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SETEMBRO 2018 APOIO: REALIZAÇÃO: 2 REALIZAÇÃO: APOIO: ÍNDICE A Liga Ventures ………………………………..…………. 04 Metodologia …………………………………………………. 06 Entrevistados ……………………………………………..... 07 As startups e o mundo de Marketing .. 09 Super Case - Uber …………….….……………………… 13 Entrevista - Augusto Pinto ……………….……… 15 Categorias ……………………………………………………… 16 Mapa de Startups ……………………………………….. 19 Lista de Startups ……………………………………..…. 20 O mundo CRM - Pipedrive ……………………… 26 Demographics …………………………………………….. 28 Entrevista - Luna Gutierres …………….………. 29 Marketing Focado no Consumidor …..… 30 Do 1.0 ao Marketing 4.0 - Ibmec-SP ….… 36 Entrevista - Braulio Medina …………….….….. 37 Marketing de Conteúdo ……...……..….……….. 38 Entrevista - Marco Túlio Kehdi …….…...….. 44 Marketing Omnichannel ...……………………... 45 Entrevista - Caio Fernandes …………….…...… 51 Marketing de Engajamento ..……...…………. 52 Entrevista - Leo Naressi …………….…………...… 59 Invest Talks - Astella Investimentos .…… 60 Conclusão ………………………………………………....…… 61 Referências …………………………………………………… 62 3 SETEMBRO 2018 4 Por meio de programas de aceleração em diferentes verticais de mercado, eventos e inteligência setorial, a Liga Ventures é a primeira aceleradora do Brasil totalmente focada em conectar startups e grandes corporações, gerando inovação e oportunidades de negócios para ambos os lados. Grandes players já estão com a gente, fazendo da inovação aberta uma realidade! Entre eles, a Porto Seguro (Oxigênio Aceleradora), AES Brasil, EMBRAER, Cisco, Intel, TIVIT, Mercedes-Benz, Eaton, Cummins, Sascar, Ticket Log, Repom, Webmotors, Brink’s, GPA, Edenred e Unilever. Também somos parceiros no Brasil da Plug and Play Tech Center, uma das maiores aceleradoras do Vale do Silício. As startups conseguem maior alcance no mercado, mais recursos e aumentam sua rede de contatos. As corporações inovam mais rápido, acessam novas tecnologias e se aproximam da cultura empreendedora das startups. O Liga Insights é uma plataforma de inteligência que tem como objetivo analisar o ecossistema brasileiro de startups e trazer para o público - sejam empresas, startups ou pesquisadores - visões de como o ecossistema está mudando os diversos mercados do país. Além deste estudo sobre a área de Marketing, já mapeamos e estudamos também os mercados de Varejo, AutoTech, Tecnologias Emergentes, HR Techs, Health Techs, TI e Real Estate. Quer conhecer gratuitamente estes outros materiais? Acesse: https://insights.liga.ventures Tem uma startup e gostaria de estar nesta e em outras listas, aparecendo para empresas que têm interesse no seu segmento de atuação? Cadastre-se em: https://insights.liga.ventures/novas-startups Boa Leitura! A LIGA A Aceleradora e o Liga Insights VENTURES 4 5 PROGRAMAS: NOSSOS EVENTOS: 6 11.263 Base total de startups 194 MarTechs Metodologia O estudo tem como objetivo compreender como a área de Marketing está inovando e de que forma as startups que apresentam soluções para esse setor estão sendo desenvolvidas e aplicadas no Brasil. Após entendimento da cadeia e dos temas que envolvem a área, foi iniciada uma pesquisa para determinar quais são as inovações tecnológicas disponíveis atualmente e de que forma elas podem impactar os processos da área. Aqui foram considerados relatórios, estudos e informações de fontes como Statista, Forbes, IAB Brasil (Interactive Advertising Bureau), Bain&Company, Martech Advisor, Conductor, Gartner, OurSocialTimes, RockContent, Adobe, Econsultancy, DM News, UOL DIVEO, Affinion, Oxford Brookes University, McKinsey, BSA, Cohn & Wolfe, KPMG, Secretaria de Direitos Humanos, Secretaria Nacional de Promoção dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Federação Mundial de Surdos, Business News, Business.com, Forrester, OutSocialTimes, Content Marketing Institute, MarketingProfs, TI Inside, Smart Insights, Marketo, NapcoResearch, Zendesk, ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico), E-commercebrasil, Neustar, PEGN (Pequenas Empresas & Grandes Negócios), Saia do Lugar, Accenture Consulting, Gazeta do Povo, Procon, Frost & Sullivan, Sitel, Nielsen, Think With Google, Business Insider, entre outros. Para entendermos melhor o cenário e importância das inovações na área de Marketing, tanto no mercado brasileiro quanto internacionalmente, entrevistamos mais de 30 empreendedores, profissionais e pesquisadores da área. Entre outras questões, buscamos entender como eles interpretam as startups que apresentam soluções para o setor, as oportunidades geradas, de que forma estão afetando a área e os principais desafios para o futuro. O estudo analisou 11.263 startups brasileiras e, dessas, 194 foram consideradas para a construção do landscape presente neste estudo. Para a seleção das startups, utilizamos como critério incluir aquelas que apresentam algum tipo de atividade, serviço e/ou produto relacionados às áreas das seguintes categorias: Analytics, Data e Performance, Automação de Marketing, Conteúdos Interativos, CRM e Customer Success, Ferramentas de Comunicação, Fidelidade do Cliente, Gestão e Geração de Conteúdos, Marketing de Aproximação, Pesquisas, Reviews e Feedbacks, Plataformas de atendimento, Conectores e Produtividade, Social e Comunicação e Vendas e Geração de Leads. O mapeamento das startups foi realizado a partir de diversas fontes, como inscrições para os programas de aceleração e eventos da Liga Ventures, a plataforma DisruptBox, recomendações, notícias em portais de negócios, bases abertas e busca ativa de startups. Por se tratar de um mercado com mudanças constantes, este estudo é dinâmico e terá atualizações periódicas para contemplar esses movimentos e expor novas startups que não apareceram nesta versão. 6 7 ENTREVISTADOS Adriana Gomes Diretora de Marketing na Uber Brasil Alcides Ferreira Managing Partner da FSB Andre Bain CEO e Cofundador da Flowsense André Siqueira Cofundador da Resultados Digitais Anselmo Massad Gerente de Marketing de Conteúdo na Conta Azul Augusto Pinto Sócio fundador do Grupo RMA Braulio Medina Professor do IBMEC-RJ, Fundador da Vortio e Cofundador do Growth Team Caio Fernandes CIO & Digital (International Equity Markets) na Bloomin’ Brands International Cesar Fabretti Professor do MBA do Ibmec-SP e CEO da Uau! Marketing Consulting Cristiano Nobrega CEO da Tail Diego Alves Lemos Digital Marketing Supervisor na Leroy Merlin Eduardo Nagata COO da Neomove Hugo Pinto Gerente Geral na Sentimonitor Felipe Moreno COO da Social Miner Gian Martinez Founder & CEO da Winnin Gustavo Gerolamo Gerente de Inteligência Comercial na VR Benefícios Isa Aniceto Product Marketing Manager no Mercado Pago Jana Ramos Growth Hacker Carolina Badaró Head Omnichannel & Marketplace da Centauro João Vitor Bogas Growth Hacker na HandTalk 8 ENTREVISTADOS Luna Gutierres Sócia da Repense Comunicação e Professora da FIAP Leo Naressi CIO da DP6 e Professor de Data Science para Marketing na ESPM Leonardo Castellão Martins Head de Marketing na Cabify Lucas Schiochet Diretor Executivo na Becon Philippe Silveira Diretor de Operações na Becon Marco Túlio Kehdi Fundador e Diretor de Operações da Raccoon Murilo Gomes Product Owner na XP Investimentos Pedro Octávio Alvim Cassimiro Gerente de Marketing na Magazine Luiza Rodrigo Stoqui Country Manager na Pipedrive Brasil Rafael Belmonte Cofundador do Netshow.me Ricardo Diniz Cofundador da Huggy Renato Chu Cofundador e CEO da MindMiners Thiago Mazeto Head de Experiência do Clientena Tray Sidnei Raulino Fundador & CEO da Seed Silvio Bertoncello Prof. Dr. das Faculdades de Administração, Comunicação e MBA da ESPM Tatiana Costa Diretora de Programação e Conteúdo Digital no Multishow Vitor Peçanha Cofundador da RockContent MarTechs As startups do mundo de marketing 9 Tende-se a imaginar que a adoção de inovações e tecnologias na área de marketing é um processo menos complicado dentro das empresas, já que está diretamente ligada a resultados de venda e impacto nas receitas das corporações. No entanto, ainda existem grandes desafios, que na maioria das vezes, vem acompanhados de grandes oportunidades. É o caso de tendências como big data & analytics, inteligência artificial, machine learning, chatbots e realidade virtual. Tecnologias que se tornaram relevantes justamente por otimizarem e transformarem processos que, eventualmente, podem render bons frutos para a empresa no futuro. Segundo dados do portal Statista, espera-se que em 2020 sejam investidos US$ 306 bilhões em marketing digital mundialmente, número aproximadamente 52% superior aos US$ 200 bilhões investidos em 2015. Só nos Estados Unidos, a expectativa é que, em 2021, esses gastos cheguem aos US$ 120 bilhões, direcionados principalmente para paid search, publicidade online em redes sociais, publicidade em formato de vídeo e e-mail marketing. Dentro do panorama brasileiro, apesar de os números serem mais tímidos, já se apresenta uma evolução para o próximo biênio. Dados obtidos por meio da pesquisa Digital AdSpend 2018, realizada pela IAB Brasil (Interactive Advertising Bureau) mostram que em 2017 foram gastos R$ 14.8 bilhões com Marketing digital, um crescimento de 25,4% em relação ao ano anterior (R$ 11.8 bilhões). Por outro lado, números apresentados em levantamento de Bain&Company são menos expressivos. Segundo a consultoria, foram investidos, por empresas brasileiras, R$ 8 bilhões em 2016, que representa 18% do total gasto com mídia no país. Para 2020, a expectativa é que esse índice alcance 27%. Para efeito de comparação, no Reino Unido, 51% dos valores aplicados em mídia são direcionados para o digital. De acordo com Silvio Bertoncello, Professor e Doutor das Faculdades de Administração, Comunicação e MBA da ESPM-SP e do Mestrado Profissional e MBA da FIA-USP, as empresas brasileiras mais evoluídas se encontram em fase de transição, enquanto muitas outras permanecem estagnadas na primeira era do Marketing, voltada para o produto. “Não existe nada científico ou estatístico que comprove isso, mas há uma percepção de que grande parte das organizações ainda estão no Marketing 2.0 e outras ainda estão no 1.0, pensando apenas em comercializar produtos e resolver problemas a curto-prazo. O 4.0 ainda é muito as 9 Até 2020, espera-se que sejam investidos, no mundo, cerca de US$ 306 bilhões em marketing digital No Brasil, em 2017 foram gastos R$ 14.8 bilhões com marketing digital, apontando um crescimento de 25% em relação a 2016 Brasil 18% 27% 51% 2016 2020 x 2018 Reino Unido As empresas brasileiras investiram R$ 8 bilhões em mídia em 2016, cerca de 16% do gasto total com mídia no ano. A projeção é que em 2020 esses investimentos representem 27% desse total. recente por aqui. Falta um alinhamento, um engajamento nesse novo pensamento digital, que ainda é uma semente nas organizações”, afirma ele. Segundo Philip Kotler, um dos principais expoentes acadêmicos do Marketing, a área passou por 4 eras: a primeira, focada no produto; a segunda, já na era da informação, direcionada para o consumidor; a terceira, centrada no cliente como ser humano e a quarta, vista como uma continuação da anterior, mas em um contexto de integração entre o mundo online e o offline. Em meio a esse processo, surgem as MarTechs - startups, ferramentas e soluções que se utilizam de tecnologia para solucionar problemas e atingir objetivos de marketing. De acordo com levantamento realizado pela Martech Advisor, em 2017 foram investidos US$ 8.8 bilhões em MarTechs, valor 37% inferior aos US$ 14.5 bilhões registrados em 2016. Apesar da queda no valor dos investimentos no ano passado, números divulgados pela Conductor apresentam um panorama otimista para o fechamento de 2018. Conforme o estudo, 68% de executivos de marketing vão gastar mais recursos financeiros em tecnologias da área. Entre os entrevistados, 63% deles fazem uso de um número que varia entre 6 a 20 tecnologias em marketing. Segundo Cesar Fabretti, Professor de Marketing Estratégico e CEO da Uau! Marketing Consulting, no entanto, ainda existe uma dificuldade de comunicação entre equipes, muitas vezes por conta da grande diferença de mentalidade entre gerações, que acaba colocando barreiras para a introdução de inovações. “As empresas passaram a ‘juniorizar’ partes das equipes, em um contexto em que a linguagem é diferente, o mindset é outro. Enquanto uns acreditam apenas no marketing online, outros ainda só enxergam o marketing offline, tradicional. É preciso fazer essa transição, planejar-se e fazer a integração, buscando melhores experiências e satisfação do cliente”, afirma Fabretti. De acordo com uma previsão da Gartner, até 2020, clientes com más experiências poderão destruir 30% dos projetos digitais de empresas. Isso porque, com o ritmo acelerado das inovações tecnológicas, consumidores e usuários estão mais empoderados e esperam mais, dão mais feedback, possuem mais opções dentro de cada mercado e também compartilham muito mais as experiências que vivenciam. Conforme o post, escrito por Laurence Goasduff, ser focado no consumidor significa entender os problemas e expectativas únicos dos clientes, bem como os contextos das necessidades deles. As empresas que têm esse foco constantemente entregam produtos e serviços que alcançam essas expectativas. Além disso, a tecnologia tem um papel fundamental nessa tendência. Esse fato, alinhado ao crescimento de gerações que são nativas digitais, tem impacto direto nas estratégias corporativas, visto que se estima que pessoas nascidas entre 1995 e 2010 já são 27% da população mundial. Assim, cabe às empresas entenderem a fundo as expectativas que esse público-alvo tem. A Gartner identificou 10 hábitos que corporações referência em foco no consumidor devem possuir. São eles: estudos constantes sobre os usuários, follow-ups para entender os feedbacks, ações proativas para antecipar necessidades, construção de empatia dentro dos processos e políticas, respeito à privacidade do usuário, compartilhamento interno de conhecimento sobre os diferentes tipos de perfil, motivações de colaboradores para que se mantenham engajados, ações sistemáticas para melhorar a experiência dos consumidores, desenvolvimento de processo de accountability e adaptação das demandas em tempo real. Ao mesmo tempo, o artigo de Goasduff chama atenção para a necessidade de novas estratégias para a atração e retenção de clientes, pontos centrais para a obtenção de melhores resultados. Segundo informações do blog OurSocialTimes, 70% dos consumidores preferem conhecer uma marca por meio de uma coleção de artigos, por exemplo, a conhecê-la a partir de anúncios. Com a perda de relevância das propagandas tradicionais, o Marketing de conteúdo surge como um substituto a essa prática que ainda é muito utilizada pelas empresas. Conforme definição presente no livro Marketing 4.0, o marketing de conteúdo é definido como “uma abordagem que envolve criar, selecionar, distribuir e ampliar conteúdo que seja interessante, relevante e útil para um público claramente definido”, objetivando a geração de conversas a respeito desse conteúdo. De acordo com Fabretti, é preciso que as corporações estejam conectadas com a vida do cliente, que aaaaaaaa10 sejam importantes para ele. “A prática do marketing de conteúdo deve buscar a entrega de informações e conteúdos relevantes, que gerem valor para o consumidor. Hoje existem milhões de empresas no mercado e essa é uma forma de mostrar para o cliente um diferencial, uma vantagem em relação a seus concorrentes. Não é inteligente publicar artigos que não interessam ao meu público-alvo só para preencher um espaço no meu site”, declara. Atualmente, tendências como big data & analytics e inteligência artificial são vistas como aliadas para uma maior assertividade das empresas em relação aos clientes; assim, conteúdo e dados devem andar de mãos dadas quando o assunto é a entrega de uma jornada e experiência digitais satisfatórias ao consumidor. Ainda, o levantamento realizado pela Conductor revelou que 76% dos executivos de marketing entrevistados planejam aumentar os investimentos em Marketing de conteúdo. Em relação a resultados trazidos pela estratégia, os números também são interessantes: conforme o estudo Content Trends 2018, 58,8% dessas empresas que se utilizam da prática sabem a quantidade de visitantes que recebem mensalmente e que a estratégia lhes rende 2,6x mais visitas e 3,7x mais leads. Dentro do processo de conhecer e entender melhor o consumidor, é preciso entender que, atualmente, as transformações digitais permitiram às pessoas um novo comportamento de compra, cada vez mais complexo e espiralado, menos retilíneo. E isso significa, para as empresas, um novo (grande) desafio à vista. Conceitos como single-channel, multi-channel e cross-channel, apesar de ainda serem utilizados pelas empresas, aos poucos devem se mostrar antiquados aos olhos do cliente, que já se apresenta de forma omnichannel. “Tornou-se difícil pensar no P de Praça atualmente, porque o consumidor escolhe o caminho que lhe é mais conveniente. Para as empresas, gerenciar as opções não é simples. Existe um grande desafio de preço, que pode ser diferente em cada um dos canais em que a empresa atende.”, afirma Bertoncello. 11 Em âmbito mundial, o marketing omnichannel já adquire uma importância expressiva. Em uma pesquisa da Adobe, em parceria com a Econsultancy, descobriu-se que, das 2.796 marcas consultadas, 27% colocam o marketing omnichannel entre as 3 áreas digitais de maior prioridade e 10% a classificaram como a mais prioritária, atrás apenas do marketing de conteúdo, lembrado por 20% das empresas. No Brasil, a prática ainda é pouco utilizada, mas já tem trazido bons resultados para aquelas que a adotam. No entanto, monitorar e gerenciar a jornada do consumidor de forma a atendê-los melhor é um dos grandes desafios relacionados ao marketing omnichannel, conforme publicação do portal DM News. De acordo com o artigo, profissionais de marketing devem entender como engajar consumidores da melhor forma possível e de forma integrada entre os canais. Porém, realizar a captação de dados em espaços físicos, primeiro passo para que isso seja possível, mostra-se uma tarefa muito mais complexa do que em ambientes online. Acessar informações que estejam integradas entre diversos canais – principalmente lojas virtuais e físicas – é um grande desafio para a consolidação de uma estratégia onicanal. Nesse contexto, a utilização de beacons é, segundo publicação do UOL Diveo, uma tendência a ser seguida objetivando um maior conhecimento a respeito do comportamento do consumidor. Trata-se de dispositivos tecnológicos para rastreamento e monitoramento, com recursos de geolocalização em ambientes fechados. Além disso, por conta das constantes mudanças de comportamento e o emaranhado de novos entrantes disruptivos e novas tecnologias, o engajamento se tornou uma temática ainda mais importante na área de marketing, pois pode ser um fator crucial para o crescimento de uma empresa. Uma pesquisa com 2.796 marcas, apontou que 27% delas consideram o marketing omnichannel como uma das 3 áreas de maior prioridade 10% delas a classificaram como a área prioritária, ficando atrás apenas de marketing de conteúdo, apontado por 20% dos consultados De acordo com o levantamento The New Rules of Customer Engagement, publicado pela Forbes Insights e que entrevistou mais de 200 executivos norte-americanos, empresas que são referência em engajamento do consumidor são quatro vezes mais propensas a ter um crescimento maior que 10%, três vezes mais propensas a ter taxas de aquisição maiores (com um aumento anual entre 5% e 25%) e dez vezes mais propensas a ter uma taxa de churn menor do que 10%. E há uma oportunidade para as empresas brasileiras: segundo a pesquisa da Affinion com a Oxford Brookes University, o Brasil está entre os países mais engajados com empresas do setor bancário, de varejo e de telecomunicações, com níveis semelhantes aos de Estados Unidos, Turquia e Itália. A pesquisa ainda coloca como fator chave para a construção de um bom engajamento com os consumidores é deixar claro o porquê se relacionam com a marca. Assim, compreender detalhadamente a jornada de engajamento permite que a criação de ações seja mais assertiva. Presente em todas essas práticas e em todo o caminho do marketing – desde a atração até a fidelização – existe a jornada do consumidor, cuja compreensão e monitoramento surge como um grande desafio para as empresas. Integrar as áreas relacionadas, portanto, torna-se necessário para entender melhor o comportamento de um potencial cliente e “hiperpersonalizar” serviços e produtos. De acordo com Leonardo Naressi, CIO da DP6 e Professor de Data Science para Marketing na ESPM, “é comum que as áreas de vendas, de marketing, de CRM, relacionamento com o cliente, estejam separadas entre si. Existe um desafio e uma necessidade que elas sejam integradas, para entender melhor a jornada do consumidor, que passa por diversos canais e que poderia ser impactado mais assertivamente por cada um deles”, declara. Segundo Naressi, existe também uma grande dificuldade de entender a chamada “atribuição de resultados de marketing”: como cada uma das ações de marketing impactaram o consumidor nessa jornada e quais delas, de fato, influenciaram a decisão de compra. Estas dificuldades na integração de processos e tecnologia ainda representam uma grande oportunidade para a atuação de startups, de forma que tragam novas soluções para a área. Para conduzirmos este estudo, aprofundamos a discussão sobre inovações para o setor de Marketing em quatro temáticas, que vêm se demonstrado como práticas a serem adotadas na área, pensando em Marketing 4.0. São elas: Marketing focado o consumidor, Marketing de conteúdo, Marketing omnichannel e Marketing de engajamento. 