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Farmacoepidemiologia: Farmacoepidemiologia: conceitos e usos Gabriela Bittencourt Gonzalez Mosegui Departamento de Saúde e Sociedade Instituto de Saúde da Comunidade/UFF REGISTRO DE MEDICAMENTOS Medicamentos, no Brasil, são registrados na ANVISA, por sua Gerência-Geral de Medicamentos (GGMED). Esta inclui a Gerência de Medicamentos Novos, Pesquisa e Ensaios Clínicos (GEPEC), a Gerência de Medicamentos Similares (GEMES), a Gerência de Medicamentos Genéricos (GEMEG), a Gerência de Medicamentos Isentos, Fitoterápicos e Homeopáticos (GMEFH), a Unidade de Produtos Biológicos e Hemoderivados (UPBIH), a Unidade de Produtos Controlados (UPROC) e a Unidade de Farmacovigilância (UFARM). ANVISA, 2010ANVISA, 2010 • A avaliação de eficácia e segurança de outros medicamentos, como biológicos e fitoterápicos, quando feita por consultores ad hoc, também tem sido encaminhada pela GEPEC, a pedido das áreas responsáveis pelo seu registro e segue critérios análogos aos adotados para os medicamentos novos sintéticos e semi-sintéticos. • A avaliação de um dossiê de registro costuma ser dividida em três partes: análise farmacotécnica, análise de eficácia, e análise de segurança. REGISTRO DE MEDICAMENTOS A análise farmacotécnica inclui a verificação de todas as etapas da fabricação do medicamento: aquisição dos materiais, produção, controle de qualidade, liberação, estocagem, expedição de produtos terminados e os controles relacionados. Essa análise é feita por técnicos da própria ANVISA, em geral farmacêuticos, sendo rara a solicitação de pareceres a consultores ad hoc. O mesmo não ocorre quanto às avaliações de eficácia e O mesmo não ocorre quanto às avaliações de eficácia e segurança, feitas por meio da análise de estudos pré-clínicos (ou não-clínicos) e clínicos, estes subdivididos em fases I, II, III e, eventualmente, IV, nos casos de medicamentos já registrados em outros países para os quais dados de farmacovigilância pós- mercado já são disponíveis. REGISTRO DE MEDICAMENTOS NA EUROPA DESENHO CLÍNICO •A população é representativa? •Subgrupos de pacientes que se beneficiarão mais que outros? •Comparações relevantes? ESTUDOS DE DOSE •Semelhante a dose padrão? • Semelhança de dose/custo na prática clínica? DURAÇÃO DO EFEITO •Eficácia x efetividade? • Translação de resultados clínicos em termos de benefício a longo tempo REGISTRO DE MEDICAMENTOS NA EUROPA EFEITOS ADVERSOS •impacto dos efeitos adversos na população geral ? •Impacto econômico dos efeitos adversos? HISTÓRICO Primeiros relatos de Reações Adversas a Medicamentos (RAM): Fins do séc. XIX - morte súbita em pacientes anestesiados c/ clorofórmio 1906 – Criação do FDA (Maryland) Década 30 - ± 100 mortes por uso de dietilenoglicol como solvente de xarope de sulfanilamida Dez 61 - médico alemão correlaciona focomelia à talidomida - retirada do mercado europeu e 62: 400 casos; 468 mortesretirada do mercado europeu e 62: 400 casos; 468 mortes VIOXX ®(Merck & co) – antiinflamatório aprovado pelo FDA no fim dos anos 90. Desde 2000 cúpula FDA sabia que uso do medicamento por mais de um ano e meio aumentava probabilidade infartos 2002 – FDA solicitou que na bula do Vioxx constasse um aviso sobre seus possíveis riscos 2004 – Merck suspendeu o medicamento. Motivo: consumo diário de 25 mg dobrava riscos de infarto e derrame Recentemente... LIPOBAY ® (cerivastatina) – Bayer suspendeu em 2001. Seu consumo estava associado a 100 mortes por rabdomiólise (degeneração muscular). REDUX ® – dexfenfluramina e fenfluramina causando danos ao coração. Venda proibida em 1997. CELOBAR® (sulfato