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Pilares da Sociedade Contemporânea Cap.1

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04/04/2019 1. Pilares da Sociedade Contemporânea
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Introdução
O presente capítulo abordará os pilares da sociedade contemporânea,
envolvendo os aspectos que são característicos das transformações
ocorridas em nossa realidade histórica, na medida em que essas
transformações instauraram novas estruturas e influenciaram
drasticamente a vida do homem no mundo. 
Não podemos pensar a vida contemporânea alijada dos pilares que se
constituíram, demarcaram e reconfiguraram a realidade social,
econômica, política e cultural do homem contemporâneo. Para tanto,
nosso primeiro enfoque recai sobre a sociedade pós-industrial, em uma
visão retrospectiva, para que possamos compreender a própria
dimensão do conceito “pós-industrial”. O segundo enfoque trata da
questão do consumo, na medida em que este se configura como
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consequência da sociedade pós-industrial, não somente o consumo
em si mesmo, mas o elevado consumo a dirigir a vida de indivíduos e
grupos.
O terceiro enfoque aborda a informação e a comunicação, porque
partindo destes podemos compreender o que se denomina de “espírito
de época”, pois cada contexto histórico constitui formas específicas de
manejo da informação e da comunicação. O quarto enfoque fala sobre
a Globalização, na medida em que na contemporaneidade estamos
convivendo com as consequências mesmas do processo de
globalização ocorrido a partir do século passado (século XX). 
O quinto enfoque é trabalhado o ambiente cultural no sentido de
demonstrarmos as novas sociabilidades que surgem a partir dos
contextos social, histórico, econômico e cultural. O sexto enfoque
aborda a sociedade de consumo, através da indústria do
entretenimento e da influência da publicidade na busca de manutenção
de elevado consumo por parte de indivíduos e grupos na atualidade e,
por fim, aborda-se a questão do Estado na contemporaneidade, na
medida em que não podemos mais compreender esta instituição
centralizadora das relações de poder presentes nas sociedades da
mesma forma que a compreendíamos no século passado. Buscamos
sinalizar algumas de suas mudanças básicas. 
Sociedade Pós-Industrial
A reflexão acerca dos pilares da sociedade contemporânea nos leva a
fazermos uma breve retrospectiva sobre o conceito de sociedade pós-
industrial. Esse conceito surgiu na década de 1960 e no início dos
anos 1970, quando vários sociólogos buscaram refletir sobre a
sociedade pós-industrial e formularam uma interpretação acerca deste
período. A partir das constatações dos sociólogos dos períodos citados
houve a busca de desenvolver uma teoria da sociedade pós-industrial.
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Por que podemos dizer pós-industrial? Devemos considerar que o
período do industrialismo estava pleno de dificuldades e apresentando
inúmeras contradições que originaram novas concepções do que se
pode compreender por sociedade industrial. O industrialismo pelo que
estava a apresentar não poderia mais responder aos determinantes da
sociedade capitalista em seu desenvolvimento no processo das
relações de produção. Estavam a ocorrer inúmeras mudanças no que
se compreendia anteriormente por fase industrial. 
 
 
Estas mudanças são atinentes à concentração de massas; ao
predomínio dos trabalhadores na indústria; às descobertas de caráter
científico em favor do processo produtivo; à intensa divisão social do
trabalho, que estava a requerer cada vez mais trabalhadores
especializados; à própria separação entre o lugar em que se vive e o
lugar de trabalho, onde cada vez mais foram sendo criadas as
chamadas cidades “dormitório”; ao aumento significativo da produção
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em massa e consequente exacerbação do consumo; à mulher cada
vez mais destacando-se no mercado de trabalho e por consequência
no contexto social; à intensificação da tecnologia como forma de dirimir
a fadiga física do trabalhador e um processo que se pode denominar
de “deterioração intelectual”, na medida em que a lógica da produção
mecanizada e intensificada pela tecnologia favorece também à busca
da informação fácil e imediata que começa a se delinear pela
intensificação da mídia, enquanto forma de estabelecer as
demonstrações dos produtos e favorecer o consumo imediato de bens
de consumo materiais e simbólicos.
