cabeça. Em caso de disfunção o animal apresentará língua flácida. De acordo com os sintomas apresentados, as alterações do sistema nervoso são agrupadas em síndromes. As principais síndromes nervosas classificam-se em cerebral (cortical), cerebelar, vestibular e medular. Avaliação dos membros do animal em movimento SINAL CLÍNICO / INTERPRETAÇÃO PARESIA Arrastamento dos membros, cascos gastos, tremores ao sustentar o peso, severa fraqueza em todos os membros sem ataxia. Fraqueza na flexão ou na extensão, doença neuromuscular. ATAXIA (incoordenação) Balançar o corpo de um lado para outro, abdução dos membros, cruzamento, pisar sobre o membro oposto, circundação do membro para o lado de fora ou girar sobre o membro do lado de dentro quando anda em círculo. Pode ser difícil diferenciar de paresia. Indica comprometimento vestibular, cerebelar ou somente suave doença cerebral se outros sinais são compatíveis com o quadro. DISMETRIA Hipometria > movimentos rígidos dos membros com pouca flexão. Hipermetria > Membros superextendidos com excessiva extensão articular. Doença da medula espinhal ou doença vestibular contra-lateral. Sugestivo, mas não limitado à doença cerebelar. SÍNDROME CEREBRAL (CORTICAL) As alterações que constituem a síndrome cerebral, freqüentemente provocam sintomas diferentes dependendo da área lesada (sensitiva , motora ou de associação), e também do agente etiológico (destrutivo ou irritativo). Sinais clínicos das síndromes cerebrais do tipo destrutivo: apatia, depressão, falta de conexão com o ambiente, diminuição das respostas a estímulos, hipoestesia, anestesia, coma, alteração da sensibilidade profunda. Tipo irritativo: alterações psíquicas com exarcebação das reações, excitação, hiperreflexia, hiperestesia. Espasmos musculares, convulsões. Em ambas as condições podem ocorrer perturbações auditivas e visuais, opistótono e movimentos de pedalagem. Uma das principais características das encefalites é a alteração do psiquismo. SÍNDROME CEREBELAR Pode ser de origem congênita, hereditária ou adquirida. A forma congênita está freqüentemente associada a doenças virais durante a gestação e a adquirida pode ocorrer por traumas, tumores, processo inflamatório, etc. Os principais sinais clínicos são: hipotonia, hipermetria, incoordenação, marcha cambaleante (zig-zag), quedas (retropropulsão). Quando em estação apresenta oscilação do corpo, abertura do quadrilátero de sustentação, tremores, nistágmo e opistótono. Os sinais clínicos são contínuos e o psiquismo é normal. SÍNDROME VESTIBULAR Existe uma relação estreita entre cerebelo e labirinto, ambos agem sinergicamente. O labirinto informa a posição do corpo e o cerebelo coordena os movimentos e a postura. A síndrome vestibular está freqüentemente associada à ocorrência de otites e alterações do nervo Facial. Os sintomas são muitas vezes intermitentes, e o psiquismo é normal. Principais sinais clínicos: nistágmo, desequilíbrios transitórios, inclinação da cabeça, andar em círculo, ptose da orelha e pálpebra de forma unilateral, hemiparesia. SÍNDROME MEDULAR Os sinais clínicos variam de acordo com o local, a extensão da área lesada, e a gravidade. As principais causas são processos inflamatórios, tumores, abscessos, hematomas, fraturas, hérnias, espondilites, etc. Os principais sinais clínicos são: alterações sensitivas e motoras (paresias, paralisias), alterações dos reflexos (hiporreflexia, hiperreflexia) e atrofias musculares. Localização das lesões medulares LESÃO / SINAIS CLÍNICOS C1 – C6 Ataxia, isolamento, irritação nervosa, fraqueza lateral ou dos membros, diminuição da sensibilidade superficial da área, hiperreflexia, diminuição propioceptiva de todos os membros. C6 – T2 Ataxia, isolamento, irritação nervosa, fraqueza dos membros anteriores tão atingidos quanto os posteriores, diminuição da sensibilidade superficial da área, hiporreflexia anterior e hiperreflexia posterior, diminuição da sensibilidade propioceptiva. T2 – L3 Anteriores normais com ataxia, fraqueza, hiperreflexia e diminuição da sensibilidade superficial dos posteriores, posição de cão assentado, diminuição da sensibilidade propioceptiva dos posteriores. L4 – S2 Anteriores normais com ataxia, paresia, hiporreflexia, diminuição da sensibilidade superficial dos posteriores, posição de cão assentado. S1 – S3 Distensão da bexiga e dilataçãoanal LESÃO DIFUSA DA UNIÃO NEUROMUSCULAR PERIFÉRICA Fraqueza dos quatro membros e diminuição ou ausência dos reflexos em todos os membros. NECROPSIAS Geralmente as necropsias são de fundamental importância no diagnóstico das neuropatias, mesmo quando não exibem lesões macroscópicas. Nestes casos são compatíveis com doenças onde não se espera encontrar lesões. Quando existem vários animais doentes e o prognóstico é desfavorável deve-se optar pelo sacrifício e necropsia de alguns e o acompanhamento clínico de outros. A colheita de material para diagnóstico laboratorial em alguns casos é melhor em