Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Capítulo Como lidar com instrumentos Bisturi 9 Grampos hemostáticos 17 Tesouras 10 G rampeadores 17 Pinçasde dissecção 12 Instrumentos auxiliarespara dissecção 20 Pinçashemostáticas (hemostatos) 13 DÍSSECÇÊO GÍGÍVOCÚÚIQÍCB 20 Pmças de teddos 14 Dlssecção ultrassônlca 21 Portaagmhas 14 Métodos diversos ' _ l _ 22 Afastadores 15 Ultrassom diagnostico Intraoperatorlo 22 Pinças 16 Aprmda a manusear e a familiarizar-secom instrumentos padrão, uma vez que eles são extensões cirúrgicas de suas mãos. Experimente usar instrumentos que são utilizadosem cirurgia aberta para realizar funções que você esperaria realizarem procedimentos cirúrgicos. Farniliarize-secom instrumentos de acessomínimousando simulações simples (Cap. 13), e para esses instrummtos e endoscópios participe de cursos e experimmte em quaisquer instrumentos de realidadevirtual disponíveis. Não se iluda pensando que você é um perito porque pode manusear instrumentos. Sua experiência é mensurada no final das contas pela forma como você lida com os tecidos. Entretanto, a familiaridadecom instrumentos libera você para concentrar-se nos tecidos vivos. Você é, no fina¡ das contas, responsável pelo resultado do instrumento. Assegurese de que recuperou todos eles antes do encerramento. BISTURI O bisturi (do latimscalpere = cortar) é o instrumento tradicionalde cirurgiões. Lâminassólidas reusáveis são usa- das ainda para cortar tecidos resistentes, porém alguns instrumentos são totalmente descartáveis. Se você usar um bisturi com uma lâmina descartável, ajuste e remova a lâmina enquanto a mantiver afastada da extremidade afiada com pinçaou porta-agulhas, não com os dedos. Se ela deslizar, você evitará acidentessus- tentando uma parte. 1. Use um bisturi para fazer cortes deliberadosnos tecidos, dividindo-oscom traumamínimo, a ñm de cortar a pele, separar os tecidos para atingir a área estabelecida, dividir e ressecar os tecidos. Capítulo | 2 | Como lidarcom instrumentos 2. Estenda a saliência da lâmina através do alvo, em vez de exercer pressão excessiva que pode resultar em um corte descontrolado. Estenda a lâmina sob pressão controlada para determinar a profundidadede corte. 3. Para cortar pele e estruturas similares, segure o instrumento de modo similaràquele para segurar uma faca de mesa (Fig. 2.1). Mantenha a lâmina na posição horizontal, suspensa abaixo de sua mão pronada,segurando entre o polegar e o dedo médio. Coloque seu dedo indicadorna parte posterior do instrumento na base da lâmina, para controlar a pressão exercida na mesma. Envolva seus dedos anular e mínimo ao redor do cabo para reforçarsua garra firme, de forma que a extremidade do cabo permaneçacontra o topo da região hipotenar. 4. Quando for necessário produzir uma punção pequena, uma incisão precisa, curta, ou cortar uma estrutura fina, segure o instrumento como uma caneta (Fig. 1.1). 5. Como norma você corta no plano sagital (do latim sagitm = seta; a via de uma seta precisamente longe de você), de longe para perto, e no plano transverso, do lado não dominante para o dominante. Se for necessário cortar do lado dominante para o não dominante, considere ir para o outro lado da mesa de operações usando sua mão não dominante, ou usando tesouras. 6. Não utilizede forma errada o bisturi tentando cortar metal ou osso, ou tente alavancaro instrumento durante uma manobra de corte Não continue a usar um bisturi sem corte, pois uma vez que a extremidade cortante esteja perdida, será necessário aplicarpressão excessiva e a incisão ficará irregular. 7. Nunca faça uma incisão incerta sem primeiro avaliar a situação exata; algumas são irrecuperáveis. Antes de fazer um plano de incisão crítica, avalie e, se necessário primeiramente desenhe na pele a linha pretendida com tinta azul de metileno.Ocasionalmente, é recomendável praticar no ar antes de fazerum corte controlado, regular, como os jogadores de golfe fazem quando se preparam para dar uma tacadapara arremessar a bola. Se uma estrutura importante for arriscada, interponha um instrumento protetor, tal como um afastador. Quando você for realizarum corte em uma estrutura linearem profundidade, pode colocar um dissector com ranhuras abaixo dela, para proteger os tecidos mais profundos. 8. Existe um escalpelo especial, denominadobisturi,conjecturado para ser citado após Pistorium (Pistoja moderna] em Tuscany,onde eles eram feitos. Ele tem uma lâmina curva, fina e longa, extremidade cega para corte lateral, ponta afiada para corte final através de uma abertura pequena. Nunca usei esse instrumento, preferindo melhorar o acesso e cortar sob visão direta. TESOURAS A ação de corte de tesouras (do latim cisorium = um instrumento de corte, de caedere = cortar) resulta do movi- mento de contato das extremidades entre as lâminas, ocasionando um leve ajuste em direção de urna sobre a outra. Se você segurar as tesouras acima da luz, com as extremidades para cima, deve ver luz entre as lâminas, exceto na junta e em um ponto de contato que se movimentaem direção às pontas conformevocê fecha as lâmi- nas. Se as lâminas saltarem de forma independente, a ação de corte é substituída por um efeito de mastigação, e isso ocorre se forem usadas tesouras delicadas para cortar tecidos resistentes_ As tesouras são feitas para serem manuseadaspor usuários destros, e a pressão lateral do polegar destro tende a ocasionar que as lâminas sejam pressionadas juntamente. Quando a tesoura é segurada na mão esquerda, a pressão do polegartende a alavancaras lâminasde forma independente. Fig. 2.1 Segure o bisturi para fazer uma incisãoregular longa. Estenda a saliência da lâmina, não o ponto, de seu lado não dominante para o dominante. Se você estiver cortando ao longo de um piano sagital, corte de longe para perto. 