12 MARTECHS ADTECHS DENTRO DA EMPRESA FORA DA EMPRESA Tecnologias designadas para ajudar publicitários e agências a criar, executar, mensurar e gerenciar campanhas publicitárias online. Soluções que ajudam os profissionais de marketing das empresas a criar, executar, mensurar e gerenciar suas próprias ações de marketing e marca. Empresas referência no engajamento com o consumidor são 4x mais propensas a crescer mais que 10%, em relação às demais 3x mais propensas a ter taxas de aquisição maiores 10x mais propensas a ter uma taxa de churn menor do que 10% 13 Em especial o consumo de mídia tem evoluído rapidamente, e a cada ano surgem novas plataformas e novas ferramentas para comunicar nessas plataformas. Mídias sociais, mídia e conteúdo programáticos, influenciadores digitais, novos formatos de anúncios mobile são alguns exemplos de canais que evoluem a toda hora, e os profissionais de Marketing precisam constantemente se atualizar sobre quais formatos e mensagens funcionam melhor em cada um. MARKETING DE CONTEÚDO O avanço da tecnologia e a proliferação das redes sociais geraramuma grande mudança no Marketing. Antes, as empresas passavam suas mensagens de forma unidirecional por meio da publicidade e os consumidores não tinham voz. Com a explosão das redes sociais, o Marketing de conteúdo passou a ter papel primordial na construção da reputação da marca pois é ele que permite uma conversa multidirecional aaaaaa MARKETING COM FOCO NO CONSUMIDOR Cruzar as diversas fontes disponíveis no mercado com as informações que temos dentro da Uber para identificar oportunidades e pensar adiante é o grande desafio que encaramos na área de Marketing. Temos os próprios dados gerados e processados pela plataforma, que reportam a experiência dos nossos parceiros e usuários com o aplicativo no dia a dia. Assim, o Marketing é essencial para o negócio da Uber, na medida que suas iniciativas contribuem não só para o crescimento do negócio, mas para melhorar a experiência do parceiro e do usuário na plataforma. Nós temos buscado de forma continuada a melhor conexão com eles e isso, muitas vezes, passa pela experimentação de novas linguagens e plataformas de comunicação. Essa abertura para testar o novo é consistente com o DNA da empresa, já que por meio do uso da tecnologia a Uber também está transformando a forma como as pessoas pensam e experimentam a mobilidade urbana. ASA Adriana Gomes Diretora de Marketing Uber Brasil SUPER CASE 14 mobilidade, como para qualquer tecnologia de economia compartilhada. Manter essa posição inovadora também na forma como fazemos marketing é o nosso desafio cotidiano. MARKETING DE ENGAJAMENTO O engajamento que promovemos entre nós e os nossos clientes é feito primordialmente de forma digital. Isso porque a Uber já nasceu digital e mobile. A grande vantagem de ser digital é poder trabalhar com escala, além da habilidade de aprender com big data e da rapidez para se adaptar e implementar mudanças. As principais diferenças em sermos uma empresa digital é a vasta quantidade de informação que temos para tomadas de decisão e o uso prioritário de canais digitais em nossas comunicações. Na Uber, além da construção de marca, o Marketing tem um papel importante na orientação de usuários e motoristas parceiros sobre o melhor uso da plataforma. Um lindo exemplo de Marketing de engajamento que tivemos foi uma campanha bastante importante no fim de 2017 e início de 2018 que foi uma resposta rápida e primariamente digital a um desafio regulatório que se apresentou no Brasil. A campanha Lei do Retrocesso trouxe aos nossos parceiros e usuários, de maneira forte e impactante através de mídia digital e e-mail, quais eram os riscos que a aprovação da PLC traria para nossa sociedade. A campanha engajou motoristas e a população de maneira contundente e conseguiu influenciar os parlamentares a aprovar uma lei muito mais, moderna, conectada à realidade e benéfica para todos. e relevante com nossos consumidores. Essa transformação revolucionou o trabalho estratégico de Marketing, que precisa buscar constantemente temas e formas criativas e genuínas de gerar conversas com consumidores e sua teia de relacionamentos. Em nossas plataformas de mídias sociais, apresentamos conteúdos que educam as pessoas sobre nossos produtos e serviços, mas também temos um foco grande em apresentar conteúdos de impacto social. Um exemplo é a campanha Vamos Juntos, que desde junho vem rodando nas mídias digitais em suporte a nossas iniciativas de apoio à causa LGTBQ+. Ela lança mão do impacto que temos no dia a dia das pessoas para falar de algo que está no nosso DNA como empresa: diversidade e inclusão. Buscamos difundir um código de conduta baseado no respeito, que deve permear a relação entre parceiros e usuários durante suas viagens. Outro exemplo é nossa campanha Confiança Começa com o Nome, que, de maio a agosto, veiculou em mídias tradicionais e digitais. Ela foi uma forma que encontramos para humanizar a marca, mostrar que não somos apenas um aplicativo, mas que conectamos pessoas e valorizamos a confiança entre os passageiros e motoristas. E essa confiança começa com o nome. Criamos uma série em vídeos que mostrou histórias de confiança por trás do nome de motoristas parceiros e passageiros como a Tatá Werneck. A Uber é considerada sinônimo de categoria, não só para todos os aplicativos de ASAS 15 ENTRE_ VISTA Como você vê os impactos das inovações na área de atuação da RMA? A inovação no nosso mercado passa por convencer ao nosso interlocutor, o CMO, que os serviços que oferecemos em marketing e comunicação agregarão valor ao seu negócio. Hoje o orçamento de marketing é escasso para serviços de melhorias apenas incrementais. O CMO busca nos serviços que compra os seguintes atributos: melhoria no engajamento de sua marca com o público, facilitando a abertura de portas para novos negócios; apoio direto a vendas, onde os serviços de marketing devem contribuir diretamente com geração de leads para vendas, e contribuição para o aumento da eficiência operacional do marketing, com redução de equipes e custos. Se nossa proposta de serviços não endereçar a um desses pontos (ou todos), dificilmente a venda se concretiza. Além disso, o desafio atual das agências de comunicação integrada, como a nossa, é construir plataformas de engajamento de público compatíveis com as expectativas da geração millennials. Esse processo de engajamento deve ocorrer, de forma cíclica, ao longo da jornada do cliente. Para se definir as melhores estratégias de marketing e comunicação é necessário colocar o consumidor no centro, visando o engajamento, venda e fidelização. É o consumidor que determinará os canais e os conteúdos a serem utilizados numa estratégia omnichannel. Nessa era de inteligência artificial, a tecnologia está mudando a maneira como marketing entende e interage com os clientes? O marketing atual deveria ser baseado em inteligência cognitiva, no entendimento do comportamento do público e na análise de dados. No final do dia, o importante é transformar dados em informações estratégicas que darão embasamento para as tomadas de decisão. É fazer com que cada real colocado em uma campanha dê o melhor resultado possível para o negócio. Como vocês trabalham as tendências tecnologias dentro da RMA? Acredito que nos próximos 10 anos o valor investido em plataformas tecnológicas de marketing será muito maior do que os em plataformas de negócio, como as de finanças e vendas. Uma campanha de marketing digital eficaz deveria utilizar plataformas de Martech (Marketing Technology) para otimizar o lançamento e a mensuração do resultado das campanhas. Sem isso será impossível relacionar os investimentos em marketing aos resultados efetivos de negócios. Como a linha tênue entre publicidade e marketing foi afetada pela transformação digital das empresas? Para entender a situação é preciso comparar o marketing e a publicidade atuais com o que ocorria no século XX. Até o final do último século era a criatividade, provida pelas grandes campanhas publicitárias, que direcionava as demais ações de marketing. Com a mudança de comportamento do consumidor (refratário às grandes campanhas publicitárias, por rádio, TV e mídia impressa), o marketing passou a ter a primazia de definir as melhores estratégias para engajar público e vender, com um viés cada vez mais digital. Essa mudança implicou obviamente na perda de renda de veiculação para as agências, que além do mais passaram a ser totalmente mensuráveis. Um outro aspecto relevante é que as campanhas do século XXI, ao contrário do século passado, não se focam apenas na visibilidade da marca. As campanhas atuais devem apoiar o marketing (branding), apoiar vendas e melhorar o customer care (pósvendas). Augusto Pinto, Sócio fundador do Grupo RMA 15 CATEGORIAS 16 Após pesquisarmos a cadeia de processos que envolvem as áreas de soluções em Marketing, o próximo passo na confecção do material foi buscar e fazer a curadoria das startups brasileiras que estão oferecendo algum tipo de solução no setor, resolvendo problemas, facilitando processos ou inovando entregas. Para isso, agrupamos as 194 startups encontradas em 12 categorias explicadas a seguir: As 12 áreas de soluções Automação de Marketing (14) Startups que oferecem ferramentas e plataformas para a automatização de rotinas e ações da área de marketing. Conteúdos Interativos (21) Soluções que entregam possibilidades de criação, produção e disponibilização de conteúdos interativos visuais e sensoriais. CRM e Customer Success (12) Ferramentas, plataformas e soluções de CRM, para gestão de clientes e suas interações com a empresa, e Customer Success para aplicação na área de marketing. Ferramentas de Comunicação (17) Plataformas que auxiliam os times de marketing a gerir seus contatos com os clientes, por diferentes canais, como email, sms, whatsapp, entre outros. Fidelidade do Cliente (19) Startups que estão atuando com plataformas para fidelização de clientes, gestão de relacionamento para recorrências e programas próprios de recompensas. Analytics, Data e Performance (18) Startups com soluções e plataformas para o acompanhamento de métricas, análise e enriquecimento de dados e performance de mídias. 17 Marketing de Aproximação (14) Soluções para rastreamento, identificação e ativação de clientes em espaços físicos, tornando a abordagem e conversão mais conveniente. Pesquisas, Reviews e Feedbacks (14) Startups que entregam soluções para planejamento e execução de pesquisas, controle e exposição de comentários e feedbacks. Plataformas de atendimento, Conectores e Produtividade (27) Plataformas para a construção de ferramentas de atendimentos, como chatbots, conectores para integrar ferramentas e soluções para o aumento de produtividade do marketing. Social e Comunicação (21) Startups que entregam soluções para a construção, produção e acompanhamento de ações de comunicação e mídias sociais, de maneira própria ou por meio de influenciadores. Gestão e Geração de Conteúdos (11) Startups que auxiliam na construção e produção de conteúdos, elaboração de estratégias de content marketing e acompanhamento de resultados. Vendas e Geração de Leads (9) Soluções que auxiliam na organização dos processos de vendas, com informações, enriquecimento e geração de leads. 18 Quer falar de inovação na sua empresa ? EVENTOS, TENDÊNCIAS, CASES E INSIGHTS. contato@liga.ventures APOIO:REALIZAÇÃO: 194 STARTUPS LANDSCAPE www.insights.liga.ventures Marketing de Aproximação 14 empresas Ferramentas de Comunicação Fidelidade do Cliente 17 empresas Fidelidade do Cliente | 17 empresas Pesquisas, Reviews e Feedbacks 14 empresas Plataformas de atendimento, Conectores e Produtividade | 27 empresas Social e Comunicação | 21 empresas Analytics, Data e Performance | 18 empresas Conteúdos Interativo | 21 empresasAutomação de Marketing | 14 empresas Gestão e Geração de Conteúdos | 11 empresas Vendas e Geração de Leads 9 empresas CRM e Customer Success | 11 empresas 2020 LISTA DAS STARTUPS POR CATEGORIA STARTUPS SITE Aidax http://aidax.com.br Dataholics http://www.dataholics.io Hariken https://www.hariken.co Hive https://www.hive.com.br Intellibrand http://www.intellibrand.ai Neomove http://www.neomove.com.br Neurologic https://neurologic.com.br Nexus Edge http://nexusedge.com.br NMind http://nmind.info Omnilogic https://omnilogic.com.br Propz https://www.propz.com.br Raccoon https://www.raccoon.ag Refinaria de Dados http://www.refinariadedados.com.br Semantix http://www.semantix.com.br Sentimonitor http://www.sentimonitor.com Spume http://spume.co Tail http://www.tail.digital Weach http://weach.net A na ly tic s, D at a e P er fo rm an ce (1 8) STARTUPS SITE Admatic https://www.admatic.com.br Bulldesk https://bulldesk.com.br/ Dito https://www.dito.com.br/ I-Goal https://www.igoal.com.br/ Jeenga https://www.jeenga.com/ Lahar https://www.lahar.com.br/ LeadLovers https://leadlovers.com/ Navegg http://www.navegg.com Pipefy http://www.pipefy.com Pipz http://pipz.com PRO Lead https://www.prolead.co RD Station http://www.rdstation.com Social Miners http://www.socialminer.com TadTarget https://www.tadtarget.com/ A ut om aç ão d e M ar ke tin g (1 4) 2121 STARTUPS SITE 4YouSee https://www.4yousee.com.br 8e7 https://www.8e7.com.br Aqua Multitoque https://www.aqua.com.br Away Mídia http://awaymidia.com Banib https://www.banib.com Beenoculus http://www.beenoculus.com.br Biomist https://www.biomist.com.br Eloopz https://www.eloopz.com.br Imersio VR http://imersiovr.com Inside Places https://www.insideplaces.com.br Loox Studios http://www.looxstudios.com.br Midiacode https://midiacode.com Nexus https://www.nexusvr.com.br ORB http://www.orbestudios.com Rádio Indoor https://radioindoor.com.br RadioSparx https://radiosparx.com.br Superplayer https://www.superplayer.fm VRMonkey http://www.vrmonkey.com.br Winnin https://winnin.com WinWin https://www.winwin.media xGB https://xgb.com.br C on te úd os In te ra tiv os (2 1) STARTUPS SITE Agendor https://www.agendor.com.br Aunica https://aunica.com Conpass https://conpass.io CRM Zen https://www.crmzen.com.br Huggy https://www.huggy.io HypnoBox https://www.hypnobox.com.br Itigo https://www.itigocloud.com Moskit https://www.moskitcrm.com Nectar CRM https://nectarcrm.com.br PipeRun https://crmpiperun.com Sensedata https://sensedata.com.br C R M e C us to m er S uc ce ss (1 1) 21 22 STARTUPS SITE Akna https://akna.com Dinamize https://www.dinamize.com.br Enviou https://enviou.com.br HelpSMS http://www.helpsms.com.br Hotmobile http://hotmobile.com.br Iagente https://www.iagente.com.br Mailbiz https://www.mailbiz.com.br Mailee https://www.mailee.me MailerWeb https://www.mailerweb.com.br Maxxmobi https://www.maxxmobi.com.br Mobcli https://www.mobcli.com Neoassist https://site.neoassist.com Resultam https://resultam.com Safetymails https://www.safetymails.com Templateria https://templateria.com Totalvoice http://www.totalvoice.com.br Trakto http://trakto.io Fe rr am en ta s de C om un ic aç ão (1 7) STARTUPS SITE Allpoints https://www.allpointshotels.com Beblue https://www.beblue.com.br Collact https://www.collact.com.br Donuz https://www.donuz.com.br Fidelimax https://www.fidelimax.com.br Fidelizii https://fidelizii.com.br Fidelliza https://fidelliza.com.br GetMore https://www.getmore.com.br Izio http://izio.com.br Kiskadi http://www.kiskadi.com Meliuz https://www.meliuz.com.br Multifidelidade http://multifidelidade.com.br Netpoints https://www.netpoints.com.br Oktoplus https://www.oktoplus.com.br Polen https://opolen.com.br Ponki http://www.ponki.com.br Poup https://www.poup.com.br/ Fi de lid ad e do C lie nt e (1 7) 2323 STARTUPS SITE Comunique-se https://www.comunique-se.com.br ContentTools https://contentools.com/br/ Dino https://dino.com.br Dynadmic https://www.dynadmic.com.br Meu Redator https://meuredator.com.br Netshow.me https://netshow.me Press Works https://www.pressworks.com.brRedator Online https://redatoronline.net Rock Content https://rockcontent.com SambaTech https://www.sambatech.com.br Vooozer https://www.vooozer.com G es tã o e G er aç ão d e C on te úd os (1 1) STARTUPS SITE Aurea https://useaurea.com BeCon https://becon.com.br FishTank https://www.fishtank.com.br Flowsense https://www.flowsense.com.br FX Data https://www.fxdata.com.br Geofusion https://geofusion.com.br Inloco https://www.inlocomedia.com Inngage https://inngage.com.br Inovall http://www.inovall.com.br Microlocation http://www.microlocation.com.br Pinmyspot http://pinmyspot.com.br Seed Digital http://www.seeddigital.com.br TagPoint https://tagpoint.webnode.com Wide Intelligence https://wideintelligence.com.br M ar ke tin g de A pr ox im aç ão (1 4) STARTUPS SITE Amplifique.me https://amplifique.me Comentto https://comentto.com/ Forebrain http://www.forebrain.com.br GorillaApp http://gorilaapp.com.br/ Hapgrab http://www.hapgrab.com.br Lean Survey http://leansurvey.com.br MeSeems https://meseems.com.br/ MindMiners http://mindminers.com/ Opinion Box https://www.opinionbox.com/ Reviewr http://reviewr.me/ SoluCX http://www.solucx.com.br/ Tracksale https://tracksale.co TrustVox http://www.trustvox.com.br Yourviews https://www.yourviews.com.br P es qu is as , R ev ie w s e Fe ed ba ck s (1 4) 2424 STARTUPS SITE 2Bots http://www.2bots.com.br Acelerato https://www.acelerato.com Animame https://www.animame.com.br Blip.ai https://blip.ai Bluelab http://www.bluelab.com.br Botnicks https://www.botnicks.com Chatcomercial https://www.chatcomercial.com.br Deskfy https://deskfy.io Flimbo https://flimbo.io Fredbots https://fredbots.com GlobalBot https://www.globalbot.com.br GoBots www.gobots.com.br Harlio Bots http://www.harlio.com Hi Platform https://www.hiplatform.com InYtcer http://inytcer.com.br Laura Networks http://www.lauranetworks.com LinkApi https://www.linkapi.solutions Midiamobi https://midia.mobi Nama https://nama.ai Omnize https://www.omnize.com.br Pluga https://pluga.co Robos.im https://www.robos.im Sensedia https://www.sensedia.com Smarkio https://www.smarkio.com.br TolvNow https://www.tolvnow.com Ubots http://www.uplay.com.br Zenvia https://www.zenvia.com P la ta fo rm as d e at en di m en to , C on ec to re s e P ro du tiv id ad e (2 7) 25 STARTUPS SITE Econodata http://econodata.com.br Exact Sales https://www.exactsales.com.br Followize https://www.followize.com.br Intexfy https://intexfy.com Meetime https://meetime.com.br Ramper https://ramper.com.br Reev https://reev.co Resultys https://resultys.com.br SaleSpots http://salespots.coV en da s e G er aç ão d e Le ad s (9 ) STARTUPS SITE AirStrip https://www.airstrip.com.br BuzzLead https://buzzlead.com.br Buzzmonitor https://www.buzzmonitor.com.br Celebryts https://celebryts.com Digital Influencers https://digitalinfluencers.com.br InCast https://incast.me Inflr https://inflr.com Influhub http://www.influhub.com Influu http://influu.me Kornerz https://www.kornerz.com Kuak https://kuak.com mLabs https://www.mlabs.com.br Mobdiq https://www.mobdiq.com.br Opsocial http://www.opsocial.com.br Peepi http://www.peepi.com.br PostMetria http://www.postmetria.com.br Scup http://www.scup.com SocialWave http://www.socialwave.com.br Squid https://www.squidit.com.br Stilingue https://stilingue.com.br Zeeng https://www.zeeng.com.br So ci al e C om un ic aç ão (2 1) 26 rastreamento de vendas. O Pipedrive oferece uma interface visual clara de seu pipeline de vendas que solicita que você tome medidas e mantenha-se informado sobre todas as suas transações. > Treinamento e suporte devem ser úteis: treinamento e suporte eficazes e prontamente disponíveis são essenciais para permitir que os usuários aproveitem ao máximo um CRM. Oferecemos um centro de suporte robusto e vídeos e guias para otimizar sua experiência no Pipedrive. Também realizamos treinamentos contínuos com nossa Sales Pipeline Academy para ajudá-lo a refinar seu processo de vendas e fechar mais negócios. > O produto deve ter a gama mais útil de recursos: no Pipedrive todos os nossos recursos são construídos em torno da venda, baseada em atividades e centrados em três objetivos principais: ● Endereçar diretamente barreiras comerciais; ● Tornar a ferramenta rápida e simples de se adotar; ● Ser personalizável para espelhar a realidade dos processos de vendas off-line de uma equipe de vendas. > O preço deve ser acessível: este é talvez o aspecto mais útil de todos! Entendemos que nem todas as organizações são criadas iguais, por isso oferecemos uma gama