animais sacrificados e imediatamente necropsiados (por exemplo, enterotoxemia e botulismo) enquanto que para outras doenças é necessário esperar a evolução natural e colher o material após a morte como no caso da raiva. Recomenda-se necropsiar vários ou todos os animais mortos em um surto e interpretar corretamente os achados anatomopatológicos em animais com decúbito prolongado. Há uma tendência a se responsabilizar uma só doença por todas as mortes que venham a ocorrer em uma propriedade, cabendo ao técnico a identificação das possíveis ocorrências. EXAMES COMPLEMENTARES A anamnese, a inspeção do ambiente, o exame clínico e os achados de necropsia serão decisivos para a montagem de uma chave de diagnósticos prováveis. A comprovação do diagnóstico definitivo pode vir da análise deste trabalho, ou em alguns casos de um resultado de exame laboratorial. É importante salientar que os exames complementares nem sempre são conclusivos, seja por limitações das técnicas ou por disponibilidade das mesmas. Além disso, o pedido de exames laboratoriais tem que estar fundamentado no trabalho de campo que deve gerar os diagnósticos a serem confirmados, os materiais a serem coletados e o exame laboratorial mais adequado. Exames complementares de algumas afecções dos bovinos, material a ser colhido e métodos de conservação. AFECÇÃO / MATERIAL / EXAME LABORATORIAL / CONSERVAÇÃO RAIVA/ Fragmentos de cérebro, cerebelo, hipocampo, medula /Imunofluorescência direta, inoculação em camundongos /Resfriado ou congelado. BOTULISMO/ Conteúdo intestinal do duodeno e jejuno e fragmento de fígado /Bioensaio em camundongo / Congelado POLIOENCEFALOMALACIA (PEM ) /Cérebro inteiro / Histopatologia / Formol a 10% Soro sanguíneo / Enzima transcetolase eritrocitária / Resfriado BABESIOSE / ANAPLASMOSE / ERLIQUIOSE Clap de cérebro, baço, fígado e rim/ Esfregaço sanguíneo de ponta de cauda/pesquisa de hemoparasitas / Secar o esfregaço ou clap e envolver em papel macio a temperatura ambiente HEPATOENCEFALOPATIA Soro sanguíneo / Provas função de hepática: AST, GGT / Resfriado Cérebro inteiro e fígado / Histopatologia / Formol ENTEROTOXEMIA 1- Conteúdo intestinal (duodeno e jejuno) / Bioensaio em camundongo ou ELISA / Congelado Cérebro inteiro, pulmão / Histopatologia / Formol 10% COCCIDIOSE/ Fezes / OPG / identificação dos oocistos / Resfriado CETOSE/ Urina / Pesquisa de corpos cetônicos / Realizado no campo a fresco HERPESVÍRUS 5 Gânglio trigeminal, fragmentos de cérebro / PCR / Resfriado. Cérebro / Histopatologia / Formol 10% ENCEFALITES E MENINGITES BACTERIANAS Cérebro / Histopatologia / Formol 10% Líquor /Cultura, contagem de células, dosagem de proteína /Frascos com anticoagulante, resfriado. ACIDOSE / ALCALOSE RUMENAL/Exame de suco de rúmen Cor, odor, viscosidade, pH, tempo de redução do azul de metileno/Realizado no campo, a fresco. LISTERIOSE Cérebro, fígado, rim, placenta, conteúdo estomacal do feto/Bacteriológico/Refrigeração. Fragmentos dos órgãos acima /Histopatológico /Formol a 10% MIONECROSES POR CLOSTRIDIOSES /Fragmentos do músculo lesado, baço e fígado /Bacteriológico /Refrigeração e Histopatológico /Formol a 10% PASTEURELOSE Pulmão, linofonodos, baço, fígado /Bacteriológico/Refrigeração. Zaragatoa de secreções nasais /Bacteriológico/Tubo estéril e refrigeração Fragmentos dos órgãos acima /Histopatológico /Formol a 10% INTOXICAÇÕES POR PESTICIDAS E METAIS PESADOS /Fígado, rim, conteúdo rumenal, gorduras corporais /Exame toxicológico /Congelado NEUROPATIAS DOS BOVINOS As doenças que afetam o sistema nervoso dos bovinos têm etiologia muito variada, podendo ser de origem infecciosa, tóxica, metabólica, carencial, congênita, degenerativa e neoplásica. . Podem ser classificadas como primária, ou seja, a lesão ocorre inicialmente no sistema nervoso, ou secundária quando a lesão nervosa ocorre em consequência de alterações de outros sistemas. LOCALIZAÇÃO AFECÇÕES CEREBRAIS: Raiva, Polioencefalomalacia (PEM); Hepatoencefalopatias; Babesiose Visceral; Doença de Aujesky; Febre Catarral Malígna; Herpesvírus V; Cetose nervosa; Abscesso cerebral; Meningite; Traumatismos; Meningoencefalite tromboembólica; Coccidiose Nervosa; Cisto cerebral (sarcocistose, cisticercose); Encefalite esporádica; Enterotoxemia (C. perfringens tipo D); Micotoxicoses; Pesticidas; Encefalopatia Espongiforme Bovina. CEREBELARES: Hipoplasia cerebelar: hereditária ou BVD congênito; Língua azul; Akabane; Traumatismo; Leptomeningite, Abiotrofia, Enterotoxemia (C. perfringens tipo D). VESTIBULARES: Otites; Listeriose; Sinusites; Traumatismos; Erlichiose. MEDULARES: Botulismo; Traumatismo medular; Fraturas; Raiva; Tétano; Síndrome espástica; Paresia espástica; Febre vitular; Lesão de obturador; Linfossarcoma (Leucose); Espondilite anquilosante. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DE LAHUNTA, A. Veterinary neuroanatomy and clinical neurology. . Philadephia: W.B. 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