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DIREITO INTERNACIONAL
Prof.ª Dra. Ana Luiza Gama
Aula 5: O Estado
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
Aula: 5
Questão 1 – Aula 3.
O litígio se dá entre Portugal e Índia. O primeiro Estado aparelhou perante a Corte Internacional de Justiça procedimento judicial internacional contra o Estado indiano, relativo a certos direitos de passagem pelo território deste último Estado de súditos portugueses (militares e civis), assim como de estrangeiros autorizados por Portugal com a intenção de dirigir-se a pontos encravados situados perto de Damão, para acesso aos encraves de Dadra e Nagar-Aveli. O Estado português alega que havia um costume [internacional] local que concedia um direito de passagem pelo território indiano a seus nacionais e às forças armadas até Dadra e Nagar-Aveli. A alegação de fundo é a de que o Estado indiano quer anexar estes dois territórios portugueses, ferindo seus direitos soberanos sobre eles..... 
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Diante da situação acima e dos dados apresentados, responda:
1) De acordo com entendimento da Corte Internacional de Justiça, qual a fonte de direito internacional Público é aplicável a fim de dar solução ao litígio?
2) Como ela é definida?
3) Qual o elemento que a torna norma jurídica
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Sugestão de Resposta:
1) A questão trata do Costume Internacional como fonte do Direito Internacional. Enfoque o conceito desta fonte na posição da Corte Internacional de Justiça.
2) Apresente a definição desta fonte segundo a doutrina e de seus elementos constitutivos, destacando o mais importante elemento segundo a Comissão de Direito Internacional e a Corte.
3) Apresente o opinio juris.
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O Estado (moderno)
“Personalidade originária do D.I.P
(Rezek)
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Dificuldade do conceito (sentido amplo)
Sociedade, Governo, Nação?
Ordem social, jurídica, política?
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Conceito de Estado a partir de seus elementos constitutivos
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Estado “é aquele que reúne três elementos indispensáveis para a sua formação:
População (composta de nacionais e estrangeiros), território e governo (deve ser efetivo e estável). Todavia, o Estado pessoa internacional plena é aquele que possui a soberania. (Celso Mello)
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A Convenção Pan-americana sobre Direitos e Deveres dos Estados (Montevidéu, 1933) considera que o Estado pessoa internacional deve ter os seguintes requisitos: 
povoação permanente;
território determinado;
governo;
capacidade de entrar em relações com os demais Estados.
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“Estado corresponde a uma organização política e administrativa que contém, em regra, território (porção de área demarcada), povo (grupo de pessoas), governo, poder soberano e finalidades de garantia existencial e de desenvolvimento social e do cidadão.” (Sidney Guerra)
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“...Em circunstâncias excepcionais e transitórias, pode faltar ao Estado o elemento governo – tal é o que sucede nos períodos anárquicos – e, pode faltar-lhe até mesmo a disponibilidade efetiva de seu território, ou o efetivo controle dessa base por seu governo legítimo. O elemento humano é, em verdade, o único que se supõe imune a qualquer eclipse, e cuja existência ininterrupta responde, mais do que a do próprio elemento territorial...”(Rezek) 
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Em resumo: em situações de normalidade observa-se os três elementos do Estado: povo, território e governo soberano.
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O povo 
Conteúdo material e indispensável à ideia de Estado.
Componente humano do Estado
O Estado existe em função dele.
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Povo, povoação  comunidade nacional. O conjunto de seus nacionais.
População é o conjunto de nacionais e estrangeiros
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Território
Porção de área demarcada.
É a base física do Estado, o espaço geográfico em que se estabelece uma comunidade, soma-se a ela o espaço aéreo e o marítimo.
Sobre seu território o Estado exerce jurisdição geral e exclusiva, ou seja, onde atua com autoridade (monopólio do uso legítimo da força).
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Aquisição e perda de território
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Aquisição por conquista
Prática no tempo em que existia res nullius.
Mediante emprego da força unilateral ou como resultado de batalhas.
Não mais admitido pelo direito internacional
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“Hoje não seria possível admitir a conquista como meio de aquisição de territorial, desde que proscrito o recurso às armas pelo direito das gentes. Assim, Israel não pretendeu ter-se investido no domínio dos territórios palestinos cujo controle resultou de seu êxito na guerra de 1967 e em conflitos posteriores: a necessidade de fronteiras seguras foi o seu argumento para a retenção dessas áreas, até que o abrandamento das tensões políticas permitisse a renegociação construtiva com países vizinhos e com a liderança palestina.” (Rezek)
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Cessão gratuita
A França derrotada pela Alemanha cedeu à esta última a região da Alsácia-Lorena (1871) e após a primeira guerra, a Alemanha vencida, restitui a Alsácia-Lorena a França, fazendo constar no Tratado de Versalhes (1919).
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Delimitação de território
A delimitação das linhas limítrofes entre os território de dois ou mais Estados pode se dar por:
1) Tratados bilaterais
	. Forma mais comum. Os Estados já tem noção da fronteira (evolução histórica) e pretendem delimitá-la formalmente.
2) Decisão da ONU (Quatar x Bahrein e Israel)
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Linhas limítrofes para delimitação
Linhas naturais (Rios e Cordilheiras)
Linhas artificiais/geodésicas (paralelos e meridianos)
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Chile x Peru
A Corte Internacional de Justiça (ONU) colocou fim em janeiro deste ano a uma disputa marítima entre Chile e Peru que se arrastava havia mais de cem anos.
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A nova delimitação diz respeito a uma faixa marítima de 38 mil km² de extensão, em uma região rica em recursos pesqueiros no oceano Pacífico.
"A Corte estabelece que a fronteira siga uma linha paralela até as 80 milhas e, a partir de então, siga em direção sul até um ponto B, baixando (em linha reta e na altura das 200 milhas) até um ponto C", explicou o presidente da Corte Internacional de Justiça de Haia, Peter Tomka.
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			Governo
Existe governo quando há autoridades encarregadas de estabelecer e fazer cumprir as normas internas, bem como conduzir as relações no plano internacional.
“A existência de governo induz à ideia de que existe uma organização política apta a ser reconhecida pela sociedade internacional.” (S. Guerra)
O D.I. não impõe uma forma de governo, embora possa recomendar a democracia.
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			Governo soberano
(F. Rezek)
“É o governo que não se subordina a qualquer autoridade que lhe seja superior , não reconhece, em última análise, nenhum poder maior de que dependam a definição e o exercício de suas competências...a soberania o faz titular de competências que, precisamente porque existe uma ordem jurídica internacional não são ilimitadas...”
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A soberania
(S. Guerra)
É poder de mando de última instância e que não é encontrado em nenhuma outra forma de associação humana.
 
