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Fundamentos de Ecologia Ecossistema e Biodiversidade - Texto Complementar

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Texto Complementar 
 
Disciplina: Fundamentos de Ecologia: Ecossistema e Biodiversidade 
Professor: Claudia Ferreira dos Santos Ruiz Figueiredo 
 
 
Efeito Estufa e Aquecimento Global 
O efeito estufa é um fenômeno natural e possibilita a vida humana na Terra. 
Parte da energia solar que chega ao planeta é refletida diretamente de volta ao espaço, 
ao atingir o topo da atmosfera terrestre - e parte é absorvida pelos oceanos e pela superfície da 
Terra, promovendo o seu aquecimento. Uma parcela desse calor é irradiada de volta ao espaço, 
mas é bloqueada pela presença de gases de efeito estufa que, apesar de deixarem passar a 
energia vinda do Sol (emitida em comprimentos de onda menores), são opacos à radiação 
terrestre, emitida em maiores comprimentos de onda. Essa diferença nos comprimentos de onda 
se deve às diferenças nas temperaturas do Sol e da superfície terrestre. 
De fato, é a presença desses gases na atmosfera o que torna a Terra habitável, pois, caso 
não existissem naturalmente, a temperatura média do planeta seria muito baixa, da ordem de 
18ºC negativos. A troca de energia entre a superfície e a atmosfera mantém as atuais condições, 
que proporcionam uma temperatura média global, próxima à superfície, de 14ºC. 
Normalmente o termo efeito estufa é utilizado com uma conotação negativa, indicando 
que algo de errado está acontecendo com a atmosfera. No entanto, a vida na terra só é possível 
por causa desse efeito. Para se ter uma idéia da importância do efeito estufa, pode-se comparar 
a Terra e a Lua. Enquanto a camada de ar que envolve a Terra se mantém entre extremos 
aproximados de -10ºC e 50ºC, a Lua, que até onde sabemos não possui seres vivos, apresenta 
extremos de -150ºC a noite e 100ºC na superfície exposta ao Sol. 
Estas diferenças existem a despeito do fato de que ambos os corpos celestes se 
encontrarem à mesma distância do sol. Estas diferenças existem porque a terra possui uma 
camada de gases capazes de absorver parte da radiação emitida pelo Sol. De toda a radiação 
que chega à Terra, apenas a luz visível e parte das ondas de rádio atingem a superfície da terra 
sem interferência, enquanto a luz ultravioleta é absorvida na estratosfera, provocando seu 
aquecimento. A energia absorvida faz com que as moléculas de certos gases vibrem, promovendo 
produção de calor o qual em parte acaba sendo reemitido para o espaço e em parte é responsável 
pela manutenção dos sistemas vivos na superfície terrestre. Este é o efeito estufa benéfico, sem 
o qual a vida na Terra seria impossível. 
Quando existe um balanço entre a energia solar incidente e a energia refletida na forma 
de calor pela superfície terrestre, o clima se mantém praticamente inalterado. Entretanto, o 
balanço de energia pode ser alterado de várias formas: (1) pela mudança na quantidade de 
energia que chega à superfície terrestre; (2) pela mudança na órbita da Terra ou do próprio Sol; 
(3) pela mudança na quantidade de energia que chega à superfície terrestre e é refletida de volta 
ao espaço, devido à presença de nuvens ou de partículas na atmosfera (também chamadas de 
aerossóis, que resultam de queimadas, por exemplo); e, finalmente, (4) graças à alteração na 
 