de preços e planos adequados ao seu negócio. Escolher o CRM certo para o seu negócio não é uma tarefa fácil. Com tantas opções no mercado, é difícil decidir qual software melhor atenderá às suas necessidades de negócios e manterá as equipes de vendas satisfeitas. Na sua busca pelo melhor software, é comum encontrar-se lendo comentários sobre inúmeros CRMs, para, no final, ficar ainda mais confuso. Críticas e reviews sobre CRMs são ricos, mas, infelizmente, muitas vezes não são confiáveis. É preciso encontrar uma análise consistente e confiável, baseada em dados e na experiência real do cliente. Só então você pode começar a tomar uma decisão embasada. O Pipedrive é um CRM criado por vendedores para vendedores e nossa visão é criarmos um ambiente no qual os vendedores podem vender com assertividade para todos. Queríamos criar um sistema que os representantes de vendas realmente desejassem usar. Significa muito para nós recebermos feedbacks positivos de nossos usuários e sabermos que estamos cumprindo nosso compromisso de facilitar a vida dos vendedores. > Um CRM deve ajudar sua empresa a crescer: um CRM deve ser leve e construído para uma entrada mínima e saída ideal. O Pipedrive oferece aos usuários a máxima visibilidade e controle sobre o pipeline de vendas e os orienta a realizar atividades diárias. > A interface do usuário deve ser útil: um CRM deve ser lógico, intuitivo e fácil de usar - um ponto único para todas as suas necessidades de Rodrigo Stoqui Country Manager Brasil do Pipedrive Powered by: O MUNDO CRM 27 vez dos recursos. Isso nos dá muitos benefícios. Somos forçados a revisitar o usuário final e os problemas que estão tendo, à todo momento, quando imaginamos o que vamos construir. Vocês se relacionam com outras startups focadas em marketing e engajamento para engajar seus clientes? Como têm sido esses relacionamentos? Sim, estamos trabalhando nisso agora, além de muitos outros tópicos relevantes. Uma questão importante é fazer com que nossos clientes explorem todo o potencial da plataforma. Eles vão nos dizer o que eles realmente querem. Demora um pouco mais, mas pelo menos podemos ter certeza de que é possível entender quem são os usuários finais, quais são os desafios enfrentados por eles e como podemos impactar suas vidas com o que estamos construindo. De que forma as startups focadas em marketing podem ajudar empresas e outras startups nesta questão sobre engajamento? Vender nos dias de hoje exige novos esforços e novas tecnologias, pois as automações “mataram” uma parte das atividades dos vendedores e muitos assistentes de vendas. As ferramentase os hábitos estão mudando, mas os fundamentos das vendas ainda são os mesmos. O coração da venda ainda é sobre uma decisão e o trabalho é orientar os clientes em decisões complexas e pelo porquê deveriam comprar nossos produtos e soluções. No final, a coisa certa a fazer é reconhecer gatilhos para descobrir as dores do cliente e se concentrar em entender onde você pode ter sucesso e falha - essa é a chave para a otimização. Quais são os desafios e as oportunidades que vocês perceberam ao tentar envolver seus clientes e criar um bom relacionamento, considerando um produto que exige uma mudança de hábito? No nosso caso, podemos listar 5 motivos que nos torna incomparáveis com relação ao foco no cliente: 1. Projetar o produto para pequenas empresas 2. Concentrar no que é essencial 3. Construir relacionamentos 4. Ouvir primeiro 5. Apontar para a simbiose Nosso sucesso depende do sucesso de nossos clientes. Conhecemos os desafios que as pequenas empresas estão enfrentando. E temos um claro incentivo para ajudar, fazendo com que o nosso produto funcione para eles. Para que tudo isso aconteça, aqui no Pipedrive, nossa equipe de vendas precisa conhecer e valorizar nossos clientes. Não é apenas uma boa intenção; é uma prática. Temos que fornecer isso para este mercado, que é carente, e fazer a nossa parte para manter essa importante frente em movimento. Além de engajar seus clientes, como vocês os tornam leais à marca e, eventualmente, extraem insights desses relacionamentos? Costumamos dizer no Pipedrive que não somos orientados por recursos; mas sim por resultados. Lidar com recursos é uma forma abreviadamente simples, mas que distancia a organização do usuário final. As pessoas encarregadas de construir diferentes recursos nem sempre sabiam porque estavam construindo algo novo, quem precisava daquilo e por quê. Quem é o usuário final, o que enfrentam no dia a dia e como suas vidas se tornarão melhores assim que lançarmos esse novo recurso? E quando o projeto está pronto? Quando todas as coisas que planejamos e features forem lançadas? Ou talvez quando o usuário final estiverem comprovadamente obtendo um benefício do que fizemos? Tendo finalmente percebido tudo isso é que decidimos mudar nossos caminhos e concentrarmos internamente nos problemas em 28 Analisando a data de nascimento das startups mapeadas, vemos que 59% delas nasceram a partir de 2014, com números expressivos no ano de 2016, com 21%. Quando olhamos para até 2010, 19% das startups mapeadas nasceram neste período. Como observação aos números expressivos a partir de 2014, temos a fixação de conceitos como marketing de conteúdo e marketing social na rotina dos times de Marketing, impulsionando o nascimento de startups com soluções para essas frentes. DEMOGRAPHICS Entre as 12 categorias das 194 startups mapeadas dentro do contexto de startups que oferecem soluções para a área de Marketing, as categorias de Atendimento, Conectores e Produtividade (14%), Conteúdos Interativos (11%) e Social e Comunicação (11%) são as com maior número de startups, seguidas pelas soluções por Analytics, Data e Performance (9%), Fidelidade do Cliente (9%) e Ferramentas de Comunicação (9%). As categorias com o menor número de startups são as de soluções de Gestão e Geração de Conteúdos (6%), CRM e Customer Success (6%) e Vendas e Geração de Leads (5%). São Paulo é a cidade com o maior número de startups no mapeamento, com 42%, seguido por Florianópolis, com 8%, e Belo Horizonte, com 7%. Seguindo a lista dos maiores berços de startups de Marketing, temos Porto Alegre, Curitiba e Rio de Janeiro. As cidades de São José dos Campos, Recife, Londrina, Goiânia e Campinas ficam com 2% cada. No total, 44 cidades brasileiras diferentes apareceram no mapeamento como sedes de startups relacionadas ao mundo de Marketing. No ranking de estados, temos como destaques SP com 52%, seguido pelo SC com 11% e MG com 10%. 29 ENTRE_ VISTA De que forma que os profissionais de Marketing podem acompanhar as mudanças que acontecem na área e quais novas habilidades precisam ter? Devem estar abertos para o novo, buscar conhecimento e adquirir novas habilidades que antes não eram exigidas, como uma afinidade com tecnologia. Não dá para considerar hoje um profissional de marketing que não tenha interesse por interpretação de dados, por exemplo. Além dos conhecimentos e habilidades tradicionais dos profissionais, faz parte do dia a dia transformar dados gerados pelos clientes em informação. Trabalhar com esses tipos de dados não é algo novo na área. Para os profissionais que atuam com Database Marketing, Marketing de relacionamento ou Marketing direto, os dados sempre foram matérias-primas. Porém, hoje temos acesso a duas dimensões de dados gerados pelos consumidores: os estruturados e os não estruturados. O marketing atual precisa trabalhar com estas duas dimensões. O analytics vai além da análise da transação. Considera também o lifetime value do cliente, sua capacidade de amplificação e colaboração com a marca. Quais são os desafios inerentes ao Marketing 4.0? Considerar que o poder está na mão de quem compra e não de quem vende, entender que uma boa experiência com a marca é que fará o cliente voltar a fazer negócios, além de acompanhar a mudança na lógica da segmentação, posicionamento, geração de valor. Não é suficiente mais promover a marca; ela precisa ser recomendada por outros consumidores. O empoderamento do consumidor aliado aos avanços tecnológicos devem ter a atenção integral das marcas que querem se destacar no cenário atual. Elas devem observar as tendências tecnológicas que possuem grande potencial, como o amadurecimento de inteligência artificial, assistente virtual de voz e context aware, que fazem com que a publicidade e as marcas sejam cada vez mais invisíveis. Conduzido pelos asasasasas princípios da economia comportamental e viabilizado pelas novas tecnologias, o Marketing invisível consiste na mensagem que é recebida pelo cliente, em vez do que é dito pela empresa. É a resposta emocional que sentimos em relação a um produto durante uma determinada hora do dia ou o desejo de comprar algo sem sentir como se alguém os estivesse vendendo. Como promover inovações dentro de uma área como Marketing, que constantemente muda seus processos? Promovendo o debate, investindo em treinamento e estimulando o trabalho colaborativo e interdependente, derrubando os silos dentro das empresas. Além disso, executar a multiplicação do pensamento centrado no cliente de forma engajadora, ter uma comunicação clara e consistente por parte da liderança, criar programas de treinamento relevantes e de alta qualidade que estejam alinhados com os objetivos organizacionais. E desenvolver ferramentas de reforço no ambiente de trabalho para sustentar e estimular a inovação também são formas de estimular a inovação. O que é esperado das MarTechs? Espera-se que de fato contribuam para o exercício da funções de marketing de forma efetiva e eficaz, apresentando soluções alinhadas com os desejos do consumidor, que cada vez menos desejam ser interrompidos por mensagens irrelevantes. Além disso, os dados captados devem ser utilizados para seus benefícios e de suas vidas serem facilitadas desde o momento da decisão da compra até o pós venda. Luna Gutierres, Sócia da Repense e Professora de Marketing Digital na FIAP 29 O marketing focado no consumidor 30 O foco das áreas de Marketing nos consumidores se dá não só pela necessidade de vender os produtos e/ou serviços, mas também pela força que esses consumidores vêm ganhando. De acordo com uma previsão da Gartner, até 2020, clientes com más experiênciaspoderão destruir 30% dos projetos digitais das empresas. Isso porque, com o ritmo acelerado das inovações tecnológicas, consumidores e usuários estão mais empoderados e esperam mais, dão mais feedbacks, possuem mais opções dentro de cada mercado e também compartilham muito mais as experiências que vivenciam. Para a Gartner, ser focado no consumidor significa entender os problemas e expectativas únicos dos clientes, bem como os contextos das necessidades deles. As empresas que têm esse foco constantemente entregam produtos e serviços que alcançam essas expectativas. Além disso, a tecnologia tem um papel fundamental nessa tendência. De acordo com o estudo da BSA, mais de 2,5 quintilhões de bytes são criados todos os dias. Assim, interpretar essas informações, transformando-as em estratégias, tornou-se o desafio do século para as empresas. Esse fato, alinhado ao crescimento de novas gerações, que são nativas digitais e que cada vez mais gerarão mais dados, têm um impacto direto nas estratégias corporativas, visto que se estima que pessoas nascidas entre 1995 e 2010 representarão já representam 27% da população mundial. A Gartner identificou dez hábitos que corporações referência em foco no consumidor devem possuir. São eles: estudos constantes sobre os usuários, follow-ups para entender os feedbacks, ações proativas para antecipar necessidades, construção de empatia dentro dos processos e políticas, respeito à privacidade do usuário, compartilhamento interno de conhecimento sobre os diferentes tipos de perfil, motivações de colaboradores para que se mantenham engajados, ações sistemáticas para melhorar a experiência dos consumidores, desenvolvimento de processo de accountability e adaptação das demandas em tempo real. Ao mesmo tempo, a consultoria chama atenção para a necessidade de novas estratégias para a atração e retenção de clientes, pontos centrais para a obtenção de melhores resultados. É fato que as pessoas estão demandando mais transparência das marcas que consomem. A pesquisa Authentic Brands 2014, feita pela Cohn & Wolfe, mostrou que 87% dos consumidores globais sentem que é importante que as marcas asa Aprofundamento 30 Entre os dez hábitos que as corporações com foco no consumidor devem possuir, estão: Realizar estudos constantes sobre os usuários Fazer follow-ups para entender os feedbacks Proteger a privacidade do usuário Compartilhamento interno de conhecimento sobre diferentes tipos de perfil Construção de empatia dentro dos processos e políticas Motivações de colaboradores para que se mantenham engajados Ações sistemáticas para melhorar a experiência dos consumidores Adaptação das demandas em tempo real Desenvolvimento de processo de accountability Realizar ações proativas para antecipar necesidades ajam com integridade, priorizando autenticidade à inovação (72%) e à originalidade dos produtos (71%). Além disso, assim como mostra a pesquisa Global Retail Trends 2018, desenvolvida pela KPMG, os consumidores acreditam que suas compras têm um impacto no mundo e, por isso, esperam que as empresas precisam apoiar iniciativas que signifiquem algo para o bem comum. Foi por identificar essa demanda que a Hand Talk foi criada. Hoje, com mais de dois milhões de downloads, o aplicativo da startup funciona como um tradutor de bolso, transformando textos e vozes automaticamente para Libras (a Língua Brasileira de Sinais), e conta com uma sessão educativa, na qual o intérprete virtual, chamado Hugo, ensina, em vídeos, sinais e expressões na língua. Utilizando um sistema de inteligência artificial (IA), a Hand Talk foi premiada pela ONU como o melhor aplicativo social do mundo no WSA Mobile. De acordo com João Vitor Bogas, Growth Hacker na Hand Talk, a solução se propõe a ajudar as mais de 9,7 milhões de pessoas que não conseguem entender a língua das organizações. Isso, pois, de acordo com dados da Federação Mundial de Surdos, 80% dos surdos do mundo não compreendem as línguas orais dos seus países, pois geralmente são alfabetizados em línguas de sinais. Além disso, a startup também é uma ferramenta estratégica para as empresas, que competem agressivamente por públicos que têm à disposição uma série de concorrentes. “Com o Tradutor de Sites, as organizações conseguem dar autonomia para que os surdos naveguem na internet como os ouvintes já fazem e, ao mesmo tempo, abrem suas portas para um público enorme e super engajado, com o qual ninguém se comunica”, diz. Segundo ele, apesar da acessibilidade digital ser lei, hoje só 2% dos sites do Brasil são acessíveis. Temos clientes que fizeram grandes campanhas de divulgação, engajaram-se com a causa e incentivaram seus funcionários a baixar o nosso app”, afirma. Um exemplo é o Banco BMG, que é um dos sites que mais realiza traduções por mês. Outros clientes da startup são o Bourbon Hotéis, a Ernst & Young, o Aeroporto Rio Galeão, a Magazine Luiza, a Samsung, a Avon e a Bayer. 31 Além do desafio de estar a par de questões relacionadas à inclusão digital, as corporações precisam entender a fundo as expectativas dos consumidores, que estão em constante mudança, para que possam modelar suas estratégias de maneira mais assertiva. Portanto, passaram a dedicar ainda mais esforços para capturar dados. De acordo com a McKinsey, os gastos em analytics para ganho de inteligência competitiva cresce 6% ao ano e, apesar de as empresas não utilizarem todo o potencial de suas bases de dados, os insights comportamentais dos consumidores retirados dessas bases são responsáveis por 85% do crescimento de vendas e mais de 25% da margem bruta das empresas. Com isso, surge também a dúvida sobre como obter tais informações. Em entrevista ao portal Business News Daily, Liam Hanham, Diretor de Data Science na Elicit, explica que os dados dos consumidores podem ser coletados de três formas: “de forma direta, perguntando para eles; indiretamente, rastreando-os; e anexando outras fontes dos clientes à base de dados da sua empresa”. Uma maneira que vem ganhando espaço atualmente é o monitoramento de redes sociais. Assim como é tratado pela Business.com, alguns dos benefícios desse tipo de monitoramento são encontrar influenciadores que podem aumentar a audiência, prever buzz social negativo, humanizar a escuta social e coletar informações não enviesadas e verdadeiramente compartilhadas. O investimento em analytics para ganho de inteligência competitiva cresce 6% ano Os insights comportamentais dos consumidores retirados dessa base são responsáveis por 85% do crescimento de vendas e mais de 25% da margem bruta das empresas Entendendo que conteúdos e interações nas redes sociais proporcionam novas oportunidades e ameaças para marcas e pessoas publicamente expostas, a Sentimonitor foi criada em 2010. Podendo ser integrada a sistemas de Business Intelligence (BI), Customer Relationship Management (CRM), Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) e Enterprise Resource Planning (ERP), a plataforma da Sentimonitor ajuda as empresas a terem melhores resultados com a verba de Marketing, fazendo-as descobrir pautas quentes para conteúdo, mensurar precisamente o impacto de um post, a monitorarem seus concorrentes e a protegerem suas marcas. Contribuíram para a LG ter a campanha de ar condicionado de melhor performance em um histórico de 3 anos com seus insights sobre pautas quentes de conteúdo na unidade de negócios trabalhada. Também descobriram, por meio de IA, um uso fraudulento da marca Casa & Vídeo, que tinha um potencial de geração de grande prejuízo. A solução também foi utilizada no ambiente governamental, em campanhas municipais, estaduais e federais. Em 2012 foram capazes de prever o resultado do pleito de Porto Alegre com melhor precisão em comparaçãoaos institutos de pesquisa. Hugo Pinto, Gerente Geral na Sentimonitor, afirma que detectar, interpretar e comunicar as partes interessadas sobre as oportunidades geradas pelo entendimento de conteúdos das redes sociais é algo entre difícil e inviável de se fazer manualmente. “Essas atividades demandam apoio computacional e IA para descobrir e capitalizar ou conter oportunidades e ameaças em tempo hábil”, diz. É por essa razão que muitas empresas estão cada vez mais buscando ferramentas de monitoramento de redes sociais. Segundo Pinto, as empresas que realizam estes monitoramentos têm resultados de engajamento e geração de tráfego até 3 vezes maiores que as que não realizam, além de terem maior eficácia na proteção de sua marca e antecipação de crises. “Se você não monitora seu concorrente e ele te monitora, você está em desvantagem”, afirma. “A detecção da oportunidade ou ameaça chega rápido, mas ninguém faz nada a respeito, ou faz uma semana depois - de maneira meramente reativa ou ineficaz. Há casos também em que a organização não usa dados e métricas para tomar decisões, mas apenas a intuição e recomendações de terceiros”, continua. Outra startup que vem chamando atenção das organizações que estão buscando formas de capturar dados de seus consumidores e, de fato, se comunicar de maneira assertiva com eles é a Social Miner. Fundada em 2014, une IA, automação de Marketing e humanização com o objetivo de entregar mensagens relevantes para cada consumidor para ajudar as marcas a transformarem os visitantes dos sites em uma base de pessoas engajadas. Cadastram e o identificam o perfil e comportamento dos consumidores por meio de dados de navegação e perfil social e automatizam a entrega de campanhas personalizadas por meio de canais como push e e-mail, aumentando o envolvimento deles com as marcas. Segundo Felipe Moreno, COO na Social Miner, a startup consegue trazer para seus clientes as taxas de conversão mais altas do mercado, acima de 30%, sendo 32 O monitoramento digital deve fazer parte da estratégia de qualquer agência de RP e de comunicação hoje em dia. Não se imagina definir uma estratégia ou acompanhar seus resultados sem um acompanhamento desse tipo. O bom planejamento para um cliente sempre deve partir de pesquisas sobre o comportamento do público na arena digital. No passado, as alternativas que existiam eram pesquisas de campo, entrevistas em profundidade e grupos focais. Hoje as ferramentas de analytics e big data devem ser utilizadas para fornecer insumos à estratégia de comunicação do cliente. Além da questão sobre privacidade, um dos maiores desafios atuais é transformar informações em insumos para estratégias de comunicação e marketing. Para isso, vemos uma grande oportunidade no uso de tecnologias para análise de dados em grande escala. As startups podem ajudar nesses processos trazendo novas ideias e ferramentas que sejam acessíveis. Um exemplo é a Refinaria de Dados, com a qual nos relacionamos com o propósito de conhecermos soluções para captura e análise de dados e já pudemos perceber resultados razoáveis até o momento. “ “ Alcides Ferreira Managing Partner