A soberania corresponde a independência política e administrativa que tem um Estado em relação ao outro.
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A Soberania para Celso Mello 
é a única defesa que o Estado fraco possui em relação ao forte no plano jurídico internacional...É ela que vai dar origem aos princípios de não-agressão e não-intervenção. 
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 “A soberania nas relações entre os Estados significa independência. A independência em relação a uma parte do globo é o direito de exercer as funções estatais nessa região, excluindo todos os demais Estados. O desenvolvimento da organização dos Estados durante os último séculos, e, como corolário, o desenvolvimento do direito internacional, estabeleceram o princípio da competência exclusiva do Estado, no tocante ao seu próprio território, de forma a tornar a soberania o ponto inicial de solução das questões relacionadas às relações internacionais.” (Corte Internacional de Justiça)
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Carta da ONU
Artigo 2. A Organização e seus Membros, para a realização dos propósitos mencionados no Artigo 1, agirão de acordo com os seguintes Princípios:
1. A Organização é baseada no princípio da igualdade (de soberania) de todos os seus Membros.
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Carta da OEA
Art. 13.
Os Estados americanos reafirmam os seguintes princípios:
b) A ordem internacional é constituída essencialmente pelo respeito à personalidade, soberania e independência dos Estados e pelo cumprimento fiel das obrigações emanadas dos tratados e de outras fontes do direito internacional;
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A noção contemporânea de soberania
Globalização econômica
Interdependência  cooperação
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Atualmente o estado sofre o ataque do processo globalização econômica e também e da mundialização e o desvelamento das identidades culturais que conduz a sua fragmentação e ao enfraquecimento de seu poder.
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“As vinculações assimétricas de um país com o seu contexto internacional, que limitam em maior ou menor grau sua capacidade ou vontade para controlar efeitos internos de fatores externos e sua capacidade ou vontade para exercer influência real sobre o seu contexto externo". (Celso Lafer) 
“É a dependência, no fundo, a subordinação da economia de um Estado para se desenvolver a economia de outro.(Celso Mello)
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A soberania é hoje compartilhada ou flexibilizada, 
o que significa atribuição de capacidades e competências típicas do Estado. 
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Enfraquecimento do domínio do Estado sobre as competências soberanas. Novas fontes de pressão (Movimentos sociais, corporações transnacionais, organizações não-governamentais).
Os processos de integração regional levam o Estado a transferir parte de suas competências para Organizações Internacionais
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A preocupação global com o meio ambiente condiciona a independência soberana do Estado ao interesse global.
No plano comercial, normas internacionais mais e estáveis e com a OMC os Estados aceitam uma autolimitação de sua liberdade legislativa.
No direito humanitário, aumenta o poder de interferência da ONU.
 (Marcelo Varella) 
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“Muito embora exista um enfraquecimento do controle do Estados sobre o sistema jurídico e político internacional, esse controle ainda é poderoso e preponderante. Os governos são mais fracos, mas eles podem ainda mostrar seu peso em todas as situações. A soberania do Estado sofre um processo de erosão, mas ainda é evocado com vigor.”(Marcelo Varella)
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Imunidade da jurisdição estatal
Protege o direito primordial do Estado: o direito de existência e a partir dele todos os direitos fundamentais do Estado.
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Artigo 10 da Carta da O.E.A.
Os Estados são juridicamente iguais, desfrutam de iguais direitos e de igual capacidade para exercê-los, e têm deveres iguais. Os direitos de cada um não dependem do poder de que dispõem para assegurar o seu exercício, mas sim do simples fato da sua existência como personalidade jurídica internacional.
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Artigo 12 da Carta da O.E.A.
Os direitos fundamentais dos Estados não podem ser restringidos de maneira alguma.
Imunidade de seus representantes
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Imunidade Estatal
	Por ato de império
	Por ato de gestão
 
