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ABORDAGEM CLINICA DAS NEUROPATIAS DOS RUMINANTES

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BASEADO EM MATERIAL DO II SIMPÓSIO MINEIRO DE BUIATRIA – 6 A 8 DE 
OUTUBRO DE 2005 – ESCOLA DE VETERIN[ARIA – UFMG – BHte. - MG 
 
ABORDAGEM CLÍNICA DAS NEUROPATIAS DOS RUMINANTES 
 
Elias Jorge Facury Filho 
Milene Alvarenga 
Paulo Marcos Ferreira 
Antônio Último De Carvalho 
 
 INTRODUÇÃO 
As neuropatias ocupam papel de destaque entre as doenças que acometem os ruminantes, 
uma vez que várias delas são zoonoses como, por exemplo, a raiva e a encefalopatia 
espongiforme bovina (BSE). Muitas apresentam alta morbidade e letalidade, ocasionando 
perdas econômicas bastante expressivas. No Setor de Clínica de Ruminantes do Hospital 
Veterinário da UFMG (HV UFMG), de 1999 a 2003, foram atendidos cerca de 1800 casos 
clínicos e as neuropatias representaram 70% deste total. Raiva, botulismo e 
polioencefalomalacia foram os diagnósticos mais freqüentes. Outras enfermidades como 
por exemplo, babesiose cerebral, síndromes vestibulares em decorrência de otites, 
coccidiose nervosa, meningoencefalite por herpesvirus tipo 5, erliquiose nervosa, febre 
catarral maligna, lesões de nervos periféricos, apresentaram casos esporádicos e com menor 
freqüência. Atualmente temos observado o aumento dos diagnósticos de meningoencefalite 
por herpes vírus tipo 5, talvez associado a melhores condições de diagnóstico. 
A alta freqüência de casos de neuropatias que são enviados para o HV UFMG nos 
demonstra três aspectos relevantes envolvendo as neuropatias: sua freqüência, importância 
econômica e dificuldades de diagnóstico. As dificuldades no diagnóstico estão ligadas 
principalmente à variação de manifestações clínicas de uma mesma doença, à semelhança 
sintomatológica existente entre algumas delas e, em vários casos, à falta de estrutura 
técnica dos laboratórios para diagnóstico. Este resumo tem como objetivo trazer 
informações sobre a abordagem clínica dos surtos de neuropatias em ruminantes e os 
grupos de enfermidades envolvidas. 
 
 
DIAGNÓSTICO DAS NEUROPATIAS DOS BOVINOS 
A metodologia de trabalho para se chegar a um diagnóstico nas neuropatias se inicia a 
partir de um levantamento detalhado do histórico da doença, inspeção rigorosa do ambiente 
geral da propriedade, do manejo e dos animais do rebanho visando identificar problemas 
subclínicos. Em seguida é necessários um exame clínico geral e exame neurológico 
minucioso dos animais doentes, necropsias e exames complementares. Portando as 
conclusões devem surgir de um trabalho organizado onde não se deve queimar nenhuma 
etapa das diversas fases. As expectativas de soluções rápidas freqüentemente são fadadas 
ao insucesso. Nas mortalidades de rebanhos é muito importante que todos os óbitos sejam 
investigados, pois muitas vezes ocorrem mortes por causas diferentes e existe uma 
tendência dos produtores de pensar em uma só causa. 
 
