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portf´lio Alessandra

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Introdução
O presente trabalho tem a intenção entender o que é ensino -aprendizagem na modalidade Educação de Jovens e Adultos, fatores sociais e históricos que o ocasionaram a busca pelo ensino fora da idade própria, a função social da escola como agente deste processo, a importância da utilização de técnicas como o desenvolvimento e o planejamento didático de metodologias de ensino direcionadas para este grupo, a possibilidade de formação especializada de pedagogos para atuar nesta modalidade de ensino Desenvolvimento
Uma modalidade de ensino que passou por diversas transformações, e por muitos processos econômicos, sociais e culturais. A educação direcionada para Adultos é relatada desde o processo de colonização, com a chegada dos padres jesuítas , em 154 9. Sua principal intenção era a catequização e “instrução ” de adultos e adolescentes, tanto indígenas quanto colonizadores. Por outro lado a Coroa Portuguesa com o objetivo de formação de trabalhadores para servirem como serviçais da corte e para cumprir as tarefas exigidas p elo Estado. Como os jesuítas estavam a serviço da fé, contrariando o interesses econômicos de Portugal, os mesmos foram expulsos em 1 750. A partir daí a educação de jovens e adultos ficou inerte por longos anos. Um fato muito revoltante foi a retirada do direito ao voto em 1881 , pois além do governo não proporcionar a oportunidade de alfabetização a população, ainda usa esta ausência de direito, para a retirar mais outro direito, que é a participação na escolha de seus governantes . Já marginalizados do processo educacional por fatores econômicos e sociais, esta parcela da população que na época era bem considerável, agora estava mais afastada da sua cidadania, porque eram vistos como incapazes para gozar do direito ao voto , porém não de seus deveres. Somente 104 anos depois de muitas lutas esta parcela da população pode novamente escolher seus governantes. A história da educação demonstra que somente a elite da época e que tinha acesso a escola . A educação era tratada com um certo desinteresse pelo ente político, mantendo assim uma minoria privilegiada com domínio sobre a maioria de desfavorecidos. Ideias sobre educação começaram a surgir a partir da Primeira Guerra Mundial, onde políticos e intelectuais, qualificavam o analfabetismo como vergonha nacional, visto como o resultado de um povo submetido a injustiça e a desigualdade. Uma campanha para a erradicação do analfabetismo, surge nesse cenário de primeiros “profissionais da educação” com a proposta de um ensino de qualidade. Após Segunda Guerra Mundial e do Estado Novo , surgem as primeiras políticas públicas nacionais destinadas à instrução dos jovens e adultos porque no Brasil os índices de analfabetismo eram altíssimos, mais da metade da população
com 15 anos o u mais. Este fator direcionou Campanhas para a Educação de Adolescentes e Adultos . No final dos anos 50 , inúmeras críticas foram dirigidas à estas campanhas, devido ao caráter superficial deste tipo de aprendizado por motivo do tempo ser muito curto sem considerar a individualidade e a cultura regional destes adultos. Aqui começa a preocupação não só da alfabetização, mas também em gerar novos métodos para esta proposta, que em sua maioria adotaram a filosofia e o método de alfabetização proposto por Paulo Freire. Em 1964 a educação sofre um novo blecaute, pois esteve submetida ao regime militar servindo de instrumento para o controle da população. Intelectuais e seus projetos de uma educação libertadora, foram as primeiras vítimas da famigerada fúria da repressão gerada pela ditadura militar , eram vistos como suspeitos de ideias subversivas “comunistas ”. Professores e estudantes universitários foram expulsos das instituições de ensino. Interventores eram nomeados, considerando suspeitos de sub versão, todos os candidatos ao magistério e todos os professores, até que provassem o contrário . Com a democracia, novamente movimentos educacionais de base, traziam em suas pautas , a alfabetização vinculada à problematização e conscientização da população sobre sua realidade de vida e de sua participação como agente de transformação dessa realidade . No Brasil, o mercado de trabalho ficou bastante concorrido nas últimas 2 décadas, motivo este que faz com que um numero crescente de pessoas busquem se qualificar e estudar. Muitas nunca frequentaram a escola ou não conseguiram completar seus estudos , por motivos como a necessidade de desenvolver uma atividade remunerada para auxiliar no sustento da família, ainda que em idades precoces. Com esta rotina , o cansaço físico e a sob recarga de responsabilidades acaba resultando em desinteresse e dificuldades de aprendizagem , outro fator que pode ser apontado são localidades de difícil acesso, escolas muito distantes ou mesmo a sua inexistência, sem falar na falta de motivação do grupo familiar, dentre outros fatores . Vóvio (2004), ao refleti r sobre o analfabetismo e a baixa frequência de brasileiros nas escolas, afirma que passos fundamentais com o intuito de reparar esta dívida social foram d ados no aspecto legal, tais como: o direito à educação para todos pontuado na Constituição Federal de 1988, as metas de erradicar o analfabetismo, apresentadas pelo Plano Nacional de educação, e a garantia de atendimento a jovens e adultos no ensino fundamental e médio. O Ensino de jovens e adultos, é uma excelente proposta para quem quer ingressar novamente a os estudos, por ter conteúdos e horários mais flexíveis, geralmente as aulas ocorrem em horário no turno possibilitando o ingresso de alunos que trabalham em jornadas integrais, o ensino fundamental é dividido em quatro períodos, podendo ser concluído em dois anos. Já o ensino médio tem três períodos e é realizado pelo aluno em um ano e meio. Além da