Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
NÚCLEO DE PÓS GRADUAÇÃO CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO Coordenação Pedagógica – IBRA DISCIPLINA TEOLOGIA DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................. 03 1 TECNOLOGIAS – ORIGENS E CONCEITOS .............................................. 05 2 A FENOMENOLOGIA DAS NOVAS TICS ................................................... 08 3 OS COMPUTADORES ................................................................................. 13 3.1 O que é um computador............................................................................. 15 3.2 O uso dos computadores ........................................................................... 16 3.3 Sistemas Tutores Inteligentes .................................................................... 17 4 A EDUCAÇÃO DIANTE DAS NOVAS TICS ................................................ 22 4.1 Até quando “novas tecnologias”? ............................................................... 24 4.2 A Eclosão das Novas Tecnologias Multimídia ............................................ 25 REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS.......................................... 31 3 INTRODUÇÃO Nos esforçamos para oferecer um material condizente com a graduação daqueles que se candidataram a esta especialização, procurando referências atualizadas, embora saibamos que os clássicos são indispensáveis ao curso. As ideias aqui expostas, como não poderiam deixar de ser, não são neutras, afinal, opiniões e bases intelectuais fundamentam o trabalho dos diversos institutos educacionais, mas deixamos claro que não há intenção de fazer apologia a esta ou aquela vertente, estamos cientes e primamos pelo conhecimento científico, testado e provado pelos pesquisadores. Não obstante, o curso tenha objetivos claros, positivos e específicos, nos colocamos abertos para críticas e para opiniões, pois temos consciência que nada está pronto e acabado e com certeza críticas e opiniões só irão acrescentar e melhorar nosso trabalho. Como os cursos baseados na Metodologia da Educação a Distância, vocês são livres para estudar da melhor forma que possam organizar-se, lembrando que: aprender sempre, refletir sobre a própria experiência se somam e que a educação é demasiado importante para nossa formação e, por conseguinte, para a formação dos nossos/ seus alunos. Carvalho et al (2004) em um artigo intitulado “METODOLOGIA DE ENSINO APOIADA EM TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EDUCACIONAIS” ponderam sobre a questão do avanço dessa nova tendência que vem se desenvolvendo rapidamente que são as tecnologias da informação e comunicação (TICs) e como consequência destas, as tecnologias da informação e comunicação educacionais (TICEs). Para os autores acima e concordamos com eles, não se deve considerar que esta nova tendência, principalmente no campo educacional, vá levar a uma informatização do ensino. Pelo contrário, as novas possibilidades de informação e comunicação, se bem utilizadas, poderão tornar a educação mais eficiente e 4 inovadora. Pode-se dizer que a informática é uma ferramenta, um meio que auxilia no desenvolvimento de um objetivo, até que se chegue a um fim determinado. Pois bem, ao longo do nosso curso de especialização em Novas Tecnologias Educacionais, teremos aportes sobre as novas TICs, as tecnologias audiovisuais mais utilizadas e mais próximas do ambiente escolar; refletiremos sobre as vantagens e desvantagens da internet, a “febre” das redes sociais e a comunicação interpessoal além de analisarmos as relações que permeiam o trabalho do docente diante das novas TICs. Trata-se de uma reunião do pensamento de vários autores que entendemos serem os mais importantes para a disciplina. Para maior interação com o aluno deixamos de lado algumas regras de redação científica, mas nem por isso o trabalho deixa de ser científico. Desejamos a todos uma boa leitura e caso surjam algumas lacunas, ao final da apostila encontrarão nas referências consultadas e utilizadas aporte para sanar dúvidas e aprofundar os conhecimentos. 5 1 TECNOLOGIA – ORIGENS E CONCEITOS Falar em novas tecnologias nos direciona quase que automaticamente para a palavra informática, a qual pode ser considerada como significando “informação automática”, ou seja, a utilização de métodos e técnicas no tratamento automático da informação. Para tal, é preciso uma ferramenta adequada: o computador eletrônico, sobre o qual falaremos ao longo de todo curso. Outro conceito importante seria a própria tecnologia, que etimologicamente deriva do grego “técnica”, “arte”, “ofício” e estudo. É um termo que envolve o conhecimento técnico e científico e as ferramentas, processos e materiais criados e/ou utilizados a partir de tal conhecimento. Seria um encontro entre a ciência e a engenharia. A ideia de tecnologia tem suas origens na Filosofia Moderna, que data do século XVII a meados do século XVIII. Esse período, conhecido como o Grande Racionalismo Clássico, contesta a fé que até então estava acima da razão, sucedendo às turbulentas discussões da Igreja marcada pela Reforma e Contra-Reforma. Nesse contexto, a Filosofia Moderna é marcada por três grandes mudanças intelectuais: 1) Deus e a Natureza perdem o posto de núcleos explicativos do Universo. O homem passa a ser o sujeito do conhecimento, sendo o intelecto de natureza diferente dos demais corpos existentes, assim questiona-se até que ponto podemos demonstrar conhecimento e, como o intelecto poderia conhecer o que é diferente dele. 2) A segunda mudança parte da resposta à pergunta acima. Para os filósofos modernos as coisas só são passíveis de conhecimento se tomadas como representações, isto é, enquanto ideias ou conceitos formuladas pelo intelecto e para o conhecimento. 3) Enfim, a terceira grande mudança advêm do conceito da realidade proposto, tempos atrás, por Galileu; concebida enquanto um sistema racional com elementos físicos com estrutura que só pode ser conhecido através da matemática. 6 Para Galileu o mundo estava “escrito” em caracteres matemáticos e, se quiséssemos entendê-lo, teríamos que conhecer e avançar na matemática. A ideia de realidade enquanto um sistema racional composto de mecanismos físicos e matemáticos deu origem à ciência clássica, onde tudo poderia ser descrito à partir das relações de causa e efeito, isto é, um conhecimento mecânico que teve em Descartes o seu principal expoente. Assim sendo, tomando a realidade como um sistema de causalidades racionais que pode ser conhecida e transformada pelo homem, cria-se a ideia de tecnologia, isto é, um conhecimento teórico formulado racionalmente orientando ações e intervenções na prática, criando um domínio do homem sobre à Natureza e a sociedade, de modo que ambas possam ser modificadas tecnicamente. Podemos dizer que o berço da tecnologia vem da Filosofia Moderna, seus principais representantes depositaram, como nunca antes, total confiança na razão humana enquanto esclarecedora do mundo das coisas. Além do próprio Galileu que parece ter nascido em um momentoinoportuno para suas ideias, Francis Bacon, Pascal, Berkeley, Newton, Leibniz, Thomas Hobbes, Espinosa, Locke e Descartes foram os principais pensadores que deram início ao que viria se cristalizar depois na Filosofia do Iluminismo em meados do século XVIII, tendo como fonte quase que onipotente e onipresente, a razão humana (SCRIBD, 2011). Dentre os vários conceitos de Tecnologia da Informação pode-se destacar o de Cruz (1997, p.160): “É o conjunto de dispositivos individuais, como hardware, e software, telecomunicações ou qualquer outra tecnologia que faça parte ou gere tratamento da informação, ou ainda, que a contenha”. De acordo com Schuning et al (1999) “o grande veículo, o meio que proporciona a enorme alteração cultural em todos os povos de nossa civilização é sem dúvida o universo composto pelas Tecnologias de Informação e as redes mundiais de comunicação (Ex: Rádio, TV, Pager, Fax, Telefone, Rede Internet e outras)”. Ainda, Meira (1999, p.3) afirma que: “Para além da educação básica e secundária, as novas tecnologias da informação deverão provocar mudanças também profundas na educação superior, amplificando competências e transformando papéis”. 