Buscar

Trabalho Direito Civil

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Recentemente, o TJSP julgou um caso bem interessante e até certo ponto comum hoje em dia. Trata-se de um autor que acabou entrando contra uma construtora (ré), alegando que, firmou um contrato de compra de um imóvel junto à parte ré, a qual estipulou um prazo para entrega e acabou por não cumprir com o acordo, deixando o autor esperando por sete anos e não efetuando a entrega do imóvel ficando a parte ré inadimplente com sua obrigação perante o comprador do referido bem. Vale destacar neste ponto que, ficando a construtora inadimplente com o autor, a mesma estaria indo contrário ao Art. 427 do CC, que diz o seguinte: “A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso”, causando não só para o autor, mas sim para os demais compradores que acabaram sendo ludibriados, por não receber o imóvel que não fora entregue pela construtora (informação esta alegada pelo autor da ação). Cabe salientar que, alega o autor da ação que a parte ré acabou agindo de má fé também com os demais compradores não só pelo fato de estarem esperando por sete anos a entrega do imóvel, mas também pelo fato de, devidamente citada nos autos, a parte ré sequer se manifestou e sequer também compareceu em audiência, deixando assim de se manifestar seja em uma petição de contestação ou em audiência sendo que a construtora acabou por cometer crime contra a economia popular. 
	 Vale destacar por fim que, de acordo com o art. 5° Inciso XI da Constituição Federal: “A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial” e art. 70 do CC: “O domicílio da pessoa natural é o lugar onde ela estabelece a sua residência com ânimo definitivo” nos mostram com clareza que, acima de qualquer outra coisa, devemos sempre pensar na dignidade da pessoa humana, na qual como citado logo acima, não só o autor da ação mas sim os demais compradores do imóvel acabaram prejudicados com a obrigação da construtora que não fora cumprida, sendo a mesma devidamente citada para contestação e apresentação da sua defesa, a qual restou silente. Ainda de acordo com o texto de Paulo Lobo: “A patrimonialização das relações obrigacionais, no sentido de primazia, é incompatível com os valores fundados na dignidade da pessoa humanada, adotados pelas Constituições modernas, inclusive pela brasileira. A repersonalização reencontra a trajetória da longa história da emancipação humana, no sentido de repor a pessoa humana como centro do direito civil, ficando o patrimônio a seu serviço. O direito das obrigações, ainda que essencialmente voltado às relações econômicas da pessoa, tem relação com essa função instrumental, além de estar conformado aos princípios e valores constitucionais que a protegem”.
- Referências Bibliográficas:
- LÔBO, Paulo. Direito Civil: Obrigações. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2011, Pg 17;
- Art. 427 do Código Civil;
- Art. 5°, Inciso XI da Constituição Federal;
- Art. 70 do Código Civil e
- http://esaj.tjsp.jus.br/cjsg/getArquivo.do?cdAcordao=8534570&cdForo=0
 Agravo de Instrumento nº: 2093390-68.2015.8.26.0000

Outros materiais