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UNIVERSIDADE PAULISTA INSTITUTO DE CIÊNCIAS SOCIAIS E COMUNICAÇÃO – ICSC CURSO DE ADMINISTRAÇÃO RESPONSABILIDADE SOCIAL ORGANIZACIONAL IV: UMA PESQUISA APLICADA TAY-BRU SALGADOS SOROCABA-SP 2018 2 Caio Maciel Ribeiro – RA: D222GB-0 Isabela Bueno dos Santos – RA: D222BE-8 Rafaela Mendes Guilherme – RA: N18046-3 Renan Leandro Seabra Santos – RA: D29153-0 Thais Becca de Oliveira Paes – RA: C4041D-3 RESPONSABILIDADE SOCIAL ORGANIZACIONAL IV: UMA PESQUISA APLICADA TAY-BRU SALGADOS Atividades Práticas Supervisionadas – APS-IV – trabalho apresentado como exigência para a avaliação dos 4º/3º semestres, do curso de Administração da Universidade Paulista sob orientação de professores do semestre. SOROCABA-SP 2018 3 SUMÁRIO INTRODUÇÃO ................................................................................................................................... 4 1. REVISÃO CONCEITUAL ........................................................................................................... 5 2. ESTUDO DE CASO ................................................................................................................... 29 2.1 – Descrição da Organização ....................................................................................................... 29 2.1.1 – Denominação simplificada da Organização ........................................................................ 29 2.1.2 – Forma de Atuação ................................................................................................................. 29 2.1.3 – Data da Instituição da Organização .................................................................................... 29 2.1.4 – Descrição do Negócio ............................................................................................................ 29 2.1.5 – Informação sobre o Porte da Organização ......................................................................... 29 2.1.6 – Propósito ou Legado ............................................................................................................. 29 2.1.7 Principais produtos da Organização ...................................................................................... 30 2.1.8 – Processos da Cadeia de Valor .............................................................................................. 30 2.1.9 – Principais Equipamentos, Instalações e Tecnologia Utilizados pela Organização. ......... 31 2.2 – Concorrência e Ambiente Competitivo .................................................................................. 31 2.2.1 – Ambiente Competitivo .......................................................................................................... 31 2.2.2 – Desafios Estratégicos............................................................................................................. 32 3. APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO INDICADORES ETHOS .............................................. 33 Visão e Estratégia .............................................................................................................................. 33 Estratégia para a Sustentabilidade .................................................................................................. 33 Proposta de Valor ............................................................................................................................. 33 Modelo de Negócios........................................................................................................................... 33 Governança e Conduta ..................................................................................................................... 34 Código de Conduta ........................................................................................................................... 34 Governança da Organização (Capital Fechado) ............................................................................ 34 Compromissos Voluntários e Participação em Iniciativas de RS/Sustentabilidade .................... 34 Engajamento das Partes Interessadas ............................................................................................. 35 Prestação de Contas .......................................................................................................................... 35 Relação com Investidores e Relatórios Financeiros: ...................................................................... 35 Sustentabilidade ................................................................................................................................ 35 Comunicação com Responsabilidade Social ................................................................................... 36 4. ANÁLISE DAS RESPOSTAS .................................................................................................... 37 5. SUGESTÃO DE MELHORIA ................................................................................................... 40 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................................... 43 7. REFERÊNCIAS ......................................................................................................................... 44 8. APÊNDICE ................................................................................................................................. 46 4 INTRODUÇÃO Este trabalho acadêmico tem como base a aplicação das práticas de responsabilidade social e seu impacto na organização e nos indivíduos membros, entre outros que serão explorados a fundo ao decorrer do trabalho. Para enriquecimento do trabalho e aplicação dos conhecimentos, foi feito um estudo de caso na empresa do ramo alimentício TAY-BRU, tendo como referência os indicadores da ferramenta de gestão “Indicadores Ethos para negócios sustentáveis e responsáveis”. O estudo junto aos representantes da empresa para a realização do trabalho foi visto de forma muito positiva internamente, devido a análise dos processos da empresa e a identificação de possíveis falhas e melhorias, estimulando sua evolução contínua. Ao decorrer do trabalho serão mostrados subtemas como visão e estratégia, governança e conduta, prestação de contas, onde serão descritos ao decorrer do estudo. E por fim será feita uma análise da situação atual da empresa onde iremos apresentar sugestões de melhoria para cada subtema, tendo como referência a ideia de que bom seria se todas as organizações atingissem os estágios 4 ou 5 da responsabilidade social em cada indicador. 