quantidade de energia de maiores comprimentos de onda refletida de volta ao espaço, devido a 
mudanças na concentração de gases de efeito estufa na atmosfera. 
Essas mudanças na concentração de gases de efeito estufa na atmosfera estão 
ocorrendo em função do aumento insustentável das emissões antrópicas desses gases. 
As emissões de gases de efeito estufa ocorrem praticamente em todas as atividades 
humanas e setores da economia: na agricultura, por meio da preparação da terra para plantio e 
aplicação de fertilizantes; na pecuária, por meio do tratamento de dejetos animais e pela 
fermentação entérica do gado; no transporte, pelo uso de combustíveis fósseis, como gasolina e 
gás natural; no tratamento dos resíduos sólidos, pela forma como o lixo é tratado e disposto; nas 
florestas, pelo desmatamento e degradação de florestas; e nas indústrias, pelos processos de 
produção, como cimento, alumínio, ferro e aço, por exemplo. Quando se fala do lado mau do 
efeito estufa quer-se dizer que o aumento artificial, e desproporcionalmente rápido na 
concentração de certos gases que provocam este efeito. 
Gases de efeito estufa 
Os gases de efeito estufa (GEE), além de duas famílias de gases, são regulados pelo 
Protocolo de Quioto, entre eles temos: 
 O dióxido de carbono (CO2) é o mais abundante dos GEE, sendo emitido como resultado de 
inúmeras atividades humanas como, por exemplo, por meio do uso de combustíveis fósseis 
(petróleo, carvão e gás natural) e também com a mudança no uso da terra. A quantidade de 
dióxido de carbono na atmosfera aumentou 35% desde a era industrial, e este aumento deve-se 
a atividades humanas, principalmente pela queima de combustíveis fósseis e remoção de 
florestas. O CO2 é utilizado como referência para classificar o poder de aquecimento global dos 
demais gases de efeito estufa; 
 O gás metano (CH4) é produzido pela decomposição da matéria orgânica, sendo encontrado 
geralmente em aterros sanitários, lixões e reservatórios de hidrelétricas (em maior ou menor grau, 
dependendo do uso da terra anterior à construção do reservatório) e também pela criação de 
gado e cultivo de arroz. Com poder de aquecimento global 21 vezes maior que o dióxido de 
carbono; 
 O óxido nitroso (N2O) cujas emissões resultam, entre outros, do tratamento de dejetos animais, 
do uso de fertilizantes, da queima de combustíveis fósseis e de alguns processos industriais, 
possui um poder de aquecimento global 310 vezes maior que o CO2; 
 O hexafluoreto de enxofre (SF6) é utilizado principalmente como isolante térmico e condutor de 
calor; gás com o maior poder de aquecimento, é 23.900 vezes mais ativo no efeito estufa do que 
o CO2; 
 Família dos fluorcarbonetos, como: O hidrofluorcarbonos (HFCs), utilizados como substitutos dos 
clorofluorcarbonos (CFCs) em aerossóis e refrigeradores; não agridem a camada de ozônio, mas 
têm, em geral, alto potencial de aquecimento global (variando entre 140 e 11.700); 
 Os perfluorcarbonos (PFCs) são utilizados como gases refrigerantes, solventes, propulsores, 
espuma e aerossóis e têm potencial de aquecimento global variando de 6.500 a 9.200. 
Os hidrofluorcarbonos e os perfluorcarbonos pertencem à família dos halocarbonos, todos 
eles produzidos, principalmente, por atividades antrópicas. 
Aquecimento global 
 