de bário), contaminação do produto com sais de bário solúveis e, conseqüentemente, tóxicos, com mais de trezentos pacientes e vinte e duas mortes,com mais de trezentos pacientes e vinte e duas mortes, em seis estados da Federação. Tantos outros... Em 1992 o Congresso americano aprovou uma série de mudanças do funcionamento da agência. FDA passou a cobrar das IF cada pedido de aprovação de medicamentos (20% do orçamento anual da agência) – dependência da IF? Quando um fármaco é comercializado são conhecidos os seguintes elementos: a) características fisicoquímicas b) perfil de atividades farmacológicas sobre modelos experimentais in vivo e in vitro c) perfil de toxicidade experimental aguda, sub-aguda e crônica d) farmacocinética em animais de laboratório e na espécie humanahumana e) atividade farmacológica e seus efeitos farmacológicos no homem f) dados de toxicidade aguda (e às vezes crônica) no homem e dados comparativos com outras alternativas terapêuticas (obtido a partir de ensaios clínicos controlados) No entanto, os ensaios anteriores à comercialização apresentam determinadas limitações: a)participam poucos pacientes, em geral algumas dezenas e, raramente, algumas centenas b)realizados em populações selecionadas; freqüentemente não podem incluir crianças, idosos, mulheres grávidas, nem pacientes com mais de uma doença, nem os que apresentam contra-indicações potenciais para receber o novo fármaco); realizados em estritas condições denovo fármaco); realizados em estritas condições de controle, (relação peculiar entre o médico e o paciente, da prática clínica habitual) c) os critérios diagnóstico costuma ser mais estritos que os aplicados na prática clínica habitual d) o tempo de acompanhamento é limitado, dificultado a detecção de efeitos tardios e) a duração do tratamento costuma ser curta dificultando a avaliação, portanto o efeitos conseqüentes do tratamento prolongado não são identificados Importância do estudos de farmacovigilância (alguns exemplos nos EUA) 3 a 6% de internações por RAM 10 a 20% pacientes internados desenvolvem uma R.A.M 2,5% consultas ambulatoriais 20 a 40% dos casos de hemorragia GI alta por medicamento (incidência 20/100.000 hab) ± de 80% de todos os casos de agranulocitose (excluindo± de 80% de todos os casos de agranulocitose (excluindo quimioterapia antineoplásica e radioterapia 5 a 20% dos casos de I.R. aguda - 20 a 30% dializados FARMACOEPIDEMIOLOGIA DEFINIÇÕES A farmacoepidemiologia é considerada como o resultado do casamento entre a farmacologia e a epidemiologia. É definida como o estudo do uso e dos efeitos dos medicamentos no conjunto das pessoas, sendo sua principal preocupação os efeitos adversos identificados após a comercialização dos produtos. (Strom, 1994)(Strom, 1994) É uma nova disciplina no campo da pesquisa com fármacos; é definida como a aplicação do conhecimento epidemiológico, dos métodos e da lógica dos estudos dos efeitos e dos usos dos fármacos em populações humanas. (Porta & Hartzema, 1989) FARMACOEPIDEMIOLOGIA DEFINIÇÕES É a vigilância da vida do medicamento na comunidade, que é descrita mediante técnicas adequadas, padronizadas e comparáveis, aparecendo na literatura farmacológica como o conjunto de fatos relevantes sobre a relação do fármaco com a medicina, produzidos no cenário fármaco com a medicina, produzidos no cenário científico e com imagem pública (Laporte & Tognoni, 1989) FARMACOEPIDEMIOLOGIA Morgenstein (1989) Estas investigações envolvem conhecimentos biomédicos, das ciências sociais e dos métodos quantitativos. Vertentes Estudos de Utilização de Medicamentos Farmacovigilância