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73 Gestão MercadolóGica Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : L éo 0 2/ 02 /1 0 // 2 ª R ev isã o: A na M ar so n / C or re çã o: M ár ci o - 01 /0 3/ 10 // A lte ra çã o no m e di sc ip lin a - M ár ci o - 10 /0 5/ 20 12 Unidade II 3 SEGMENTAÇÃO DE MERCADO Inicialmente, é importante esclarecer que a segmentação de mercado, até a década de 1960, era pouco conhecida e aplicada; poucas eram as organizações que tinham condições de tirar proveito do amplo potencial que a segmentação apresenta atualmente. Isso ocorria, certamente, porque não havia muitos profissionais envolvidos com a aplicação da segmentação em mercados consumidores, bem como muitos não estavam certos de quais resultados poderiam atingir, portanto, simplesmente não a praticavam. Na maioria das vezes, quando a mesma era praticada, isso acontecia de forma até casual, sem o devido desenvolvimento mercadológico, principalmente sem a devida instrumentalização metodológica. Antes de 1960 a Coca-Cola Company produzia somente um refrigerante com o objetivo de atender a todo o mercado de refrigerantes. Atualmente, a Coca-Cola oferece mais de uma dúzia de diferentes produtos para segmentos de mercado, com base em diferentes preferências de consumidores quanto a sabores e conteúdo de caloria e cafeína. A empresa oferece refrigerantes tradicionais, bebidas energéticas (como o Power Ace e o Burn), chás com sabores e sucos de frutas (como o Minute Made Mais, o Fruitopia etc.) (Lamb Jr.; Hair Jr.; McDaniel, 2004, p. 206). Segmentação é uma palavra bastante frequente no marketing e na administração, além de em outras áreas, e isso não ocorre por acaso; na verdade, seu entendimento revela a 5 10 15 20 25 74 Unidade II Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : L éo 0 2/ 02 /1 0 // 2 ª R ev isã o: A na M ar so n / C or re çã o: M ár ci o - 01 /0 3/ 10 // A lte ra çã o no m e di sc ip lin a - M ár ci o - 10 /0 5/ 20 12 grande importância de sua aplicação prática para organizações, governos, pessoas, etc. Mas então, o que é segmentação? A segmentação é, na verdade, um termo genérico que designa a divisão de um todo em partes separadas, sendo cada uma dessas partes caracterizadas, por suas subpartes serem mais ou menos homogêneas. Em outras palavras, os elementos ou membros presentes em cada uma das partes apresentam elementos semelhantes entre si, fazendo com que cada parte seja única — diferente, portanto, das demais partes. Entenda que cada subparte corresponde aos elementos ou indivíduos semelhantes que serão agrupados para compor uma única parte. A ideia é bastante simples: quando você divide uma pizza em fatias, você segmenta a pizza; mas se a pizza é de dois sabores, como calabresa e quatro queijos, ela já está dividida em dois segmentos naturalmente. Quando você segmenta novamente as duas partes (calabresa e quatro queijos), você chega a um maior número de segmentos; embora muitos deles sejam semelhantes entre si, somente as subpartes de calabresa compõem a parte (ou segmento inicial) de calabresa. Somente a soma de todas as partes (dos dois segmentos iniciais) é que poderia compor o universo pizza de dois sabores. Cada parte de um todo, portanto, pode ser entendida como um segmento. Os segmentos podem variar em tamanho e características, bem como, dentro de um segmento, podem haver vários outros segmentos ou subsegmentos. Dependendo da área de conhecimento, o termo “segmentação” pode ter explicações mais específicas (ou direcionadas), para facilitar seu entendimento e sua aplicação prática, porém, saiba que se trata de uma explicação ligada a uma condição (a da área em questão), pois, na verdade, a palavra “segmentação” sugere a mesma coisa em todas as áreas (a divisão de um todo em partes). Veja alguns exemplos de aplicação do termo em certas áreas: 5 10 15 20 75 Gestão MercadolóGica Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : L éo 0 2/ 02 /1 0 // 2 ª R ev isã o: A na M ar so n / C or re çã o: M ár ci o - 01 /0 3/ 10 // A lte ra çã o no m e di sc ip lin a - M ár ci o - 10 /0 5/ 20 12 • em computação, mais especificamente em arquitetura de redes de computadores, a segmentação é vista como uma divisão da rede de computadores em sub-redes, com o objetivo de descentralização do tráfego, evitando sobrecarga e lentidão da transmissão de dados, por exemplo; • ainda ligada à tecnologia da informação, nos sistemas operacionais, a segmentação pode ser entendida como o processo de proteção da área de memória do processo atual (o sistema operacional, neste caso, corresponde a um programa ou a um conjunto de programas cuja função principal é a de servir de interface entre um computador e seus recursos computacionais (hardwares e softwares) e seus usuários e um gerenciador destes recursos dentro de um sistema computacional). Além disso, no processamento computacional de imagens, a segmentação é corriqueiramente compreendida como uma divisão da imagem em partes, de acordo com a necessidade de uso ou de tratamento da mesma, naturalmente, sem destruir a composição total da imagem ou fazendo isso propositadamente quando necessário; • na biologia, por sua vez, a segmentação pode ser entendida como as etapas do processo de desenvolvimento de um organismo, ou seja, o corpo de um animal ou uma planta apresenta, geralmente, as fases: nascimento, crescimento/ desenvolvimento, maturidade e, então, morre (como no clico de vida do produto: introdução, desenvolvimento, maturidade e declínio); • na zoologia, ramo da biologia, a segmentação refere-se a uma característica distintiva de alguns grupos de animais, como as minhocas (vulgarmente chamadas de anelídeos, de Annelida — do latim annelus, pequeno anel + ida, sufixo plural, aos vermes segmentados — com o corpo formado por “anéis” — do filo Annelida, como as minhocas e as 5 10 15 20 25 30 76 Unidade II Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : L éo 0 2/ 02 /1 0 // 2 ª R ev isã o: A na M ar so n / C or re çã o: M ár ci o - 01 /0 3/ 10 // A lte ra çã o no m e di sc ip lin a - M ár ci o - 10 /0 5/ 20 12 sanguessugas. São conhecidas mais de quinze mil espécies destes animais em praticamente todos os ecossistemas, terrestres, marinhos e de água doce. Encontram-se anelídeos com tamanhos desde menos de um milímetro até mais de três metros), os insetos e os aracnídeos, que têm corpos claramente divididos em partes, ou seja, segmentos (Fernandes, Francisco. Dicionário brasileiro. 