7 O conjunto de equipamentos eletrônicos que armazenam, processam e disseminam informações deu origem ao conceito de telemática proposto por MATTELART e SCHMUCLER (1983): “Os novos sistemas de comunicação e informação, situados na intercessão da informática, das telecomunicações e dos meios audiovisuais, são sistemas complexos e interconectados. (...) A convergência de numerosas redes por onde circulam os fluxos de informação até um ponto único, a tela do terminal de computador – que bem pode ser a do televisor domiciliar – indica a impossibilidade de isolar, em nossos dias, os campos até pouco tempo dissociados da informação – notícia, da informação – entretenimento e da informação – controle social.” Desse modo as novas TIC’s representam um desafio maior que aquele inicialmente dimensionado pelos seus analistas. Torna-se claro o reconhecimento das vantagens proporcionadas pelas novas tecnologias, no que diz respeito à racionalização burocrática, à economia de tempo e de pessoal nas organizações complexas, à agilização dos fluxos informativos para atender às demandas dos cidadãos e facilitar a solução dos problemas cotidianos (BULHÕES, 2001). 8 2 A FENOMENOLOGIA DAS NOVAS TICS Grosso modo, o conceito fenomenologia poderia ser definido como estudo do fenômeno, ou uma investigação que busca a essência inerente da aparência. Ler, discutir e refletir seriam os passos básicos para se compreender um fenômeno e nesse momento, embora pareça que estamos começando a filosofar, acreditamos ser importante examinar, mesmo que brevemente, como as novas tecnologias se apresentam à inteligência humana. Segundo Rezende (1993) um enfoque fenomenológico procura construir uma descrição pertinente do objeto de estudo, evitando duas distorções comuns, o reducionismo e o fenomenismo. O reducionismo consiste em focar um aspecto em detrimento de outros, que acabam sendo deixados de lado, embora também sejam importantes para a significação plena do fenômeno. Por exemplo, classificar alguém como tecnófobo ou tecnófilo não reflete a complexidade do problema. Dicotomias deste tipo não são explicativas e pouco adicionam à compreensão da relação das pessoas com objetos tecnológicos. Outra perspectiva reducionista é enfatizar apenas o potencial das novas tecnologias, uma tendência visível entre os que escrevem sobre o assunto. Esta abordagem é enganadora, ao deixar em segundo plano os problemas associados com a atualização de hipotéticos potenciais. Posições reducionistas são atraentes pela simplificação e aparente facilidade para compreensão de um fenômeno qualquer O fenomenismo, de modo oposto, consiste em acumular informações sobre um objeto, sem cuidar se são necessárias para o que se pretende atingir. Por exemplo, em relatos de pesquisa, não é raro encontrarmos minuciosas descrições de equipamentos e softwares utilizados, sem discussão da pertinência, da relevância das informações descritas para a compreensão do estudo (CYSNEIROS, 2003). Buscando evitar reducionismos e fenomenismos, um enfoque pertinente deve considerar a complexidade fenomenal do objeto. Para Cysneiros (2003) um enfoque equilibrado supõe não abordarmos as tecnologias do momento vendo apenas as maravilhas, nem tampouco assumindo 9 posições catastrofistas, como é comum na literatura sobre o uso de tecnologias na educação. O mesmo autor acha oportuno refletir brevemente sobre o conceito de tecnologia, cuja história em educação deixa a desejar. Tecnologia é um termo polissêmico. Intuímos alguns dos seus significados, mas temos dificuldade em precisá-lo. Para tratarmos das tecnologias na educação, não são adequadas as caracterizações encontradas em dicionários e enciclopédias, geralmente focando as aplicações da ciência aos objetivos práticos da vida humana, nem concepções filosóficas que focalizam problemas sociais, ou relações entre patrões e empregados, analisando mudanças ocasionadas pela introdução da tecnologia moderna nas fábricas, no comércio, no estamento militar, na atividade científica, na comunicação de massa, pois os contextos de uso em tais situações são muito diferentes daqueles da escola. Para citar apenas algumas dessas diferenças, tecnologias não são usadas na escola como ferramentas de produção, nem como meios de comunicação entre um “emissor” e milhares ou milhões de “receptores” desconhecidos, envolvendo pessoas adultas, etc. Na escola presencial (e também a distância, com algumas diferenças), tecnologias geralmente são utilizadas por professores e alunos – crianças e adolescentes em formação – em situações de ensino e de aprendizagem. Esta posição não significa ignorarmos as contribuições de consagrados pensadores sobre questões associadas à tecnologia na sociedade e na cultura, a objetos técnicos produzidos e utilizados por seres humanos desde as primeiras civilizações, com os mais diversos propósitos. São produções teóricas que têm implicações para Educação, mas não foram geradas tendo em vista o uso de tecnologias na escola (CYSNEIROS, 2003). Por outro lado, a Tecnologia Educacional tem sido um campo muito pobre em teoria própria, infelizmente reduzida com frequência a concepções e práticas behavioristas na escola. É verdade que muito se tem escrito sobre tecnologias educacionais aproveitando teorias do momento na Psicologia, na Sociologia, na Comunicação – sem ampliá-las e contextualizá-las, agindo como pássaros que depositam seus ovos em ninhos de outras aves, variando de ambiente em função da disponibilidade do momento (CYSNEIROS, 2003). 10 Três aspectos caracterizam qualquer tecnologia: Primeiro - toda tecnologia tem como base um componente tangível, um elemento material, um objeto técnico. Uma referência ao aspecto palpável é um modo de evitar concepções distantes da interação humana de professores e aprendizes envolvendo objetos materiais. Assim, uma tecnologia assume sua concretude nos objetos integrados ao cotidiano das pessoas, em um continuum de complexidade: na escola, são tecnologias educacionais objetos simples como papel e tinta, lápis e caneta, livros e cadernos, facas e tesouras; também objetos complexos como telefones, aparelhos de vídeoe televisão, calculadoras e computadores. Quando funcionam bem, tais objetos tornam-se “transparentes” e tendem a passar despercebidos, até mesmo minimizados na sua importância para a atividade de educar. Mesas e cadeiras, quadros de giz e outros objetos também condicionam a atividade educativa. De modo ainda mais amplo, são tecnologias “envolventes” a arquitetura escolar, a iluminação, a climatização de salas de aula, bibliotecas e outros ambientes escolares. Um segundo aspecto de nossa caracterização é que objetos materiais são componentes de ações humanas culturalmente condicionadas. Por exemplo, computadores hoje estão integrados ao ato de escrever, calcular, desenhar, armazenar, comunicar. São ações que variam dependendo dos modos culturais de assimilação de objetos técnicos a elas associadas, condicionadas pela história de uso de outros objetos técnicos. Os objetos técnicos estão imbricados nas instituições, nas condições socioeconômicas de um país ou região, na cultura. Terceiro, há formas de relação, ou interação, entre objetos técnicos e as pessoas que os usam, inventam, projetam, constroem, modificam, adaptam. O filósofo Don Ihde (1983 apud Cysneiros, 2003) enfatiza este aspecto usando a expressão “existential technics”, sublinhando assim as respostas humanas, existenciais, aos artefatos do mundo vivido de cada um, centrando