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EXCELENTÍSSIMO DOUTO JUÍZO DE DIREITO DO ___ JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DO RECIFE – PERNAMBUCO.
MONICA RIBEIRO COUTINHO, brasileira, divorciada, advogada inscrita na OAB/PE sob o nº 16.504 , inscrita no CPF (MF) sob o nº. 738.454.184-00 , com endereço na Av. Bernardo Vieira de Mello, nº 670, Aptº 502, Piedade, Jaboatão dos Guararapes/PE, CEP: 54400-000, endereço eletrônico:monicaoab@hotmail.com, vem perante Vossa Excelência, mui respeitosamente, em causa própria,
 com fundamento nos arts. 1º, III, 5º caput, e inciso X, 6º, caput, 170, V, da CF/88, bem como nos artigos 18, § 6º, III; 20, §º, 51, caput, 54, caput, 81, caput, primeira parte, 83 e 84, todos do Código de Defesa do Consumidor, como também no art. 106 do Código de Processo Civil, 
propor a presente:
 
     
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER c/c DANOS MORAIS c/c PEDIDO DE TUTELA ANTECIPADA
Cobrança Indevida - Repetição Indébito
Em face da e UNIVERSO ONLINE S/A, inscrita no CNPJ nº. 01.109.184/0001-95, com sede na AV. BRIGADEIRO FARIALIMA, 1.384/ 6º ANDAR - JARDIM PAULISTANO, SÃO PAULO / - CEP: 01452002, pelos fatos e fundamentos jurídicos adiante aduzidos.
I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Afirma a parte autora sob as penas da Lei 1.060/50, ser pessoa juridicamente pobre, não possuindo condições de arcar com às custas processais e honorários advocatícios, sem prejuízo próprio e de sua família e, portanto, solicita os benefícios da GRATUIDADE DE JUSTIÇA.
II – DOS FATOS
Autora possui provedor de internet com a requerida no valor mensal de R$ 16,90 e no dia 31/10/2014 efetuou contato com a mesma informando que estava sem sinal de internet e que a razão desta falta de sinal poderia ser por causa do provedor que é administrado pela Requerida. Contudo, a requerida lhe transferiu para o suporte técnico e este informou que iria reparar o seu sinal.
Para surpresa da consumidora, em sua fatura de cartão de crédito com vencimento em25/01/2014 a requerida lhe cobrou o valor de R$ 316,78 e lhe encaminhou um boleto com vencimento em 15/02/2014 no valor de R$ 183,50.
A Autora fez diversos contatos telefônicos com a Requerida UOL e com sua administradora de cartão de crédito, mas nenhuma das empresas se propôs a retirar a cobrança de seu cartão. Inconformada e tendo gasto o seu último recurso financeiro para pagar a referida fatura, a Autora procurou a autarquia PROCON a fim de por fim a lide sem ter que chegar a este respeitado juizado, a mesma registrou a demanda da Autora no processo de Nº.014.020.023-9 e encaminhou a empresa Ré que informou em instância de defesa que a Autora contratou dela o serviço de antivírus no valor de R$ 48,90, UOL backup no valor de R$37,90, UOL desenvolvimento no valor de R$ 54,90 e UOL assistência técnica no valor de R$ 24,90. Todavia, é de absoluta convicção da Autora que no contato telefônico realizado com a requerida em 31/10/2014, onde a mesma informa ser gravada a ligação, em momento algum contratou ou autorizou a contratação de tais serviços, mas sim, havia reclamado a perda do seu sinal de internet.
Para surpresa da Autora, a requerida informou em defesa feita ao PROCON que estava cancelando as cobranças e o seu contrato para com a mesma, mas ao receber a sua fatura de cartão de crédito Nº. 4121 91** **** 4070 com vencimento em 25/03/2014 a mesma constatou que a empresa Ré cobrou-a outra vez no valor de R$ 204,07. Totalizando o montante de R$ 520,85 de cobranças INDEVIDAS.
Absurdo! Inaceitável! Incompreensível!
A autora é idosa e faz uso do seu cartão de crédito para fazer compra de seus remédios de uso contínuos e não pode ficar sem limite no mesmo, pois a qualquer momento pode vir a precisar usar o mesmo e não tendo limite passará por situação de desespero se não vir a ter danos maiores com a falta dos remédios de ordem irreparável em face das cobranças INDEVIDAS, NÃO AUTORIZADAS e abusivas da requerida UOL em seu cartão de crédito que insiste em não parar mesmo após ser autuada pelo PROCON e tendo a Autora dito diversas vezes a ela que NÃO contratou tais serviços.
III – DA TUTELA ANTECIPADA
A Lei n.º 8.952, de 13 de dezembro de 1994, ao dar nova redação ao art. 273 do Código de Processo Civil, possibilitou a antecipação dos efeitos da tutela pretendida no pleito inicial. Sobre o tema em tela, o ilustre processualista Cândido Rangel Dinamarco aduz:
"O novo art. 273 do Código de Processo Civil, ao instituir de modo explícito e generalizado a antecipação dos efeitos da tutela pretendida, veio com o objetivo de ser uma arma poderosíssima contra os males do tempo no processo." (in "A Reforma do CPC", 2ª ed., ver. e ampla., São Paulo, Malheiros Editores, 1995).
Por conseguinte, trata-se o instituto da tutela antecipada da realização imediata do direito, já que dá a autora o bem por ele pleiteado. Dessa forma, desde que presentes a prova inequívoca e a verossimilhança da alegação, a prestação jurisdicional será adiantada sempre que haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação.
Assim, verificamos que as condições para que o magistrado conceda a tutela antecipada, são: a) verossimilhança da alegação;
b) fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação e, comentando tais requisitos, o Juiz Federal Teori Albino Zavascki pondera que:
"Atento, certamente, à gravidade do ato que opera restrição a direitos fundamentais, estabeleceu o legislador, como pressupostos genéricos, indispensáveis a qualquer das espécies de antecipação da tutela, que haja (a) prova inequívoca e (b) verossimilhança da alegação. O fumus boni iuris deverá estar, portanto, especialmente qualificado: exige-se que os fatos, examinados com base na prova já carreada, possam ser tidos como fatos certos.
Em outras palavras: diferentemente do que ocorre no processo cautelar (onde há juízo de plausibilidade quanto ao direito e de probabilidade quanto aos fatos alegados), a antecipação da tutela de mérito supõe verossimilhança quanto ao fundamento de direito, que decorre de (relativa) certeza quanto à verdade dos fatos.
Sob esse aspecto, não há como deixar de identificar os pressupostos da antecipação da tutela de mérito, do art. 273, com os da liminar em mandado de segurança: nos dois casos, além da relevância dos fundamentos (de direito), supõe-se provada nos autos a matéria fática. (...).
Assim, o que a lei exige não é, certamente, prova de verdade absoluta, que sempre será relativa, mesmo quando concluída a instrução, mas uma prova robusta, que, embora no âmbito de cognição sumária, aproxime, em segura medida, o juízo de probabilidade do juízo de verdade" (Antecipação da Tutela, Editora Saraiva, São Paulo, 1997, fls. 75-76).
Araken de Assis, em sua obra "Aspectos Polêmicos da Antecipação de Tutela", Ed. Revista dos Tribunais, p. 30, assevera que "a verossimilhança exigida no dispositivo se cinge ao juízo de simples plausibilidade do direito alegado em relação à parte adversa. Isso significa que o juiz proverá com base em cognição sumária”.
Assim, o juízo de verossimilhança reside num juízo de probabilidade, resultante da análise dos motivos que lhe são favoráveis e dos que lhe são desfavoráveis. Se os motivos favoráveis são superiores aos desfavoráveis, o juízo de probabilidade aumenta.
Nessa esteira, Nelson Nery Júnior e Rosa Maria Andrade Nery, em seu monumental Código de Processo Civil Comentado, comentam:
"Antecipação da tutela. Pelo CPC 273 e 461, § 3°, com a redação dada pela L 8.952/94, aplicáveis à ACP (LACP 19), o juiz pode conceder a antecipação da tutela de mérito, de cunho satisfativo, sempre que presentes os pressupostos legais. A tutela antecipatória pode ser concedida quer nas ações de conhecimento, cautelares e de execução, inclusive de obrigação de fazer.” V. Coment. CPC 273, 461, § 3° e CDC 84, § 3° ." (3ª edição, revista e ampliada, Revista dos Tribunais, 1997, p. 1.149)
