Buscar

DIREITO CIVIL IV

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 4 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

DIREITO CIVIL IV:
DIREITOS REAIS
AULA 11
– CONDOMÍNIO PROFESSORA: Carina de Oliveira Soares 1. NOÇÕES GERAIS: REGRA GERAL: o direito de propriedade é dotado de exclusividade (a mesma coisa não pode pertencer com exclusividade e simultaneidade a duas ou mais pessoas). EXCEÇÃO: No entanto, é possível o exercício simultâneo da propriedade por duas ou mais pessoas CONDOMÍNIO CONDOMÍNIO: - É a copropriedade. - São duas ou mais pessoas exercendo, ao mesmo tempo, o mesmo direito de propriedade. Há uma pluralidade de sujeitos Há uma unicidade de objeto um mesmo direito sobre a mesma coisa. Simbolicamente representando: O condomínio SUBJETIVAMENTE = é comunhão O condomínio OBJETIVAMENTE = é indivisão Todos os condôminos exercem os seus direitos sobre o todo, independentemente da sua quota. No condomínio haverá: QUALITATIVAMENTE: uma igualdade QUANTITATIVAMENTE: um diferença (cada um terá seu próprio quinhão). O condomínio tende à extinção: Todo condomínio é fonte de conflitos (2 ou + pessoas exercendo um mesmo direito). Por isso, para evitar o conflito, o CC/02 colabora para a extinção do condomínio. 2. ESPÉCIES DE CONDOMÍNIO: A) CONDOMÍNIO COMUM/TRADICIONAL: Exercício simultâneo do direito de propriedade por duas ou mais pessoas. B) CONDOMÍNIO EDILÍCIO: Forma especial de condomínio. É um mix de propriedade comum e propriedade individual. 3. CONDOMÍNIO COMUM/TRADICIONAL - Art. 1.314 a 1.330: 3.1 GENERALIDADES: É o exercício simultâneo do direito de propriedade por duas ou mais pessoas. É a copropriedade. 3.2 ESPÉCIES DE CONDOMÍNIO COMUM: A) CONDOMÍNIO LEGAL: - Decorre da lei B) CONDOMÍNIO VOLUNTÁRIO: - Decorre de um ato de vontade. 3.3 DIREITOS DOS CONDÔMINOS: O CC/02 estabelece direitos que serão reconhecidos aos condôminos: I) Direito de uso e fruição da coisa como um todo, independentemente da sua fração ideal/quotaparte/quinhão condominial. # É possível falar em usucapião por um condômino da coisa condominial? - Regra geral: não pode - Exceção: STJ, Resp. 10,978/RJ. II) Possibilidade de defesa da coisa condominial como um todo, independentemente da sua fração ideal. - Poderá se defender: - contra terceiros - contra o outro condômino. ATENÇÃO: - Em relação a terceiros: cada condômino pode se valer de: *AÇÃO POSSESSÓRIA; *AÇÃO REIVINDICATÓRIA. - Em relação ao outro condômino: cada condômino só pode se valer de AÇÃO POSSESSÓRIA (não caberá ação reivindicatória porque o outro condômino é também proprietário). III) Direito de voto nas deliberações sobrea coisa condominial. - O direito de voto será proporcional ao seu quinhão. - O direito de voto está condicionado ao adimplemento das cotas condominiais (função social da propriedade). IV) Direito de preferência, na hipótese de destinação à locação. - Cada condômino terá preferência. V) Direito de alienar ou onerar a sua fração ideal. No que diz respeito à alienação ou oneração da coisa condominial (o bem como um todo): será necessário o consentimento de todos [POIS TODOS SÃO PROPRIETÁRIOS] O condômino que se objetar à alienação/oneração imotivadamente: cabe suprimento judicial (evitar o abuso de direito). No que diz respeito à alienação ou oneração da quota condominial: não se exige o consentimento de todos, bastando a vontade do titular [POIS CADA UM ADMINISTRA O SEU PATRIMÔNIO] Em se tratando de alienação onerosa: o CC/02 exige o respeito ao direito de preferência. - Art. 504, CC/02 - CUIDADO: o direito de preferência não se aplica na alienação gratuita e na oneração. # Como se garante o direito de preferência? - CC/02 não traz regras. - Aplica-se, por analogia, a Lei 8.245/91 (lei de locações). O direito de preferência será dado por meio de notificação (judicial/extrajudicial): o condômino que pretende alienar onerosamente a sua quota parte deverá notificar os demais condôminos – prazo mínimo de 30 dias. # Como se resolve o concurso de preferências? Mais de um condômino quer exercer o direito de preferência: 1º Preferência: aquele que tiver maior volume de benfeitorias (função social da propriedade); 2º Não tendo benfeitorias ou sendo elas do mesmo volume – Preferência: quem tiver o maior quinhão. 3º Todos têm o mesmo quinhão – Preferência: quem oferecer a melhor proposta. # PROBLEMA: se condômino alienar onerosamente sem respeitar o direito de preferência Consequência: mera ineficácia do negócio, em relação ao condômino preterido. Ou seja, a venda é válida e eficaz em relação a terceiros. A venda só não produzirá efeitos em relação ao