sua análise no envolvimento, na experiência cotidiana com objetos técnicos, algo que nos acompanha do despertar ao adormecer, durante toda a vida. 11 Nesta caracterização, são fundamentais as técnicas de uso, os modos de ação com objetos técnicos. Como Don Ihde (1993), Cysneiros (2003) acredita não ser útil considerar o conceito de técnica como sinônimo de tecnologia, pois existem modos de ação humana que não envolvem objetos técnicos ou ambientes condicionados pela tecnologia: são exemplos algumas técnicas de voz, de relaxamento, de natação, de dança e de outras expressões corporais. De modo deliberado ou não, desenvolvemos técnicas de uso de tecnologias, porém não distinguir uma coisa da outra dificulta a compreensão do problema. As distinções entre técnica, objeto técnico, tecnologia – este último um conceito mais abrangente – têm muitas implicações para a atividade com tecnologias na escola (DUROZOI E ROUSSEL, 1996). Uma delas é a distância entre o potencial e o real. Esta distância tem sido frequentemente esquecida em teorizações sobre novas tecnologias na educação, ao se enfatizar possibilidades educacionais de linguagens como LOGO (CYSNEIROS, 1999, 2000a), softwares educativos e ambientes virtuais de aprendizagem. São concepções baseadas em experiências com “escolas-vitrine”, assessoradas por professores universitários e pessoas que dominam técnicas de uso da informática, extrapoladas para escolas públicas precárias, com professores que mal usam giz. Na transposição, são ignorados elementos cruciais como as burocracias das redes escolares, políticas públicas desencontradas, expectativas da comunidade, entre outros. Nossa ênfase na importância da experiência com objetos técnicos, na concretude da realidade como ponto de partida, é característica das filosofias da práxis, que consideram uma teoria de ação como fundamento para uma teoria do conhecimento (Ihde, 1990, p.27 apud Cysneiros, 2003). Uma teoria orientada para a ação é o tipo de entendimento da situação necessário para se efetuar mudanças na própria situação. Assim, refletir sobre tecnologia na ótica de uma filosofia da práxis pressupõe experiência vivida com os objetos sobre os quais se teoriza. Daí, nossa ênfase preliminar na materialidade da tecnologia, nos aspectos culturais, na interação humana com objetos, pois, lembrando Paulo Freire, a práxis não pode ser separada do contexto onde ocorre. 12 As novas tecnologias compreendem máquinas constituídas por dispositivos e circuitos eletrônicos, quase sempre com partes móveis delicadas, produtos da mecânica fina. As “velhas” são objetos técnicos que sempre fizeram parte da escola: lápis e outros instrumentos manuais que não necessitam de baterias ou rede elétrica para funcionar; livros, cadernos, quadros de giz e pincel e outros suportes de memória individual ou coletiva. Algumas tecnologias ocupam posições intermediárias entre as novas e velhas. Nela, estão os retroprojetores, instrumentos relativamente simples, que não necessitam de circuitos eletrônicos complexos, mas incluem lâmpadas, motores e ventiladores elétricos. Também estão nesta categoria as máquinas copiadoras, amplamente usadas na educação desde o tempo dos mimeógrafos a álcool ou tinta, anteriores à chegada de computadores em ambientes educacionais. As máquinas xerográficas, com componentes de microeletrônica, curiosamente quase não são incluídas nos discursos sobre novas tecnologias na educação, apesar da ampla cultura da xérox nas universidades e escolas. Hoje, para viabilizar sua disciplina, o professor brasileiro disponibiliza artigos e livros inteiros para alunos copiarem, porque as bibliotecas universitárias têm seus acervos defasados e também porque muitos estudantes não têm dinheiro – e outros não valorizam – a compra de livros. Enfim, este quadro tende a mudar com a chegada do livro digital, da biblioteca virtual e de dispositivos leitores especializados (CYSNEIRO, 2003). Enfim, é preciso buscar um caminho de construção que passe por uma concepção equilibrada sobre tecnologia educacional, sem extremos, nada de visões parciais, reducionistas ou amplificadoras, ou seja, cada situação, cada momento exige um olhar. Na concepção delineada por Cysneiros (2003) o professor assume um papel de importância, sendo sua responsabilidade a escolha da melhor tecnologia para cada situação de ensino, dentre a ampla gama de possibilidades existentes, desde o ambiente natural ao computador conectado à Internet, passando pelo laboratório, livro didático, biblioteca, entre outras. Tecnologias potencializadas pela não menos ampla gama de técnicas possíveis, indo desde a aula expositiva ao trabalho de grupo, à pedagogia de projetos. 13 3 OS COMPUTADORES A evolução tecnológica e as novas tecnologias na informação trouxeram às pessoas, e às instituições uma verdadeira revolução nas formas de pensar, de interagir e de viver. O desenvolvimento das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) influenciou as mais diversas áreas do conhecimento. Em função do grande fluxo de informação que passou a circular e a democratização do seu acesso, os dias atuais ficaram conhecidos como a “Era da Informação”, termo que o pesquisador espanhol, Manuel Castells (1999), professor do Departamento de Sociologia da University of Califórnia, em Berkeley, Califórnia, Estados Unidos, utiliza em sua trilogia “A era da informação: economia, sociedade e cultura”, para se referir as novas configurações socioeconômicas e culturais do capitalismo mundial, nas quais se passa a ter uma sociedade globalizada, em rede, resultante dos avanços tecnológicos e das novas formas de comunicação e que tem a informação como um de seus elementos centrais. Desta forma, uma das áreas que sentiu fortemente esta mudança foi a educação, uma vez que o surgimento das TIC alterou não só os parâmetros da Educação Presencial, mais do que isso, deu a Educação a Distância (EAD) uma nova perspectiva de trabalho, ampliando o seu alcance e a sua efetividade enquanto modalidade de ensino, já que agora as barreiras de tempo e espaçonão existem mais. A tecnologia da informação na concepção de O´Brein (2003), contempla um conjunto de software, hardware, telecomunicações, administração de banco de dados e outras tecnologias de processamento de informações utilizadas em sistemas de informação computadorizados. Mais difícil do que verificar os pontos negativos desta nova era é aceitar e acompanhar os avanços da tecnologia da informação às pessoas e às organizações. É possível observar que as formas de comunicação estão mudando, estão deixando de ser lentas e demoradas para se tornarem velozes e cada vez mais precisas. Sobre o conceito de tecnologia Ribault et. al. (1995) inferem que “uma tecnologia é um conjunto complexo de conhecimentos, de meios e de Know-how 14 (saber fazer), organizado com vista a uma produção”, explicam também que uma tecnologia resolve um problema e sua criação é indispensável à fabricação de um produto, componente do produto ou para uma transformação no interior de um processo longo e complicado. Nesta concepção a Tecnologia é a soma de conhecimento científico, os meios (ter como fazer) e o Know How (saber fazer) que é a técnica de como fazer. É tudo aquilo útil à comunidade e aplicável. Já Dahab et al (1995) definem tecnologia como “o conjunto de conhecimentos práticos ou científicos, aplicados à obtenção, distribuição e comercialização de bens e serviços”. Nesta conceituação os autores procuram definir para a prática e aplicabilidade da tecnologia, já a abordagem feita por Ribault et. al, é abrangente pois, abordam o conceito como tendo partes que se completam para formar o todo. A internet, conhecida como a maior implementação de redes de computadores interligadas em rede (Amor, 2000; Laudon e Laudon, 2001), é o conjunto (hardware e software) de TIC que teve o maior crescimento e impacto social nos