A sociedade industrial, que sucedeu a sociedade rural, é agora, num
processo de transformação histórica, superada pela sociedade pós-
industrial, porque devemos considerar que as transformações
ocorridas no sistema informacional que envolveu novas tecnologias
notadamente no campo da comunicação, colocou o industrialismo em
pleno declínio, surgindo então a sociedade pós-industrial. Essa nova
sociedade se caracteriza por ser a sociedade da informação, para a
qual o conhecimento significa a grande riqueza a ser conquistada, na
medida em que se constitui agora enquanto valor, valor de uso e valor
de troca, esta é uma transformação marcante no contexto da
sociedade da informação, no contexto mesmo do que podemos
conceber enquanto o império da informação e, repetimos, do
conhecimento enquanto valor. Como sinal dos novos tempos, Bauman
(2001), em sua obra “Modernidade Líquida”, afirma que o capital é um
viajante leve que possui apenas uma bagagem de mão, que envolve
uma pasta, um telefone celular e um computador portátil. Desta forma
podemos compreender a dimensão da sociedade da informação, ou
seja, seu campo de abrangência. 
Devemos considerar o fato de que, no âmbito da sociedade capitalista,
que tem na oferta e na procura o seu pilar, no âmbito da sociedade da
informação que se instaura, há a intensificação deste binômio, no
sentido de seu predomínio, para a fluidez das relações de produção da
sociedade capitalista, agora alicerçada na informação de caráter
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midiático e tecnológico, considerando-se o surgimento da Internet,
marcando-se também o surgimento do mundo virtual.
Uma característica marcante da sociedade pós-industrial se encontra
no fato da descentralização, da pulverização de centros,
estabelecendo-se novas formas de sociabilidade, na medida mesma
em que não há mais a prevalência de um sujeito antagônico
privilegiado, porque não possuímos mais os indivíduos nos lugares por
eles ocupados no contexto das relações de produção, mas em termos
das relações de gênero, da concepção de natureza, da concepção
acerca do mundo e do homem, por exemplo. Novas sociabilidades
estas que se instauraram a partir do predomínio da Internet, do avanço
exacerbado dos dispositivos de comunicação móvel, que reconfigurou
até mesmo nossa concepção anterior de privacidade. 
 
 
A Questão do Consumo
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Devemos também considerar no âmbito da sociedade pós-industrial a
questão do consumo, melhor dizendo, da intensificação do consumo,
pois a mercadoria torna-se agora o essencial centro das práticas
cotidianas. Invade o cotidiano através das estratégias de mídia,
levando a intensificação do consumo de bens materiais e simbólicos,
como elemento constituinte da vida do homem contemporâneo,
tornando indivíduos e grupos aderentes às regras do consumo.Neste ínterim há também a intensificação da lógica atinente ao
capitalismo de que todo o produto é vendável e visa ser efetivamente
consumido. Ora, esta lógica concernente ao modo capitalista de
produção, no contexto da contemporaneidade, envolve a satisfação de
desejos que devem ser devidamente satisfeitos. 
 
Neste sentido o que podemos dizer é que o valor a ser pago depende
diretamente da confiabilidade da promessa de satisfação e intensidade
dos desejos. Quando há o desejo, há consequentemente o objeto de
desejo, como traço estrutural marcante da relação entre consumidores
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e objetos de consumo. Esse fato altera drasticamente o mundo
produtivo. Essa alteração do mundo produtivo transforma a sociedade
contemporânea na sociedade da informação, que por sua vez
caracteriza a sociedade atual como a sociedade da comunicação e
também do que na atualidade se denomina de mundo virtual. 
 
A Informação e a Comunicação
A informação e a comunicação consistem em nossa compreensão, nos
fundamentais pilares da sociedade contemporânea, na medida em que
estabelecem alterações profundas no que concerne às sociabilidades
em seus diversos campos e matizes. Há novas formas de
sociabilidades que se instauram a partir do predomínio da informação e
da comunicação. No entanto convém destacar que esta nova forma de
ser coletiva surge a partir de profundas alterações nas estruturas
sociais, políticas, econômicas e culturais, pois as estruturas
transformadas, alteram realidades individuais e coletivas e
estabelecem específicos repertórios de ações individuais e coletivas,
que marcam e demarcam o que podemos denominar de “espírito de
época”, no qual encontram-se novos paradigmas sociais.