5 1. REVISÃO CONCEITUAL Responsabilidade Social As empresas de hoje são agentes transformadores que exercem uma influência muito grande sobre os recursos humanos, a sociedade e o meio ambiente, possuindo também recursos financeiros, tecnológicos e econômicos. Diante disto, procuram colaborar de alguma forma para o fortalecimento destas áreas, com posturas éticas, transparência, justiça social. Os empresários, neste novo papel, tornam-se cada vez mais aptos a compreender e participar das mudanças estruturais na relação de forças nas áreas ambiental, econômica e social. As companhias estão sendo incentivadas agora e cada vez mais pela administração pública e pelos seus stakeholderes a focalizar seus impactos ambientais e sociais, desenvolver maneiras apropriadas a internalizar e reduzir seus custos associados, e a construção de relatório para uma sustentabilidade ambiental maior. Nos últimosanos, houve progressos surpreendentes na área de gerenciamento e relatório ambiental e, mais recentemente, o mesmo ocorreu quanto à conscientização sobre a responsabilidade social e a crescente compreensão dos desafios da sustentabilidade. Todas as empresas gostariam de ser admiradas pela sociedade, por seus funcionários, pelos parceiros de negócios e pelos investidores. O grande problema é estar disposto a encarar os desafios que se colocam no caminho de uma companhia realmente cidadã. O primeiro deles, segundo Vassallo (2000), é o desafio operacional. Uma empresa responsável pensa nas conseqüências que cada uma de suas ações pode causar ao meio ambiente, a seus empregados, à comunidade, ao consumidor, aos fornecedores e a seus acionistas. De nada adianta investir milhões em um projeto comunitário e poluir os rios próximos de suas fábricas ou dar benefícios e oportunidades a seus funcionários e não ser transparente com seus consumidores, ou ainda preservar florestas no Brasil e comprar componentes de um fabricante chinês que explora mão-de-obra infantil. Neste sentido, o Parecer de Iniciativa sobre a Responsabilidade Social (2003) diz que a responsabilidade social é a integração voluntária pelas empresas das preocupações sociais e ambientais nas suas atividades comerciais e nas suas relações com todas as partes. É complementar das soluções legislativas e contratuais a que as empresas estão ou podem vir a 6 estar obrigadas e que se aplicam a questões como, por exemplo, o desenvolvimento da qualidade de emprego, a adequada informação, consulta e participação dos trabalhadores, bem como o respeito e a promoção dos direitos sociais e ambientais e a qualidade dos produtos e serviços. Trata-se, segundo o Parecer de Iniciativa sobre a Responsabilidade Social (2003), de uma noção compreensiva e abrangente, que se situa mais no âmbito das boas práticas e da ética empresarial e da moral social do que no dos normativos jurídicos. Abrange aspectos tão diversos como os que vão da gestão de recursos humanos e da cultura de empresa até a escolha dos parceiros comerciais e das tecnologias. Implica, pois, uma abordagem integrada das dimensões financeira, tecnológica, comercial, deontológica e social da empresa, tanto mais quanto ela é, na sua essência, uma comunidade de pessoas ao serviço do bem comum. O Livro Verde (2001) diz que a responsabilidade social das empresas é, essencialmente, um conceito segundo o qual as empresas decidem, numa base voluntária, contribuir para uma sociedade mais justa e para um ambiente mais limpo. A empresa é socialmente responsável quando vai além da obrigação de respeitar as leis, pagar impostos e observar as condições adequadas de segurança e saúde para os trabalhadores, e faz isso por acreditar que assim será uma empresa melhor e estará contribuindo para a construção de uma sociedade mais justa. Histórico da responsabilidade social Tornou-se evidente em 1919, de acordo com Toldo (2002), a questão da responsabilidade corporativa com o julgamento na Justiça americana do caso de Henry Ford, presidente acionista majoritário da Ford Motor Company, e seu grupo de acionistas liderados por John e Horace Dodge, que contestavam a idéia de Ford. Em 1916, argumentando a realização de objetos sociais, Ford decidiu não distribuir parte dos dividendos aos acionistas e investiu na capacidade de produção, no aumento de salários e em fundo de reserva para diminuição esperada de receitas devido à redução dos preços dos carros. É lógico que a Suprema Corte decidiu a favor de Dodge, entendendo que as 7 corporações existem para o benefício de seus acionistas e que os diretores precisam garantir o lucro, não podendo usá-lo para outros fins. A ideia de que a empresa deveria responder apenas aos seus acionistas começou a receber críticas durante a Segunda Guerra Mundial. Nesta época, diversas modificações aconteceram nos Estados Unidos. Em 1953, outro fato trouxe a público a discussão sobre a inserção da empresa na sociedade e suas responsabilidades: o caso A P. Smith Manufacturing Company versus seus acionistas, que contestavam a doação de recursos financeiros à Universidade de Princeton. Nesse período, a Justiça estabeleceu a lei da filantropia corporativa, determinando que uma corporação poderia promover o desenvolvimento social. Segundo Toldo (2002), nos anos 60, autores europeus se destacavam, discutindo problemas sociais e suas possíveis soluções, e nos Estados Unidos as empresas já se preocupavam com a questão ambiental e em divulgar suas atividades no campo social. Já na década de 70, começou a preocupação com o como e quando a empresa deveria responder por suas obrigações sociais. Nessa época, a demonstração para a sociedade das ações empresariais tornou-se extremamente importante. De acordo com Tinoco (2001), a França foi o primeiro país do mundo a ter uma lei que obriga as empresas que tenham mais de 300 funcionários a elaborar e publicar o Balanço Social. Seu objetivo principal prende-se a informar ao pessoal o clima social na empresa, a evolução do efetivo; em suma, estabelecer as performances da empresa no domínio social. Este balanço, segundo o autor, é bastante paternalista, pois exclui os fatos econômicos dos fatos sociais. Na década de 90, com uma maior participação de autores na questão da responsabilidade social, entrou em cena a discussão sobre os temas ética e moral nas empresas, o que contribui de modo significativo para a conceituação de responsabilidade social. Responsabilidades social no Brasil 8 Em 1960, foi constituída a Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE), com sede em São Paulo, iniciando assim uma pregação sobre responsabilidade social nos dirigentes das empresas. Em 1977, ADCE organizou o 2º Encontro Nacional de Dirigentes de Empresas, tendo como tema central o