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Plano de Aula: Sínteses da Administração Financeira ANÁLISE DE INVESTIMENTO - GST1232 Título Sínteses da Administração Financeira Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 2 Tema Sínteses da Administração Financeira Objetivos Essa aula visa proporcionar ao aluno: O Conhecimento de Finanças; Obter uma Visão Geral sobre Finanças e sua Evolução Entender as Novas Responsabilidades da Administração Financeira; Compreender a Dinâmica das Decisões Financeiras; Compreender o objetivo da empresa Estrutura do Conteúdo Introdução às Finanças Podemos definir o termo finanças, como a arte e a ciência de administrar o dinheiro. Na pratica, todas as pessoas físicas e jurídicas ganham ou levantam dinheiro, gastam ou investem dinheiro. Finanças diz respeito ao processo, aos mercados, às instituições e aos instrumentos envolvidos na transferência de dinheiro entre pessoas, empresas e órgãos governamentais. A compreensão deste termo beneficiará as pessoas que atuam nessa área dando condições a estas, de tomarem melhores decisões financeiras. E para aquelas que atuam fora dessa área também terão o benefício ao saber interagir de forma eficaz com administradores, processos e procedimentos financeiros da empresa. O campo de finanças é bem amplo e dinâmico, afetando diretamente a vida de todas as pessoas e organizações. Existem muitas áreas e oportunidades de carreira nesse campo. Os princípios básicos de finanças são universalmente aplicáveis às empresas de todos os tipos. Além, de muitos deles também poderem ser aplicados às finanças pessoais. Entendendo as finanças das empresas Como praticamente toda a ciência, as finanças corporativas incorporaram em seu escopo as grandes evoluções do mundo contemporâneo. Seus métodos de avaliação e conteúdo conceitual assumiram um caráter bem mais abrangente, elevando sua importância para as empresas. O administrador financeiro, por seu lado, passou a ser mais exigido, sendo identificada uma necessidade de especialização e atualização cada vez maiores. Basicamente, podem-se entender as finanças como área de conhecimento e subdividi-la em três grandes segmentos: mercado financeiro, finanças corporativas e finanças pessoais, conforme: O segmento de mercado financeiro estuda os comportamentos dos mercados, seus vários títulos e valores mobiliários negociados e as instituições financeiras que atuam nesse segmento. Já a parte de finanças corporativas estuda, como já foi mencionado acima, os processos e as tomadas de decisões nas organizações. E recentemente um novo segmento - finanças pessoais - vem ganhando grande importância com o estudo dos investimentos e financiamentos das pessoas físicas, encontrando alta relação com a área de mercado financeiro. A crescente complexidade do mundo dos negócios determinou, ainda, que o responsável pela área financeira desenvolvesse uma visão mais integrativa da empresa e de seu relacionamento com o ambiente externo. O conhecimento restrito às técnicas e os instrumentos tradicionais da administração financeira já se mostram insuficientes no atual mundo dos negócios, necessitando o executivo de maior sensibilidade relativa a outros valores e informações estratégicos. O gestor financeiro moderno deve possuir uma visão do todo da empresa, destacando suas oportunidades, tanto internas como externas. Deve ainda apresentar capacidade de bem interpretar os dados e informações e inferir, a partir deles, comportamentos e ações futuros. O processo de tomada de decisões reflete a essência do conceito de administração. Reconhecidamente, administrar é decidir, e a continuidade de qualquer negócio depende da qualidade das decisões tomadas por seus administradores nos vários níveis organizacionais. E essas decisões, por sua vez, são tomadas com base em dados e informações viabilizados pelos negócios, levantamentos do comportamento do mercado e do desempenho interno da empresa. Esse processo decisorial básico ao sucesso de toda empresa vem assumindo complexidades e riscos cada vez maiores na economia brasileira. Altas taxas de juros, carga tributária elevada, baixo volume de crédito de longo prazo, intervenções nas regras de mercado da economia, comportamento das taxas de inflação, desafios para o crescimento de nossa economia, entre outros aspectos, vêm exigindo uma capacidade mais questionadora e analítica das unidades decisórias. Evolução das finanças das empresas - Visão geral As teorias de finanças vêm descrevendo ao longo do tempo um processo consistente de evolução conceitual e técnica. O estudo de finanças vem-se ajustando aos diversos momentos da economia e encontra seu maior desafio atualmente, diante das evidências de fim da era industrial e surgimento de uma era de informação e, mais adiante, de conhecimento. Principalmente a partir dos anos 20 do século XX, as finanças