32. ed. São Paulo: Globo, 1993); • em mecânica, o segmento pode ser, em determinado caso, visto como o anel colocado em volta do pistão do motor; • em economia, basicamente como no próprio marketing, a segmentação é a divisão do mercado em grupos com características e interesses semelhantes, que, no caso da economia, muito frequentemente, são analisados em função da renda (poder de compra/consumo) e, sobretudo, é a divisão em função das características e interesses semelhantes dos indivíduos, como consumidores de carros sedans médios, da classe “x”, com interesses “y”, etc. A partir dos entendimentos acima, parece ficarclaro que a segmentação em marketing e administração é, portanto, uma subdivisão do mercado global de uma organização em parcelas o mais homogeneamente possível. O estudo da segmentação é útil para que os esforços dessas áreas sejam concentrados nos objetivos e nas metas, com isso economizando recursos de natureza financeira, física e humana. Segundo Cobra (1997, p. 71), a segmentação propicia, por exemplo, a visualização de uma simplificação dos processos distributivos, como alocação de vendedores, número de depósitos, número de fábricas, número de filiais, etc., o que ajuda fundamentalmente no processo de decisão de marketing. 5 10 15 20 25 30 77 Gestão MercadolóGica Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : L éo 0 2/ 02 /1 0 // 2 ª R ev isã o: A na M ar so n / C or re çã o: M ár ci o - 01 /0 3/ 10 // A lte ra çã o no m e di sc ip lin a - M ár ci o - 10 /0 5/ 20 12 3.1 Aplicação da segmentação Com o conhecimento da segmentação do mercado, as organizações passam a entender algumas condições, ou mesmo regras fundamentais para sobreviverem e desenvolverem- se. Em especial, elas entendem que não podem focar todos os compradores do mercado; deve existir uma identificação e seleção dos compradores de maior interesse (público-alvo ou cliente potencial). Mesmo em ações marcadas pela amplitude, ou seja, destinadas a quase todos os compradores ou clientes, é importante entender que, primeiro, é “quase para todos e não para todos os compradores que existem” e, segundo, “nem todos eles podem, querem ou devem ser abordados da mesma maneira, pois os clientes tendem a possuir diferenças marcantes entre si”. É importante destacar que os clientes são muito numerosos, amplamente dispersos e muito variados no que diz respeito às suas necessidades e práticas de compra. Além disso, as organizações também variam muito em sua capacidade de atender diferentes segmentos do mercado. Assim, em vez de tentar competir em todo o mercado, muitas vezes com concorrentes superiores, elas devem identificar quais são os segmentos a que podem atender melhor e de maneira mais lucrativa – logo, elas devem fazer isso bem (Kotler; Armstrong, 2003, p. 172). Como resultado da reflexão acima proposta pelos autores, tem-se que muitas organizações estão se tornando mais exigentes com relação aos clientes com os quais querem (e irão) estabelecer relacionamento; isso demonstra que o marketing de massa vem dando lugar para o marketing focado no segmento, para a identificação de cada segmento no mercado, para o desenvolvimento de produtos mais específicos para cada segmento, etc. Ocorre, portanto, uma revisão do posicionamento estratégico da organização, deixando de lado a abordagem pulverizada (voltada para todo o mercado), indo para a abordagem direcionada (voltada para os compradores/clientes 5 10 15 20 25 30 78 Unidade II Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : L éo 0 2/ 02 /1 0 // 2 ª R ev isã o: A na M ar so n / C or re çã o: M ár ci o - 01 /0 3/ 10 // A lte ra çã o no m e di sc ip lin a - M ár ci o - 10 /0 5/ 20 12 que têm grande interesse pelos produtos, serviços, características da organização ou têm potencial de se desenvolverem neste sentido). Indo mais a fundo, no tocante ao entendimento e à aplicação da segmentação e seus desdobramentos, Kotler e Armstrong (2003, p. 172) apresentam etapas bastante úteis da segmentação, da identificação e do posicionamento de mercado. São elas: Primeira etapa - segmentação de mercado: 1. identificação de bases para a segmentação de mercado; 2. desenvolvimento de perfis de segmentação. Segunda etapa - identificação de mercado: 3. desenvolvimento de avaliação da atratividade do segmento; 4. seleção dos segmentos-alvo. Terceira etapa - posicionamento de mercado: 5. desenvolvimento do posicionamento para os segmentos-alvo; 6. desenvolvimento de um mix de marketing para cada segmento. Fonte: adaptado de Kotler; Armstrong, 2003, p. 172. Para os autores, a primeira etapa (segmentação de mercado) trata da divisão de um mercado em grupos menores de compradores com necessidades, características ou comportamentos diferentes que poderiam requerer produtos ou mixes de marketing distintos. A organização identifica diferentes maneiras de segmentar o mercado e desenvolver perfis dos segmentos resultantes. 5 10 15 20 25 79 Gestão MercadolóGica Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : L éo 0 2/ 02 /1 0 // 2 ª R ev isã o: A na M ar so n / C or re çã o: M ár ci o - 01 /0 3/ 10 // A lte ra çã o no m e di sc ip lin a - M ár ci o - 10 /0 5/ 20 12 Já na segunda etapa (identificação do mercado), ocorre a avaliação da atratividade de cada segmento e seleção de um ou mais segmentos de mercado para atuar. Por fim, a terceira etapa (posicionamento de mercado) trata de estabelecer o posicionamento competitivo para o produto e a criação de um mix de marketing (composto de marketing = 4Ps) mais detalhado. 3.2 A segmentação e o Brasil Ampliando o entendimento sobre a segmentação, pense que tratar o Brasil ou quaisquer outros países com dimensões continentais como uniformes é praticamente impossível. Essa constatação óbvia ajuda a compreender que a aplicação de qualquer método de segmentação pode ajudar a obter condições, tais como: • condições econômicas por região ou densidade populacional; • avaliação dos resultados (performance) do marketing por área, grupo, campanha, etc.; • margem de contribuição por segmento; • participação de mercado (em cada mercado e segmento); • definição mais segura e prática do perfil do consumidor (cliente ou comprador); • identificação do local ideal para instalação de fábricas, depósitos, filiais; • políticas de penetração de mercado e competição; • políticas de produção e venda; • políticas de precificação; • políticas de propaganda e publicidade, promoção de vendas, merchandising e liquidações; 5 10 15 20 25 80 Unidade II Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : L éo 0 2/ 02 /1 0 // 2 ª R ev isã o: A na M ar so n / C or re çã o: M ár ci o - 01 /0 3/ 10 // A lte ra çã o no m e di sc ip lin a - M ár ci o - 10 /0 5/ 20 12 • desenvolvimento de previsões de vendas e metas de vendas; • programação do zoneamento de vendas (Cobra, 1997, p. 71). 