10 Tesouras_ A maioria das tesouras cirúrgicas possuem pontas arredondadas, porém para objetivos especiais podem ser usadas lâminas pontiagudas. As lâminas podem ser retas, curvas ou anguladas. 1. Com sua mão ern pronação média, segure a tesoura inserindo somente parte da primeira falange do polegar através de uma alça (chamada de “curvatura” pelos fabricantes); isso controla o movimento da lâmina. Insira somente a primeira Falange do dedo anular dentro da outra alça, e envolva os dedos médio e mínimo ao redor da alçapara estabilizã-la;isso será a lâmina fixada (Fig. 2.2). Coloque a ponta de seu dedo indicadorna articulação. 2. Se você for canhoto usando tesoura para fazer um corte crítico, insira toda a falange terminal de seu polegar através de sua alça, de forma que você possa flexionã-lana junta interfalangiana, e puxar a alça para sua esquerda para aumentara forçade ligação entre as lâminas. 3. Como norma, sua mão é mais confortável na posição pronada central, porém se você estiver cortando abaixo de um orifício profundo, tente supinar sua mão de forma que você tenha uma visão mais clara das estruturas na extremidade. As junções de uma mão em pronação podem obstruir sua visão. 4. Escolha as tesouras corretas para a tarefa. As tesouras Mayds são excelentes, com pontas arredondadas para todos os objetivos [da Clínicacélebre dos irmãos William, nascido em 1861, e Charles, nascido em 1865, ambos falecidos em 1939, vieram as tesouras bemprojetadas e os porta-agulhas). Use tesoura mais leve somente par¡ trabalho muito leve. Lembre-se que é mais difícilmanter as lâminas da tesoura curva encaixadas corretamente ao longo de uma extensão completa. Se você estiver cortando abaixo de um orifício, prefira tesoura de cabo longo, de modo que as alçaspermaneçamfora do orifício. Com tesouras mais longas é provável que qualquer tremor seja acentuado; dessa forma, é recomendável deixar repousar a articulação nos dedos de sua mão não dominante (Fig. 1.2). 5. É. favorável que bisturi e tesouras cortem em direções opostas. Tesourascortam no plano sagital de perto para longe, porém, quando for necessário cortar de longe para perto,pode ser prático usar um bisturi. No plano transverso, as tesouras cortam mais convenientementedo lado dominante para o lado não dominante. Quando for necessário cortar no plano transverso de seu lado não dominante para o lado dominante, considere movimentar-separa o outro lado da mesa de operações ou usar um bisturi. Se você é consideravelmente ambidestro,mude a tesoura para sua mão não dominante; altemativamente,utilizeas tesouras redondas na sua mão dominante, de forma que elas se direcionern para seu cotovelo (Fig. 2.3). 6. Por motivos mais pretenciosos, as tesouras são menosprezadas como um instrumento de dissecção por algtms, os quais consideram que tecidos nunca devem ser divididos, exceto com um bisturi. Preciso admitir que alguns cirurgiões proporcionam uma satisfação ao se observa-los, manuseando um bisturi com grande habilidadee eficiência. Entretanto, aparência não é tudo. 'Tenhotambém admirado cirurgiões usando tesouras com grande versatilidade, inserindo as pontas dentro de um plano de tecidos, abrindo Fig. 2.2 Insira somente metade da falange distal de seu polegar e toda a falange distal de seu dedo anular através das alças da tesoura. Envolva seus dedos médio e minimo ao redor do dedo anular. Coloque seu dedo indicador na articulação. Fig. 2.3 Corte da esquerda para a direita, enquanto segura a tesoura em sua mão direita. 11 Capítulo | 2 | Como lidarcom instrumentos delicadamente as lâminas para criarum ponte definida de tecido, retirando a tesoura, inserindo uma lâmina mais abaixo, uma lâmina superficial para a ponte e dividindo-a, procedendo de modo rápido e efetivo, não sendo necessário mudar de instrumentos. Observe os outros, tente ambos os métodos, execute seus próprios conceitos. Suponho que você concluirá,como eu, que existem condiçõespara ambas as técnicas. I Invariavelmente, mantenha e passe os instrumentos cortantes em cubas-rim para evitar os riscos de adquirir ou passar infecções, incluindo doençasvirais. PINÇAS n: nIssEcçAo Não está claro se a palavra é derivada de feniceps (do latimjerrum = ferro + capem = segurar) ou de fonnus [do latim = quente + capere). Elas prendem quando comprimidas entre o polegar e os dedos. Quando são libera- das as lâminas separam-se, pois elas são feitas de aço flexível. As pinçasde dissecção representam um excelente instrumento de múltiplospropósitos. Os tipos mais comuns são as dentadas e não dentadas, entretanto, diversas ponteiras cortantes estão disponíveis, tais como anéis para compressão de vísceras de tecido mole. Pinçasdelica- das possuem uma parte no interior de uma lâminaque se prende com um orifício em outra lâmina, para garan- tir que as pontas se encontrem exatamente Se você comprimir a pinçafirmemente, a parte cortante se projetará através da lâminaoposta e irá perfurar