ESTUDOS DE UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS - EUM A Utilização de medicamentos compreende: “ a comercialização, distribuição, prescrição, e uso de “ a comercialização, distribuição, prescrição, e uso de medicamentos em uma sociedade, com ênfase medicamentos em uma sociedade, com ênfase especial sobre as consequências médicas, sociais e especial sobre as consequências médicas, sociais e econômicas resultantes.” econômicas resultantes.”OMS, 1977OMS, 1977 ESTUDOS DE UTILIZAÇÃO DE MEDICAMENTOS - EUM ESTRATÉGIAS E MÉTODOS EMPREGADOS NO CAMPO DA UTILIZAÇÃO E DA MONITORIZAÇÃO DO USO DE MEDICAMENTOS O b je t iv o F o n te s P r in c ip a l in fo rm a çã o o b t id a O fe r ta d e m e d ic am e n to s R e g is tro s N a c io n a is C a tá lo g o s n a c io n a is o f ic ia is C a tá lo g o s e la b o ra d o s p e la in d ú s tr ia fa rm a c ê u tic a Q u a lid a d e d a o fe r ta Q u a lid a d e d a in fo rm a ç ão o fe re c id a E s tu d o s q u a n tita t iv o s d e u s o C if ra s d e ve n d a s o b t id a s p o r em p re sa s p r iv a d a s e sp e c ia liz a d a s c if ra s d e a q u is iç õ e s re a liz a d a s p o r m o n o p ó lio s d e c o n sum o , e la b o ra d a s p o r o rg a n ism o s o f ic ia is T e n d ê n c ia com p a ra d a s d e c o n s um o d e d iv e rs o s p ro d u to s M o tiva ç õ e s d e m é d ic o s p / a p re s c r iç ã o C om pa ra çã o d o u so d e um ao f ic ia is A m o s tra s d e p re s c r iç õ e s m é d ic a s (h o sp ita la re s o u e x tra h o sp ita la re s ) C om pa ra çã o d o u so d e um a re g iã o a o u tra o u d e um p e río d o a o u tro E s tu d o s s o b re a q u a lid a d e d o c o n s um o Am o s tra s d o s m e d ic am e n to s m a is v e n d id o s , m a is re ce ita d o s o u a d q u ir id o s s em re c e ita c om m a io r f re q u ê n c ia Q u a lid a d e d o s m e d ic am e n to s m a is u t il iz a d o s (e s u a e vo lu ç ã o ) C a ra c te r iz a ç ã o d a u t il id a d e p o te n c ia l d o s m e d icam e n to s n o s is tem a s a n itá r io ESTRATÉGIAS E MÉTODOS EMPREGADOS NO CAMPO DA UTILIZAÇÃO E DA MONITORIZAÇÃO DO USO DE MEDICAMENTOSDO USO DE MEDICAMENTOS O b je tivo F on tes P r in c ipa l in fo rm ação ob tida E studos d e h áb itos d e p rescr ição m éd ica Am os tra s d e p rescr içõ es n a com un idade e n os h osp ita is H is tó r ias c lín ica s P reva lên c ia d a p rescr ição m éd ica R e lação en tre in d icação e p rescr ição E studos d e cum p rim en to d a p rescr ição Técn icas in d ire tas (cu rso c lín ico , d e tecção d e m arcado res fis io lóg icos , im p ressão d o m éd ico , en trev is tas es tru tu radas , con tro le da P rescr ição com parada com u so rea l F a to res co rre tivos e d e con fu são n o es tab e lec im en to d e re la ções ris co/ben e fíc io es tru tu radas , con tro le da rep e tição d e p resc rições , con tagem d e com prim idos , m on ito riza ção d e m ed icação ) e técn icas d ire ta s (d e te rm in ação do fá rm aco , um m etabó lito ou um m arcador em líqu id os o rgân icos ) d e re la ções ris co/ben e fíc io G rau d e in fo rm ação d o pac ien te sob re su a doen ça e sob re o s e fe itos d a m ed icação em gera l; in d icad ores da qu a lid ad e da re la ção m éd ico/pac ien te V ig ilân c ia o r ien tada por p rob lem as H is tó r ias c lín ica s Pac ien tes-p rob lem a Tra tam en to -p rob lem a D escr ição d eta lh ada d e cr ité r ios d e u tiliza ção d e fá rm acos e d e técn icas e p ro toco los te rap êu ticos ASPECTOS E CONSEQUÊNCIAS A EXPLORAR COM OS EUM Aspectos médicos – Benefícios: eficácia na prevenção, alívio e cura