No caso em tela, os requisitos exigidos pelo diploma processual para o deferimento da tutela antecipada encontram-se devidamente preenchidos.
A existência do fumus boni iuris mostra-se clara, considerandoa documentação ora acostada, bem como a inobservância de diversos princípios constitucionais fundamentais da defesa do consumidor além da inobservância de diversas normas legais, como, por exemplo, a lei do SAC DECRETO Nº 6.523, DE 31 DE JULHO DE 2008 em seu artigo 17, § 3o que diz:
Quando a demanda versar sobre serviço não solicitado ou cobrança indevida, a cobrança será suspensa imediatamente (...)
A urgência, ou periculum in mora, resta caracterizada na medida em que a manutenção dessas cobranças em seu cartão da Autora, por mais outras conta do que aquelas que já foram cobradas pela Ré, só lhe causará mais danos, do que os já demonstrados nesta peça vestibular.
Assim, presentes os requisitos necessários à concessão da tutela antecipada, requer a Autora, com fulcro no art. 12 da Lei n.º 7.347 de 24 de julho de 1985, o seu deferimento, inaudita altera parte, objetivando a urgente suspensão das cobranças praticadas em seu cartão de crédito citado acima.
Requer-se ainda, com base no art. 12, § 2.º, da Lei n.º 7.347/85, para o caso de descumprimento da ordem judicial, a cominação de multa diária em valor a ser estipulado por Vossa Excelência, atitude necessária para que se tenha um eficiente meio de pressão sobre a ré, com o fito de que seja compelida a cumprir a decisão proferida.
V – DA PRÁTICA ABUSIVA
Conforme dispõe o art. 39, III do CDC: É vedado ao fornecedor de produtos ou serviços, dentre outras práticas abusivas:
III- enviar ou entregar ao consumidor, sem solicitação prévia, qualquer produto, ou fornecer qualquer serviço;
IV - prevalecer-se da fraqueza ou ignorância do consumidor, tendo em vista sua idade, saúde, conhecimento ou condição social, para impingir-lhe seus produtos ou serviços;
VI – DOS DANOS MATERIAIS E MORAIS
O direito à indenização por danos materiais e morais encontra-se expressamente consagrado em nossa Carta Magna, como se vê pela leitura de seu artigo 5º, incisos V e X, os quais transcrevo: "É assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por dano material, moral ou àimagem" (artigo 5º, inciso V, CF).
"São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito à indenização pelo dano material ou moral, decorrente de sua violação" (artigo 5º, inciso X, CF).
É correto que, antes mesmo do direito à indenização material e moral ter sido erigido à categoria de garantia constitucional, já era previsto em nossa legislação infraconstitucional, bem como, reconhecido pela Justiça.
O comando constitucional do art. 5º, V e X, também é claro quanto ao direito da parte autora à indenização dos danos morais sofridos. É um direito constitucional.
E se não bastasse o direito constitucional previsto no art. 5º, é a própria Lex Mater que em seu preâmbulo alicerça solidamente como um dos princípios fundamentais de nossa nação e, via de conseqüência, da vida em sociedade, a defesa da dignidade da pessoa humana. Dignidade que foi ultrajada, desprezada pela Ré.
A indenização dos danos morais e materiais que se pleiteia é direito constitucional a todos. E no ordenamento jurídico infra constitucional, além do CDC, está o Código de Leis Substantivas Civis de 2002 a defender o mesmo direito da parte autora. Com efeito o artigo 927 do Código Civil apressa-se em vaticinar a obrigação de reparar que recai sobre aquele que causar dano a outrem por ato ilícito.
E o ato ilícito presente neste acidente de consumo é, conforme norma ínsita no artigo 186 do Códex Civil, a ação ou omissão voluntária da ré que vieram a causar dano à parte autora.
É assente a doutrina no sentido da reparação do dano sofrido. Assim é que Sérgio Severo afirma: “Dano patrimonial é aquele que repercute, direta ou indiretamente, sobre o patrimônio da vítima, reduzindo-o de forma determinável, gerando uma menos-valia, que deve ser indenizada para que se reconduza o patrimônio ao seu status que ante, seja por uma reposição in natura ou por equivalente pecuniário.” (In Os Danos Extrapatrimoniais. São Paulo: Saraiva, 1996, p. 40).
“Dano moral é aquele que, direta ou indiretamente, a pessoa, física ou jurídica, bem assim a coletividade, sofre no aspecto não econômico dos seus bens jurídicos”. (Op. Cit. p. 42).
Quanto ao valor ou critério de seu estabelecimento, já se firmou a jurisprudência: “Na indenização a título de danos morais, como é impossível encontrar um critério objetivo e uniforme para a avaliação dos interesses morais afetados, a medida da prestação do ressarcimento deve ser fixada a arbítrio do juiz, levando-se em conta as circunstâncias do caso, a situação econômica das partes e a gravidade da ofensa, de modo a produzir, no causador do mal, impacto bastante para dissuadi-lo de igual e novo atentado, sem, contudo, significar um enriquecimento sem causa da vítima, visto que quem está enriquecendo ilicitamente é a empresa UOL ao se apropriar indevidamente dos recursos financeiros da Autora. (TJ-MG – Ac. da 2ª Câm. Cív. julg. em 22-5-2001 – Ap. 000.197.132-4/00-Divinópolis – Rel. Dês. Abreu Leite; in ADCOAS 8204862).
VII - PEDIDOS
Por todo o exposto requerer:
A- A antecipação parcial dos efeitos da tutela pretendida, inaudita altera pars, com fulcro no art. 273, I, do CPC e art. 84 da Lei 8.078/90, através de MEDIDA LIMINAR, uma vez que necessita de crédito em caráter de urgência determinando que a ré se abstenha de realizar novas cobranças a parte autora e, sobretudo, sendo compelida a suspender a inscrição de débitos e a inscrição do nome da parte Autora nas listas restritivas de crédito – SPC/SERASA, até o fim da demanda;
B- A citação da parte ré para comparecer à audiência de conciliação ou à audiência de instrução e julgamento, sob pena de revelia (serem julgados verdadeiros todos os fatos descritos nesta petição);
C- Inversão do ônus da prova conforme o art. 6º, VIII, do CDC que constitui direito básico do consumidor a facilitação da defesa dos seus direitos em juízo;
D- Seja a Ré condenada na obrigação de encerrar definitivamente o contrato existente entre as partes, anulando todos os seus efeitos, em especial os débitos oriundos da cobrança indevida;
E- Seja a empresa Ré condenada a pagar a Autora os danos materiais sofrido no valor de R$ 520,85 reais.
F- Seja a Ré condenada à repetição do indébito cobrado da Autora em valor igual ao dobro, acrescido de correção monetária e juros legais, consoante ao Art. 42, parágrafo único do Código de Defesa do Consumidor- lei 8.078/90.
G- Seja, ao final, julgado procedente a presente demanda, para tornar definitiva a tutela antecipada deferida e condenar a Ré a pagar a parte Autora indenização por Danos Morais, no valor 8 (oito) mil reais, tendo em vista prática abusiva praticada pela Ré, a fim de responder não só a efetiva reparação do dano, mas também ao caráter preventivo-pedagógico do instituto, no sentido de que no futuro o fornecedor de serviços tenha mais cuidado e zelo com o consumidor sem, contudo, caracterizar em hipótese alguma enriquecimento ilícito por parte da Autora, Pois o Princípio da Razoabilidade das indenizações por danos morais é um prêmio aos maus prestadores de serviços, públicos e privados. O que se reclama é uma correção do desvio de perspectiva dos que, a guisa de impedir o enriquecimento sem causa do lesado, sem perceber, admitem um enriquecimento indireto do causador do dano.
Por último protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos.
Dá-se a causa o valor de R$ 9.562,55 reais.
Pede deferimento.
Brasília-Df, __,abril de 204.
MARIA DAS DORES FOSECA GOIS
 