últimos anos. Sua velocidade de expansão impressiona: atingiu 50 milhões de usuários em cinco anos, enquanto outras tecnologias ou formas de comunicação levaram bem mais do que isso. A TV a cabo levou 10 anos para atingir 50 milhões de usuários; o computador levou 11 anos; a televisão, 18 anos; o telefone, 16 anos; e o rádio, 38 anos. Esse crescimento da internet deve-se, em grande parte, ao surgimento da World Wide Web, também conhecida como www, w3 ou web. A web padronizou o armazenamento, recuperação e apresentação da informação, utilizando a tecnologia cliente/servidor (LAUDON; LAUDON, 2001). Por ser eficaz, econômica e utilizar a internet como estrutura-padrão para entrega de conteúdo, grande parte das organizações já adotou o padrão web. A internet liga centenas de milhares de redes individuais em todo o mundo por meio de protocolos que podem ser entendidos como conjuntos de regras que supervisionam as comunicações realizadas pela internet (Amor, 2000). O mais conhecido dos protocolos da internet é o TCP/IP (Transmission Control Protocol/Internet Protocol), que possibilita a troca de mensagens entre os 15 computadores conectados a ela (AMOR, 2000). Existem outros protocolos utilizados na internet que também são conhecidos, como, por exemplo, o HTTP, responsável por assegurar a transmissão de documentos HTML (Hypertext Markup Language). 3.1 O que é um computador Vários foram os equipamentos eletrônicos surgidos ao longo dos séculos, mas sem dúvida alguma, o computador foi aquele que mais revoluções trouxe ao mundo moderno, invadindo os lares, as empresas, o lazer. O computador, uma máquina à base de circuitos eletrônicos que tinha a princípio, o objetivo de efetuar grandes operações e cálculos lógicos, de maneira menos complicada e mais rápida, dinamizou a informação, a comunicação e as relações, ou seja, sem ele o mundo pós-moderno praticamente pára em todos os sentidos. Segundo Cerqueira (2004, p. 11), hoje, as pessoas utilizam o computador para enviar e receber mensagens, ampliar os horizontes de conhecimento, trazer entretenimento, possibilitar a comunicação mundial de maneira simples, barata, rápida e eficaz, automatizar indústrias inteiras, efetuar complicados cálculos, armazenar grandes quantidades de informações de maneira dinâmica entre outras milhões de utilidades. Todas as utilidades ou necessidades expostas por Cerqueira são, na realidade, decorrências diretas e indiretas da globalização e da competição acirrada que permeia a vida e o cotidiano das pessoas, quer sejam elas no ambiente de trabalho ou doméstico. Evidentemente que esse evento da dinamização, da evolução dos computadores, dos programas, das possibilidades de uso, decorrente da globalização, apresenta também o seu lado pernicioso. Com ele vieram os vírus, que se tornaram um problema corriqueiro para os sistemas informacionais e comunicacionais das empresas e das pessoas de maneira geral, levando ao atraso ou perda de dados ou mensagens, bem como perda de produtividade. Endêmicos ou não, os vírus causam danos a empresas, repartições públicas e pessoas físicas. Desse modo, não perder dados ou arquivos inteiros e trabalhar com segurança tornaram-se objetivos de quem trabalha com informática. 16 Perder documentos, dados importantes para a realização de alguma tarefa, roubo de senhas para acesso a informações bancárias, invasão de privacidade em todos os níveis, por exemplo, são situações críticas que trazem prejuízos para os usuários de computadores, tanto interligados a rede mundial quanto em seu ambiente doméstico. Nesse sentido, a falta de conhecimento do que vem a ser um vírus e seus males, a negligência e o uso incorreto dos equipamentos são pontos importantes que precisam ser repassados aos usuário, bem como as reais vantagens do uso de softwares antivírus. Enfim, a evolução dos computadores colocou o homem na Era da Informação e da Comunicação. Embora isso tenha oferecido inúmeras vantagens, acelerando o desenvolvimento do mundo, trouxe consigo um problema grave: a invasão dos sistemas pelos programas mal-intencionados, mais comumente conhecidos como vírus, os quais, causam estragos incalculáveis para pessoas físicas e jurídicas. A falta de conhecimento, negligência e conscientização dos usuários é o ponto que considera-se mais importante, ou seja, não adianta ter uma máquina boa, sem um programa antivírus que seja atualizado frequentemente como necessário. Portanto, podemos concluir ser preciso um grande trabalho de conscientização dos usuários em relação ao investimento em programas antivírus, que poderia partir das empresas que comercializam equipamentos de informática. 3.2 O uso dos computadores Segundo Aguiar e Hermossila (2007) o computador tem sido utilizado na educação durante os últimos 20 anos, demonstrando ser um grande auxílio no processo de ensino/aprendizagem. Este tópico procura apresentar como a inteligência artificial (IA) está contribuindo com novas abordagens, ao permitir a representação de algumas habilidades de raciocínio e conhecimento especialista voltadas ao ensino e aprendizado. Os primeiros sistemas voltados para o ensino através do computador foram o treinamento baseado em computador (CBT - Computer-Based Training) e instrução baseada em computador (CAI - Computer Assisted Instructional) 17 Usualmente, estes sistemas geravam conjuntos de problemas projetados para aumentar o desempenho do estudante em domínios baseados em habilidades, como aritmética e recuperaçãode vocabulário. Nestes sistemas, a instrução não era individualizada para as necessidades do estudante. A proposta era apresentar um problema ao estudante, registrar a resposta e avaliar seu desempenho. Segundo Beck (1998 apud Aguiar e Hermossila, 2007), as decisões sobre como o estudante deveria navegar através do material era baseada em árvores de decisão. A sequência de perguntas e respostas era dirigida pelos acertos e erros dos estudantes, não sendo consideradas suas habilidades individuais. Nos sistemas CBT e CAI, a maior parte do esforço de desenvolvimento estava dirigida a resolver problemas com o desempenho do tempo de resposta. Eles consideravam que se a informação fosse apresentada ao estudante, ele poderia absorvê-la (URBAN-LURAIN, 1998 apud Aguiar e Hermossila, 2007). Enquanto CBT e CAI podiam ser parcialmente efetivos em ajudar os estudantes, eles não forneciam o mesmo tipo de atenção individualizada que podia ser oferecido por um tutor humano. Segundo McArthur (1993 apud Aguiar e Hermossila, 2007), esta atenção poderia ser alcançada através de um sistema que pudesse raciocinar sobre o domínio e sobre o estudante. Neste sentido, surgiu uma nova proposta de sistema: os sistemas tutores inteligentes (ITS - Intelligent Tutoring Systems). 