3.3 Segmentação de mercado: entendimento O termo “mercado” pode apresentar diferentes sentidos em diferentes momentos para uma ou mais pessoas. Mas de maneira geral, todos estão familiarizados com a palavra “mercado” e suas aplicações complementares, como “supermercados”, “mercado de ações”, “mercado de trabalho”, “mercado de peixe”, “mercado de joias”, etc. Normalmente, todos os mercados citados compartilham diversas características, tais como serem compostos por pessoas (mercado de consumidores) e por organizações (mercados organizacionais); além disso, tais pessoas e organizações possuem necessidades e desejos que podem ser satisfeitos por categorias de produtos específicos; têm recursos para comprar os produtos que procuram; desejam trocar seus recursos – geralmentedinheiro – pelos produtos ou serviços desejados. Em suma, um mercado é composto por (1) pessoas ou organizações com (2) desejos ou necessidades e com (3) recursos e (4) disposição para comprar. Portanto, um grupo de pessoas ou uma organização que não possua qualquer uma dessas características não é um mercado (Lamb Jr.; Hair Jr.; McDaniel, 2004, p. 206). O termo “segmentação de mercado” pode ser entendido como o ato ou o resultado de um mercado em pequenos grupos. Esse processo é derivado do reconhecimento de que o mercado total representa o conjunto de grupos com características distintas, que são chamados segmentos, sendo que cada um destes segmentos possui características diferentes entre si, mas seus membros justamente pertencem a determinado segmento por possuírem características em comum ou semelhantes. 5 10 15 20 25 30 81 Gestão MercadolóGica Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : L éo 0 2/ 02 /1 0 // 2 ª R ev isã o: A na M ar so n / C or re çã o: M ár ci o - 01 /0 3/ 10 // A lte ra çã o no m e di sc ip lin a - M ár ci o - 10 /0 5/ 20 12 Nesse sentido, o marketing age quebrando o mercado total em grupos que, espera-se, responderão de maneira mais ou menos uniforme a cada uma das ações destinadas a cada segmento, ou seja, em função das semelhanças dos consumidores que compõem cada segmento, eles tendem a responder de forma similar a uma determinada ação de marketing: por exemplo, a uma propaganda (campanha publicitária). Logo, eles tendem a ter sentimentos e percepções semelhantes sobre um rol de marketing, composto para um determinado produto. Dentro de um mercado, um segmento de mercado é um subgrupo de pessoas ou organizações que compartilham uma ou mais características e que tenham as mesmas necessidades de produtos. Em um extremo, podemos definir cada pessoa e cada organização no mundo como um segmento de mercado porque cada um é único. No outro extremo, podemos definir o mercado consumidor como um grande segmento de mercado e o mercado organizacional como outro grande segmento. Todas as pessoas possuem algumas características e necessidades semelhantes, assim como todas as organizações (Lamb Jr.; Hair Jr.; McDaniel, 2004, p. 206). A finalidade da segmentação de mercado, dentre outras explicações possíveis, é permitir que o profissional de marketing ajuste o composto de marketing (4Ps) para atender às necessidades de um ou mais segmentos específicos. 3.4 Importância da segmentação de mercado Depois de entender o que é a segmentação de mercado, fica fácil entender por que ela é uma poderosa ferramenta de marketing, bem como por que e como ela oferece um fundamental potencial estratégico. Hoje, praticamente todas as 5 10 15 20 25 30 82 Unidade II Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : L éo 0 2/ 02 /1 0 // 2 ª R ev isã o: A na M ar so n / C or re çã o: M ár ci o - 01 /0 3/ 10 // A lte ra çã o no m e di sc ip lin a - M ár ci o - 10 /0 5/ 20 12 organizações bem-sucedidas utilizam a segmentação, o que se justifica claramente, uma vez que todos os mercados incluem grupos de pessoas ou organizações com diferentes desejos, necessidades e preferências de produtos ou serviços; logo, esta é uma das principais justificativas da importância da segmentação de mercado, já que a mesma busca identificar cada grupo de clientes (pessoas, organizações, etc.) para então propor ações específicas para cada um deles (Lamb Jr.; Hair Jr.; McDaniel, 2004, p. 207). Segundo os autores Lamb Jr., Hair Jr. e McDaniel (2004, p. 20), a segmentação de mercado é importante porque: • ajuda os profissionais de marketing a definir mais precisamente as necessidades e os desejos do consumidor; • como os segmentos de mercado diferem em tamanho e potencial, a segmentação ajuda no processo de tomada de decisão, levando os tomadores de decisão a definir os objetivos de marketing de maneira mais precisa e a melhor alocar os recursos; • ajuda a atingir melhores resultados através do desempenho das ações mercadológicas sempre que os objetivos são estabelecidos com maior precisão e são claros para todos os envolvidos. Além da importância da segmentação apresentada pelos autores acima, destaca-se o pensamento dos autores Semenik e Bamossy (1995). Eles acreditam que a vantagem central da segmentação de mercado reside na possibilidade de romper com a cultura das ofertas do tipo “tudo para todos”, o que gera confusão e dispersão na mente dos clientes (ou clientes potenciais). Ainda segundo Semenik e Bamossy (1995), o processo de segmentação proporciona maior eficiência aos esforços de 5 10 15 20 25 30 83 Gestão MercadolóGica Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : L éo 0 2/ 02 /1 0 // 2 ª R ev isã o: A na M ar so n / C or re çã o: M ár ci o - 01 /0 3/ 10 // A lte ra çã o no m e di sc ip lin a - M ár ci o - 10 /0 5/ 20 12 marketing e melhoria no desempenho da operação empresarial (veja que este pensamento é bastante parecido com o dos autores Lamb Jr., Hair Jr. e McDaniel). Além disso, os dois autores destacam os seguintes benefícios da segmentação de mercado: • capacidade de especificar os objetivos de marketing; • capacidade de melhorar o entendimento do comportamento dos consumidores e suas motivações; • capacidade de alocação mais eficiente dos recursos financeiros e humanos; • capacidade de responder mais rapidamente às mudanças do ambiente externo e de canalizar as forças da organização; • capacidade de perceber que, à medida que se aprofundam os conhecimentos sobre um ou mais grupos de clientes, cresce sua capacidade de satisfazê-los por meio da construção de compostos de marketing mais efetivos. Vale lembrar que a ótica do autor Marcos Cobra (1997, p. 71), citada no item “Segmentação no Brasil”, também pode ser entendida como vantagens da segmentação, uma vez que norteia seu entendimento e aplicação em diferentes aspectos, inclusive econômicos e políticos. Alguns casos Nos Estados Unidos – um exemplo antigo, porém muito útil —, a loja de móveis de alto padrão Domain oferece alguns interessantes exemplos de como a segmentação de mercado pode elevar as vendas. A empresa descobriu que seus clientes da geração baby boom tanto quanto estavam preocupados com a decoração, estavam preocupados com o próprio progresso. Para atingir tais clientes (segmento), em especial o público feminino, a loja oferecia uma série de palestras