 
MONICA RIBEIRO COUTINHO, brasileira, divorciada, advogada inscrita na OAB/PE sob o nº 16.504 (Doc. 01), inscrita no CPF (MF) sob o nº. 738.454.184-00 (Doc. 02), com endereço na Av. Bernardo Vieira de Mello, nº 670, Aptº 502, Piedade, Jaboatão dos Guararapes/PE, CEP: 54400-000 (Doc. 03), endereço eletrônico: monicaoab@hotmail.com, vem perante Vossa Excelência, mui respeitosamente, em causa própria e por intermédio dos seus advogados infra assinados, devidamente constituídosnos termos da procuração anexa (Doc. 04), com fundamento nos arts. 1º, III, 5º caput, e inciso X, 6º, caput, 170, V, da CF/88, bem como nos artigos 18, § 6º, III; 20, §º, 51, caput, 54, caput, 81, caput, primeira parte, 83 e 84, todos do Código de Defesa do Consumidor, como também no art. 106 do Código de Processo Civil, propor a presente: 
 
AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER c/c DANOS MORAIS E PEDIDO DE 
TUTELA DE URGÊNCIA 
 
Em face da UNIMED RECIFE – COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO, empresa inscrita no CNPJ (MF) sob o nº. 11.214.624/0001-28, Registro na ANS sob o nº. 34.488-5, com sede na Avenida Lins Petit, nº. 140, Bairro da Ilha do Leite – 
Recife – PE, CEP.: 50070-230 e da ALLCARE ADMINISTRADORA DE BENEFÍCIOS S.A - Pessoa Jurídica de Direito privado, Administradora de Seguros Registrada sob o nº. 41728-9 ANS, inscrita no CNPJ: 07.674.593/0001-10, com endereço na Rua General Joaquim Inácio, nº 830, 16º andar, sala 1602, Empresarial The Plaza, Ilha do Leite, Recife/PE, CEP: 50070-495, pelos motivos de fato e de direito que adiante expõe: 
 
 
 
I – DOS FATOS 
 
 
A Autora é segurada do plano de saúde oferecido pela primeira Ré, sem NENHUMA CARÊNCIA, através do contrato de adesão nº.0250000102659 (Docs. 5, 6, 7 e 8), bem como a carteira de saúde nº. 00345506002542002 (Doc. 9) , de sua titularidade. Na condição de beneficiária do plano de saúde da primeira ré, entendeu por bem realizar seus exames de rotina, notadamente os oftalmológicos junto à médica Dra. Sofia Souza, CRM nº 10542, em razão de que vinha sentindo sua visão embaçada. (Docs. 10, 11, 12 e 13) 
 
Assim é que, em 11 de janeiro de 2019, a Autora compareceu à consulta médica e foi informada pela oftalmologista Dra. Sofia Souza, CRM nº 10.542, que estava acometida pela patologia de CATARATA precoce em ambos os olhos, necessitando fazer o procedimento cirúrgico denominado FACOEMULCIFICAÇÃO, com implante de lente no olho esquerdo 
primeiramente, e, em segunda ocasião, no olho direito. (Doc. 14) 
 
 
Em consulta, a médica determinou e prescreveu, de imediato, a realização dos exames oftalmológicos necessários à realização da cirurgia de Catarata, ao argumento de que a não consumação da cirurgia comprometeria o exercício das atividades habituais da Autora, como dirigir seu automóvel, fazer uso do computador, dentre outras. (Doc. 15) 
 
Assustada com o diagnóstico, em 4 de fevereiro de 2019 a Autora prontamente realizou os exames oftalmológicos solicitados pela médica - em ambos os olhos – no intuito de obter a comprovação da patologia de CATARATA, assim como levar os resultados de seus exames para outro médico de sua maior confiança. (Doc. 16) 
 
Por conseguinte, munida dos resultados dos exames, no dia 07 de fevereiro de 2019, a Autora compareceu ao consultório do oftalmologista Dr. Durval Valença Filho, para que o mesmo confirmasse ou não a veracidade do diagnóstico inicial, qual seja: CATARATA. 
 
Através da análise dos exames apresentados pela autora e especialmente por meio de exame clínico, o médico atestou que a Autora possui catarata em ambos os olhos, sendo indicado tratamento cirúrgico em um olho de cada vez por medida de segurança. O seu médico ratificou a imprescindibilidade da cirurgia e recomendou à paciente, ora Autora a realização dos exames de sangue e “parecer cardiológico para cirurgia oftalmológica com anestesia local”. (Docs. 17, 18 e 19) 
 
Ora, caso não se tratasse de cirurgia que requer urgência, dois médicos oftalmologistas não teriam indicado o procedimento cirúrgico e requisitado no ato de ambas consultas médicas a realização imediata dos exames pré-cirúrgicos. 
 
