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Apelação - Caso Apice Engenharia LTDA

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EXCELENTÍSSIMO (a) SENHOR (a) DOUTOR (a) JUIZ (a) DE DIREITO DO JUÍZO DA VARA CÍVIL DE FORTALEZA, ESTADO DO CEARÁ. 
Protocolo N° (________________________)
Requerente: Júnia Santos
Requerido: Ápice Engenharia LTDA.
Júnia Santos, já qualificada nos autos da ação indenizatória de descumprimento de obrigação de fazer cumulada com de não fazer, processo em epígrafe, proposta em face de Ápice Engenharia LTDA, também já qualificados nos autos, vem, interpor 
RECURSO DE APELAÇÃO
Com fulcro nos arts. 1.009 e seguintes do Código de Processo Civil. Requer a remessa do presente ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Ceará.
Termos em que pede deferimento.
Fortaleza, 06 de novembro de 2018
Advogado (__________)
OAB (____________)
Razões do recurso de apelação
Apelante: Júnia Santos
Apelados: Ápice Engenharia LTDA.
Processo de origem: (____.____.___.___.__) (Vara de _________________________ da Comarca de Fortaleza.
Egrégio Tribunal, 
Colenda Câmara,
I – Exposição dos fatos
A requerente adquiriu junto a construtora e incorporadora Ápice Engenharia um apartamento e uma vaga de garagem no Edifício Belo Lar situado na capital cearense, a requerente notou diferença do acabamento que estava descrito e ilustrado no panfleto da propaganda que a empresa divulgou para a venda dos apartamentos.
A requerente ainda estava insatisfeita com a venda da vaga de garagem ao lado da que adquiriu, a vaga em questão foi vendida a um terceiro estranho que não possuía uma unidade de apartamento no edifício Belo Lar, indo em desacordo com a convenção de condomínio. Porém a convenção de condomínio foi alterada permitindo venda a não condôminos.
Contudo o réu apresentou uma ação de reconvenção para cobrar o pagamento de alugueis vencidos da autora da ação.
O juiz negou todos os pedidos da autora, assim a mesma esta por apresentar a seguinte apelação.
II – Das razões de fato e de direito
A autora foi condenada a pagar os alugueis atrasados, porém não se podem cobrar os quatros anos devidos, sendo que no artigo 206 do código civil:
Art. 206. Prescreve:
[...]
§ 3° Em três anos:
I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos;
[...]
(Art. 206 do Código Civil - Lei 10406/02)
Entende-se que o primeiro ano de aluguel não é devido, sendo que o mesmo já prescreveu e o direito se prescreveu, portanto a construtora Ápice Engenharia LTDA só poderá receber os últimos três anos que não prescreveram ainda.
Entretanto os pedidos da autora foram negados, sobre a vaga de garagem vendida a terceiro, observamos que a lei permite a mudança da convenção de condomínio, mas a mesma precisa seguir o que é prescrito em lei, observamos nos artigos seguintes:
Art. 1331. Pode haver, em edificações, partes que são propriedade exclusiva, e partes que são propriedade comum dos condôminos.
§ 1º As partes suscetíveis de utilização independente, tais como apartamentos, escritórios, salas, lojas e sobrelojas, com as respectivas frações ideais no solo e nas outras partes comuns, sujeitam-se a propriedade exclusiva, podendo ser alienadas e gravadas livremente por seus proprietários, exceto os abrigos para veículos, que não poderão ser alienados ou alugados a pessoas estranhas ao condomínio, salvo autorização expressa na convenção de condomínio.
(Art. 1331 do Código Civil - Lei 10406/02)
Art. 1.333. A convenção que constitui o condomínio edilício deve ser subscrita pelos titulares de, no mínimo, dois terços das frações ideais e torna-se, desde logo, obrigatória para os titulares de direito sobre as unidades, ou para quantos sobre elas tenham posse ou detenção.
Parágrafo único. Para ser oponível contra terceiros, a convenção do condomínio deverá ser registrada no Cartório de Registro de Imóveis.
(Art. 1333 do Código Civil - Lei 10406/02)
Art. 1.351. Depende da aprovação de 2/3 (dois terços) dos votos dos condôminos a alteração da convenção; a mudança da destinação do edifício, ou da unidade imobiliária, depende da aprovação pela unanimidade dos condôminos.
(Art. 1351 do Código Civil - Lei 10406/02)
	Sobretudo foi observado que a convenção de condomínio teve maioria dos votos, mas não obteve os dois terços que era preciso para ser alterada, então é contestado que a alteração não foi alterada de acordo com a lei, assim as vendas são ilegais, não podendo ter ocorrido.
III – Dos pedidos
Diante do exposto, a requerente requer que o presente recurso seja conhecido e, no mérito provido para reforma da decisão de primeira instância: 
Pede se que a construtora Ápice engenharia seja responsabilizada por vender uma vaga de garagem a um terceiro estranho ao condomínio.
Requer a prescrição de parte dos alugueis vencidos com base no art. 206, CC.
Termos em que pede deferimento.
Fortaleza, 06 de novembro de 2018
Advogado (__________)
OAB (____________)

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