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IBMR Laureate International Curso de Fisioterapia Disciplina: Práticas em Fisioterapia III Profa. Ana Cristina Machado Leão novembro/2018 Avaliação de Reflexos Avaliação de reflexos Resposta involuntária, automática a um estímulo sensorial específico Podem ser indicação mais precoce de alterações na função neurológica Não dependem da atenção, cooperação e inteligência do paciente Impulsos aferentes com origem em órgão sensorial => resposta em órgão efetor Órgão sensitivo + neurônios aferente + sinapse(s) do SNC + neurônio eferente + efetor Reflexos simples Fibra aferente entra no SNC Ramos colaterais a células em níveis superiores e inferiores do mesmo lado Ativação do agonista + inativação do antagonista Componentes segmentares: centro reflexo local (medula e tronco encefálico) Componentes supra-segmentares: vias descendentes centrais que controlam a modulam a atividade segmentar Reflexos complexos Fibra aferente entra no SNC Ramos colaterais a células em níveis superiores e inferiores do mesmo lado e lado oposto Ativação do agonista + inativação do antagonista + reflexo de extensão cruzada Reflexos Estímulos mais fortes causam excitação de um maior número de neurônios: fenômeno da irradiação Duas respostas reflexas básicas: flexão e extensão Flexão ou nociceptivo: encontrado em todos os vertebrados. Função de proteger a integridade do organismo contra estímulos nocivos Extensão ou miotático: objetivo de estender a articulação, manter o indivíduo em posição antigravitacional Funções primordiais dos reflexos motores: proteção contra estímulos nocivos e regulação postural Reflexos Reflexos (Sherrington): Superficiais (nociceptivos): polissinápticos Profundos (tendinosos, miotáticos): monossinápticos, arco reflexo simples Visceroceptivos Reflexos profundos Reflexos profundos Alongamento súbito do músculo => distensão do fuso muscular => impulsos através do aferentes primários do fuso até a medula espinhal => sinapse direta com motoneurônios alfa que inervam o músculo => contração Função protetora Reflexos extensores nos membros inferiores são mais fortes do que os flexores: antigravitacionais, manutenção da postura de pé Reflexos profundos Como testar… Uso de martelo para percutir o tendão ligado ao músculo avaliado + golpe súbito Sem dor! Dor pode alterar a resposta Paciente relaxado, em posicionamento confortável, atenção desviada quando possível, posição simétrica das extremidades Posicionamento de uma das mãos do examinador sobre o músculo para sentir respostas fracas Reflexos profundos Como interpretar a resposta… Velocidade Vigor da resposta Limite de movimento Duração da contração Reflexos profundos Respostas alteradas… Hiporreflexia = doença do neurônio motor inferior Hiperreflexia = doença do neurônio motor superior Reflexos profundos: como reforçar a resposta Manobra de Jendrassik (curta duração: 1 a 6s) Segurar firmemente o braço da cadeira ou do examinador Olhar para o teto Tossir Respirar fundo Estímulo doloroso em outra região do corpo Contração leve do músculo testado Reflexos profundos Principais reflexos testados: Bíceps Tríceps Braquiorradial Quadríceps Aquiliano Reflexos superficiais ou cutâneos Reflexos superficias ou cutâneos Respostas à estimulação da pele ou mucosas Evocados por estímulo na pele superficial, toque leve ou arranhão Resposta na área estimulada Reflexos polissinápticos: resposta mais lenta, maior latência e fadigam mais rapidamente do que os profundos Abolidos em lesão corticoespinhal: reflexos profundos aumentados e superficiais abolidos = indicador precoce e sensível Reflexo para a prática: cutâneo-abdominal Prática: Reflexos profundos Reflexo bicipital Inervação C5-C6, nervo músculo-cutâneo Braço relaxado, cotovelo flexionado e em ligeira pronação Dedo do examinador sobre o tendão do bíceps do paciente Martelo de reflexo sobre o dedo do examinador Resposta normal: contração do bíceps, flexão do cotovelo e supinação Hiperreflexia: zona reflexogênica aumentada (possivelmente até a clavícula), flexão associada de punho e dedos e adução do polegar) DeJong 38.3 Reflexo tricipital Inervação C7-C8, nervo radial Braço relaxado, cotovelo flexionado cruzando o braço oposto ou a mão do examinador Bater sobre o tendão do tríceps acima de sua inserção no processo do olécrano da ulna Resposta normal: contração do tríceps, extensão do cotovelo e supinação Hiperreflexia: zona reflexogênica aumentada DeJong 38.4 Reflexo patelar Inervação L2-L4, nervo femoral Paciente sentado sobre mesa alta e membros inferiores pendentes OU sobre cadeira, com MIs em ligeira extensão e calcanhares sobre o solo OU deitado com joelho