na FSB Comunicação 32 que a média convencional é inferior a 5%. “Uma boa experiência pode ser um diferencial competitivo: rende taxas altas e saudáveis, colabora para a recompra e, quando analisamos a estratégia como um todo, no médio e longo-prazo, é possível concluir que o retorno sobre o investimento (ROI) é alavancado e os indicadores da operação se tornam mais saudáveis”, conta. Com um market share estimado em mais de 70% no varejo online brasileiro, a Social Miner tem como foco a expansão para uma estratégia focada no long-tail por meio dos pequenos e médios negócios brasileiros, internacionalização com foco no mercado europeu e o desenvolvimento do roadmap de produto e do plano de aperfeiçoamento da metodologia de People Marketing. Moreno conta que, apesar do bom momento da Social Miner, um dos desafios enfrentado por eles é provar a proposta de valor. “Provar para o mercado que sua empresa realmente consegue entregar um diferencial é algo que exige muito esforço. Isso exige que as startups fechem acordos com os primeiros clientes, mesmo sem ter muitas validações prévias, cases de sucesso e benchmarks. É preciso ir atrás de early adopters e a rede de relacionamento é fundamental quando se trata B2B”, diz. Ele explica que a priorização das capturas e análises de dados sobre comportamentos digitais não tem um período exato de início, mas essa, com certeza, será uma preocupação constante no presente e no futuro das organizações. Segundo ele, o sucesso de empresas como a Amazon impulsionaram esse movimento e tecnologias como IA, que hoje são responsáveis por possibilitar o uso total do poder de gerenciamento de dados, permitirá que essas análises possam ser feitas de maneira escalável. “Não importa o tamanho do negócio ou quantidade de informação que será recolhida e processada. Em algum momento esse recurso será acessível, deixando de ser uma tecnologia de ponta para se tornar uma commodity. E nós queremos fazer parte desta transformação: tornar a IA acessível à todos”, afirma.No entanto, isso de nada importa se as corporações não tiverem como foco os consumidores. De acordo com Leonardo Castellão Martins, Head de Marketing na Cabify, os principais focos da empresa, que tem um posicionamento customer-centric, são criar diferenciação no serviço e fazer uma entrega de qualidade com segurança. “Procuramos identificar os comportamentos e perfis de uso para entender as necessidades dos nossos públicos. Dessa forma podemos pensar em novas formas de entregarmos a nossa solução, desenvolvendo novas features e serviços, além de personalizarmos o aplicativo”, afirma. Ele também conta que esse processo envolve a leitura da base da dados com o intuito de identificar perfis de utilização da plataforma e, por meio de cientistas de dados, transformar esses dados em informação que represente uma oportunidade para criar uma estratégia de comunicação. Para que de fato essa estratégia se concretize em algo prático, reúnem grupos de pessoas multifuncionais e realizam workshops com o objetivo organizar as jornadas de cada público pensando nas necessidades em cada ciclo de vida e montar as possíveis interações que teriam. Martins ainda afirma que as tecnologias têm tomado um papel ainda mais importante dentro da Cabify, pois permitem o ganho de escala e possibilitar uma agilidade na comunicação com os usuários. “Hoje não é mais possível ter um relacionamento one to one pensando em segmentações de forma totalmente manual e humana. É preciso automatizar as conversas, assasasa 33 CUSTOMER-CENTRIC DMPS INCLUSÃO DIGITAL PEGADAS DIGITAIS PEOPLE MARKETING BIG DATA & ANALYTICS interações e réguas de relacionamento que a empresa tem com os usuários. Isso permite que as equipes de Marketing parem de apertar um botão para executar campanhas e passem a fazer algo mais nobre, como analisar, tratar e evoluir o processo”, diz. Segundo ele, as startups que apresentam soluções voltadas para enriquecimento de dados e data analytics têm um papel importante nesse desenvolvimento. “As MarTechs podem atuar nos gaps existentes na área e plugar suas soluções, mas, para isso, precisam ter um posicionamento ativo, mostrando para as empresas onde está o problema e como é possível solucioná-lo”. Um exemplo é a Refinaria de Dados, startup criada em 2017 e que participou do programa de aceleração BrinksUp!, realizado pela Brink’s em parceria com a Liga Ventures. A startup coleta, processa e analisa pegadas digitais com o objetivo de conectar empresas com seu público-alvo. A solução usa um conjunto de inteligências artificiais criadas para transformar os rastros digitais em informações relevantes para os usuários e empresas.Oferece serviços relacionados a enriquecimento de bases de dados, geração de leads qualificados, pesquisa de público-alvo, people analytics e análise de audiência e risco. A XP Investimentos, uma das maiores empresas de investimentos do Brasil, foi uma das asasas 34 Nos esforços de compreensão do mercado para a abertura da MindMiners ficou claro que as empresas (os marketings em especial) precisam de muita informação sobre o comportamento e preferência de seus clientes para desenvolver melhores produtos e campanhas. Entretanto, elas não conseguiam obter essas informações de forma sistemática, principalmente devido ao longo tempo de coleta da informação e também aos custos associados à atividade. Esses são os problemas que resolvemos. Quando lançamos o MeSeems em 2014, nossa rede social mobile de opinião, conseguimos resolver o problema de tempo e custo de coleta de informação. Depois, conectamos a rede com um software de pesquisa muito completo, para nossos clientes conseguirem entender seus consumidores. Hoje, com nossa plataforma, oferecemos uma forma completa para empresas entenderem seus consumidores de forma veloz e acessível. “ “ Renato Chu Cofundador e CEO da MindMiners A Nosto é uma startup finlandesa que oferece uma plataforma que usa de AI para que empresas consigam fazer a oferta mais conveniente para os seus clientes em seus e-commerces. A startup já levantou mais de US$ 30 milhões em investimentos. A startup americana Braze ajuda as empresas a interagirem com seus clientes de maneira assertiva por meio de ações de mensagens inteligentes nos seus apps, emails e pushes. A startup já levantou mais de US$95 milhões em investimentos de fundos como a Ridge Ventures. A Refinaria de Dados é uma startup brasileira recém-investida e acelerada pela Brink’s no programa BrinksUp!. Com o objetivo de enriquecer dados com base em informações desestruturadas, a Refinaria tem aplicações para gestão de riscos, marketing, people analytics e análise de audiência. Nascida em 2014, a startup Social Miner usa de inteligência artificial para a análise de dados, propondo aos seus clientes o conceito de Marketing Humanizado, identificando características dos consumidores dentro e fora de plataformas online, estabelecendo um relacionamento direto com eles. 34 maiores empresas de investimentos do Brasil, foi uma das empresas clientes da Refinaria de Dados. De acordo com Murilo Gomes, Product Owner na XP, o relacionamento com a startup se deu por conta do desenvolvimento de um novo produto. Para poder alinhar o que estava sendo desenhado no projeto, a equipe precisava entender a fundo, com detalhes específicos, seus potenciais usuários. “Tínhamos acesso à uma lista pública de usuários e tínhamos uma hipótese de que, por conta de seus perfis e hábitos de consumo de outros serviços, eles também usariam nosso produto. A Refinaria de Dados minerou os dados e nos deu insumo para desenharmos o produto de acordo com as necessidades e anseios desses potenciais usuários”, conta. Segundo Gomes, o monitoramento de perfis e pegadas digitais é essencial para a criação de um diferencial competitivo no mercado em que atuam. “Conhecer o público antes mesmo de ter o produto é essencial para construirmos algo que realmente gere valor para as pessoas.” A necessidade de coletar, organizar e ativar as informações trouxe à tona o surgimento das Data Management Platforms (DMP), ou plataformas de gerenciamento de dados, em português. Elas são capazes de capturar dados denominados first party data (informações que as empresas obtêm por meio de campanhas de Marketing, plataformas de análise de websites, sistemas de CRM, registros em sites, etc), second party data (informações coletadas a partir de um parceiro), e third party data (informações geradas em outras plataformas a partir de diversas fontes ou até comprados de um fornecedor externo). A partir disso, organiza-os pelas características como demografia, hábitos de consumo e interesses, e ativa os consumidores em diversos canais, por meio de compra de mídia (DSP), ou conteúdo personalizado, usando plataformas de teste ou gerenciadores de conteúdo. Por meio das DMPs, os anunciantes podem realizar ações de retargeting, lookalike, atribuição de campanha, web analytics, business intelligence e compra de mídia por meio de trading desks e DSP. Já os publishers podem utilizar essas informações para qualificar a venda dos espaços de anúncios e, pelos dados estarem disponibilizados em plataformas de venda de mídia, os publishers também podem vender as informações da sua audiência para que elas sejam utilizadas fora do site. De acordo com o relatório The Forrester Wave™: Data Management Platforms, Q2 2017, divulgado pela Forrester, as DMPs podem fazer com que as áreas de Marketing sejam mais assertivas principalmente em três atividades: mídia programática, comunicação de Marketing em todos os canais e operações focadas no consumidor. Conforme o levantamento da Forrester, o crescimento dessas plataformas tem sido extremamente positivo se comparado ao primeiro estudo, lançado em 2013. Segundo a pesquisa Gartner’s Marketing Technology Survey, publicada em 2017 pela Gartner, mais de 50% das empresas usam essas plataformas, seja por meio de agências ou por uso direto. No Brasil, o mercado também vem amadurecendo seu conhecimento sobre as DMPs. Cristiano Nobrega, CEO e fundador da Tail, conta que a dificuldade que as empresas têm em conhecer o perfil exato de seus consumidores foi o principal motivador para a criação da startup. “Essa falta de conhecimento colabora para que 50% dos investimentos em mídia sejam desperdiçados, ou impede que se consiga trabalhar a conversão de 80% dos visitantes de um e-commerce que acessam sem se identificarem, por exemplo”, afirma. Pensando nisso, desenvolveram a primeira DMP brasileira que utiliza machine learning para processar dados provenientes do comportamento online e geolocalizado de mais de 400 milhões de perfis em web browsing behavior, geo behavior e app behavior. Sendo desenvolvida 100% pela Tail e disponível para desktop e mobile, a plataforma é capaz de inferir com máxima acurácia o perfil de público, revelar a jornada de compra e viabilizar que cada consumidor identificado seja impactado pela marca em qualquer tipo de mídia digital, em qualquer formato, por meio de estratégias de Marketing de precisão baseadas em dados. Segundo Nobrega, as DMPs ocupam um papel importante nas agendas corporativas atualmente, especialmente dentro das estratégias de Marketing, e o mercado vem amadurecendo muito rapidamente quanto a essa questão. 35 36 DO MARKETING 1.0 AO MARKETING 4.0 36 Começando pelo marketing 1.0, o foco estava centrado no produto e a grande força propulsora foi a revolução industrial e toda evolução da produção. Tal pensamento de marketing funcionou isoladamente muito bem numa época em que a concorrência entre fornecedores era menor que a demanda. Assim, a baixa concorrência permitia ao marketing centrar esforços no produto, buscando desenvolvê-lo e não no cliente com suas necessidades, pois o objetivo era simplesmente vender. No marketing 2.0 o foco voltou-se para o consumidor e a grande força propulsora foi a tecnologia da informação. Com uma concorrência maior, era primordial conhecer o consumidor e seus hábitos para saber quais as suas necessidades. Nesse contexto, os softwares de relacionamento permitiram catalogar os diferentes tipos de comportamento de consumo e, portanto, a capacidade de satisfazer e reter consumidores tornou-se o objetivo do marketing durante esse período. O avanço da internet e, principalmente, das interações entre as pessoas nas mídias sociais, permitiram aos consumidores trocarem suas experiências de forma mais transparente e sincera. As redes sociais mudarampor completo a visão do marketing 2.0, em que as empresas eram o elo de conexão com o cliente, pois tentavam antecipar os desejos de consumo. A saída para atender essas trocas de experiências em larga escala é criar valor ao negócio, para tanto o marketing evoluiu para a versão 3.0, pois a empresa precisa gerar valor para ser desejada e a visão corporativa deve envolver o conceito da sustentabilidade, pois isso será essencial para a vantagem competitiva a longo prazo. No marketing 3.0 a evolução está no consumidor como ser humano, ou seja, em toda a plenitude de mente, coração e espírito. A empresa objetiva criar produtos, serviços e culturas empresariais que adotem e reflitam os valores humanos. Podemos afirmar que o marketing 3.0 é algo mais denso que as versões anteriores, já que envolve a mudança de percepção do negócio para produção de produtos e serviços em que o consumidor identifique valor e não somente o preço. Apenas para exemplificar, por que alguém irá pagar por uma conta de e-mail se existem sites que fornecem e-mail gratuito de excelente qualidade? Mas, sabemos que há empresas de internet que cobram pelo serviço de e-mail e mesmo assim possuem clientes fiéis, felizes e que comentam os benefícios. É preciso saber explorar o valor! As tecnologias que estamos vendo agora, não são novas, mas estão convergindo em aplicativos que atendem necessidades bem específicas. E, tal conversão de especificidade está produzindo novas tendências como a economia compartilhada, a economia do agora e o marketing de conteúdo direcionado. Tais mudanças estão além do marketing 3.0. O marketing 4.0 está nos avanços tecnológicos que promovem a transformação de um mercado ou setor existente através da introdução de simplicidade, conveniência e acessibilidade em empresas onde a complicação e o alto custo são o status quo. Podemos dizer que a Inovação Disruptiva está provocando uma grande mudança nos modelos de negócios e consequentemente no marketing, daí a necessidade do próximo passo, o Marketing 4.0. Para citar um exemplo de disrupção, quem imaginaria que a maior rede hoteleira do mundo seria um aplicativo de celular, que permite aos donos de imóveis alugarem suas casas, ou até mesmo quartos, para hóspedes de qualquer parte do mundo? Com esse aplicativo é possível para o hóspede encontrar um imóvel que atenda exatamente as suas necessidades, sem qualquer tipo de padronização e para o dono do imóvel é possível escolher qual cliente deseja atender em seu imóvel. Assim, para entender esse novo momento do mundo dos negócios é preciso estudar como a conectividade está afetando as vidas das pessoas. Hoje, com o celular em mãos e aplicativos especializados estamos conectados 24 horas por dia e, podemos consultar tudo instantaneamente, o que leva a reflexão e comparação antes de qualquer tomada de decisão de consumo. Além disso, é preciso entender como os jovens consumidores que já nasceram dentro desse modelo, conectados à internet de forma ampla, realizam a sua jornada e caminho para o consumo. Powered by: Por: Prof. Dr. George André Willrich Sales 37 ENTRE_ VISTA Muitas empresas estão mudando as nomenclaturas dos executivos de Marketing, de Chief Marketing Officer (CMO) por Chief Growth Officer (CGO). Como você vê esse movimento e quais são as motivações? Durante muito tempo a área de Marketing teve como foco o produto, com base em premissas e hipóteses. Com o advento de novos canais, se tornou possível entender a fundo as necessidades e anseios dos consumidores. Com tecnologias integradas à eles, também se tornou possível mensurar de forma muito mais precisa e veloz, com taxas de conversão específicas, ROI por cada tipo de canal e com visualização por dashboard em tempo real. Assim, começaram a ser demandadas competências que antes não existiam, como a necessidade de ser analítico. Um dos insights principais que podemos tirar é o treinamento dos dois hemisférios cerebrais. Não é mais possível o alto executivo de Marketing ser somente criativo, pois responderá ao CFO e ao CEO, que são rigorosos com números. Ao mesmo tempo, também não é possível ser somente analítico, deixando de lado o entendimento de comunicação e as habilidades de contar histórias, de pitches, de criar marcas e de entender as conexões humanas. Que transformações no comportamento dos consumidores os CGOs devem estar atentos e o que devem fazer para acompanhar essas mudanças? A jornada do consumidor deixou de ser linear e previsível e tomou uma forma similar a uma espiral. Como as empresas devem se comportar, sabendo que não é mais tão fácil mensurar essa jornada? E como modelar a previsão de resultados? Não há consenso na comunidade de growth hackers sobre como tratar esse desafio, principalmente que envolve mensurações no mundo offline. Cabe ao CGO, fazendo experimentos em ciclos rápidos, entender que não há mais espaço para fazer campanhas tradicionais que requerem gastos altíssimos para alcançar os mesmos resultados de uma campanha realizada no meio digital. É por isso que a presença de profissionais das áreas de Business Intelligence e Data Science é ainda mais importante, pois traçam premissas e verificam os A picos de conversão, associando-nos a uma série de outras métricas de forma mais precisa. Grandes empresas, que gastam bilhões em propaganda, estão aderindo a um movimento radical de desassociação de agências de marketing e mídia. O que isso significa? Esse movimento não necessariamente é um reflexo da utilização de tecnologias e algo pensado somente para reduzir custos. Ao internalizar atividades relacionadas a essas áreas, as empresas tornam o processo de go to market mais rápido e aumentam o nível de influência sobre as ações e resultados. Além disso, não deixam o marketing se perder. Ao deixarem de terceirizar algumas atividades, tomam de volta o conhecimento sobre seus consumidores e passam a pensar em estratégias customer-centric mais assertivas. Como você vê as MarTechs dentro desse contexto todo? Por que elas são importantes? As MarTechs são mais do que empresas que podem terceirizar uma atividade. Por serem responsáveis por desenvolver tecnologias absolutamente necessárias, dão insumo para os profissionais de marketing das empresas poderem ser ainda mais estratégicos. Antes, tínhamos apenas uma fonte de informação sobre quem estava utilizando um determinado canal. Hoje temos inúmeras delas, como Facebook Insights e Google Analytics, mas, por não serem totalmente suficientes, abrem espaço para o surgimento de ferramentas que enriquecem os dados dos consumidores, permitem integrações e cruzamento de dados. Braulio Medina, Professor do IBMEC-RJ, Fundador da Vortio e Cofundador do Growth Team 37 Marketing de Conteúdo 38 De acordo com definição presente no livro Marketing 4.0, de Philip Kotler, Hermawan Kartajaya e Iwan Setiawan, marketing de conteúdo é “uma abordagem que envolve criar, selecionar, distribuir e ampliar conteúdo que seja interessante, relevante e útil para um público claramente definido”, objetivando a geração de conversas a respeito desse conteúdo. Classificado como o “novo anúncio”, o conteúdo criado pelas marcas estabelece conexões mais fortes entre elas e os consumidores, a partir da criação de histórias e disseminação de informações. No fim das contas, a produção de um marketing de conteúdo de qualidade pode, por meio de uma atração mais assertiva de consumidores, aumentar a taxa de conversão e do número de vendas de uma empresa. Segundo pesquisa publicada pelo blog OutSocialTimes, 70% os consumidores presentes na esfera digital preferem conhecer uma marca por meio de artigos informativos ao invés de conhecê-la por anúncios convencionais. A pergunta então já não deve ser se as empresas devem fazê-lo, masqual a melhor maneira de adotar essa tendência já presente no mercado. Segundo o estudo B2B Content Marketing 2018, realizado pelo Content Marketing Institute e MarketingProfs, 91% dos entrevistados (de um total de 870 empresas norte-americanas que fazem negócios com outras empresas) afirmaram utilizar da estratégia de marketing de conteúdo; entre os 9% que não a adotam, 54% afirmaram possuir a pretensão de lançar esforços para adotá-la nos 12 meses seguintes à pesquisa e 4% já se utilizaram dela no passado, mas parou. Já conforme o estudo B2C Content Marketing 2018, 86% dos participantes (de um total de 195 empresas norte-americanas que possuem consumidores como público primário) afirmaram utilizá-la. Em 2017, o marketing de conteúdo movimentou US$ 16 bilhões globalmente, conforme estudo da PQ Media, publicado em matéria do portal TI Inside. No Brasil, 73% das empresas adotam a estratégia de marketing de