das doenças e de seus sintomas e complicações – Risco: efeitos adversos a curto e longo prazo; fatores especiais de risco com provável determinação genética. doença e ambiente, nutrição, idade, sexo, gravidez, amamentação,etc – Relação benefício/risco: até onde a prescrição e uso inapropriados reduzem os benefícios e incrementam os riscos Lunde & Bakaas, 1993 in Barros reduzem os benefícios e incrementam os riscos Aspectos econômicos Preços e custos dos medicamentos; produção local versus importação; custos de novos fármacos em comparação com os já existentes e com medicamentos genéricos; custos do tratamento farmacológico Relação custo/eficácia/segurança em comparação com os aspectos assinalados Destinação atual e futura dos recursos nacionais (capital, pessoal, instalações) no orçamento dos setores de saúde e de medicamentos Aspectos sociais Atitudes em relação aos fármacos e à saúde, tendências atuais na “ cultura do medicamento” versus a persistência ou ressurgimento da medicina tradicional Abuso de fármacos e a dependência química (causas e conseqüências) Uso inapropriado dos medicamentos (não observância da prescrição, uso com propósitos não prescritos ou recomendados) ASPECTOS e CONSEQUÊNCIAS A EXPLORAR COM OS EUM Lunde & Bakaas, 1993 in Barros Discriminação e injustiça social (p.ex. não disponibilidade de medicamentos para os que dele necessitam Efeitos da informação e das medidas regulamentadoras Classificação dos Estudos de utilização de Medicamentos (EUM) 1. Estudos de consumo Descrevem quais medicamentos são empregados e em que quantidade 2. Estudos de prescrição-indicação Descrevem as indicações de utilização de um determinado fármaco ou grupo de fármacos 3. Estudos indicação-prescrição Descrevem os fármacos utilizados em uma determinada indicação ou grupo de indicações 4. Estudos sobre o esquema terapêutico Descrevem características da utilização prática dos medicamentos (doses, acompanhamento dos níveis plasmáticos, duração do tratamento, observância) Arnou et al. 1991 (in Barros) dos níveis plasmáticos, duração do tratamento, observância) 5. Estudos dos fatores que condicionam os hábitos de prescrição e dispensação. Descrevem características dos prescritores, dos dispensadores, dos pacientes e de outros elementos atinentes aos medicamentos e sua relação com os hábitos de prescrição e dispensação 6. Estudos das consequências práticas da utilização dos medicamentos Descrevem benefícios, efeitos indesejáveis e custos reais do tratamento farmacológico, podem expor sua ligação com as características da utilização dos medicamentos 7. Estudos de intervenção Descrevem as características da utilização dos medicamentos vinculados a um programa de intervenção concreta sobre seu uso Definição: “ a identificação e a avaliação dos efeitos de uso, agudo e crônico, dos a identificação e a avaliação dos efeitos de uso, agudo e crônico, dos tratamentos farmacológicos no conjunto da população ou em subgrupos de tratamentos farmacológicos no conjunto da população ou em subgrupos de pacientes expostos a tratamentos específicos” pacientes expostos a tratamentos específicos” TognoniTognoni & & LaporteLaporte, 1989, 1989 Para a Para a OrganizaçãoOrganização Mundial da Saúde, a Mundial da Saúde, a farmacovigilânciafarmacovigilância é é ciênciaciência e e atividadesatividades relativas a relativas a identificaçãoidentificação, , avaliaçãoavaliação, , compreensãocompreensão e e prevençãoprevenção de de efeitosefeitos adversos adversos ouou qualquerqualquer problema problema possívelpossível relacionado relacionado comcom fármacos.fármacos. EsseEsse campo de