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Anestésicos locais e gerais

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Anestésicos locais e gerais /Benzodiazepinicos /Barbituricos /hipnóticos / sedativos e ansiolíticos .
Efeitos adversos/classificação/exemplos/mecanismo de ação/ teoria /propriedades físico químicas .
- sintomas que podem ocorrer em um processo de ansiedade?
Os sintomas de ansiedade podem se manifestar a nível físico, como a sensação de aperto no peito e tremores ou a nível emocional como a presença de pensamentos negativos, preocupação ou medo, por exemplo e, geralmente, surgem vários sintomas ao mesmo tempo
-entre as propriedades físico químicas ,quais delas influencim , quanto tempo de ação dos anestésicos locais 
Anestésicos locais (AL) são amplamente utilizados como agentes para a anestesia e a analgesia durante o transoperatório e o pós-operatório. Para que o anestesista possa utilizar essas drogas com segurança e máximo efeito, faz-se necessário o conhecimento sobre a farmacologia dos anestésicos locais como um grupo e sobre a farmacologia específica dos diferentes AL. Anestésico local pode ser definido como uma droga que pode bloquear de forma reversível a transmissão do estímulo nervoso no local onde for aplicado, sem ocasionar alterações no nível de consciência. Existem muitas drogas que, além de seu uso clínico habitual, exercem atividade anestésica local.
A classificação estrutural dos anestésicos locais 
Os anestésicos locais possuem em sua maioria um grupo aromático (lipossolúvel, hidrofóbico) associado a um grupo amina (polar, hidrofílico). Esses dois grupos são ligados por uma cadeia intermediária que determina a classificação do anestésico local como amida ou éster. Os exemplos de amidas são a lidocaína, bupivacaína e prilocaína. Os exemplos de ésteres incluem a cocaína e ametocaína. 
As diferenças clinicamente relevantes entre as amidas e ésteres 
A ligação molecular que existe nos anestésicos locais do tipo éster é mais fácil de ser quebrada que a ligação molecular do grupo amida, por isso os ésteres são mais instáveis em solução e não podem ser armazenados por tanto tempo quanto as amidas. As amidas são termoestáveis e podem sofrer o processo de autoclave, os ésteres não. O metabolismo da maioria dos ésteres resulta na produção de ácido para-aminobenzóico (PABA) que pode ser associado a reações alérgicas, enquanto as amidas raramente causam reações alérgicas. Por essas razões, atualmente as amidas são mais utilizadas. 
Anestésicos locais como isômeros 
Os anestésicos locais também podem ser analisados em relação às características de estereoisomeria. Esse termo descreve a existência de compostos com a mesma fórmula molecular e estrutural, que apresentam diferente arranjo espacial em torno de um átomo em particular, o centro quiral. É como o pé esquerdo e direito, que são imagens espelhadas um do outro. Estereoisomeria ocorre no caso da prilocaína e bupivacaína, que possuem dois estereoisômeros conhecidos como a forma R (+) ou dextrorrotatória e a S (-) ou levorrotatória. A combinação de quantidades iguais da forma R (+) e S (-) de uma droga determina a mistura racêmica. 
Misturas com diferentes concentrações de bupivacaína R (+) e S (-) são associadas a diferentes potências e efeitos colaterais. Seria como tentar calçar o pé direito com o sapato feito para o esquerdo – não encaixa bem e causa efeitos colaterais (dor!). Por essa razão muitas drogas são preparadas com apenas um estereoisômero, como a levobuvacaína e a cetamina. Alguns anestésicos locais são aquirais e não possuem a propriedade de estereoisomeria, como a ametocaína e a lidocaína. 
MECANISMO DE AÇÃO DOS ANESTÉSICOS LOCAIS 
Os anestésicos locais bloqueiam a ação de canais iônicos na membrana celular neuronal, impedindo a neurotransmissão do potencial de ação. A forma ionizada do anestésico local liga-se de modo específico aos canais de sódio, inativando-os e impedindo a propagação da despolarização celular. Porém, a ligação específica ocorre no meio intracelular, por isso é necessário que o anestésico local em sua forma molecular ultrapasse a membrana plasmática para então bloquear os canais de sódio. É provável que exista um segundo mecanismo de ação dos AL, que envolve a inativação dos canais de sódio pela incorporação de moléculas de AL na membrana plasmática (teoria da expansão da membrana plasmática). Esse segundo mecanismo de ação seria gerado pela forma não ionizada dos anestésicos locais, atuando de fora para dentro. As fibras nervosas possuem sensibilidades diferentes aos anestésicos locais, sendo as fibras pequenas mais sensíveis que as grandes, e as fibras mielizadas são bloqueadas mais rapidamente que as não mielizadas de mesmo diâmetro. O bloqueio das fibras nervosas ocorre gradualmente, iniciado com a perda de sensibilidade à dor, à temperatura, ao toque, à propriocepção e finalmente perda do tônus músculo esquelético. Por essa razão os indivíduos podem ainda sentir o toque no momento em que a dor já está ausente após aplicação do anestésico local. 
A importância do pKa dos anestésicos locais 
Todos os anestésicos locais são bases fracas, assim eles podem se apresentar de duas formas: não ionizada (B) ou ionizada (BH+). O pKa de uma base fraca define o pH no qual as duas formas coexistem em equilíbrio. Como o pH dos tecidos difere do pKa de uma determinada droga, haverá maior proporção de uma das formas, a ionizada ou a não ionizada. Essa relação é expressa pela equação de Henderson-Hasselbach: 
Qual a importância do isomerismo nos anestésicos locais? 
 onde [B] é a concentração não ionizada e [BH+] é a concentração ionizada da droga. 
O pKa dos anestésicos locais determina a quantidade de droga existente na forma ionizada em um determinado pH. No pH fisiológico (7,4) todos os anestésicos locais apresentam sua forma ionizada em maior proporção, visto que o pKa de todos os AL é maior que 7,4. Todavia, como cada droga possui um pKa diferente, a proporção da forma ionizada e não-ionizada (molecular) presentes no local apresenta variabilidade. A lidocaína possui pKa de 7,9, por isso em pH fisiológico apenas 25% da droga apresenta-se na sua forma não-ionizada. A bupivacaína possui pKa de 8,1, por isso em pH fisiológico haverá uma fração ainda menor da forma não-ionizada, aproximadamente 15%. A droga deve atravessar a membrana lipídica da célula para no meio intracelular atuar nos canais de sódio. A porção não-ionizada atravessa a membrana mais facilmente que a ionizada. Assim, a droga com maior fração não-ionizada em pH fisiológico alcança seu sítio efetor de forma mais rápida. Isso explica porque a lidocaína tem menor tempo de latência que a bupivacaína. 