potencialmentesua luva ou sua pele - um sinal seguro de que você estáesmagandoo tecido entre as maternidades das lâminas.As pinçasde dissecção podem ser extremamentedelica- das para uso durante microcirurgias ou grandes e fortes para comprimir tecidos resistentes; Pinçasdentadas têm ao menos um dente em uma extremidade, interdigitando-se com dois dentes na extremi- dade oposta. A intenção é que os dentes puncionema superfície do tecido, prendendo-o, e dessa forma previnam seu deslizamento, em vez de mantê-lo preso sob forte compressão, o que pode ser mais danoso. A pele é tole- rante a punções, porem é severamente prejudicada por compressão traumática, de forma que pinças dentadas são usualmente empregadas para segura-la. Tecidos muito escorregadios e resistentes, tais como fãscia, ñbrocar- tilageme ósseo, são retidos de melhor forma com as pinçasdentadas. Pinçasnão dentada: demonstram sua força através de serrilhasnas superfícies opostas. Use esse instrumento quando manipular vasos sanguíneos, intestino e ductos pequenos, uma vez que punções dessas partes causam vazamentos. Providas de pontas fechadas, são usadas para agir como não compressoras e manipular o tecido, em vez de aperta-lo, sendo esse tipo de pinça adequado para uso na pele, porem são preferíveis os ganchos de pele (Cap. 6]. I A pressão exercida por área unitária, quando as pinças de pontas afiadas são fechadas de forma forçada, é extremamente elevada. Tecidos submetidos a compressões traumáticasdessa forma parecerão normais posteriormente- porém logo serão transfonnados em tecidos necróticos. Sempre que possível, use pontas fechadas para estabilizare distorcer tecidos, e proporcione um estágio de não compressão. 1. Como nonna, segure a pinçade dissecção como uma caneta em sua mão não dominante, uma vez que você usualmente tem outro instrumento em sua mão dominante (Fig. 2.4). As pinçasde dissecção normalmentenão possuem um mecanismo de fechamento, pois são destinadaspara fornecer somente um pinçarnentotemporário. 2. Aprenda a manusear a pinça (Fig. 2.5), retendo-a com seus dedos anular e mínimo, para liberaros dedos indicadore médio, e polegar, enquanto estiver atando os nós. 3. As lâminasfechadas de pinçasnão dentadas de bicoredondo constituem uma excelente ferramenta de dissecção para a abertura acimade um plano de tecido longitudinal. Insira cuidadosamente a pinça no plano desejado como uma cunha, e permita, através da sua flexibilidadeabrir e criar um espaço entre as lâminas pelo qual você pode identificare seletivamente dividir o tecido de interposição (Cap. 9). Esse método é valioso quando exibeuma estrutura longitudinal, tal como um vaso sanguíneo, nervo ou tendão. 12 Pinçashemostáticas (hemostatos)1 PINÇAS HEMOSTÁTICAS (HEMOSTATOS) pinças hemostãticas [do alemão haema = sangue + stasís = interrupção) foram projetadas pelo grande cirurgião francês Ambroise Pare (1510-1590) com uma ação de tesoura, e foram aperfeiçoadas pela adição de uma ca- traca, podendo, desse modo, ser fechadas, por Sir Thomas Spencer Wells (1818-1897), e posteriormente foram indicadascom frequência. Observe que as pontas encontram-se somente quando estiverem fechadas levemente; as partes proxímais das lâminas são levemente separadas. O projeto básico e de tal fonna versátil que tem sido adaptado de uma pinça fina “mosquito” para uma pinça de compressão dentada e pesada. Alguns hemostatos são retos, porém a maioria dos hemostatos são curvos. 1. Insira somente a primeira falange de seu polegar e de seu dedo anular nas alçasda pinça aberta, com seu dedo indicadorna junção. Quando as alçassão comprimidas, as catracas fecham. Para liberá-lasserá necessário comprimi-las levementepara superar a leve saliência da catraca, separar as alçasem um plano de ângulos retos para a ação de articular, e abrir as alças.Pratique a ação de modo que você possa habilmente e de forma controlada usar e remover o instrumento automaticamente.Como um assistente aprenda a usar sua mão não dominante, pois usualmente você tem uma tesoura na mão dominante, pronta para cortar aligadura. 2. Tendoem vista que essas pinçaspodem ser usadas e deixadas no local, garanta sempre que as hastes sejam suficientementelongas, de modo que as alçaspermaneçamfora do ferimento. Pinçasde alça curta deixadas no ferimento são facilmenteesquecidas; dessa forma, verifique o número de instrumentais no final do procedimento. 3. Utilizea pinçahemostática para vasos sangrantes com sua mão supinada, a convexidadeda pinça curva faceadapara baixo (Fig. 2.6). Comprima os vasos de forma que as pontas da pinçafiquem proeminentes; isso preserva a ligadura aplicada subsequentemente, prevenindo que ela deslize sobre a ponta e capture a pinçana ligadura fixada_ Se isso acontecer, quando a pinçafor removida, ela arrancará a ligadura. Um simples clique da catracapode ser suficiente 4. Evite envolver um tecido estranho. Se você aplicarurna ligadura ao redor desse tecido e do vaso sanguíneo, a conexão fixará a ligadura e permitirá ao vaso sanguíneo, conformeele se retrai, sair da ligadura e sangrar novamente. 