campo de atividadeatividade temtem se se expandindoexpandindo e, e, recentementerecentemente, , incluiuincluiu novosnovos elementos de elementos de observaçãoobservação e e estudoestudo, como: , como: FARMACOVIGILÂNCIA elementos de elementos de observaçãoobservação e e estudoestudo, como: , como: ••plantas plantas medicinaismedicinais; ; ••medicina tradicional e complementar; medicina tradicional e complementar; ••produtosprodutos derivados de derivados de sanguesangue; ; ••produtosprodutos biológicos; biológicos; ••produtosprodutos médicomédico--farmacêuticosfarmacêuticos; ; ••vacinasvacinas.. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. the Uppsala Monitoring Centre. The Importance of Pharmacovigilance. Safety monitoring of medicinal products. 2002, 48 p., ISBN 92 4 159015 7. FARMACOVIGILÂNCIA AlémAlém das das reaçõesreações adversas a medicamentos, adversas a medicamentos, sãosão questõesquestões relevantes relevantes para a para a farmacovigilânciafarmacovigilância: : ••desviosdesvios da da qualidadequalidade de de produtosprodutos farmacêuticosfarmacêuticos; ; ••erros de erros de administraçãoadministração de medicamento; de medicamento; ••notificaçõesnotificações de de perdaperda da da eficáciaeficácia; ; ••uso de fármacos para uso de fármacos para indicaçõesindicações nãonão aprovadasaprovadas, que , que nãonão possuempossuem base científica base científica adequadaadequada; ; ••notificaçãonotificação de casos de de casos de intoxicaçãointoxicação aguda aguda ouou crônicacrônica por por produtosprodutos••notificaçãonotificação de casos de de casos de intoxicaçãointoxicação aguda aguda ouou crônicacrônica por por produtosprodutos farmacêuticosfarmacêuticos; ; ••avaliaçãoavaliação de de mortalidademortalidade; ; ••abuso e uso abuso e uso errôneoerrôneo de de produtosprodutos; ; ••interaçõesinterações, , comcom efeitosefeitos adversos, de fármacos adversos, de fármacos comcom substânciassubstâncias químicas, químicas, outrosoutros fármacos e alimentos. fármacos e alimentos. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. TtheTthe Uppsala Uppsala MonitoringMonitoring Centre. Centre. TheThe ImportanceImportance of of PharmacovigilancePharmacovigilance. Safety . Safety monitoringmonitoring of medicinal of medicinal productsproducts. 2002, 48 p., ISBN 92 4 159015 7.. 2002, 48 p., ISBN 92 4 159015 7. FARMACOVIGILÂNCIA OBJETIVOS PRINCIPAIS DA FARMACOVIGILÂNCIA a) identificar os efeitos indesejáveis desconhecidos; b) quantificar o risco destes efeitos associados ao uso de determinados fármacos; c) identificar fatores de risco e mecanismos subjacentes aos efeitos indesejáveis; efeitos indesejáveis; d) informar e educar os profissionais sanitários, e) informar e subsidiar as autoridades sanitárias na regulamentação dos medicamentos. DefiniçõesDefinições REAÇÃO ADVERSA A MEDICAMENTO - RAM "Qualquer efeito prejudicial ou indesejável que se apresente após a administração das doses normalmente empregadas no homem para a profilaxia, o diagnóstico e o tratamento de uma enfermidade." OMS VIGILÂNCIA FARMACOLÓGICAVIGILÂNCIA FARMACOLÓGICA "Todo procedimento encaminhado à dedução da provável existência de uma relação causal entre determinado medicamento e a reação adversa em uma população."OMS Classificação das RAM quanto à severidade Leve: não foi necessário nenhum antídoto, prolongação da terapia ou da internação Moderada: necessitou mudança na terapia ainda que não necessariamente a descontinuação da droga causal. Pode ter prolongado a internação ou ter necessitado tratamentoou ter necessitado tratamento Severa: risco potencial à vida, necessitou