conteúdo, de acordo com a pesquisa Content Trends 2018, que contou com mais de 3.000 entrevistados. O estudo revelou que 58,8% dessas empresas sabem a quantidade de visitantes que recebem mensalmente e que a estratégia lhes rende 2,6x mais visitas e 3,7x mais leads. A Conta Azul, plataforma na nuvem para a gestão e controle financeiro de pequenas e médias empresas, investiu na estratégia de forma híbrida – a produção é feita de forma interna e externa –, conectada à estratégia de asasasas Aprofundamento 38 70% dos consumidores preferem conhecer uma marca através de artigos informativos ao invés dos anúncios tradicionais O marketing de conteúdo movimentou US$ 16 bilhões globalmente em 2017 58.8% das empresas entrevistadas tem informações sobre a quantidade de visitantes que recebem mensalmente e essa estratégia lhes rende 2,6x mais visitas e 3,7x mais leads negócios da empresa. “O conteúdo tem que estar muito conectado à narrativa da marca, embora sejam diferentes. A de conteúdo deve ser utilizada para conectar a história da marca com o que está acontecendo no universo do potencial cliente ou do próprio cliente da empresa. Nós trabalhamos pensando em temas, formatos e canais para esses conteúdos de forma que atendam melhor as necessidades do negócio. Ou seja, significa que temos que entender sobre o que precisamos falar, qual o público-alvo e o formato depende de como queremos chegar até essas pessoas”, afirma Anselmo Massad, gerente de Marketing de Conteúdo na Conta Azul. Segundo ele, a produção de conteúdo é importante porque o público nem sempre tem a cultura e o conhecimento para fazer a gestão adequada do negócio e o conteúdo é uma forma bem consistente de tratar essa dor. Atualmente, a Conta Azul possui cinco blogs, voltados para cinco públicos diferentes – donos de negócio, contadores, cultura organizacional, engenharia e design – sendo os dois primeiros os principais alvos da empresa. Hoje em dia, são mais de 1.500 artigos publicados, 200 materiais produzidos entre vídeos, relatórios, guias e cursos online, que resultam em mais de um milhão de visitas por mês e um total de 120 mil downloads dos materiais. Ainda de acordo com a pesquisa Content Trends 2018, entre as empresas que não adotam a estratégia, 61,8% delas pretendem adotá-la no futuro, mas ainda enfrentam problemas que as impedem de utilizar a estratégia: 38,9% delas afirmam não ter uma equipe disponível para realizar a tarefa e 23,7% desconhecem formas de iniciá-la. Assim, realizar a produção do marketing de conteúdo de forma terceirizada surge como uma boa opção para essas empresas que ainda não se adaptaram interna ou completamente para isso. Criada em 2003, a Tray é uma plataforma de e-commerce do grupo Locaweb e oferece serviços para empresas que buscam se consolidar no comércio eletrônico. Atualmente, a empresa possui um planejamento estabelecido para a produção de conteúdo, disponibilizado na Escola de E-commerce, a plataforma de conteúdo da empresa, na qual são disponibilizados artigos, e-books e vídeos (em formato de webinar) e que conta com mais de 200 mil visitas mensais de usuários únicos e uma base de mais de 9.000 clientes. De acordo com Thiago Mazeto, Head de Experiência do Cliente na Tray, a conquista de resultados significativos só foi possível a partir da parceria com a Rock Content, startup fundada em 2013 e referência em marketing de conteúdo na América Latina. “A Rock Content nos ajudou desde a parte estratégica, quando passamos a olhar mais para o inbound marketing e para a área de conteúdo. Eles possuíam uma expertise e nós evoluímos muito bem juntos. Atualmente, optamos por um formato híbrido e por meio dessa parceria conseguimos atrair um volume grande e com qualidade”, conta Mazeto. A partir da parceria com a startup, tornou-se possível à Tray uma mudança no planejamento de ações e de como as vendas aconteceriam a partir disso. Segundo Mazeto, os conteúdos produzidos preparam o cliente para a compra do serviço e, consequentemente, aumentam a taxa de conversão. “Antigamente, três anos atrás, nenhuma das vendas era feita de forma ativa. Atualmente, os consumidores vêm prontos para o momento da compra, porque tiveram acesso ao nosso conteúdo, e eu sei quando eles estão prontos para isso. Hoje em dia vendemos 800 lojas por mês, 100% delas de forma ativa. O índice de churn reduziu em mais de 200% e a taxa de conversão é muito maior”, afirma. 39 Entre as empresas que ainda não adotam o marketing de conteúdo com estratégia, 61,8% delas ainda pretendem adotá-la no futuro Dois dos principais problemas que as impedem de utilizar essa estratégia são: Falta de uma equipe disponível para realizar a tarefa (38,9%) e falta de conhecimento sobre formas de implementa-la(23,7%) “ A Rock Content surgiu em Belo Horizonte (MG) a partir da identificação de que faltava no mercado brasileiro uma empresa que oferecesse um marketing de conteúdo de qualidade, uma tendência que já era forte nos Estados Unidos. Atualmente é uma das referências no mercado brasileiro, atendendo desde PMEs até grandes empresas. “No início da década, as companhias não sabiam como essa estratégia poderia trazer retorno a elas. Percebo que agora há uma visão mais madura sobre isso, elas percebem que o marketing de conteúdo é, acima de tudo, marketing, e que possui métodos, planejamento, para poder trazer um retorno sobre o investimento. Hoje temos um trabalho de educar ainda mais o mercado e pensar em estratégias cada vez mais avançadas de produção e distribuição do conteúdo”, diz Vitor Peçanha, Cofundador da startup. Não por coincidência, grande parte dos clientes que a empresa conquista chegam por meio do blog, que alcança aproximadamente um milhão de visitas por mês. Para suprir a alta demanda por conteúdos no blog e realizar os serviços requeridos pelos clientes, a Rock Content possui mais de 20 mil colaboradores freelancers selecionados e 350 funcionários. De acordo com Peçanha, falta às empresas enxergarem o marketing de conteúdo como um canal importante de atração e aquisição de novos clientes, quando comparado a outros canais. Para isso, o primeiro passo é sempre entender quem é o público-alvo do cliente em questão. “Existe uma metodologia para realizar um mapeamento de que tipo de conteúdo nós devemos produzir. Essa inteligência é o que determina o sucesso da estratégia. Um dos maiores erros é não se basear em dados para saber que conteúdo será produzido”, afirma ele. CX (Customer Experience) relacionada às novas tecnologias De acordo com o estudo 2018 Digital Trends, realizado pela Adobe em parceria com a Econsultancy, consultoria de marketing digital, a maior prioridade estratégica das empresas em 2018 é a gestão do conteúdo e da experiência do consumidor. Entre as 2.796 entrevistadas, 45% delas colocam a estratégiacomo uma das três mais importantes para o próximo ano e 20% veem a questão como prioridade máxima. Logo em seguida, as áreas de analytics, audiência e gerenciamento de dados são também vistas como essenciais às empresas. Segundo a pesquisa, a proeminência desses assuntos diretamente ligados a dados se dá pelo fato de que experiências digitais eficazes não são possíveis sem uma base estatística e analítica, que asseguram que um conteúdo seja o mais útil e assertivo possível. Assim, conteúdo e dados devem andar de mãos dadas quando o assunto é a entrega de uma jornada e experiência digitais satisfatórias ao consumidor. Um dos grandes desafios enfrentados pelas empresas é a grande quantidade de conteúdo produzido e disponibilizado no mundo digital, que resulta em uma saturação de informações que asas 40 Nós tínhamos o objetivo e desafio de inovar e de trazer o público-jovem de volta para a televisão, mas também atingi-lo em um modelo multiplataforma. Para isso, fizemos uma parceria com a Winnin, startup que nos ajudou desde o planejamento estratégico até a execução do programa Só pra Parodiar. Eles vieram ao encontro de um desafio enquanto um canal tradicional de TV, que é falar com o público jovem, que está cada vez menos na frente da televisão de forma passiva e consome conteúdos que permitem interatividade. Foi um trabalho colaborativo, de identificação de um nicho de atuação e de um conteúdo que ainda não estava presente na televisão. Os dados disponibilizados pela Winnin possibilitaram a construção de um storytelling, em uma narrativa que faz sentido em todos os canais de comunicação. O programa foi muito bem visto, inclusive internacionalmente, sendo indicado à premiação Europeia Rose d’Or. Além disso, ficamos nos primeiros lugares de alcance e audiência na mídia paga. Mais de três milhões de pessoas passaram pelo canal durante as exibições inéditas de Só Pra Parodiar em 2017. “ Tatiana Costa Diretora de Programação e Conteúdo Digital no Multishow 40 nem sempre são úteis aos consumidores. Apostar em big data & analytics pode ser, portanto, uma maneira de se diferenciar de conteúdos que pouco agregam à vida do consumidor. Para se ter uma ideia, segundo dados do Smart Insights, a cada minuto são publicados mais de três milhões de posts no Facebook, cinco horas de vídeos no Youtube e aproximadamente 450 mil tweets no Twitter. De acordo com Massad, criar conteúdo significa competir com o mercado inteiro pela atenção dos consumidores. “A questão da saturação possui dois aspectos. Primeiramente, há muito conteúdo disponível, é uma competição por atenção que envolve players que não são meus concorrentes diretos, mas que podem estar oferecendo um conteúdo sobre o mesmo tema que nós. Existe também uma saturação de formato, de canais. Temos que ser criativos e estarmos sempre atentos à forma como as pessoas estão acessando e querendo acessar os conteúdos” diz o gerente de Marketing de Conteúdo na Conta Azul. Dentro da Tray, os desafios são parecidos. Segundo Mazeto, a diferenciação em relação a outras empresas e tipos de conteúdo se dá pela qualidade do que é produzido, que precisa estar de acordo com as necessidades do cliente. “O nosso desafio é ficar cada vez mais especialista, produzir conteúdo interessante. Existe uma grande parcela de empresas que só pensa no rankeamento, mas isso é uma consequência de um bom conteúdo. O essencial é pensar na experiência do seu cliente, em impactar a vida da nossa persona. Eu preciso que um consumidor acesse um conteúdo e volte por conta própria para consumir outras informações”, conta. Em 2017, o canal pago de televisão Multishow, que pertence ao grupo GloboSat, passou por uma necessidade de se reinventar. De acordo com Tatiana Costa, Diretora de Programação e Conteúdo Digital no Multishow, o canal sempre teve a missão de se comunicar com o público jovem e atraí-lo de volta para a televisão surgiu como um desafio. Dentro do Grupo Globo, o canal é referência na atuação digital nas principais redes sociais, como Twitter, Facebook e Instagram. A partir disso, a principal ideia era expandir o conteúdo multiplataforma e para que isso fosse possível, a utilização de dados era essencial. O resultado disso foi o programa Só pra Parodiar, realizado em parceria com a startup Winnin, uma plataforma de criação de conteúdos a partir de uma base de dados coletados de internautas. “Por meio dos dados disponibilizados pela Winnin tivemos inúmeros insights para a criação de um conteúdo novo e nós passamos a entender o que estava acontecendo de relevante no mundo digital. Identificamos que as paródias estavam muito em alta e era um conteúdo praticamente inexistente na televisão. Toda a parte estratégica foi pensada em conjunto, sobre qual seria o formato, quem seriam os participantes do programa. Desejávamos impactar o telespectador em várias frentes e conseguimos fazer isso”, conta Costa. Segundo ela, a partir dos dados coletados pela Winnin, tornou-se possível a construção de narrativas que fazem sentido para as diferentes plataformas em que o canal está presente, como Twitter, Facebook, Youtube e televisão. Em 2017, em sua temporada de estreia, o Só pra Parodiar foi o primeiro programa latino-americano da história a ser indicado ao Rose d’Or, premiação realizada pela EBU (European Broadcasting Union), voltada ao entretenimento. A Winnin foi criada no Rio de Janeiro, em 2014, focada em oferecer conteúdo relevante às empresas a partir de dados, principalmente em formato de vídeo. A empresa começou como um site de curadoria colaborativa de vídeos que teve mais de 30 milhões de usuários ativos criando listas e rankings para votação de vídeos e evoluiu para um modelo SaaS (Software as a Service), asas 41 INTELIGÊNCIA DE DADOS ENTREGA DE CONTEÚDO RELEVANTE VR CONTENT USER-CENTRIC CUSTOMER EXPERIENCE STORY-TELLING agregando dados globais de consumo de conteúdo em vídeo. Atualmente, a Winnin lidera a estratégia global de conteúdo de marcas como Coca-Cola, Budweiser, Stella Artois e Corona Sunsets, apresentando resultados numéricos expressivos. “Nós aprendemos que o modelo do site não era escalável globalmente. Pivotamos e o site que nos gerava dados foi substituído por um software para entender o que determinado público-alvo está interessado em assistir quando o assunto é vídeo”, afirma Gian Martinez, Fundador e CEO da Winnin. De acordo com ele, o diferencial da empresa se encontra justamente em realizar uma análise de dados que funcione de forma preditiva. “No fim das contas a nossa solução integra ao processo criativo tecnologias de data science, machine learning e inteligência artificial. O maior desafio para tornar isso possível é limpar os dados disponíveis na Internet, visto que são muito poluídos e não dizem nada sozinhos. A inovação está no método que utilizamos para limpá-los e organizá-los de forma precisa e assertiva”, afirma Martinez. Segundo ele, a capacidade em cruzar e analisar essas informações resulta em uma previsão de tendências, de qual será o próximo grande movimento quando se fala de conteúdo. 42 A Rock Content surgiu a partir da fusão de duas startups: uma, gerenciada por mim, que criava textos em escala, por meio de uma rede de freelancers, de forma que os conteúdos tivessem um bom ranking no Google e, consequentemente, muito tráfego, e outra, gerenciada pelos meus atuais sócios, que se tratava de um algoritmo para escolha de palavras-chave. A partir disso, montamos a Rock Content com o objetivo de ajudar as empresas a terem resultados com marketing de conteúdo. Atualmente, para a produção dos textos, possuímos uma base com mais de 20 mil redatores freelancers e 350 funcionários, realizando uma entrega de mais de 8 mil peças de conteúdo mensalmente. Os números obtidos pelos clientes variam de forma muitopositiva. Com a Tray, por exemplo, reduzimos, por meio do marketing de conteúdo, o CPA (Custo por Aquisição) em 264% e aumentamos em 86% a conversão de vendas. Em alguns outros cases, aumentamos em 70% o tráfego orgânico no blog de um dos clientes, além de ampliar os leads gerados em mais de 40%. “ “ Vitor Peçanha Cofundador da Rock Content A NewsCred, startup americana que já levantou mais de US$ 88 milhões em investimentos, oferece uma plataforma que integra as campanhas de marketing e conteúdos, trazendo consistência na comunicação em todos os canais das empresas. A startup americana BrightEdge criou uma plataforma que usa análise em tempo real de dados para otimizar o retorno dos conteúdos produzidos em ações de marketing. Com mais de 8.000 marcas usando a solução, a startup já levantou mais de US$60 milhões em investimentos. A Contentools é uma startup brasileira que oferece uma solução para ajudar os responsáveis pelo marketing na gestão e produção de conteúdo. Além do organizador de fluxos de conteúdo, a startup oferece uma IA para fazer leituras e trazer insights sobre os conteúdos produzidos. A startup Rock Content é responsável pelo planejamento, produção e otimização de conteúdos. Com estratégias focadas ao aumento de faturamento de seus clientes, a Rock Content conta com mais de 20 mil redatores freelancers em sua base e clientes como MRV e ContaAzul. 42 Conforme post publicado no blog da Rock Content, a realidade virtual (RV) é o próximo passo no consumo de conteúdo. Atualmente, os três principais formatos utilizados são de texto, imagens e vídeos, cada um adicionando uma camada visual a mais em relação ao anterior, tornando-o mais interessante e interativo. Experiências de realidade virtual oferecem, principalmente, uma camada a mais, de imersão ao usuário, colocando-o como participante no centro do conteúdo e proporcionam um maior conhecimento de marca. De acordo com informações da IDC (International Data Corporation) publicadas em matéria do portal TI Inside, as receitas de RA (Realidade Aumentada) e RV superarão a casa de US$ 215 bilhões até 2021. E existe um motivo científico como base para a expressividade desses números. Segundo publicação do Marketo, experiências em realidade virtual e/ou aumentada possuem apelo sobre as três partes do cérebro humano, responsáveis pela percepção e reação que temos em relação ao que acontece ao nosso redor. Assim, a utilização desta tecnologia torna as empresas mais propensas a influenciar o comportamento do consumidor. 43 Uma iniciativa que oferece conteúdos imersivos em RV e RA em formato de story-telling é a startup americana Within, fundada em 2014 na Califórnia. A empresa recebeu mais de US$ 50 milhões em investimentos, tendo como principais investidores a empresa de venture capital Andreessen Horowitz, além de Temasek, Emerson Collective, WME e 21st Century Fox. A Within produz animações, documentários e audiovisuais musicais e disponibiliza os conteúdos por meio de dispositivos como o Samsung Gear VR, Oculus Rift, HTC Vive, Google Daydream e Sony Playstation VR. Atualmente, possui, entre seus parceiros, a Apple, Google, Facebook, Sony e Adidas. Existe, portanto, uma clara tendência user-centric e para que isso seja realizado de forma assertiva, torna-se necessário um mapeamento e conhecimento sobre quem é esse potencial consumidor e quais são seus desejos e necessidades de informação e conteúdo, importantes, primeiramente, para um conhecimento de marca. Como citado por Kotler, “marcas que realizam um bom marketing de conteúdo fornecem aos consumidores acesso a conteúdo original de alta qualidade enquanto contam histórias interessantes sobre si mesmas”. Significa, portanto, que a transformação disso em vendas não devem necessariamente ser o motor para a produção de conteúdo. Antes de um possível cliente realizar, de fato, uma compra, ele precisa conhecer a marca e entender o porquê de ela se diferenciar de todas as outras, tornar-se curioso em relação a ela. E é exatamente isso que o marketing de conteúdo pode fazer por uma empresa. A realidade virtual (RV) é o próximo formato a ser incorporado no consumo de conteúdo. O uso dessa tecnologia promete deixar a experiência dos consumidores mais interessante e interativa Experiências em realidade virtual e/ou aumentada possuem apelo sobre as 3 partes do cérebro humano, responsáveis pela percepção e reações ao que acontece ao nosso redor A maior prioridade das empresas tem sido a gestão de conteúdo e a experiência do consumidor Entre as 2.796 entrevistadas, 45% delas colocam a estratégia como uma das três mais importantes para o próximo ano e 20% veem a questão como prioridade máxima 44 ENTRE_ VISTA Quais desafios as empresas enfrentam ao transitarem do marketing tradicional para o marketing digital? O primeiro e maior desafio é o Mindset. É muito difícil mudar a cultura de empresas em setores que sempre obtiveram bons frutos por conta de campanhas em meios tradicionais. Na maioria dos casos, o departamento que olha para Marketing online é diferente daquele que olha para o Marketing offline. Além disso, muitas empresas contam com equipes especializadas em ferramentas tradicionais e que ainda não possuem capacitação adequada para entender as métricas e técnicas dos meios digitais. Isso resulta em uma curva de aprendizado que tende a gerar percalços. Trabalhar o Mindset é algo factível, mas que exige tempo para ser realizado. Apostamos em testes com pequenas amostragens que possam mostrar gradualmente às empresas se suas ações estão realmente funcionando. É necessário expandir essas estratégias em uma escala controlável para que os ajustes possam ser realizados de maneira organizada. É importante também ter métricas claras e uma metodologia de análise adequada para cada uma delas e, ao mesmo tempo, não perder de vista o Machine Learning e Deep Learning, que podem resolver problemas de forma muito mais assertiva e têm mudado o panorama de funcionamento das agências de Marketing — principalmente com relação às atividades que envolvem mídia programática. Quais ferramentas têm sido importantes para a questão de performance em Marketing? Principalmente Google Adwords e Facebook Ads. Temos visto que o Google está se consolidando ainda mais e funciona muito bem para a maioria dos clientes que trabalham com performance. A lógica desenvolvida por eles evoluiu muito em relação à entrega de resultados e de ferramentas que permitem às empresas trabalharem melhor essas frentes. Além disso, o Facebook tem