que abordavam 5 10 15 20 25 30 84 Unidade II Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : L éo 0 2/ 02 /1 0 // 2 ª R ev isã o: A na M ar so n / C or re çã o: M ár ci o - 01 /0 3/ 10 // A lte ra çã o no m e di sc ip lin a - M ár ci o - 10 /0 5/ 20 12 tópicos como assuntos femininos e projetos de interiores; com isso, as vendas cresceram 35% desde que o programa começou. Além dessa característica, a empresa voltou atenção para o segmento de clientes aposentados, nascidos durante e após a Segunda Guerra Mundial, para os quais as lojas ofereciam sofás mais estreitos, com mais apoio para as costas, o que permitia que as pessoas se levantassemcom mais facilidade. As ações tomadas pela Domain levaram a rede de lojas a trocar as propagandas em jornais pela mala-direta, reduzindo as despesas com anúncios em 3% e aumentando em mais de 40% as vendas (Quirk’s Marketing Research Review, p. 27, 29, janeiro de 1996). No Brasil, um importante exemplo em voga há muitos anos, mas com o mesmo valor atualmente, da aplicação bem-sucedida da segmentação de mercado é a adotada pela rede de lojas Casas Bahia. Um grande acerto da rede foi realizar a escolha de seu público-alvo central e focá-lo com afinco. Mesmo os pesquisadores da Michigan Business School apontaram a rede com mais de meio século de vida como um caso sem similar no mercado de baixa renda. “Trata-se de um caso sem similar no varejo mundial”, como descobriu a equipe do indiano C. K. Prahalad, um dos mais respeitados especialistas em termos de estratégia. Partiu dele a decisão de enviar a São Paulo, em 2003, dois pesquisadores de Michigan para estudar uma empresa especialista em lidar com a baixa renda no Brasil: as Casas Bahia. A habilidade para entender as necessidades emocionais e os hábitos de compra dos clientes de baixa renda e a capacidade de viabilizar o sonho de consumo por meio do acesso ao crédito resultaram em um modelo de negócios único no que diz respeito ao varejo. Segundo Prahalad, em seu livro The fortune at the botton of the pyramid, “A Casas Bahia prova minha tese a respeito da importância e da rentável oportunidade de mercado existente na base da pirâmide de renda” (<http://www. casasbahia.com.br/casasbahia/start.do#0>). 5 10 15 20 25 30 35 85 Gestão MercadolóGica Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : L éo 0 2/ 02 /1 0 // 2 ª R ev isã o: A na M ar so n / C or re çã o: M ár ci o - 01 /0 3/ 10 // A lte ra çã o no m e di sc ip lin a - M ár ci o - 10 /0 5/ 20 12 Portanto, o segredo de lidar com todas as camadas sociais, com foco principal nas classes populares (segmento principal) se traduz em números bastante significativos; por exemplo, em 2006, a rede fechou o ano com 15,2 milhões de contratos aprovados; além disso, sua plataforma de clientes no ano somou 26,3 milhões de pessoas, mais do que a população da maioria das cidades brasileiras. Por fim, centrada em seu foco, objetivo e segmento, a rede não se orienta por modismos, assim como pregava seu fundador, Samuel Klein. A segmentação de mercado força as organizações a concentrarem seus esforços dentro de parâmetros bem- definidos; com isso, os tomadores de decisão ficam melhor informados e mais alerta aos fatores que afetam as operações das organizações que comandam. O efeito prático desta condição é a especialização contra a generalização, ou seja, o desenvolvimento de bases mais seguras e homogêneas contra generalizações incertas e pouco centradas, geralmente baseadas na ideia “tudo a todos” (Semenik; Bamossy, 1995, p. 141). Que fique claro que, resumidamente, a segmentação de mercado é importante porque é capaz de direcionar os esforços organizacionais (em especial os esforços mercadológicos) ao público correto (as condições e variáveis corretas), evitando desperdícios de esforços e recursos humanos e técnicos, etc., criando, com isso, as condições para maximização dos resultados positivos. 3.5 Requisitos da segmentação de mercado Quais são os requisitos para a realização da segmentação? Ou seja, o que garantirá que a segmentação será bem-sucedida? De maneira geral, muitas variáveis estão envolvidas, mas o que primordialmente deve-se saber é que certas condições são específicas para certos casos, isto é, os requisitos devem ser avaliados de maneira ampla para todos os casos e devem 5 10 15 20 25 30 86 Unidade II Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : L éo 0 2/ 02 /1 0 // 2 ª R ev isã o: A na M ar so n / C or re çã o: M ár ci o - 01 /0 3/ 10 // A lte ra çã o no m e di sc ip lin a - M ár ci o - 10 /0 5/ 20 12 ganhar aprofundamento analítico e técnico na medida em que são detectados os elementos críticos envolvidos. Na tentativa de elencar os principais elementos que devem ser levados em consideração no processo de segmentação de mercado, na busca por garantir resultados positivos satisfatórios, deve-se saber que: • primeiro, a segmentação permite que os profissionais de marketing (e administração) identifiquem grupos de clientes com necessidades similares e analisem as características e o comportamento de compra desses grupos; • segundo, a segmentação fornece informações para ajudar os profissionais de marketing (e administração) a projetar o composto de marketing que atenda especificamente às características e desejos de um ou mais segmentos; • terceiro, a segmentação de mercado é consistente com o conceito de marketing de satisfazer desejos e necessidades de consumidores e, ao mesmo tempo, atender aos objetivos da organização (Lamb Jr.; Hair Jr.; McDaniel, 2004, p. 208). Essa é a ideia de entregar valor ao cliente com lucro para a organização, sendo que o termo “lucro” deve ser, de alguma forma, percebido pelas partes (cliente e organização), uma vez que todos se satisfazem profundamente com a negociação realizada. Ainda segundo os autores citados acima, para que a segmentação seja útil, ela deve atender a quatro critérios fundamentais; são eles: [1] substancialidade, [2] identificação e mensurabilidade, [3] acessibilidade e [4] receptividade. 1. Substancialidade: um segmento de mercado deve ser grande o suficiente para garantir o desenvolvimento e a manutenção de um composto de marketing (de uma ação 5 10 15 20 25 30 87 Gestão MercadolóGica Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : L éo 0 2/ 02 /1 0 // 2 ª R ev isã o: A na M ar so n / C or re çã o: M ár ci o - 01 /0 3/ 10 // A lte ra çã o no m e di sc ip lin a - M ár ci o - 10 /0 5/ 20 12 mercadológica, como uma campanha promocional). Esse critério não significa necessariamente que um segmento deva possuir muitos clientes em potencial. 2. Identificação e mensurabilidade: os segmentos devem ser identificáveis e mensuráveis. Dados sobre a população dentro de limites geográficos, número de pessoas em diversas categorias etárias e outras características sociais e demográficas são, frequentemente, fáceis de obter e oferecem mensurações razoavelmente concretas sobre o tamanho do segmento. 