O fato relevante em relação aos tecidos infectados é que eles tendem a ser um meio mais ácido que o habitual. Como há redução no pH local, há menor fração não-ionizada de anestésico local e por isso o efeito será mais lento e reduzido. Tecidos infectados também podem apresentar maior fluxo sanguíneo local, levando à maior remoção do anestésico local antes que ele atue sobre os neurônios. 
Características físico-químicas como a estrutura do anel aromático e o comprimento da cadeia de hidrocarbonetos determinam a lipossolubilidade do anestésico local, relacionada com sua potência. Drogas lipossolúveis penetram mais facilmente a membrana celular para exercer seu efeito. Quanto mais potente, menor a quantidade de droga necessária para ocasionar o mesmo efeito. Assim, a bupivacaína – altamente lipossolúvel – é aproximadamente quatro vezes mais potente que a lidocaína. Isso se reflete nas preparações de drogas comercialmente disponíveis, pois como a bupivacaína é mais potente, suas apresentações são em soluções de 0,1 a 0,5%, enquanto a lidocaína é geralmente apresentada em soluções de 1 a 2%. 
A duração da ação do anestésico local está relacionada à sua estrutura molecular, principalmente ao comprimento da cadeia intermediária que liga o anel aromático ao grupo amina, e ao grau de ligação protéica da droga. Entre os diferentes anestésicos locais existe uma grande variabilidade de cadeias intermediárias edo grau de ligação protéica. Quanto maior a ligação protéica, maior o tempo de duração do anestésico. Assim, como exemplo, o grau de ligação protéica da lidocaína é 65%, enquanto o da bupivacaína é 95%, pode-se prever que a bupivacaína possua maior duração de ação que a lidocaína – o que de fato ocorre. A procaína (éster) tem baixo grau de ligação protéica, apenas 6%, por isso possui ação ultra rápida. É importante ressaltar que o tempo de duração dos efeitos colaterais da droga também está relacionado ao grau de ligação protéica, por isso a bupivacaína é considerada mais tóxica que a lidocaína. 
Como o pKa dos anestésicos locais influencia na velocidade do início de ação? 	
  
A falha de bloqueio local em tecidos infectados pode ser explicada pela teoria do pKa? 	
  
Que outras características físico-químicas podem afetar a ação dos anestésicos locais? 
  
FARMACOCINÉTICA DOS ANESTÉSICOS LOCAIS Absorção e distribuição 
Os anestésicos locais devem ser infiltrados em áreas próximas aos nervos que devem ser bloqueados – incluindo pele, tecido subcutâneo e espaços intratecal e epidural. Parte das drogas será absorvida para a circulação sistêmica: a quantidade dependerá do fluxo sanguíneo no tecido onde foi administrado o anestésico e dos efeitos que a droga ou seus aditivos podem desencadear na circulação local. Alguns anestésicos locais em baixas concentrações possuem propriedade vasodilatadora, o que aumenta sua absorção sistêmica. Por isso a indústria farmacêutica investe em preparações que minimizem esse efeito através da adição de um vasoconstritor como a adrenalina ou fenilefrina. A cocaína apresenta efeito vasoconstritor. 
A distribuição das drogas é influenciada pelo seu grau de ligação tecidual e plasmática. Como discutido previamente, quanto maior a ligação protéica, maior será a duração, uma vez que a fração livre da droga é disponibilizada mais lentamente. 
Metabolismo e excreção 
As amidas e os ésteres são metabolizados de formas diferentes. Ésteres (exceto a cocaína) são rapidamente metabolizados por esterases plasmáticas em metabólitos inativos, e consequentemente apresentam curta meia vida. Os metabólitos dos ésteres são excretados pelos rins. A cocaína é hidrolisada no fígado. 
As amidas são metabolizadas pelas amidases hepáticas. Esse processo é mais lento, o que determina uma meia vida mais longa, por isso podem apresentar efeito cumulativo em caso de doses repetidas. A prilocaína apresenta metabolização extra-hepática. 
 Os ésteres possuem mínimos efeitos sobre feto, pois são metabolizados de modo tão acelerado que não existem concentrações suficientes na circulação sistêmica para ultrapassar a barreira placentária. As amidas apresentam maior tendência à passagem transplacentária. Nesse grupo, as amidas com menor grau de ligação protéica, como a lidocaína, atravessam em maior quantidade a barreira placentária. 
O sofrimento fetal pode resultar em acidose metabólica. Nessa situação, o anestésico local alcança a circulação fetal e uma maior fração da droga será ionizada. A forma ionizada não é capaz de atravessar novamente a barreira placentária e retornar à circulação materna, acumulando-se na circulação fetal. Esse fenômeno é conhecido como ion trapping (aprisionamento iônico) e pode resultar em toxicidade por anestésico local para o feto. 
Esses efeitos não são importantes quando utilizadas baixas doses de anestésicos locais, como no bloqueio subaracnóideo, porém podem tornar-se relevantes no caso de doses maiores utilizadas em bloqueios epidurais ou bloqueios periféricos ao fim da gestação. 
USO CLÍNICO DOS ANESTÉSICOS LOCAIS Preparações 
Anestésicos locais estão disponíveis como soluções injetáveis, sprays, cremes e géis. Eles são preparados como um sal de hidrocloreto para permitir que sejam dissolvidos em água, resultando em uma solução ácida. Devido à nova legislação, alguns anestésicos locais mais recentes são descritos em 
Que anestésico local pode afetar o feto durante a gravidez e por quê? Como o sofrimento fetal altera a passagem do anestésico local através da barreira placentária?  
termos de quantidade de base fraca isolada e não como quantidade de sal de hidrocloreto presente na solução, como os anestésicos mais antigos. Por essa razão 10mL de bupicavaína a 0,5% (mistura racêmica) contém menos moléculas de anestésico local que 10mL de levobupivacaína a 0,5%. A maioria das preparações de anestésicos locais contém um agente conservante, como o metabissulfato de sódio a 0,1%, com ou sem fungicida. Frascos para múltiplas doses contêm 1mg/mL do conservante metil para-hidroxibenzoato. A droga também pode ser associada (pelo fabricante ou pelo médico) a outros anestésicos locais ou a drogas aditivas para ampliar seus afeitos. Aditivos comumente utilizados incluem a adrenalina 1/200.000, o bicarbonato (ex. 0,15mL da solução a 8,4% adicionados à bupivacaína 10mL 0,5%) ou a glicose (80mg/mL). 	