5. Se você for o assistente, éesperado que você remova a pinçaquando o vaso sanguíneo estiver ligado. O cirurgião aguardarã você levantar a alça da pinçapara permitir que a extremidade da ligadura seja passada de mão a mão no seu lado do vaso sanguíneo, ou estenderá a ligadura entre as duas mãos no seu lado do vaso sanguíneo, enquanto você a estende sobre ele para comprimir as alçasda pinça. Conforme o primeiro nó é formado e apertado, você deve, quando solicitado, liberare remover o hemostato de maneira controlada. Se você deixar a pinça, ela pode prevenir o não aperto do primeiro nó. Aperte a alça entre seu dedo indicadore polegar; isso é para manter a alçaestática. Insira parte da primeira falange do dedo anular na outra alça, e estabilize-apor pressão do lado de fora da alçacom o dedo mínimo (Fig. 2.7). Comprima delicadamente as alçaspara liberara sobreposição da catraca, alavanque as hastes em direções opostas em ângulos retos para a junção, e delicadamente abra a pinça sem retira-la. Quando o nó final estiver apertado, Fig. 2.4 Segure a pinça de dissecção como urna caneta, porém usualmente ern sua mão não Fig. 2.5 Se você manusear a pinça de dissecção, dominante, uma vez que você normalmente segura segure-a com seus dedos anular e mínimo, liberando um bisturi ou tesoura em sua mão dominante, seu dedos importantes para segurar outros enquanto procede à dissecção. instrumentos ou tecidos, ou para atar nós. 13 Capítulo | 2 | Como lidarcom instrumentos Fig. 2.7 Aprenda a remover a pinça de artéria com sua mão não dominante de um modo controlado, sem permitir que ela salte fora. Como um assistente, você normalmente segura sua tesoura em sua mãodominante, pronta para cortar as extremidades da Iigadura para o comprimento correto. Fig. 2.6 Quando utilizarpinça hemostática curva para capturar vasos sanguíneos sangrantes, prefira ter sua mão supinada, e com pinça curva, ter a convexidade para baixo, e garantir que as pontas se estendam exatamente além do vaso sanguíneo. o cirurgião levantará as extremidades da Iigadura enquanto você as corta usando a tesoura na mão direita. Quando um vaso sanguíneo importante estiver sendo ligado, você pode ser solicitado para afrouxar a pinça enquanto a primeira Iigadura estiver sendo fixada e apertada; a seguir comprima novamente a pinça enquanto a segunda Iigadura é fixada e apertada, antes de remover a pinça. PINÇAS DE TECIDOS Este instrumento apresenta sua pinça na configuração e superfícies justapostas de suas lâminas em contato com os tecidos para comprimir, porém sem danifica-los_ Algumas pinças circundam os tecidos, algumas possuem grandes lâminas com garras através das quais os tecidos passam a apresentar superfícies inchadas, ásperas ou dentadas (Fig. 2.8). 1. Use essas pinçasem circunstânciasquando suturas de tração ou um gancho afiada podem cortar, quando os tecidos são muito escorregadios para serem presos com afastadores lisos, e quando a direção da tração precisa ser diversificada. Não use pinçasde metal quando a gravidade, fitas, vedação ou estender a incisão podem ser menos danosas. 2. Se for necessário aplicar tração potente de tecidos resistentes, use uma pinçacom poder de perto possante, em vez de uma pinça inadequada que seja igualmente para puxar, rasgar os tecidos e desgastar a pinça. Quando os tecidos forem frágeis, use pinçasdelicadas, aplicando-ascuidadosamente, não arrastando-as, e remova-as tão logo quanto for possível. Diversas pinçasleves podem oferecer um pinçamentomelhor e menos danoso do que um único par de pinçaspesadas. PORTA-AGULHAS No passado, frequentemente nós segurávamos agulhas em nossas mãos. O risco de segura-las ou de transmitir infecção, especialmente viral e doençasde príon, tornou essa prática insustentável. Existe uma grande variedade de porta-agulhas, porém relativamente poucos são de uso comum (Fig. 2.9). Eles pinçam a agulha com garras especialmente projetadas. A maioria deles são retos e são projetados para serem rotacionados em seus eixoslongos com uma ação de supinação/pronação da mão para direcionar a agulha através dos tecidos em uma via curvada. Mayds é o modelo mais simples, usado em muitas modificações, similarem projeto às pinçashemos- táticas, com fechamento de catraca, e controladoda mesmamaneira. Sir Harold Gillies (1882-1960),nascido na Nova Zelândia, pai da cirurgia plástica britânica,inventou um porta-agulhas combinadonão travável e tesouras. Os cirurgiões oftálmicosusam um prendedor pequeno para os pespontos ñnos necessários. 14 Fig. 2.9 Porta-agulhas. A. Mayo's. B. Tesouras Gillies. (É) g C. Um tipo de porta-agulhas oftálmico. Fig. 2.8 Pinças para prender tecidos. A. Allis. B. Lane's. C. Ring. D. Babcock's. E. Duval. F. Kocher's. 1. Não permita que as agulhas entrem em contato com sua pele, mas sempre segure as mesmascom um porta-agulhas, manobrando-asdentro do porta-agulhas usando a pinçade dissecção. A maioria das agulhas são agora curvas, porém use o porta-agulhas para direcionar todos os tipos de agulhas através de tecidos. 2. Pince a agulha curva entre as garras do porta-agulhas. A agulha faz um ângulo reto com o porta-agulha. Tenha a ponta da agulha faceandoem direção ao seu lado não dominante e apontando para cima quando sua mão estiver na posição semipronada, pois você direcionarã a agulha mais facilmenteiniciandocom sua mão totalmente pronada, supinandoprogressivamente Essa é uma ação natural se você estiver inserindo pespontos de longe para perto, ou do lado dominante para o lado não dominante. 3. Se você pespontar na profundidadede um ferimento, use um porta-agulhas de cabo longo, de outra forma sua mão ñcará dentro da entrada, bloqueando sua visão. 