Ademais, por meio de LAUDO, o médico oftálmico, Dr. Durval Valença Filho, assim declarou sobre a patologia acometida à paciente, ora Autora: 
 
“A paciente Monica Ribeiro Coutinho apresenta baixa da acuidade visual no olho direito devido à catarata subcapsular posterior cortisônica. Temindicação cirúrgica para melhora de sua acuidade visual.Foi indicado cirurgia de facoemusificação com implante de LIO no olho direito. Informamos que indicação da lente intra-ocular a ser usada será asférica modelo PanOptix. Lente dobrável trifocal, que lhe proporcionará uma melhor recuperação pós-operatória com um melhor resultado visual final sem necessidade de uso de óculos” Recife, 07/02/2019. DR. DURVAL VALENÇA FILHO CREMEPE 10.522 (Doc. 20) 
 
De posse da “SOLICITAÇÃO DE CIRURGIA” subscrita pelo oftalmologista Dr. Durval Valença Filho para a realização da Facoemulsificação com implante de LIO OD (CID H 25), a Autora compareceu ao setor responsável do IOR para protocolar pedido de autorização cirúrgica junto à primeira Ré, anexando não apenas a “Solicitação de Cirurgia”, assim como o laudo médico especificando a imprescindibilidade do implante dos materiais necessários ao procedimento, que consiste em lente intraocular asférica modelo PanOptix. “Lente dobrável trifocal”. (Doc. 21) 
 
De ressaltar, por oportuno, que foi prescrito não apenas o procedimento cirúrgico acima citado, assim como o implante da lente devidamente especificada, indicada pelo seu médico como necessária à concretização do tratamento e com vistas à restauração da capacidade de visão da Autora. 
 
No mesmo dia da consulta, ou seja, em 7 de fevereiro de 2019, a Autora protocolou a Solicitação de Cirurgia junto ao IOR, quando foi verbalmente informada pela atendente daquele IOR que a UNIMED não arcaria com o pagamento de lente de valor superior a R$ 3.180,00 (três mil cento e oitenta reais)e que a diferença entre o valor da lente prescrita pelo médico e a importância da lente paga pela Unimed deveria ser suportada pela paciente. 
 
Já não bastasse a informação acima, ou seja, que a UNIMED não arcaria com as lentes indicadas pelo seu médico, a Autora foi surpreendida com uma NOTIFICAÇÃO, por parte da primeira Ré alegando, em apertada síntese, de que precisaria “confirmar a indicação de realização da cirurgia para substituição do cristalino”. 
 
Por meio da Notificação aludida, em face de “DIVERGÊNCIA ASSISTENCIAL E CONVOCAÇÃO DE JUNTA MÉDICA”, invitou a Autora a comparecer no dia 20 de fevereiro de 2019, às 18:20 horas, ao Centro Médico da Unimed Recife, para que fosse submetida a uma nova avaliação por parte de médico da primeira Ré, Dr. João Pessoa de Souza Filho, o qual, por meio de exame clínico, confirmou que a Autora está acometida pela enfermidade de catarata. Uma vez questionado pela Autora sobre o pagamento pelo plano de saúde quanto as lentes indicadas pelo oftalmologista, Dr. Durval Valença Filho, o médico da Unimed ratificou que a empresa Ré arcará com lentes “padrão”, devendo o paciente suportar o valor da diferença. ( Doc. 22) 
 
Muito embora irresignada com a atitude da Unimed, que partiu do princípio de que os diagnósticos médicos apresentados poderiam não corresponder à verdade, a Autora compareceu com o seu companheiro Antônio Sérgio Fernandes de Macêdo ao Centro Médico da Unimed para que fosse submetida à junta médica, ficando no local das 17:30 às 18:40 horas. 
 
Considerando o fato de que a Autora já vinha sentindo a sua visão embaçada e após os diagnósticos de que está acometida por catarata, a Autora não vem se locomovendo em seu veículo, fato que vem atrapalhando suas obrigações e atividades diárias. 
 
E não é só, Excelência! 
 
Em 25 de fevereiro de 2019 a Autora recebeu uma ligação do IOR - onde protocolou a sua “Solicitação de Cirurgia” - informando-a que a primeira Ré havia autorizado cirurgia e que a paciente poderia comparecer ao Instituto de Olhos do Recife para agendar o procedimento cirúrgico. 
 
Ocorre que, a Autora, ao comparecer ao IOR foi surpreendida com o documento de autorização da UNIMED, porquanto autoriza apenas e tão somente a colocação de uma lente mono focal, em completa vedação a realização da expectativa legítima dos serviços médicos almejados (Doc. 23). 
 
Tal informação fora repassada pela atendente do IOR que informou à Autora que a mesma teria que arcar “por fora” com as lentes indicadas pelo seumédico, ao argumento de que a UNIMED dar cobertura apenas às lentes no valor de até R$ 3.180,00 (três mil cento e oitenta reais). 
 
Sendo assim, a Autora, preocupada com a sua visão, solicitou ao IOR um orçamento das lentes que foram prescritas pelo seu médico, havendo sido prontamente entregue à paciente, constando no aludido orçamento que CADA LENTE “a ser aplicada durante o procedimento cirúrgico de Facoemulsificação com implante de LIO na paciente MÔNICA RIBEIRO COUTINHO” é no valor unitário de R$ 10.500,00 (dez mil e quinhentos) reais. (Doc. 24) 
 
A Autora precisa ser submetida à cirurgia e caso a primeira Ré não autorize o fornecimento das lentes indicadas pelo seu oftalmologista poderá ter a sua visão não restaurada e sua saúde comprometida. 
 
Ademais, reitere-se, trata-se de grave problema de saúde oftalmológica, que precisa ser tratada o mais rápido possível. Se ignorada a patologia, pode levar à maior perda do campo visual da Autora. De acordo com o laudo médico colacionado aos autos, a Autora já apresenta dificuldade de visão por causa da catarata. 
 
Face à autorização omissa da Ré, em não arcar com o valor integral das lentes indicadas pelo seu oftalmologista, e sim com lente de valor bem inferior - conforme tabela e planilha da UNIMED (Docs. 25 e 26), é que a Autora vem socorrer-se do Poder Judiciário para que a primeira ré autorize a realização de cirurgia de FACUEMULSIFICAÇÃO com o implante das lentes intra-oculares indicadas por seu oftalmologista, em ambos os olhos. 
 
– DO DIREITO 
 
II.I – DA OBRIGAÇÃO DE FAZER EM CONSEQUENCIA DA NULIDADE DE CLÁUSULA QUE RESTRINJA OS PROCEDIMENTOS MÉDICOS 
 
Se o contrato de seguro-saúde assegura a garantia do bem estar e manutenção contínua da saúde do segurado, o plano de saúde não pode deliberadamente impor limite financeiro para aquisição de material necessário à realização de cirurgia, uma vez que a restrição à compra de material mais barato, consequentemente de qualidade inferior, gerará um prejuízo à saúde e o bem estar do segurado, o que vai de encontro ao objetivo do contrato de seguro-saúde. 
 
