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História do Rádio

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RADIOJORNALISMO
Profa. Ms. Mônica Nunes 
HISTÓRIA DO RÁDIO 
Oficialmente, em 1896, o cientista italiano Guglielmo Marconi inventou o rádio. Marconi estudou nas melhores escolas e desde menino demonstrou interesse pela ciência nos ramos da física e da eletricidade. Ainda rapaz, começou seus experimentos em laboratório com seu pai, foi quando conseguiu enviar sinais pelo telégrafo sem fio, a uma distância de 4 km. Observou também que elevando a altura das antenas, alcançava maior distância. Não tendo apoio do governo italiano, foi para a Inglaterra, em 1896, onde obteve a primeira patente para o seu telégrafo sem fio devido aos interesses comerciais dos ingleses, já que por meio desse invento poderiam alcançar navios cargueiros afastados da costa. 
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A VERSÃO DE UM BRASILEIRO 
A história da invenção do rádio passa pelo Brasil por meio do padre gaúcho Roberto Landell de Moura, nascido em Porto Alegre em 1862. Ele desenvolveu um aparelho que transmitia e recebia a voz humana sem a utilização de fios condutores. Sua primeira experiência aconteceu em São Paulo, em 1892. O sucesso do feito colocou em xeque sua sanidade mental diante de seus superiores. Só conseguiu patentear sua invenção em 1900. 
ROQUETTE PINTO – O pai do Rádio no Brasil 
Conhecido como um dos principais antropólogos do Brasil, Edgard Roquette Pinto, o “pai do rádio” no país, demonstrou grande interesse em relação aos meios de comunicação, em especial ao rádio. Em situação embrionária no Brasil, Roquette previu imediatamente o seu uso como um difusor de cultura popular. O sucesso da primeira irradiação no Brasil, em 1922, durante as comemorações do Centenário da Independência, realizada no alto do Corcovado, no Rio de Janeiro, transmitindo o discurso do então presidente Epitácio Pessoa, foi a gota d´água para os planos da primeira emissora brasileira.
Foi o fundador da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro em 20 de abril de 1923, a primeira rádio brasileira. Tinha como objetivo educar e divulgar ciência e cultura, por sua capacidade de alcançar os ouvintes mais distantes e pobres. 
 
ROQUETTE PINTO – O pai do Rádio no Brasil
Mas há uma polêmica também quanto ao surgimento da primeira emissora de rádio no Brasil, oficialmente se credita à Rádio Sociedade do Rio de Janeiro, hoje Rádio Mec. Mas a Rádio Clube de Pernambuco, fundada por jovens do Recife, em abril de 1919, já havia realizado suas primeiras transmissões radiofônicas. 
Os responsáveis pela presença do rádio no Brasil, nos anos 20, foram grupos formados por amigos que dividiam os custos das transmissões, compravam equipamentos, material de escritório e alugavam salas para as transmissões da emissora. 
 
CONTEXTO HISTÓRICO DO RÁDIO
DÉCADA DE 20 
Nessa época, o rádio não tinha fins comerciais. Não existia a publicidade que ganharia fôlego na década de 30. Antes disso havia as chamadas “rádios clubes” ou “rádios sociedades”, ou seja, rádios com programação elitista e raio de irradiação limitado, organizadas por pessoas da alta burguesia, que além de sustentarem as emissoras, forneciam suas coleções de discos, geralmente de música clássica. 
CONTEXTO HISTÓRICO
DÉCADA DE 30
Em 1931, surgiu uma emissora que seria um marco na história do rádio brasileiro: a Rádio Record. A partir daí, começava a mudar o perfil comercial das emissoras. 
1934 - Surgimento da Rádio Mayrink Veiga. Era concorrente da Rádio Sociedade do Rio de Janeiro .A Mayrink Veiga tinha uma programação popular e a Sociedade, mais elitizada. 
1935 – Surge a Rádio Tupi (1280 AM) em 25/09/1935 no Rio de Janeiro. Foi a primeira emissora de um dos grupos mais influentes de comunicação do país: Os Diários e Emissoras Associados, de Assis Chateaubriand.
 
CONTEXTO HISTÓRICO
DÉCADA DE 30 (Cont) 
1936 – Surge a Rádio Nacional, PRK -30, no Rio de Janeiro. Ela se tornaria um marco na história do rádio, com seus programas de auditório, suas comédias e radionovelas. 
1938 – Surge a Rádio Globo do Rio de Janeiro. É dessa época a vinheta de “O Globo no ar” até hoje utilizada pela GLOBO AM no Rio de Janeiro. Ainda em 1938, é realizada a primeira transmissão esportiva em rede nacional de rádio. Ela aconteceu durante a Copa de 1938, na Rádio Clube do Brasil, narrada por Leonardo Gagliano Neto. 
 