ANAMNESE E EXAME DO AMBIENTE 
 
A anamnese é uma ferramenta importante para estabelecimento do diagnóstico. Deve ser 
bem ampla, de forma a abranger não somente o problema em questão, mas também todo o 
funcionamento da propriedade, como gerenciamento, manejo sanitário, nutricional, 
reprodutivo, de pastagens, genético, comercialização de animais, etc... 
Os dados obtidos na anamnese devem posteriormente ser checados na visita à propriedade, 
pois muitas vezes a confiabilidade das informações não é a desejada e a visão do técnico é 
mais ampla e analítica do que a do proprietário ou do gerente da fazenda. As informações 
abaixo são importantes na anamnese e na inspeção durante a visita a propriedade: 
• Início e evolução dos sintomas e curso da doença. 
• Morbidade, mortalidade, letalidade. 
• Categorias envolvidas, idade e sexo. 
• Ocorrência de problemas semelhantes na vizinhança e região. 
• Inspeção do rebanho: condição física e corporal, aspecto dos pêlos, infestação por 
carrapatos, bernes, e moscas, alterações de comportamento, postura e locomoção. 
• Presença de morcegos hematófagos. 
• Mineralização do rebanho: tipo, distribuição e conservação dos cochos e fornecimento, 
qualidade e controle de consumo da mistura mineral. 
• Alimentação: mudanças, composição, métodos de fornecimento, contaminação com 
fungos, terra e carcaças, métodos e qualidade de conservação. 
• Tipo e estado das pastagens, acesso a capoeiras, presença de plantas tóxicas, fungos, 
restos de culturas. 
• Aguadas: qualidade, bebedouros, presença de algas, matéria orgânica e carcaças. 
• Acometimento de outras espécies animais. 
• Promiscuidade com outras espécies (ex: suínos, caprinos, ovinos). 
• Proximidade de indústrias e acesso a resíduos. 
• Manejo do rebanho nos dias que antecederam o aparecimento de animais doentes: 
viagens, reagrupamentos, vacinações, vermifugações, banhos carrapaticidas, controle de 
bernes, mudanças de pasto, desmama, descorna, castrações e outras. 
• Calendário sanitário detalhado. 
• Uso de agrotóxicos na propriedade e vizinhança. 
• Instalações: tipo, conservação e higienização. 
• Gerenciamento, relações de trabalho dentro da propriedade e grau de confiabilidade das 
informações dos funcionários. 
• Farmácia, lixeira, fossa séptica, destino de carcaças. 
• Manejo minucioso da propriedade. 
 
 
EXAME CLÍNICO 
 
GERAL 
 
Os animais doentes devem ser submetidos a exame clínico completo. Deve-se examinar o 
maior número possível de animais dentro de um surto uma vez que a apresentação clínica 
pode ser variada ou apresentar animais em vários estágios da mesma doença ou, até mais de 
uma doença envolvida. O acompanhamento da evolução do quadro clínico deve ser 
realizado. O exame neurológico constitui parte do exame clínico geral e tem como 
objetivos determinar a existência de lesão do sistema nervoso e indicar a provável 
localização da lesão. 
 
 
ESPECIAL 
 
• Avaliação das funções sensoriais: 
 Sensibilidade superficial: pesquisada com agulha e alicate aplicados na pele, martelo nas 
tuberosidades ósseas e choque; 
 Sensibilidade profunda: toque da pálpebra, da córnea e do interior da orelha com os dedos; 
aplicação de agulha na parte ventral da cauda e do espaço interdigital; percussão da base do 
chifre, do cotovelo, do tendão calcâneo e da patela. 
 
• Avaliação proprioceptiva: 
 
Verificada pela correção de posicionamentos incômodos ou anormais em que se coloca o 
animal que deve acontecer no período de 1 a 2 segundos (por exemplo, o cruzamento dos 
membros). A ausência de correções revela alterações da consciência. 
 
• Avaliação das funções motoras: 
 Revelada através das respostas às provas de sensibilidade, à postura e tônus muscular. 
Determina a ocorrência de paresias ou paralisias. Pode-se observar ainda, alterações da 
mastigação, deglutição, respiração, posicionamento da cabeça e hipotonia da cauda, do 
ânus e membros. 
 
 
• Avaliação dos reflexos: 
 
 Pesquisados na articulação do carpo, do cotovelo, da patela, do tendão do músculo 
gastrocnêmico e reflexos dolorosos. 
 
 
EXAME DOS NERVOS CRANIANOS 
 
• Nervo olfatório: I Par 
Teste: cheirar amônia, fumaça ou alimento. Não se apresentando repugnância pela amônia 
ou fumaça e interesse pelo alimento, constata-se no animal a falta de olfato como 
disfunção. 
 
• Nervo ótico: II Par 
Teste: movimentação da mão ou objetos em frente aos olhos; uso de foco luminoso para 
avaliação do reflexo e exame oftalmológico. Espera-se que o animal reaja aos objetos e a 
luz excessiva do foco luminoso, pisque e apresente fechamento da pupila. Em caso de 
disfunções o animal apresenta o andar vacilante, tromba em obstáculos e alterações como 
midríase / miose e fotofobia. 
 