   A adrenalina atua como um vasoconstritor, minimizando o efeito vasodilatador de alguns anestésicos locais (como a lidocaína), por isso reduz a taxa de absorção da droga para a circulação sistêmica, aumentando o efeito local. Através da vasoconstrição local, a adrenalina também reduz a perda sanguínea em casos de trauma. O bicarbonato adicionado aos anestésicos locais aumenta o pH do meio e, consequentemente, haverá maior proporção da droga na forma não-ionizada, o que aumenta a velocidade de ação da anestesia (redução da latência). Porém, a adição de concentrações excessivas de bicarbonato à solução pode levar à precipitação do anestésico local, porque a forma não-ionizada do AL é menos solúvel em água que o sal de hidrocloreto. A glicose é adicionada à bupivacaína para aumentar a baricidade da solução, tornando-a hiperbárica em relação ao líquor, o que permite maior controle da dispersão intratecal do anestésico. 
Possíveis problemas 
Os anestésicos locais podem ser tóxicos de acordo com a dose aplicada e o grau de absorção sistêmica. Todos podem ser perigosos, principalmente a bupivacaína. A toxicidade clínica está relacionada aos efeitos da droga em outras membranas excitáveis no sistema nervoso central e cardiovascular. Os efeitos centrais incluem parestesia nos lábios, dificuldade na articulação das palavras, redução do nível de consciência e convulsões. As múltiplas alterações em canais iônicos cardíacos, podem levar à arritmias e redução da contratilidade miocárdica. No caso da bupivacaína os efeitos cardíacos são de difícil tratamento pelo alto grau de ligação protéica desse anestésico, tornando difícil sua remoção do miocárdio. Em contrapartida, a lidocaína pode ser usada clinicamente por seus efeitos cardíacos antiarrítmicos. 
Em pacientes que apresentem alterações na farmacocinética dos anestésicos locais pela presença de comorbidades como a insuficiência cardíaca ou hepática (redução do metabolismo da droga), por alterações de proteínas plasmáticas ou pela interação com outras drogas, deve-se estar mais atento à possibilidade de toxicidade do AL. 
Cada droga possui seus efeitos colaterais específicos. O PABA, metabólito dos ésteres, pode desencadear reações alérgicas. A prilocaína é metabolizada em O-toluidina que pode causar metahemoglobinemia em indivíduos suscetíveis. A cocaína é um potente vasoconstritor e pode ocasionar sérios problemas em pacientes que utilizam outras medicações com propriedades vasoconstritoras, como os inibidores da monoamino oxidase (IMAO). 
-como é definida a classificação química dos anestésicos locais ?
Quanto a estrutura química são classificados como éster ou amida. Quanto a duração de ação podem ser classificados como de curta, média (intermediária) ou longa duração de ação.
CLASSIFICAÇÃO QUANTO A ESTRUTURA GRUPO ESTER: Benzocaina, tetracaína, procaína, cloroprocaina. GRUPO AMIDA: lidocaína, mepivacaina, bupivacaina, prilocaina, articaina. Jonathan Cardoso 
15. CLASSIFICAÇÃO QUANTO A DURAÇÃO As drogas de curta duração são aquelas geralmente sem vasoconstritor (lidocaína emepivacaína 3%) e geralmente as do grupo éster. As de média duração são principalmente lidocaína, mepivacaína, prilocaína e articaína (todos com vasoconstritor). As de longa duração bupivacaína e ropivacaína (pouco usada no Brasil). Jonathan Cardoso 
16. VASOCONSTRITORES Definição; São substâncias que promovem a vasocontrição, que é o processo de contração dos vasos sanguíneos, em consequência da contração do músculo liso presente na parede desses mesmos vasos. É o processo oposto à vasodilatação. Os mais utilizados em associações com as soluções anestésicas locais são: a adrenalina (epinefrina), noradrenalina (noraepinefrina), levonordefrina (corbadrina), fenilefrina e a felipressina. Ação direta, indireta e mista. Felipressina; vasoconstritor não-adrenérgico alternativo, que contem vasopressina. Jonathan Cardoso 
17. VASOCONSTRITORES Jonathan Cardoso ANESTÉSICO LOCAL VASOCONSTRITOR DURAÇÃO Articaína 4% Epinefrina 1:100.000 Intermediária Epinefrina 1:200.000 Intermediária Bupivacaína 0,5% Epinefrina 1:200.000 Longa Lidocaína 2% Epinefrina 1:50.000 Intermediária Epinefrina 1:100.000 Intermediária Epinefrina 1:200.000 Intermediária Norepinefrina 1:50.000 Intermediária Fenilefrina 1:2.500 Intermediária Lidocaína 3% Norepinefrina1:50.000 Intermediária Mepivacaína 3% (Sem vasoconstritor) Curta Mepivacaína 2% Levonordefrina 1:20.000 Intermediária Epinefrina 1:100.000 Intermediária Norepinefrina 1:100.000 Intermediária Prilocaína 3% Felipressina 0,03 UI Intermediária Duração: Curta: Cerca de 30 minutos de anestesia pulpar. Intermediária: Cerca de 60 minutos de anestesia pulpar. Longa: Mais que 90 minutos de anestesia pulpar. (Fonte; MALAMED 2008) 
18. CONTRA-INDICAÇÃO Pacientes portadores de doença cardiovascular grave. Pacientes com disfunção da tireóide, diabete (adrenalina atua no metabolismo da glicose), sensibilidade ao sulfito. Este é adicionado ao anestésico para dar estabilidade e tempo de duração para a solução. Hipertensão não controlada Sensibilidade a um dos componentes Pacientes que utilizam imipraminicos Pacientes em uso de beta-bloqueadores Gestantes (respeitar a recomendação de no máximo dois tubetes). Jonathan Cardoso 
19. LIDOCÁINA Mais usada em todo o mundo Sua ação possui início rápido e duração média (cerca de 1- 2 horas), com potência moderada. Rápida difusão através das membranas e em rápido bloqueio Os efeitos tóxicos da lidocaína manifestam-se principalmente no SNC e no coração, mas são raros. Sua concentração mais comum é a de 2%. Sua dose máxima recomendada em adultos é de 7 tubetes anestésicos. Jonathan Cardoso 