3.3 Sistemas Tutores Inteligentes Segundo Hall (1990 apud Vaz e Raposo, 2008), os sistemas tutores inteligentes (ITS) são uma composição de diversas disciplinas como psicologia, ciência cognitiva e inteligência artificial. O objetivo principal destes sistemas é a modelagem e representação do conhecimento especialista humano para auxiliar o estudante através de um processo interativo. Sistemas ITS oferecem considerável flexibilidade na apresentação do material e uma maior habilidade para responder às necessidades do usuário. Eles procuram não apenas ensinar, mas como ensinar, aprendendo informações relevantes sobre o estudante, proporcionando um aprendizado individualizado. Estes 18 sistemas alcançam sua inteligência pela representação de decisões pedagógicas sobre como transmitir o material (ensinar), além de informações sobre o estudante. Isto permite uma grande interatividade do sistema com o estudante. Sistemas tutores inteligentes têm sido apresentados como altamente eficientes para a melhora do desempenho e motivação dos estudantes. Existem diversas aplicações para sistemas ITS, nos mais variados domínios do conhecimento. Um interessante exemplo da aplicação de sistemas ITS pode ser encontrado em (KOEDINGER e ANDERSON, 1995 apud Vaz e Raposo, 2008). Eles apresentam um tutor inteligente para a disciplina de álgebra chamado PAT (Practical Algebra Tutor). Neste trabalho, eles reportam os resultados positivos da aplicação de sistemas tutores em larga escala nas escolas de segundo grau. Em Azevedo e Tavares (1998), é descrito um sistema ITS para o ensino de orientação a objetos. Mitrovic (1998 apud Azevedo e Tavares, 198) utiliza um tutor inteligente para o ensino da linguagem SQL (Structured Query Language). É importante notar que a implementação de sistemas ITS trouxeram a tona outras questões pedagógicas. As tecnologias que permitem automatizar métodos tradicionais de ensino e aprendizagem estão também ajudando na criação de novos métodos e redefinindo as metas educacionais. Isto traz algumas dificuldades iniciais, pois os métodos tradicionais de ensino são bem conhecidos e bem definidos, mas os novos métodos precisam ainda ser mais discutidos. Dentre estes novos métodos, poder-se-ia citar aspectos de colaboração, aprendizado por experiências ou visualização. Neste contexto, surgem os ambientes de ensino interativo (ILE - Interactive Learning Environment) que são uma evolução natural dos sistemas ITS, onde se procura endereçar os novos métodos educacionais. Possivelmente a migração de sistemas ITS para ILE é um processo que representa um padrão na educação atual. O objetivo não é apenas ensinar as habilidades tradicionais de forma mais rápida, eficiente e com menos custo. O foco é trabalhar na mudança dos métodos educacionais para redefinir novas metas e aplicá-las também em sala de aula. Os sistemas tutores inteligentes são usualmente definidos através de componentes. Woolf (1992 apud Vaz e Raposo, 2008) identificou quatro componentes principais: módulo estudante, módulo pedagógico, módulo domínio do 19 conhecimento e módulo de comunicação. Em seu trabalho, Woolf considerava que o conhecimento especialista estava representado pelo módulo do domínio. Entretanto, em um trabalho mais recente, Beck (1998 apud Vaz e Raposo, 2008) subdividiu este módulo e definiu um quinto elemento: o módulo especialista. A figura 1 apresenta como estes módulos estão relacionados. Figura 1 - Interações entre os componentes de um sistema ITS. O módulo estudante armazena informações específicas para cada estudante de forma individual. No mínimo, este módulo deve manter um histórico sobre como o estudante está trabalhando no material em questão. É interessante também manter registro sobre os erros do estudante. O propósito é fornecer dados para o módulo pedagógico do sistema. O módulo especialista deve ter acesso a todas as informações armazenadas (VAZ; RAPOSO, 2008). O módulo pedagógico oferece uma metodologia para o processo de aprendizado. Questões a serem pensadas são: quando revisar, quando e como providenciar informação adicional. As entradas deste módulo são fornecidas pelo módulo estudante. As decisões pedagógicas são feitas de acordo com as necessidades individuais de cada estudante. 20 O módulo do domínio do conhecimento armazena a informação que o tutor está ensinando. A modelagem do conhecimento a ser disponibilizado é de grande importância para o sucesso do sistema como um todo. Critérios de desempenho também devem ser considerados. Deve-se procurar uma representação do conhecimento que esteja preparada para o crescimento incremental do domínio. O módulo especialista deve ter acesso a todas as informações do sistema, incluindo-se o conhecimento global (domínio) e o conhecimento individual de cada estudante. A preocupação deste módulo não é a representação do conhecimento global, mas como um indivíduo representa seu próprio conhecimento através do uso de suas habilidades dentro do domínio. Usualmente, este módulo possui a forma de um sistema especialista capaz de resolver problemas em um dado domínio. Este módulo não deveria realizar apenas a comparação entre as soluções do estudante com a do tutor, mas também a comparação entre as soluções geradas pelos próprios estudantes. O módulo de comunicação está mais voltado para o conceito de interface com estudante. A questão é definir qual será a melhor metáfora com a qual o estudante terá acesso ao sistema. A complexidade para a implementação deste módulo é bastante variável, podendo ser desde simples janelas de diálogo até linguagem natural e reconhecimento de voz. Outra questão a ser considerada é a aplicação de realidade virtual para permitir uma imersão total do estudante no sistema. Sistemas tutores inteligentes representam uma interessante ferramenta para ambientes de aprendizagem. Entretanto, os maiores problemas associados a estes tipos de sistema são seu alto custo financeiro e o elevado tempo de desenvolvimento. Na tentativa de reduzir estes custos, conceitos bem conhecidos da engenharia de softwarecomo reutilização e modularidade têm sido utilizados. A questão é desenvolver sistemas ITS de forma incremental, permitindo uma evolução contínua. Um método de ensino que tem sido bastante discutido nos últimos anos é baseado em investigação. Estes sistemas procuram explorar aspectos que os sistemas ITS tradicionais não consideraram. Alguns autores, como McArthur (1993 21 apud Vaz e Raposo, 2008), acreditam que estes sistemas, de modo genérico, podem ser entendidos como ambientes de ensino interativos (ILE). Os principais princípios associados a estes ambientes são: Construção e não instrução: o objetivo é explorar o fato de que estudantes podem aprender mais efetivamente através da construção de seu próprio conhecimento. O controle é do estudante e não do tutor: a questão é dar mais liberdade para o estudante controlar suas interações no processo de aprendizado. O tutor deve atuar como um guia, e não como o único detentor do conhecimento. A individualização é determinada pelo estudante e não pelo tutor: diferentemente dos sistemas ITS, a personalização da informação é o resultado da interação com o ambiente. Esta responsabilidade pode estar também associada ao sistema, mas o estudante ainda terá uma boa parte do controle de sua individualização. O conhecimento adquirido pelo estudante é resultado de suas interações com o sistema e não com o tutor: a informação adquirida vem como uma função das escolhas e ações do estudante no ambiente de ensino e não como um discurso gerado pelo tutor. Estes princípios apresentam uma clara mudança no enfoque de aprendizado dos sistemas ITS para ambientes ILE. O processo deixa de ser centrado no tutor e passa a ser centrado no estudante. Sendo assim, torna-se necessária uma nova gama de ferramentas computacionais. Estas ferramentas incluem, frequentemente, vídeo interativo ou outras representações gráficas, e permitem aos estudantes investigar e aprender tópicos de forma livre, sem estarem presos a algum tipo de controle externo. 