descontinuação da droga e tratamento específico da reação Letal: Contribuiu direta ou indiretamente para a morte do paciente PRINCIPAIS MÉTODOS DE FARMACOVIGILÂNCIA Análises de estatísticas vitaisAnálises de estatísticas vitais Relato de caso ou série de casosRelato de caso ou série de casos Notificação voluntáriaNotificação voluntária Est. Coorte Estudos de coorteEstudos de coorte Estudos casoEstudos caso--controlecontrole MonitorizaçãoMonitorização intraintra--hospitalarhospitalar Est. Caso Cont. Estratégias e métodos empregados no campo da utilização e da monitorização do uso de medicamentos - Farmacovigilância ou fase IV Objetivo Fontes Principal informação obtida Estudos p/ avaliar e quantificar eficácia Ensaios clínicos multicêntricos de longa duração, sobre o tratamento ou sobre a prevenção de certas patologias Impacto do uso de um tratamento sobre a cura ou a prevenção de uma doença Análises de Registros de mortalidade e Efeitos indesejáveis agudos eAnálises de estatísticas vitais Registros de mortalidade e morbidade Efeitos indesejáveis agudos e subagudos com relação bastante específica com a administração de um medicamento Monitorização intensiva de pacientes hospitalizados Histórias clíncas Entrevistas estruturadas com pacientes e médicos Efeitos indesejáveis agudos e subagudos (novos dados; comprovação de dados descritos) Estratégias e métodos empregados no campo da utilização e da monitorização do uso de medicamentos - Farmacovigilância ou fase IV O b je tivo F o n te s P rin c ip a l in fo rm a çã o o b tid a N o tif ica çã o vo lu n tá ria F ich a s e spe c ia lm en te d e sen h ad a s , p re en ch ida s p o r m éd ico s q u e p re sc re vem E spe c ia lm en te ú til p a ra a id e n tif ic a çã o d e n o va s re a çõ e s a d ve rsa s p re v iam en te d e scon h e c id a s ; g e ra h ip ó te se s d e re la çõ e s d e cau sa lida de ; é o m é to d o m a is ad e quad o p a ra o e s tu do d a s re a çõ e s d e in c id ên c ia m u ito b a ixam u ito b a ixa E s tu do s de coo rte Id e n tif ic a ção de p o pu la çõe s d e u su á rio s de um fá rm a co o u g ru po d e fá rm aco s e d e n ão u suá rio s C om pa ra ção da s p a to lo g ia s so fr id a s po r e xp o s to s com a d o s n ã o e xp o s to s E s tu do s ca so -co n tro le Id e n tif ic a ção de pa c ie n te s com um d oe nça d e te rm in ad a (ca so s ) e d e um a p opu la çã o sem a d o en ça C o le ta s is tem á tic a d e in fo rm ação so b re a e xpo s içã o p ré v ia a fá rm a co s em ca so s e con tro le s ; é ú til s o b re tu do p a ra a qu an tif ic a ção d o r is co de rea çõ e s a d ve rsa s ra ra s . FARMACOVIGILÂNCIA:MÉTODOS E ABORDAGEM Métodos de investigação em Farmacovigilância � Comunicação em revista (relato de casos ou de série de casos) � Estatísticas vitais � Monitorização de acontecimentos ligados a prescrição� Monitorização de acontecimentos ligados a prescrição � Vigilância intensiva intrahospitalar � Estudos caso controle � Estudos coorte � Ensaios clínicos � Conexão eletrônica de registros médicos 1. Comunicação à Revistas O procedimento mais habitual para detectar RAM quando um princípio ativo se encontra no mercado continua sendo a comunicação à revistas médicas 2. Relato de casos CaracterísticasCaracterísticas: �Descrição detalhada de dados fisiológicos, clínicos e para clínicos �Útil para detecção de casos raros �Ponte entre a investigação básica e a clínica �Fonte de hipóteses �Estímulo para estudos posteriores � Limitações � Tem existido ocasiões onde não tem funcionado com a rapidez desejável � Alto potencial de viés � Ausência de comparação � Impossibilidade