Balanço Social da Empresa. Em 79, a ADCE passa a organizar seus congressos anuais e o Balanço Social tem sido objeto de reflexão. Foi elaborado em 1984 o primeiro trabalho acadêmico do professor João Eduardo Prudêncio Tinoco, que é uma dissertação de mestrado do Departamento de Contabilidade e Atuaria da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo – FEA-USP com o título de: Balanço Social: uma abordagem socioeconômica da Contabilidade. Em 1991, foi encaminhado ao Congresso um anteprojeto propondo publicação do Balanço Social pelas empresas, porém, não foi aprovado. Foi publicado pelo Banespa, em 1992, um relatório divulgando as suas ações sociais. Em 1993, o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, lançou a Campanha Nacional da Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida, com o apoio do Pensamento Nacional das Bases Empresariais (PNBE), que constitui o marco da aproximação dos empresários com as ações sociais. Em 1997, Betinho lançou um modelo de Balanço Social e, em parceria com a Gazeta Mercantil, criou o selo do Balanço Social, estimulando as empresas a divulgarem seus resultados na participação social. Foi criado, em 1998, o Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social pelo empresário Oded Grajew. O Instituto serve de ponte entre os empresários e as causas sociais. Seu objetivo é disseminar a prática da responsabilidade social empresarial por meio de publicações, experiências, programas e eventos para os interessados na temática. Em 1999, a adesão ao movimento social se refletiu na publicação do seu balanço no Brasil por 68 empresas. No mesmo ano, foi fundado o Instituto Coca-Cola no Brasil, voltado à educação, a exemplo da fundação existente nos Estados Unidos desde 1984. Segundo Toldo (2002), a Câmara Municipalde São Paulo premiou em 1999, com o selo Empresa Cidadã as empresas que praticaram a responsabilidade social e publicaram o Balanço Social e a Associação de Dirigentes de Vendas e Marketing do Brasil (ADVB) incluiu em sua premiação o prêmio Top Social. A Fundação Abrinq pelos Direitos da Criança destacou-se pelo trabalho de erradiação do trabalho infantil, exemplo que atraiu um número 9 crescente de adeptos. A empresa que combate o abuso contra criança ganhou o selo Empresa Amiga da Criança. O primeiro dado relevante a se destacar na comparação entre 2000 e 1999 é que a média de gastos por empregado cresceu em praticamente todos os indicadores sociais internos, ou seja, o valor gasto com empregados em alimentação, previdência privada, saúde, segurança e medicina no trabalho, educação, cultura, participação nos lucros e capacitação e desenvolvimento profissional foi 80,1% maior em 2000. A média do gasto em previdência privada foi 2,3 vezes maior e a participação nos lucros quase dobrou. A única exceção foi em creche, com redução de 8%. Este crescimento, porém, não quer dizer que o investimento social destas empresas esteja compatível com o que delas se espera. Em todo caso, é um dado positivo. Dessa forma, Torres (2002) diz que para conquistar um diferencial e obter a credibilidade e aceitação da sociedade e das diversas partes interessadas dentro do universo empresarial, além de novas práticas e da publicação anual dos balanços e relatórios sociais e ambientais, as corporações têm buscado certificações, selos e standards internacionais na área social. Entre os exemplos brasileiros mais significativos, estão o ‘Selo Empresa Amiga da Criança’, conferido pela Fundação Abrinq; o ‘Selo Empresa-Cidadã’, que é uma premiação da Câmara Municipal da Cidade de São Paulo; e o ‘Selo Balanço Social Ibase/Betinho’, do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas desde 1998. Neste sentido, A Corporate Social Responsability apud Vassallo (2000) diz que não existe uma fórmula geral de responsabilidade social quando se trata de negócios. Mas alguns passos básicos podem ajudar muito na implantação de uma estratégia de boa cidadania corporativa. A seguir, alguns deles: Desenvolva uma missão, uma visão e um conjunto de valores a serem seguidos. Para que a responsabilidade social seja uma parte integrante de cada processo decisório, é preciso que ela faça parte do DNA da companhia – seu quadro de missões, visões e valores. Isso leva a um comprometimento explícito das lideranças e dos funcionários com questões como ética nos negócios e respeito a acionistas, clientes, fornecedores, comunidades e meio ambiente. 10 Coloque seus valores em prática – é básico. De nada adianta ter um maravilhoso quadro de valores na parede do escritório se eles não são exercitados e praticados a cada decisão tomada. Promova a gestão executiva responsável – esse é um exercício diário e permanente. É preciso fazer com que cada executivo leve em consideração os interesses dos seus partícipes antes de tomar qualquer decisão estratégica. Comunique, eduque e treine – as pessoas só conseguirão colocar valores de cidadania corporativa em prática se os conhecerem e souberem como aplicá-los no dia-a-dia. Publique balanços sociais e ambientais – elaborados por especialistas e auditores externos, eles garantem uma visão crítica de como acionistas, funcionários, organizações comunitárias e ambientalistas enxergam a atuação da empresa. Use sua influência de forma positiva – o mundo corporativo é formado por uma grande rede de relacionamentos. Use os valores cidadãos de sua empresa para influenciar a atuação de fornecedores, clientes e companhias do mesmo setor. Responsabilidade social no âmbito internacional Destacam-se, no âmbito internacional, as normas BS 8800 e OHSAS 18001, que tratam de segurança e saúde no ambiente de trabalho. Além dessas, existem as normas AA 1000 e Social Accountability 8000 (SA 8000), com foco na responsabilidade social corporativa. Mesmo ainda pouco conhecida no Brasil, a norma SA 8000 merece uma atenção especial, entre outros motivos, pelo fato de que a obtenção e manutenção desse certificado prevê o envolvimento dos trabalhadores da empresa, bem como a participação de ONGs e sindicatos. Fundamentalmente, a Social Accountability 8000 visa aprimorar o bem-estar e as condições de trabalho no ambiente corporativo, a partir do desenvolvimento de um sistema de verificação que deve garantir o cumprimento das exigências contidas na norma e a contínua conformidade com os padrões estabelecidos. Seus requisitos estão baseados nas declarações internacionais de direitos humanos, na defesa dos direitos da criança e nas convenções da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Para isso, a SA 8000 apresenta-se como um 11 sistema de auditoria similar à certificação ISO 9000, que atualmente já é apresentada