22 4 A EDUCAÇÃO DIANTE DAS NOVAS TICS As novas tecnologias educacionais têm sido objeto de preocupações de diversos pesquisadores brasileiros nas duas últimas décadas, mas até meados da década de 1990 estas tecnologias eram pouco disseminadas, o que gerou uma lacuna entre especulações teóricas e a utilização dessas inovações nos processos de ensino-aprendizagem e do trabalho docente (NASCIMENTO, 2003). A partir de uma maior disseminação da Internet no Brasil, sobretudo de 1995 em diante e em função do desenvolvimento de recursos tecnológicos num ritmo bastante intenso, observamos uma “radicalização” do uso do computador e da Internet no Brasil. Importante salientar que, em termos relativos, este uso é ainda restrito, variando de 5 a 14 milhões de usuários. Mas, em termos absolutos, o Brasil é o país da América Latina que possui o maior número de usuários de computadores e Internet. É Importante lembrar que os recentes dados apresentados na revista BRASIL EM EXAME (2000) mostram que cerca de 2/3 dos usuários de Internet no Brasil possuem 3º grau e 84% pertencem às classes A/B. O número de pessoas com acesso tem crescido de forma exponencial – de 25 mil em 1995 a 6,24 milhões no presente ano, assim como o número de computadores pessoais instalados aumentou cerca de cinco vezes no período de 1994/2000 1 (NASCIMENTO, 2003). A utilização de tecnologias educacionais no contexto escolar está inserida em uma realidade econômica, onde se manifesta um processo de reestruturação capitalista a nível mundial (BRUNO, 1999). A inserção do Brasil neste processo se deu após a abertura do mercado promovida pelos governos Collor, Itamar Franco, tendo continuidade nos governos FHC e Lula. Esta maior “dinamização do sistema capitalista, que se associa às profundas modificações tecnológicas, vem promovendo transformações no trabalho de todas as categorias profissionais, através de novas posturas do trabalhador frente ao seu trabalho, exigências de um “saber ser” e maior “criatividade”, autoaprendizagem, etc. É necessário lembrar que este maior desenvolvimento das potencialidades humanas nesta realidade 1 Segundo dados de VEJA/IBOPE (2000), EXAME NEGÓCIOS (2000), BRASIL EM EXAME (2000) e GAZETA MERCANTIL: ECONOMIA DIGITAL (2000). 23 tecnológica visa a um maior controle do ritmo de produção, não a um “desenvolvimento integral do sujeito” (BERINO, 1994). LEVY (1997) considera o computador e a rede de informações (Internet) como um terceiro processo de desenvolvimento das “tecnologias intelectuais”, sendo o primeiro a passagem da oralidade para a utilização da escrita e o segundo momento o advento da imprensa, dinamizando enormemente a disseminação do conhecimento através da impressão de livros. Estes momentos denotam modificações históricas nas formas de apreensão e construção do conhecimento, devido à utilização de processos cognitivos distintos (linguagem oral, escrita e “simulação” por computador). Uma grande distinção entre as tecnologias anteriores e as atuais é a rapidez com que elas se modificam, tornando cada vez mais dinâmico, o processo de obsoletização das coisas e do homem, característica bem própria do sistema capitalista atual. VIRILIO (1996), ao discorrer sobre a integração cada vez maior do corpo humano às tecnologias, afirma que este movimento busca “aparelhar” o corpo humano para torná-lo contemporâneo da era da velocidade absoluta das ondas magnéticas. Em síntese, significa que o homem, no ambiente competitivo extremado, busca se diferenciar através de “extensões” microeletrônicas que o tornam melhor (no sentido estrito da concorrência capitalista). Nos casos específicos do computador e da Internet, este movimento é possível, pois a conectividade em tempo real e o domínio da informática representam distinções numa sociedade concorrencial, tornando os detentores de tais meios melhor “aparelhados” (NASCIMENTO, 2003). Quanto à instituição escolar, esta vem assistindo ao movimento de inserção de tecnologias em seu ambiente sem, de fato, compreender as implicações destas tecnologias no trabalho de seus profissionais e na própria formação de seus alunos. Como diz Anderson (1995), é difícil escrever e compreender esse fenômeno, pois ele ainda está acontecendo, é um movimento inacabado, portanto, a perplexidade diante do novo, da tecnologia é visível e aceitável na escola, local onde até pouco tempo (e ainda em grande parte delas) só se viam carteiras enfileiradas, o quadro de giz e o professor à sua frente. 24 4.1 Até quando “novas tecnologias”? Uma grande parcela da população que tem acesso aos meios de comunicação e informação costuma associar as novas tecnologias educacionais com recursos didáticos sofisticados (computadores, projetores, vídeo interativo, leitores digitais, multimídia...) e não estão totalmente errados, principalmente se fizermos uma comparação com o seu significado real, ou seja, tecnologia como conjunto de instrumentos e procedimentos industriais de um determinado setor ou produto, por outro lado, como já vimos, recursos didáticos não sofisticados também fazem parte da tecnologia educacional. A primeira questão que queremos discutir e ao mesmo desmistificar nesse primeiro momento relaciona-se com o termo “novo”, uma vez que a cada dia surgem novos conhecimentos,novos instrumentos, novos procedimentos, então o novo deixar de sê-lo a cada dia e com isso, o educador deveria deixar de lado o seu “medo” das novas tecnologias que batem à nossa porta, quer seja em casa ou na escola, no banco, ou qualquer outro estabelecimento comercial. Como diz Martin (1995), dada a velocidade do desenvolvimento tecnológico na atualidade, torna-se cada vez mais difícil continuar aplicando o termo “novas” às tecnologias que permitem, por exemplo, a gravação do sinal de televisão em fita magnética (o que se conseguiu pela primeira vez em 1956), ou às que deram origem aos primeiros microcomputadores, na década de 70. O computador pessoal e o vídeo continuam sendo, no entanto, os dois elementos básicos de qualquer classificação das Novas Tecnologias na educação. A consideração em paralelo desses dois elementos dá lugar, há bastante tempo, à dicotomia entre as Novas Tecnologias da Informação, de um lado, e as Novas Tecnologias Audiovisuais, de outro. O primeiro destes termos, Novas Tecnologias da Informação está diretamente associado ao mundo da informática. No entanto, e nos atendo ao entendimento da tecnologia expresso acima, qualquer conhecimento, procedimento ou instrumento utilizado para a produção, difusão, transmissão, classificação, armazenamento, gravação, codificação-decodificação, interpretação, etc., da informação, poderia ser considerado como tecnologia mais ou menos “nova”, da 25 informação. Tal informação, verbal ou icônica, poderia estar contida em qualquer suporte. Mas, ao falarmos das Novas Tecnologias da Informação, a codificação da maior parte dessa informação, que geralmente aparece na tela (monitor) de um computador, até bem pouco tempo era predominantemente verbal e fundamentalmente escrita. Agora, e à medida que os novos processadores dos computadores pessoais permitem o tratamento de som, de imagens fixas e em movimento, a linguagem audiovisual vai se incorporando cada vez mais à tela do computador. As Novas Tecnologias Audiovisuais na educação têm seus antecedentes imediatos na utilização de projetores e gravadores de som, a partir da metade deste século. O aparecimento da televisão educativa e o uso dos gravadores magnéticos de imagem e som (videocassetes), produziram um grande avanço na utilização de representações audiovisuais e verbo-icônicas nas instituições escolares. Hoje em dia, a digitalização e o tratamento informático da informação audiovisual, bem como a conjugação de meios, já não nos permitem mais falar de tecnologias da informação e de tecnologias audiovisuais separadamente. Um novo conceito, que pressupõe a integração dos meios, códigos e linguagens, irrompeu com força equivalente ao grau de confusão que gerou no mundo das novas tecnologias: Multimídia. Os novos materiais e aplicações “multimídia” acrescentam à sua característica mais definidora (a integração de linguagens e formas de representação: imagem, som e texto) outra não menos importante: a interatividade, a possibilidade de relação e de resposta mútua entre o usuário e o meio (MARTÍN, 1995). 