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Processo de Herborização

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1.2. Processo de identificação e coleções científicas
→ Processo de Herborização
a) Técnica de coleta – A coleta deve constar de pelo menos 5 espécimes com flores e frutos, se houver, para mostrar a variação da população e possibilitar a eficiência da identificação. Na ocasião da coleta deverão ser anotadas as características que são perdidas durante o processo de herborização, tais como a cor da flor, altura da planta, presença ou não de sistema subterrâneo, freqüência da espécie na área, tipo de vegetação local (mata, capoeira, cerrado, etc). Outras informações também são importantes para os pesquisadores, como o substrato em que a planta foi coletada, se é epífita, aquática, rupícola. Quanto a luminosidade, se é uma planta de luz (heliófila) ou de sombra (umbrófila). O porte da planta, se é uma árvore, arbusto, trepadeira, erva, liana. A origem, se é nativa da região, endêmica ou exótica. Os dados específicos de órgãos, como particularidades dos caule, aspectos da casca, indicar a presença de látex nas folha e ramos, cheiro, coloração da flor, odores, glândulas, grau de maturidade do fruto. Outras informações importantes no local de coleta são nome vulgar da planta e sua utilidade na região.
b) Herborização – O material coletado deverá ser seco e para isso, é colocado entre o papel de jornal e o papelão e fechado em uma prensa. Cada amostra é acondicionada numa folha de jornal dobrada e o conjunto das amostras na prensa. As amostras podem ser secas em uma estufa ou ao sol, trocando-se o papel diariamente. Aumenta-se a eficiência da secagem interpondo-se entre as amostras, papel chupão e grades onduladas de alumínio. Em Excursões rápidas o material poderá ser trabalhado no laboratório. Em excursões longas, em locais sem estufa ou sol, o material poderá ser borrifado com álcool e vedado no saco plástico até a chegada no laboratório.
c) Etiquetagem – Em cada material herborizado inclui-se uma etiqueta de coleta indicando todas as informações, como a data, local, nome do coletor, número da coleta, data e observações de campo. Cada coletor tem sua própria numeração, iniciada na primeira excursão em que tiver herborizado o material. Os frutos, bulbos, tubérculos ou mudas do material recebem o mesmo número de coleta.
d) Montagem – Depois de herborizada, a planta é montada em uma folha de papel pardo (camisa) e fixada com uma fita adesiva ou costurada. Todas as amostras (exsicatas) de uma mesma espécie são colocadas no interior de uma folha dupla de papel pardo (saia) com o mesmo número.
e) Identificação – O material deverá ser identificado até em níveis de família, gênero ou espécie, dependendo do objetivo do trabalho, utilizando-se chaves de identificação e bibliografias especializadas.
e) Catalogação e registro - cada exsicata recebe um número de registro no herbário. A etiqueta do coletor que acompanha o material é transcrita para uma ficha de herbário, com todos os dados originais. No livro de registro, anota-se, por ordem numérica, o número de registro e dados da planta. O material incluído no herbário geral é de acordo com sua identificação, o qual deve ser organizado segundo um sistema de classificação.
f) Conservação – O herbário deve ser conservado em latas ou armários fechados e com bastante naftalina ou cânfora, para evitar a proliferação de insetos.
→ Chave dicotômica
Chama-se chave dicotômica ou chave de identificação, a descrições sistemáticas que permitem identificar os nomes dos taxas pertencentes a um determinado grupo. A chave oferece duas alternativas em cada ítem específico e cada uma das alternativas possibilita ir para a etapa seguinte. Em botânica, encontram-se chaves de identificação para família, gênero e espécie. As chaves seguem modelos tradicionais, como o sistema de Cronquist, para identificação de gênero com base na filogenética. e o mais recente, elaborado por Lorenzi , para identificação de famílias segundo o novo sistema de classificação APG II.
 Exemplo de chave para identificação de gênero seguindo o modelo de Cronquist:
Família Crassulaceae DC.
1. Cálice tubuloso.....................................................................................Bryophyllum Salib.
1“ Cálice não tubuloso........................................................................................2
 2. Pétalas concrescidas entre si
 3. Até quatro pétalas; mais de cinco estames.................................Kalanchoe Adams.
 3”. Sem o conjunto de caracteres
 4. Folhas opostas ou verticiladas......................................................Cotyledom L.
 4” Folhas alternas.............................................................................Echeveria DC. 
 2” Pétalas livres entre si
 5. Pétalas membranáceas
 6. Até cinco estames..........................................................................Cotyledom L.
 6” Mais de cinco estames...............................................................Sedun Adans.
 5” Pétalas carnosas............................................................................ Echeveria DC. 
→ Tipos Nomeclaturais – A aplicação do nomes aos grupos taxonômicos, é realizado através de tipos nomeclaturais. Estes fazem parte dos princípios formulados pelo Código Internacional de Botânica.
Holótipo – espécime eleito e citado pelo autor de uma espécie nova, na descrição original;
Neótipo – espécime eleito para substituir o holótipo, no caso deste ter sido perdido ou destruído;
Isótipo – espécime duplicata;
Lectótipo – espécime eleita para representar o padrão (tipo) de uma espécie em que o autor, na descrição original, não elegeu o holótipo.
Sintipo – conjunto de espécimes usado pelo autor de uma espécie nova, na descrição original.
Parátipo – espécime citado pelo autor de uma espécie nova, na descrição original, juntamente com o holótipo.

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