das empresas são motivadas a evoluir de maneira a atender à crescente complexidade assumida pelos negócios e operações de mercado. O grande desafio das finanças é a criação de uma metodologia para a gestão nesse novo cenário dos negócios. Archer e D`Ambrosio (1969) discutem essencialmente três abordagens no desenvolvimento do estudo de finanças das empresas. A primeira, conhecida como Tradicional, tem suas prioridades voltadas para a vida e operações financeiras descontínuas das empresas, conforme inseridas no ambiente da época. A ênfase dessa abordagem recai sobre os fatos financeiros das empresas que costumam ocorrer de tempos em tempos, não dando maior destaque aos problemas administrativos de caráter mais rotineiro. Todos os assuntos externos às empresas recebiam grande atenção, principalmente se exerciam influências sobre as finanças, como práticas monopolistas, formas de financiamento e capitalização, comportamento da concorrência etc. Outra abordagem, conhecida por Administrativa, priorizava as práticas rotineiras das empresas, atribuindo uma natureza cotidiana, e não eventual, como a abordagem Tradicional, às atividades de Administração Financeira. Nessa fase foram introduzidos os estudos de orçamento, previsão de vendas, controles etc. Finalmente, uma terceira abordagem, citada por Archer e D`Ambrosio, atribui grande ênfase à importância da teoria econômica nas Finanças das Empresas. Por exemplo, a partir do conceito econômico de "Investimento Agregado" exposto na Teoria Geral de Keynes, chegou-se ao estudo do custo de capital e taxa de retorno dos investimentos nas finanças das empresas. O comportamento das variáveis econômicas, como taxas de juros, inflação, renda nacional, crédito, entre outros, é de fundamental importância para o estudo do funcionamento das finanças das empresas. No desenvolvimento da função financeira, ainda, Weston (1975) considera que devido ao processo de consolidação das empresas e ao crescimento do mercado interno norte-americano o início do século XX foi o marco do princípio do estudo sistemático em finanças. E, diante do surgimento de grupos industriais que demandavam recursos financeiros para financiar as suas operações, os gestores passaram a enfrentar problemas na estrutura de capital (composição das fontes de financiamento) da empresa. IMPORTANTE: o estudo de finanças das empresas evoluiu bastante, exigindo do administrador a compreensão de um contexto maior e mais complexo. São inseridos nessas exigências uma sofisticada avaliação de riscos, novas formas de atuação no mercado, gestão baseada em valor, governança corporativa, fatores jurídicos, entre outros assuntos importantes. Décadas de 1920 a 1960 Na década de 1920, segundo Weston (1975), as indústrias se expandiram e houve o processo de fusões das empresas para completar as linhas de comercialização. Embora fosse um momento de apuração de grandes margens de lucros, os preços estavam flutuando e havia escassez de recursos, reforçando a importância da estrutura financeira da empresa.Na década de 1930, verificou-se uma recessão econômica vinda da crise de 1929/30, destacando-se na época os estudos sobre solvência, liquidez e recuperação financeira da empresa. Devido à Segunda Guerra Mundial, na década de 1940, a função financeira atribuiu maior importância à obtenção de recursos para financiar a produção de bens; no início de 1950, houve uma rápida expansão econômica mundial, apesar do receio quanto à possibilidade de uma recessão nesse período pós-guerra. Tudo isso acarretou uma mudança no foco do estudo de Finanças, que passou a se caracterizar pela predominância das rotinas internas e pela preocupação com a estrutura organizacional, que ficou conhecida como abordagem administrativa. Assim, no final da década dos anos 1950 e início da década de 1960, houve uma redução na rentabilidade das empresas consolidadas. O elevado preço de mercado das ações de novas indústrias resultou na escassez de recursos para as empresas tradicionais, o que fez com que os estudos de custo de capital ganhassem importância mais destacada. Segundo Archer e D`Ambrosio (1969), ainda, uma nova abordagem financeira ganhou relevância com a utilização da Teoria Econômica nas Finanças das Empresas. Segundo Smith (1984), somente após a década de 50 é que se verificou uma mudança no estudo da função financeira, procurando compreender as várias consequências das políticas de investimento, financiamento e dividendos sobre o comportamento dos fluxos de caixa das empresas, em seu nível de risco e em seu valor econômico, ou seja, uma abordagem conhecida como positiva da literatura financeira. Finanças modernas Duas correntes são a base das finanças modernas, uma inaugurada por Modigliani e Miller (1958), chamada de Finanças Corporativas, e a outra iniciada por Markowitz (1952) e direcionada aos estudos de portfólio (carteira) e de risco e retorno. Portfólio, ou carteira, é um conjunto de bens, como ações, títulos de renda fixa, imóveis, moedas etc., de propriedade de um investidor (pessoa física ou pessoa jurídica). Um portfólio diversificado contém uma variedade desses bens. O objetivo da formação de portfólios diversificados é reduzir o risco. No final da década de 1950, Modigliani e Miller (1958) demonstraram que o valor de uma empresa independe de sua estrutura de capital, ou seja, eles abordaram a irrelevância da estrutura de capital e da política de dividendos sobre o valor de mercado da empresa. Em outras palavras, a forma como a empresa é financiada (quanto de dívidas e de recursos próprios está financiando seus ativos), ou como paga dividendos aos seus acionistas, não exerce influência sobre o seu valor. O valor de mercado da empresa é o mesmo, independe dessas decisões. Valor de mercado expressa o valor pelo qual um ativo pode ser negociado, em determinado momento, no mercado. Esse valor é formado livremente pelas forças de oferta e procura dos compradores e vendedores. O valor de mercado deve refletir as expectativas de ganhos do ativo. Assim, por exemplo, se uma empresa prometer bons lucros no futuro, seu valor de negociação (valor de mercado) é maior; caso contrário, observa-se uma redução em seu valor. É importante destacar que a moderna gestão de risco começou a desenvolver-se a partir da Teoria do Portfólio, inicialmente apresentada por Markowitz e estendida por Sharpe, Fama e Lintner, entre outros importantes trabalhos. Markowitz apresentou em The Journal of Finance, em 1952, o artigo Portfolio Selection, o qual difundiu a noção de que um investidor deve formar um portfólio com base em seu retorno esperado e na variância dos retornos (risco), de modo a maximizar o primeiro e minimizar o último. A proposta básica para as decisões financeiras sugeridas está em elevar o retorno da empresa para certo nível de risco, ou reduzir o seu risco para um determinado retorno. Esse resultado favorável da relação risco-retorno de um investimento é obtido, segundo ainda Markowitz, por meio da diversificação de ativos com reduzido nível de covariância. A covariância, assim como a correlação, são medidas estatísticas que indicam como duas variáveis se relacionam entre si. Ou seja, quando o preço de um ativo se eleva, como se comporta o do outro. Se um acompanhar a subida do outro, diz-se que a covariância é positiva, denotando risco maior para a carteira; caso contrário, tem-se uma covariância negativa, reduzindo o risco de perda pelo comportamento inverso de um ativo em relação ao outro. Por exemplo, é esperado que, diante de uma subida nas taxas de juros de mercado, os índices de bolsa de valores sofram uma desvalorização. Assim, um investidor que possua ações e títulos de renda fixa em seu portfólio tem sua perda no retorno das ações de alguma forma contrabalanceada pela subida dos juros. Se possuísse somente ações (covariância positiva), não teria como diversificar seu risco. IMPORTANTE: a teoria, em essência, expõe que o risco de um ativo deve ser avaliado com base em sua contribuição ao risco total de um portfólio de ativos, e não de maneira isolada. Por exemplo, pode ocorrer de determinada mercadoria não ser atraente para a empresa. No entanto, por apresentar uma relação de venda inversa a dos demais produtos (sua venda maior se verifica em períodos de baixa demanda), é capaz de reduzir as incertezas associadas aos fluxos de caixa da empresa, tornando-se assim interessante seu investimento. Markowitz (1952) rejeitou a ideia de que os investidores devem formar seus portfólios embasados somente no maior retorno esperado. As decisões devem seguir o equilíbrio da relação risco-retorno. Na administração financeira, a teoria formulada orienta que um investimento deve ser avaliado por sua contribuição aos resultados de risco e retorno produzidos por ampla (diversificada) carteira de ativos. Não deve predominar na gestão de uma empresa maior preocupação com o desempenho isolado de um ativo, mas com o reflexo que determinada decisão promove sobre toda a empresa (portfólio). IMPORTANTE:? na contribuição de Sharpe (1964),6 deve ser destacado o modelo Capital Asset Pricing Model (CAPM), ou ?Modelo de Precificação de Ativos?. Este modelo permitiu que se chegasse ao retorno mínimo exigido de um investimento baseado no risco apresentado. Assim, para qualquer investimento é possível apurar-se, pelo modelo do CAPM, a taxa de retorno que remunera o risco envolvido na decisão. Foi ainda através do CAPM que se introduziu o conceito do coeficiente beta (ß), que indica o risco de um ativo em relação ao risco de todo o mercado. Se o ativo apresentar um risco maior que o do mercado (ß > 1,0, pois é admitido que o beta da carteira de mercado seja igual a 1,0), deve-se exigir desse ativo um prêmio pelo