Embora o clima tenha apresentado mudanças ao longo da história da Terra, em todas as 
escalas de tempo, percebe-se que a mudança atual apresenta alguns aspectos distintos. Por 
exemplo, a concentração de dióxido de carbono na atmosfera observada em 2005 excedeu, e 
muito, a variação natural dos últimos 650 mil anos, atingindo o valor recorde de 379 partes por 
milhão em volume (ppmv) - isto é, um aumento de quase 100 ppmv desde a era pré-industrial. 
Outro aspecto distinto da mudança atual do clima é a sua origem: ao passo que as 
mudanças do clima no passado decorreram de fenômenos naturais, a maior parte da atual 
mudança do clima, particularmente nos últimos 50 anos, é atribuída às atividades humanas. 
A principal evidência dessa mudança atual do clima é o aquecimento global, que foi 
detectado no aumento da temperatura média global do ar e dos oceanos, no derretimento 
generalizado da neve e do gelo, e na elevação do nível do mar, não podendo mais ser negada. 
Atualmente, as temperaturas médias globais de superfície são as maiores dos últimos 
cinco séculos, pelo menos. A temperatura média global de superfície aumentou cerca de 0,74ºC, 
nos últimos cem anos. Caso não se atue neste aquecimentode forma significativa, espera-se 
observar, ainda neste século, um clima bastante incomum, podendo apresentar, por exemplo, um 
acréscimo médio da temperatura global de 2ºC a 5,8°C, segundo o Relatório do Painel 
Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). 
Este cenário de mudanças climáticas já ocorreu diversas vezes em nosso planeta e dados 
obtidos a partir de registros fósseis, indicam que houve grandes mudanças no conjunto de seres 
vivos do planeta (ou seja, na biodiversidade). Os maiores focos de diversidade biológica em nosso 
planeta encontram-se nas regiões costeiras e nas regiões que abrigam florestas tropicais. A 
biodiversidade marinha e costeira forma um conjunto mais amplo de biomas do planeta, cobrindo 
cerca de 71% da superfície terrestre. As regiões costeiras estão entre os ecossistemas naturais 
mais produtivos (estuários, lagunas, recifes de coral etc). A diversidade biológica marinha é 
comparável às florestas tropicais terrestres. Alguns autores inclusive comparam os biomas 
marinhos com o terrestre dizendo que o primeiro é equivalente a uma floresta tropical submersa. 
Em um cenário onde o aumento nos gases do efeito estufa provoquem de mudanças 
ambientais muito rápidas, o aquecimento das águas degradaria os ecossistemas marinhos, 
afetando diversas espécies de diferentes formas. As alterações nos níveis do mar com uma 
frequência mais rápida do que muitos dos biomas poderiam suportar, provocariam estresse em 
muitos dos organismos sensíveis à temperatura, tais como os corais, causando a morte e 
favorecendo o estabelecimento de doenças. Com a perda dos corais por exemplo, várias 
comunidades que vivem a eles associadas e/ou deles dependem e incluem um grande número 
de espécies animais e vegetais, correriam o risco de desaparecer, Isto porque não teriam tempo 
para se adaptar às novas condições climáticas. O efeito estufa gerado por atividade humana pode 
levar à perda de espécies e portanto à diminuição da biodiversidade. 
No caso das florestas tropicais, e efeito seria muito similar, mas por vias distintas. No 
ambiente terrestre, uma das alterações mais importantes seria na distribuição da água na 
superfície, determinada pelos movimentos de massa de ar. Há previsões que indicam aumentos 
de temperatura na Região Amazônica da ordem de 3 a 8ºC associadas com uma diminuição 
significativa na precipitação. Essas previsões sugerem que algumas regiões da Amazônia 
poderiam apresentar clima similar ao de um deserto. Como nos ecossistemas marinhos, se no 
ambiente terrestre as mudanças forem excessivamente rápidas, várias espécies não 
conseguiriam migrar com rapidez suficiente para encontrar um ambiente adequado para sua 
adaptação. Essas espécies correm, portanto, o risco de desaparecer, o que novamente significa 
 