4.2 A Eclosão das Novas Tecnologias Multimídia A generalização de novas tecnologias como “autoestradas” de informação, a realidade virtual, os satélites de comunicações, os sistemas de compressão de dados, a televisão interativa, etc. e o rápido desenvolvimento e implantação das mesmas no processamento da informação nos sistemas de comunicação têm, como é lógico, importantes repercussões no mundo da educação. Entretanto, as 26 inovações em educação costumam ser adotadas em ritmo muito lento, a ponto de se constatar algumas vezes que determinados novos aparelhos e suportes multimídia já estão desaparecendo do mercado, substituídos por outros, quando no mundo da educação ainda se está discutindo a sua possível incorporação como meios didáticos. O ritmo frenético no desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação praticamente impossibilita a indispensável reflexão sobre seus efeitos (MARTÍN, 1995). Existe o perigo de que a escola permaneça alheia à evolução da sociedade na qual se supõe integrada, e na qual se inserem os educandos, e por isso se veja cada vez mais distante de seus interesses. Roger Whittaker comenta que enquanto a pedagogia tradicional e a ignorância dos professores limitam a aprendizagem de novas tecnologias na escola, e os pais tecnófobos pouco ajudam em casa, o computador e os videojogos (videogames) oferecem à criança um lugar de independência, longe do controle do adulto. As instituições de educação formal poderiam ser consideradas, desta perspectiva, mais como obstáculos do que como agentes facilitadores do desenvolvimento da criança e da sociedade em geral (MARTÍN, 1995). O atraso na evolução da educação, comparativamente a outros setores da sociedade - como a indústria - ainda que preocupante, não é tão grande como a distância que pode vir a existir entre a educação tecnológica - ou educação multimídia - nos países desenvolvidos, e a educação que recebem os habitantes dos países subdesenvolvidos ou em vias de desenvolvimento. Poderíamos, portanto, argumentar que é urgente usar as novas tecnologias por sua função liberadora, colocando-as ao alcance de todos os povos, objetivando uma maior igualdade de oportunidades (MARTÍN, 1995). O temor de perder o trem do futuro está presente tanto nas políticas educacionais dos países desenvolvidos como daqueles ainda em busca de desenvolvimento. Na sociedade da informação, como se tornou habitual classificá-la nos últimos tempos, o mercado de trabalho necessita de mão de obra especializada no manejo dos sistemas de informação e de comunicação, e se considera como obrigação dos sistemas educativos atender a tais demandas, incorporando em seus programas de educação formal a utilização de novas tecnologias. Isso se reflete com toda clareza, por exemplo, nos documentos da Comissão Europeia que vem 27 estudando o desenvolvimento de programas educativos multimídia. Tal desenvolvimento se apresenta como inquestionável, e as principais recomendações neste sentido implicam na modificação do ambiente educativo, de modo a que se torne adequado ao uso das tecnologias multimídia. Recomenda-se a modificação dos métodos de trabalho, dos papéis do professorado, a organização dos cursos e dos espaços, para que se adaptem às vantagens que oferecem as novas ferramentas educativas (MARTÍN, 1995). Se é real o perigo de que os sistemas educacionais se tornem totalmente defasados em relação ao desenvolvimento tecnológico, não é menos certo que com a adoção precipitada de todos os novos meios que nos são apresentados e vendidos como panacéas, correríamos o grave risco de aceitar as novas tecnologias em nossas aulas por um imperativo comercial, por medo de perder posições na corrida do progresso, sem nos perguntar sobre as implicações ideológicas ou sobre as repercussões no processo de ensino e aprendizagem. Não podemos esquecer que a tecnologia, além de seu aspecto liberador, pode ser também uma das mais poderosas armas de repressão cultural e ideológica; se pode diminuir as diferenças culturais entre os povos, pode também aumentá-las; se possibilita uma comunicação inovadora no ensino capaz de gerar aprendizagens significativas, pode também perpetuar pedagogias autoritárias e unidirecionais (MARTÍN, 1995). Segundo Belloni (2002), pedagogia e tecnologia(entendidas como processos sociais) sempre andaram de mãos dadas: o processo de socialização das novas gerações inclui necessária e logicamente a preparação dos jovens indivíduos para o uso dos meios técnicos disponíveis na sociedade, seja o arado, seja o computador. O que diferencia uma sociedade de outra e diferentes momentos históricos são as finalidades, as formas e as instituições sociais envolvidas nessa preparação, que a sociologia chama “processo de socialização”. Neste início do século XXI, quando o futuro já chegou, observamos novos modos de socialização e mediações inéditas, decorrentes de artefatos técnicos extremamente sofisticados (como, por exemplo, a realidade virtual) que subvertem radicalmente as formas e as instituições de socialização estabelecidas: as crianças aprendem sozinhas (“autodidaxia”), lidando com máquinas “inteligentes” e 28 “interativas”, conteúdos, formas e normas que a instituição escolar, despreparada, mal equipada e desprestigiada, nem sempre aprova e raramente desenvolve. Do ponto de vista da sociologia, não há mais como contestar que as diferentes mídias eletrônicas assumem um papel cada vez mais importante no processo de socialização, ao passo que a escola (principalmente a pública) não consegue atender minimamente a demandas cada vez maiores e mais exigentes e a “academia” entrincheira-se em concepções idealistas, negligenciando os recursos técnicos, considerados como meramente instrumentais. No setor privado, as escolas respondem “naturalmente” aos apelos sedutores do mercado e se entregam de corpo e alma à inovação tecnológica, sem muita reflexão crítica e bem pouca criatividade, formando não o usuário competente e criativo, como seria desejável, mas o consumidor deslumbrado (BELLONI, 2002). Cabe lembrar o óbvio, como meio de sinalizar a perspectiva desta análise: as inovações educacionais decorrentes da utilização dos mais avançados recursos técnicos para a educação (o que inclui as Tecnologias de Informação e Comunicação, TIC, mas também as técnicas de planejamento inspiradas nas teorias de sistemas, por exemplo) constituem um fenômeno social que transcende o campo da educação propriamente dita, para situar-se no nível mais geral do papel da ciência e da técnica nas sociedades industriais modernas. No capitalismo triunfante da segunda metade do século XX, o avanço tecnológico permitiu não apenas a expansão mundial do industrialismo como também a difusão planetária de uma cultura mínima ou básica, que serve de linguagem comum para a comunicação publicitária, difusora de um discurso tecnocrático que vende ilusões com argumentos científicos. A ciência e o desenvolvimento tecnológico, cujas relações ambíguas poderíamos classificar como incestuosas, adquirem em nossas sociedades contemporâneas um grau de autonomia muito importante, tornando-se as principais forças produtivas da atual fase do capitalismo (MARCUSE, 1968; LASCH, 1983; HABERMAS, 1973; BENAKOUCHE, 2000; BELLONI,1994 APUD BELLONI, 2002). Nos países subdesenvolvidos, porém industrializados e altamente urbanizados; pobres e atrasados cultural e politicamente, mas com bolsões 29 tecnificados e globalizados; nesses países as contradições e as desigualdades sociais tendem a ser agravadas pelo avanço tecnológico. São aqueles países que, tendo sido compelidos a importar os piores malefícios do desenvolvimento (poluição, devastação ecológica, concentração urbana), não puderam exigir ao mesmo tempo os benefícios (o avanço social e político) e continuam sofrendo os problemas típicos de sua situação tradicional (estrutura agrária arcaica, política oligárquica, desemprego estrutural, ignorância, exclusão e miséria), agravados de modo inédito na história pela eficácia tecnológica. As transformações na estrutura produtiva das sociedades capitalistas contemporâneas2 impulsionadas pelo avanço técnico, especialmente em informática e telecomunicações, criaram novos contextos culturais (“cibercultura”, “culturas híbridas” ou simplesmente “paisagem audiovisual”, sem esquecer a “internacional publicitária”), caracterizados por um hibridismo perverso e redutor, que alguns autores