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Imunidade por ato de império
-
As imunidades são direcionadas ao diplomata, que representa o Estado de origem junto à soberania local e para os assuntos bilaterais de Estado e ao cônsul , que representa o Estado de origem para cuidar de interesses privados – de seus compatriotas - no Estado onde atuem.
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Estas imunidades estão previstas na Convenção de Viena de 1815, Convenção de Viena sobre relações diplomáticas (1961) e Convenção de Viena sobre relações consulares (1963), todas incorporadas ao direito brasileiro. 
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Imunidade em atos de gestão (novas tendências) 
A imunidade do Estado não é absoluta!
O Estado estrangeiro também pode ser acionado pela justiça de outro Estado, bem como ter seu patrimônio expropriado quando pratica atos iure gestions.
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Neste caso, o Estado desenvolve atividades estranhas ou desligadas ao fiel desempenho das respectivas funções diplomáticas.
“quando um estado exerce atividade que, por natureza, se acha aberta a todos, coloca-se ele fora de sua função, não sendo possível admitir-se que interesses unilaterais de um Estado sirvam-se da norma internacional“ (MELLO BOLSON)
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No direito internacional, são principalmente a Convenção Europeia sobre Imunidade do Estado (1972) e o State Immunity Act (1978) que estabelecem esta exceção à imunidade de jurisdição do Estado. 
No direito brasileiro, esta posição foi consolidada pelo STF em RTJ 133/159.
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“A imunidade tende a reduzir-se, desse modo, ao mais estrito sentido do acta jure imperii, a um domínio regido pelo direito das gentes, seja pelas leis do próprio Estado estrangeiro: suas relações com o Estado local ou com terceira soberania, com seus próprios agentes recrutados na origem, com seus nacionais em matéria de direito público – tendo a ver com nacionalidade, direitos políticos, a função pública, o serviço militar, entre outras.(F. Rezek)
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Breves noções sobre a Responsabilidade Civil do Estado
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A responsabilidade do Estado por atos ilícitos sempre foi tratado pelo direito costumeiro, no entanto a ONU já vem trabalhando nesta temática a fim de que possa ser objeto de tratado internacional.
- Relatório da sessão 53 da C.D.I. da ONU (Projeto de artigos)
Res. 56/83 da A.G. da ONU.
Assembleia Geral das Nações Unidas – 6º Comitê – Sessão 62).
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Projeto da C.D.I.
Artigo 2. Elementos do ato internacionalmente ilícito de um Estado. 
Um Estado pratica um ato internacionalmente ilícito quando sua conduta consistindo em ação ou omissão: 
(a) É atribuível ao Estado no âmbito do Direito Internacional (imputabilidade); e 
(b) Constitui a violação de uma obrigação internacional do Estado.(Art. 12)
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A imputabilidade pode ser:
responsabilidade subjetiva dos usos e costumes, doutrina, princípios gerais;
responsabilidade objetiva regulada por tratados multilaterais sobre assuntos específicos.
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Os elementos da responsabilidade subjetiva
são:
o comportamento (comissivo ou omissivo) de violação de um dever internacional (obrigação);
a existência de um dano físico ou moral;
e nexo de causalidade.;
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Art. 31. Reparação
O Estado responsável tem obrigação de reparar integralmente o prejuízo causado pelo ato internacionalmente ilícito.
2. O prejuízo compreende qualquer dano, material ou moral, causado pelo ato internacionalmente ilícito de um Estado. ato internacionalmente ilícito de um Estado.
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Art. 34. Formas de reparação