20. MEPIVACAINA É amplamente utilizada na odontologia. É classificado como um anestésico de duração intermediária. Potência e toxicidade duas vezes maior que a lidocaína. A dose máxima é de 7 tubetes. A concentração odontológica eficaz é de 2% (com vasoconstritor). Sem vasoconstritor a concentração odontológica eficaz (???) é de 3%. Comercialmente é associada a Norepinefrina, Adrenalina e levonordefrina. Jonathan Cardoso 
21. BUPIVACAÍNA Potência quatro vezes maior que a lidocaína. Toxicidade quatro vezes menor. Dose máxima recomendada de 8 tubetes. A anestesia pode persistir de 5 a 9 horas. Em tubetes anestésicos é encontrado na concentração de 0,5% (com ou sem vasoconstritor). Jonathan Cardoso 
22. PRILOCAINA Toxicidade duas vezes maior que a lidocaína. A dose máxima recomendada é de 6 tubetes. Comercialmente é encontrado na concentração 3% e tendo a felipressina como vasoconstritor. Potência e duração semelhante à lidocaína. Não exige a administração de epinefrina Jonathan Cardoso 
23. ARTICAÍNA Comercialmente é encontrado na concentração 4% e tendo a adrenalina como vasoconstritor. Sua dose máxima recomendada é de 6 tubetes. Aprovada recentemente em 2000 nos EUA. Menos toxica Rápido inicio de ação Jonathan Cardoso 
24. METABOLISMO TIPO ÉSTER: são hidrolisados no plasma. PABA (ácido para-aminobenzóico) é um metabólico desses AL ésteres e pode estar associado a reações alérgicas. TIPO AMIDA: o principal local de biotransformação das drogas tipo amida é o fígado. Jonathan Cardoso 
25. EXCREÇÃO Rins principais órgãos excretores dos AL e seus metabólicos. Parte da dose do AL excreta-se inalterada na urina. Os ésteres aparecem na urina mais na forma inativa do que as amidas. Jonathan Cardoso 
26. DIABÉTICOS A epinefrina tem ação farmacológica oposta a da insulina, logo, é considerada um hormônio hiperglicêmico. Cuidado com a hipertensão Relação com Glaucoma Preferência para procedimentos curtos; Mepivacaina 3% sem vaso ou 2% com Levonordefrina 1: 20.000 Procedimentos longos; Prilocaina 3% com Felipressina 0,03 UI Jonathan Cardoso 
27. HIPERTOREOIDISMO Não usar vaso adrenérgicos Preferencia com Prilocaina 3% com Felipressina 0,03 UI Jonathan Cardoso 
28. HEMOPATIAS E ANEMIAS Não usar Prilocaina e pois ela diminue a oxigenação e podem levar a metemoglobinemia. Não usar a Articaína em pacientes com tendência a metemoglobinemia. Usar anestésico com vaso Preferência por Mepivacaina 3% sem vaso ou 2% com Levonordefrina 1: 20.000 Jonathan Cardoso 
29. ISUFICIÊNCIA RENAL CRONICA Recomenda-se o uso da Articaina 4% com epinefrina 1: 100.000 Evitar altas doses, pela dificuldade de eliminação dos rins e toxicidade. Jonathan Cardoso 
30. CARDIOPATIAS Para procedimentos curtos, recomenda-se usar até dois tubetes com vasoconstritor ou Mepivacaína 3% sem vaso Para procedimentos longos; usar Prilocaina 3% com Felipressina 0,03 UI Não usar vaso com pacientes que fazem uso de betabloqueadores Pessoas com angina de pectoris, evitar usar a Felipressina. Jonathan Cardoso 
31. GESTANTES Recomenda-se não usar vaso nos dois primeiros trimestres Não usar prilocaína Evitar mepivacaina Avaliar risco e beneficio Recomenda-se lidocaína 2% com epinefrina 1:100.000. Jonathan Cardoso 
32. DOSE MAXIMA Em cada tubete, há 1,8 ml de solução, portanto, multiplicando 20 mg (2%) por 1,8 obtemos 36 mg/tubete. Com este valor, divide-se a quantidade máxima de sal anestésico que pode ser administrada para cada pessoa, pela quantidade de sal em cada tubete, e obtém-se o número máximo de tubetes para aquele paciente, tendo o sal anestésico como limitante. Jonathan Cardoso 
33. DOSE MAXIMA Articaína 7 mg/kg (até 500 mg) 5 mg/kg em crianças Bupivacaína 1,3 mg/kg (até 90 mg) Lidocaína 4,4mg/kg (até 300mg) Mepivacaína 4,4mg/kg (até 300 mg) Prilocaína 6 mg/kg (até 500 mg) Jonathan Cardoso 
-Quanto a farmacocinética dos anestésicos locais , cite 3 características
CARACTERÍSTICAS DOS ANESTÉSICOS LOCAIS São compostos alcalinos, ou seja, bases fracas, pouco solúveis na água e instáveis quando expostos ao ar: a molécula do anestésico em si é inutilizável para fins clínicos e por isso para serem comercializados, os AL passam por processos que terminam por permitir que sejam injetados. A primeira alteração é a adição de um ácido clorídrico à molécula de anestésico que permite a formação de um sal. São comercializados na forma de sais hidrossolúveis e estáveis. Podem ser usados clinicamente. A acidificação do tecido diminui a eficácia do AL: em área inflamada a anestesia não é eficaz. Podem estar associados a vasoconstrictores (ex. cloridrato de lidocaína com adrenalina).
-quanto ao metabolismo dos anestésicos locais quais processos podem ocorrer 
Os anestésicos locais são fármacos que bloqueiam de forma reversível a condução do impulso nervoso, entre eles, aqueles envolvidos com estímulos nociceptivos. Seu mecanismo de ação se baseia ao bloqueio dos canais de sódio, impedindo a despolarização neuronal, o que mantém a célula em estado de repouso. A anestesia periférica atua paralisando as terminações sensitivas periféricas ou interrompendo a transmissão da sensibilidade à dor entre terminações (nociceptores) e o encéfalo.
Anestésicos gerais 
Os anestésicos gerais promovem a depressão generalizada e reversível do Sistema Nervoso Central (SNC) que promove o bloqueio das modalidades sensitivas de um modo geral, com a perda da consciência.O estado anestésico inclui perda da consciência, bloqueio ou insensibilidade à dor, evitar reflexos autônomos, promover amnésia e relaxamento muscular.
Os anestésicos gerais se dividem em dois grupos: 
Anestésicos inalatórios e
Intravenosos.
A seleção do anestésico tem por finalidade promover um regime anestésico seguro, tomando por base o tipo de cirurgia, o estado do paciente e a farmacologia.
Agentes Inalatórios
Isoflurano (Quase em desuso)
Enflurano
Sevoflurano (Atualmente o mais usado)
Desflurano
Gases anestésicos
Óxido nitroso (ainda usado)
Xenônio ( Em estudo, uma esperança, mas nada comprovado).