ao condômino preterido. - O prejudicado disporá do prazo decadencial de 180 dias, a contar do conhecimento da venda, para ajuizar AÇÃO DE ADJUDICAÇÃO COMPULSÓRIA: depositar o valor do negócio + adquirir a propriedade da coisa. 3.4 DEVERES DOS CONDÔMINOS: I) Respeitar a finalidade da coisa condominial; II) Não conceder o uso ou a fruição a terceiros, sem o consentimento dos demais condôminos; III) Responsabilidade pelos frutos colhidos isoladamente; - Teoria da gravitação: o acessório segue o principal. - Os frutos são acessórios. - Os frutos de um bem comum serão comuns. - Os frutos de um bem comum serão partilhados proporcionalmente ao quinhão de cada um. - Se colhe frutos isoladamente = será obrigado a partilhá-los com os demais condôminos. IV) Responsabilidade proporcional pelo rateio das despesas comuns - O rateio será proporcional à fração ideal de cada um (quem tem fração ideal maior = contribui mais). 3.5 EXTINÇÃO DO CONDOMÍNIO: O condomínio voluntário nasce para se extinguir: temporariedade. (Sobre o condomínio legal não incide essa extinção necessária). O condomínio é fonte de conflitos, por isso, tende a se extinguir. Todo condômino tem direito de requerer a DIVISÃO da coisa comum, a qualquer tempo (art. 1.320). AÇÃO DE DIVISÃO: - Procedimento especial; - Juiz promoverá a divisão da coisa comum pelas regras da partilha sucessória ATENÇÃO: As partes podem estabelecer a indivisibilidade da coisa comum, temporariamente: prazo máximo de 5 anos, renovável uma única vez. Durante o período da indivisibilidade: somente será possível requerer a divisão da coisa comum se houver justa causa indicada e provada. Não sendo possível a divisão do bem – será caso de alienação judicial do bem. AÇÃO DE ALIENAÇÃO: - É residual; - STJ (Resp. 791.147/SP): só é possível requerer a alienação judicial da coisa se não for possível a divisão. - Na ação de alienação judicial os condôminos terão direito de preferência, em relação a terceiros. O condômino deverá oferecer a mesma proposta que o terceiro. Se mais de um condômino quiser exercer o direito de preferência: 1º Maior número de benfeitorias; 2º Maior quinhão; 3º Melhor proposta.
DIREITO CIVIL IV: DIREITOS REAIS AULA 10 – TEMA: AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL PROFESSORA: Carina de Oliveira Soares 1. OCUPAÇÃO: (Art. 1.263) Quando alguém se apodera de coisa alheia móvel que não tem proprietário (res nullius e res derelictae). - É forma originária de aquisição de propriedade. - Ocupação X Descoberta (art. 1.233) A descoberta é encontrar coisa alheia móvel perdida (res amissa). A descoberta, diferente da ocupação, como regra, não gera aquisição de propriedade (dever que tem o descobridor de restituir a coisa ao dono ou ao legítimo possuidor). I) Aquele que encontrou a coisa perdida está obrigado a restituí-la (assume a obrigação de entregar). II) Se ele não souber quem é o titular da coisa: deverá restituir à autoridade policial (que empreenderá esforços para localizar o titular). III) Se o titular não for localizado: a coisa fica para o Poder Público. Nesse caso, o descobridor terá direito: A) A um recompensa: achádego (arbitrada pelo juiz: no mínimo 5% sobre o valor da coisa). B) Indenização pelas despesas com a manutenção da coisa EXCEÇÕES: Hipóteses em que o descobridor adquirirá a propriedade da coisa descoberta: i) Quando não localizado o proprietário, o Poder Público não tiver interesse na coisa (nos casos em que a coisa descoberta seja de pequeno valor – art. 1.237, parágrafo único). ii) Quando, localizado o proprietário, ele renunciar o bem em favor do descobridor.2. ACHADO DE TESOURO: (Arts. 1.264 a 1.266) Encontrar o depósito antigo de coisas preciosas, oculto e cujo dono não haja memória. - É forma originária de aquisição de propriedade. REGRAS: i) Se o proprietário do prédio achar o tesouro: o tesouro pertencerá por inteiro ao proprietário. ii) Se o tesouro for encontrado em pesquisa que o proprietário ordenou ou por terceiro não autorizado: o tesouro pertencerá por inteiro ao proprietário. iii) Se alguém encontrar o tesouro em prédio alheio: será dividido por igual entre o proprietário do prédio e a pessoa que achar o tesouro casualmente. 