3. Acessibilidade: a organização deve ser capaz de atingir os membros dos segmentos visados com compostos de marketing personalizados. Lembre-se de que alguns segmentos de mercado são difíceis de atingir, como, por exemplo, homens idosos. 4. Receptividade: neste caso, os mercados podem ser segmentados utilizando qualquer critério que pareça lógico. Entretanto, a menos que um segmento de mercado responda ao composto de marketing de maneira diferenciada em relação a outros segmentos, não precisa ser tratado de maneira diferente. Por exemplo, se todos os clientes desejarem o mesmo preço para um produto qualquer, não há necessidade de oferecer versões com preços altos, médios e baixos para diferentes segmentos (Lamb Jr.; Hair Jr.; McDaniel, 2004, p. 209). Por sua vez, para Cobra (1997, p. 73), para a segmentação de mercado ser bem-sucedida, é necessário que: • um segmento seja especificamente identificado emedido (ser claramente definido e conhecido. Questões como “Quem está dentro e quem está fora do segmento?” devem ser respondidas); • um segmento evidencie um potencial adequado (a oportunidade deve ficar claramente definida); 5 10 15 20 25 30 88 Unidade II Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : L éo 0 2/ 02 /1 0 // 2 ª R ev isã o: A na M ar so n / C or re çã o: M ár ci o - 01 /0 3/ 10 // A lte ra çã o no m e di sc ip lin a - M ár ci o - 10 /0 5/ 20 12 • um segmento seja economicamente acessível (e viável); • um segmento reaja aos esforços de marketing (portanto, os esforços devem ser adequados ao segmento-alvo, e isso só poderá ocorrer conhecendo-se muito bem o segmento, através do método que gerou a segmentação em questão); • um segmento seja estável (ou estável enquanto durar a ação de marketing a ele destinada. É importante destacar que existem ações que atendem a tendências e megatendências, mas também há aquelas que atendem a timing de moda). 3.6 Formas ou critérios para a segmentação Veja o quadro a seguir, extraído da obra de Dias (2003), que resume forma e critérios de segmentação de mercado. Segmentação demográfica “É o processo de identificar segmentos de mercado com base nas características da população” (faixa etária, sexo, estado civil, etc.). Segmentação socioeconômica “É o processo de identificar segmentos de mercado com base nas características sociais e econômicas da população, como renda, posse de bens, escolaridade, classe social e ocupação profissional”. Segmentação geográfica “É o processo de identificar segmentos de mercado com base em critérios geográficos, como localização e densidade populacional”. Segmentação por benefícios “É o processo de identificar segmentos de mercado com base nos benefícios procurados pelos clientes” (status, desempenho, etc.). Segmentação por grau de utilização “É o processo de identificar segmentos de mercado com base no nível de consumo”. Segmentação psicográfica “É o processo de identificar segmentos de mercado com base no modo como as pessoas pensam (autoconceito, personalidade, valores) e levam suas vidas (estilo de vida, atividades, interesses e opiniões)”. Fonte: Dias, 2003, p. 20-23. 5 10 89 Gestão MercadolóGica Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : L éo 0 2/ 02 /1 0 // 2 ª R ev isã o: A na M ar so n / C or re çã o: M ár ci o - 01 /0 3/ 10 // A lte ra çã o no m e di sc ip lin a - M ár ci o - 10 /0 5/ 20 12 3.7 Vantagens da segmentação Veja a seguir algumas das vantagens da segmentação referentes à relação cliente e organização: • conhecer melhor cada cliente, seu perfil e características; • servir melhor o cliente que se conhece mais; • quantificar (contar) com maior exatidão quem são os clientes; • cuidar melhor do tipo e da intensidade da distribuição dos produtos e serviços oferecidos; • utilizar melhor os recursos de propaganda; • pesquisar melhor; • planejar melhor. 3.8 Principais variáveis de segmentação de mercado consumidor Veja a seguir as principais variáveis apresentadas por Philip Kotler (1995) quanto às principais variáveis de segmentação para os mercados consumidores e para os mercados industriais. Principais variáveis de segmentação para os mercados consumidores Variáveis Desdobramentos típicos Geográficas Região Pacífico, Montanhas; Noroeste Central; Sudoeste Central; Nordeste Central; Sudeste Central; Atlântico Sul; Atlântico Médio; Nova Inglaterra. Tamanho do município A, B, C, D. Tamanho da cidade ou da área metropolitana Abaixo de 5.000; 5.000 - 20.000; 20.000 - 50.000; 50.000 - 100.000; 100.000 - 250.000; 250.000 - 500.000; 500.000 - 1.000.000; 1.000.000 - 4.000.000; 4.000.000 ou mais. Concentração Urbana, suburbana, rural. Clima Norte, Sul. 5 10 15 90 Unidade II Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : L éo 0 2/ 02 /1 0 // 2 ª R ev isã o: A na M ar so n / C or re çã o: M ár ci o - 01 /0 3/ 10 // A lte ra çã o no m e di sc ip lin a - M ár ci o - 10 /0 5/ 20 12 Variáveis Desdobramentos típicos Demográficas Idade Abaixo de 6 anos; 6 - 11; 12 - 19; 20 - 34; 35 - 49; 50 - 64; 65 ou mais. Sexo Masculino, feminino. Tamanho da família 1 a 2; 3 a 4; 5 ou mais. Ciclo de vida da família Jovem solteiro; jovem casado sem filhos; jovem casado com filho ou mais novo abaixo de 6 anos; jovem casado com filho mais novo acima de 6 anos; meia idade, casado, com filhos; meia idade, casado, sem filhos menores; idosos solteiros; outros. Renda Abaixo de $5.000; $5.000 - $10.000; $10.000 - $15.000; $15.000 - $20.000; $20.000 - $25.000; $25.000 - $30.000; $30.000 - $50.000; $50.000 ou mais. Ocupação Liberal e técnico; gerentes, funcionários públicos e proprietários; funcionários de escritórios e vendedores; artesãos e encarregados; operários; fazendeiros; aposentados; estudantes; donas de casa; desempregados. Educação 1º grau completo; 1º grau incompleto; 2º grau completo; 2º grau incompleto; universitário completo; universitário incompleto; pós-graduado. Religião Católica, protestante, judaica, outras. Raça Branca, negra, oriental. Nacionalidade Norte-americana, britânica, francesa, alemã, sueca, italiana, latino-americana, japonesa, outras. Psicográficas Classe social Miseráveis; pobres; classe operária; classe média; classe média-alta; classe alta e classe alta-alta. Estilo de vida Metódicos; impulsivos; intelectuais. Personalidade Compulsiva; sociável; autoritária; ambiciosa. Comportamentais Ocasiões Normais; especiais. Benefícios Qualidade; serviço; economia. Condição de usuário Não usuário; ex-usuário; usuário em potencial; usuário principiante; usuário habitual. Taxa de uso Pequena; média; grande. Grau de lealdade Nenhum; médio; forte; completo. Estágio de aptidão Inconsciente; consciente; informado; interessado; desejoso; disposto a comprar. Atitude relativa ao produto Entusiástica; positiva; indiferente; negativa, hostil. Fonte: Kotler, 1995, p. 241. 