 
A Globalização
Torna-se também significativo, dentro dos limites do presente capítulo,
compreender a influência da Globalização nesta nova configuração
social e produtiva, que experienciamos na contemporaneidade. A
globalização envolveu a constituição desta sociedade da informação,
da comunicação, na medida em que a partir dela encontraram-se
eliminados os centros, as fronteiras entre países e reconfigura a
concepção de identidade nacional, na medida em que esta torna-se
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desintegrada enquanto resultado do processo de homogeneização
cultural do “pós-moderno” global (HALL, 1998). 
Deve-se também destacar que estamos vivenciando a resistência à
Globalização pelo reforço de identidades locais, bem como o
surgimento de novas identidades híbridas, que estão paulatinamente
tomando o lugar das anteriores identidades nacionais. Segundo
Canclini (2001), as identidades estruturam-se pela lógica dos
mercados, pela produção industrial da cultura, pela sua comunicação
tecnológica e pelo consumo diferido e segmentação de bens, pois
devemos compreender que o que temos na contemporaneidade são
expressões transterritoriais e multilinguísticas que são perpassadas
pelo aspecto comunicacional. 
Segundo Esperândio (2007), a Globalização na contemporaneidade
envolve a ideia de abertura, mesmo que assimétrica, de
territórios/espaços, bem como a não separação de mundos, com o
processo de expansão da produção e circulação do conhecimento, o
processo de abertura de territórios nacionais e subjetivos. Envolve
ainda o que a autora denomina de não separação dos tempos: de
trabalho e de não trabalho, no sentido de vida retribuída e vida não
retribuída. 
A Globalização envolve o aberto enquanto modo de vida, pois tudo se
encontra publicado na rede, onde encontramos um ambiente não
definido. Segundo Bauman (2001), o que passa a ocorrer é uma
redefinição da esfera pública, enquanto o palco de um grande teatro
em que dramas privados se encontram encenados, publicamente
expostos e também publicamente assistidos. Para Bauman (2001), há
uma ressignificação da definição de “interesse público”, que é
promovida pela mídia e amplamente aceita pela sociedade em todos
os seus setores, sendo o dever de encenar tais dramas particulares em
público e o direito do público de efetivamente assistir à encenação.
Ora, sendo assim, o que percebemos como questões públicas são
ressignificadas na atualidade enquanto problemas privados de figuras
públicas. 
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O Ambiente Cultural – O Sujeito
Contemporâneo
Não há no contexto das sociedades contemporâneas, por parte de
indivíduos e grupos, a crença nas metanarrativas, essencialmente no
contexto do ambiente cultural, com a formação de leis de caráter
universal, mas sim há agora a presença da articulação de propostas
que conjuntamente passam a constituir um modelo de trabalho
adequado a uma situação empiricamente verificável (GADEA, 2007).
Podemos perguntar: há um certo retorno a uma concepção mais
pragmática do mundo, alicerçada nas necessidades mais urgentes de
indivíduos e grupos? Devemos compreender que na
contemporaneidade o processo de constituição das subjetividades
estabelece uma redefinição crítica do que foi a sociedade do século
passado, século XX, e nunca um retorno nostálgico (GADEA, 2007).
Contudo, se consideramos os próprios determinantes de um consumo
imediato, pode-se constituir enquanto uma concepção mais pragmática
do mundo e do homem, pois se origina uma nova forma de construção
das identidades, destinada ao atendimento de impasses de caráter
pessoal e não social, coletivo. 