risco proporcionalmente maior que o oferecido pelo mercado. Caso contrário, conclui-se que o ativo apresenta um risco menor, sendo oferecido um retorno abaixo da taxa de mercado. Por fim, foram desenvolvidos também outros modelos que procuraram avançar no estudo do risco-retorno além do conseguido pelo CAPM, como a Arbitrage Pricing Theory (APT), formulada por Ross em 1976. Década de 1970 Essa década teve como principal característica a recessão mundial oriunda do esgotamento do modelo de crescimento adotado no pós-guerra. Além disso, o cenário econômico mundial enfrentou a crise do petróleo e paralelamente a bolsa de Nova York entrou em crise, aumentando ainda mais o ambiente de risco e incerteza. Assim, diante desse cenário, houve a retomada dos modelos quantitativos criados antes da década de 1970, por Markowitz, Tobin e Sharpe. Nessa década, a Teoria de Eficiência dos Mercados ganhou relevância com Eugene Fama, sendo essa uma das mais importantes contribuições à Teoria de Finanças desenvolvidas nesse período. Década de 1980 Nessa década, o crescimento da economia norte-americana teve como característica a manutenção de altos déficits orçamentários,importação generalizada de produtos japoneses e europeus e adoção de uma política monetária restritiva. Esse cenário fez com que as taxas de juros internacionais aumentassem e determinou que países em desenvolvimento tivessem dificuldades em honrar os empréstimos adquiridos na década de 1970. Nessa década, a excessiva liquidez no sistema financeiro mundial incentivou os bancos internacionais a concederem crescentes financiamentos aos projetos de investimentos dos países em desenvolvimento. Nessa década, foram desenvolvidas também novas e complexas estratégias de mitigação de riscos através de derivativos. Destaque-se da década ainda a criação do Comitê da Basileia que, em 1988, produziu o importante Acordo da Basileia no qual se estabelecia uma estrutura de cálculo de capital regulamentar mínimo para as instituições financeiras, tornando-se referência para a supervisão bancária. Derivativos são contratos cujos valores são derivados de outros ativos financeiros, conhecidos como "ativos subjacentes". Por exemplo, contratos futuros de juros, contratos de opções de ações etc. Os derivativos no Brasil são negociados na BMF&BOVESPA. Década de 1990 até início do século XXI Durante a década de 1990, houve o aumento da globalização da economia, determinando o incremento do fluxo internacional de capitais, de produtos e de serviços. Esse fenômeno levou a uma interdependência maior entre as economias dos países, implicando no incremento da possibilidade de que um eventual colapso econômico em um país resulte no contágio dos demais. Diante disso, aumentou a preocupação com os riscos, incentivando a utilização de sofisticados modelos e estratégias de avaliação e gestão de risco. Na década, ganharam destaque ainda os graves problemas financeiros enfrentados, entre outros, pelo banco inglês Barings Bank e pelo fundo de investimento norte-americano Long Term Capital Management. Além disso, foram desenvolvidas novas técnicas de custeio importantes para o momento de reestruturação pela qual passaram as empresas. Em períodos mais recentes, ganha destaque a fraude superior a US$ 7 bilhões sofridos pelo banco Société Generale em janeiro de 2008. IMPORTANTE: da mesma forma, o processo de mensuração de valor para o acionista tornou-se mais relevante nesse período. O início de uma era de informação e conhecimento passou a criar valor para as empresas, não demonstrado, de forma explícita, pela contabilidade tradicional. Foi importante para o estudo das finanças das empresas o valor da riqueza, medido pela diferença entre o valor de mercado e o valor contábil da empresa. As empresas passaram a agregar riqueza principalmente pelo valor gerado por seus ativos intangíveis, que não apresentam forma física, como marcas, processos, patentes, tecnologia, imagem junto aos clientes, sistema de distribuição e posicionamento no mercado etc. Esses intangíveis produziram grande riqueza às empresas, criando valores muitas vezes superiores aos bens tangíveis, como máquinas, equipamentos, edificações etc. O valor econômico de uma empresa é formado pela soma do valor de seus ativos tangíveis e intangíveis. Empresas que lastreiam seu crescimento em bens tangíveis tornam-se obsoletas mais rapidamente, colocando em risco sua continuidade. Bens tangíveis podem ser copiados facilmente, estão disponíveis no mercado; bens intangíveis representam uma vantagem competitiva para a empresa e devem merecer maior atenção das finanças. Bens intangíveis não possuem forma física. Em verdade, seu valor físico é irrelevante. O valor de um bem intangível é determinado pelos direitos e benefícios econômicos que podem ser obtidos de sua propriedade. Alguns exemplos de ativos intangíveis: marcas, patentes, franquias. O total do valor intangível de uma empresa pode ser obtido pela diferença entre o valor de mercado de suas ações e o patrimônio líquido. Por exemplo, ao final de 2007, o Banco Bradesco apresentava os seguintes resultados: - valor de mercado das ações: R$ 109,5 bilhões; - valor do patrimônio líquido: R$ 30,4 bilhões. O valor do intangível do Bradesco atingiu, na época, R$ 79,1 bilhões. Já no início do século XXI, houve escândalos contábeis nos EUA envolvendo empresas reconhecidas, demonstrando a existência de conflitos de interesse nas organizações e a necessidade de se ampliarem os mecanismos de controle. Perante essa situação, as concepções de governança corporativa e de maior transparência nas relações entre gestores e acionistas ganharam maior destaque. Paralelo a isso, em 2002, foi aprovada pelo congresso norte-americano a lei Sarbanes Oxley (SOX), com a finalidade de oferecer maior proteção aos investidores. A teoria de stakeholders foi ressaltada, favorecendo a expansão da técnica do Balanced Scorecard (BSC), desenvolvida por Kaplan e Norton em 1990. Através do BSC, as empresas podem alinhar suas estratégias com medidas de desempenho sob várias perspectivas: financeira, do cliente, dos processos internos e de aprendizagem e crescimento, possibilitando o atendimento da demanda dos acionistas e dos demais stakeholders. Stakeholders são todas as partes envolvidas (interessadas, intervenientes) no ambiente da empresa, como acionistas, fornecedores, empregados, credores, clientes, comunidade e governo. São partes que, de alguma forma, influenciam ou são influenciadas pelas decisões tomadas pela empresa. Correntes que discutem a validade do modelo do CAPM e da Hipótese de Eficiência do Mercado começaram a ganhar destaque também na década de 1990. Adicionalmente, vêm ganhando relevância os estudos que procuram relacionar o comportamento humano com os conceitos econômicos, de forma a entender a influência do fator humano nas decisões financeiras, formando, assim, um novo ramo de pesquisa conhecido como finanças comportamentais. Finanças pessoais No mundo de hoje e, principalmente, no Brasil, com uma relativa estabilidade da moeda, as pessoas estão aprendendo a dimensionar o valor do dinheiro que ganham e, com isso, dar bom uso às eventuais sobras financeiras que possuem, visando uma melhor comodidade no futuro. Gerir de forma eficaz os ganhos e as despesas individuais de cada pessoa é o que se conhece atualmente por finanças pessoais. Quantas vezes você já fez a pergunta "onde está meu dinheiro" ou teve a sensação de que seu dinheiro simplesmente "evaporou" Poucos brasileiros têm o hábito de colocar no papel suas receitas e despesas. Organizar as contas significa ter real dimensão de sua saúde financeira. Feito isso, você pode ter uma agradável surpresa e descobrir que tem mais dinheiro do que pensa ou tomar um baita susto com o tamanho da sua dívida. Sem um planejamento realista, fica difícil reservar algo para investir. Portanto, você deve aprender a organizar sua vida financeira, para descobrir como transformar os sonhos de hoje em uma realidade futura. Antes de começar a procurar os caminhos mais rentáveis para a organização das finanças pessoais - consultorias financeiras, sites especializados, livros e guias sobre o assunto e até o gerente de seu banco podem ajudar muito nessa missão -, o primeiro passo é visualizar e entender os seus gastos mensais para começar a controlá-los. Para tal, considere a seguinte - e simples - fórmula: sobras (poupança) = receita - despesas. O grande desafio para quem quer investir em geral é saber onde está o dinheiro. Existe até uma crença: "Comece cedo". Mas o que lhe falta é um planejamento que ajudará a fechar os ralos por onde escoa hoje boa parte de sua renda, daí o comportamento do que se conhece hoje por finanças pessoais. As novas responsabilidades da administração financeira A administração financeira é um campo de estudo teórico e prático que objetiva, essencialmente, assegurar um melhor e mais eficiente processo empresarial decaptação (financiamento) e alocação (investimento) de recursos de capital. Nesse contexto,a administração financeira envolve-se tanto com a problemática da escassez de recursos, quanto com a realidade operacional e prática da gestão financeira das empresas, assumindo uma definição de maior amplitude. A própria evolução das finanças imprimiu no administrador uma necessidade maior de visualizar toda a empresa, realçando suas estratégias de competitividade, continuidade e crescimento futuro. Em verdade, o administrador financeiro no contexto atual não pode assumir posições menos envolventes de centrar suas preocupações unicamente nos mecanismos de captação de fundos e aplicações na atividade da empresa. Deve, outrossim, gerenciar esses recursos de forma a manter a saúde financeira e