por mais de 300 mil empresas em todo o mundo. Criada em 1997 e desenvolvida por um conselho internacional que reúne empresários, ONGs e organizações sindicais, a SA 8000 quer encorajar a participação de todos os setores da sociedade na melhoria das condições de trabalho e de vida no ambiente corporativo, eliminar o trabalho forçado e acabar com a exploração do trabalho infantil. Além de ser uma questão ética em si, garantir boas e dignas condições de trabalho tornou-se fundamental no atual mundo dos negócios. Por um lado, contribui para o sucesso num mercado cada vez mais competitivo e globalizado; por outro, faz parte da construção de uma sociedade mais justa e fraterna para todos. Enfim, outras conquistas empresarias, como as normas ISO e qualidade ambiental, tornam-se um aspecto bastante expressivo e mostram o empenho empresarial em contribuir para uma sociedade com qualidade de vida melhor para todos. Responsabilidade social e ambiental A gestão ambiental e da responsabilidade social, para um desenvolvimento que seja sustentável econômica, social e ecologicamente, precisa contar com executivos e profissionais nas organizações, públicas e privadas, que incorporem tecnologias de produção inovadoras, regras de decisão estruturadas e demais conhecimentos sistêmicos (sistema) exigidos no contexto em que se inserem. O desenvolvimento econômico e o meio ambiente estão intimamente ligados. Só é inteligente o uso de recursos naturais para o desenvolvimento caso haja parcimônia e responsabilidade no uso dos referidos recursos. Do contrário, a degradação e o caos serão inevitáveis. De acordo com a figura 1, a ordem é a busca do desenvolvimento sustentável, que em três critérios fundamentais devem ser obedecidos simultaneamente: equidade social, prudência ecológica e eficiência econômica. Figura 1 – Desenvolvimento Sustentável – Tripé da sustentabilidade empresarial 12 Fonte: www.copesul.com.br Os novos tempos, conforme Tachizawa (2002), caracterizam-se por uma rígida postura dos clientes, voltada à expectativa de interagir com organizações que sejam éticas, com boa imagem institucional no mercado e que atuem de forma ecologicamente responsável. A melhoria das condições de vida, segundo Coelho & Dutra (2000), passa obrigatoriamente por um conjunto de ações que transcende ao importante item de preservação ambiental e se expande para a melhoria das condições de trabalho, assistência médica e social, além de incentivo às atividades culturais, artísticas, bem como à preservação, reforma e manutenção de bens públicos e religiosos. A questão ambiental está se tornando cada vez mais matéria obrigatória das agendas dos executivos. A internacionalização dos padrões de qualidade ambientaldescrito na série ISO 14000, a globalização dos negócios, a conscientização crescente dos atuais consumidores e a disseminação da educação ambiental nas escolas permitem antever que a exigência futura que farão os consumidores em relação à preservação do meio ambiente e à qualidade de vida deverá intensificar-se. Neste contexto, Kraemer (2000) diz que as organizações deverão incorporar a variável ambiental no aspecto de seus cenários e na tomada de decisão, mantendo com isso uma postura responsável de respeito à questão ambiental. Empresas experientes identificam 13 resultados econômicos e resultados estratégicos do engajamento da organização na causa ambiental. Estes resultados não se viabilizam de imediato, há necessidade de que sejam corretamente planejados e organizados todos os passos para a interiorização da variável ambiental na organização para que ela possa atingir o conceito de excelência ambiental, trazendo com isso vantagem competitiva. Na informação sobre o meio ambiente, deve-se incluir a Contabilidade, porque, na atualidade, o meio ambiente é um fator de risco e de competitividade de primeira ordem. A não inclusão dos custos e obrigações ambientais distorcerá tanto a situação patrimonial como a situação financeira e os resultados da empresa. Empresa e sociedade: a responsabilidade social corporativa Na sociedade de mercado, a empresa é a unidade básica de organização econômica. As empresas são o motor central do desenvolvimento econômico e devem ser, também, um motor vital do desenvolvimento sustentável. Para isto, é imprescindível que elas definam adequadamente sua relação com a sociedade e com o meio ambiente. O conceito que melhor define essa relação é o de Responsabilidade Social Corporativa – Corporate Social Responsability (CSR) – definido pela World Business Council for Sustainable Development (WBCSD) como: “a decisão da empresa de contribuir ao desenvolvimento sustentável, trabalhando com seus empregados, suas famílias e a comunidade local, assim como com a sociedade em seu conjunto, para melhorar sua qualidade de vida”. A responsabilidade social faz com que a “empresa sustentável” se converta em peça chave na arquitetura do desenvolvimento sustentável. As empresas hoje são agentes transformadores que exercem uma influência muito grande sobre os recursos humanos, a sociedade e o meio ambiente. Neste sentido, vários projetos são criados, atingindo principalmente os seus funcionários e em algumas vezes seus dependentes e o público externo, contemplando a comunidade a sua volta ou a sociedade como um todo. O grande problema é que não se realiza um gerenciamento correto a fim de saber qual o retorno para a empresa. 14 Posto isto, várias normas, diretrizes e padrões foram criados, como a Norma AA 1000, a SA 8000 e a GRI, contribuindo para criar um modelo de visão sobre as práticas de responsabilidade social e empresarial e sua gestão de desempenho. No Brasil, temos o Instituto Ethos, que é uma iniciativa de padronização, além de apresentar o modelo do Balanço Social proposto pelo IBASE. Na União Européia, temos o Livro Verde que divide as áreas de conteúdo da Responsabilidade Social Corporativa em dois grandes blocos, sendo que o primeiro é relativo a aspectos internos e o segundo a aspectos externos. Na dimensão interna, ao nível da empresa, as práticas socialmente responsáveis implicam, fundamentalmente, os trabalhadores e prendem-se em questões como o investimento no capital humano, na saúde, na segurança e na gestão da mudança, enquanto as práticas ambientalmente responsáveis se relacionam sobretudo com a gestão dos recursos naturais explorados no processo de produção. Estes aspectos possibilitam a gestão da mudança e a conciliação do desenvolvimento social com uma competitividade reforçada. Quanto à dimensão externa, a responsabilidade social de uma empresa ultrapassa a esfera da própria empresa e se estende à comunidade local, envolvendo, para