para medir o acaso 3. Série de casos Características: Grupo reduzido e altamente selecionado Estimação inadequada de freqüência e causalidade Geradores de hipóteses Vantagens �Úteis na descrição de casos raros �Estímulo para realização de estudos �Fonte de perguntas Desvantagens �Alto potencial de viés �Ausência de grupo de comparação �Impossibilidade para medicação do acaso 4. Estatísticas Vitais � O epidemiologista fica mais atento a determinantes e sua distribuição na população do que no paciente isolado � Esta perspectiva ampla tem-lhe permitido descobrir os efeitos indesejáveis produzidos por medicamentos a partir de variações nos modelos de distribuição de certas enfermidades e a partir do estudo de dados de morbidade e mortalidade Exemplos:Exemplos: •Mortes entre jovens asmáticos (utilidade de dados de morbidade) →→→→ isoproterenol •Talidomida e focomelia 5. Monitorização de acontecimentos ligadosà prescrição médica Sistema de farmacovigilância intensiva Complemento da “ficha amarela” Monitorização mais cuidadosa durante a primeira etapa de permanência de um produto no mercado Toda prescrição do Serviço Nacional de Saúde na Inglaterra é remetida ao Prescription Pricing Authority (PPA)Inglaterra é remetida ao Prescription Pricing Authority (PPA) Para determinados fármacos recém aprovados a PPA envia ao Unidade de Investigação de Farmacovigilância (UIF) uma cópia das 1as 10.000 prescrições A UIF envia ao médico prescritor o formulário verde, solicitando a notificação de qualquer reação que se tenha apresentado durante o tratamento com o fármaco 5. Monitorização de acontecimentos ligados à prescrição médica � Qualquer reação é definida como: “Qualquer diagnóstico novo, motivo de envio a um especialista ou ingresso hospitalar, qualquer piora o melhoria inesperada de uma enfermidade concomitante, qualquer reação a um fármaco o qualquer outra que considere importante para ser incluída nas anotações sobre o paciente” Exemplo: Se o Practolol tivesse sido submetido a uma monitorização de acontecimentos ligados à prescrição e se o Propranol tivesse sido usado como controle, a síndrome produzida pelo 1o teria sido identifica muito antes que 100.000 pacientes tivessem sido expostos ao risco. 6. Monitorização intensiva de pacientes hospitalizados O programa baseia-se no recolhimento de dados de pacientes monitorizados em hospitais mediante entrevistas e protocolos estruturados O programa mais conhecido é o denominado BCDSP Boston Collaborative Drug Surveillance Program) Os monitores que recolhem a informação são médicos da equipe que atende cada pacienteequipe que atende cada paciente O objetivo é não é identificar a incidência de RAM, mas identificar aquelas que podem passar inadvertidamente por não terem sido identificadas como tal Dados coletados nas seguintes áreas: 1. Dados sociológicos gerais 2. Hábitos tóxicos anteriores à hospitalização 3. Anamnese farmacológica anterior à hospitalização 4. Esquemas terapêuticos administrados no hospital 5. Suspeitas de RAM detectadas durante a hospitalização 6. Caracterização do estado patológico através de 6. Monitorização intensiva de pacientes hospitalizados 6. Caracterização do estado patológico através de diferentes diagnósticos efetuados pela equipe médica Monitores: farmacêuticos ou enfermeiras 6. Monitorização intensiva de pacientes hospitalizados Resultados de alguns programas Va riá ve is re lac io n adas T ip o d e in fo rm ação o b tid a R esu ltad o s (exem p lo ) Anam nese fa rm aco ló g ica re la c io nada com o m o tivo da in te rn a ção In c idênc ia e ca ra c te rís tica da s R AM que m o tivam