As referências que dispunham os sujeitos no contexto das sociedades
modernas, através da racionalidade que acompanhava a modernidade,
caíram por terra, e agora o sujeito da sociedade contemporânea
encontra-se entregue a si mesmo, sem os aportes necessários ao
desenvolvimento de uma concepção de homem e de mundo que se
paute pelo coletivo, mas por uma busca individualista pela resolução
de problemas urgentes da vida pessoal. Daí também o processo de
privatização das instituições, das crenças e dos valores que marcam
nossa sociedade, pois a realidade cotidiana atravessa o processo de
individualização, ainda mais quando estamos falando, e devemos falar,
de uma sociedade que se pauta pelo elevado consumo e pela
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fugacidade da informação, originando uma “subjetividade flexível”, da
qual nos falará Esperandio (2007). 
Há uma nova forma de encarar o afetivo, o emocional, que gera por
parte de indivíduos e grupos nova forma de concepção do contexto
social vivenciado, com suas instituições, normas, regras e relações de
poder, estabelecendo-se, como não poderia deixar de ser, um espaço
de tensão entre os determinantes sociais institucionais e o império das
vontades. 
A busca pelo sentido de existência no âmbito das sociedades
contemporâneas, calcado na individualização, na privatização do
público, envolve outro aspecto que consideramos significativo abordar,
enquanto traço estrutural marcante destas sociedades, que é a
deserção social. Este processo marca a desmobilização e também a
despolitização de indivíduos e grupos, na medida em que este pode
ser considerado como um traço característico típico do
neoindividualismo que estamos a experienciar em nossa
contemporaneidade. Evidentemente este processo se instaura pela
ausência de uma ideologia clara a “ditar” os caminhos para indivíduos
e grupos, mas ideologias claras não pertencem à estrutura das
sociedades contemporâneas.
Há e não há fronteiras em termos políticos, em termos de uma
geopolítica, namedida em que se constitui a autoconsciência na
ausência dos limites dos contornos culturais e sociais, uma vez que
todo o processo envolve a vida nas sociedades atuais no contexto da
impermanência das coisas (VATTIMO, 2007). Este mesmo processo de
impermanência que se encontra presente nos leva para longe do
controle e do autodomínio, porque nos encontramos submersos num
campo de ação que desenvolve subjetividades de massas, as quais,
por sua vez, possui como alicerce a fragmentação do eu (MAFESSOLI,
2004). Fronteiras e não fronteiras se misturam diante do processo de
fragmentação do eu e todo esse processo origina-se enquanto
característica típica do sujeito contemporâneo. 
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A Sociedade de Consumo – Industria do
Entretenimento
 
Neste momento consideramos necessário trabalharmos alguns
elementos da sociedade de consumo. Na contemporaneidade,
podemos dizer sociedade de elevado consumo. A sociedade de
consumo é um traço estrutural marcante do que se usou denominar de
Indústria do Entretenimento, que efetivamente é explorada pelos meios
de comunicação. Esses meios têm na divulgação indiscriminada sua
principal característica em que as mensagens são essencialmente
diretas, fazendo com que a divulgação seja para todos, sem
discriminações. 
 
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Há um ponto a ser considerado aqui. Se pensarmos o indivíduo
consumindo sem crítica e reflexão para sentir-se pertencendo à
sociedade, estamos de certa forma refletindo no indivíduo enquanto
ainda cidadão. Na sociedade contemporânea, podemos perceber que
esta relação de um mínimo de cidadania através do consumo se
encontra inexistente, pois na contemporaneidade a categoria de
cidadão encontra-se completamente obstaculizada pela categoria de
consumidor. O consumismo presente não atende mais as
especificidades das necessidades, mas essencialmente atende ao
desejo, que é volátil e efêmero e não referencial, na medida em que
tem a si mesmo como objeto constante. Cabe destacar que os
consumidores guiados pelo desejo devem ser constantemente
produzidos (BAUMAN, 2001). Agora o que podemos constatar é o fato
do indivíduo ser exatamente relacionado com o seu ter. O ser cede
lugar ao ter. “Eu tenho, logo, sou”.
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As tecnologias da informação e da comunicação eletrônica permitem a
compressão (ou supressão) da relação tempo-espaço e a ruptura com
a concepção moderna de relação linear com o tempo. Sendo assim, a
contemporaneidade pauta-se pela contingência, pela eventualidade,
pela imediaticidade do aqui e do agora, que parece ser sem passado e
sem futuro, pois a orientação temporal das condutas de indivíduos e
grupos dirige-se ao presente determinado pela realidade cotidiana, que
parece ter no elevado consumo de bens materiais e simbólicos seu
próprio sentido. 