Fármacos anestésicos intravenosos
1 – Sedativos hipnóticos: 
Propofol. – Anestésico de eleição, mas requer suplementação com narcóticos para analgesia. 
Midazolam – Benzodiazepínico. Muito utilizado. Também em anestesia Pediátrica. 
Tiopental – É um barbitúrico de ação rápida. 
Etomidadto – Um derivado imidazólico, sua particularidade é estabilidade cardiovascular. 
Cetamina - Produz alucinações no período pós-anestésico. 
As fases da anestesia são: 
1 - Indução: Inconsciência, com o uso de anestésicos, com ajuda dos adjuvantes ou de anestésicos intravenoso, como por exemplo, o Tiopental. 
2 - Manutenção: Quantidade de droga inalada ou infundida, baseada nos parâmetros clínicos, fornecido pela monitorização. 
3 – Recuperação: Retorno da consciência com a retirada do anestésico. 
Todo o processo de analgesia e suas fases geram alguma resposta do individuo que está sendo submetido a este procedimento, e algumas vezes estas respostas são os efeitos colaterais ou reações adversas. Quais as principais, que serão o objeto de nosso Estudo é o descrito a seguir: 
Ao corpo como um todo: Febre, cefaleia, calafrios. 
Relativo ao Sistema digestivo: Náuseas, vômitos. 
Relativa os Sistema nervoso: Agitação, tontura e sonolência. 
O anestésico ideal seria o que apresentasse todas as características, como iremos descrever abaixo, nenhum agente sozinho é um anestésico ideal. 
Características de um anestésico ideal 
Indução rápida e confortável 
Relaxamento muscular adequado, para tipo de processo cirúrgico. 
Ampla margem de segurança. 
Sustentar a homeostasia durante a cirurgia. 
Rápidas alterações na profundidade anestésica. 
Ausência de toxicidade. 
Ausência de efeitos adversos. 
Eliminação rápida para proporcionar um fácil retorno à consciência. 
Benzodiazepinicos
Ansiolíticos - Classe dos benzodiazepínicos 
Existem medicamentos que têm a propriedade de atuar quase que exclusivamente sobre a ansiedade e tensão. Inicialmente, essas drogas foram chamadas de tranquilizantes. Antigamente, o principal agente ansiolítico era uma droga chamada meprobamato que praticamente desapareceu das farmácias com a descoberta de um importante grupo de substâncias: os benzodiazepínicos. De fato estes medicamentos estão entre os mais utilizados no mundo todo, inclusive no Brasil. 
Atualmente, prefere-se designar estes tipos de medicamentos pelo nome de ansiolíticos, ou seja, que "destroem" (lise) a ansiedade. De fato, este é o principal efeito terapêutico destes medicamentos: diminuir ou abolir a ansiedade das pessoas, sem afetar em demasia as funções psíquicas e motoras. Apesar de serem de uso controlado, os ansiolíticos estão entre os medicamentos mais consumidos no país nos últimos anos. Segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), esses inibidores do sistema nervoso central têm sido mais utilizados no Brasil do que muitos medicamentos que não exigem receitas médicas.
Recomendados para o tratamento de casos diagnosticados de ansiedade, depressão bipolaridade, os ansiolíticos estão entre os remédios conhecidos por “tarja preta”, que só poderiam ser comprados em farmácias registradas e autorizadas pela Anvisa a comercializar os medicamentos listados na Portaria 344. Não é difícil, contudo, encontrar na internet quem os ofereça como solução para curar a tristeza – qualquer que seja a causa.
 
Classe dos benzodiazepínicos 
Antigamente, o principal agente ansiolítico era uma droga chamada meprobamato, que praticamente desapareceu das farmácias com a descoberta de um importante grupo de substâncias - os benzodiazepínicos. Esses medicamentos estão entre os mais utilizados no mundo todo, e atualmente existem mais de cem remédios em nosso país à base dos benzodiazepínicos. O novo grupo de drogas, inicialmente recebida com otimismo pela profissão médica, aos poucos produziu preocupações, principalmente o risco de dependência que se tornou evidente na década de 1980. Embora exista uma crescente consciência dos efeitos adversos dos benzodiazepínicos, eles continuam a ser usado de forma exagerada e trivial para aliviar qualquer ansiedade, o que é um grande problema.
Os benzodiazepínicos estão entre as drogas mais prescritas no mundo e estima-se que o consumo de benzodiazepínicos dobra a cada cinco anos. São utilizados principalmente como ansiolíticos e hipnóticos, além de possuir ação miorrelaxante e anticonvulsivante. As propriedades descritas tornam os benzodiazepínicos úteis no tratamento da ansiedade, insônia, agitação, apreensões, espasmos musculares, abstinência do álcool e como pré-medicação nos procedimentos médicos ou odontológicos.
Todos os benzodiazepínicos são capazes de estimular os mecanismos do cérebro que normalmente combatem estados de tensão e ansiedade. Assim, quando, devido às tensões do dia-a-dia ou por causas mais sérias, determinadas áreas do cérebro funcionam exageradamente, resultando em estado de ansiedade, os benzodiazepínicos exercem um efeito contrário, isto é, inibem os mecanismos que estavam hiperfuncionantes, e a pessoa fica mais tranquila, tendo uma sensação de desligamento do meio ambiente e dos estímulos externos.
Como consequência dessa ação, os ansiolíticos produzem uma depressão da atividade do nosso cérebro que se caracteriza pela diminuição de ansiedade; indução de sono; relaxamento muscular e redução do estado de alerta. É importante notar que esses efeitos são grandemente alimentados pelo álcool, e a mistura do álcool com essas drogas pode levar ao estado de coma. Além desses efeitos principais, os ansiolíticos dificultam os processos de aprendizagem e memória, o que é, evidentemente, bastante prejudicial para aqueles que habitualmente se utilizam dessas drogas. É importante ainda lembrar que essas substâncias também prejudicam em parte as funções psicomotoras, prejudicando atividades como dirigir automóveis, aumentando a probabilidade de acidentes.
Os efeitos colaterais mais comuns dos benzodiazepínicos estão relacionados à sua ação sedativa e relaxante muscular, variando de indivíduo para indivíduo. A sedação produz a depressão, sonolência, tonturas, diminuição da atenção e concentração. A falta de coordenação muscular pode resultar em quedas e lesões, especialmente entre os idosos, além da dificuldade para andar. A diminuição da libido e dificuldade em ter ereção é um efeito colateral comum. A desinibição pode surgir levando a pessoa a ter uma conduta social inconveniente. Efeitos colaterais menos comuns incluem náuseas e alterações do apetite, visão borrada, confusão, euforia, despersonalização e pesadelos. Casos de toxicidade hepática têm sido descritos, mas são raros.