Tal entendimento é consubstanciado pelo art. 51, IV, do Código de Defesa do Consumidor, que diz que é nula de pleno direito a cláusula contratual que estabeleça obrigações consideradas iníquas, abusivas, que coloque o consumidor em desvantagem exagerada, ou, seja incompatível com a boa-fé ou a equidade. 
 
No caso concreto, é evidente a desvantagem exagerada da Autora, tendo em vista que a existência de cláusula que restrinja direitos ou obrigações fundamentais inerentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar seu objeto ou equilíbrio contratual, gera uma vantagem exagerada para a primeira Ré, nos termos do art. 
51, §1º, II, do CDC. 
 
Com efeito, em face dos inúmeros abusos cometidos pelas empresas de seguro saúde, a Secretaria de Direito Econômico do Ministério da Justiça, através da Portaria nº 03/99, acrescentou ao elenco de cláusulas abusivas do art. 51 do CDC, as que: 
 
“Imponham, em contratos de planos de saúde firmados anteriormente à Lei 9.656/98, limites ou restrições a procedimentos médicos (consultas, exames médicos, laboratoriais e internações hospitalares, UTI e similares) contrariando prescrição médica” 
 
Cumpre destacar que os Tribunais pátrios têm decidido que as cláusulas contratuais postas em planos de saúde com o objetivo de restringir procedimentos médicos, em desobediência às prescrições médicas, por serem abusivas, revestem-se de nulidade, uma vez que contrariam a boa-fé do consumidor, ameaçando, inclusive, o próprio objetivo do contrato, que consiste no fornecimento do serviço de saúde, o que implica em flagrante desequilíbrio contratual. 
 
Sobre a indicação de lentes especiais, é entendimento pacífico na jurisprudência pátria que compete ao médico do segurado a escolha do tratamento ou da técnica que entende adequada para alcançar a cura ou amenizar os efeitos da enfermidade que acomete o paciente, sendo vedado ao Plano de Saúde a autorizar limitar as alternativas possíveis para o restabelecimento da saúde do segurado, sob pena de colocar em risco a vida do consumidor (STJ, REsp nº 1053810/SP 2008/0094908-6, Relª. Ministra Nancy Andrighi, Terceira Turma, j. 17/12/2009). 
 
Ora, é notório que a preservação da vida se sobrepõe a qualquer outro interesse, e considerando que o procedimento em questão está amparado por justificativa e requisição médica, não há como colocar em dúvida a sua necessidade, não sendo certo a primeira ré ter submetido a autora à perícia médica e estar reprimindo a Autora com tamanha demora! 
 
Vale registrar, ainda, que, a implantação das lentes é decorrente da FACOEMULSIFICAÇÃO (cirurgia) de que necessita a autora, em virtude da catarata que a acomete, e no rol anexo à Resolução nº 338/2013 da Agência Nacional de Saúde consta a cobertura de FACOEMULSIFICAÇÃO com lentes intra-oculares, sem qualquer distinção entre lentes nacionais ou importadas. 
 
Assim, não estando a cobertura da cirurgia indicada pelo seu médico excluída pelo contrato, não é razoável, tampouco legal, que sejam restringidos os materiais necessários ao procedimento, prescritos pelo médico, os quais devem ser custeados pela primeira ré, e não pela Autora, inclusive as lentes intraoculares, quer sejam nacionais ou importadas. 
 
Desse modo, vê-se que a implantação das lentes indicadas pelo médico constitui elemento essencial à eficácia do tratamento da paciente Autora, pois sem elas, a cirurgia em si, não trará resultados práticos na finalidade a que se propõe, qual seja, recuperar a sua capacidade de visão, que vem piorando a cada dia. Caso assim não fosse, o médico não teria especificado a imprescindibilidade das lentes por meio de Laudo Médico. 
 
Não é demais mencionar que a Autora é advogada, precisa de sua visão para se locomover ao seu trabalho dirigindo – sem riscos, que exerce a sua profissão por meio do computador e que a baixa acuidade visual está comprometendo a sua função, tanto é verdade que poderia atuar na presente demanda apenas per si, mas precisou contratar seus pares para que atuassem em favor da autora, seja redigindo a presente exordial, seja para atuar junto ao Juizado em audiências em que a Autora foi contratada como advogada. 
 
Sobre a questão posta à análise de Vossa Excelência, insta trazer a colação os julgados em situações análogas, in verbis: 
 
TJ-RN - AI: 20160187710 RN, Relator: Desembargador 
	DILERMANDO 	MOTA., 	Data 	de 	Julgamento: 
09/03/2017, 1ª Câmara Cível 
CONSTITUCIONAL. CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. CONSUMIDOR. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. TUTELA ANTECIPADA 
INDEFERIDA. PLANO DE SAÚDE. NECESSIDADE DE FACECTOMIA COM IMPLANTE DE LENTE INTRAOCULAR. MATERIAL ADEQUADO E NECESSÁRIO PARA TRATAMENTO DA CATARATA. RECUSA DE FORNECIMENTO. ALEGAÇÃO DE VEDAÇÃO CONTRATUAL. CONTRATO CELEBRADO ANTES DA LEI Nº 9.656/98. ABUSIVIDADE DA EXCLUSÃO. PRÓTESE INDISPENSÁVEL À CIRURGIA COBERTA PELO PLANO. 
OBRIGATORIEDADE DE DISPONIBILIZAR TODOS OS MATERIAIS QUE IMPLIQUEM NO ÊXITO DO TRATAMENTO. PREVALÊNCIA DO DIREITO À SAÚDE E À VIDA. PRESENÇA DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS À CONCESSÃO DE TUTELA DE URGÊNCIA. RECURSO CONHECIDO E PROVIDO. 
 
TJ-PE - Apelação APL 4400562 PE (TJ-PE) 
Data de publicação: 17/05/2017 
Ementa: CATARATA. CIRURGIA OFTALMOLÓGICA. 
IMPLANTAÇÃO DE PRÓTESE. LENTE INTRAOCULAR. MATERIAL INDICADO PELO ESPECIALISTA MÉDICO. ILEGALIDADE NA 
COBERTURA PARCIAL DA LENTE. NEGATIVA VELADA. OBRIGATORIEDADE DO CUSTEIO COMO SOLICITADO. JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA NESTE SODALÍCIO. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. CONDENAÇÃO. DECISÃO REFORMADA. RECURSO PROVIDO. Contrariando o atestado sentencialmente que extinguiu o feito sem resolução do mérito com base no art. 267 , VI do CPC /73, verifica-se a presença de interesse processual de agir na demanda sub judice. No caso dos presentes autos, é inegável o interesse de agir uma vez que o plano de saúde, ora Apelado, só autorizou a cirurgia se os materiaisutilizados fossem o por ele indicado, e não aqueles prescritos pelo médico-assistente do Apelante. Sentença do julgador de piso anulada e em virtude de tratarse de matéria unicamente de direito, exaustivamente discutida entre as partes, aplica-se a teoria da causa madura, nos termos do art. 1.013 , § 3º , do NCPC . A relação jurídica entre segurado e operadora de saúde é regida pelo CDC . A limitação quanto ao tipo do material imposta pelo plano de saúde implica em negativa velada. Tentativa de modificar a prescrição médica por meio de teto para a cobertura do material indicado, induzindo o paciente a optar pela lente coberta pelo plano. Impossibilidade. Necessidade de fornecer o material indicado pelo especialista. Jurisprudência pacífica desta Corte de Justiça veda a substituição do diagnóstico médico pela operadora de saúde com fins meramente monetários. Laudo médico atestando a melhor adequação da lente intra ocular multifocal restor ao caso do paciente/consumidor. Melhor tratamento para a doença apresentada bem como durabilidade superior ao material ofertado pela operador do plano de saúde. O imbróglio destes autos revela abalo moral sofrido pelo consumidor. Apelo provido.... 
 