consideram como uma espécie de pós-modernidade “avant la lettre”, observável em alguns países da América Latina, especialmente o México (CANCLINI, 1998; YÚDICE, 1991; MATTELART, 1994; BELLONI, 1998 apud BELLONI, 2002). No contexto atual do capitalismo, sobretudo com o sucesso incontestável dos sistemas midiáticos de vocação mundial (televisão e internet), o campo educacional aparece como uma nova fatia de mercado extremamente promissora, na qual o avanço técnico em telecomunicações permite uma expansão globalizada e altas taxas de retorno para investimentos privados transnacionais. Evidentemente, o modelo neoliberal selvagem, aplicado aos países periféricos segundo receitas das agências internacionais, só vem favorecer a expansão de iniciativas mercadológicas de larga escala, colocando nos mercados periféricos, a exemplo do que ocorre há muito no campo da comunicação, produtos educacionais de baixa qualidade a preços nem tão baixos. É aí que se abre o mercado da educação a distância, no qual o uso intensivo das TIC se combina com 2 Estrutura que se convencionou descrever com base em conceitos como: “fordismo” e “pós- fordismo”, “globalização” e “deslocalização”, “flexibilização” (ou precarização do trabalho), “estado mínimo”, entre outros. 30 as técnicas de gestão e marketing, gerando formas inéditas de ensino que podem até resultar, às vezes e com sorte, em efetiva aprendizagem. Neste quadro de dificuldades para os países periféricos como o Brasil, as possibilidades de mudança, no sentido da democratização do acesso aos meios técnicos disponíveis na sociedade e da diminuição das desigualdades sociais, situam-se no nível das escolhas políticas da sociedade, ou seja, da capacidade de a escola e os cidadãos acreditarem – e agirem consequentemente – em uma concepção dos processos de educação e comunicação como meios de emancipação e não apenas de dominação e exclusão (BELLONI, 1995). Acreditar que o usuário tem grande margem de escolha e de autonomia ante as tecnologias de informação e comunicação, como faz o discurso tecnocrático neoliberal do pós-fordismo, faz mais sentido como uma proposta de ação pedagógica do que como uma análise da realidade. Buscar enfocar as possibilidades de autonomia do cidadão consumidor é válido numa perspectiva de mudança, de educação para o exercício dessa autonomia. Essas possibilidades, porém, não são oferecidas pelas novas potencialidades técnicas, que a sociotécnica tende a enfatizar, mas situam-se na capacidade política de os grupos sociais se organizarem em projetos educativos de mudança, de modo a assegurar que os sistemas educacionais de todos os níveis e modalidades sejam capazes de oferecer oportunidades de acesso a estas tecnologias, a todas as crianças e jovens. Não é a natureza mais suave e mais amigável das máquinas que permitirá a apropriação criativa dessas tecnologias, muito antes pelo contrário, estas características técnicas aumentam seu poder de sedução ante o usuário desprevenido (BELLONI, 2002). 31 REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS AGUIAR, Juliana; HERMOSILLA, Lígia. Aplicações da InteligênciaArtificial na Educação. REVISTA CIENTÍFICA ELETÔNICA DE PSICOLOGIA. Ano IV – Número 06 – Fevereiro de 2007 – Periódicos Semestral. ANDERSON, Perry. Balanço do neoliberalismo. In: SADER, Emir, GENTILI, Pablo (orgs.). Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado-Democrático. São Paulo: Paz e Terra, 1995. AZEVEDO, B.; TAVARES, O. Um sistema tutor inteligente para suporte à aprendizagem de "conceitos de orientação à objetos". Espírito Santo: Revista Engenharia, 1998. BELLONI, Maria Luiza. Tecnologia e formação de professores. Rumo a uma pedagogia pós-moderna? Revista Educação & Sociedade, Campinas: Cedes, 1998, nº 65. BELLONI, Maria Luiza. Ensaio sobre a educação a distância no Brasil. Revista Educação & Sociedade, ano XXIII, no 78, Abril/2002. BELLONI, Maria Luiza. Escola versus televisão: Uma questão de linguagem. Educação & Sociedade, Campinas: Cedes, 1995. BERINO, Aristóteles. Elementos para uma teoria da subjetividade em Marx. Niterói: UFF, 1994. (Dissertação de Mestrado). BRUNO, Reestruturação capitalista e Estado Nacional. In: OLIVEIRA, Dalila A., DUARTE, Marisa R. T. (orgs.). Política e trabalho na escola: administração dos sistemas públicos de educação básica. Belo Horizonte: Autêntica, 1999. BULHÕES, Paulo Ney Silva. AS NOVAS TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO (TIC’s) NO ENSINO DE ADMINISTRAÇÃO: OPINIÕES DE PROFESSORES E ALUNOS DO CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DA UFRN. Natal: UFRN, 2001. BULHÕES, Paulo Ney Silva. Avaliando o ensino/aprendizagem: uma experiência com o estudo individualizado em cursos de graduação na UFRN. Anais... Rio de Janeiro, ENANGRAD,1997. CARVALHO, Ronaldo Gomes de ET al. METODOLOGIA DE ENSINO APOIADA EM TECNOLOGIAS DE INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO EDUCACIONAIS Novembro 2003. Revista Digital da CVA - Ricesu, ISSN 1519-8529 Volume 2, Número 7, Maio de 2004. CERQUEIRA, Diego Andrade. A evolução da informática: desde os séculos passados até os dias de hoje. Sorocaba: ETE Rubens de Faria e Souza, 2004. Trabalho de Conclusão de Curso. 32 CRUZ, Tadeu. Sistemas, organização & métodos. São Paulo: Atlas, 1997. CYSNEIROS, Paulo G. (1999). Resenha-artigo: S. M. Papert. A Máquina das Crianças: Repensando a Escola na Era da Informática. Porto Alegre, RS, Artes Médicas. Revista Brasileira de Informática na Educação. UFSC, n.5, pp.139-144, Setembro. CYSNEIROS, Paulo G. (2000a). Resenha Crítica: S.M. Papert. The Connected Family. Revista Brasileira de Informática na Educação. UFSC, n.06, pp.123-128, Abril, Disponível em: http://www.inf.ufsc.br/sbc-ie/revista. Acesso em: 22 jan.2011. CYSNEIROS, Paulo Gileno Fenomenologia das Novas Tecnologias na Educação (2003). Revista da Faced, nº 07, 2003. Disponível em: http://www.portalseer.ufba.br/index.php/rfaced/article/view/2792/1970 Acesso em: 22 jan.2011. CYSNEIROS, Paulo Gileno. NOVAS TECNOLOGIAS NA SALA DE AULA: MELHORIA DO ENSINO OU INOVAÇÃO CONSERVADORA? Informática Educativa. Vol 12, No, 1, 1999. DUROZOI, Gérard, & ROUSSEL, (1996). Dicionário de Filosofia. (2a ed.). Campinas, SP, Papirus. Original francês, 1990. LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da informática. Rio de Janeiro: Editora 34, 1997. LÉVY, Pierre. Cibercultura. SP, Editora 34. original francês, 1999. MARTÍN, Alfonso Guitiérrez. Educação e novas tecnologias. Trad. Elício Pontes. Texto traduzido de "Educación y Nuevas Tecnologias", La Obra, Revista de Educación nº 898, abr. 1995. Buenos Aires. Disponível em: http://www.fe.unb.br/catedra/bibliovirtual/ead/educacao_e_novas_tecnologias.htm Acesso em: 26 jan. 2011. MATTELART, Armand; SCHMUCLER, Héctor. América Latina em La encrucijada telemática. México: Fólios, 1983. MEIRA, Luciano. Reflexões sobre aprendizagens e ensino na internet. Recife: [s.n.], 1999. MORAN, José Manuel. As mídias na educação. In: . Desafios na Comunicação Pessoal. 3ª Ed. São Paulo: Paulinas, 2007, p. 162-166. NASCIMENTO, Eucidio Arruda do. Novas Tecnologias Educacionais na Sala de Aula: Implicações no Trabalho Docente (UFMG, 2003) Disponível em: www.anped.org.br/reunioes/24/p0913759993884.doc Acesso em: 22 jan.2011. REZENDE, Antonio M. Concepções Fenomenológicas na Educação. SP, Cortez, 1993 SCHUNIG, Cristiane et. al. Virtualização da sociedade: análise do impacto de novas tecnologias e da internet. Natal: UFRN, 1999. 33 SCRIBD. O que é a tecnologia e onde ela surgiu. Disponível em: http://www.scribd.com/doc/2057221/O-que-e-tecnologia-e-onde-ela-surgiu. Acesso em: 26 jan. 2011. VAZ, Francine Ferreira; RAPOSO, Renato. Introdução à Ciência Cognitiva. Disponível em: http://www.nce.ufrj.br/ginape/publicacoes/trabalhos/renatomaterial/index.htm Acesso em: 22 jan.2011. VIRILIO, Paul. A arte do motor. São Paulo: Estação Liberdade, 1996.
Compartilhar