A reparação integral do prejuízo causado pelo ato internacionalmente ilícito deverá ser em forma de restituição, indenização e satisfação, individualmente ou em combinação, de acordo com as previsões deste Capítulo.
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A responsabilidade objetiva é instituto rígido e não flexível como a responsabilidade por culpa e é regulada por normas especiais escritas que definem tipos também rígidos. (Convenção sobre responsabilidade Civil contra terceiros no campo da Energia Nuclear e convenção sobre Responsabilidade Internacional por danos causados por objetos espaciais e etc.)
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E outras pessoas de direito internacional podem ser responsabilizada pela reparação de danos causados?
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Caso 1 – Aula 4.
Inimiga natural do bom senso, a intolerância costuma fazer entre inocentes a maior parte de suas vítimas. O atentado terrorista contra a missão diplomática da Organização das Nações Unidas no Iraque, na terça-feira passada (19 de Agosto de 2003), não foge desse padrão: atingiu um organismo internacional que trabalhava pela paz, pela ordem e para mitigar os males das pessoas. A explosão matou 23 pessoas, de diversas nacionalidades, todas elas empenhadas em pavimentar o caminho para a consolidação de um governo capaz de colocar o país de pé.
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Uma das vítimas era a força motora desse esforço – o brasileiro Sérgio Vieira de Mello, de 55 anos, chefe da representação da ONU no Iraque, que desde junho vinha desempenhando, com a peculiar competência, justamente o papel que se espera das Nações Unidas, qual seja, o de promover um mínimo de entendimento entre partes aparentemente incompatíveis. Eram 4 e meia da tarde quando uma betoneira amarela parou debaixo da janela de seu escritório em Bagdá. Detonada por um fanático suicida, a carga de 700 quilos de explosivos derrubou parte do prédio. Sob os escombros, imobilizado por uma viga que lhe esmagou as pernas, Vieira de Mello chegou a fazer ligações de seu telefone celular, mas não resistiu e sangrou até a morte antes que o resgate chegasse, já no começo da noite. 
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No que se refere ao tema da Responsabilidade Civil no direito internacional, responda:
A Organização das Nações Unidas teria o dever de reparar os danos causados, já que o diplomata estava a serviços da ONU? Explique.
b) O Brasil teria o dever de reparar os danos causados, já que o diplomata representava o País no exterior? Explique
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Dimensão pessoal do Estado
Nacionalidade
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O direito a ter direitos
(Hannah Arendt)
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Na contemporaneidade, o tema da nacionalidade como instituto jurídico deixou de lado diversos elementos que tornavam o debate mais complexo e a garantia menos efetiva, como a noção de pertencimento à nação, tornando-se mais objetiva, no sentido de que ser nacional significa pertencer a uma ordem jurídica - Estado - que lhe garantirá direitos e lhe exigirá deveres.
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DIREITO INTERNACIONAL
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Conceito
O vínculo jurídico-político que relaciona o indivíduo ao Estado.
(Jacob Dolinger)
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A nacionalidade é questão de jurisdição interna do Estado e deste modo as normas internacionais que dispõe a respeito da matéria encontram-se nela limitadas. Não há nada que impeça que os Estados tenham legislação mais ampla que a nossa ou mais restritiva. No entanto, a globalização econômica levou a uma maior cooperação entre os Estados e no que diz respeito à nacionalidade pode-se ver alguns avanços no reconhecimento de uma cidadania para além das fronteiras dos Estados, como na União Europeia, mas, por outro lado, a multi-culturalidade desvelada pela globalização vem levando à intolerância e a rigidez no tratamento da nacionalidade.
 