econômica da empresa e lograr ainda alcançar suas metas estabelecidas e criar valor aos seus proprietários (acionistas). Criar valor está geralmente focado no acionista. O conceito resume-se em obter um ganho dos investimentos (alocação de capital) superior ao custo do financiamento. Em outras palavras, uma empresa cria valor quando for capaz de apurar um ganho em seus ativos maior que o custo total de seus passivos e patrimônio líquido. Criar valor é uma missão da empresa. Essas responsabilidades são mais intensas ainda nos últimos tempos, quando se tem observado, no atual ambiente de globalização, o acelerado processo de abertura dos mercados e acirramento da concorrência. Inúmeros projetos outrora atraentes são inviabilizados na nova ordem econômica mundial, exigindo cuidados especiais no uso e interpretação dos modelos financeiros. Em verdade, as decisões financeiras de levantamento e aplicação de recursos requerem, nos tempos atuais, maior nível de conhecimento e especialização do administrador financeiro, além de uma visão estratégica e de sinergia com relação ao futuro dos negócios. Diante da crescente complexidade que o mercado e os negócios vêm apresentando, o administrador financeiro hoje não pode ater-se exclusivamente aos modelos mais teóricos e restritivos de solução dos problemas. É cada vez mais relevante que desenvolva uma visão crítica mais acurada e global da empresa. Suas atividades tornam-se mais importantes, assumindo maiores níveis de responsabilidade, prevendo-se grandes desafios para o futuro. Do ponto de vista organizacional, pode-se ter a seguinte estrutura da função financeira em uma empresa: Na figura acima, tem-se o Diretor Presidente como a função do Executivo da empresa, que, em inglês, seria o CEO (Chief Executive Officer), sendo o responsável pela condução dos negócios. Em seguida, o Diretor Financeiro, ou CFO (Chief Financial Officer), responsável pela tesouraria e controladoria. Muitas vezes, a função do Diretor de Finanças é transferida ao tesoureiro na administração da empresa. À tesouraria cabe a gestão do caixa, do crédito, das despesas de capital, às decisões de investimentos. À controladoria cabe a gestão de custos, tributos, contabilidade gerencial, usos de sistemas de informações gerenciais. Em suma, a administração financeira tem demonstrado ao longo do tempo notável evolução conceitual e prática. De uma posição inicial menos ambiciosa, em que se distinguia um posicionamento mais descritivo dos fenômenos financeiros, a área financeira tem apresentado no mundo contemporâneo uma postura mais questionadora e reveladora em relação ao comportamento do mercado em geral e ao processo de tomada de decisões empresariais. Esse posicionamento tem contribuído bastante para o fornecimento de explicações mais lógicas e completas dos vários fenômenos financeiros, tornando mais evidente sua compreensão e ampliando sobremaneira sua esfera de atuação e importância. A dinâmica das decisões financeiras Dentro do ambiente empresarial, a administração financeira volta-se basicamente para as seguintes funções: a) planejamento financeiro, o qual procura evidenciar as necessidades de crescimento da empresa, assim como identificar eventuais dificuldades e desajustes futuros. Por meio desse planejamento, ainda, é possível ao administrador financeiro selecionar, com maior margem de segurança, os ativos mais rentáveis e condizentes com os negócios da empresa, de forma a estabelecer uma rentabilidade mais satisfatória sobre os investimentos; b) controle financeiro, o qual se dedica a acompanhar e avaliar todo o desempenho financeiro da empresa, como custos e despesas, margens de ganhos, volume de vendas, liquidez de caixa, endividamento etc. Análises de desvios que venham a ocorrer entre os resultados previstos e realizados, assim como propostas de medidas corretivas necessárias, são algumas das funções básicas da controladoria financeira; c) administração de ativos, que deve perseguir a melhor estrutura, em termos de risco e retorno, dos investimentos (ativos) empresariais e proceder a um gerenciamento eficiente de seus valores. A administração dos ativos acompanha também as defasagens que podem ocorrer entre entradas e saídas de dinheiro de caixa, o que é geralmente associado à gestão do capital de giro; d) administração de passivos, que se volta para a aquisição de fundos (financiamentos) e o gerenciamento de sua composição (proporção entre capital próprio e capital de terceiros), procurando definir a estrutura de capital mais adequada em termos de liquidez, redução de seus custos e risco financeiro. IMPORTANTE ? ao se basear nas funções financeiras apresentadas, qualquer que seja a natureza de sua atividade operacional, uma empresa é avaliada como tomadora de duas grandes decisões financeiras: decisão de investimento ? aplicações de recursos "e decisão de