4. Quando for inserir e fixar os pespontos, ou for necessário realizaralguma outra ação restrita, é muito conveniente manusear o porta-agulhas. Remova seu polegar de uma alça, retendo seu dedo anular na outra. Gire a haste do porta-agulhas dentro do primeiro espaço intermediário entre o polegar e segundo metacãrpico (Fig. 2.10), ou gire a haste do porta-agulhas até ela apontar para trás em direção ao seu cotovelo, e flexioneseu dedo mínimo dentro do espaço entre as alçaspara retê-las (Fig. 2.11). Não retenha a agulha no prendedor se pretende manuseá-la. 5. Ocasionalmente, será necessário pespontar alternadamente da direita para a esquerda, e a seguir da esquerda para a direita, ou de longe para perto, e a seguir de perto para longe Para evitar a necessidade de remover e substituir a agulha, meramente gire a agulha no porta-agulhas, a seguir gire o porta-agulhas em cerca de 180° em seu eixo longo, e obtenha uma garra nova (Fig. 2.12). AFASTADORES Os afastadores são extremamenteúteis quandovocê deseja demonstrare realizarum procedimento em um órgão localizadoprofundamente (Fig. 2.13). Para a maioria das operações abdominais um anel grande de metal pode ser colocado para envolver o ferimento, ao qual podem ser ñxados vários afastadores. Um afastador pode ser lixado em uma estrutura colocada sobre o paciente, para levantaro esterno inferior, melhorando o acesso para o abdome superior. 1. Use os afastadores cuidadosamentepara não danificar as estruturas inadverlidamenteAssegure que o assistente que estiver utilizandoo afastador para você use tração mínimae relaxe essa tração, sempre que for necessário. 15 Capítulo | 2 | Como lidarcom instrumentos Fig. 2.11 Manuseie o porta-agulhas de modo que ele aponte em direção ao seu cotovelo, e flexioneseu dedo mínimo para ficar entre as alças, deixando livres seu polegar e dedos principais. Fig. 2.10 Manuseie o porta-agulhas removendo o polegar de sua alça, girando o instrumento no seu dedo anular, de forma que ele fique no espaço intermediário entre o polegar e o segundo metacárpico. Isso restringe levemente o movimento do polegar. 2. Aproveite uma mudança de abordagem: a retração por uma mão colocada sobre uma compressa é menos danosa do que por um afastador de metal. Algumasvezesa mudança de posição do paciente, ou parte, permite que a gravidadeproduza o efeito necessário. PINÇAS Uma ampla variedade de pinças preenche as diferentes necessidades de apertar, juntar e comprimir estruturas (Fig. 2.14), e os mecanismos para fixa-las variam de cabos com molas a catracas, articulações de travamento eparafusos. Opostas às pinçashemostáticas que são direcionadaspara pinçarvasos sanguíneos que serão perma- nentemente selados, pinças tipo bulldog e pinças de Potts para artérias são destinadas a fecha-las temporaria- mente sem danifica-las. 1. Para prevenir o vazamento de conteúdos contaminados do intestino, controle o escoamento nas bordas de corte; para estabilizaras extremidades durante a realização de uma anastomose, muitos cirurgiões aplicam pinçasatraumáticasperto das extremidades, incluindoos vasos do mesentério. Em alguns modelos, as pinçasem cada lado da anastomosepodem ser fixadas juntas. Outros cirurgiões condenam o uso de pinças intestinais. Você decide- Se aplica-lasno mesenterio, certifique-se de que a aplicação seja muito leve ou apenas firme o bastante para ocluir as artérias. Não se deve simplesmenteocluir as veias e deixar as artérias patentes. Se você fizer isso, o intestino e as veias ocluídas no mesentério ficarão congestos, podem romper e sangrar para o mesentério e serão difíceis de identificar. 2. Ao ressecar o intestino, você pode colocar duas pinçastraumáticaslado a lado em cada ponto da divisão e cortar entre elas. Desse modo, as extremidades de corte ficam vedadas. Se você pretenderunir as extremidades intestinais, não deixe de cortar a faixa prensada e vedada, para expor a luz. Ilda-agulha O Fig. 2.12 Para reverter a direção da _› _›agulha, gire a mesma no porta-agulhas Q Q em cerca de 180°. Essa manobra tem O Osido popularizada pelo Sr. W.E.G. WThomas, de Sheffield. 1G D'kB-j 115)' (EJ Fig. 2.14 Pinças. De cima para baixo estão quatro pinçasatraumáticas- bulldog, arterial de Potts_ intestinal e de Satinsky; estas permitem que parte doFig. 2.13 Afastadores.A. Hook. B. Cobre maleável. vaso seja isolada sem obstrução total da luz. Abaixo C- CZETW D- Deal/EF E- AUÍOTTEÍEHÇÕO- F- GOSSET de esta' uma pinça intestinal traumática, corn ação de autorretenção. alavanca. GRAMPOS I-IEMOSTÁTICOS Grampos metálicossão encaixados nas mandfbulas de pinçasespeciais e podem ser aplicados em vasos sanguí- neos e ductos para oclui-los. O formato de chevron garante que, ao fecha-los, as pontas se encontrem primeiro de modo que a estrutura tubular não deslize (Fig. 2.15). A compressão adicionaloclui a luz. Alguns instrumen- tos aplicam uma série de grampos a partir de um aplicador mecânico ou motorizado. Outro instrumento aplica dois grampos em uma estrutura enquanto um corte é feito entre eles com uma única ação. Grampos metálicos são úteis como marcadores radiopacospara ajudar a identificarsua posição após a cirurgia. Podem ser colocados em intervalos ao redor de um tumor para planejamentoda radioterapia e para calcular a redução subsequente resultante do tratamento. Grampos feitos de titâniopermitem a realização de tomografia computadorizadasem dispersão