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SISTEMA GASTROINTESTINAL Aspectos anatômicos Dividido em cavidade oral, esôfago, estomago, intestino delgado, intestino grosso, reto Cavidade oral: músculo esquelético, dentes, língua com papilas e botões gustativos, glândulas salivares, tonsilas, folículos linfoides, superfície mucosa revestida por epitélio escamoso estratificado espesso, saliva (lubrificação, início da digestão, IgA para controle da flora normal), flora microbiana de bactérias e fungos Faringe: transporte da ingesta por músculos involuntários que realizam peristaltismo Esôfago: superfície de epitélio escamoso estratificado resistente, branco e espesso; mucosa maleável; glândulas na lâmina própria e na submucosa para produção de muco e secreção de IgA; esfíncter inferior protege contra a acidez do conteúdo gástrico; microbiota própria Estômago: pequena microbiota em carnívoros e equinos, grande microbiota em ruminantes; produção de muco e IgA; formação de barreira mucosa que evita a autodigestão do estômago glandular (potencial elétrico negativo evita difusão de H+, prostaglandinas citoprotetivas dilatam os vasos da mucosa para maior irrigação, secreção de muco como capa isolante); dividido em cárdia, corpo, fundo, antro e piloro; incisura gástrica na curvatura menor; curvatura maior; criptas gástricas com células secretoras (parietais secretam ácido, principais secretam enzimas) Intestino delgado: tubo muscular do piloro até a válvula ileocólica ou a válvula ileocecal; mucosa especializada em absorção, com superfície aumentada pelas vilosidades; células absortivas e caliciformes nas criptas de lieberkuhn sofrem mitose e maturação, sendo empurradas para as extremidades das vilosidades onde há maior capacidade de absorção que de secreção; vilosidades mais altas no jejuno>duodeno>íleo; folículos linfoides na mucosa mais evidentes no íleo, formando as placas de peyer; glicocálix para secreção de muco e produção de IgA na superfície epitelial; grande variação de microbiota em cada espécie; células de paneth nas criptas para produção de lisozima e defensinas, enzimas antimicrobianas; células argentafins ou enterocromafins neuroendócrinas que produzem mediadores químicos, neuropeptídios, serotonina e substancia P Intestino grosso: ceco, colon e reto; reciclagem de água, eletrólitos e vitaminas hidrossolúveis; digestão da celulose e fermentação pela microbiota; mucosa com glândulas tubulares produtoras de muco, criptas sem vilosidades, acúmulos linfoides menores; microbiota mais rica que no intestino delgado Obstruções e distúrbios funcionais da cavidade oral Mucoceles salivares – sialoceles Mucocele: pseudocisto da mucosa oral, preenchido por liquido, com paredes finas não revestids por epitélio. Ocorre pela coleção de secreção dentro das glândulas salivares Mucoceles grandes podem causar deslocamento da língua e obstrução da cavidade oral Causam salivação e dificuldade na alimentação Causadas por traumatismos nas bochechas ou na língua, em que a saliva penetra o interstício e forma o cisto Lesão redonda, oval ou irregular, com a aparência de bolha translúcida preenchida por saliva, que estimula a formação de uma fina parede de tecido de granulação Ranula: mucocele originada da glândula salivar sublingual Sialolitíase Distúrbio raro Massa firme, palpável na submucosa, formada por cálculos amarelos ou brancos que se formam nos ductos das glândulas salivares parótida ou submandibular, ou no assoalho da boca Pode conter bactérias, muco ou células descamadas no centro Causa salivação excessiva, podendo ocorrer traumatismos Estomatites virais Estomatites vesiculares Caracterizadas por vesículas, bolhas cheias de líquido na mucosa oral, que se rompem por agressão mecânica na mastigação, gerando aftas com desprendimento do epitélio e ulceração da mucosa Ocorrem em doenças induzidas por vírus, que se espalham rapidamente, com grande impacto econômico. A destruição do epitélio facilita infecções secundárias Curto período de incubação de 2 a 4 dias Doenças distintas clinicamente indistinguíveis Aftas Vesículas, bolhas Desprendimento do epitélio Áreas ulceradas Salivação Febre Anorexia Inicialmente, as lesões são pequenas vesículas claras com líquido. Crescem criando