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Direitos Humanos
Nacionalidade=direitos
Direitos fundamentais
D.U.D.H.
Convenção Americana
 de DDHH
Art. 12 da C.R.F.B
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Art. 15 da Declaração Universal dos Direitos do Homem
I) Todo homem tem direito a uma nacionalidade.
II) Ninguém será arbitrariamente privado de sua nacionalidade, nem do direito de mudar de nacionalidade.
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Art. 24 do Pacto Internacional dos direitos civis e políticos
3. Toda criança tem direito a adquirir uma nacionalidade.
Art. 20 da Convenção Interamericana de Direitos do Homem:
1.        Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade. 
2.        Toda pessoa tem direito à nacionalidade do Estado em cujo território houver nascido se não tiver direito a outra.
3.    A ninguém se deve privar arbitrariamente de sua nacionalidade nem do direito de mudá-la.
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Originária
Nascimento	
					Derivada
							Opção ou escolha
Formas de aquisição
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Ius solis
Ius sanguinis
Domicílio
e outros
Critérios de aquisição de nacionalidade
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Defendido por Henri Mancini. Este critério tinha por objetivo manter as famílias italianas que moravam no interior ligadas à mãe-pátria. Segundo este critério, os filhos adquirem a nacionalidade que os pais tinham à época do nascimento, não sendo afetada por futuras mudanças na nacionalidade destes. 
Jus sanguinis
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Este critério tem suas origens no regime feudal, quando o homem estava fixado a terra. Foi abolido na França e renasceu nos EUA, com a necessidade de reintegrar os imigrantes à nova nacionalidade e assim fortalecer a nação.
Jus solis
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Polipatria
Apatridia
Mais de uma nacionalidade
Sem nacionalidade
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É apátrida quem não tem nacionalidade, nunca teve ou se já teve, a perdeu. Desta forma, o indivíduo que ao nascer se vê sem nacionalidade por alguma causa ou quando a perde, por força da legislação do Estado, sem haver submetido a processo de conservação, é apátrida.
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A Convenção para Redução dos Casos de Apatridia (1961), estabelece que uma pessoa não pode ser privada da sua nacionalidade devido a razões raciais, étnicas, religiosas ou políticas e esboça medidas para prevenir a apatridia resultante da transferência do território, estabelecendo regras para a concessão da nacionalidade a pessoas nascidas num país que, de outro modo, seriam apátridas. Mas sendo a atribuição de nacionalidade questão de soberania, a efetividade deste tratado é colocada à prova.
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O Protocolo Especial de Haia de 1930, promulgado no Brasil pelo Decreto nº 21.798/32, recomenda que um indivíduo que perde a sua nacionalidade após entrar em país estrangeiro, onde não adquire nova nacionalidade, deverá ter direito a ser recebido pelo país de sua última nacionalidade. O Brasil incorporou ainda, em 22/05/2002, por Decreto do Presidente da República, a Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas.
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“Um cidadão que
não pode ser deportado porque seu país de origem não o aceita e também não é reconhecido cidadão onde está, é apátrida.” Nesta decisão, a Justiça Federal reconheceu o direito de um africano ficar no Brasil como refugiado e determinou que a União assegurasse identidade brasileira e o direito de exercer atividade remunerada.  Em sua decisão, foi reconhecido que "inexiste Estado que considere o autor como seu nacional ou que se manifeste pela pretensão de acolhê-lo" e que "a negativa do pedido implicará, na prática, a redução do autor à condição de coisa, eliminando a possibilidade de desenvolvimento de sua personalidade, o que se atrita - e muito - com o princípio da dignidade da pessoa humana" Processo nº 5000420-80.2011.404.7017 (Processo Eletrônico - E-Proc V2 - PR) – TRF4
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Forma + critério
Ius solis
Ius sanguinis
Nacionalidade no Brasil
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São brasileiros:
Natos (forma de aquisição originária)
a) critério do ius solis
b) critério do ius sanguinis
c) critério do ius sanguinis
 		