financiamento" captações de recursos. A administração financeira e o objetivo da empresa No processo de seleção das decisões financeiras, a empresa deve delinear seu objetivo a perseguir, de maneira que essas decisões sejam tomadas segundo critério mais racional. A definição de seu objetivo deve ainda permitir que as empresas possam avaliar os vários resultados provenientes das decisões financeiras tomadas, o que não é tarefa fácil, requerendo algumas reflexões diante de seu caráter controvertido e, muitas vezes, complexo. Fundamento da definição do objetivo da empresa: O ponto de partida sugerido para essa discussão é se o objetivo da empresa deve estar voltado para a satisfação do retorno exigido por seus proprietários ou por algum parâmetro de desempenho mais abrangente, que incorpora o bem-estar de toda a sociedade. Em economia de mercado, as empresas são atraídas fundamentalmente pelas possibilidades de lucros e seus preços de venda são regidos livremente segundo comportamento de oferta e procura dos bens e serviços. Nesse sistema, ainda, as decisões financeiras são tomadas de forma bastante descentralizadora, segundo os desejos e os critérios de cada unidade empresarial. Ou seja, inexiste nesse tipo de mercado qualquer forma de planejamento centralizado, ficando as diversas unidades econômicas guiadas por seus próprios objetivos e estratégias de atuação. A ideia central dessa questão é se os princípios do sistema de livre empresa atendem aos interesses sociais mais amplos da economia, ou seja, o bem-estar social do público em geral. A administração financeira orienta-se geralmente pelos princípios de livre empresa, conforme propostos por Adam Smith. Para Smith, o empresário, ao procurar isoladamente maximizar sua riqueza, propicia automaticamente a realização dos objetivos de toda a sociedade. Aplicação Prática Teórica Questão 1: Cada vez mais as finanças das empresas vêm evoluindo e se adequando ao mundo contemporâneo. Como área de conhecimento, as finanças estão divididas em três segmentos: mercado financeiro, finanças corporativas e finanças pessoais. As finançascorporativas compreendem: a) o estudo dos financiamentos e investimentos das pessoas físicas encontrando uma forte relação com a área de mercado financeiro. b) a apresentação de uma capacidade de interpretação de dados e informações, para obter um ganho dos investimentos superior ao custo do financiamento. c) os processos e as tomadas de decisões das organizações a partir de uma visão do todo da empresa. d) os comportamentos dos mercados, títulos e valores mobiliários negociados e instituições financeiras atuantes neste segmento. e) o acompanhamento e avaliação de todo o desempenho financeiro da empresa, como custos, despesas, margens de ganhos, volume de vendas, endividamento, etc. Questão 2: A administração financeira é um campo que objetiva, essencialmente, assegurar um melhor e mais eficiente processo empresarial de tomada de decisões. Dentro do ambiente empresarial, a administração financeira volta-se para algumas funções financeiras. Escolha a alternativa correta que corresponde a uma dessas funções. a) O Planejamento Financeiro é onde a empresa procura definir o objetivo empresarial e busca avaliar resultados provenientes de decisões financeiras tomadas como aplicações e captações de recursos. b) A Administração de Ativos se volta para a aquisição de fundos (financiamentos) e o gerenciamento de sua composição, ou seja, a proporção entre o capital próprio e o capital de terceiros. c) A Decisão de Investimentos consiste na captação de recursos. d) A Administração de Passivos acompanha as defasagens que podem ocorrer entre entradas e saídas de dinheiro de caixa, que é geralmente associado à gestão do capital de giro. e) O Controle Financeiro tem como atribuição acompanhar e avaliar todo o desempenho financeiro da empresa, analisar desvios entre resultados previstos e realizados que venham a ocorrer e propor medidas corretivas necessárias. Procedimentos de Ensino Esse campo se configura como um espaço onde sugestões de procedimentos são feitas com o intuito de serem utilizadas na disciplina de Análise de Investimentos por entender que se bem trabalhada em conjunto por professores e aluno pode se configurar como um facilitador para as disciplinas seguintes. Nesse sentido é importante que usem o SGC para incluir sugestões e socializar as boas práticas que usam e são eficazes. Os procedimentos de ensino devem ser adotados dentro da melhor adaptação ao conteúdo ministrado utilizando aulas expositivas dialogadas, exercícios, estudos dirigidos e estudos de casos. Cabe o método de aula expositiva dialogada, ou seja, a exposição do conteúdo, com a participação ativa dos alunos, cujo conhecimento deve ser considerado e pode ser tomado como ponto de partida. O professor leva os alunos a questionarem, interpretarem