91 Gestão MercadolóGica Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : L éo 0 2/ 02 /1 0 // 2 ª R ev isã o: A na M ar so n / C or re çã o: M ár ci o - 01 /0 3/ 10 // A lte ra çã o no m e di sc ip lin a - M ár ci o - 10 /0 5/ 20 12 Principais variáveis de segmentação para os mercados industriais. Variáveis demográficas • Setor industrial: quais indústrias devemos focalizar? • Tamanho da empresa: qual o tamanho das empresas que devemos focalizar? • Localização: quais áreas geográficas devem ser focalizadas? Variáveis operacionais • Tecnologia: que tecnologias de cliente devem ser focalizadas? • Status de usuário/não usuário: devem ser focalizados grandes, médios, pequenos usuários ou não usuários? • Capacidade do cliente: devemos focalizar os clientes que necessitam de muitos ou de poucos serviços? Abordagens de compra • Organização da função compra na empresa: devemos focalizar as empresas com departamentos de compras altamente centralizados ou descentralizados? • Estrutura de poder: devemos focalizar as empresas orientadaspara engenharia, finanças, etc.? • Natureza dos relacionamentos existentes: devemos focalizar as empresas com as quais temos forte relacionamento ou simplesmente ir atrás daquelas mais desejáveis? • Política geral de compras: devemos focalizar as empresas que estão procurando qualidade, serviços ou preço? 92 Unidade II Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : L éo 0 2/ 02 /1 0 // 2 ª R ev isã o: A na M ar so n / C or re çã o: M ár ci o - 01 /0 3/ 10 // A lte ra çã o no m e di sc ip lin a - M ár ci o - 10 /0 5/ 20 12 Fatores situacionais • Urgência: devemos focalizar as empresas que precisam de entregas ou serviços rápidos e repentinos? • Aplicação específica: devemos focalizar em certas especificações de nosso produto, em vez de focalizar em todas? • Tamanho do pedido: devemos focalizar em grandes ou em pequenos pedidos? Características pessoais • Similaridade entre comprador-vendedor: devemos focalizar as empresas cujos valores e pessoal sejam similares aos nossos? • Atitudes em relação a riscos: devemos focalizar os clientes que assumem risco ou evitá-los? • Lealdade: devemos focalizar as empresas que demonstram alta lealdade a seus fornecedores? Fonte: Kotler, 1995, p. 247 3.9 Diferenciação e segmentação de mercado Anterior à ideia de segmentar, é preciso estar consciente do que é a diferenciação. Para os autores Sheth, Mittal e Newman (2001), a segmentação de mercado está relacionada à ideia de diferenciação, sendo que diferenciação é o modo pelo qual os profissionais de marketing fazem suas ofertas de forma diferente da concorrência, a fim de se tornarem a escolha do cliente. Fazer ofertas de forma diferente implica criar e implementar o composto de marketing (produto, preço, praça e promoção). Para diferenciarem-se de seus concorrentes, os profissionais de marketing utilizam três tipos de diferenciação: 5 10 93 Gestão MercadolóGica Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : L éo 0 2/ 02 /1 0 // 2 ª R ev isã o: A na M ar so n / C or re çã o: M ár ci o - 01 /0 3/ 10 // A lte ra çã o no m e di sc ip lin a - M ár ci o - 10 /0 5/ 20 12 a genérica, a focalizada e a segmentada (Sheth; Mittal; Newman, 2001, p. 404). Diferenciação genérica: é uma diferenciação global (ou geral), feita em uma base não focalizada, o que significa que a diferenciação não se destina a nenhum grupo específico de clientes. Em vez disso, uma empresa faz uma oferta melhorada para todo o mercado. Esse tipo de diferenciação é adequada para empresas que são capazes de apresentar seus produtos e serviços como superiores aos da concorrência em todo o mercado. Por exemplo, foi o que fez Henry Ford ao perceber que os carros disponíveis em sua época não eram bem fabricados e, ao mesmo tempo, eram vendidos a um preço muito alto. Seguindo uma estratégia de diferenciação genérica, Ford criou o sistema de linha de montagem, que produzia um carro mais confiável com produtividade melhorada. Consequentemente, foi capaz de oferecer um produto melhor a um preço mais baixo (600 dólares, quando foi lançado) que o dos concorrentes. Essa abordagem proporcionou a Ford uma liderança de mercado. Diferenciação focalizada: uma abordagem em que a empresa identifica um segmento de mercado específico e, então, cria um programa de marketing para atrair esse segmento. Tal estratégia se opõe à diferenciação genérica, em que um único programa de marketing indiferenciado é oferecido a todos, ou seja, na diferenciação focalizada são oferecidos, seguidamente, diversos programas de marketing direcionados aos segmentos. As empresas, em geral, atuam como agentes de “nicho” nesse tipo de diferenciação. Exemplo: algumas empresas estão formulando produtos específicos para mercados étnicos. A Revlon e a Max Factor têm uma linha de produtos de beleza específicos para a população afro-americana. A base química é diferente para esses cosméticos, refletindo as diferenças genéticas e físicas dessa população. 5 10 15 20 25 30 94 Unidade II Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : L éo 0 2/ 02 /1 0 // 2 ª R ev isã o: A na M ar so n / C or re çã o: M ár ci o - 01 /0 3/ 10 // A lte ra çã o no m e di sc ip lin a - M ár ci o - 10 /0 5/ 20 12 Essa estratégia de diferenciação também foi expandida para as populações hispânica e asiática. Diferenciação segmentada: este terceiro tipo de diferenciação envolve a divisão do mercado total em segmentos que são homogêneos por algumas características dos clientes (como demografia, psicografia e padrões de uso) e depois o tratamento de cada um desses segmentos como um mercado distinto, para o qual todos os elementos do composto de marketing são diferentes. Exemplo: o setor automotivo. 3.10 Critérios de segmentação No livro Comportamento do cliente, de Shet, Mittal e Newmann (2001, p. 412), o capítulo 12 trata de diferenciação e segmentação de mercado (item acima). Na parte relativa à identificação dos mercados para diferenciação e segmentação, os autores afirmam que “existem três grandes bases para identificar segmentos em qualquer mercado – as bases o quê?, quem? e por quê? da segmentação”. Veja abaixo o quadro explicativo: Bases Tipos de segmentação Características O quê? Segmentação por uso “A abordagem costumeira da segmentação por uso é dividir os clientes de acordo com seu nível de uso, [isto é] de acordo com a quantidade que consomem”. Quem? Segmentação demográfica Essa abordagem “identifica subgrupos de clientes com base em suas características descritivas (por exemplo, idade, sexo, classe social)”. Por quê? Segmentação psicográfica Essa abordagem “relaciona-se com os motivos pelos quais os clientes se comportam da maneira como o fazem; esses motivos são encontrados nos diferentes benefícios que os clientes buscam em um produto, e nos diferentes estilos de vida que desejam que o produto promova” (p. 412). 