Naturalizados (forma de aquisição derivada)	
		
Sistemática do art. 12 da CRFB
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I -Nacionalidade originária
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Nacionalidade originária
ART. 12. SÃO BRASILEIROS:
I - NATOS:
Os nascidos na República Federativa do brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;
		
Regra
Jus solis
Exceção
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	ART. 12. São brasileiros:
	I - Natos:
	b) Os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da república federativa do Brasil;
Critério misto
Jus sanguinis
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Art. 12, I, c da CRFB 
Este dispositivo passou por cinco modificações desde 1946.
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Conjuga:
Residência e opção pela nacionalidade
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	O problema da última redação (nacionalidade sob condição suspensiva, quase-nacionalidade)
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		A redação dada pela E.C. 3/94
	
Art. 12. São brasileiros: 
I -  natos: 
            ...c)  os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira; 
Na maioridade
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Dois sistemas:
1) Art. 12, I, C da C.R.F.B. 
2) Art. 95 do A.D.C.T.
	
E.C. 54 de setembro de 2007
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
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ART. 12. SÃO BRASILEIROS:
I - NATOS:
C) Os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na república federativa do brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; 
	
IUS SANGUINIS
ATENÇÃO
ALTERADO PELA EC 54/2007
Art. 12, I, c
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 	Art. 12, i, c, primeira parte
	Nascidos no exterior
	Ius sanguinis – pai ou mãe brasileiros
				
+ Condição
	Registro em repartição brasileira competente (órgãos consulares – art. 18 da LINDB) 
			
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Art. 12, i, c, segunda parte
	Nascidos no exterior
	Jus sanguinis – pai ou mãe brasileiros
	Residência no brasil
		