bolhas, que podem sofrer ulcerações, criando placas irregulares de mucosa ulcerada. O epitélio sobre as bolhas é facilmente destacado Pode ocorrer lesão nasal, conjuntivite, dermatite vesicular nas fendas interdigitais Ocorre edema intracelular, com células tumefeitas de citoplasma eosinofílico e núcleo picnótico Superfície das bolhas coberta por exsudato fibrinopurulento e tecido de granulação Febre aftosa: lesões cardíacas patognomônicas formando estriações pálidas no miocárdio (coração tigrado) em alguns casos; formação de vesículas na região interdigital Estomatite vesicular Doença vesicular dos suínos Exantema vesicular dos suínos Febre catarral maligna: gengiva com aspecto de carne viva gera dor que faz o animal parar de se alimentar Ectima dos ovinos ou estomatite papular dos bovinos Boqueira Infecção por vários vírus e contaminação secundária por fusobacterium spp Transmissível Zoonose Lesões múltiplas, mais frequentes nos lábios, podendo se estender para mucosa oral, esofágica e ruminal Feridas redondas ou irregulares, pápulas firmes e elevadas, de vermelho a violeta, bem delimitadas da mucosa saudável, espessamento da mucosa e aumento de volume nas áreas de lesão Corpúsculos de inclusão citoplasmáticos eosinofílicos Não há formação de bolhas Lesões podem causar salivação excessiva e febre Formação de pápulas e máculas levemente elevadas, que persistem por semanas até a resolução espontânea Maculas com centro pálido e halo hiperemico demarcando as lesões do tecido normal adjacente Raramente ocorre ulceração Estomatites bacterianas Gengivite ulcerativa/necrobacilosa oral/noma Boca das trincheiras Inflamação aguda e necrose Dor, hálito fétido, hemorragias por traumas e salivação excessiva Causada por bactérias anaeróbias principalmente em animais debilitados, desnutridos ou imunossuprimidos Formação de úlceras. Com trauma, a pele se desprende expondo a úlcera e formando uma membrana diftérica, mucosa necrótica em cima do órgão, facilmente destacável Pode se disseminar para outros órgãos e causar áreas de necrose Actinobacilose Infecção e inflamação granulomatosa localizada profunda na boca e nos linfonodos Causada por bacilo gram negativo , que entra na mucosa por erosões ou perfurações em ruminantes e equinos Língua de pau – glossite piogranulomatosa com inflamação e pequenos granulomas amarelados (grãos de enxofre) Posição anormal da língua, salivação, dificuldade de alimentação e anorexia Lesões granulomatosas irregulares, de branco amarelado até cinza, facilmente destacáveis do tecido normal Granulomas com bactérias cercadas por eosinófilos, macrófagos, células gigantes multinucleadas, linfócitos e plasmócitos Pode se estender para os linfonodos regionais e para o subcutâneo, causando fístulas e secreção de exsudato purulento Actinomicose Osteomielite rara da mandíbula de ruminantes e equinos, causada pelo acinomyeces bovis Aumento progressivo de um lado da mandíbula, anorexia e perda de peso As lesões no osso estimulam osteoclastos e osteoblastos para degradar e formar tecido ósseo, formando massa nodular cinza ou branca, firme e fibrosa, contendo focos de grãos de enxofre amarelados. As massas podem romper a pele da mandíbula O osso é substituído por tecido conjuntivo. Com a ossificação, formam-se cavidades irregulares que deixam o osso poroso e mais susceptível a fraturas Pode se estender para os linfonodos Hiperplasia gengival x epulides fibromatosa Comum em cães braquicefálicos A hiperplasia é uma reação inflamatória com aumento da gengiva que chega a envolver completamente os dentes. É curável por excisão cirúrgica mas pode ocorrer novamente O épulides é um tumor benigno com proliferação fibroblástica desorganizada, que comprime oepitélio da gengiva. Curável por excisão cirúrgica Diferenciação histológica Etiologia indeterminada Granuloma eosinofílico oral ou úlcera de roedor Úlcera focal na língua, nos lábios e no palato, pouco frequente em cães e gatos Úlceras irregulares, firmes e endurecidas, de tamanhos variáveis Granulomas eosinofílocos Necrose do tecido ulcerado Lesões por mecanismo imunomediado Neoplasias Papilomas orais Mais frequente em cães filhotes Tumores de origem infecciosa pelo papillomavirus Duração de até 3 meses e remissão espontânea com imunidade