• Nervo oculomotor: III Par 
Teste: foco luminoso, abaixamento da cabeça. Avalia-se o reflexo pupilar,considerando-se 
que o abaixamento da cabeça provoca normalmente o deslocamento dorsomedial do olho. 
Em caso de disfunções o animal apresenta midríase/miose, ptose e estrabismo. 
 
• Nervo troclear: IV Par 
Teste: movimentação da visão com objetos e elevação da cabeça. Deve-se acompanhar a 
capacidade de o animal acompanhar os objetos ventrolateralmente, pois sabe-se que a 
rotação ventral da pupila deve ocorrer com a elevação da cabeça. A incapacidade de o 
animal movimentar o olho ventrolateralmente indica disfunção. 
 
• Nervo trigêmio: V Par 
 Teste: sensibilidade à agulha, a objetos frios e ao toque da córnea; palpação da musculatura 
temporal e masseter. Deve-se avaliar a resposta aos testes de sensibilidade do animal, sua 
tensão muscular e o ato de piscar os olhos. Movimentação anormal da boca e alteração da 
sensibilidade da face e do olho indicam disfunções. 
 
• Nervo abducente: VI Par 
 Teste: resposta do olho à movimentação de objetos e toque da córnea. Deve-se avaliar a 
incapacidade do animal em acompanhar objetos movidos lateralmente e a ausência de 
retração da 3ª pálpebra. Como disfunção aparecerão o estrabismo medial e a paralisia da 
membrana nictitante. 
 
• Nervo facial: VII Par 
Teste: sensibilidade à agulha na face e toque de córnea. Deve-se avaliar a movimentação da 
pele e o piscar os olhos, uma vez que se espera do animal piscar o olho tocado e que pisque 
suavemente o olho oposto. Assimetria facial, ptose da pálpebra, lábio caído e perda de 
movimentação da orelha configuram disfunções. 
 
 
• Nervo acústico: VIII Par 
Teste: provocar som alto (palmas, bater em latas, etc). Avaliar o piscar os olhos, o 
movimentar-se e a capacidade de reação de alerta do animal. Surdez, andar em círculos, 
inclinação lateral da cabeça, nistágmo e desequilíbrio caracterizam disfunções. 
 
• Nervo glossofaríngeo: IX Par 
Teste: compressão da região da garganta para se avaliar a presença de movimentos de 
deglutição ou tosse. Como disfunção aparecem a dificuldade de deglutição e a 
movimentação da língua. 
 
• Nervo vago: X Par 
Teste: pressão sobre o globo ocular. Em situação normal o animal apresenta bradicardia e, 
no caso de não apresentar alteração ao teste, configura-se uma situação de anormalidade. 
Pode-se, também, realizar a prova do sulfato de atropina que deverá ser aplicado na dose de 
30mg por via subcutânea após se aferir a freqüência cardíaca do animal; se alterada a 
freqüência cardíaca em mais de 16% do valor inicial o animal apresenta comprometimento 
do nervo vago. Como disfunção o animal apresenta alterações na motilidade dos pré-
estômagos. 
 
• Nervo acessório: XI Par 
Teste: palpação da musculatura cervical e elevação da cabeça do animal. Avalia-se assim, a 
presença ou ausência de tônus e a força muscular do animal se opondo à elevação de sua 
cabeça. A hipotonia da musculatura cervical e o desvio da cabeça do animal indicam 
disfunções. 
 
• Nervo hipoglosso: XII Par 
Teste: tração da língua para ambos os lados da boca, avaliando-se a resistência do animal à 
extrusão da mesma para um lado e para outro da cabeça. Em caso de disfunção o animal 
apresentará língua flácida. De acordo com os sintomas apresentados, as alterações do 
sistema nervoso são agrupadas em síndromes. As principais síndromes nervosas 
classificam-se em cerebral (cortical), cerebelar, vestibular e medular. 
 
 
Avaliação dos membros do animal em movimento 
 
SINAL CLÍNICO / INTERPRETAÇÃO 
 
PARESIA 
Arrastamento dos membros, cascos gastos, tremores ao sustentar o peso, severa fraqueza 
em todos os membros sem ataxia. Fraqueza na flexão ou na extensão, doença 
neuromuscular. 
 