além dos trabalhadores e acionistas, um vasto espectro de outras partes interessadas: parceiros comerciais e fornecedores, clientes, autoridades públicas e ONG que exercem a sua atividade junto das comunidades locais ou no domínio do ambiente, conforme mostra a figura 2. Figura 2 – Dimensões da Responsabilidade Social 15 Norma AA1000 Desenvolvida pelo Instituto de Responsabilidade Social e Ética – ISEA, foi criada para assistir organizações na definição de objetivos e metas, na medição do progresso em relação a estas metas, na auditoria e relato da performance e no estabelecimento de mecanismos de feedback. Compreendem princípios e normas de processo. Os estágios das normas de processo são: planejamento; responsabilidade; auditoria e relato; integração de sistemas; comprometimento dos stakeholders. As normas de processo da AA1000 associam a definição e a integração de sistemas dos valores da organização com o desenvolvimento das metas de desempenho e com a avaliação e comunicação do desempenho organizacional. Por este processo, focalizado no comprometimento da organização para os stakeholders, a AA1000 vincula as questões sociais e éticas à gestão estratégica e às operações da organização. Em 2002, o ISEA realizou uma fase de consulta a stakeholders e fez uma revisão da norma, apresentando novos elementos, e esta norma foi denominada de AA 1000S. É um padrão básico de responsabilidade para melhorar a qualidade do processo de contabilidade, auditoria e relato. Não é um padrão certificável e sim um instrumento verificável de mudança organizacional, derivado da melhoria contínua, e de aprendizagem e inovação para ”servir de modelo do processo a seguir na elaboração; proporcionar mais qualidade a outros padrões específicos e complemento a outras iniciativas”. Norma SA 8000 ou Social Accountability É o primeiro padrão de certificação social que busca garantir os direitos básicos dos trabalhadores. Quem credencia as organizações qualificadas para verificar a conformidade é a Social Accountability International – SAI. A SA 8000 constitui um instrumento de informação extremamente importante para o consumidor globalizado, pois, atualmente, os fatores determinantes da sua escolha vão além de preço e qualidade. As pessoas necessitam saber como o produto ou serviço que estão adquirindo foi produzido, repudiando imediatamente aqueles que agregam procedimentos 16 como, por exemplo, o trabalho infantil. Além de proteger sua reputação e a integridade de suas marcas, a SA 8000 possibilita às companhias de todo o mundo externarem seus valores éticos e seu grau de envolvimento social, aspectos fundamentais frente a um consumidor- cidadão cada vez mais participante e vigilante. O quadro 2 mostra alguns dos principais pontos apresentados pela norma SA 8000. Quadro 2 – Principais pontos da Norma SA 8000 Trabalho Infantil É proibida a contratação de crianças de 15 anos ou menos. Se existirem funcionários nessa faixa etária, eles não poderão ser demitidos. Nesse caso, é de responsabilidade da empresa assegurar sua educação. Liberdade de associação e direito à negociação coletiva Protege o direito dos trabalhadores de formar sindicatos e afiliar-se a grupos organizados Discriminação Proíbe a discriminação baseada na cor, nacionalidade, religião, deficiência física, sexo, orientação sexual, afiliação a sindicato ou partido político. Horário de trabalho A jornada normal deverá ser de 44 horas semanais. As horas extras devem ser voluntárias e ter caráter temporário, não devendo exceder 12 horas semanais. Práticas disciplinares Proíbe punição física,coerção e abuso verbal no uso da disciplina. A empresa também deve impedir comportamentos, como gestos, linguagem e contato físico, que sejam sexualmente coercitivos, ameaçadores, abusivos ou exploratórios. Comunicação A política de responsabilidade social deve ser documentada, implementada e comunicada a todos os funcionários. Fonte: Revista Exame – Guia de boa cidadania corporativa (2001) 17 GRI – Global Reporting Initiative (Iniciativa Global para apresentação de relatórios) É um acordo internacional, criado com uma visão de longo prazo, multi-stakeholder, cuja missão é elaborar e difundir as diretrizes para organização de relatórios de sustentabilidade aplicáveis globalmente e voluntariamente, pelas organizações CERES – Centre for Education and Research in Environmental (Centro para Educação e Pesquisa Ambiental), SIGMA – Support for Improvement in Governance and Management in Central and Eastern European Countries (Apoio à melhoria governamental e gerencial de países da Europa Central e Ocidental), ISO – International Organization for Standardization (Organização Internacional para Padronização), ECCSR – Eastern Caribbean Securities Registry (Registro de Seguridades do Leste Caribiano), IRRC – Investor Responsibility Research Center (Centro de Pesquisa de Responsabilidade do Investidor), WEF – Water Environment Federation (Federação dos Ambientes Aquáticos ou Marinhos), AA 1000 – A standard for ethical performance, Accountability (Padrão de desempenho ético), SA 8000 Social Accountability 8000 Responsabilità Sociale 8000 – Responsabilidade Social ou Contabilidade Social, que desejam dar informação sobre os aspectos econômicos, ambientais e sociais das suas atividades, produtos e serviços, conforme figura 3. Figura 3 – Organizações ligadas ao GRI O GRI não oferece nenhum modelo de Balanço Social. O que propõe baseia-se no conceito de sustentabilidade. Busca transformar a elaboração destes relatórios sobre sustentabilidade de uma rotina e conferir-lhes credibilidade como as demonstrações 18 financeiras em termos de comparabilidade, rigor e verificabilidade. Os indicadores para a elaboração dos relatórios abordam os três elementos inter-relacionados da sustentabilidade, tal como se aplicam a uma organização, como segue no quadro 3. Quadro 3 – Elementos e indicadores Econômico Inclui, por exemplo, os gastos e benefícios, produtividade no trabalho, criação de emprego, despesas em serviços externos, despesas em investigação e desenvolvimento, investimentos em educação e outras formas de capital humano. O aspecto econômico inclui, embora não se limite só a ele, a informação financeira e respectivas declarações. Ambiental Inclui, por exemplo, impacto dos processos, produtos, serviços no ar, água, solo, biodiversidade e saúde humana. Social Inclui, por exemplo, o tratamento que se dá aos grupos minoritários e às mulheres, o trabalho feito em favor dos menores, a saúde e segurança ocupacionais, estabilidade do empregado, direitos laborais, direitos humanos, salários e condições de trabalho nas relações externas. A preocupação com o meio ambiente tem apresentado uma dinâmica diferenciada nas organizações e nas nações nas quais estas se encontram. O mercado não mais aceita o descaso no tratamento dos recursos naturais. Os consumidores estão interessados em produtos limpos. A legislação torna-se mais rígida, imputando sanções aos infratores, obrigando as empresas a encarar com seriedade e responsabilidade a variável ambiental em sua estratégia operacional. Os grandes problemas que emergem da relação da sociedade com o meio ambiente são densos, complexos e altamente inter-relacionados e, portanto, para serem entendidos e compreendidos nas proximidades de sua totalidade, precisam ser observados numa ótica mais ampla. Adequar-se às exigências ambientais dos mercados, governos e sociedade, apesar de levar a empresa a despender um montante considerável, traz benefícios financeiros e vantagens competitivas. 