Deve-se destacar o fato de ser a sociedade contemporânea alicerçada
na competição de mercados e, como dissemos anteriormente, no
processo de aumento do consumo por parte de indivíduos e grupos.
Para tanto se faz necessário algumas considerações a cerca da
significação da mídia na sociedade contemporânea, pois a mídia
necessita “informar” e “dirigir” aos consumidores os produtos que
devem ocupar lugares em seus desejos e em suas mentes, enquanto
estratégia de comunicação, que objetiva o efetivo consumo de
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produtos que estão no mercado para ser adquiridos, dentro mesmo da
lógica mercadológica da sociedade contemporânea. Mas que mídia? A
mídia do rádio, do jornal, da televisão, da revista? Na sociedade
contemporânea, vamos para além das mídias conhecidas, pois
estamos no campo da multimídia, como forma mais eficiente de
publicidade dos produtos a serem consumidos. 
 
Os recursos multimídia proporcionam maior visibilidade dos produtos,
na medida em que este recurso de comunicação é mais abrangente
em termos do consumidor-alvo. Coloca-o em relação direta com a
imagem do produto, fazendo com que a visibilidade deste na medida
em que é mais rápida e eficiente em sua técnica, ou recursos técnicos,
possibilitam ao consumidor maior atratividade do produto. 
Os recursos multimídia permitem uma maior eficiência da publicidade
em suas estratégias comunicacionais, que, podemos dizer, influem
diretamente no próprio desejo do consumidor, gerando maiores
possibilidades de consumo na medida em que atingem a um grupo
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maior de indivíduos aptos a consumir os produtos anunciados. O uso
em simultaneidade de vários meios de divulgação gera, com relação
ao consumidor, maior índice de afinidade ou não com o produto a ser
consumido. Este fato, por sua abrangência, envolve também a não
seleção mais refletida por parte do consumidor, influindo no desejo e
na mente dos indivíduos, pois há procedimentos mais imediatistas com
relação a aquisição do produto anunciado. 
Devemos considerar que os recursos multimídia da publicidade na
sociedade contemporânea efetivamente criam a moda, ou seja, o que
se pode denominar o produto do momento. Criando a moda, cria-se
efetivamente ações de consumo que dirigem o comportamento do
consumidor em potencial. A moda origina efetivas práticas de consumo
que se encontram diretamente relacionadas com a busca da sensação
de pertencimento ao social, ao espaço social, pois iguala indivíduos e
grupos a partir do produto consumido. Envolve a ausência de
consequências.
A moda estabelece padrões de comportamento a partir do status
gerado pelo produto consumido. Isso se expressa enquanto
significativo no contexto da sociedade contemporânea, uma vez que,
sendo a sociedade de consumidores a ênfase dos recursos multimídia
utilizados pela publicidade, abrange significativos segmentos sociais
que tudo irão fazer, para encontrar-se inseridos nas próprias relações
de mercado que se estabelecem, uma vez que há a ligação do
consumo a uma forma de autoexpressão, pois o indivíduo passa a
expressar a si mesmo através de suas posses (BAUMAN, 2001). A
influência da moda, criada pelos recursos multimídia aplicados pelas
estratégias da publicidade, transforma as identidades em voláteis e
instáveis, pois se determinam pela capacidade de “ir às compras”, no
que Bauman (2001) denomina de supermercado das identidades.
Os recursos multimídia adotados pela publicidade na
contemporaneidade envolvem pensarmos acerca do fato de que na
sociedade de consumidores há a presença do traço característico
típico de ser esta a sociedade de não produtores. Segundo Bauman
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(2001), a vida que se organiza a partir do consumo, se constitui
enquanto uma vida sem normas, pois se orienta pela sedução, criada
pela moda das ações publicitárias multimídia, fomentando desejos,
gerindo-se não mais por uma regulação normativa. 