 
TJ-RJ - APL: 01844298520098190001 RIO DE JANEIRO CAPITAL 14 VARA CIVEL, Relator: MYRIAM MEDEIROS DA FONSECA COSTA, Data de 
Julgamento: 07/08/2013, QUARTA CÂMARA CÍVEL, 
Data de Publicação: 09/08/2013 
 
AGRAVO INTERNO. APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO DO 
	CONSUMIDOR. 	RITO 	ORDINÁRIO. 	PLANO 	DE 
SAÚDE. CIRURGIA DE CATARATA. LENTE INTRAOCULAR IMPORTADA. INJUSTIFICADA RECUSA DA COBERTURA. INTERPRETAÇÃO SISTEMÁTICA DO CDC. PRÁTICA ABUSIVA QUE DEVE SER DESESTIMULADA. DEVOLUÇÃO EM DOBRO DOS VALORES PAGOS PELO CONSUMIDOR. POSSIBILIDADE. ARTIGO 42, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CDC. DANO MORAL CONFIGURADO. 
COMPENSAÇÃO EXTRAPATRIMONIAL NO VALOR DE R$ 8.000,00 (OITO MIL REAIS) QUE ATENDE À LÓGICA DO RAZOÁVEL, ESTANDO, INCLUSIVE, NA MÉDIA DAS INDENIZAÇÕES FIXADAS EM CASOS ASSEMELHADOS. AUSÊNCIA DE NOVOS FUNDAMENTOS CAPAZES DE INFIRMAR A DECISÃO AGRAVADA. RECURSO AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 
 	 
 
II.II – DO DANO MORAL: 
 
A recusa na autorização das lentes intraoculares indicadas pelo médico da Autora é ato inaceitável e abusivo da primeira ré, uma vez que a aplicação de lentes diversas das que foram prescritas não possuem a capacidade de restaurar a saúde da Autora. 
 
Desse modo, resta cristalina a ilegalidade perpetrada pela primeira Ré ao omitir-se em sua “autorização” quanto ao não fornecimento das lentes indicadas pelo médico da Autora, em flagrante recusa à realização da aquisição dos materiais necessários à restauração da visão da Autora. 
 
Assim, a ausência de cobertura das lentes indicadas pelo médico, é prática ilícita, que, por si só, causa danos de ordem moral à Autora. 
 
O dano moral no caso em apreço não necessita de comprovação (in re ipsa), pois decorre do simples ato ilegal cometido pela primeira ré ao se negar a arcar com o valor integral das lentes necessárias ao procedimento cirúrgico indicado à restauração da visão da Autora. 
 
Nesse sentido é a jurisprudência pacífica no STJ, conforme o seguinte precedente abaixo colacionado: 
 
AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.371.166 - MG (2018/0255899-3) RELATOR : MINISTRO ANTONIO CARLOS FERREIRA AGRAVANTE : UNIMED BELO HORIZONTE COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO ADVOGADO : FLAVIA ALMEIDA MOURA DI LATELLA - MG109730 AGRAVADO : EMILIA BRANDOLICE PEREIRA ADVOGADO : SILVANO LACERDA E OUTRO (S) - MG086172 DECISÃO Trata-se de agravo nos próprios autos interposto contra decisão que inadmitiu o recurso especial (e-STJ fls. 527/529). O acórdão recorrido está assim ementado (e-STJ fl. 355): EMENTA: 
APELAÇÃO CÍVEL AÇÃO DE PROCEDIMENTO COMUM COM PEDIDO DE TUTELA DE URGÊNCIA - 
PLANO DE SAÚDE IMPLANTAÇÃO DE MARCAPASSO NEGATIVA DE COBERTURA IMPOSSIBILIDADE - INTERPRETAÇÃO MAIS FAVORÁVEL AO CONSUMIDOR - DANOS MORAIS VERIFICAÇÃO - As cláusulas que limitam ou restringem procedimentos médicos são nulas por contrariarem a boa-fé, pois criam uma barreira à realização da expectativa legítima do consumidor, contrariando prescrição médica, provocando um desequilíbrio no contrato ao ameaçar o objetivo do mesmo, que é ter o serviço de saúde de que necessita o segurado. Segundo a hodierna jurisprudência do STJ, que se encontra pacificada, mostra-se descabida a recusa de fornecimento de órteses, próteses, instrumental cirúrgico, exames ou fisioterapia, por parte dos planos de saúde, quando estes forem indispensáveis para o sucesso da cirurgia ou tratamento do paciente. É evidente o dano moral sofrido por aquele que, em momento delicado de necessidade, vê negada a cobertura médica esperada. Na fixação do montante indenizatório dos danos morais, utiliza-se como parâmetro: a condição econômica do ofensor; a condição econômica do ofendido; a gravidade da lesão e sua repercussão; e as circunstâncias fáticas do caso. No arbitramento da verba honorária, deve ser observado o local de prestação do serviço, a natureza da causa, o trabalho realizado pelo causídico e o tempo de trâmite da ação, nos termos do art. 85, § 2º do CPC. Os embargos de declaração opostos foram rejeitados (e-STJ fls. 394/401). No especial (e-STJ fls. 473/487), interposto com fundamento no art. 105, III, a e c, da CF, a recorrente alegou violação dos arts. 187, 844 e 927 do CC/2002, sustentando, em síntese, não ter se configurado o dano moral sofrido pela agravada. No agravo (e-STJ fls. 548/560), afirma a presença de todos os requisitos de admissibilidade do especial. Foi apresentada contraminuta (e-STJ fls. 582/587). É o relatório. Decido. Assim consta do acórdão recorrido (e-STJ fl. 365): Sendo assim, a cláusula utilizada pela segunda Apelante para negar o procedimento a primeira Apelante, é, a toda evidência, efetivamente abusiva, pois a segurada não pode estabelecer o procedimento a ser seguido pelo médico, razão pela qual não lhe podem ser negados o marcapasso e o eletrodo endocárdico, descritos na exordial, indispensáveis para o sucesso da cirurgia a ser realizada. Em relação a condenação da segunda Apelante ao pagamento de danos morais, entendo que merece pequeno retoque a decisão primeva. Na espécie, a autora, ora primeira Apelante, tem 88 (oitenta e oito) anos é portadora de doença grave, miocardiopatia complicada por doença do nodo sinusal com bradicardia importante em vigília em ate 40 bpm e paradas sinusais, sendo vital o implante em discussão, tendo em vista a possibilidade de morte súbita, f. 21, não se tratando, ao que se vê, de cirurgia eletiva como quer fazer crer a seguradora. A negativa da cobertura do tratamento em discussão, neste quadro, configura abalo à psique da autora, ora primeira Apelante que transborda os limites da razoabilidade, caracterizando o dano moral indenizável. Como se vê, o acórdão recorrido está em consonância com a jurisprudência do STJ, de que a recusa indevida da operadora de plano de saúde a fornecer material necessário à realização de cirurgia do segurado é passível de condenação por dano moral, uma vez que agrava a situação de aflição e angústia da pessoa comprometida em sua higidez físico-psicológica pela enfermidade. Sobre o tema: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL E CIVIL. DANOS MORAIS. PLANO DE SAÚDE. NEGATIVA DE COBERTURA DE PRÓTESE NECESSÁRIA A PROCEDIMENTO CIRÚRGICO. DANOS MORAIS. CABIMENTO. QUANTUM COMPENSATÓRIO. VALOR RAZOÁVEL. 
REGIMENTAL NÃO PROVIDO. 1. É abusiva a cláusula que exclua da cobertura órteses, próteses e materiais diretamente ligados ao procedimento cirúrgico a que se submete o consumidor. Precedentes. 2. A jurisprudência do eg. Superior Tribunal de Justiça entende ser passível de indenização a título de danos morais a recusa indevida/injustificada pela operadora do plano de saúde em autorizar a cobertura financeira de tratamento médico. (...) 5. Agravo regimental não provido."(AgRg no AREsp n. 590.457/SE, Relator Ministro RAUL ARAÚJO, QUARTA TURMA, julgado em 08/03/2016, DJe 17/03/2016.) 
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVOEM RECURSO 
	ESPECIAL. 	DIREITO 	DO 	CONSUMIDOR 	E 
PROCESSUAL CIVIL. PLANO DE SAÚDE. INDEVIDA NEGATIVA DE COBERTURA DO CUSTEIO DE MATERIAL SOLICITADO PELO MÉDICO PARA A REALIZAÇÃO DE PROCEDIMENTO CIRÚRGICO. PREMISSA FÁTICA ASSENTADA PELAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. CARACTERIZAÇÃO DE DANO MORAL IN RE IPSA. INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS DEVIDA. PRECEDENTES. ENUNCIADO N. 83 DA SÚMULA DO STJ. PRETENSÃO DE MINORAR INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. EXORBITÂNCIA NÃO CARACTERIZADA. IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. AGRAVO 
REGIMENTAL IMPROVIDO. 1. Segundo a jurisprudência pacífica do STJ, a cláusula que exclui da cobertura do plano de saúde órteses, próteses e materiais diretamente ligados ao procedimento cirúrgico a que se submete o consumidor é abusiva, razão pela qual a recusa indevida pela operadora do plano de saúde em autorizar a cobertura financeira de tratamento médico faz nascer o dever de reparar os danos morais produzidos pelo agravamento da situação de aflição psicológica e de angústia no espírito do beneficiário, que se configura como dano moral in re ipsa (independente de prova). Precedentes. (...) 3. Agravo regimental a que se nega provimento. (AgRg no AREsp n. 785.243/ES, Relator Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE, TERCEIRA TURMA, julgado em 03/12/2015, DJe 14/12/2015.) Diante do exposto, NEGO PROVIMENTO ao agravo. Na forma do art. 85, § 11, do CPC/2015, MAJORO os honorários advocatícios em 20% (vinte por cento) do valor arbitrado, observando-se os limites dos §§ 2º e 3º do referido dispositivo. Publique-se e intimemse. Brasília (DF), 05 de outubro de 2018. Ministro 
ANTONIO CARLOS FERREIRA Relator. (grifou-se) 
 
(STJ - AREsp: 1371166 MG 2018/0255899-3, Relator: Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, Data de 
Publicação: DJ 16/10/2018) 
 
Como citado no referido precedente, o STJ reconhece o dano moral in re ipsa para casos envolvendo omissão ou recusa indevida da seguradora à cobertura médica, pois esse mero ato ilegal agrava o estado psicológico e de angústia da segurada. 
 
A brilhante Ministra Nancy Andrighi do STJ, em casos análogos, afirma ser obrigado ao plano de saúde suportar os custos dos tratamentos que decorrem da patologia que se encarregou de cobrir. Para a referida Ministra, decorre o dano moral exatamente da indevida recusa em fornecer o serviço de seguro esperado pelo consumidor em momento de extrema angústia e aflição psicológica, por já se encontrar, no momento em que pede a autorização à seguradora, em condição de dor, de abalo psicológico e com a saúde debilitada. 
 
A ministra argumenta também que, embora, nos contratos, o mero descumprimento não seja causa para ocorrência de danos morais, tratando-se particularmente de contrato de seguro-saúde, sempre haverá a possibilidade de conseqüência danosa para o segurado, pois este, após a contratação, costuma procurar o serviço já em evidente situação desfavorável de saúde, tanto a física como a psicológica. 
 
 Sendo assim, nos termos do Código Civil, a primeira Ré cometeu ato ilícito, causando dano ao psicológico da Autora. 
 
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.” 
 
 O Código Civil também assegura a reparação dos danos provenientes dos atos ilícitos, nos termos do art. 927, in verbis: 
 
“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.” 
 
Cabe ressaltar, ainda, que o Código de Defesa do Consumidor prevê o pagamento de reparação por danos morais e materiais, ao dispor: 
 
"Art. 6º. 
São direitos básicos do consumidor: 
"V - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos". 
 
E mais adiante completa: 
 
"Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos”. 
 
Estando provado o ato ilícito, nasce o direito a ser reparado esse dano. 
 
Visando a proteção do consumidor, pois este figura como parte mais frágil na relação de consumo, o Código de Defesa do Consumidor ainda garante a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados, com vistas à prevenção ou reparação de danos morais. 
 