levemente fletido apoiado na mão do examinador Bater sobre o tendão patelar Resposta normal: contração do quadríceps e extensão do joelho Hiperreflexia: extensão exagerada DeJong 38.8-9 Reflexo aquileu/aquiliano/do tornozelo Inervação S1-S2, nervo ciático/tibial Paciente sentado ou deitado com quadril em rotação externa e abdução e joelho flexionado OU com MIs cruzados Mão do examinador provoca leve dorsiflexão (posição neutra da articulação) Bater sobre o tendão calcâneo Resposta normal: flexão plantar do tornozelo Hiperreflexia: zona reflexogênica aumentada: região plantar ou face anterior do tornozelo DeJong 38.12 Respostas alteradas Observar a simetria das respostas = respostas normais são simétricas Comparar a intensidade com outras partes do corpo Ex: Paciente apresenta resposta +1 para reflexo bicipital à esquerda e +2 para o mesmo reflexo à direita Paciente com resposta +1 para reflexo bicipital bilateralmente Respostas alteradas: hiporreflexia Hiporreflexia => resultado de doença do neurônio motor inferior Resposta de diminuída ou lenta a ausência total Pode ser necessário aumento na intensidade do estímulo para obter a resposta Causada por: alteração na alça aferente (nervo sensorial, raiz posterior ou gânglio da raiz dorsal); ou na alça eferente (alteração no nervo periférico, na junção neuromuscular ou no músculo) Ocorre também em: coma profundo, sedação, choque espinhal e cerebral, anestesias Atenção para músculo espástico ou contraturado: ausência de movimento! Lesões cerebelares: diminuição ou ausência dos reflexos, movimentos pendulares amplos = por hipotonia e ausência de influência restritiva entre grupos musculares Respostas alteradas: hiperreflexia Hiperreflexia = doença do neurônio motor superior Latência diminuída, maior velocidade e vigor da resposta, maior limite de movimento, menor limiar de estímulo, maior zona reflexogênica, maior período de contração muscular Clônus Ocorre em: lesão do sistema córticoespinhal Causada por: Lesão em qualquer ponto do córtex motor ao segmento imediatamente acima da origem do arco reflexo => espasticidade + hiperreflexia Reflexos flexores aumentados em MSs e extensores em Mis Em lesão extrapiramidal: reflexos levemente aumentados, depende do nível de tônus, rigidez pode confundir a resposta Padrões reflexos em diferentes distúrbios neurológicos DeJong 38.3 Respostas alteradas Considerações: Arreflexia em indivíduos normais pode não ter relevância clínica Em indivíduos normais: reflexos simétricos Fraqueza + reflexos alterados Fraqueza + hiporreflexia = doença do neurônio motor inferior Fraqueza + hiperreflexia = doença do neurônio motor superior Prática: Reflexos superficiais ou cutâneos Reflexo cutâneo-abdominal Inervação T6-T12 Paciente em DD, dividira parede abdominal em quatro quadrantes, através do umbigo Arranhar com objeto rombo dentro de cada quadrante em direção ao umbigo Resposta normal: contração rápida e leve dos músculos abdominais (desvio da cicatriz umbilical) Arreflexia: lesão de neurônio motor superior ou de raízes T6-T12 => uni ou bilateral Quadrantes superiores: Lesão T7-T10, nervos intercostais Quadrantes inferiores: Lesão T10-12, nervos intercostais, ílio-hipogástrico e ilioinguinal DeJong 39.1 Prática: Reflexos patológicos Reflexo plantar/Babinski Reflexo primitivo de flexão, padrão de movimento para evitar estímulos nociceptivos Inervação L5-S1, nervo ciático/tibial Paciente em DD, MIs em extensão Estímulo plantar com objeto rombo, iniciando pela borda lateral, do calcanhar para cima e em sentido medial Resposta normal: flexão dos artelhos ou retirada do membro Resposta patológica: extensão hálux e dos artelhos, com separação em “leque” = resposta positiva = Principal indicativo de doença corticoespinhal DeJong 39.2/40.1 Reflexo de Hoffman Inervação C8-T1, nervos mediano e ulnar Mão relaxada, punho estendido e dedos flexionados Examinador segura o dedo médio do paciente, comprime, força flexão súbita e libera Relevância clínica quando muito ativos ou assimétricos Resposta normal: resposta leve ou ausente Resposta patológica: flexão do indicador + adução do polegar DeJong 40.5 Clônus Acompanha espasticidade, reflexos profundos hiperativos => lesão corticoespinhal Comum em tornozelo e punho Contrações musculares rítmicas involuntárias por distensão passiva súbita de um músculo ou tendão Resposta normal: resposta não prolongada, esgotável ou ausente, simétrica em tônus levemente aumentado Resposta patológica: prolongado, limiar baixo Referências bibliográficas DeJong: O Exame Neurológico. Campbell, W.W. (capítulos 37-40) Brain Facts. Society for Neuroscience, 2012
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