A publicidade, alicerçada nos recursos multimídia, envolve a vida
contemporânea e a do sujeito contemporâneo, na mediação das
imagens eletrônicas. A não regulação de todas as imagens do mundo,
ou jogos de linguagem, a partir das pessoas “multifuncionais” e das
palavras “polissêmicas”, alicerçadasna legitimação das imagens do
mundo, leva ao surgimento do que podemos denominar de fim das
metanarrativas. A polissemia das palavras, o pluralismo e a
fragmentação são então configurados como forma de uma realidade
fragmentada, na qual a universalidade, enquanto forma de consenso,
não mais existe. Podemos então perceber que este processo no
campo comunicacional instaura uma nova forma de ser diante da
realidade, pela diversificação dos contextos sociais e históricos,
determinados pelo consumo, pela sociedade da informação, pelo
advento da mídia de massa em sua dimensão multimídia, que são
determinantes de padrões comportamentais de consumo no contexto
do cotidiano do homem contemporâneo.
Devemos compreender que a vida no século XXI é mediada por
imagens eletrônicas que não nos permitem o não responder aos outros
como “se suas ações e as nossas, estivessem sendo gravadas e
transmitidas simultaneamente para uma audiência escondida, ou
guardadas para serem assistidas mais tarde” (BAUMAN, 2001, p. 99).
Este aspecto envolve diretamente as relações multimídia presentes em
nossa realidade, bem como a vida na telinha, pois as imagens
eletrônicas acabam por permitir um certo grau de “liberdade”, para não
vivermos a vida vivida, na medida em que esta parece aproximar-se do
irreal, como um videotape, que se constitui no apagável, sempre pronta
para a substituição das velhas gravações pelas novas (BAUMAN,
2001). Este processo de “apagamento do real” é fomentado e
potencializado pelas relações multimídia no campo efetivo da
publicidade e consequente relações de mercado. Consideramos
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significativas as palavras de Jeremy Seabrook, citado por Bauman,
quando aponta que: 
O capitalismo não entregou os bens às pessoas; as
pessoas foram crescentemente entregues aos bens; o
que quer dizer que o próprio caráter e sensibilidade
das pessoas foi reelaborado, reformulado, de tal forma
que elas se agrupam aproximadamente.... com as
mercadorias, experiências e sensações... cuja venda é
o que dá forma e significado às suas vidas.
(SEABROOK, apud BAUMAN, 2001, p: 100)
Podemos então perceber a influência da publicidade multimídia
presente em nossa realidade. Essa influência envolve diretamente as
identidades individuais e coletivas. Há maior mobilidade e flexibilidade
da identificação que caracterizam a vida determinada pelo “ir às
compras” (BAUMAN, 2001) no atendimento aos desejos criados pela
instauração da moda através dos meios de comunicação em suas
múltiplas dimensões, essencialmente em sua dimensão multimídia. No
entanto, enquanto consequência desse processo, o que se constata é
que as tarefas que deveriam ser compartilhadas por todos, agora no
contexto mesmo da sociedade de elevado consumo, deve ser
realizada por cada um, este aspecto acaba por dividir as situações
humanas e induz à uma competição mais voraz, não unificando a
condição humana, antes inclinada a gerar cooperação e solidariedade
(BAUMAN, 2001). Neste sentido a vida humana no mundo
contemporâneo reveste-se de competitividade, onde cada um é
responsável por si mesmo, no universo fragmentado das relações
multimídia como forma determinante das identidades individuais e
coletivas. 
O Estado na Contemporaneidade
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Creative Commons - Nicola
 
Algumas breves palavras sobre a questão do Estado, no contexto da
contemporaneidade. Há a predominância do enfoque em termos dos
direitos coletivos, que conhecemos enquanto os direitos sociais, que
são classificados como direitos difusos ou também direitos de terceira
geração. A instituição do Estado é no contexto atual um ente de
direitos e deveres, direitos e deveres esses que muitas vezes podem
também se confrontar com os interesses dos segmentos subalternos
da população e também dos segmentos dominantes. 