perda de diversidade biológica. Alguns autores acreditam que os efeitos mais drásticos nas 
florestas seriam sobre as árvores, pois muitas apresentam ciclo de vida longo e estão muito bem 
adaptadas. Espécies com essas características, não teriam tempo de encontrar um novo habitat. 
Assim, o principal mecanismo de perda de diversidade biológica seria a perda de habitats gerada 
pelo desaparecimento de certas espécies e consequentemente de várias das espécies 
associadas à primeira. 
Por outro lado, quando se fala do lado mau do efeito estufa quer-se dizer que o aumento 
artificial, e desproporcionalmente rápido na concentração de certos gases que provocam este 
efeito (como o CFC, óxido nítrico, ozônio e o CO2, por exemplo) vem provocando um aumento 
de temperatura da atmosfera. Isto pode provocar mudanças climáticas significativas para a 
manutenção da vida como a conhecemos. De acordo com simulações de computador, alterações 
de temperatura que para nós são relativamente pequenas (p.ex. 1 ou 2 graus centígrados a mais 
na média mundial) poderão produzir alterações climáticas drásticas, devido principalmente à 
possibilidade de descongelamento de parte da água que se encontra em forma de gelo nos pólos. 
A presença de maior proporção de água líquida na atmosfera não somente aumentaria os 
níveis de água nos oceanos, mas também faria com que os regimes de chuvas de várias regiões 
se alterassem. Paralelamente, os próprios efeitos do aumento de temperatura fariam com que os 
movimentos de massas de ar também se alterassem e inclusive influenciassem os regimes de 
chuvas. Este cenário de mudanças climáticas já ocorreu diversas vezes em nosso planeta e 
dados obtidos a partir de registros fósseis, indicam que houve grandes mudanças no conjunto de 
seres vivos do planeta (ou seja, na biodiversidade). 
Os maiores focos de diversidade biológica em nosso planeta encontram-se nas regiões 
costeiras e nas regiões que abrigam florestas tropicais. 
A biodiversidade marinha e costeira forma um conjunto mais amplo de biomas do planeta, 
cobrindo cerca de 71% da superfície terrestre. As regiões costeiras estão entre os ecossistemas 
naturais mais produtivos (estuários, lagunas, recifes de coral etc). A diversidade biológica marinha 
é comparável às florestas tropicais terrestres. Alguns autores inclusive comparam os biomas 
marinhos com o terrestre dizendo que o primeiro é equivalente a uma floresta tropical submersa. 
Em resumo, os estudos sobre base científica da mudança do clima, considera o 
aquecimento global um fenômeno inequívoco e, muito provavelmente, causado pelas atividades 
antrópicas. A comunidade científica tem tido um papel importante para subsidiar os países em 
sua tomada de decisão, fornecendo projeções da mudança do clima sob diferentes cenários 
futuros, dentro de margens de erro aceitáveis, indicando desafios e apontando oportunidades. 
Fonte: Disponível em: 
1) Efeito estufa e o aquecimento global. Ministério do Meio Ambiente. Disponível em: < 
http://www.mma.gov.br/informma/item/195-efeito-estufa-e-aquecimento-global > 
2) Efeito estufa e a biodiversidade. Instituto de Biociências. Disponível em: < 
http://felix.ib.usp.br/pessoal/marcos/minhaweb5/schedule.htm > 
 
Questões para reflexão: 
 
1) Porque dizemos que sem o efeito estufa seria impossível a vida na Terra? 
A presença de gases na atmosfera é o que torna a Terra habitável, pois, caso não existissem 
naturalmente, a temperatura média do planeta seria muito baixa, da ordem de 18ºC negativos. A 
 
troca de energia entre a superfície e a atmosfera mantém as atuais condições, que proporcionam 
uma temperatura média global, próxima à superfície, de 14ºC. 
 
2) Quais os principais gases do efeito estufa prejudiciais a vida na Terra? 
Os principais gases do efeito estufa maléfico são: gás carbônico (CO2)., gás metano (CH4), óxido 
nitroso (N2O), hexafluoreto de enxofre (SF6 ), e os fluorcarbonos. 
 
3) Por que alguns autores comparam os biomas marinhos com o terrestre, dizendo que 
o primeiro é equivalente a uma floresta tropical submersa? 
Os maiores focos de diversidade biológica em nosso planeta encontram-se nas regiões costeiras 
e nas regiões que abrigam florestas tropicais. A biodiversidade marinha e costeira forma um 
conjunto mais amplo de biomas do planeta, cobrindo cerca de 71% da superfície terrestre. As 
regiões costeiras estão entre os ecossistemas naturais mais produtivos (estuários, lagunas, 
recifes de coral etc). Sendo assim, a diversidade biológica marinha seria comparável às florestas 
tropicais terrestres.