completa Formação de lesões verrucosas com base penduculada, tumores múltiplos, branco acinzentados, elevados, com superfície queratinizada Em bovinos, causa papilomatose cutânea Em equinos, causa sarcomas virais Carcinoma de células escamosas Comum na mucosa oral de cães e gatos idosos Inicia na língua de gatos, gengiva ou tonsila de cães, podendo haver necessidade de amputação Metástase para os linfonodos regionais Começa com pequenas lesões granulares, que aumentam de tamanho para rosários de massas, semelhantes a uma couve-flor Pode apresentar áreas de necrose Em bovinos por ingestão crônica de samambaia com substancias carcinogênicas Melanoma maligno Formado por melanócitos Lesões geralmente solitárias Mácula preta se desenvolve em uma massa firme de crescimento rápido, podendo apresentar superfície ulcerada, avermelhada e com sangue – melanótico Melanoma pode ser amelanótico, com pouco pigmento de melanina Metástase para linfonodos regionais e outros órgãos Formação de manchas e nódulos, podendo haver necessidade de remoção do maxilar ou da mandíbula Fibrossarcoma Aparência de hiperplasia envolvendo os dentes – diagnóstico por biópsia Neoplasias dentárias Raras em animais domésticos Formaão de meloblastoma benigno ou meloblastoma acantomatoso maligno Os benignos são bem delimitados, facilmente removíveis Os malignos invadem tecido ósseo Esofagites Esofagite de refluxo Raro em cães e gatos Causado pela ação irritante do ácido estomacal e da pepsina no epitélio do esôfago distal O refluxo deveria ser impedido com o correto funcionamento da cárdia. Com a cárdia hipotônica, como em anestesias, ocorre refluxo ácido, causando esofagite erosiva acentuada Ulceração focal ou erosão com necrose das camadas epiteliais superficiais Inflamação Irritação crônica causa acantose, hiperplasia das células proliferativas do epitélio escamoso estratificado da mucosa Esofagite traumática Frequente em cães e cavalos, principalmente em animais jovens, que mastigam objetos estranhos A ingestão de corpos estranhos causa lacerações no esôfago, podendo se alojar no lúmen, causando obstrução e esofagite traumática Em ruminantes, a obstrução completa impede a eructação, causando timpanismo Obstrução pode gerar focos de necrose isquêmica e ulceração, coagulação e resposta granulocítica Pode causar fibrose e estenose do esôfago Incapacidade de deglutir saliva e alimento; movimentação anormal da cabeça e do pescoço para tentar deslocar o objeto alojado Esofagite química Rara em animais Formação de edema, bolhas e eritema de acordo com a substancia ingerida Pode ocorrer necrose e formação de membrana diftérica Esofagites parasitárias Gongilonemíase Gongylonema spp Não patogênico Nematoides espiralados na mucosa esofágica, com aparência de doce – se enterram na mucosa de ruminantes e suínos Espirocercose Spirocerca lupi Inflamação granulomatosa – formação de granulomas no esôfago e na parede da aorta O verme adulto se enterra na mucosa do esôfago, formando um granuloma cístico com uma fístula. Os ovos passam pela fístula para o esôfago e são liberados nas fezes do hospedeiro Nódulo com exsudato purulento Causa disfagia, regurgitação e dilatação da porção esofágica proximal ao granuloma Trajetos da migração larval com tecido necrótico, hemorragia e eosinófilos Esofagite micótica Candidíase Sapinho ou monilíase Esofagite e estomatite Pode causar gastrite Infecção do epitélio escamoso estratificado do esôfago e da cavidade oral, causada pela cândida albicans, da microbiota normal da cavidade oral, que se torna patogênica quando há baixa resistência do hospedeiro – microorganismo oportunista em animais imunossuprimidos Formação de placas brancas ovais elevadas na superfície epitelial. As lesões podem coalescer, formando membranas nas áreas ulceradas. Ocorre necrose e desprendimento Neoplasias esofágicas Carcinoma de células escamosas Causa disfagia, regurgitação, dilatação da parte do esôfago proximal à neoplasia, perda de peso e massa cervical palpável Superfície com aspecto de couve flor, podendo haver ulceração A massa cresce e pode obstruir o esôfago Metástases para linfonodos regionais, fígado e pulmões Obstruções e distúrbios funcionais do estomago Dilatação gástrica aguda Mais frequente em