O Estado assistencialista entrou em conflito com os próprios
determinantes do capitalismo, na medida em que para que este
mesmo capitalismo flua, se tornou necessária a acentuação da
demanda de produtos. Neste mesmo sentido, o Estado
contemporâneo, no âmbito de suas políticas, se rege pela proteção da
“regra” capitalista da oferta e da procura, que se constitui enquanto os
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fundamentais pilares do capitalismo. Este aspecto permite que
possamos perceber que a nação, que anteriormente era a “outra face”
do Estado e o principal instrumento de luta pela soberania,
considerando-se o território e sua população, encontra-se na
contemporaneidade divorciada deste mesmo Estado, pois há um
processo de distanciamento entre nação e Estado. Segundo Bauman
(2001), o Estado não é mais a ponte segura a recorrer. A liberdade da
política e das relações de poder do Estado encontram-se de certa
forma implodidas por novos poderes de caráter global, pois se torna
cada vez mais difícil resgatar os serviços de certeza, segurança e
garantias proporcionados pela instituição do Estado (BAUMAN, 2001). 
A instituição do Estado, na contemporaneidade, não encontra mais o
potencial mobilizador da nação, na medida em que dele necessita
cada vez menos, pois o que se apresenta em nossa realidade atual é a
substituição pelas “unidades high tech elitistas, secas e profissionais,
enquanto a riqueza do país é medida, não tanto pela qualidade,
quantidade e moral de sua força de trabalho, quanto pela atração que
o país exerce sobre as forças friamente mercenárias do capital global”
(BAUMAN, 2001, p. 212). Essa afirmação de Bauman nos permite
compreender a reconfiguração da instituição do Estado no contexto
mesmo de uma sociedade globalizada, ou seja, não mais o Estado
provedor dos benefícios sociais, mas alicerçado nos ditames do capital
financeiro internacional, em termos de novos poderes globais. 
Pode-se perceber que no âmbito das sociedades contemporâneas
houve profundas alterações em seus modos de existência como efeito
mesmo da nova configuração do modo capitalista de produção, do
capitalismo planetário, do avanço tecnológico e na necessidade de
expansão dos mercados. Neste contexto originam-se novas
subjetividades para dar conta das próprias exigências que foram
impostas pela rearticulação do modo capitalista de produção, pois a
vida passa a ser comercializada a partir deste novo modelo do
capitalismo (ESPERÂNDIO, 2007). 
 
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Pilares da Sociedade Contemporânea
1. MUDANÇAS DRÁSTICAS DA FASE INDUSTRIAL 
2. GLOBALIZAÇÃO
3. SOCIEDADE DE CONSUMO
4. A SOCIEDADE DA INFORMAÇÃO – CONHECIMENTO = VALOR
5. CONSUMISMO – enquanto diversidade de produtos, de ofertas
6. INTENSIFICAÇÃO DOS RECURSOS MULTIMÍDIA + PUBLICIDADE
7. RECONFIGURAÇÃO DO PÚBLICO E DO PRIVADO
8. NOVAS FORMAS DE SOCIABILIDADE
9. INTENSIFICAÇÃO DE MODISMOS PARA MAIOR CONSUMO
10. RECONFIGURAÇÃO DO ESTADO-NAÇÃO
BAUMAN, Zgmunt. Modernidade Líquida. Rio de Janeiro: Jorge
Zahar Editores, 2001. 
CANCLINI, Nestor G. Consumidores e cidadãos: conflitos
multiculturais da globalização. 5. ed. Rio de Janeiro: UFRJ, 2001. 
ESPERÂNDIO, Mary R. G. Para Entender Pós-Modernidade. São
Leopoldo: Sinodal, 2007.
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GADEA, Carlos A. Paisagens da Pós-Modernidade. Cultura, Política
e Sociabilidade na América Latina. Itajaí: UnivaliEditora, 2007.
HALL, Stuart. Identidades e Pós-Modernidade. Rio de Janeiro: Zahar,
1998.
VATTIMO, G. O fim da modernidade. Niilismo e hermenêutica na
cultura pós-moderna. São Paulo: Martins Fontes, 2007.

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