CIVIL. PROCESSO CIVIL. CONSUMIDOR. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS. PLANO DE SÁUDE. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DA ADMINISTRADORA DO PLANO DE SAÚDE NO CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO DE ARCAR COM O PROCEDIMENTO NECESSÁRIO. DANOS MORAIS CONFIGURADOS. SENTENÇA MANTIDA. 
SENTENÇA MANTIDA. 1. O Código de Defesa do 
Consumidor, tendo em vista a facilitação da defesa dos direitos básicos da parte hipossuficiente (art. 6º, VII), prevê a responsabilização solidária de todos que participam da cadeia de consumo. Assim, são partes legítimas e responsáveis em realizar a obrigação de fazer imposta pelo juiz tanto a primeira ré/Administradora do Plano de Saúde como a segunda ré/ Central Nacional Unimed - Cooperativa Central. 2. A falha na prestação do serviço de saúde, in casu, atingiu grau de gravidade que extrapola o que se poderia admitir como mero aborrecimento, sobretudo porque, conforme relatório médico, a paciente apresentava sinais de sepse e alto risco de piora clínica, com necessidade de internação em unidade de terapia intensiva. O Sentimento de vulnerabilidade e impotência em face da negativa de cobertura dos serviços contratados é suficiente para que se configure a lesão ao direito de personalidade da ora apelada. 3. Recurso desprovido. Sentença mantida. 
 
(TJ- DF 20161110014703 DF 0001430-26.2016.8.07.0011, 
Relator: JOSAPHA FRANCISCO DOS SANTOS, Data de 
Julgamento: 04/04/2018, 5º TURMA CÍVEL, Data de 
Publicação: Publicado no DJE: 20/04/2018. Pág.: 441/445) 
 
Dessa forma, conclui-se que ambas as Rés respondem solidariamente, tanto na aquisição dos materiais necessários à realização da cirurgia, quanto na reparação do dano moral causado. 
 
Tudo isso deve ser levado em consideração por V. Exa. para que a indenização a ser fixada seja compatível e proporcional à angústia sofrida pela Autora neste momento de patente necessidade. 
 
Levando em conta a capacidade econômica da Ré, a gravidade da lesão, a constante exposição da Autora a diversos riscos, como dirigir seu veículo entre outras atividades, além do caráter pedagógico e disciplinador da indenização para que situações análogas ao presente caso não se repitam, chega-se à conclusão de que R$ 17.000,00 (dezesete mil reais) se mostram adequados à reparação do dano causado. 
 
Dessa maneira, requer que as Rés sejam condenadas, de forma solidária, ao pagamento do motante de R$ 17.000,00 (dezesete mil reais), a título de indenzação por danos morais. 
 
III – DA TUTELA DE URGÊNCIA 
 
Finalmente, há de se ressaltar que, por força do art. 84, do Código de Defesa do Consumidor, na “ação que tenha por objeto o cumprimento da obrigação de fazer ou não fazer, o Juiz concederá a tutela específica da obrigação ou determinará providências que assegurem o resultado prático equivalente ao do adimplemento”. 
 
Destaque-se ainda a disposição contida no §3º, do mesmo artigo, segundo o qual “Sendo relevante o fundamento da demanda e havendo justificado receio de ineficácia do provimento final, é lícito ao Juiz conceder a tutela liminarmente”. 
 
O caráter de urgência da antecipação de tutela significa dizer que, diante de um risco ou dano iminente ou irreparável, a parte poderá pleitear que o magistrado afaste tal perigo, efetivando assim, o direito de resguardar o bem da vida, ou ainda para garantir o próprio seguimento normal do processo. 
 
No caso sub judice, é possível a procedência do pedido de antecipação de tutela no caso da concessão das lentes em voga para que seja feita a cirurgia necessária à saúde e bem-estar da autora, tendo em vista que o plano de saúde se recusa a arcarcom o valor integral das lentes recomendadas pelo médico da autora, e o contrato firmado entre a autora e a empresa ré se trata de contrato de adesão que contém cláusulas restritivas, ou seja, abusivas, violadoras das disposições protetivas do Código de Defesa do Consumidor. 
 
Observa-se que a recusa do plano de saúde em arcar com os valores integrais para a concessão das lentes necessárias ao tratamento cirúrgico, como idôneo e necessário a solucionar a enfermidade da visão da Autora, fere a finalidade básica do contrato de seguro-saúde, ou seja, limita direitos essenciais à garantia do bem-estar e à vida da usuária do plano de saúde. 
 
É também notório que há a necessidade imediata da autora em realizar a cirurgia para a restauração de sua visão. 
 
Depreende-se, dessa forma, ante os fatos e o direito narrados nesta exordial, que resta clara a presença dos pressupostos ensejadores da tutela provisória de urgência, os quais elencados no art. 300, caput do Código de processo Civil, a probabilidade do direito e o perigo de dano, sendo possível a concessão liminar, nos termos do art. 300, caput e § 2º do Código de Processo Civil os quais enfatizam que: 
 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo: 
 § 	2o A 	tutela 	de 	urgência 	pode 	ser 	concedida liminarmente ou após justificação prévia. 
 
Dessa maneira, requer a concessão de tutela de urgência, com pedido de liminar no sentido de autorizar que sejam disponibilizadas as lentes dobráveis trifocal intraocular asférica modelo panoptix necessárias ao procedimento cirúrgico determinado pelo médico responsável, qual seja facoemulsificação, arcando as rés integralmente com seu custo. 
 
IV – DOS PEDIDOS: 
 
Diante do exposto, e de tudo mais que possa ser suprido por Vossa Excelência, requer: 
 
requer a concessão de tutela de urgência, com pedido de liminar no sentido de autorizar que sejam disponibilizadas AS LENTES DOBRÁVEIS TRIFOCAL INTRAOCULAR ASFÉRICA MODELO PANOPTIX necessárias ao procedimento cirúrgico determinado pelo médico responsável, qual seja FACOEMULSIFICAÇÃO, ARCANDO ÀS RÉS INTEGRALMENTE COM SEU 
CUSTO, expedindo-se intimação às empresas Rés, com fulcro no art. 300, caput e art. 300, § 2º do Código de Processo Civil, como do art. 84, caput e art 84, §3º do Código de Defesa do Consumidor. 
 
A citação das Rés para, querendo, apresentar resposta no devido prazo legal, sob pena de revelia; 
 
A condenação de ambas as Rés ao pagamento, de forma solidária, de 
INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS EM VALOR NÃO INFERIOR A R$ 17.000,00 (TRINTA MIL REAIS), em decorrência da evidente desídia em desprezar a saúde da Autora, com fulcro nos arts. 927, do Código Civil, e 14, do Código de Defesa do Consumidor; 
 
Protesta provar por todos os meios de prova em direito admitidas, a juntada de novos documentos, prova pericial, prova testemunhal e o depoimento pessoal Autora e oitiva de testemunhas, se entender necessário, requer ainda a inversão do ônus da prova, em conformidade com o artigo 6º, VIII, do Código de Defesa do Consumidor, por ser verossímil a alegação ora formulada, além de sua hipossuficiência em relação a grande empresa UNIMED. 
 
Atribui-se à causa o valor de R$ 38.000,00 (trinta e oito mil reais) 
 
Termos em que 
Pede deferimento. 
 
Recife, 07 de março de 2019. 
 
 
ANA BELIZA GOMES LIMA VASCONCELOS 
OAB/PE nº 44.911 
 	 
 
RODRIGO RAMOS DE MORAES 
OAB/PE nº48.635 
 
 
MONICA RIBEIRO COUTINHO 
OAB/PE nº 16.504 
 
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