e são compatíveis com exames de ressonância magnética. Urna desvantagem dos grampos em com- paração com as ligaduras e suturas é que eles ficam presos nas mãos, instrumentos e compressas e podem ser puxados para fora. Grampos biodegradáveis estão disponíveis como alternativa aos grampos metálicos. São absorvidos lentamente GRAMPEADORES O princípio dos grampeadores mecânicos em cirurgia é exatamente o mesmo dos grampeadores de papel. Um grampo em forma de U invertido e impelido pelos tecidos-alvo e então atinge uma bigornaque vira as extremi- dades [Fig 2.16). Os tecidos não devem ser submetidos a compressões traumáticasporque as extremidades são viradas de modo a formaruma letra “B” virada para baixo. Os grampeadores retos aplicam linhas de grampos, geralmente duas linhas paralelasequivalentes, e podem ser empregados para vedar, ou vedar e cortar, vísceras tubulares ou vasculares [do latim, órgãos camosos ou moles) e vedar os vasos sanguíneos maiores. Um cortador linear aplica quatro linhas paralelas e ao mesmotempo corta ao longo do centro para produzir uma linha dupla de grampos em cada lado do corte. Isso pode ser usado para produzir um estoma entre dois segmentos do intestino. Uma versão em miniatura desse instrumento pode ser 17 Capítulo | 2 | Como lidarcom instrumentos _ Fig. 2.15 Grampo vascular. Quando a pinça é comprimida, o grampo fecha primeiramente nas pontas, impedindo que a estrutura envolvida seja espremida antes de ser comprimida e ocluída. Fig. 2.16 Os principios de ação do grampeador. Quando o instrumento é fechado, as pontas do grampo são impelidas através das duas camadas de tecido antes que atinjam a bigorna e sejam virados, para formar uma letra B virada para baixo. inserida por uma porta de laparoscopia para ocluir duplamenteuma estrutura importante como um grande vaso sanguíneo e dividi-laentre as linhas de grampos. 1. Para unir duas vísceras ocas como os intestinos, insira o braço contendo o magazine de grampos em uma luz intestinal por meio de um orifício feito e a barra da bigornana outra luz intestinal por outro orifício realizado. 2. Traveos dois braços juntos e acioneo instrumento. Quando você destravar e remover os dois braços, restarão apenas os dois orifícios para fechar, deixando uma anastomoseterminoterminal (Fig. 2.17). 3. Feche os orifícios com suturas ou coloque um grampeador reto pelas bordas evertidas de cada orifício e feche-os. Os grampeadores circulares (Fig. 2.18) produzem uma anastornose terminoterminal. Há duas fileirasconcen- tricas equivalentes de grampos na cabeçado magazine. No final de um fuso há uma bigomacircular removível_ 1. Para formaruma anastomose, inserira a cabeçado grampo por um orifício lateral na parede intestinal ou, ao realizarurna anastomosecolorretal baixa, por exemplo, insira-a pelo ânus. Fixe a bigornano ñnal do fuso e introduzia-a na outra extremidade do intestino (Fig. 2.1 9). Insira uma sutura em bolsa de tabaco em volta de cada ponta do intestino, aperte-as e amarre-as. Isso puxa uma extremidade sobre a extremidade do magazine de grampos e a outra sobre a cabeçada bigoma. 2. Desparafuse a bigomapara aprisionar as duas extremidades do intestino invertidas entre as cabeças de grampos, sem esmaga-las.Agora ative o instrumento. As pontas dos grampos são empurradas atraves das duas camadas das extremidades do intestino invertidas, atingem a bigorna e são dobradas. simultaneamente, uma lâmina circular interna é impelida para remover o excesso das extremidades do intestino invertidas. 3. Em seguida, separe a bigornada cabeçado grampeador e retire delicadamenteo instrumento com um movimento de torção. Examine as extremidades seccionadas que envolvem o fuso central. Elas devem constituir círculos completos - "rosquinhasí confirmandoque a anastornose foi realizada com perfeição por toda a circunferência. Verifique a circunferênciaextemamente. Se você tiver criado um orifício lateral para inserir o instrumento, feche-o_ Grampeadores de pele devem ser inseridos sem a presença de uma bigornapara virar as pontas (Fig. 2.20). A seção central do grampo em forma de U é mantida, enquanto as extremidades externas são impelidas através da 18 ã @É Fig. 2.17 Grampeador linear. A Há quatro linhas de grampos na mandíbula inferior, quatro linhas de bigornascorrespondentes na madíbula superior_ Os tecidos podem ser colocados entre a5 duas mandíbulas, que então são travadas juntas. Quando o instrumento é ativado, os grampos são impelidos através dos tecidos interpostos e dobrados de encontro às bigornas. Ao mesmo tempo, uma Iãmina é impelida pela linha central das linhas de grampos, cortando os tecidos interpostos e separando-os, com cada lado vedado por uma linha dupla de grampos. B Um diagrama mostracomo as linhas de grampos são colocadas na mandíbula com as linhas de bigornas em oposição a elas. A Iãmina cortará entre as linhas, como mostrado na visão terminal. Fig. 2.19 Anastomose terminoterminal do intestino. A Insira cabeça do grampo no intestino por uma incisão lateral (ou pelo ânus para uma anastomose colorretal baixa), passe-a pela extremidade e para o segmento que será unido. B Insira suturas em bolsa de tabaco ao redor das duas extremidades e amarre-as para tracionarum anel da extremidade intestinal para a lacuna entre o magazine e a bigorna. C Feche a lacuna entre a bigorna e o magazine para deixar as superfícies