 
ATAXIA (incoordenação) 
 
Balançar o corpo de um lado para outro, abdução dos membros, cruzamento, pisar sobre o 
membro oposto, circundação do membro para o lado de fora ou girar sobre o membro do 
lado de dentro quando anda em círculo. Pode ser difícil diferenciar de paresia. Indica 
comprometimento vestibular, cerebelar ou somente suave doença cerebral se outros sinais 
são compatíveis com o quadro. 
 
DISMETRIA 
 
Hipometria > movimentos rígidos dos membros com pouca flexão. 
Hipermetria > Membros superextendidos com excessiva extensão articular. 
Doença da medula espinhal ou doença vestibular contra-lateral. Sugestivo, mas não 
limitado à doença cerebelar. 
 
 
SÍNDROME CEREBRAL (CORTICAL) 
 
As alterações que constituem a síndrome cerebral, freqüentemente provocam sintomas 
diferentes dependendo da área lesada (sensitiva , motora ou de associação), e também do 
agente etiológico (destrutivo ou irritativo). Sinais clínicos das síndromes cerebrais do tipo 
destrutivo: apatia, depressão, falta de conexão com o ambiente, diminuição das respostas a 
estímulos, hipoestesia, anestesia, coma, alteração da sensibilidade profunda. Tipo irritativo: 
alterações psíquicas com exarcebação das reações, excitação, hiperreflexia, hiperestesia. 
Espasmos musculares, convulsões. Em ambas as condições podem ocorrer perturbações 
auditivas e visuais, opistótono e movimentos de pedalagem. Uma das principais 
características das encefalites é a alteração do psiquismo. 
 
SÍNDROME CEREBELAR 
 
Pode ser de origem congênita, hereditária ou adquirida. A forma congênita está 
freqüentemente associada a doenças virais durante a gestação e a adquirida pode ocorrer 
por traumas, tumores, processo inflamatório, etc. 
Os principais sinais clínicos são: hipotonia, hipermetria, incoordenação, marcha 
cambaleante (zig-zag), quedas (retropropulsão). Quando em estação apresenta oscilação do 
corpo, abertura do quadrilátero de sustentação, tremores, nistágmo e opistótono. Os sinais 
clínicos são contínuos e o psiquismo é normal. 
 
 
 
SÍNDROME VESTIBULAR 
 
Existe uma relação estreita entre cerebelo e labirinto, ambos agem sinergicamente. O 
labirinto informa a posição do corpo e o cerebelo coordena os movimentos e a postura. A 
síndrome vestibular está freqüentemente associada à ocorrência de otites e alterações do 
nervo Facial. Os sintomas são muitas vezes intermitentes, e o psiquismo é normal. 
Principais sinais clínicos: nistágmo, desequilíbrios transitórios, inclinação da cabeça, andar 
em círculo, ptose da orelha e pálpebra de forma unilateral, hemiparesia. 
 
SÍNDROME MEDULAR 
 
Os sinais clínicos variam de acordo com o local, a extensão da área lesada, e a gravidade. 
As principais causas são processos inflamatórios, tumores, abscessos, hematomas, fraturas, 
hérnias, espondilites, etc. Os principais sinais clínicos são: alterações sensitivas e motoras 
(paresias, paralisias), alterações dos reflexos (hiporreflexia, hiperreflexia) e atrofias 
musculares. 
 
Localização das lesões medulares 
 
LESÃO / SINAIS CLÍNICOS 
 
C1 – C6 
Ataxia, isolamento, irritação nervosa, fraqueza lateral ou dos membros, diminuição da 
sensibilidade superficial da área, hiperreflexia, diminuição propioceptiva de todos os 
membros. 
 
 
C6 – T2 
Ataxia, isolamento, irritação nervosa, fraqueza dos membros anteriores tão atingidos 
quanto os posteriores, diminuição da sensibilidade superficial da área, hiporreflexia anterior 
e hiperreflexia posterior, diminuição da sensibilidade propioceptiva. 
 
T2 – L3 
Anteriores normais com ataxia, fraqueza, hiperreflexia e diminuição da sensibilidade 
superficial dos posteriores, posição de cão assentado, diminuição da sensibilidade 
propioceptiva dos posteriores. 
 
L4 – S2 
Anteriores normais com ataxia, paresia, hiporreflexia, diminuição da sensibilidade 
superficial dos posteriores, posição de cão assentado. 
 