 
CONTEXTO HISTÓRICO
DÉCADA DE 40
Naquela época, as músicas não se limitavam às marchinhas de carnaval, a música regional foi bastante divulgada pelo rádio, e aqui se destacam programas como os de Ary Barroso, que foi compositor de canções como “Aquarela do Brasil” e “Canta, Brasil” e o de Luiz Gonzaga, célebre cantor e compositor de baião, autor de clássicos como “Asa Branca”, que fazia programas de música regional. 
 Em 1941, entra no ar o Repórter Esso, primeiro noticiário de radiojornalismo do Brasil. Era patrocinado pela Esso e tinha o noticiário da United Press International. A estreia foi às 12h 55 min do dia 28 de agosto de 1941. De início, a Nacional do Rio, e a Record, de São Paulo, transmitiam o informativo que, em julho do ano seguinte, se estendeu para a Rádio Farroupilha (Rio Grande do Sul), Rádio Inconfidência (Minas Gerais) e Rádio Jornal do Comércio (Pernambuco). 
CONTEXTO HISTÓRICO
DÉCADA DE 40
O Repórter Esso apresentava um modelo de texto linear, direto, corrido e sem adjetivações, sendo um noticiário ágil e estruturado. 
Foi criado inicialmente para fazer propaganda da Segunda Guerra Mundial para o povo brasileiro. Trazia informações sobre a evolução das guerras travadas pelos Estados Unidos em todas as partes do planeta. Dava ênfase também às notícias de autoridades, notáveis, estrelas e astros do cinema. 
 
Noticiou com exclusividade o suicídio de Getúlio Vargas em 1954. O locutor Heron Domingues foi a voz mais conhecida do Esso. Em 1948, Heron Domingues implantou a Seção de Jornais Falados e Reportagens da Rádio Nacional, o 1º departamento de jornalismo em uma emissora de rádio. A equipe era formada por um chefe, quatro 
 editores e uma espécie de editoria de política. O radiojornal foi transmitido pela Rádio Nacional até 1962, quando se transferiu para a Rádio Globo. 
 
CONTEXTO HISTÓRICO
O Repórter Esso saiu do ar em 31 de dezembro de 1968 com Heron Domingues e Roberto Figueiredo.
 
Transmitido às 22h, o Grande Jornal Falado Tupi reproduzia a estrutura comum à imprensa escrita. (gilett –press) No início, a identificação do noticiário como o cabeçalho de um periódico impresso. Depois, com a marcação da sonoplastia, as manchetes reproduziam a capa de um jornal. Seguiam-se as notícias agrupadas em blocos (política, economia, esportes) assim como faziam os diários com suas editorias.
CONTEXTO HISTÓRICO
DÉCADA DE 50
Surge a televisão e o rádio é obrigado a se adaptar à nova realidade. Naquela época, já se falava na ameaça de extinção do veículo, o que não ocorreu. Aos poucos o formato dos programas de auditório e das radionovelas migra do rádio para a tv. A pioneira emissora de tv foi a Tupi de São Paulo. 
Surgem as primeiras transmissões de radiojornalismo e as transmissões esportivas, que apareceram nos anos 30, se multiplicam e ganham mais popularidade. A Rádio Continental de São Paulo é uma das pioneiras na reportagem de rua. 
Em 1955 surge a primeira transmissão experimental de rádio FM, pela Rádio Imprensa, no Rio de Janeiro. 
CONTEXTO HISTÓRICO
DÉCADA DE 60 
O rádio AM assume as características atuais. No lugar dos programas de auditório, aparecem programas de variedades comandados por locutores de “vozeirão” e excelente estilo comunicativo. Haroldo de Andrade se torna destaque. 
 Os programas esportivos e os policiais se popularizam. Destaque para a “Patrulha da Cidade” da Rádio Tupi. É um programa policial-humorístico com rádio-teatro ao vivo. Líder absoluto de audiência. Foi criado pelo jornalista
Afonso Soares, indo ao ar pela 1ª vez em 03/01/1960. Inicialmente foi apresentado por Samuel Correia: o Samuquinha e hoje é comandado por Coelho Lima. 
CONTEXTO HISTÓRICO
DÉCADA DE 60 
Surgem as AMs de hit-parade, antecipando o formato “adulto contemporâneo” das FMs. A Rádio Tamoio AM, do Rio de Janeiro, era uma delas. 
Outra emissora AM, também do Rio de Janeiro, torna-se um marco no gênero hit-parade, a Rádio Mundial AM, do Sistema Globo de Rádio, com o Dj Big Boy, teve importante contribuição na divulgação da música norte-americana no Brasil. 
CONTEXTO HISTÓRICO
DÉCADA DE 60 
Em 27 de novembro de 1962, foi criada a ABERT (Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão), a principal entidade empresarial na área de radiodifusão. 
Durante a época do golpe militar de 1964, que derruba o presidente João Goulart, diversas rádios do país tentam conclamar o povo brasileiro a se manifestar contra o regime. Houve repressão contra as emissoras que haviam ensaiado algum tipo de resistência. Em 3 de novembro de 1965, os transmissores da Rádio Mayrink Veiga eram lacrados, pondo fim a uma das principais emissoras da história do país. 
CONTEXTO HISTÓRICO
DÉCADA DE 60
 