19 A responsabilidade social não é um modismo e sim uma realidade no contexto empresarial, que acarreta alterações gradativas de comportamentos e de valores nas organizações, devendo estar presente nas decisões de seus administradores e balizar seu relacionamento com a sociedade. Posto isto, verifica-se que a sociedade é que dá permissão para a continuidade da empresa. Os detentores de recursos não querem arriscar indefinidamente seus patrimônios em companhias que se recusem a tomar medidas preventivas na área social e ambiental Importância: Termos como sustentabilidade e responsabilidade social são muito comentados atualmente, principalmente quando se trata do setor empresarial. Afinal, independente do ramo ou porte da empresa, são elas as responsáveis pelo movimento da economia do país através da geração de empregos e a colaboração com o desenvolvimento da sociedade. Por isso, é essencial que as empresas sigam as normas e procedimentos adequados, controlando seus métodos produtivos e desenvolvendo suas ações de maneira ética, responsável e sustentável. Com o crescimento dos setores privados, o surgimento de novas demandas de trabalho e a procura de consumidores e empresários por negócios mais transparentes, a responsabilidade social corporativa ganha cada vez mais força, fazendo com que as empresas adotem um perfil mais ético diante de suas ações. A ISO 26000, lançada oficialmente em 2010, mais conhecida como ‘norma da responsabilidade social’, refere-se justamente a estas ações, pois ela tem como objetivo ser um guia para as corporações no que diz respeito a temas como direitos humanos, prática de trabalho, meio ambiente, governança, sustentabilidade, entre outros. Pode-se defini-la como: “A responsabilidade de uma organização pelos impactos de suas decisões e atividades na sociedade e no meio ambiente, por meio de um comportamento ético e transparente que: 20 Contribua para o desenvolvimento sustentável, inclusive à saúde e bem-estar da sociedade; Leve em consideração as expectativas dos stakeholders; Esteja em conformidade com a legislação aplicável e seja consistente com normas internacionais de comportamento; e Esteja integrada em toda a organização e seja praticada em seus relacionamentos” Esta preocupação com atitudes éticas e responsáveis por parte das empresas já é discutida há algum tempo. Em 2005, por exemplo, foi lançado o Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), com intuito de oferecer e destacar aos investidores uma carteira composta por empresas que apresentam reconhecido comprometimento com a responsabilidade social e sustentabilidade empresarial. É necessário que as organizações compreendam que não há responsabilidade social sem ética nos negócios, além disso, representamos um importante papel na sociedade, então o bom exemplo e a transparência nas ações são fundamentais. A responsabilidade social visa a construção de relacionamentos éticos e transparentes com todos os púbicos, estabelecendo objetivos compatíveis com o desenvolvimento sustentável e preservando os recursos ambientais e culturais para as gerações futuras. Portanto para que de fato ela se concretize no mundo empresarial, é necessário uma ampla divulgação a respeito dos benefícios que poderão ocorrer para toda a sociedade. Princípios da responsabilidade social Primeiramente, é preciso esclarecer quais são os princípios básicos para que uma organização gerencie sua responsabilidade social, aquilo que orienta suas políticas, estratégias e, consequentemente, suas atividades. É claro que princípios e valoresdevem estar alinhados à cultura organizacional, ser construídos de forma participativa, de dentro para fora, e representar a essência da organização. Em muitos casos, são apresentados no formato de 21 declaração de princípios e código de conduta. No entanto, há um mínimo denominador comum que deve estar presente na base da formulação dos princípios e valores de cada organização. A norma ABNT ISO 26000 propõe princípios, que procuram sintetizar as orientações básicas de gestão e conduta para que as organizações consigam alcançar seus objetivos de negócios com responsabilidade social. Por esse motivo, são abrangentes e respondem às demandas de diversos segmentos da sociedade, a fim de potencializar a organização como promotora de uma nova economia, inclusiva, verde e responsável. São eles: 1. Accountability O que é: Prestar contas e se responsabilizar por seus impactos na sociedade, na economia e no meio ambiente, principalmente aqueles com consequências negativas significativas. 2. Transparência O que é: Ser transparente, comunicar sobre as decisões e atividades que impactam a sociedade e o meio ambiente. 3. Comportamento ético O que é: Comportar-se eticamente, baseada em valores de honestidade, equidade e integridade. 4. Respeito aos interesses das partes interessadas (Stakeholders) O que é: Respeitar, considerar e responder aos interesses de demais partes interessadas, além de proprietários, conselheiros, clientes ou associados. 5. Respeito pelo Estado de Direito O que é: Aceitar que o respeito pelo estado de direito é obrigatório, isto é, nenhum indivíduo ou organização está acima da lei, nem mesmo o governo. 6. Respeito às normas internacionais de comportamento O que é: Acatar as normas internacionais de comportamento e, ao mesmo tempo, cumprir as leis e regulamentos a que está sujeita. 