bovinos, equinos e cães, animais com apetite voraz Em ruminantes, causa timpanismo, que pode ser obstrutivo ou espumoso Timpanismo obstrutivo ocorre pela ingestão de grandes quantidades de frutas e legumes. Impede a eructação e causa expansão gasosa, com compressão do diafragma e congestão do esôfago Timpanismo simples ou espumoso ocorre após o consumo de alimentos ricos em carboidratos, ocorrendo aprisionamento de gás na ingesta Dilatação gástrica excessiva com risco de ruptura gástrica, hemorragia e infecção da cavidade abdominal A distensão pode causar oclusão da veia cava caudal, resultando em choque hipovolêmico Fatores predisponentes: distensão; aerofagia; obstrução de cárdia e piloro; esporos de fungos nos alimentos; co2 da digestão Pode ocorrer torção e vólvulo Deslocamento de abomaso Causa anorexia parcial, perda de peso, desidratação e cetonúria O abomaso distendido se desloca para o lado esquerdo ou direito O animal apresenta dor abdominal, ranger de dentes, postura anormal e coices. Se levanta e deita repetidamente Pode ocorrer vólvulo do abomaso, em que o órgão se torce sobre seu próprio eixo mesentérico Dilatação gástrica crônica Secundária a ulceras gástricas, uremia, estenose pilórica, dilatação gástrica aguda, vagotomia, aerofagia, fadiga, distúrbios metabólicos, alimentação pouco nutritiva Anorexia parcial ou completa, sons anormais das ondas peristálticas, bolhas gasosas maiores que o normal, distensão abdominal, redução da motilidade gastrointestinal Impactação Bezoares dentro do estomago e enterólitos dentro do intestino Podem ser formados por acúmulos de pelos, vegetais não digeridos ou uma mistura de ambos – tricobezoares, fitobezoares e fitotricobezoares Pode ocorrer por grande quantidade de parasitas Geralmente arredondados Podem sofrer mineralização com fosfato de amônia e de magnésio, formando pedras com o objeto no centro Dificulta o trânsito gastrointestinal Estenose pilórica Hiperplasia do esfíncter pilórico – aumento de volume e hipertrofia muscular causam diminuição da luz intestinal Interfere com o esvaziamento gástrico, resultando em vômitos, distensão do estomago, retenção de resíduos gástricos Úlceras gástricas Frequentes em cães, gatos e potros Podem ocorrer no fundo, no corpo ou no antro do estomago As úlceras são precedidas por alterações epiteliais de proliferação e hiperqueratose, e degeneração, produzindo superfície mucosa espessa e rugosa, amarelada ou marrom. Pode ocorrer edema, hemorragia, focos de necrose e infiltrado de granulócitos, ocorrendo a lesão. As lesões progridem em direção à muscular da mucosa, formando as úlceras. No estágio agudo, as úlceras são cobertas por membrana fibrinonecrótica com bactérias e fungos, e o tecido adjacente é infiltrado por neutrófilos A úlcera aguda é coberta por sangue coagulado e aluz do estômago pode conter sangue não coagulado A ulcera crônica tem formato de cratera redonda, oval ou estrelada Úlceras de estresse: ulcerações múltiplas e rasas, com formas oval ou estrelada. Mais frequentes no fundo e no corpo. Ocorre por hipersecreçãoácida e redução da perfusão da mucosa gástrica Úlceras gástricas: ulcerações geralmente solitárias. Ocorre secreção ácida normal, porém há quebra da barreira mucosa, permitindo a retrodifusão de íons hidrogênio. A quebra da barreira é causada por refluxo de bile e por aines Úlceras duodenais: geralmente secundárias a outras doenças Gastrites Gastrite erosiva aguda ou hemorrágica A lesão causa congestão e hemorragias focais na mucosa gástrica. Ocorrem alterações degenerativas do epitelio, edema, e erosão, permitindo a difusão retrógrada de íons hidrogênio para a mucosa, causando sua digestão por ácido e pepsina Causa desconforto gástrico, anorexia, náuseas e vômitos. Em casos graves, o vômito pode conter sangue As lesões podem ser localizadas ou difusas. Consistem de hemorragias múltiplas da mucosa e graus variados de edema. As erosões são lineares ou estreladas, acompanhadas por extravasamento de sangue e plasma Gastrite traumática Causada por objetos ingeridos pelo animal. Os corpos estranhos podem permanecer no estomago e causar lesões e obstrução O animal para de se alimentar, fica menos ativos e em posições anormais, podendo vomitar Ocorre laceração e contusão na