competitividade no mercado de trabalho, a volta a escola, pode estar ligada a uma realização pessoal, a conquista de um direito, a sensação de vencer as barreiras da exclusão . Somente a educação e capaz de colocar o cidadão como produtor de sua própria história, e não somente como espectador dos interesses dominantes, assim deve ser a educação libertadora. Conforme define os estudos de Paulo Freire, com um legado inspirador de diferentes experiências e m uma educação de caráter progressista , “[…] que buscam trabalhar na perspectiva da emancipação social a partir dos oprimidos”. Quem, melhor que os oprimidos, se encontrará preparado para entender o significado terrível de uma sociedade opressora ? Quem sentirá, melhor que eles, os efeitos da opressão? Quem, mais que eles, para ir compreendendo a necessidade de libertação ? [...] ”, questiona Freire (2 002, p. 31 ). A partir dessas indagações, completa: “[ …] Libertação a que não chegarão pelo acaso, mas pela práxis da busca; p elo conheci mento e reconhecimento da necessidade de lutar por ela. (FREIRE, 2 002, p. 3 1). Freire, destaca a importância da metodologiade ensino -aprendizagem , para o processo de educação com qualidade, porque todos temos saberes a parti r de nossas vivências pessoais. Toda s suas obras eram volta das p ara a teoria do conheci mento aplicada a educação, sustentando uma dialética em que o educador e o educando aprendem juntos numa relação dinâmica na qual a prática , orientada pela teoria, reorienta esta teoria, num processo de constante aperfeiçoamento . Não há um manual exato d e como proceder como educador, o que comanda é a sensibilidade e a maturidade profissional, já que a educação não acontece apenas na escola podemos destacar que a mesma pode o correr tanto em espaços formais quanto em espaços não formais, também podemos observar que um determinado método utilizado em uma escola, pode não funcionar em outra. Isto se deve ao fato da especificidade e singularidade de cada indivíduo ou localidade, ou seja é um desafio constante, onde este profissional deve manter seu caráter de efetivo de pesquisador, onde a dúvida e o questionamento, serão a certeza de suas ações como docente. No de correr dos anos a Educação para Jovens e Adultos, vem evidenciando a necessidade da presença de profissional especializado para assessoramento dos demais docentes ligados a esta modalidade, a Lei de Diretrizes Curriculares Nacionais de 15 de maio de 2006 no Art. 2º e 4 º deixa evidente a necessidade da intervenção do pedagogo em quaisquer áreas que estejam previstos conhecimentos pedagógicos. O pedagogo é um profissional qualificado para atuar em vá ri os campos educativos atendendo a demandas sócio educativas de tipo formal, não- formal e informal , desenvolvendo atividades como: capacitação de professores para a Educação de Jovens e Adultos; planejamento educacional; acompanhamento do processo de aprendizagem; planejamento educacional para formação do cidadão; capacitação de gestores educacionais para continuarem com programas de educação do cidadão; desenvolvimento de atividades de coordenação e em recursos humanos. Apesar dos pedagogos atuarem geralmente nas escolas como docentes, eles também podem atuar como investigadores, através da prática científica pedagógica, são especializados em articular com competência o trabalho na educação básica. Por ser um profissional reflexivo sobre a práxis pedagógica. O trabalho do pedagogo tem como característica o diagnóstico , a identificação de necessidades no processo ensino/aprendizagem, a indicação de metodologias adequadas, planejamento , acompanhamento e avaliação da ação educativa , para que tenha coerência com o ambiente em que atua rá no mercado econômico e profissional. Além de evidenciar a importância da presença do pedagogo neste processo, compreender que a construção do conhecimento vai além da forma tradicional, e que a sociedade contemporânea é capaz de produzir novos saberes, seja por meio do uso de novas tecnologias da informação, comunicação ou mesmo conhecimentos acumulados de suas vivências. Esta integração entre as pessoas acaba contribuindo para seu próprio crescimento intelectual. Em proveito desta interligação de conhecimentos , pode -se usar a dinâmica de trabalhar com projetos onde o professor poderá se a utilizar de diversos materiais didáticos, além do uso da interdisciplinaridade com o objetivo de favorecer a conexão de diversas áreas de conhecimento entre professores e alunos , trazendo através do ensino aprendizagem a socialização e demonstração das várias habilidades, que nem sempre demonstradas em uma aula tradicional. Perceber o valor da prática pedagógica de caráter intencional deve ser rigorosamente planejada pelos docentes de cada disciplina, através dos projetos colabora para o movimento dialético de construção de conhecimento que , segundo Gasparin, " é um processo de análise da realidade, de estudo , de planejamento e de (re)construção do saber em aula ". 
Conclusão
No presente trabalho foi possível compreender como se deu a influência da história da educação, através dos tempos até a projeção da modalidade de Ensino para jovens e adultos , demonstrando que a luta da sociedade pelo direito a educação está intimamente liga do a busca pela cidadania, que a escola é uma ferramenta que vai além da teoria, porque é produtora da educação libertadora, como define Paulo Freire em seus princípios, nesta troca de conhecimentos entre professor e aluno. Também sobre a importância da presença do pedagogo assessorando a construção de metodologias de ensino para o EJA e a importância de se trabalhar com projetos, tanto na educação formal, quanto informal. Neste contexto educandos e professores, assumem a posição de cidadãos com espirito mais crítico, autônomo e reflexivo, p reparados p ara li da r e mudar a realidade em que vivemos. 
Bibliografia

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