A Jovem Guarda encontrava no rádio AM um espaço complementar ao da TV (vide o famoso programa que batizou o movimento e era transmitido pela TV Record, apresentado pelo cantor Roberto Carlos), e o programa do compositor, empresário e jornalista Carlos Imperial, “Hoje é dia de rock”, se tornava um grande sucesso de audiência. 
CONTEXTO HISTÓRICO
DÉCADA DE 70 
 
O rádio AM, que era tido como “subversivo” em 1969, nos anos posteriores a 1974, quando a ditadura se afrouxou, por meio do governo Ernesto Geisel, passou a ser considerado como o rádio “brega”. Apesar disso, sua popularidade e credibilidade continuavam intactas e a juventude ainda ouvia as emissoras AM. 
O rádio FM ganhava força na segunda metade dos anos 70. Havia o perfil “rádio rock”, de caráter experimental, feito pelas rádios Eldorado FM (chamada de Eldo Pop, RJ) e Excelsior FM(SP), e o perfil “pop eclético”, predominantemente festivo, lançado pela Rádio Cidade (RJ) em 1977. 
CONTEXTO HISTÓRICO
DÉCADA DE 70 
Mas a ideia de tocar “música de consultório” marcou os primeiros anos das emissoras FM que só podiam ser ouvidas em equipamentos de som importados, pois os fabricantes dos aparelhos de rádio, no Brasil, ainda não acreditavam na possibilidade desse sistema se tornar viável comercialmente. 
 
CONTEXTO HISTÓRICO
DÉCADA DE 80 - PRIMEIRA METADE 
O rádio FM avança em popularidade crescente, sobretudo entre os jovens. A segmentação das FMs em estilos musicais diferentes começa a ser uma realidade, além da popularização das rádios de rock a partir da fluminense FM (Niterói) e 97 FM (ABC paulista); 
Surge a Rádio Jornal do Brasil AM, ou apenas JB AM, que investiu em uma programação dedicada quase que exclusivamente à notícia, em maio de 1980. Acabou deixando esse modelo de lado seis anos depois por causa da falta de investimentos técnicos e de profissionais gabaritados. 
CONTEXTO HISTÓRICO
DÉCADA DE 80 - SEGUNDA METADE 
O governo Sarney oferece concessões de emissoras de rádio e TV facilmente para seus aliados políticos ou para aqueles que apoiavam a política de direita brasileira. 
CONTEXTO HISTÓRICO
DÉCADA DE 90 
A primeira emissora a fazer uma programação exclusivamente jornalística em rádio AM foi a CBN na metade da década de 90. A transmissão experimental ganhou público e a confiança dos anunciantes. 
 Nessa época, as rádios AM começaram a ser compradas por igrejas desde a Católica até a Universal. 
 HOJE, ao sintonizar as estações é possível encontrar emissoras especializadas em música sertaneja, MPB, pop, rock, jazz, clássica, mensagens religiosas e também jornalismo. Foi quebrado o modelo do rádio brasileiro, a FM não serve apenas para tocar música, mas também, notícia. 
CONTEXTO HISTÓRICO
DÉCADA DE 90
Ex: Band News Fluminense FM (94,9 FM) entrou no ar em 2005 ,na semana seguinte estreia a CBN em FM (92,5 FM), antiga Globo FM no Rio de Janeiro. 
Cada vez mais emissoras AM estão veiculando a sua programação em FM.
CONTEXTO HISTÓRICO
Anos 2000
 As emissoras possuem páginas na internet em que os ouvintes participam de promoções, sugerem pautas, enviam fotos,... 
 Dias de hoje
 Os ouvintes participam da construção do conteúdo (jornalismo colaborativo) enviando fotos, sugerindo pautas, participando das promoções. Ex: Uso dos aplicativos (whatsApp).
BIBLIOGRAFIA:
BARBEIRO, Heródoto e LIMA, Paulo Rodolfo. Manual de Radiojornalismo. 2ª edição revista e atualizada. São Paulo. 2003, Editora Campus. 
JUNG, Milton. Jornalismo de Rádio. Editora Contexto, 2007. 
CASÉ, Rafael. Programa Case - o Rádio Começou Aqui 
BARROS, Henry British Lins. História da indústria de Telecomunicações no Brasil.

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