e discutirem o mercado de trabalho e as mudanças do meio, bem como as habilidades valorizadas pelo mercado, a partir do reconhecimento e do confronto com a realidade. Deve favorecer a análise crítica, resultando na produção de novos conhecimentos. Propõe a superação da passividade e imobilidade intelectual dos estudantes. O estudo dirigido que é o ato de estudar sob a orientação e diretividade do professor, visando sanar dificuldades específicas. Prevê atividades individuais, grupais, podendo ser socializadas: 1. Leitura individual a partir de um roteiro elaborado pelo professor; 2. Resolução de questões e situações-problema, a partir do material estudado; 3. No caso de grupos de entendimento, debate sobre o tema estudado, permitindo à socialização dos conhecimentos, a discussão de soluções, a reflexão e o posicionamento crítico dos estudantes ante a realidade vida. O método com a utilização de seminário é um espaço em que as ideias devem germinar ou ser semeadas. Portanto, espaço onde um grupo discuta ou debata temas ou problemas que são colocados em discussão. Utilizando uma análise minuciosa e objetiva de uma situação real que necessita ser investigada e é desafiador para os envolvidos o professor estará colocando em prática o método do estudo de caso desenvolvendo o senso de criticidade dos alunos. Cada professor pode e deve ter ações específicas de ministrar as suas disciplinas. O intuito das sugestões é de que tenhamos unidade no direcionamento dos estudos dos alunos. Devemos, por exemplo, salientar que para um melhor aproveitamento da disciplina o aluno deverá se preparar antes da próxima aula com a leitura do Plano de Aula disponibilizado. Recursos Físicos Indicar os recursos pertinentes ao tema, à estratégia de ensino e aos procedimentos adotados na aula, considerando a viabilidade do recurso. Exemplos de indicações: projetor, TV digital, quadro branco, tablet, celulares, aplicativos, objetos de aprendizagem multimídia, material didático (livros, apostilas etc.), filmes, vídeos, games, simuladores, simulacros, realidade aumentada (RA), experimentos, equipamentos de laboratório (disciplinas práticas), jornais, revistas, provas de ENADE, artigos, papel milimetrado, réguas, esquadros etc. Avaliação A avaliação da aprendizagem tem como princípio o desenvolvimento de competências, da capacidade de construir conhecimentos técnicos, tecnológicos e gerenciais, a partir das necessidades observadas na prática social e profissional. Utilizando-se de critérios claramente explicitados, são avaliados os conhecimentos e o modo como os alunos fazem uso deles. Isso permite, quando necessário, uma reorientação no processo de formação dos alunos, com atividades de apoio, de forma a permitir o suprimento de suas dificuldades. Outro aspecto relevante é o princípio da autoavaliação como instrumento que favorece o exercício de análise crítica, de percepção do crescimento do aluno, permitindo a aquisição de uma autonomia intelectual e uma visão real de sua própria formação. O processo de avaliação será composto de três etapas, Avaliação 1 (AV1), Avaliação 2 (AV2) e Avaliação 3 (AV3). As avaliações poderão ser realizadas através de provas teóricas, provas práticas, e realização de projetos ou outros trabalhos, representando atividades acadêmicas de ensino, de acordo com as especificidades de cada disciplina. A soma de todas as atividades que possam vir a compor o grau final de cada avaliação não poderá ultrapassar o grau máximo de 10, sendo permitido atribuir valor decimal às avaliações. Caso a disciplina, atendendo ao projeto pedagógico de cada curso, além de provas teóricas e/ou práticas contemple outras atividades acadêmicas de ensino, estas não poderão ultrapassar 20% da composição do grau final. A AV1 contemplará o conteúdo da disciplina até a sua realização, incluindo o das atividades estruturadas. As AV2 e AV3 abrangerão todo o conteúdo da disciplina geradas pelo Banco de Questões da Estácio. Para aprovação na disciplina o aluno deverá: 1. Atingir resultado igual ou superior a 6,0, calculado a partir da média aritmética entre os graus das avaliações, sendo consideradas apenas as duas maiores notas obtidas dentre as três etapas de avaliação (AV1, AV2 e AV3). A média aritmética obtida será o grau final do aluno na disciplina. 2. Obter grau igual ou superior a 4,0 em, pelo menos, duas das três avaliações. 3. Frequentar, no mínimo, 75% das aulas ministradas. Respostas: Questão 1: c) os processos e as tomadas de decisões das organizações a partir de uma visão do todo da empresa. Questão 2: e) O Controle Financeiro tem como atribuição acompanhar e avaliar todo o desempenho financeiro da empresa, analisar desvios entre resultados previstos e realizados que venham a ocorrer e propor medidas corretivas necessárias. Considerações Adicionais
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