Efeitos adversos tardios produzidos pelos benzodiazepínicos incluem uma deterioração geral da saúde mental e física que tendem a aumentar com o tempo. Nem todos, porém, enfrentam problemas com o uso em longo prazo. Os efeitos adversos podem incluir também o comprometimento cognitivo, bem como os problemas afetivos e comportamentais: agitação, dificuldade em pensar de forma construtiva, perda do desejo sexual, fobia social, ansiedade, depressão maior, perda de interesse em atividades de lazer e incapacidade de sentir ou de expressar as emoções. Além disso, pode ocorrer uma percepção alterada de si, do ambiente e nas relações sociais.
Os benzodiazepínicos são comumente utilizadosabusivamente e tomado em combinação com outras drogas de abuso. Em geral são seguros e eficazes durante poucos dias, apesar dos prejuízos cognitivos e comportamentais, tais como a agressão e desinibição que podem ocorrer ocasionalmente. 
MECANISMO DE AÇÃO
Os benzodiazepínicos têm como sítio principal de ação o sistema nervoso central, porém seu mecanismo de ação não está completamente esclarecido.
Os benzodiazepínicos, assim como o álcool, atuam no sistema Gabaérgico. Os receptores GABA são proteínas que tem duas funções principais - recebem informações extracelulares que chegam na fenda sináptica e transmitem tais informações para o interior da célula. O GABA é composto por cinco unidades, de modo que exitem vários subtipos de GABA e é responsável pela DEPRESSÃO DO SNC. O receptor de GABAa possui ligação específica para benzodiazepínicos, onde esta classe de medicamentos causa a potenciação de ação do GABA, logo é um AGONISTA do GABA. 
Esses medicamentos funcionam como inibidores; atenuam as reações químicas provocadoras da ansiedade.
Ultimamente as pesquisas têm indicado a existência de receptores específicos para os benzodiazepínicos no SNC, sugerindo a existência de substâncias endógenas muito parecidas com os benzodiazepínicos. Tais substâncias seriam uma espécie de “benzodiazepínicos naturais”, ou mais precisamente, de “ansiolíticos naturais”.
EXEMPLO DE BENZODIAZEPÍNICOS: 
Clordiazepóxido (Librium, Psicossedin); Diazepam (Valium); Clonazepam (Rivotril), Bromazepam (Lexotam), Alprazolan (Frontal), Lorazepam (Lorax), Cloxazolan, entre outros. 
Barbitúricos 
Drogas - Informações Gerais - Tipos: Calmantes e Sedativos
Sedativo é o nome que se dá aos medicamentos capazes de diminuir a atividade do cérebro, principalmente quando este fica em estado de excitação acima do normal. O termo sedativo é sinônimo de calmante ou sedante.
Quando um sedativo é capaz de diminuir a dor, recebe o nome de analgésico. Já quando o sedativo é capaz de afastar a insônia, produzindo o sono, é chamado de hipnótico ou sonífero. E quando um calmante tem o poder de atuar mais sobre estados exagerados de ansiedade, é denominado de ansiolítico. Finalmente, existem algumas dessas drogas capazes de acalmar o cérebro hiperexcitado dos epilépticos. São as drogas antiepilépticas, capazes de prevenir as convulsões.
As principais substâncias calmantes pertencem ao grupo dos barbitúricos. Mas existem também outras substâncias como os brometos e plantas como a valeriana e o maracujá. Os barbitúricos eram largamente utilizados como drogas sedativas até meados deste século, quando foram sendo gradualmente substituídos pelos benzodiazepínicos. Atualmente, são pouco utilizados como sedativos propriamente ditos.
São tomados via oral, quando apresentado na forma de comprimidos, cápsulas ou xaropes, ou ainda são usados por injeção intramuscular ou intravenosa, quando apresentados em forma de ampolas. As formas injetáveis são de uso restrito hospitalar. 
Mecanismo de ação 
Efeitos no organismo
Consequência do uso
Mecanismo de ação
O mecanismo de ação dos barbitúricos é semelhante ao dos Benzodiazepínicos, atuam aumentando a atividade do neurotransmissor ácido gama-aminobutírico – GABA, que induz a inibição do Sistema Nervoso Central (SNC), causando a sedação. Possuem, portanto, ação depressora do SNC, levando a diminuição do metabolismo cerebral, do consumo de oxigênio, do fluxo sanguíneo cerebral, com consequente diminuição da pressão intracraniana, efeito benéfico em determinadas situações clínicas. Os barbitúricos são metabolizados no fígado, promovendo a indução enzimática, levando a tolerância e interferindo com a ação de outras drogas que dependem do sistema microssomal para a sua metabolização. 
Efeitos no organismo
Os barbitúricos são capazes de deprimir várias áreas do cérebro, como consequência as pessoas podem ficar mais sonolentas, sentindo-se menos tensas, com sensação de calma e relaxamento. As capacidades de raciocínio e de concentração ficam também afetadas.
Com doses um pouco maiores que as recomendadas pelos médicos, a pessoa começa a sentir-se como que embriagada (sensação mais ou menos semelhante à de tomar bebidas alcoólicas em excesso), a fala fica “pastosa” e a pessoa pode sentir-se com dificuldade de andar direito.
Consequência do uso
Essas substâncias são perigosas porque a dose que começa a intoxicar está próxima da que produz os efeitos terapêuticos desejáveis. Com essas doses tóxicas, começam a surgir sinais de incoordenação motora, um estado de inconsciência começa a tomar conta da pessoa, ela passa a ter dificuldade para se movimentar, o sono fica muito pesado e, por fim, pode entrar em estado de coma. 
A pessoa não responde a nada, a pressão do sangue fica muito baixa e a respiração é tão lenta que pode parar. A morte ocorre exatamente por parada respiratória. É muito importante saber que esses efeitos tóxicos ficam muito mais intensos se ela ingerir álcool ou outras drogas sedativas. Às vezes, intoxicação séria pode ocorrer por esse motivo.
Uso na gravidez
Outro aspecto importante quanto aos efeitos tóxicos refere-se ao uso dessas substâncias por mulheres grávidas. Essas drogas têm potencial teratogênico (capaz de produzir dano ao embrião ou feto durante a gravidez), além de provocarem sinais de abstinência (como dificuldades respiratórias, irritabilidade, distúrbios do sono e dificuldade de alimentação) em recém-nascidos de mães que fizeram uso durante a gravidez.