22 7. Respeito pelos direitos humanos O que é: Respeitar e reconhecer a importância e universalidade da Carta Internacional dos Direitos Humanos, que inclui a Declaração Universal dos Direitos Humanos, o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos e o Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. Fundamentação Teórica Mundialmente, as primeiras práticas sociais ficaram conhecidas nos Estados Unidos, na qual foram introduzidas durante o século XX, na década de 30. Sendo as primeiras definições sobre responsabilidade social surgidas na década de 50, classificando como uma obrigação que o homem de negócios tem para com a sociedade. Com a evolução do conceito, a responsabilidade social é vista como uma forma das empresas terem maior participação dentro da sociedade (ARREBOLA, 2004). Desta forma, voltam-se para as práticas sociais, tendo com isso a oportunidade de interagir com seus colaboradores, tentando proporcionar um bom ambiente de trabalho no qual estimule seus desempenhos, ou seja, estabelecendo um relacionamento saudável entre o ambiente da organização e o ambiente externo (stakeholders), buscando a qualidade e a interação com o ambiente e a sociedade. As grandes empresas estão cada vez mais em busca de um diferencial para que possam competir e destacar-se em meio a um mercado tão disputado, fazendo com que suas tomadas de decisões sejam mais de cunho social, não pensando apenas na lucratividade. Embora essas práticas sociais sejam utilizadas na maioria das vezes como uma estratégia competitiva, na qual a organização busca investir na sua imagem, fortalecendo-a através do marketing social, procurando assim valorizar suas ações no mercado de capitais. E assim, os ganhos com tais ações refletem em ambos, seja no bem-estar social (moldando a realidade social), ou proporcionando oportunidades de lucratividade, favorecendo a consciência socioambiental dos Stakeholders para com a organização e então promover o aumento do retorno econômico almejado, em decorrência dessa necessidade de redefinição. De acordo com Ashley (2003), o mundo empresarial encara a responsabilidade social como uma nova estratégia para maximizar seu lucro e potencializar seu desenvolvimento, isso 23 decorre da maior conscientização dos consumidores e consequente procura de produtos que sejam geradores de melhorias para o meio ambiente e para a comunidade, valorizando aspectos éticos inerentes à cidadania. Portanto, quanto mais consciência os consumidores possuírem, quanto mais capazes de exercer a cidadania eles forem, maior será a exigência pela prática de ações de responsabilidade social e pelo desenvolvimento, por parte da empresa, de estratégias empresariais competitivas que sejam socialmente corretas, ambientalmente sustentáveis e economicamente viáveis. De acordo com Orchis et al. (2002, p.52): (...) a responsabilidade social pode agregar valor à imagem da empresa e com isso aumentar sua vantagem competitiva, ou servir como um meio para atingir o público que considera atitudes socialmente responsáveis como um pré-requisito ou diferencial para a escolha de uma marca. Contudo, a responsabilidade Social vem representando as novas estratégias dos negócios, na qual as mudanças estabelecidas ficam por conta da conscientização da sociedade civil, estimulada pelo fluxo de informações cada vez mais rápido e vasto. Gerando novas exigências e esperando que as empresas possam atuar de forma a atender essas expectativas, onde possam assegurar condições melhores de vida e o progresso social. E, assim serem bem vistas, ou seja, reconhecidas pela excelência de seu desempenho quanto às ações sociais desenvolvidas tendo em vista a 'boa imagem' da organização frente aos seus stakeholders. Portanto, constatamos que a prática da Responsabilidade Social são ações estratégicas desenvolvidas por uma Organização, em que transforma seus esforços em atividades mais ética e transparente com o público. A partir de uma interligação entre a sociedade e as atividades executadas por esta, tendo por objetivo ampliar seu relacionamento com toda a sociedade. Na busca de um diferencial competitivo, assim como do aumento do fluxo econômico, as empresas enxergam na Responsabilidade Social essa oportunidade. Além de representar ganhos à instituição, ela valoriza a imagem da empresa no Mercado, a fim de apontar as 24 práticas sociais como a nova estratégia dos negócios, visualizando-a como um conceito sempre em construção pelas suas diversas faces. Indicadores de responsabilidade social empresarial social voltado ao público interno, segundo Vergara; Branco (2001), o desenvolvimento profissional e o compromisso com a capacitação de seus empregados é um grande ponto de destaque em uma empresa socialmente responsável. Pois, além da empresa agir conscientemente, no sentido de estabelecer a seus empregados melhores condições de saúde, segurança e ambiente de trabalho, também procura comprometer-se com o futuro deles, em relação a aposentadoria, adotando programas de previdência complementar. As organizações não estão limitando-se apenas a oferecer os chamados benefícios básicos, aqueles que são obrigatórios por lei, estão constantemente à procura de motivar seus funcionários oferecendo planos de benefícios que estão intimamente relacionados com a 13 gradativa conscientização da responsabilidade social das organizações, ganhando os dois lados, tanto as empresas por manter seus funcionários motivados e consequentemente melhores resultados, como também os funcionários, que com maior ganho proporcionará melhoria em sua qualidade de vida e de seus familiares. Em relação a isso Dias (2012), discorre que: [...] a RS deve ser entendida comoelemento fundamental na estratégia empresarial, deve ser concebida como um elemento permanente desta. Para que isso ocorra, deve haver uma mudança de mentalidade no ambiente empresarial, incorporando de vez a ideia de que as organizações formam uma comunidade de pessoas que atuam para a atingir um objetivo comum. (DIAS, 2012, p 19). Para Melo Neto e Froes (2004), empregados e seus dependentes, como agentes sociais, desempenham papéis dentro e fora da empresa. São promotores da Responsabilidade Social Corporativa ao trabalharem como voluntários em programas sociais, ao difundirem valores éticos em suas relações com os diversos públicos da empresa, ao assumirem comportamentos sociais responsáveis em seu cotidiano de vida e de trabalho, ainda para os autores uma empresa exerce plenamente sua Responsabilidade Social quando possui uma gestão eficaz de RS tanto com relação ao seu público interno, quanto ao externo e ainda participa ativamente da comunidade. O Instituto Ethos de Responsabilidade Social, criado em 1998, busca 25 disseminar a prática da RSE, através de mobilização e sensibilização nas empresas, ajudando a gerir seus negócios de forma socialmente responsável, tornando-as parceiras na construção de uma sociedade justa e sustentável como também a implementar políticas e práticas com critérios éticos. Atualmente conta com 667 empresas