a s in te rn a çõe s h osp ita la re s 3 ,7% das in te rn a çõe s n o BCD SP fo ram dev ida s a R AM Esquem as te ra pêu tico s re la c io nado s com R AM Inc idênc ia e ca ra c te rís tica da s R AM aguda s A p rob . d e so fre r e ru pção cu tâ nea p o r am ox ic ilin a é a m esm a que p a ra am p ic ilin am esm a que p a ra am p ic ilin a Iden tif ica ção de g ru po de p t com a lto r isco d e so fre r R AM M a io r in c id ên c ia de p ro b lem as hem o rrág ico s po r hepa r in a em � > 60 a . A nam nese fa rm aco ló g ica re la c io nada com acon te c im en to s ou d ia gnó s tico s d a a lta m éd ica D oenças re la c io nada s com expos içã o p ro lo ngada a fá rm acos O u so con tín uo d e C O ↑ r isco d e trom boem bo lism o pu lm ona r E fe ito s b ené fico s d a expos içã o p ro lo ngada a fá rm acos ↓ in c id ê nc ia d e cân ce r de o vá r io em usuá r ia s d e CO Exemplo: Estudo comparativo de Farmacovigilância intrahospitalar Incidência e característica das RAM Chile Israel EUA No pessoas que receberam medicamento 1.920 1.239 11.891 No exposições a medicamentos 11.817 7.828 104.922 Incidência de RAM durante internação Média de medicamentos recebidos durante a internação 6,1 6,3 8,8 Gravidade das RAM (% do total de RAM) Graves 3,9 6,2 11,9 Moderadas 43,6 38,2 40,7 Gonzalez, G.; Naranjo, C.; Busto, U. & Ruiz, I. Rev. Méd. Chile 106: 182-7. 1978 Moderadas 43,6 38,2 40,7 Leves 52,5 55,6 48,0 Hospitalizações prolongadas por RAM 1,7 1,8 1,9 Internações causadas por RAM 2,7 5,9 6,7 Vantagens Objetivos educativos Detecção de RAM não suspeitas Monitorização simultânea de um grande número de 6. Monitorização intensiva de pacientes hospitalizados Desvantagens Necessário elevado número de pacientes e monitores Presença de fatores de confusão nos resultados devido ao uso e estudo um grande número de medicamentos Detecção de RAM agudas de baixa freqüência Identificação de população com alto risco de sofrer determinados efeitos adversos devido ao uso e estudo simultâneo de vários medicamentos Difícil detectar RAM que aparecem somente após exposição prolongada ao medicamentos 7. Conexão de arquivos Uso de computadores para arquivar os registros médicos, prescrição de medicamentos e tratamento, tanto em hospitais como ambulatórios Esta informação facilita a conexão entre os dados de prescrição e os dados de registros 8. Notificação Voluntária8. Notificação Voluntária Um dos principais métodos utilizados pela farmacovigilância para identificação de reações adversas, raras ou não, é a notificação espontânea (ou voluntária) de suspeitas de reações adversas a medicamentos, feita por profissionais de saúde. A notificação é encaminhada às agências que regulam o setor farmacêutico em cada país. Os sistemas de notificação espontânea podem gerar sinais de relação entre o uso do fármaco e o desenvolvimento de RAM. Outra fonte de informação sobre reações adversas é a própria indústria farmacêutica. 8. Notificação Voluntária Limitações: A subnotificação e a descrição seletiva de reações produzidas por produtos amplamente conhecidos como causa de determinadas reações adversas, fatores que impedem a avaliação da segurança e da eficácia dos produtos no mercado. Outro transtorno gerado por esse método é o cálculo Outro transtorno gerado por esse método é o cálculo da incidência das reações adversas, uma vez que, geralmente, falta dado sobre o número de pessoas expostas ao produto. Em hospitais, ocorre a subnotificação de reações adversas, porque, mesmo reconhecidas, não são notificadas MOSTRAR FORMULÁRIO USADO PELA IF
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