			+ Condição
 Registro (Art. 32, § 2º da lei 6015/73)
				e Opção
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	Art. 109, caput. aos juízes federais compete processar e julgar:
	(...)
	x - os crimes de ingresso ou permanência irregular de estrangeiro, a execução de carta rogatória, após o exequatur, e de sentença estrangeira, após a homologação, as causas referentes à nacionalidade, inclusive a respectiva opção, e à naturalização;(...)
A opção
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	Os nascidos no estrangeiro entre 7 de junho de 1994 e a data da promulgação desta Emenda Constitucional, filhos de pai brasileiro ou mãe brasileira, poderão ser registrados em repartição diplomática ou consular brasileira competente ou em ofício de registro, se vierem a residir na República Federativa do Brasil.
Artigo 95 da ADCT
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II - NACIONALIDADE DERIVADA
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 A naturalização é ato unilateral, personalíssimo e discricionário do Estado no exercício de sua soberania, podendo ele negar ou conceder a nacionalidade a quem a requerer (estrangeiro).
Mesmo que o requerente preencha todos os requisitos legais para a naturalização, o Estado não é obrigado a concedê-la – Art. 111 da lei 6815/80.
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
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NATURALIZAÇÃO
Por processo comum
Originários de países de língua Portuguesa
Extraordinária
Provisória
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a) Por processo comum
Art. 12, II , primeira parte da CRFB (Lei 6815/80 e
Dec. 86.715/81)
Originários de países de língua portuguesa
		Art. 12, ii, in fine da CRFB
			
			Residência por 1 ano
			Idoneidade moral
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b) Extraordinária 
Art. 12, II, b da CRFB
		Residência por 15 anos
		Sem condenação penal, desde que resida *
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
Aula: 5
	Art. 116. O estrangeiro admitido no Brasil durante os primeiros 5 (cinco) anos de vida, estabelecido definitivamente no território nacional, poderá, enquanto menor, requerer ao ministro da justiça, por intermédio de seu representante legal, a emissão de certificado provisório de naturalização, que valerá como prova de nacionalidade brasileira até dois anos depois de atingida a maioridade. 
Naturalização provisória
Lei 6815 de 1980
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
Aula: 5
Estrangeiro filho de pais estrangeiros de até 5 anos 
		requerimento pelo representante 
		ratificação pelo titular até os 20 anos
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Procedimento para naturalização
Misto
Arts. 119 e seguintes do decreto 86.715/81 
	
	fase administrativa: ministério da justiça
	Fase jurisdicional: art. 128 e 129
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
Aula: 5
Portugueses
Art. 12 § 1º da CRFB
Status diferenciado
	
	Residência permanente
	Reciprocidade (tratado da amizade decreto 3927/2001)	
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
Aula: 5
Art. 12. São brasileiros:
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
Aula: 5
Art. 12, § 4 da CRFB
1) Naturalizado: art. 12, § 4º, a
Sentença
 Atividade nociva ao interesse nacional 
Perda da nacionalidade
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
Aula: 5
Art. 12. São brasileiros:
§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:
II - adquirir outra nacionalidade por naturalização voluntária.
II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos: (Redação dada pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis; (Incluído pela Emenda Constitucional de Revisão nº 3, de 1994)
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
Aula: 5
II) Aquisição voluntária  perda da nacionalidade
Admite-se a dupla nacionalidade quando:
reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira
imposição de naturalização,
pela norma estrangeira
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO
Aula: 5
Questão objetiva – Aula 4 (OAB)
	No que concerne à perda e à reaquisição da nacionalidade brasileira, assinale a opção correta.
a) Eventual pedido de reaquisição de nacionalidade feito por brasileiro naturalizado será processado no Ministério das Relações Exteriores.
b) A reaquisição de nacionalidade brasileira é conferida por lei de iniciativa do presidente da República.
c) Em nenhuma hipótese, brasileiro nato perde a nacionalidade brasileira.
d) Brasileiro naturalizado que, em virtude de atividade nociva ao Estado, tiver sua naturalização cancelada por sentença judicial só poderá readquiri-la mediante ação rescisória.
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