peritoneais das extremidades intestinais invertidas em contato. Em seguida acione o instrumento para unir as extremidades do intestino com grampos e remover as franjas internas de intestino. D Após separar a bigorna do magazine vazio, retire o grampeador delicadamente com um movimento de torção antes de fechar o orifício de entrada lateral. Fig. 2.18 A cabeça de um grampeador circular. Dois anéis concêntricosequivalentes de grampos ficam assentados no magazine, com as extremidades viradas para cima. A bigorna foi desparafusada e virada em sua direção. Quando a bigorna é fixada outra vez e parafusada no magazine, e o instrumento é ativado, os grampos são impelidos através de qualquer material ou tecido interposto e então são dobrados quando atingem a bigorna. Uma Iãmina circular também é impelida, cortando qualquer material ou tecido que faça protrusão para que a luz não seja obstruída. 19 Capítulo | 2 | Como lidarcom instrumentos l Fig. 2.20 O principio do grampeador de pele. Uma vez que não há uma bigornaabaixo, contra a qual as extremidades dos grampos possam ser viradas, a sequência segue da esquerda para a direita. A coluna central do grampeador tem uma aba abaixo do grampo para segurá-Io. As partes externas empurram as extremidades do grampo através da pele e, conforme continuam, as extremidades dos grampos são forçadasa virar paradentro, na direção uma da outra_ pele e então dobradas de modo que as extremidades se encontrem, formandoum anel fechado. Eles são removi- dos endireitando-sea base do "U" para abrir as extremidades, de modo que os grampos possam ser retirados. Os grampos podem ser inseridos a partir de um magazine contendo um número conveniente. Os grampos antigos projetados por Gaston Michel, de Nancy, na França (1875-1937), foram virtualmente abandonados_ Grampos podem ser inestimáveis quando a aplicação de pontos for difícil ou demorada em um procedimento de grande porte. A sutura continua sendo o método mais versátil para união de tecidos. Como estagiário, concentre-se em adquirir habilidadesde sutura sempre que isso for conveniente e seguro. INSTRUMENTOSAUXILIARESPARA DISSECÇÂO Como estagiário, você encontrará vários instrumentos usados para auxiliara dissecção tanto em procedimen- tos abertos quanto de acesso mínimo. Aprenda os princípios de suas propriedades e conheça quaisquer efeitos colaterais e riscos. Eles oferecem destruição tissular seletiva combinadacom hemostasia e efeitos de penetração variáveis nos tecidos próximos. Há uma variedadede instrumentos de diferentes fabricantes, cada um com suas vantagens e desvantagens - e produtos novos e atualizadosaparecem regularmente. - Não tente usar esses instrumentos complexos e potencialmente perigosos sem conhecimento e treinamento adequados. Dissecção eletrocirúrgica Diatermia. O nome devia ser aplicado adequadamente a ondas eletromagnéticasde alta frequência, como em um aparelho de micro-ondas. Continuo a usar o termo para o aparelho usado há muito tempo em cirurgia, no que os eletrodos costumam ser aplicados aos tecidos, principalmentepar¡ obter hemostasia. Para aparelhos mais recentes e complexos, uso o termo eletrocirurgia. Urna corrente alternada de alta frequência (400 kHz a 10 MHz) passando pelos tecidos entre dois eletrodos pode produzir um calor de 1.000°C. A diatennia monopolar localiza o efeito no ponto de um eletrodo (ativo),com difusão na grande placa indife- rente colocada em contato adequado, geralmente com a coxa do paciente O efeito de aquecimento é maior quando são usados pulsos interrompidos de 50-100 por segundo, produzindo coagulação do tecido em uma massa semissólida, enquanto uma corrente contínua em forma de onda sinusoidal vaporiza a água celular, pro- duzindoum efeito de corte. Uma mistura combinao efeito, permitindo dissecção progressiva e hemostasia. Para interromper um sangramento em grandes superfícies, um fluxo de gás argônio ionizado pode ser usado para completar o circuito entre um eletrodo de diaterrnia rnonopolare a superfície, difundindoo efeito. 20 Instrumentos auxiliarespara dissecção 1 Na diatermia bipolar, a corrente passa apenas entre as duas extremidades de um instrummto que envolve os tecidos. 1. A diatermia é um método valioso para oclusão de vasos sanguíneos antes de sua divisão ou para fechamento de vasos cortados. A a:;ão combinadafaz com que seja um importante instrumento de dissecção, especialmente durante procedimentos de acesso mínimo; um pedaço de tecido pode ser elevado com um gancho, livre de outras estruturas, vedado e delicadamenterompido (Cap. 13). Quando um tecido é segurado com urna pinçabipolar,a corrente passa apenas entre os dentes da pinça,produzindoum efeito semelhante. 2. Tenha cuidado com os efeitos de interferência em marca-passos. Tenha cuidado ao usar a diatermia logo após a aplicação de preparações cutâneascontendo álcool e na presença de anestésicos inflamáveisou gás intestinal, pelo risco de causaruma explosão. Não deixe a pinçaou agulha de diatermia sobre o paciente; mantenha-a em sua capa quando não estiver em uso_ 3. Use diatermia bipolarsempre que possível e interrornpa a diatermia se houver o desenvolvimentode arritmia. 4. Se a placa indiferente da diatermia monopolarnão apresentar um bom contato cutâneo, a pele pode ser queimada. Teste as conexões e utilizedisparos curtos sempre que possível. 