mucosa gástrica, com hemorragias e ulcerações. A penetração causa resposta inflamatória localizada, com a infiltração de granulócitos e a formação de abscesso ou granuloma, tecido cicatricial e peritonite Gastrite superficial crônica Episódios de inapetência, letargia e vômitos Infiltração linfoplasmocitária, com infiltrado neutrofílico ao redor das ulcerações Ocorre diminuição na quantidade de muco No antro gástrico, ocorre hiperplasia dos folículos linfoides da submucosa, causando gastrite folicular Gastrite atrófica crônica Atrofia das células parietais e principais Hipocloridria Ilfiltrado linfoplasmocitário e eosinófilos próximos as lesões Redução da espessura da mucosa, com perda parcial ou completa das glândulas gástricas Pode ocorrer metaplasia intestinal – substituição difusa ou focal do epitélio gástrico por epitélio intestinal Gastrite hipertrófica Causa inapetência, perda de peso, hipoalbuminemia, menor qualidade dos pelos, aumento da sensibilidade superior do abdômen e vômitos As pregas da mucosa gástrica são espessadas e tortuosas, com aspecto de cérebro. A coloração varia de rósea a violeta. Os sulcos são profundos, e a mucosa se apresenta edematosa e espessada A mucosa apresenta hiperplasia acentuada, podendo haver metaplasia Pode ocorrer dilatação cística das glândulas gástricas, que penetram a muscular da mucosa gerando gastrite cística profunda Gastrite eosinofílica Forma focal: causada por resposta eosinofílica a larvas de nematoides na mucosa. Em cães, ocorre na migração de larvas de toxocara canis. As larvas causam a formação de uma massa nodular cercada por eosinófilos, podendo obstruir a saída do estomago. A gastrite eosinofílica esquirrosa causa perda de peso, letargia, vômitos, espessamento do estomago e eosinofilia Forma difusa: causada por alergia, afetando grande porção do estômago Gastrites parasitárias Hemoncose: haemonchus em ovinos, caprinos e outros ruminantes. As larvas penetram o abomaso e residem nas glândulas gástricas ou podem evoluir para o estágio adulto na superfície do estomago. Causa crescimento retardado e pouco ganho de peso. Pode ocorrer hipoproteinemia e anemia, fraqueza, fadiga e diarreia Ostertagiose: ostertagia spp em ovinos, caprinos e bovinos. Ocorre gastrite com infiltrado inflamatório crônico, aumento do número de leucócitos na mucosa, decréscimo das células parietais e principais e hiperplasia das células da mucosa Berne gástrico: larvas de gasterophilus em equinos. As larvas se desenvolvem em vermes com pinçadores, que se prendem na mucosa gástrica. As áreas com larvas apresentam depressões com pouca inflamação ou ulceração Habronemíase: draschia megastoma em equinos. As larvas penetram na parte glandular da mucosa estomacal, criando nódulo granulomatoso com cavidade cística Gastrites bacterianas e micóticas Gastrite aguda flegmonosa Infecção da parede gástrica de cães por bactérias Dor súbita, náuseas, vômitos, febre, calafrios, prostração Pode causar emese purulenta e morte por colapso circulatório Estomago dilatado com paredes espessadas e mucosa de coloração vermelha ou púrpura Edema e pus na submucosa Pode ocorrer gastrite enfisematosa, com a formação de bolhas na mucosa Hemorragia, congestão e necrose coagulativa da mucosa Inflamação fibrinopurulenta Ruminite necrobacilar Secundária à ruminite causada por alimentação errônea e por consumo excessivo de grãos Causada pelo fusobacterium necrophorum, componente da flora ruminal que se torna patogênica por desequilíbrio na flora normal Acidose ruminal, degeneração do epitélio escamoso estratificado, infiltrados granulocíticos no epitélio e em vesículas Lesões escuras, múltiplas, irregulares, com papilas ruminais tumefeitas e com exsudato Necrose de coagulação e infiltrado de neutrófilos Reação inflamatória serofibrinosa Com o tratamento, as áreas necróticas se desprendem, criando uma úlcera que se regenera formando uma cicatriz Ruminite micótica Secundária a indigestão, alimentação inapropriada e acidose ruminal Causada por fungos oportunistas que se tornam patogênicos quando a flora ruminal é alterada, quando há uso de antibiótico, e em casos de motilidade gástrica inadequada e leucopenia Os fungos causam necrose do epitélio e se estendem até a submucosa, invadindo