5 10 15 95 Gestão MercadolóGica Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : L éo 0 2/ 02 /1 0 // 2 ª R ev isã o: A na M ar so n / C or re çã o: M ár ci o - 01 /0 3/ 10 // A lte ra çã o no m e di sc ip lin a - M ár ci o - 10 /0 5/ 20 12 4 MARCAS 4.1 Definições Uma marca pode ser entendida como a identificação sob a forma de nome, símbolo, termo, desenho ou alguma combinação de todos, que diferencia um produto de seus similares (Moreira; Pasquale; Dubner, 1999, p. 231). Ponto de vista do consumidor: • a marca é a síntese da experiência de valor vivida pelos consumidores em relação a cada um dos inúmeros produtos, serviços, empresas, instituições ou mesmo pessoas com as quais eles se relacionam (Sampaio, 2002, p. XVII). Do ponto de vista da organização: • a marca é a síntese do valor de franquia de mercado de seus produtos e serviços, bem como das empresas e instituições em si e mesmo de pessoas que atuam como “produtos” (Sampaio, 2002, p. XVII). Outros entendimentos de marcas – o branding: • processo de gestão da construção e manutenção das marcas (Sampaio, 2002, p. XVIII); • conjunto de tarefas de marketing (incluindo suas ferramentas de comunicação) destinadasa otimizar a gestão das marcas (Sampaio, 2002, p. 27). Brand equity: • conjunto de ativos e passivos ligados a uma marca, seu nome e seu símbolo, que se somam ou se subtraem do 5 10 15 20 96 Unidade II Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : L éo 0 2/ 02 /1 0 // 2 ª R ev isã o: A na M ar so n / C or re çã o: M ár ci o - 01 /0 3/ 10 // A lte ra çã o no m e di sc ip lin a - M ár ci o - 10 /0 5/ 20 12 valor proporcionado por um produto ou serviço para uma empresa e/ou para os consumidores dela; • para que certos ativos e passivos determinem o brand equity, eles devem estar ligados ao nome e/ou ao símbolo da marca; • se o nome da marca ou seu símbolo for mudado, alguns ou todos os ativos ou passivos poderão ser afetados, ou mesmo perdidos, embora parte deles possa ser desviada para um novo nome e símbolo; • os ativos e passivos nos quais o brand equity se baseia vão diferir de contexto a contexto. Contudo, podem ser agrupados em cinco contextos: 1. lealdade à marca; 2. conhecimento do nome; 3. qualidade percebida; 4. associação à marca em acréscimo à qualidade percebida; 5. outros ativos do proprietário da marca – patentes, trademarks, relações com os canais de distribuição, etc. Brand awareness: é o reconhecimento de que a marca afeta a percepção e o gosto (as pessoas gostam daquilo que é familiar a elas e absorvem todas as boas atitudes de itens que lhes são familiares) (Nunes; Haigh, 2003, p. 81). 4.2 Os 13 tipos de marca mais comuns As marcas podem ser dos mais variados tipos, dependendo de seu uso, pela variedade de produtos, serviços, empresas e outros instituições que as empregam. 5 10 15 20 25 97 Gestão MercadolóGica Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : L éo 0 2/ 02 /1 0 // 2 ª R ev isã o: A na M ar so n / C or re çã o: M ár ci o - 01 /0 3/ 10 // A lte ra çã o no m e di sc ip lin a - M ár ci o - 10 /0 5/ 20 12 1. De produtos e serviços: Coca-Cola, Leite Ninho, Bombril, Brastemp, Nike, Levi’s, Baby, Realmaster, O Estado de S. Paulo, Veja, Vectra, Santana, Sedex. 2. De empresas: Varig, Unilever, Bradesco, General Motors, Editora Abril, McDonald’s, Sofitel, Petrobras. 3. Comuns a empresas e seus produtos ou serviços: Nestlé, Bauducco, Sadia, Volkswagen, Philips, Rede Globo de Televisão. 4. De linhas, famílias ou “bandeiras” de produtos e serviços (também chamas umbrella ou guarda-chuva): Brahma, Bic, Knorr, Audi, Ticket, Pão de Açúcar, Barateiro. 5. De sistemas ou redes (inclusive multiempresas, multiprodutos e multisserviços), também chamadas de “bandeiras”: Visa, Shell, Hotelaria Accor, Postos BR. 6. De instituições públicas ou privadas: Embratur, USP, SOS Mata Atlântica. 7. De movimentos civis, sociais, comunitários e culturais: Criança Esperança, Natal sem Fome. 8. Submarcas (ou extensão de marcas): Moça Fiesta, Havaianas, Fashion, Cheque Estrela Itaú, Sadia Kids, MacFesta, BigMac. 9. Próprias (de empresas varejistas): Qualitá (supermercados Pão de Açúcar). 10. Conceituais (que definem uma atitude e comportamento diante do mercado): Virgin (que está em discos, lojas, empresas aéreas e refrigerantes). 5 10 15 20 25 98 Unidade II Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : L éo 0 2/ 02 /1 0 // 2 ª R ev isã o: A na M ar so n / C or re çã o: M ár ci o - 01 /0 3/ 10 // A lte ra çã o no m e di sc ip lin a - M ár ci o - 10 /0 5/ 20 12 11. De origem (assegurando a procedência de produtos agrícolas ou industrializados): Champagne, Lycra, Intel Inside, Bacalhau da Noruega. 12. De endosso (que garantem padrões de qualidade e comportamento ético): Fundação Abrinq, ISO 9000. 13. De combate (marcas de produtos ou redes de serviços que trabalham com preços inferiores e ajudam a segurar a posição da marca principal). 4.3 Marcas próprias Em inglês, own branding; trata do processo em que a marca de um produto ou serviço é desenvolvida para uso exclusivo de um varejista. Em alguns casos, o produtor de um bem com marca fabricará um produto similar para um varejista, que o venderá com sua própria marca (tal qual ocorre com grandes redes de supermercado, como Carrefour, Wal-Mart, Bis, Pão de Açúcar, etc.). Em outros casos, o varejista pode contratar a fabricação de um produto independente. Tradicionalmente, os bens com marca própria estão posicionados no mercado para competir diretamente com as marcas de fabricantes (frequentemente, colocadas próximas nas lojas) e podem até ter aparência e características de uso similares. O estudo de marketing Embora tenhamos aqui uma abordagem textualizada do marketing, portanto, visivelmente teórica, você deve atentar-se para o fato de que o marketing é uma disciplina fundamentalmente prática; você poderá compreender muitas coisas simplesmente observando o mundo ao seu redor. Pense, por exemplo, quando você assiste a tevê e, durante o intervalo da novela das oito horas da Rede Globo, você assiste a um comercial 5 10 15 20 25 99 Gestão MercadolóGica Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : L éo 0 2/ 02 /1 0 // 2 ª R ev isã o: A na M ar so n / C or re çã o: M ár ci o - 01 /0 3/ 10 // A lte ra çã o no m e di sc ip lin a - M ár ci o - 10 /0 5/ 20 12 de uma montadora chamando a atenção para o lançamento da mais nova versão de seu veículo “X”; pense: • Quem fez o comercial? • Como foi elaborada aquela campanha? • Quem solicitou o comercial? • Quanto custa aquele espaço publicitário daquela emissora de televisão? • Quanto custou o desenvolvimento da campanha? • A quem a mesma se destina, ou seja, qual é o