apresentado ofertas interessantes, com novas features e ferramentas diferenciadas em relação asas ao Google, além de potencializar o Marketing tradicional, com a adição de uma gama de dados e informações sobre os consumidores. Como as empresas passaram a encarar a questão da performance de campanhas no mundo digital? Com a passar do tempo, as empresas têm olhado de forma cada vez mais positiva para essa questão. Quando comparamos os resultados do Marketing tradicional aos do Marketing Digital, percebemos que os meios digitais permitem entender melhor a performance das campanhas, esclarecendo algumas questões, como a mensuração e a obtenção de resultados, que — apesar de terem ainda alguns limites — sempre atraem profissionais da área pela enorme clareza e assertividade, ao contrário do que acontece offline. Como estamos em um momento no qual a competição é ainda mais acirrada, as empresas refletem mais sobre os possíveis resultados de investimentos altos. Por isso, passam a considerar campanhas no meio digital, já que conseguem entender melhor desdobramentos como os citados acima. A possibilidade de controlar os resultados é o fatorque faz brilhar os olhos dos profissionais da área de Marketing Digital. Se eles tiverem um controle bem feito e conseguirem entender o que realmente estão trazendo de resultado para o negócio, transformam a empresa em uma máquina de vendas. Marco Túlio Kehdi, Fundador e Diretor de Operações da Raccoon 44 Marketing Omnichannel 45 Pensar de forma detalhada e personalizada na jornada e experiência de compra do consumidor talvez seja um dos principais conceitos inerentes ao que se define como Marketing 4.0. Mais do que nunca as pessoas estão conectadas à internet, fato que consequentemente altera o comportamento dos consumidores e demanda das empresas uma nova postura e comportamento acerca desse novo contexto. Assim, pensar na integração de canais de venda disponíveis surge não apenas como um desafio inovativo, mas também como uma resposta a uma nova demanda. Uma demanda que seguirá, a rigor, as necessidades e desejos de um cliente; as empresas precisam estar, portanto, preparadas para atender o público de forma integrada entre os canais online e offline. Conceitos como single-channel, multi-channel e cross-channel, apesar de ainda serem utilizados pelas empresas, aos poucos devem se mostrar antiquados aos olhos do cliente. Como afirmado por Philip Kotler em Marketing 4.0, “os consumidores cada vez mais se mostram conectados e indiferentes ao canal e esperam uma experiência contínua e uniforme sem qualquer lacuna perceptível”. Dessa forma, abre-se espaço para o chamado marketing omnichannel ou omnicanal, que na prática se resume à integração de canais com o objetivo de criar para o consumidor uma experiência contínua de compra. Em âmbito mundial, o marketing omnichannel já adquire uma importância expressiva. De acordo com um estudo realizado pela NapcoResearch em 2018, 74% das empresas entrevistadas (de um total de 457) afirmaram considerar importante, razoavelmente importante ou muito importante que seus consumidores tivessem uma experiência coesa e integrada com a marca. Entre as indústrias, as Farmacêutica e Saúde (82%), Viagem e Hospitalidade (82%), Tecnologia da Informação (81%) e Serviços Financeiros e Seguros (80%) são as que entregam mais importância à tendência. Além disso, em uma pesquisa da Adobe, em parceria com a Econsultancy, descobriu-se que, das 2.796 marcas consultadas, 27% colocaram o marketing omnichannel entre as 3 áreas digitais de maior prioridade e 10% a classificaram como a mais prioritária, atrás apenas do marketing de conteúdo, lembrado por 20% das empresas. No entanto, outros números apontam que a omnicanalidade, na prática, ainda é pouco utilizada no mundo inteiro. Aprofundamento 45 74% das empresas entrevistadas (de um total de 457) afirmaram considerar importante, razoavelmente importante ou muito importante que seus consumidores tivessem uma experiência coesa e integrada com a marca Os setores que apontaram dar mais importância a essa tendência são: Farmacêutica e Saúde (82%) Viagem e Hospitalidade(82%) Tecnologia da Informação (81%) Serviços Financeiros e Seguros (80%) Segundo um levantamento feito pela Zendesk com mais de 37 mil empresas de 14 países, cujas informações foram publicadas no portal E-commerce News, o topo do ranking pertence aos Estados Unidos, país em que 6% das 18.243 empresas consultadas já oferecem um atendimento integrado aos clientes. A Austrália aparece na segunda colocação, com 5,5% das empresas sendo omnichannel. O Brasil ocupa o 10º lugar da lista, com 3,5% das 1.997 companhias analisadas oferecendo um suporte omnicanal. Conforme ainda o estudo da NapcoSearch, os maiores desafios enfrentados mundialmente pelas empresas na implantação de um sistema omnichannel são a falta de orçamento e a escassez de profissionais com habilidade e know-how para colocar a estratégia na prática. Tais problemas podem ser vistos como inerentes a um mercado e a profissionais constantemente em transição e que precisam frequentemente adotar prioridades e novas técnicas ou habilidades de trabalho. Em 2017, foi realizada a pesquisa Consumidor Omnichannel, feita pela ABComm (Associação Brasileira de Comércio Eletrônico) em parceria com a Brazil Panels, em que entrevistadores foram disfarçados a 60 lojas físicas para entender em qual passo estavam as empresas “escolhidas” em relação à integração de canais. Para Claudio Vasquez, sócio da Brazil Panels, em matéria do portal E-commercebrasil, “a política de preços é um assunto mal resolvido no omnichannel brasileiro”. A pesquisa descobriu, por exemplo, que 75% dos vendedores das lojas físicas não aceitaram negociar o preço de um produto ao mesmo preço exibido na loja online, fato que demonstra uma falta de total integração de preços entre os canais. Além disso, questões relacionadas a estoques de produto também ainda são um problema: 34% das lojas físicas não possuíam determinados produtos a pronta entrega. No Brasil, a Leroy Merlin, rede de lojas de materiais de casa e construção é uma das empresas pioneiras a adotar um sistema omnichannel que está trazendo bons resultados para a companhia. No segundo semestre de 2017, a marca lançou sua primeira loja 100% omnicanal em São Bernardo do Campo (SP), que conta com um sistema totalmente integrado entre loja física, e-commerce e televendas. A implantação, feita passo a passo, iniciou-se com a criação da loja virtual cinco anos atrás, em 2013, de acordo com Diego Lemos, Digital Marketing Supervisor na companhia. “A Leroy Merlin vendia 60 mil produtos e não possuía nenhum produto cadastrado em um espaço virtual. Em 2013, iniciamos um projeto digital para montar um catálogo online e no final de 2014 lançamos o e-commerce, com poucos produtos e em poucas regiões, como forma de teste. Passamos a atender em três canais diferentes, o físico, virtual e televendas, mas que não conversavam entre si, cada um com promoções diferentes de produtos. O primeiro passo para mudar isso foi integrar os departamentos internos, de tecnologia, produto, merchandising digital e marketing”, afirma ele. 46 Single channel canal único de vendas, seja físico, e-commerce ou televendas Multi-channel existência de muitos canais, como lojas físicas, site, aplicativo, de forma não-conectada, sem troca de informações. Existe uma competição entre canais Cross-channel cruzamento de canais, de forma complementar (compra online e retirada na loja física, por exemplo), sem competição de canais Omni-channel conexão e integração de canais, como a utilização de aplicativos na loja física para verificação e compra de produtos “ A partir disso, iniciou-se, na prática, a integração entre os canais de atendimento disponibilizados pela Leroy Merlin. Já com uma integração básica de informações entre online e offline, passou a ser exibido no e-commerce o estoque de lojas físicas em tempo real, em parceria com o Google LIA (Local Inventory Ads), que resultou em um aumento de 36% em visitas em lojas físicas. Foi criado, posterior e consequentemente a isso, o serviço Clique e Retire, que permite aos clientes comprarem um produto de forma virtual e escolher, conforme a praticidade, uma loja para retirá-lo. Segundo Lemos, mais de 50% das vendas onlines são feitas por meio desse serviço, cuja adoção resultou em um crescimento de 45% nas transações realizadas de forma virtual. “Atualmente, eu posso dizer que meu sistema está completamente integrado. Os vendedores das lojas físicas são considerados assessores de vendas, em um processo de venda assistida. Eles possuem um dispositivo móvel nas mãos e vendem um projeto pelo celular de forma rápida; o consumidor escolhe, o vendedor adiciona no carrinho e a entrega pode ser em domicílio. Outro exemplo disso é que nósconseguimos realizar um monitoramento de compra, então se um consumidor escolhe produtos no e-commerce e desiste deles, é possível recuperar o carrinho nos sistemas da loja física”, conta Lemos. Outra empresa do varejo que implementou um sistema omnichannel é a Centauro, rede de lojas multimarcas de artigos esportivos. Atualmente, todas as lojas possuem uma integração de canais e ferramentas que possibilitam ao cliente realizar, por exemplo, compras no e-commerce da marca na própria loja, caso o produto desejado não esteja em estoque no ambiente físico. Além disso, é possível também realizar uma compra na loja virtual e retirar o pedido na loja física, de forma a disponibilizar outras opções de entrega para o cliente. “A primeira etapa para a implementação foi uma transição cultural em todas as lojas, centros de distribuição e escritórios, reforçando a posição da Centauro como única para o cliente, independentemente do canal de contato”, afirma Carolina Badaró, Head de Omnichannel e Marketplace na Centauro. Segundo ela, existe uma curva de aprendizado inerente a esses processos, por conta da complexidade do modelo oferecido, estabelecido em um cenário em que os clientes estão cada vez mais exigentes, obrigando as empresas a saírem da zona de conforto para atingirem e superarem as expectativas. Monitorar e gerenciar a jornada do consumidor de forma a atendê-los melhor é um dos grandes desafios relacionados ao marketing omnichannel, conforme publicação do portal DM News. De acordo com o artigo, profissionais de marketing devem entender como engajar consumidores da melhor forma possível e de forma integrada entre os canais. Porém, realizar a captação de dados em espaços físicos, primeiro passo para que isso seja possível, mostra-se uma tarefa muito mais complexa do que em ambientes online. Acessar informações que estejam integradas entre diversos aa 47 Sempre que avistamos necessidade, nós conversamos com diversas startups e trazemos essas empresas para dentro de casa, visando a realização de pilotos. Queremos entender como elas podem nos ajudar com essa questão omnichannel, porque pode ser em um problema pontual, mas que ajude no processo como um todo. Atualmente, por exemplo, seria muito bem-vinda uma solução que consiga mensurar a jornada omnicanal do consumidor e como integrar esse monitoramento. O cliente pode procurar o produto de forma online, interessar-se por ele, desistir e, dois dias depois, comprar na loja física ou fazer o caminho totalmente contrário, e eu não tenho a informação sobre essa trajetória. Acaba sendo um desafio de analytics, cuja solução eu ainda não possuo. Hoje em dia, a Leroy Merlin se posiciona fortemente no ecossistema empreendedor e mantém relacionamento com mais de 50 startups e possui bons cases relacionados à transformação digital e omnicanalidade. “ Diego Alves Lemos Digital Marketing Supervisor na Leroy Merlin 47 canais – principalmente lojas virtuais e físicas – é um grande desafio para a consolidação de uma estratégia omnicanal. Nesse contexto, a utilização de beacons é, segundo publicação do UOL Diveo, uma tendência a ser seguida objetivando um maior conhecimento a respeito do comportamento do consumidor. Trata-se de dispositivos tecnológicos para rastreamento e monitoramento, com recursos de geolocalização em ambientes fechados. Uma iniciativa que segue essa tendência é a Seed, startup criada em 2013, em São Paulo, voltada para a análise do comportamento de consumo offline, buscando suprir a carência de métricas existente no varejo tradicional. Para isso, a empresa se utiliza justamente de beacons, sensores e câmeras, unidos a uma tecnologia de inteligência artificial e IoT (Internet of Things). “Hoje em dia, existe uma conexão quase natural entre os mundos online e offline, mas uma desconexão muito grande de dados, principalmente do mundo físico. A instalação de dispositivos como os beacons torna possível conhecer o consumidor, o tempo de permanência, a frequência de visitas, se é um cliente novo ou recorrente. A partir disso, o próximo passo é uma interpretação desses dados, integrando-os àqueles que o cliente coletou na loja online”, diz Sidnei Raulino, Fundador e CEO da startup. O monitoramento de fluxo dos consumidores é feito por meio de rastreamento do celular, de maneira passiva para o cliente, a partir do momento em que este se encontra no espaço monitorado. Os beacons, de maneira geral, utilizam-se de uma tecnologia de BLE (Bluetooth Low Energy), que emite ondas e sinais que podem ser captados por smartphones. Assim, os dispositivos rastreiam a identidade única dos aparelhos, mas não informações pessoais sobre o proprietário do celular. A coleta e uma posterior análise de dados realizadas pela Seed podem fornecer, também, insights sobre a taxa de conversão de campanhas realizadas pelas empresas clientes, que consegue mensurar que tipos de ações podem ser mais assertivas e trazer mais consumidores do online para o offline. “É possível identificar qual foi o retorno sobre investimento de uma campanha, a partir da análise de pessoas que visitaram a loja depois do lançamento de uma ação e quantas delas realizaram alguma compra. A taxa de conversão de vendas é uma métrica muito presente no mundo online, mas no físico ainda é uma novidade. A coleta e interpretação dos dados permite a uma empresa entender a performance das lojas, o perfil do público e ações de marketing mais assertivas”, afirma Raulino. Dar atenção à coleta de dados, ao mesmo tempo que se mostra um grande desafio para as empresas, é uma das grandes oportunidades e pilares para o estabelecimento de uma estratégia e sistema de atendimento omnichannel. De acordo com o infográfico Omnichannel Marketing Optimization, feito pela Neustar, entregar uma experiência satisfatória e personalizada ao consumidor é a prioridade máxima ao se trabalhar com dados e análises preditivas. Ainda, segundo o estudo da NapCO Research, entre as empresas que estavam caminhando para entregar uma experiência omnichannel aos clientes, 60% delas focavam em dados dos consumidores. 48 MULTICANALIDADE EXPERIÊNCIA CONVERGENTE IoT / BEACONS INTEGRAÇÃO DE INFORMAÇÕES JORNADA DO CONSUMIDOR ENGAJAMENTO Focada em data intelligence e big data, a Neomove surgiu em 2013, em São Paulo e foi acelerada no programa Liga Emerging Technologies da Liga Ventures. Por meio de inteligência artificial, entrega análises de dados captados nos meios online, tendo como principal objetivo otimizar a jornada e experiência de compra do consumidor no varejo físico. Para isso, desenvolveu, em 2017, a plataforma NeoAtlas, ferramenta de inteligência para e-commerce. “Hoje as empresas pensam em como cruzar dados de diferentes canais para melhorar a experiência do usuário. Já é possível, por exemplo, que um cliente entre em uma loja física e tenha acesso a uma promoção personalizada por meio do aplicativo da marca. A empresa, utilizando-se da nossa plataforma de forma integrada, consegue oferecer produtos de acordo com o perfil de compras realizadas consumidor no online”, conta Eduardo Nagata, COO da startup. De acordo com Nagata, apesar de a empresa possuir clientes grandes do varejo, a plataforma foi criada pensando nas MPEs, que não usufruem dos mesmos recursos em comparação às grandes empresas. 49 Mesmo atuando com tecnologia, eu trabalhava em um mundo totalmente offline e percebi que existia pouca coleta de dados estruturados, e, apesar de existir uma grande quantidade deles, eram totalmente desconexos. A Seed surgiu para trazer a união desses dados do mundo físico, junto ao que já se conhece do online. E mesmo a partir do momento em que essas informações são unidas e integradas, as empresas tinham dificuldades em interpretá-las, então surgiu a oportunidade gerarmos insights e benchmarkingpara os clientes. Nossos clientes já registraram melhora de performance de até 12% de conversão de vendas para consumidores. Hoje estamos presentes em mais de 120 cidades de 23 estados, com a perspectiva de atingir os restantes até o fim deste ano. Estamos tendo grande adesão do varejo e as marcas estão expandindo. O alcance que obtivemos tornou necessário o desenvolvimento de novos produtos e serviços oferecidos. O resultado está sendo positivo, um demonstrativo disso é que no último ano registramos um crescimento de 300%. “ “ Sidnei Raulino Fundador e CEO da Seed A Hyp3r, startup americana que já levantou mais de US$ 20 milhões em investimentos com investidores como Walt Disney, oferece uma plataforma de marketing baseada em localização, usando de inteligência artificial para analisar, engajar e adquirir clientes. A startup americana Zenreach oferece uma solução para disponibilizar wi-fi em ambientes comerciais, coletando dados e transformando-os em insights para os donos destes estabelecimentos. A startup já levantou mais de US$90 milhões em investimentos. A Becon é uma startup brasileira que oferece soluções de hot-spots de baixo custo e fácil instalação para pequenas e médias empresas. A partir das informações coletadas, o empresário poderá interagir com os seus clientes por uma plataforma de comunicação disponibilizada pela startup. A startup Seed Digital é responsável por um pacote de soluções capazes de dar visibilidade analítica do mundo online no offline. Por meio de tecnologias como beacons e IoT, a Seed entrega controle de fluxo e filas, movimento, mapa de calor e outros indoor analytics para empresas. 49 A integração de canais nas MPEs De acordo com matéria do portal PEGN (Pequenas Empresas & Grandes Negócios), até 2022, o Brasil contará com aproximadamente 17,7 milhões de pequenos negócios. Esse número, segundo dados do Sebrae, é 43% superior ao registrado em 2017 (12,4 milhões) e aponta, para os próximos 4 anos, a criação de mais de um milhão de novos negócios anuais. As pequenas empresas representam 98,5% dos empreendimentos no país e geram receita para mais de 50 milhões de brasileiros. Além disso, as mais de 12 milhões de MPEs representam 27% do PIB. Conforme post publicado no blog Saia do Lugar, gerenciado pela Rock Content, até pouco tempo atrás, as MPEs enxergavam as novas tecnologias como luxos distantes, direcionados apenas para as grandes empresas. Com o advento de novos e digitais processos, pensar em inovações em tecnologia se tornou algo possível a essas empresas, permitindo a elas uma otimização dos negócios e melhores resultados. Pensando nisso, foi criada em 2016 a Becon, startup catarinense, que oferece a seus clientes um modem de WiFi, utilizado como ferramenta de marketing, visando um maior conhecimento e consequente retenção de consumidores. 