vasos e causando vasculite e trombose, com áreas de necrose de coagulação Acúmulo de material caseoso cinza necrosado e friável cobrindo áreas focais da mucosa do rúmen Áreas afetadas da mucosa ficam vermelhas ou enegrecidas, com margens bem delimitadas e espessamento devido à congestão e hemorragia Gastrite granulomatosa Causada por microorganismos que invadem o tecido mais profundo da parede do estomago, chegando às camadas musculares, vasos e linfonodos adjacentes. Resulta em inflamação granulomatosa e espessamento da parede do estomago, prejudicando a função gástrica Dor pós-prandial, vômitos, perda de peso, fraqueza, hematêmese, obstrução do escoamento gástrico Infiltrado inflamatório crônico com macrófagos, células gigantes, plasmócitos, linfócitos, fibroblastos, neutrófilos e eosinófilos Obstruções e distúrbios funcionais do intestino delgado Íleo adinâmico Falta de tônus e movimentos peristálticos normais por inibição dos nervos simpáticos O estômago e o intestino não respondem à presença de alimento Causa anorexia, distensão abdominal, ausência de sons intestinais, alças intestinais cheias de gás ou líquido, vômitos Causado por manipulação durante cirurgias, estímulos muito doloridos, toxemia, desequilíbrio eletrolítico, distúrbios nutricionais Corpos estranho s Maior frequência em cães e gatos jovens Obstrução da luz intestinal Causa vômitos e diarreia Podem ser eliminados nas fezes ou ficar aprisionados na válvula ileocólica, causando obstrução parcial ou completa Pode causar compressão de vasos sanguíneos e isquemia Causa peristaltismo exagerado e intussuscepção A lesão causa dilatação segmentar, colapso da porção intestinal obstruída, hiperamia, congestão, erosões, úlceras e perfurações Intussuscepção Invaginação de um segmento do intestino em outro causada por movimento peristáltico exagerado e lesão como ponto de fixação Corpos estranhos lineares principalmente, neoplasias e placas de peyer aumentadas podem funcionar como ponto de fixação Causa distensão abdominal, dilatação das alças intestinais, massa abdominal palpável, anorexia e vômitos O segmento afetado fica edemaciado, vermelho escuro ou enegrecido por congestão e hemorragia Após 24 horas, ocorre necrose isquêmica da mucosa Vólvulo intestinal Torção patológica de um segmento de intestino sobre seu eixo mesentérico, resultando em estrangulamento vascular, isquemia e obstrução da luz intestinal Causas: fendas no mesentério, hérnias Causa cólica, anorexia, dor, ansiedade,delírio e sudorese, ausência de movimentos peristálticos, distensão abdominal, vômitos, prostração Encarceramento e hérnias Pequenos orifícios no mesentério encarceram as alças intestinais Pode ocorrer aprisionamento em hérnias Umbilical Diafragmática Hiatal Inguinal Escrotal Não puncionar Rompimento do intestino Peritonite Realizar ultrassom do local para determinar se é intestino na hérnia Malformações de trato digestivo Atrésia ani Incompatível com a vida prolongada – toda a ingestão para no intestino, ocasionando mega colon Anus fechado, sem orifício anal Frequente em cães e suínos Acompanhado por deslocamento de vagina e bexiga Prolapso retal Frequente em suínos e ovinos Órgão tubular virado no avesso, com a mucosa exposta Ocorre geralmente por grande aumento de pressão abdominal e por tenesmo Tenesmo: dificuldade de defecar Toxinas Estímulo estrogênico Ocorre edema e congestão de vulva e reto Traumas mecânicos, hemorragias, ulcerações, infecções Enterites Enterite eosinofílica dos cães Causada pela migração de larvas de toxocara canis em cães jovens com pouca higiene Diarreia crônica, perda de peso, eosinofilia Lesões eosinofílicas focais Formação de nódulos brancos e firmes visíveis através da serosa do intestino Aumento do volume dos linfonodos regionais Síndrome da má absorção Diarreia, repleção abdominal, cólicas, perda de peso Sensibilidade anormal das células epiteliais das vilosidades ao glúten, ocorrendo perda prematura das células epiteliais absortivas das vilosidades Epitélio menos diferenciado, com maior número de linfócitos, hiperplasia do epitélio das criptas e alteração da proporção entre altura das vilosidades e profundidade das criptas As vilosidades perdem o aspecto recortado, ficando curtas e rígidas Pode ocorrer por