Dependência e tolerância
Existem muitas evidências de que os barbitúricos levam as pessoas a um estado de dependência. Com o tempo a dose tem também de ser aumentada, ou seja, há desenvolvimento de tolerância. Esses fenômenos se desenvolvem com maior rapidez quando doses grandes são usadas desde o início.
Quando a pessoa está dependente dos barbitúricos e deixa de tomá-los, passa a ter a síndrome de abstinência, cujos sintomas vão desde insônia rebelde, irritação, agressividade, delírios, ansiedade, angústia, até convulsões generalizadas. A síndrome de abstinência requer obrigatoriamente tratamento médico e hospitalização, pois há risco de a pessoa vir a falecer.
Hipnóticos , sedativos e ansiolíticos 
10 ) FÁRMACOS ANSIOLÍTICOS E HIPNÓTICOS
Os fármacos ansiolíticos são utilizados no tratamento dos sintomas da ansiedade, enquanto os fármacos hipnóticos são utilizados no tratamento da insônia. Apesar dos objetivos clínicos serem diferentes, as mesmas drogas são frequentemente usadas para ambas as finalidades, variando-se neste caso somente a dose para cada fim, devido ao fato de que as drogas que aliviam a ansiedade geralmente produzem certo grau de sedação e sonolência, que é um dos principais inconvenientes do uso clínico dos ansiolíticos.
Os principais grupos de agentes ansiolíticos e hipnóticos são: os benzodiazepínicos, os agonistas dos receptores de 5- HT, os barbitúricos (obsoletos) e os antagonistas dos receptores beta-adrenérgicos (propanolol).
1 – Benzodiazepínicos:
Os benzodiazepínicos são usados como ansiolíticos e hipnóticos (triazolam, midazolam, zolpidem, lorazepam, alprazolam, nitrazepam, diazepam, clordiazepóxido, flurazepam, e clonazepam). Esses medicamentos não exercem efeitos antidepressivos.
Os benzodiazepínicos agem através de sua ligação a um sítio regulador específico sobre o receptor GABAa potencializando, assim, o efeito inibitório do GABA. O aumento na condutância dos íons de cloreto, induzido pela interação dos benzodiazepínicos com o GABA, assume a forma de um aumento na freqüência de abertura dos canais. Afetam principalmente o sistema límbico (unidade responsável pelas emoções).
O GABA é o principal neurotransmissor inibitório do cérebro, pois ao se ligar aos seus receptores, aumenta a freqüência de abertura dos canais de cloreto (Cl-). A entrada de cloreto no neurônio ocasiona a sua hiperpolarização com conseqüente queda da excitabilidade celular. Existem subtipos do receptor GABAa em diferentes regiões do cérebro, que diferem na sua sensibilidadeaos benzodiazepínicos.
Os benzodiazepínicos ansiolíticos são agonistas nesse local regulador. Outros benzodiazepínicos, como por exemplo, o flumazenil, são antagonistas e impedem as ações dos benzodiazepínicos ansiolíticos. O flumazenil pode ser usado no caso de superdosagem de benzodiazepínicos, e para reverter a ação sedativa dos benzodiazepínicos administrados durante a anestesia. O flumazenil não antagoniza a ação dos barbitúricos e do etanol. Os benzodiazepínicos causam: - redução da ansiedade e da agressão;
- sedação, resultando em melhora da insônia;
- relaxamento muscular e perda da coordenação motora;
- supressão das convulsões (efeito antiepilético).
Os benzodiazepínicos são ativos por via oral e diferem principalmente quanto à sua duração de ação. Os agentes de ação curta (lorazepam e temazepam) são utilizados como pílulas para dormir. Alguns agentes de ação prolongada (diazepam e clordiazepóxido) são convertidos em metabólitos ativos de ação prolongada (convertidos em nordazepam).
Os benzodiazepínicos são relativamente seguros em superdosagem. Suas principais desvantagens consistem em interação com álcool, efeitos prolongados de ressaca e desenvolvimento de dependência. Em virtude dos sintomas físicos da abstinência (aumento da ansiedade, tremor e vertigem), os pacientes têm dificuldade em abandonar o uso dos benzodiazepínicos. A tolerância é diminuída em relação aos barbitúricos. Além disso, eles se ligam fortemente às proteínas plasmáticas e muitos se acumulam gradualmente na gordura corporal em virtude da sua elevada solubilidade lipídica. Os principais efeitos colaterais dos BZD consistem em sonolência, confusão, amnésia e comprometimento da coordenação motora.
Quando os benzodiazepínicos são administrados juntamente com outros depressores do SNC (álcool e anticonvulsivantes), o resultado consiste em aumento dos efeitos sedativos e depressores do SNC, incluindo perda da consciência, diminuição da coordenação muscular, depressão respiratória e morte.
2 – Barbitúricos (pentobarbital, fenobarbital e tiopental):
Todos os barbitúricos exercem atividade depressora sobre o sistema nervoso central, produzindo efeitos semelhantes aos dos anestésicos de inalação. Causam morte por depressão respiratória e cardiovascular se forem administrados em grandes doses, constituindo um dos motivos pelos quais são atualmente pouco utilizados como agentes ansiolíticos e hipnóticos.
Os barbitúricos que continuam sendo utilizados amplamente são os que exibem propriedades específicas, como o fenobarbital – utilizado por sua atividade anticonvulsivante, e o tiopental – amplamente utilizado como anestésico intravenoso.
Os barbitúricos compartilham com os benzodiazepínicos a capacidade de potencializar a ação do GABA; entretanto, ligam-se a um sítio diferente no receptor de gaba/canal de cloreto, e sua ação parece ser muito menos específica. Parecem aumentar a duração da abertura dos canais de cloreto regulados pelo GABA.
Além do risco da superdosagem perigosa, as principais desvantagens dos barbitúricos residem no fato de que induzem um elevado grau de tolerância e de dependência; além disso, induzem acentuadamente à síntese do citocromo P-450 hepático e das enzimas de conjugação. Portanto, aumentam a velocidade de degradação metabólica de muitas outras drogas, dando origem a diversas interações farmacológicas potencialmente incômodas. A tolerância – que consiste numa diminuição da responsividade a determinada droga após exposição repetida – constitui uma característica comum dos sedativos-hipnóticos. A tolerância pode ser explicada em parte pelo aumento do metabolismo da droga no caso dos barbitúricos, e devido a infra-regulação dos receptores de benzodiazepínicos no cérebro. A dependência fisiológica pode ser descrita como um estado fisiológico alterado que exige a administração contínua da droga para impedir o aparecimento de uma síndrome de abstinência. No caso dos sedativos-hipnóticos essa síndrome caracteriza-se por estados de maior ansiedade, insônia e excitabilidade do SNC, que podem progredir para convulsões. Os sedativos-hipnóticos são em sua maioria capazes de produzir dependência fisiológica quando utilizados de modo crônico.