3. TRADIÇÃO: (Art. 1.267 e 1.268) O contrato, por si só, não transfere a propriedade = gera apenas obrigações. Logo, a aquisição da propriedade do bem móvel só ocorrerá se lhe seguir a tradição. A tradição pode ser: i) REAL ii) SIMBÓLICA iii) FICTA ATENÇÃO: Tradição FICTA Subentende-se a tradição: - Quando o alienante continua a possuir pelo constituto possessório; - Quando o adquirente já está na posse da coisa, por ocasião do negócio jurídico (traditio brevi manu) Tradição a non domino: feita por quem não é proprietário. - Consequência: não transmite a propriedade. - EXCEÇÃO: Teoria da Aparência i) Coisa oferecida ao público Em leilão; OU Em estabelecimento comercial ii) Adquirente de boa fé iii) Coisa transferida em circunstâncias tais que, ao adquirente de boa fé, como a qualquer pessoa, o alienante se afigurar dono. 4. USUCAPIÃO DE BENS MÓVEIS: (Art. 1.260 a 1262) - É forma originária de aquisição de propriedade. I) Usucapião Ordinária: Boa fé; Justo título; Contínua e incontestadamente; Prazo: 3 anos. II) Usucapião Extraordinária: Boa fé/ má fé; Independe de justo título; Prazo: 5 anos. POLÊMICA: possibilidade de usucapião de bens móveis furtados ou roubados. 1c) Não é possível: O criminoso não pode usucapir: a prescrição do crime é maior do que a prescrição aquisitiva (usucapião). O adquirente de má fé não pode usucapir: crime de receptação (art. 180, CP). CIVIL. POSSE. CONCEITO. USUCAPIÃO DE BEM MÓVEL FURTADO. CONDIÇÃO SUSPENSIVA. 1. A posse mantém, salvo prova em contrário, o mesmo caráter com que foi adquirida. E é indispensável a presença de pelo menos o exercício de um dos poderes inerentes ao domínio ou à propriedade para que se caracterize a existência da posse. 2. O ladrão não adquire a posse da coisa, porquanto posse constitui a exteriorização da propriedade; é agir como se dono fosse. É agir erga omnes de cabeça erguida, como quem nada teme ou deve. O uso escondido, escorado por artifícios documentais e mediante fraude, não faz gerar a posse. 3. Enquanto o titular do domínio não tem efetivo conhecimento de onde ou com quem se encontra a coisa subtraída, ou por qualquer outro motivo juridicamente relevante não pode exercer o seu direito de sequela, é de se considerar presente a condição suspensiva hábil a impedir a contagem do prazo prescricional. Apelação provida. Unânime (TJ-DF - AC: 3486095 DF , Relator: VALTER XAVIER, Data de Julgamento: 04/09/1995, 1ª Turma Cível, Data de Publicação: DJU 31/10/1995 Pág. : 16.126) 2C) É possível: Direito civil e Direito penal são instâncias independentes; RECURSO DE APELAÇÃO. USUCAPIÃO. BEM MÓVEL. VEÍCULO AUTOMOTOR FURTADO. POSSE SUPERIOR A CINCO ANOS. ARTIGOS 619 DO CC. JUSTO TÍTULO. BOA FÉ. ANIMUS DOMINI RECONHECIMENTO DA AQUISIÇAO DO DOMÍNIO PELA POSSE DECLARADA. RECURSO PROVIDO. SENTENÇA REFORMADA. Consoante construção pretoriana predominante, a posse inconteste de veículo, mesmo furtado, por mais de cinco anos, conduz à sua aquisição por usucapião, dispensada até mesmo a prova de título ou da boa-fé, se o animus domini restou comprovado por seus atos de utilização do bem durante todo esse tempo como se seu fosse, inteligência do art. 619, do Código Civil (atual art. 1.261). STJ, RECURSO ESPECIAL Nº 1.221.250 - MT (2010/0196955-9) E o adquirente de boa fé? - A jurisprudência admite a possibilidade de o adquirente de boa fé usucapir o bem. CASO CONCRETO 8 Adriano, contumaz receptador de veículos furtados, adquiriu um veículo Honda em janeiro de 2006, alterando-lhe a placa e o chassi. Desde então, Adriano vem utilizando contínua e ininterruptamente o veículo. No entanto, em maio de 2016 Adriano foi parado em uma blitz que apreendeu o veículo, mesmo tendo este afirmado que como já estava na posse do bem há mais de dez anos, tinha lhe adquirido a propriedade por usucapião. Pergunta-se: bens furtados ou roubados podem ser objeto de usucapião por pessoa que conhece sua origem? Justifique sua resposta.

Outros materiais