público-alvo daquela campanha televisiva? • Qual foi o retorno do comercial ao anunciante? • Etc. Pense também que, na empresa em que você trabalha, todos estão envolvidos em uma ação (ou campanha) de marketing para aumentar as vendas e, consequentemente, para aumentar o retorno financeiro da empresa e sua participação de mercado. Pense nas seguintes condições: • “Condição A”: a empresa em questão é um banco. • “Condição B”: a empresa é uma padaria. • “Condição C”: a empresa é um supermercado. • “Condição D”: a empresa é uma autopeças. • “Condição E”: a empresa é uma farmácia. Será que, genericamente, as ações de marketing serão tão diferentes entre si para cada uma das condições expostas acima? Naturalmente, não. O que mudará, na verdade, é o contexto em que cada organização está inserida; por exemplo, seu setor de atuação, seus concorrentes, sua localização, total 5 10 15 20 25 100 Unidade II Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : L éo 0 2/ 02 /1 0 // 2 ª R ev isã o: A na M ar so n / C or re çã o: M ár ci o - 01 /0 3/ 10 // A lte ra çã o no m e di sc ip lin a - M ár ci o - 10 /0 5/ 20 12 de clientes e potenciais clientes, se já investe ou está disposta a investir em estratégias para atrair e reter clientes, etc. Com isso, muitas delas poderão utilizar-se de ações de marketingque são conceitualmente iguais, mas com aplicações redimensionadas para cada caso. Pensando nisso, você pode entender que a finalidade do marketing envolve fazer com que as organizações cresçam, desenvolvam-se, portanto, que não morram, que não sejam destruídas por falta de visão, coragem e, principalmente, por falta de conhecimento (fazendo uma alusão ao livro Crescer não destruir: cinco maneiras de implementar na sua empresa uma nova dinâmica de crescimento, de Robert M. Tomasko). A aplicação do marketing busca fazer com que sua empresa seja campeã em vendas, que sua equipe, não importando o tamanho da empresa e das equipes, seja vencedora, ou seja, que todas – trabalhando juntas – tragam bons resultados para a empresa (essa aplicação, logo, busca do marketing, me faz lembrar do livro Show de vendas, de Frank Bettger). O marketing deve preocupar-se em encantar o cliente, em fazer com que ele deseje fazer negócio com a sua empresa e não com os concorrentes. Encantar o cliente significa ir além do básico, compreende a entrega de valor substancial ao cliente, sendo que tal valor deve ser capaz de gerar receita para a organização. Mas atenção: nenhuma empresa consegue encantar clientes se não tiver profissionais comprometidos com essa finalidade e se não tiver desenvolvido a capacidade de amá-los, ou seja, para que alguma organização seja capaz de encantar os clientes, ela precisa, antes de tudo, gostar muito deles (essa aplicação do marketing pode ser melhor explorada se você ler o livro Encantar o cliente dá lucro, de Joel J. Santos). O marketing preocupa-se ainda com sua relação com a tecnologia, em especial quando sistemas de gerenciamento do relacionamento com o cliente são desenvolvidos, tais como os sistemas de Customer Relationship Management (CRM) e 5 10 15 20 25 30 101 Gestão MercadolóGica Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : L éo 0 2/ 02 /1 0 // 2 ª R ev isã o: A na M ar so n / C or re çã o: M ár ci o - 01 /0 3/ 10 // A lte ra çã o no m e di sc ip lin a - M ár ci o - 10 /0 5/ 20 12 de Data Base Marketing (DBM) – geralmente compreendidos como os sistemas de gerenciamento dos bancos de dados de marketing; aliás, vale lembrar nunca foi tão importante uma boa base de dados sobre os clientes quanto agora, pois é preciso conhecer o cliente e ter acesso a ele, em especial para não consumir recursos (financeiros e humanos) em vão. Mas o marketing não para por aí; ele também oferece inter- relação com outros sistemas de apoio gerencial, como Enterprise Resource Planning (ERP), o Supply Chain, etc. (alguns livros interessantes sobre o assunto são CRM Series – call center 1 to 1, da editora Makron Books; CRM: o revolucionário marketing de relacionamento com o cliente, de Ronald Swift; entre outros). O marketing também deve preocupar-se com suas aplicações dentro das empresas, ou seja, o marketing realizado com os funcionários e para os funcionários. Ele precisa atentar à preparação dos funcionários sobre os produtos ou serviços de que a organização dispõe – formas de pagamento e de acesso ao produto, etc.; além disso, precisa preocupar-se com a boa relação dos funcionários com tudo isso, e, claro, precisa preocupar-se com a boa relação da organização com cada funcionário. Neste momento, preparação e treinamento são palavras de ordem, pois pessoas bem-treinadas, certamente, executam melhor suas tarefas. Empresas devidamente atentas conseguem atender aos seus clientes em especial quando eles fazem parte da folha de pagamento (uma leitura que não pode ser esquecida neste momento é a do livro Endomarketing: como praticá-lo com sucesso, de Saul Faingaus Bekin). Outra palavra de ordem dentro do marketing é “marca”; o marketing deve preocupar-se com a criação e com o desenvolvimento das marcas no mercado. Para isso, é preciso saber o que são marcas, qual seu valor e como criá-las, etc. No marketing, a palavra branding vem geralmente associada à gestão de marcas e a todas as necessidades que se tem relacionado a elas. Esse é outro assunto farto na literatura mercadológica e 5 10 15 20 25 30 102 Unidade II Re vi sã o: A na M ar so n - Di ag ra m aç ão : L éo 0 2/ 02 /1 0 // 2 ª R ev isã o: A na M ar so n / C or re çã o: M ár ci o - 01 /0 3/ 10 // A lte ra çã o no m e di sc ip lin a - M ár ci o - 10 /0 5/ 20 12 que não pode deixar de ser estudado (recomendo duas leituras interessantes: Marca: valor do intangível, de Gilson Nunes e David Haigh, e Gestão de marcas, de Marcos Machado e Kevin Lane Keller). Destaco o assunto “administração do relacionamento com o cliente” (aliás, assunto tão importante que, em algumas universidades, tornou-se disciplina), cada vez mais presente no cotidiano das organizações e, claro, fundamental para o bom resultado das mesmas (sugiro a leitura do livro Gestão do relacionamento com o cliente, de Marcelo S. Zambon e Fábio Gomes da Silva; e sugiro a leitura do livro Comportamento do cliente, dos autores Sheth, Mittal e Newman). Eu poderia listar mais uma infinidade de assuntos abordados pelo marketing, porém, no momento, vou parar por aqui. Mas que fique a seguinte mensagem: você encontrará um mundo incrível de literaturas sobre o assunto marketing e a ele relacionado. Faça uma visita a livrarias e pesquise sobre assuntos de seu interesse dentro do marketing; por exemplo, marketing de serviços, marketing industrial, marketing de causa, marketing turístico, marketing de lugar, marketing de guerra, etc. 5 10 15 20
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