50 Segundo Lucas Schiochet e Philippe Silveira, respectivamente diretor-executivo e diretor de operações da startup, a utilização do hardware permite uma conexão e comunicação mais estreitas entre a empresa e o cliente. “A partir do momento em que o celular de algum cliente procura por uma rede de WiFi, é emitido um sinal único, que é capturado pelo nosso sistema. Só com isso, conseguimos mapear o tempo de permanência na loja física, se é um consumidor frequente ou há quanto tempo não visitava o espaço. A partir do momento em que ele acessa a nossa rede e oferece informações de cadastro – nome, endereço de e-mail e telefone -, nós condensamos esses dados e automatizamos o envio de mensagens, seja por sms, WhatsApp ou e-mail, para que o consumidor se lembre da marca e se sinta conectado com ela”, afirmam. De acordo com os empreendedores, muitas das MPEs ainda não pensam nas tecnologias que envolvem a integração de canais por conta de recursos, já que isso ainda não está bem pulverizado mesmo nas grandes empresas. Apesar disso, entender o comportamento do cliente é o primeiro passo para que essa tendência passe a se tornar realidade também nos pequenos negócios. “O nosso produto gira em torno de oferecer informações às empresas o utilizam. O omnichannel é uma tendência que não tem mais volta e é necessário achar meios para unir o comportamento online e offline do consumidor. Conhecer e entender o público por meio da jornada física permite melhores campanhas feitas online. Esse é o primeiro passo”, completam. Depreende-se, assim, que oferecer aos consumidores uma experiência e jornada satisfatórias depende quase que única e exclusivamente de um conhecimento expressivo sobre eles. A integração de canais, portanto, representa uma adaptação a um novo comportamento de compra dos consumidores, cada vez mais complexo e espiralado e menos retilíneo. Compreendê-los significa, no final das contas, a consolidação de maiores compromisso e engajamento com a marca, difíceis de serem adquiridos em um mercado tão competitivo como o de hoje. Estima-se que em 2022 o Brasil terá 17,7 milhões de novos pequenos negócios. Será um crescimento de 43% em relação á 2017 (12,4 milhões) As pequenas empresas já representam 98,5% dos empreendimentos no país. Além disso, representam 27% do PIB brasileiro 51 ENTRE_ VISTA Qual tem sido o foco de inovação na área de Marketing da Bloomin’Brands? Passamos por um processo de otimização organizacional, buscando agilidade para responder rapidamente às demandas de nossos consumidores. Quando pensamos em inovação precisamos considerar a jornada do cliente e tendências de mercado. A prioridade é Big Data, Self-service BI e Advanced Analytics. A quantidade de informações de consumo geradas no varejo é enorme. No entanto, o maior desafio é cruzar estas informações, para que possamos conhecer cada vez mais os hábitos de consumo de nossos clientes e, de forma personalizada, oferecer experiências cada vez mais marcantes e alinhadas com as expectativas. Além disso, planejamos o uso de bots com inteligência artificial para possibilitar que os nossos clientes interajam conosco antes e durante sua jornada em nossos restaurantes. Como as áreas de inovação e de marketing podem trabalhar juntas dentro das empresas no contexto atual de transformação digital? Existe uma grande sinergia entre as áreas de Tecnologia, Inovação e Marketing (além de Analytics e Inteligência do Mercado). Os temas são complementares e, se não houver uma colaboração entre os profissionais destas áreas, dificilmente uma companhia conseguirá gerar disrupção ou atingir um nível mínimo de transformação digital. Essa transformação é muito abrangente, de forma a buscar o aumento do alcance da empresa, a melhoria na produtividade e eficiência, além das quebras de paradigmas. O processo colaborativo dessas áreas busca, com base no conhecimento da jornada do cliente, analisar suas preferências, entender o mercado, acompanhar e antecipar novas tendências e o uso de tecnologia para concretizar uma ideia de forma rápida e eficaz. Como vocês têm trabalhado com inovações tecnológicas e startup para a área de marketing? A velocidade com que as tendências e tecnologias mudam nos obriga a acompanharmos de perto as eventuais mudanças nas preferências de nossos clientes. Precisamos fazer entregas rápidas e com qualidade, usando metodologias e frameworks apropriados, tais como o Agile (Scrum & Squads), MVP (Minimum Viable Product) e dividir as assasasas entregas em vários releases, uma vez que os mesmos podem ter ajustes e adaptações durante o caminho. As startups normalmente já atuam neste formato, gerando uma vantagem competitiva em comparação a grandes empresas já conceituadas de mercado. Seus overheads são menores, o que permite com que pratiquem preços mais agressivos, viabilizando assim um maior número de iniciativas com um melhor retorno no investimento.Um erro comum é confundir rapidez de entrega com baixa qualidade. Buscamos no MVP entregar um produto ou serviço com o mínimo de atributos, mas com um nível de qualidade aceitável. Assim efetuamos entregas mais rápidas e enriquecemos as mesmas com releases posteriores (“antes feito do que perfeito”, dessa forma podemos ficar à frente da competição). De que forma as startups podem atuar inovando a área de marketing? Por que elas são tão importantes neste processo de transformação? Elas já possuem o conceito ágil em seu DNA. Isso facilita muito o tempo de resposta de Marketing, seja qual for o projeto ou ação. O menor custo operacional de um startup torna os investimentos em digital marketing mais atrativos. Creio que é importante para uma startup, além da criatividade, inovação e conhecimento técnico, ter profissionais com uma mente empreendedora e foco comercial para saber como entrar no mercado. Conheci startups que possuíam uma solução genial, mas que buscavam um retorno financeiro extremamente alto e rápido, inviabilizando o produto. Entrar no mercado, se posicionar, criar um vínculo de confiança e qualidade, oferecendo um produto de alto desempenho é muito importante. Algumas startups tentam pular esta fase e não conseguem vencer a inércia. Caio Fernandes, CIO & Digital (International Equity Markets) na Bloomin’ Brands International 51 Marketing de engajamento 52 Considerando as constantes mudanças de comportamento e o emaranhado de novos entrantes disruptivos e tecnologias, o engajamento se tornou uma temática ainda mais importante na área de Marketing, pois pode ser um fator crucial para o crescimento de uma empresa. De acordo com o levantamento The New Rules of Customer Engagement, publicado pela Forbes Insights e que entrevistou mais de 200 executivos norte-americanos, empresas que são referência na temática são quatro vezes mais propensas a ter um crescimento de 10%, três vezes mais propensas a ter taxas de aquisição maiores (com um aumento anual entre 5% e 25%) e 10 vezes menos propensas a ter uma taxa de churn menor do que 10%. E há uma oportunidade para as empresas brasileiras: de acordo com a pesquisa da Affinion em parceria com a Oxford Brookes University, o Brasil está entre os países mais engajados com empresas do setor bancário, de varejo e de telecomunicações, com níveis de semelhantes aos de países como Estados Unidos, Turquia e Itália. Ainda De acordo com o estudo, compreender detalhadamente a jornada de engajamento permite que a criação de ações sejam mais assertivas. Ela começa com um interesse dos potenciais clientes, que é desencadeado por uma curiosidade sobre o que a organização pode oferecer e de que forma o portfólio pode ser relevante. 73% dos entrevistados pela pesquisa afirmaram que se engajam com marcas que possuem serviços e produtos importantes para eles. Entretanto, esta é apenas uma das razões - a maior parte dos entrevistados (83%) escolhe se relacionar por conta da boa reputação. Uma boa experiência, segundo os entrevistados, consiste em poder negociar com as marcas da maneira como quiserem. A partir deste momento, as empresas precisam avaliar a qualidade dessas experiências a fim de reforçar a satisfação, retendo os clientes, e entender se a marca é considerada confiável. É nesta etapa que a emoção se torna um fator essencial. A imersão dos consumidores no relacionamento com a marca pode fazer com que se entusiasmem a ponto de fazerem não só os serviços e produtos, mas também a marca como um todo, parte da rotina. O nível de engajamento pode, inclusive, fazer com que eles contribuam com ideias de como a marca pode melhorar. Assim, a última etapa da jornada se dá pela lealdade. A pesquisa considera como consumidores leais aqueles que tomam a decisão de asasssaas Aprofundamento 52 73% das empresas entrevistadas pela pesquisa afirmaram que se engajam com marcas que possuem serviços e produtos importantes para eles O Brasil está entre os países mais engajados com empresas do setor bancário, de varejo e de telecomunicações, com níveis de semelhantes aos de países como Estados Unidos, Turquia e Itália continuar se relacionando com as marcas (gerando receita para elas) e constantemente as recomendam para outras pessoas. Jana Ramos, Growth Hacker, destaca que, além de entender muito bem todas as etapas da jornada de engajamento, é importante dedicar esforços não só na aquisição de novos clientes, mas também na retenção dos consumidores atuais da marca. “Pensando em aplicativos, por exemplo, não é interessante fazer uma campanha de mídia paga para adquirir clientes se a estratégia de retenção não está afiada. Isso, pois o usuário pode deletar o aplicativo no mesmo dia. Quanto mais retidos os usuários estiverem, mais as empresas extraem valor com eles”, diz. Segundo ela, não é apenas pelo fato de que adquirir novos clientes custa entre cinco a sete vezes a mais do que reter e engajar os atuais. “Para que tenham resultados financeiros positivos, as empresas devem promover interações com o propósito de criar embaixadores da marca, que divulgam a marca organicamente de forma positiva”, explica. Ramos também conta que a figura dos growth hackers é essencial para que essas interações sejam as mais assertivas possíveis. “Os profissionais de growth hacking são fundamentais na etapa de retenção, pois olham para todo o funil e pensam em tipos de táticas e técnicas para engajar mais os usuários”. O termo, que foi cunhado por Sean Ellis, consiste em uma prática de trabalho que tem como base a construção de práticas a partir de hipóteses e experimentos para que o negócio cresça. Assim, esses profissionais focam em alavancar as empresas tratando seus problemas, pensando em modelos simples e práticos de resolução para que o aprendizado gere novos testes. Segundo ela, empresas que utilizam da prática de growth hacking testam hipóteses em amostragens pequenas e, mesmo que nada seja comprovado, aprendem com os resultados de forma rápida. Ao mesmo tempo, “independentemente do modelo de negócio ou área de atuação, as empresas precisam conhecer muito bem quem são os usuários e pensar quais ações fazem sentido serem realizadas ou não. O primeiro passo é entender muito bem como é a rotina deles, os micro-momentos e achar alguma condição que seja favorável se relacionar em meios que façam sentido para eles”, explica. A definição de canais nos quais as interações serão feitas é uma dificuldade que as empresas enfrentam. De acordo com o estudo da Affinion com a Oxford Brookes University, os maiores níveis de engajamento se dão quando os canais físico e digital são usados. 42% dos entrevistados com maiores níveis de engajamento estão em ambos os canais, enquanto 32% que usa somente no meio digital tem nível mediano e 26% que usa o meio tradicional tem nível baixo. Para Ramos, as tecnologias são ferramentas fundamentais nesse processo de identificação de quais meios se relacionar com os consumidores e seleção das ações que serão feitas com eles, apesar de não substituírem as estratégias desenvolvidas pelas equipes de Marketing. “Qualquer ferramenta pode ser implementada. Se o profissional não souber o que está fazendo, o motivo de estar realizando a ação e entender para onde está indo, de nada adianta. O primeiro passo é ter uma estratégia muito boa e muito clara”, diz. A pesquisa UK Financial Services Customer Survey 2018, publicada pela Accenture Consulting, que entrevistou mais de 4.500 consumidores de serviços financeiros no Reino Unido, apontou quatro tendências de estratégia que podem mudar a maneira como as empresas desse asas 53 42% das empresas que têm um maior nível de engajamento com seus usuários costumam se utilizar simultaneamente tanto de canais digitais,quanto físicos 32% das empresas que só estão no meio digital têm desempenho mediano. Enquanto 26% que usam o meio tradicional tem nível baixo de engajamento com seus clientes “ setor se relacionam com seus clientes: a personalização para reverter o desengajamento, a união entre os mundos físico e digital para proporcionar uma experiência sem atrito, o uso de dados para criar uma integração de abordagem ponta a ponta e o entendimento de onde a marca está quanto ao relacionamento com o consumidor. , surge um outro desafio: como tornar essas comunicações customizadas escaláveis? Entendendo o nível elevado de insatisfação com os centros de atendimentos tradicionais, Eduardo Navarro, presidente da Telefônica Vivo no Brasil, afirmou, em entrevista à Gazeta do Povo em 2017, que o objetivo da empresa é descontinuar os formatos usados pela empresa. Segundo ele, os atendimentos feitos por telefone serão trocados aos poucos por novas tecnologias, como aplicativos. “A empresa está gastando R$ 1 bilhão por ano em tecnologia da informação para melhorar como nos relacionamos com os clientes, 15% de todo nosso investimento”, diz. “Vamos facilitar o uso do app Meu Vivo, para que toda interação possa ser digitalizada. As chamadas aos call centers já caíram 8% em maio deste ano em relação ao mesmo mês de 2016, o que é um ritmo bom”, continua. Assim, esse desafio de tornar essas comunicações customizadas escaláveis alinhado à obrigação de os Serviços de Atendimento ao Consumidor (SAC) das empresas estarem disponíveis 24 horas por dia aos consumidores, traz o conceito de um novo tipo de atendimento aos clientes: o atendimento inteligente. Os chatbots têm sido usados principalmente para o descongestionamento do fluxo de registros, para a diminuição dos custos de investimentos com infraestrutura e para a operacionalização dos atendimentos aos clientes. Entretanto, não são somente usados como ferramentas para ganho de produtividade. Tendo cada vez mais técnicas sofisticadas sendo incorporadas a eles, têm a capacidade de entender as questões trazidas pelos usuários e podem respondê-las de forma relevante e útil, o que pode ser um fator benéfico ao nível de engajamento dos consumidores. A pesquisa da Accenture mostra que os consumidores de serviços financeiros, principalmente os millennials, estão buscando mais interações sem atritos que envolvem tanto o mundo digital quanto o físico e estão mais dispostos a interagir com agentes virtuais e chatbots. Algumas das razões levantadas por eles são acreditar que os robôs são mais rápidos e práticos no atendimento do que humanos (46%), mais baratos (34%), mais assertivos nos aconselhamentos por terem mais fontes de informações (17%) e mais seguros quanto dados dos usuários (5%). De acordo com estimativas da Forrester, uma agência de call center com 3 mil funcionários consegue realizar 150 mil ligações por dia (1.05 milhões em uma semana e 54.6 milhões em um ano). Comparativamente, um só chatbot é capaz de interagir com mais de 50 mil pessoas por semana (caso fossem 3 mil bots, seriam feitas 150 milhões de interações em uma semana), assim como conta Peter Ryans, em um post no Medium. 54 Ter ofertas atrativas para os usuários e identificar o momento correto para engajá-los era um grande desafio enfrentado por nós. Vimos uma oportunidade em utilizar as informações deles para identificar interesses específicos e criar novos serviços. Soluções de localização servem para nos dar insights sobre o perfil da nossa base. As ações de direcionamento de fluxo de usuários para estabelecimentos específicos geram uma melhor taxa de retorno da operação da VR e o conhecimento do perfil serve para melhorarmos a comunicação com os nossos usuários. Foi por essa razão que nos relacionamos com a Flowsense, com quem tivemos uma parceria de desenvolvimento contínuo. Com eles iniciamos um processo de direcionamento de beneficiários para estabelecimentos de interesse da VR, evoluímos com o uso de georreferenciamento e algoritmo de indicação de estabelecimento. Atualmente temos conversões de 15% dos beneficiários direcionados para os estabelecimentos, iniciamos com um índice de pouco mais de 2%. “ Gustavo Gerolamo Gerente de Inteligência Comercial na VR Benefícios 54 Uma startup que trabalha com automação dos atendimentos é a Huggy, que disponibiliza uma plataforma de atendimento digital com a proposta de assumir a primeira camada de atendimento de qualquer negócio, na qual é possível construir jornadas de atendimento, criando fluxos, gatilhos e chatforms personalizados. Unindo os principais canais, como Telegram, Messenger, WhatsApp, e-mail, o SMS, voz e widget, permite que as empresas acompanhem a jornada dos seus clientes com o objetivo de venderem mais, capturarem mais informações, além de engajar e reter seus consumidores. Ricardo Diniz, Cofundador da Huggy, conta que ideia da startup não é exterminar a figura dos atendentes. “A parte humana é a mais nobre e menos escalável. Ninguém gosta de fazer tarefas repetitivas todos os dias. Assim, por que não ter duas camadas automáticas fazendo essa triagem para a empresa? Nós identificamos o comportamento digital do público, entendendo os horários e canais que preferem se comunicar com as marcas para essas duas pontas possam se comunicar sem fricções”, diz. Ao mesmo tempo, ele chama a atenção para a configuração de bots de forma estratégica. “Muitas empresas aderem aos chatbots e não os planejam, fazendo as pessoas ficarem presas em um looping eterno, aumentando a insatisfação delas com o atendimento”, explica. Hoje, com um modelo de negócios SaaS voltado para B2E (business-to-employee) e B2B, a Huggy atende 103 mil usuários por dia, tendo mais de 2 milhões de interações com os 3.100 usuários conectados. Dentre os mais de 700 clientes ativos, estão a 99, Empiricus, McKinsey & Company e GuiaBolso. “Com o surgimento do conceito de multicanalidade, os clientes passaram a estar em todos os meios, demandando atendimento neles e, as empresas, precisaram estar presentes em diversos canais, estando preparadas para atendê-los com a melhor experiência possível”, diz. Entendendo esse novo contexto, a Magazine Luiza desenvolveu, em 2003, a Lu, uma assistente pessoal que ajuda no atendimento e nos processos de pós-venda. Segundo Pedro Octavio Alvim Cassimiro, Gerente de Marketing na Magazine Luiza, a brand persona foi criada a partir da necessidade de tornar o relacionamento com seus consumidores escalável, humanizando a experiência de compra que eles teriam pelo site. “Sempre tivemos uma preocupação muito grande com o atendimento ao cliente. Isso sempre foi a nossa prioridade. No momento de criação da Lu, o e-commerce era incipiente no país. Existia uma insegurança muito grande por parte das pessoas. Entendemos que era importante existir uma interface humanizada entre o cliente e a marca na experiência de compra online”, diz. Sobre a dúvida da Lu ser um bot, Cassimiro explica que ela, de fato, possui iniciativas tecnológicas implementadas, mas nem todas as operações que estão acopladas à estratégia são robotizadas; existem equipes especializadas por trás. Segundo ele, tanto os bots quanto os profissionais que complementam a tecnologia carregam a personalidade e identidade da Lu, com o mesmo tom de voz, linguagem, raciocínio, cuidado e carinho que ela tem na comunicação. Cassimiro conta que, no início, a Lu era um personagem 2D que auxiliava os consumidores na decisão de compra e, com a estratégia de investir em marketing de conteúdo, tomou a forma 3D e também passou a ser a porta-voz da marca não só no ambiente digital, como também no meio offline. “Tomamos a decisão de fazê-la a persona da marca, a hostess nos canais. Hoje, se um cliente nos chamar nas redes sociais, a Lu responderá as dúvidas, gerindo o relacionamentocom o as 55 CUSTOMIZAÇÃO CHATBOTS HUMANIZADOS GROWTH HACKING IA E MACHINE LEARNING PARA EXPERIÊNCIAS CANAIS DE ESCUTAS E EXPERIMENTAÇÕES INTERAÇÃO HÍBRIDA relacionamento com o propósito de engajá-los. Ela é uma interface humanizada que ultrapassou os limites da web”, diz. Hoje, denominada Especialista de Tecnologia, a Lu também tem a responsabilidade de tangibilizar o posicionamento da Magazine Luiza como uma marca que promove a inclusão digital. “Queremos desmistificar a temática ‘tecnologia’ com a Lu. Por ela promover o empoderamento digital da população em diversos canais, acaba se conectando mais com os consumidores”, conta Cassimiro. Outro tipo de ação de engajamento que pode ser realizada por meio das redes sociais são as transmissões ao vivo, ramo que a Netshow.me, fundada em 2013, se especializou. A startup, que, somente em 2017, teve 350% de crescimento e prevê para este ano um faturamento de 2,5 vezes maior do o ano passado, atua solucionando os gaps de mercado que envolvem retenção, engajamento, conhecimento da audiência, segurança do conteúdo, monetização e conveniência. A expansão da Netshow.me atraiu grandes empresas de diversos setores. Um exemplo é a Saraiva, com quem a startup trabalhou sendo responsável por transmitir o evento de lançamento deu um livro. A as 56 Muitas empresas têm dificuldades em unir as jornadas online e offline de seus clientes e se questionam como podem oferecer seus produtos e serviços no momento e local exatos. A Flowsense foi criada a partir de uma percepção de que essas variáveis são relevantes para os consumidores, gerando vantagem competitiva para as empresas que fazem um marketing personalizado. A nossa solução permite que qualifiquem suas segmentações, encontrando seus usuários na melhor localização e horário, comuniquem ofertas personalizadas e automatizem processos de marketing. Entregamos análises e segmentações individuais e agregadas de usuários de aplicativos mobile, análises em termos de contagem de visita a pontos de interesse, estudos para expansão comercial. Também gerirmos notificações push de forma inteligente e geolocalizada. Desde 2015 atendemos 21 aplicativos, analisamos mais de 10 milhões de usuários e, no último ano, crescemos a nossa base em 10 vezes. Nossos clientes relataram ter até 18% de conversão em campanhas geolocalizadas e um crescimento de até 11% nas assinaturas por semana. “ “ André Bain Cofundador e CEO da Flowsense A Leanplum, startup americana que já levantou mais de US$ 95 milhões em investimentos, oferece uma plataforma para controle e engajamento de clientes, concentrando as ações e canais em um único lugar de gestão. A startup de como clientes a varejista TESCO e a startup Tinder. A startup alemã Loyalt Prime disponibilizar uma plataforma com toda infraestrutura necessária para que empresas criem e gerenciem seus próprios programas de fidelidade e bonificação. A startup já levantou mais de US$2 milhões em investimentos. A Netshow.me, startup brasileira com uma plataforma completa para a divulgação de conteúdos em vídeo, entrega para seus clientes uma forma de engajamento e posicionamento de marca diferenciada durante as transmissões, além de colher análises de interação e conversão. A startup Flowsense é responsável criação de um SDK (software development kit) que é disponibilizado para as empresas aplicarem eu seus próprios aplicativos. A partir do uso dessa aplicação, as empresas conseguem interagir no mundo O2O com seus clientes. 