colonização bacteriana do intestino delgado Enterite granulomatosa por rhodococcus equi Bastonete gram positivo normal no intestino do equino Se prolifera em caso de desequilíbrio da microbiota Enterite purulenta Ascaridíase As larvas de ascarídeos causam gastroenterite eosinofílica quando ficam na submucosa gástrica ou intestinal, causando granulomas nos linfonodos mesentéricos Causa má absorção, menor ganho de peso, fraqueza, anorexia, vômitos e diarreia Ancilostomíase Os vermes adultos se fixam na mucosa intestinal Lacerações multifocais na mucosa e formação de nódulos elevados Mucosa hiperplásica com agregados de linfócitos, plasmócitos e eosinófilos Perda de sangue através das lacerações nos pontos de fixação, com hemorragia e ulcerações Letargia, perda de peso, anemia, diarreia, desidratação, alteração do apetite Tricuríase Vermes brancos parasitas de ceco e colon Menos agressivos, podem causar anemia Coccidiose Coccídeos protozoários da mucosa intestinal, principalmente eimeria e isospora Infecção das células epiteliais das vilosidades e criptas, podendo atingir os linfonodos O ciclo reprodutivo dos protozoários causa lise das células epiteliais principalmente em animais jovens Diarreia, sangue nas fezes, eliminação de oocistos Lesões causam hiperemia e distensão dos segmentos intestinais afetados, necrose do epitélio e resposta inflamatória com linfócitos, plasmócitos e eosinófilos Giardíase Frequente em cães e gatos filhotes Causada por protozoário flagelado giárdia lamblia, que habita o duodeno em pequeno número, sem produzir doença. Em grande número ou em animais imunossuprimidos, causa diarreia, inibindo a absorção de açucares, que são fermentados pela flora bacteriana, produzindo gás. Os açucares atraem água para a luz intestinal por osmose, resultando em distensão intestinal por líquido e gás Diarreia líquida marrom, desconforto abdominal, perda de peso Causa poucas lesoes Estrongilose Diarreia, perda de peso, desidratação, hipoproteinemia, eosinofilia, anorexia Intestino afetado hiperêmico e cheio de líquido Epitélio ulcerado e hiperplásico, com redução das vilosidades e aumento no número de linfócitos, plasmócitos e eosinófilos Enterite piogranulomatosa Peritonite infecciosa felina Causa vasculite e fibroplasia Fases da digestão Intraluminal Pode ser prejudicada por insuficiência pancreática exócrina ou deficiência de sais biliares Epitelial Pode ser prejudicada por perda de epitélio e atrofia de vilosidades Circulatória Mecanismo de absorção normal do intestino delgado Gradiente elétrico entre o lúmen e o interstício através de bombas de sódio, e nos enterócitos Membrana dos enterócitos com enzimas para quebra de açucares e proteínas, transporte pela união com o sódio Absorção de nacl,cl e na Secreção de h+ e bicarbonato Diarreia Excesso de água nas fezes Causa desidratação, perda de eletrólitos, alteração do equilíbrio ácido básico, hipovolemia, hipoperfusão tecidual, hipoglicemia, choque volêmico por desidratação Diarreia secretória Por infecções por bactérias produtoras de enteroxinas; doenças inflamatórias intestinais As células absortivas em contato com enterotoxinas sofrem aumento da concentração intracelular de cálcio, ativando enzimas que promovem secreção de cloreto e inibição das bombas de absorção de nacl A absorção de nacl é essencial para a absorção de água – ocorre sobre de água nas fezes e fezes líquidas Inversão da via normal absortiva Uso de aines para bloqueio das prostaglandinas ou glicocorticoides para bloqueio da fosfolipase Diarreia mal absortiva Por atrofia das vilosidades responsáveis pela absorção, ocorrendo hiperplasia das criptas com células imaturas, aumentando o componente secretório Diarreia exsudativa ou efusiva Por alterações na pressão hidrostática – alterações de fluxo sanguíneo; queda na concentração de proteínas no sangue; má circulação linfática; edema por processo inflamatório; icc; hipertensão portal Ocorre edema inflamatório da musoca. A água no interstício estica o epitélio, causando a separação das junções intercelulares e o extravasamento de água para o lumen Hipermotilidade Associada a qualquer mecanismo de diarreia Ocorre redução do tempo para absorção de água
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