Canal de Cloreto:
3 – Agonistas dos receptores 5-HT (buspirona, ipsapirona e gepirona):
Além da via do GABA, muito outros neurotransmissores e moduladores foram implicados na ansiedade e no distúrbio do pânico, particularmente a 5-HT, a noradrenalina e os neuropeptídeos. A serotonina possui efeitos inibitórios e excitatórios no SNC.
A buspirona é um potente agonista (apesar de não ser seletivo) a nível do receptores 5-HT1A (inibitórios da serotonina). Porém, ela não possui ação hipnótica, anticonvulsivante ou miorelaxante. A ipsapirona e a gepirona são semelhantes. Eles atuam sobre os receptores présinápticos inibitórios, reduzindo assim a liberação de 5-HT e de outros mediadores. Além disso, inibem a atividade dos neurônios noradrenérgicos do lócus celúreos, e desta maneira, interferem nas reações de reatividade. Entretanto, são necessários dias ou semanas para que a buspirona produza seu efeito no homem, sugerindo um mecanismo de ação indireto mais complexo, o que também torna o fármaco inapropriado para o tratamento da ansiedade aguda. A buspirona é ineficaz nos episódios de pânico. Esses medicamentos não causam sedação nem descoordenação motora, e não foram relatados efeitos de abstinência.
4 – Antagonistas dos receptores beta-adrenérgicos (propranolol):
Essas drogas são utilizadas no tratamento de algumas formas de ansiedade, particularmente quando os sintomas físicos são incômodos, como sudorese, tremor e taquicardia. Sua eficácia depende mais do bloqueio das respostas simpáticas periféricas do que de qualquer efeito central. Algumas vezes são usados por atores e músicos para reduzir os efeitos do medo do palco.
OBS: a injeção letal, utilizada nos EUA para a execução da pena de morte, é composta por tiopental (para sedar) + bometo de pancurônio (para paralisar o diafragma) + brometo de potássio (para paralisar o coração).
O termo sedativo é usado para designar um grupo de medicamentos que possuem a capacidade de diminuir o nível de vigilância, sendo útil no alívio de estados em que há excitação excessiva.
Popularmente conhecido como calmante, esses medicamentos são capazes de reduzir a ansiedade, exercendo pouca ou nenhuma atividade sobre as funções motoras ou mentais.
Devido suas propriedades farmacológicas, possuem diversas aplicações. Podem ser utilizados no alívio da dor, sendo chamados de analgésicos. Algumas substâncias diminuem a hiperexcitação do Sistema Nervoso Central (SNC), atuando como antiepilépticos.
De uma forma dose-dependente, os sedativos podem produzir o sono, podendo ter seu uso em quadros de insônia crônica. Esses medicamentos são conhecidos como hipnóticos. Desta forma, habitualmente essas drogas são designadas como hipnóticos e sedativos, sendo que a diferença entre uma ação e outra está na dose – doses maiores produzem efeito hipnótico, enquanto doses menores induzem a sedação. Um hipnótico deve produzir o início do sono, bem como a sua manutenção, de uma forma que se assemelhe o máximo possível ao sono natural.
Desta forma, a medida em que se aumenta a dose dos agentes hipnóticos-sedativos, ocorrerá uma depressão gradativa da função do SNC, resultando em efeito sedativo, hipnótico, anestésico, depressão cardiorrespitatória, coma e até a morte. A capacidade de produzir esses efeitos difere para cada tipo de medicamento, em relação à dose e depressão do SNC.
Os agentes hipnóticos-sedativos foram descobertos paulatinamente, tendo seu início há centenas de anos, sendo que antes da medicina moderna, o sedativo mais prescrito e utilizado era o álcool. O hidrato de cloral foi sintetizado em 1832, por Liebig, tendo suas propriedades hipnóticas experimentadas por Liebreich, 1869. Os brometos foram utilizados pela primeira vez como sedativos no século XIX, porém tendem a acumular-se no organismo e causar intoxicação grave.Foi em 1864 , que Adolph von Baeyer sintetizou o ácido barbitúrico, porém este não apresentava atividade. Posteriormente, em 1882, o barbital, derivado do ácido barbitúrico foi sintetizado, tendo suas propriedades hipnóticas reconhecidas e lançado na terapêutica pelo nome comercial de Veronal. O medicamento seguinte introduzido pela Bayer foi o fenobarbital, em 1912, denominado Luminal. Anunciados inicialmente como drogas sedativas eficazes e seguras, os barbitúricos demonstraram problemas a curto prazo, tais como dependência, rápida tolerância (a dose tem de ser aumentada para produzir os mesmos efeitos) e sobredosagem letal, apresentando uma margem de segurança bem estreita.
Outros hipnóticos-sedativos foram descobertos nos anos seguintes, até que em 1965, os compostos benzodiazepínicos foram introduzidos e passaram a ter seu uso como sedativos. Assim como os barbitúricos, foram lançadas como completamente seguras e livres de causar dependência e tolerância, porém não é o que se observa a longo prazo, podendo causar os mesmos efeitos observados com o uso dos barbitúricos.
Mecanismo de ação
Embora esses fármacos compartilham da ação em reduzir a atividade do SNC, a falta de similaridade entre as estruturas químicas que os compõe dificulta na elucidação de um mecanismo de ação, sendo impossível propor que atuam em um único receptor específico. Desta forma, cada medicamento, ou grupos químicos, apresentam um mecanismo de ação específico.
Efeitos adversos
Os mais comuns são: náuseas e vômito, hipotensão, sonolência e letargia. Com o uso prolongado podem causar a dependência, e ao pausar podem surgir sintomas da síndrome da abstinência. A sobredosagem pode causar intoxicação, com coma e morte do indivíduo.
Apesar do conhecimento de seus efeitos, esta é ainda uma das classes de medicamentos mais prescritas, mundialmente.
O fenobarbital é muito utilizado devido sua propriedade anticonvulsivante. O tiopental, outro barbitúrico, tem seu uso restrito a hospitais, tendo emprego como anestésico em cirurgias.
Esses medicamentos são comercializados somente sob prescrição médica.

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