56 plataforma também permitia a integração da transmissão com redes sociais e criava ações de gamificação, apresentando hashtags específicas, além de mostrar quem eram os espectadores mais engajados da transmissão e que traziam mais amigos para a live. Em 40 minutos de transmissão, foram gerados mais de 8 mil cadastros de clientes, 647 vendas de produtos e mais de R$ 30 mil em faturamento. Segundo Rafael Belmonte, Cofundador da Netshow.me, apesar de as empresas estarem procurando mais as transmissões ao vivo como forma de engajar os consumidores, ainda há muito desconhecimento da solução. “Nós temos o trabalho de mostrar para elas que é possível, de fato, engajar os clientes por meio da tecnologia. Ainda falta maturidade para entender como isso acontece na prática. Quando falamos de maturidade de cliente, precisamos primeiro entender em qual mercado eles se encontram. Alguns são mais avançados do que outros nessa questão de inovação”, diz. De acordo com a pesquisa Social Media Customer Engagement, desenvolvida pela Frost & Sullivan e pela Sitel, os principais benefícios que as corporações procuram com as interações em redes sociais são prover melhores serviços aos clientes (75%), aumentar as vendas (58%), promover a lealdade dos consumidores (54%), usar os feedbacks para melhorarem seus produtos (50%), melhorar a marca (47%) e reduzir os custos com serviços de atendimento (41%). A norte-americana Starbucks, criou uma conta no Twitter na qual os consumidores podem enviar sugestões sobre produtos e serviços das franquias, de onde lançou mais de 300 ideias diretamente dessa ação. A empresa utiliza não as redes sociais como forma de engajar seus consumidores, mas também tem um app para o seu programa de fidelidade, o My Starbucks Rewards. Segundo o relatório Smartphones: So Many Apps, So Much Time, publicado pela Nielsen, norte-americanos acima dos 18 anos passam 65% a mais de seus tempos nos smartphones, se comparados com dois anos atrás. Jovens entre 18 e 24 anos usaram 28 tipos diferentes de aplicativos no mesmo período. James Tiongson, autor do artigo Mobile app Marketing insights: How consumers really find and use your apps, publicado no Think With Google, chama a atenção para o crescimento do uso de aplicativos. Segundo ele, cada vez mais as pessoas baixam aplicativos, mas, ao mesmo tempo, muitos deles são abandonados ou raramente usados. Assim, cabe às marcas encontrar maneiras para que seus aplicativos sejam úteis, engajando os usuários para que os usem com frequência. Em convergência com este tema e demais abordagens feitas durante este estudo, a pesquisa Open Mobile Media survey, realizada pela Business Insider, que entrevistou mais de 700 executivos focados em mobile, constatou que os aplicativos serão as tecnologias que mais impactarão os negócios e crescimentos das empresas. Além disso, tecnologias que envolvem geolocalização e históricos de dados dos usuários são identificados no estudo como tendências, pois podem permitir a personalização de alertas que envolvem os arredores do usuário. Para 72% dos entrevistados, a geolocalização é uma das mais importantes ferramentas que devem estar associadas aos aplicativos. O Mercado Pago, sistema de pagamento desenvolvido pelo Mercado Livre que possui mais de 200 milhões de usuários e está presente em oito países (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru, Uruguai e Venezuela), também vem apostando cada vez mais em seu aplicativo. A solução simplifica pagamentos e recebimentos de valores provenientes de compras ou vendas, além de permitir a solicitação de empréstimos online. Com o desafio de engajar a base ativa, o Mercado Pago procura melhorar a experiência de seus clientes no aplicativo por meio de features claras, fáceis e úteis. 57 Norte-americanos que tem acima de 18 anos passam 65% mais tempo em seus smartphones, do que costumavam passar em 2016 Jovens entre 18 e 24 usaram em média 28 tipos diferentes de aplicativos no mesmo período Isa Aniceto, Product Marketing Manager do Mercado Pago, conta que a área de Marketing atua em conjunto com a de TI, de forma que, juntas, pensem nos custos de engajamento, com o objetivo de ele ser o menor possível por usuário, atingindo-o de forma orgânica, efetiva e mais barata. “Juntocom a área de TI, definimos quais atividades podem ser automatizadas, com o objetivo de tornar o trabalho de Marketing menos operacional. Por outro lado, temos tarefas que são super estratégicas e, portanto, eu não atribuímos às máquinas”. Ela também afirma que o aplicativo do Mercado Pago têm tido o foco no conceito de one stop shop, que consiste em concentrar todos os produtos e serviços no aplicativo, de forma que os usuários passem por todo o ciclo de compra em um só local. Hoje, com machine learning, o Mercado Pago personaliza a interface para cada usuário com base no seu histórico de utilização. Ela conta que essa é não só uma estratégia de cross-sell, mas também de engajamento, mas, para que isso aconteça de forma positiva, é preciso conhecer bem a base de usuários. “Hoje nós temos um público muito específico de usuários, que, em geral, são vendedores autônomos que usam o Mercado Livre. Nós precisamos entender quais features fazem sentido para eles e, consequentemente, o que podemos fazer para agregar ainda mais valor. Pagar contas no aplicativo é commodity, mas lembrar o usuário que ele precisa pagá-la é agregar valor”, diz. “Em bases muito complexas, como é o caso da nossa, é preciso estar em constante mudança, sempre em beta. Temos hipóteses de quais features precisamos lançar, mas não necessariamente é uma verdade. Por isso precisamos sempre testar”, continua. Assim, de acordo com ela, há muitas oportunidades para as startups atuarem em entendimento da base de usuários, indicando o que faz sentido para as corporações, como detalhes dos perfis e qual é o próximo melhor produto a ser desenvolvido. “Antes de alocarmos um grande recurso dentro para o desenvolvimento de uma nova feature, verificamos se não há startups que já façam algo semelhante, não só por uma questão de redução de custos, mas também para agilizarmos os processos”. Aniceto diz perceber uma grande demanda por soluções que envolvem o envio de notificações mais inteligentes e automação de jornadas. Ao mesmo tempo, ela menciona que é importante as startups colocarem seus consumidores no centro de toda a estratégia. Uma solução que trabalha com essa oportunidade é a RD Station, que foi desenvolvida pela Resultados Digitais, startup fundada em 2011, com o objetivo de ajudar empresas de todos os portes e segmentos a entender e a aproveitar os benefícios do Marketing digital, conquistando resultados reais e efetivos para seus negócios. Com uma base que ultrapassa 10 mil clientes em mais de 20 países, potencializa as empresas para que elas transformem a internet em um canal relevante para gerar oportunidades de negócios. Faz isso por meio de inúmeras funcionalidades que permitem automatizar anúncios e publicações em redes sociais, otimizar a presença da marca no Google, criar páginas de cadastro e enviar pop-ups para captar dados e contatos dos clientes potenciais, acompanhar os usuários, entendendo de que forma estão interagindo mais com os canais, e enviar disparos automáticos de e-mail Marketing. Além disso, trabalham com a análise dessas informações para que as empresas entendam a fundo os resultados das ações. André Siqueira, Cofundador e responsável por Marketing Digital na Resultados Digitais, conta que tem percebido cada vez mais a demanda corporativa por soluções digitais e, segundo ele, o motivo por trás desse movimento é o senso de oportunidade. “As empresas estão percebendo que existe um caminho novo, que é mais efetivo e lucrativo, com custo de aquisição e eficiência melhores”, diz. Além disso, Siqueira diz que a abertura às inovações e tecnologias geralmente se dá em pequenas e médias empresas. “Em grandes corporações não há necessariamente uma resistência, mas elas são mais lentas para adotar uma inovação. Elas entendem que é importante e necessário, mas, como têm já têm um processo bem definido de trabalho, acabam se envolvendo na operação e se preocupando em mantê-la rodando. O projeto de atualização acaba ficando em segundo plano”, explica. 58 59 ENTRE_ VISTA Qual o motivo das empresas cada vez mais pensarem em estratégias segmentadas? Os consumidores têm muito mais força atualmente. Além de terem mais acesso à informação, estão mais conectados. Se a experiência de um indivíduo for ruim, pode contaminar milhares de outros indivíduos ao redor, impactando negativamente uma marca. Essa força está na capacidade de agir em rede. Antes existia a capacidade de comunicação apenas de um lado, no qual as empresas possuíam canhões de comunicação e quem quisesse ouvir, ouvia. Agora um produto é lançado e não recorre às mídias de massa, mas a um peer to peer. Isso impacta inclusive nas métricas utilizadas pelos profissionais da área. Conceitos como custo por aquisição, average revenue per user (ARPU) e life-time value se tornam ainda mais importantes, pois vão além de métricas financeiras. Assim, se tornam valiosas para entender o resultado de um cliente ao longo prazo, traduzindo esse valor em receita recorrente para a empresa. Como a área de Marketing está lidando com as inovações e startups? Marketing é uma área muito aberta às inovações. Mas, existem muitas soluções novas sendo apresentadas a gestores de Marketing todos os dias, então é preciso foco. Hoje em dia, com a dominância de gigantes da tecnologia, é quase inviável entrar nesse mercado com uma solução padrão, sem diferencial. É necessário encontrar um nicho bem específico. Antes não se pensava em operacionalizar e automatizar a gestão de publieditoriais com influenciadores em redes sociais, mas algumas startups provaram que é possível, por exemplo. Entre outras tantas que encontraram oportunidades em otimização de mídia digital, monitoramento de inserções de TV, soluções para atendimento automatizado. Ao planejar produtos, serviços ou ofertas de Marketing, é preciso também ter em mente algo que seja facilmente plugável, integrável e disponível. Esta é uma área que cada vez menos quer se ver dependente da área de TI e precisa de soluções rápidas e intuitivas. Como você vê o relacionamento entre a área de Marketing e a de TI? Um estudo realizado pela Gartner há 7 anos (https://www.gartner.com/webinar/1871515 ) já previa uma mudança no relacionamento entre elas. A pesquisa dizia que os maiores gastos com tecnologia em uma empresa deixariam de ser da área de TI e passariam a ser da área de Marketing. TI, até então, centralizava atividades não relacionadas a experiência do consumidor final. Hoje, muitas empresas focam a atuação da área de TI nas atribuições de infraestrutura tecnológicas e suportam uma atuação conjunta com áreas de serviços de Marketing. Em alguns casos, Marketing é a responsável por avaliar e comprar essas tecnologias de fornecedores, parceiros e consultorias. Além disso, as equipes estão mudando. Em alguns casos, vemos profissionais que são historicamente de TI, como desenvolvedores, programadores, engenheiros de de dados ou especialistas em ciências de dados e machine learning, trabalhando em Marketing. A integração entre elas é essencial e precisa acontecer, mas cada segmento e empresa resolve de um jeito - trazendo TI para dentro do Marketing, ou fazendo o Marketing integrar melhor com TI, ou até quebrando a barreira de nomenclaturas. Aliás, muitas empresas estão redefinindo e renomeando cargos. Executivos responsáveis por TI, que eram chamados de CTOs (Chief Technology Officer) passaram a se chamar CDOs (executivos da experiência do usuário ou de canais digitais do usuário). Profissionais de Marketing começaram a responder também por tecnologia. Assim, cargos como os CMOs (Chief Marketing Officer) e CTOs se tornaram CTMOs (Chief Technology Marketing Officer). Leo Naressi, CIO da DP6 e Professor de Data Science para Marketing na ESPM 59 60 INVEST TALKSAs grandes expedições marítimas europeias do século XV surgiram para conectar produtos do extremo oriente (oferta) com os consumidores do velho continente (demanda), produtos que já chegavam à Europa através de rotas terrestres, mas que impunham diversos intermediadores à cadeia de distribuição como os árabes e italianos e consequentemente tornavam seu valor elevadíssimo ao consumidor final. Desde então a busca pela demanda aaa Marcelo Sato, partner na Astella Investimentos 60 abundante, qualificada e “barata” tornou-se um dos principais desafios de qualquer empresa para impulsionar seu motor de vendas. Na busca pelo escalável, sustentável e admirável, o primeiro desafio das empresas é a concepção de um produto que demonstre uma proposta de valor e o seguinte é construir o canal de distribuição para seu produto. Encontrada essa combinação, temos a gêneses de negócios que prosperam e crescem exponencialmente, no entanto mesmo que o propósito não seja a escalabilidade ininterrupta, marketing sempre será necessário para o sucesso de qualquer organização, seja ela uma scale up ou um comerciante local. Adicione a isso o aumento da “digitalização” dos processos de marketing resultando em um setor altamente demandante de inovação. O resultado da junção entre Marketing e Tecnologia impulsionou o setor e vimos o surgimento de mais de 6.200 startups (MarTechs) que juntas fornecem quase 7.000 produtos – segundo recente levantamento da chiefmartec.com. Outro fator impressionante é a magnitude como esse número cresce ano a ano, em 2011 o mesmo levantamento agrupou “apenas” 150 soluções. As MarTechs atuam em categorias como: aquisição do cliente, engajamento, automação do funil de vendas, big data e gestão de pessoas/processos. Algumas estão presentes em mais de uma categoria e já se consolidaram como grandes incumbentes como a Sales Force - precursora do modelo SaaS (Software as a Service) no mundo. Outros milhares de novos insurgentes vêm se especializando em nichos de mercados e desenvolvendo soluções cada vez mais eficazes e competitivas. Mesmo sendo um dos primeiros setores a se beneficiar da onda de startups, ainda tem espaço para o surgimento de grandes empresas. O grande desafio dos empreendedores é a alta concorrência e o grande desafio para os investidores é encontrar dentre as inúmeras startups as que serão os próximos incumbentes de cada uma das categorias. Powered by: O Liga Insights tem por objetivo principal ampliar a discussão sobre inovação e startups no Brasil, expondo cases e tendências nos mais variados setores da economia e também nas áreas de suporte e operações comum à todos estes setores. E é por isso que a área de Marketing foi escolhida como uma das abordadas neste ano em nosso ciclo de estudos. A área de Marketing, hoje, é um dos principais pontos de contatos entre as inovações e os clientes internos e externos das corporações, muito porque - e em vários casos - as iniciativas de aproximação com o ecossistema de startups acontecem por lá. Além de suportar essas iniciativas, quisemos mostrar neste Liga Insights a área de Marketing como cliente e usuária destas inovações, agregando um aprofundamento naqueles pontos que podem ser o presente e o futuro das estratégias mercadológicas das empresas. O nosso primeiro tema nesta grande discussão foi o Marketing focado no Consumidor. Apesar de ser colocado como uma divisão neste material, o principal ponto destacado nesse formato serve diretamente para toda a discussão: o usuário no centro de todo processo. Em termos de tecnologia, podemos observar a crescente utilização e função dos dados na individualização e customização das ações de marketing, garantindo uma maior assertividade, conveniência e conversão dos clientes. A comunicação e conteúdo precisa seguir a história do cliente e cada vez mais trazer uma imersão e identificação do mesmo com a marca e seus desdobramentos. Justamente para apoiar a frente anterior, o próximo tema abordado foi o Marketing de Conteúdo, sendo este talvez o tema mais conhecido e associado às startups nos últimos anos. Como convergência nas observações feitas neste capítulo, vemos o reforço com relação à relevância do conteúdo produzido e distribuído, que deve levar em consideração o cliente/leitor, sendo que este cada vez mais se aproxima das marcas pelo oferecimento de informações que mudam o dia-a-dia dele. Utilizar-se de análise de dados e inteligência artificial para a seleção do conteúdo e segmentações é mais uma aplicação apontada. Outro ponto interessante é a evolução do conteúdo para formatos mais imersivos, como RA e RV. Nosso terceiro tema, o Marketing Omnichannel, é fruto da junção dos dois mundos de experiências criadas entre o online e offline. Aqui as tecnologias ajudam diretamente no alinhamento dessas experiências, não só para que as percepções sejam otimizadas, mas também para que sejam complementadas. O uso de IoT, beacons e outras tecnologias de sensoriamento, ajudam as empresas a entregarem uma abordagem única, multicanal e assertiva. Além disso, outras aplicações que são comuns no mundo online, agora também no podem existir offline, replicando o seu sucesso na jornada do cliente no digital para o físico, como os reviews. Para finalizar, trouxemos para a pauta o Marketing de Engajamento. Este “casamento” entre o cliente e as empresas ganham na tecnologia um reforço muito interessante. Cada vez mais veremos a IA convivendo conosco em nossas atividades e relacionamentos, de maneira humanizada e suave “aos olhos” de quem se comunica. Os dados (novamente) nos trazem uma oportunidade de reinventar nossos produtos diariamente, de acordo com cada usuário e suas interações, entregando uma experiência única e sob medida. Esperamos que este material tenha trazido dados e informações relevantes para a discussão dentro das áreas de Marketing das empresas, além convergir as opiniões dos profissionais entrevistados para enriquecer ainda mais as decisões e próximos passos nesse relacionamento de Marketing com startups. 61 CONCLUSÃO 61 62 SETEMBRO 2018 EQUIPE E CONTATOS ROGÉRIO TAMASSIA Co-founder da Liga Ventures rogerio@liga.ventures +55 11 2393.8515 ASSESSORIA DE IMPRENSA Agência noAr agencianoar.com.br Mariah Freitas mariah@agencianoar.com.br +55 11 3170.3094 +55 11 99273.8858 MARCELE ROCHA Community Manager marcele@liga.ventures GIULIA LASERI Edição e Redação giulia@liga.ventures RAPHAEL AUGUSTO Liga Insights | Startup hunter raphael.augusto@liga.ventures +55 11 2393.8512 INFORMAÇÕES PARA O USO E REPRODUÇÃO DESTE MATERIAL A Liga Insights produz estudos que têm por objetivo aprofundar, explorar e divulgar as formas como as startups brasileiras estão se desenvolvendo e rela- cionando em suas áreas de atuação. Todas as informações dispostas neste material são de propriedade dos seus autores e envolvidos, podendo ser usadas e reproduzidas, desde que sempre tenha sua fonte citada. Não é permitido o seu uso comercial sem autorização. THOMAS AOKI Edição e Redação thomas@liga.ventures EDUARDO KENJI MISAWA Direção de Arte kenji@liga.ventures MARIANA PEZARINI Marketing mariana@liga.ventures LETICIA ALMEIDA SANTOS Direção de Arte leticia@liga.ventures 63 REALIZAÇÃO: APOIO: Introdução https://www.statista.com/statistics/587208/digital-marketing-spending/ https://www.forbes.com/sites/forrester/2017/01/26/us-digital-marketing-spend-will-near-120-billion-by-2 021/#7f010b7b278b https://iabbrasil.com.br/wp-content/uploads/2018/05/infografico_DigitalAdspend_web_VPort.jpg https://www.bain.com/pt-br/migration/press-releases/2017/digital-marketing-represents-of-media-spe nd-and-is-expected-to-reach-by-say--bain-company/ https://images.martechadvisor.com/investscape/2017/MTA_Annual_Investscape_Report_2017.pdfhttp://ww2.conductor.com/rs/149-ZMU-763/images/Marketing-Executives-Study-Research-2018.pdf https://clearcode.cc/blog/difference-between-adtech-martech/ Marketing centrado no ser humano 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