5. Um acoplamentocapacitativoocorre se um objeto ou instrumento metálicoestiver próximo, mas isolado da diatermia, induzindouma carga no metal. Alterações dos modelos reduziram este risco, mas tenha cuidado com a aproximação do eletrodo de um outro instrumento. I Não aplique a diatermia por períodos prolongados - o efeito térmico Iesivo se espalha para os tecidos previamente normais, causando destruição tissular importante. - Não aplique diatermia em grandes massas de tecido - use pedaços pequenos. I Prefira corte, ou corte e coagulação combinados. O Ligasurew é capaz de fechar os vasos comprimir1do-os entre as mandíbulas para obliterar a luz, com detecção computadorizadado teor de colágeno, que é fundido juntamente com elastina para criar uma veda- ção. Uma lâmina pode ser então acionada para transeccionar o tecido. Añrma-se que ele é capaz de fechar vasos de até 7 mm de diâmetro com carbonização mínima e corn difusão muito limitada de calor para os teci- dos adjacentes. Dissecção ultrassônica A energia mecânica transmitida pelo ultrassom pode ser usada para romper os tecidos. Se houver um alto teor de água nas células ou tecidos, esta é vaporizada, rompendo as células parenquimatosas (do grego enchyma = infusão, derramamento: da crença antiga de que as células especializadas eram derramadas na estrutura da matrize coaguladas), mas poupando aquelas com um baixo teor de água, como vasos sanguíneos e ductos. Com maiores níveis de potência, a vibração e a geração de calor resultante destroem as células diretamente. Vasos sanguíneos e ductos podem ser fechados usando-se energia ultrassônica, desde que as paredes sejam achatadasjuntas com uma pinça. A energia ultrassônica produz calor de até aproximadamente80°C; as proteí- nas são desnaturadas. O Cavitron Llltrasorríc Surgical Aspirator (CUSAU consiste em um tubo de titâniooscilandoa 23 kHz, que frag- menta os tecidosdentro de 1-2 mm da ponta. A propriedades de irrigação e sucção permitem que os fragmentos sejam removidos por lavagem e aspiração. As células parenquimatosassão rompidas, deixando os vasos e ductos intactospara que possam ser fechados com ligaduras, grampos ou outros meios antes que sejam divididos. I A dissecção tanto por eletrocirurgia quanto por ultrassom produz efeitos térmicos Iesivos, embora menores corn o ultrassom. A dissecção de tecidos em camadas que possam ser separados em pequenas porções causa lesão mínima, porém a dissecção para órgãos e tecidos sólidos tem o risco de causar lesão inadvertida e macroscopicamenteindetectável de estruturas importantes com a progressão da dissecção, quesubsequentemente sofrerão necrose. 21 Capítulo | 2 | Como lidarcom instrumentos Fig. 2.21 Princípio da dissecção combinadacom hemostasia por energia ultrassônica. Um vaso é comprimido entre as mandíbulas ativa e passiva da pinça para apor os revestimentos endoteliais. O efeito térmico causa coagulação e "soldadura" das paredes dos vasos, causandoseu fechamento. O Hamwnic Scalpelm, que produz 55,5 kHz, corta usando um dissector em gancho ou coagula usando um coagulador esférico. Corte e fechamento hemostãtico de vasos combinadospodem ser obtidos com o uso de baixa potência. O vaso é comprimido para apor as paredes no interior de uma pinça, que tem uma lâmina ina- tiva e a outra com emissão de ultrassom (Fig. 2.21). O fechamento depende de uma boa coaptação das paredes do vaso, baixa potência e uma margem de tempo suficiente para formação da soldadura. As vantagens alegadas sobre os métodos eletrocirúrgicos consistem na ausênciade passagem de corrente elétrica pelo pacientee em um aquecimento mínimo dos tecidos vizinhos. Métodos diversos A dissecção a laser é amplamente utilizadaem vários ramos da cirurgia, empregando comprimentos de onda variáveis para se adaptar às circunstâncias e aos tecidos envolvidos. Ela é valiosa para redução de volume degrandes tumores. A díssecção por micro-ondas pode ser realizada usando-se micro-ondas com uma frequência de 2.450 MHz para prevenir sangramento. A criocírurgia [do grego CIj-'OS = congelamento) é realizada congelando-se os tecidos a -40°C com nitrogêniolíquido. São formadoscristais de gelo nas células, rompendo-as.O tecido congelado forma uma bola de gelo que mais tarde se separa espontaneamentedos tecidos vizinhos. Um jato de água de alta velocidade pode ser empregado como método de dissecção, uma vez que separa sele- tivamente os tecidos. Embora não seja hemostático, rompe as células parenquimatosassoltas ao mesmo tempo em que deixa os vasos sanguíneos intactos, os quais podem ser então abordados por outros meios. A destruição de tecidos por radiofrequênciaé um método valioso de destruição tissular. Urna agulha resfriada internamente fornece a energia diretamente aos tecidos para produzir urna dessecação coagulativa (do latim siccus = seco). UIJRASSOM DIAGNÓSTICO INTRAOPERATÓRIO As ondas mecânicas acimade uma frequência de 20.000 ciclos/segundo(20 kHz) são inaudíveispara os huma- nos. Usando-se uma potência de baixa intensidade, elas podem ser valiosas para diagnóstico intraoperatório, especialmente em tecidos sólidos como o fígado, quando estruturas localizadasprofundamentenão podem ser palpadas. Elas podem ser usadas durante procedimentos abertos e em especial durante cirurgias laparoscópicas, uma vez que durante esses procedimentos o cirurgião é impedido de palpar órgãos ou massas grandes. 22
Compartilhar