S1 – S3 Distensão da bexiga e dilataçãoanal 
 
LESÃO DIFUSA DA UNIÃO NEUROMUSCULAR PERIFÉRICA 
Fraqueza dos quatro membros e diminuição ou ausência dos reflexos em todos os membros. 
 
NECROPSIAS 
 
Geralmente as necropsias são de fundamental importância no diagnóstico das neuropatias, 
mesmo quando não exibem lesões macroscópicas. Nestes casos são compatíveis com 
doenças onde não se espera encontrar lesões. Quando existem vários animais doentes e o 
prognóstico é desfavorável deve-se optar pelo sacrifício e necropsia de alguns e o 
acompanhamento clínico de outros. A colheita de material para diagnóstico 
laboratorial em alguns casos é melhor em animais sacrificados e imediatamente 
necropsiados (por exemplo, enterotoxemia e botulismo) enquanto que para outras doenças é 
necessário esperar a evolução natural e colher o material após a morte como no caso da 
raiva. Recomenda-se necropsiar vários ou todos os animais mortos em um surto e 
interpretar corretamente os achados anatomopatológicos em animais com decúbito 
prolongado. Há uma tendência a se responsabilizar uma só doença por todas as mortes que 
venham a ocorrer em uma propriedade, cabendo ao técnico a identificação das possíveis 
ocorrências. 
 
EXAMES COMPLEMENTARES 
 
A anamnese, a inspeção do ambiente, o exame clínico e os achados de necropsia serão 
decisivos para a montagem de uma chave de diagnósticos prováveis. A comprovação do 
diagnóstico definitivo pode vir da análise deste trabalho, ou em alguns casos de um 
resultado de exame laboratorial. É importante salientar que os exames complementares nem 
sempre são conclusivos, seja por limitações das técnicas ou por disponibilidade das 
mesmas. Além disso, o pedido de exames laboratoriais tem que estar fundamentado no 
trabalho de campo que deve gerar os diagnósticos a serem confirmados, os materiais a 
serem coletados e o exame laboratorial mais adequado. 
 
Exames complementares de algumas afecções dos bovinos, material a ser colhido e 
métodos de conservação. 
 
AFECÇÃO / MATERIAL / EXAME LABORATORIAL / CONSERVAÇÃO 
 
RAIVA/ Fragmentos de cérebro, cerebelo, hipocampo, medula /Imunofluorescência direta, 
inoculação em camundongos /Resfriado ou congelado. 
 
BOTULISMO/ Conteúdo intestinal do duodeno e jejuno e fragmento de fígado /Bioensaio 
em camundongo / Congelado 
 
POLIOENCEFALOMALACIA (PEM ) /Cérebro inteiro / Histopatologia / Formol a 10% 
 Soro sanguíneo / Enzima transcetolase eritrocitária / Resfriado 
 
BABESIOSE / ANAPLASMOSE / ERLIQUIOSE Clap de cérebro, baço, fígado e rim/ 
Esfregaço sanguíneo de ponta de cauda/pesquisa de hemoparasitas / Secar o esfregaço 
ou clap e envolver em papel macio a temperatura ambiente 
 
HEPATOENCEFALOPATIA 
Soro sanguíneo / Provas função de hepática: AST, GGT / Resfriado 
Cérebro inteiro e fígado / Histopatologia / Formol 
 
ENTEROTOXEMIA 1- 
Conteúdo intestinal (duodeno e jejuno) / Bioensaio em camundongo ou ELISA / Congelado 
Cérebro inteiro, pulmão / Histopatologia / Formol 10% 
 
COCCIDIOSE/ Fezes / OPG / identificação dos oocistos / Resfriado 
 
CETOSE/ Urina / Pesquisa de corpos cetônicos / Realizado no campo a fresco 
 
HERPESVÍRUS 5 
Gânglio trigeminal, fragmentos de cérebro / PCR / Resfriado. 
Cérebro / Histopatologia / Formol 10% 
 
ENCEFALITES E MENINGITES BACTERIANAS 
Cérebro / Histopatologia / Formol 10% 
Líquor /Cultura, contagem de células, dosagem de proteína /Frascos com anticoagulante, 
resfriado. 
 
ACIDOSE / ALCALOSE RUMENAL/Exame de suco de rúmen Cor, odor, viscosidade, 
pH, tempo de redução do azul de metileno/Realizado no campo, a fresco. 
 
LISTERIOSE 
Cérebro, fígado, rim, placenta, conteúdo estomacal do feto/Bacteriológico/Refrigeração. 
Fragmentos dos órgãos acima /Histopatológico /Formol a 10% 
 
MIONECROSES POR CLOSTRIDIOSES /Fragmentos do músculo lesado, baço e fígado 
/Bacteriológico /Refrigeração e Histopatológico /Formol a 10% 
 
PASTEURELOSE 
Pulmão, linofonodos, baço, fígado /Bacteriológico/Refrigeração. 
Zaragatoa de secreções nasais /Bacteriológico/Tubo estéril e refrigeração 
Fragmentos dos órgãos acima /Histopatológico /Formol a 10% 
 
INTOXICAÇÕES POR PESTICIDAS E METAIS PESADOS /Fígado, rim, conteúdo 
rumenal, gorduras corporais /Exame toxicológico /Congelado 
 
 
 
NEUROPATIAS DOS BOVINOS 
 
As doenças que afetam o sistema nervoso dos bovinos têm etiologia muito variada, 
podendo ser de origem infecciosa, tóxica, metabólica, carencial, congênita, degenerativa e 
neoplásica. . Podem ser classificadas como primária, ou seja, a lesão ocorre inicialmente no 
sistema nervoso, ou secundária quando a lesão nervosa ocorre em consequência de 
alterações de outros sistemas. 
 
LOCALIZAÇÃO 
 
AFECÇÕES CEREBRAIS: Raiva, Polioencefalomalacia (PEM); Hepatoencefalopatias; 
Babesiose Visceral; Doença de Aujesky; Febre Catarral Malígna; Herpesvírus V; Cetose 
nervosa; Abscesso cerebral; Meningite; Traumatismos; Meningoencefalite 
tromboembólica; Coccidiose Nervosa; Cisto cerebral (sarcocistose, cisticercose); Encefalite 
esporádica; Enterotoxemia (C. perfringens tipo D); Micotoxicoses; Pesticidas; 
Encefalopatia Espongiforme Bovina. 
 
CEREBELARES: Hipoplasia cerebelar: hereditária ou BVD congênito; Língua azul; 
Akabane; Traumatismo; Leptomeningite, Abiotrofia, Enterotoxemia 
(C. perfringens tipo D). 
 
VESTIBULARES: Otites; Listeriose; Sinusites; Traumatismos; Erlichiose. 
 
 
MEDULARES: Botulismo; Traumatismo medular; Fraturas; Raiva; Tétano; Síndrome 
espástica; Paresia espástica; Febre vitular; Lesão de obturador; Linfossarcoma (Leucose); 
Espondilite anquilosante. 
 
 
 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
DE LAHUNTA, A. Veterinary neuroanatomy and clinical neurology. . Philadephia: W.B. 
SAUNDERS COMPANY. 1983. 471p. 
DIRKSEN, G.; GRÜNDER, H; STÖBER, M. Exame clínico dos bovinos. Rio de Janeiro: 
Guanabara Koogan. 1993. 419p. 
FERREIRA, P.M.; CARVALHO, A.U.; FACURY FILHO, E.J. Abordagem clínica das 
neuropatias bovinas. VeZ em Minas. v. 73, p.14-17. 2002. 
KOESTNER, A.; JONES, T.C. Sistema nervoso. In: JONES, T.C.; HUNT, R.D.; KING, 
N.W. Patologia Veterinária. 6 ed. São Paulo: Manole. 200. p.1281-1320. 
RADOSTITIS, M.O.; GAY, C.C.; BLOOD, D.C. ET AL. Clínica veterinária. Um tratado 
de 
doenças dos bovinos, ovinos, suínos caprinos e eqüinos. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan. 2002. 1736p. 
SULLIVAN, N.D. The nervous sistem.In: JUBB, K.V.F.; KENNEDY, P.C.; PALMER, N. 
Pathology of domestic animal. vol 1. 3ed. San Diego: Academic Press Inc. 1985. p.201- 
338. 
SUMMERS, B.A.; CUMMINGS, J.F.; DE LAHUNTA, A. Veterinary neuropathology. St 
Louis: Mosby. 1995. 630p.

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