associadas, onde participam de uma série de atividades que as ajudam a compreender e incorporar a RSE no seu dia a dia. As empresas interessadas pelo tema contam com acesso a fóruns de discussão, reuniões, palestras e debates, bem como, a um banco de dados que vem reunindo práticas empresariais socialmente responsáveis de excelência. Têm acesso, ainda, as publicações de apoio à implementação de políticas e práticas de Responsabilidade Social Empresarial. (Ethos 2014) Corroborando com isso Froes et al (1999), diz que: Uma empresa socialmente responsável, ela deve investir no bem-estar dos seus funcionários e dependentes e num ambiente de trabalho saudável, além de promover comunicações transparentes, dar retorno aos acionistas, assegurar sinergia com seus parceiros e garantir a satisfação dos seus clientes e/ou consumidores. (MELO NETO; FROES, 1999 p. 84) 14 A implementação de práticas de RSE podem ser realizadas por meios das ferramentas de gestão - indicadores ETHOS. Os indicadores abrangem temas como: Relação de trabalho, Desenvolvimento Humano, Benefícios e Treinamento, Saúde e Segurança no Trabalho e Qualidade de vida. Vejamos os indicadores: Relação com empregados (efetivos, terceirizados, temporários ou parciais); Relação com os sindicatos; Remuneração e benefícios; Compromisso com o desenvolvimento profissional; Comportamento frente a Demissões e Empregabilidade; 26 Saúde e Segurança dos Trabalhadores; Condições de Trabalho, Qualidade de Vida e Jornada de Trabalho; Cada indicador proposto pelo Instituto Ethos tem como finalidade específica avaliar como as empresas se comportam em tais situações possibilitando o desenvolvimento de um método de avaliação crítico e construtivo. Aqui destacaremos e definiremos os objetivos para avaliação de cada ponto a ser utilizado em nossa pesquisa. Vale salientar que os indicadores proposto pelo Instituto Ethos são ferramentas oferecidas de maneira gratuita, na qual visa apoiar as empresas na incorporação da Sustentabilidade e da Responsabilidade Social Empresarial em suas estratégias de negócio, de modo que esse venha a ser sustentável e responsável. Tema: Práticas de Trabalho Subtema Indicador Pontos a serem analisados Relações de trabalho Relação com empregados (efetivos, terceirizados, temporários ou parciais) Mantém relação contratual dentro dos parâmetros legais de corresponsabilidade pelo cumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias e das condições de saúde e segurança; Monitora periodicamente o cumprimentos desses requisitos estabelecidos; Oferecem ao trabalhador terceirizado as mesmas condições de saúde e segurança e o acesso aos benefícios básicos desfrutados pelos empregados regulares, como transporte, alimentação, creche, ambulatório, etc. Relação com os sindicatos A empresa cumpre as convenções coletivas das categorias às quais pertencem seus empregados e permite a filiação e o envolvimento deles com os sindicatos sem exercer qualquer tipo de pressão ou represália; A empresa incorpora às suas decisões estratégicas assuntos relevantes para os sindicatos e os engaja em decisões que tratam da reestruturação, expansão ou redução de suas atividades; A empresa permite a atuação dos sindicatos no local do trabalho e elege uma pessoa como responsável pelo 27 estabelecimento da relação do sindicato com os gestores e pela manutenção de canais de comunicação entre eles Desenvolvimento humano, Benefícios e Treinamento. Remuneração e benefícios Busca superar os pisos salariais firmados com os sindicatos; Trata os empregados como recursos, e sua política de estímulos incluem boa remuneração e investimento em desenvolvimento profissional de acordo com plano de carreira, levando em conta habilidades necessárias para seu desempenho atual; Trata funcionários como sócios e estabelece mecanismos para que seus representantes participem da formulação de politicas de remuneração e benefícios, desenvolvimento profissional e mobilidade interna. Desenvolvimento humano, Benefícios e Treinamento. Compromisso com o desenvolvimento profissional Mantém atividades de treinamento e capacitação contínua considerando a aplicabilidade na função atual do trabalhador; Oferece a todos os níveis hierárquicos capacitação contínua e bolsas de estudo para a aquisição de conhecimentos universais, independentes da aplicabilidade na função atual do trabalhador. Comportamento frente as demissões e empregabilidade Segue a legislação em vigor e fornece ao demitido orientações em relação aos procedimentos necessários. Caso haja necessidades de redução de pessoal, procura analisar alternativas de contenção e redução de despesas para evitar demissões em massa; Possui políticas de processos demissionais para que as decisões sejam tomadas com base em avaliações profissionais em impessoais e dá acesso às informações que balizaram o processo para permitir o crescimento profissional da pessoa demitida. Oferece serviços de recolocação e manutenção de benefícios por tempo determinado ao trabalhador demitido sem junta causa Saúde e Segurança no trabalho e Saúde e segurança dos trabalhadores Tem planos de metas para alcançar ou superar os padrões de excelência em saúde, segurança e condições de trabalho em seu setor; Desenvolve campanhas regulares de 28 Qualidade de vida conscientização e oferece acesso a informações relevantes sobre saúde, segurança e condições de trabalho; Pesquisa o nível de satisfação dos empregados em relação ao tema, evidenciando as áreas críticas Condições de Trabalho, Qualidade de Vida e Jornada de Trabalho. A empresa cumpre suas obrigações legais e toma iniciativas com o objetivo de melhorar as condições de trabalho e a qualidade de vida dos empregados; Investe em práticas contínuas de incentivo à qualidade de vida dos empregados e lhes oferece treinamentos profissionais; Desenvolve programas de ou campanhas regulares de conscientização sobre a qualidade de vida e realiza pesquisas para medir o nívelde satisfação dos trabalhadores; 29 2. ESTUDO DE CASO 2.1 – Descrição da Organização 2.1.1 – Denominação simplificada da Organização 2.1.2 – Forma de Atuação Empresa privada e familiar de capital fechado sempre visando fins lucrativos. 2.1.3 – Data da Instituição da Organização A empresa foi fundada por: Geni Toral Godoy, Luiz Gonzaga de Godoy e Marcelo Luiz de Godoy no ano de 1997 no lugar em que era uma padaria antes de ser a organização. Com o tempo, a demanda acabou sendo maior que a oferta, assim tendo que mudar o se endereço para um galpão maior. 2.1.4 – Descrição do Negócio A empresa “Tay-Bru Salgados” é uma organização de capital fechado, no ramo alimentício, onde vende seus produtos o mais fresco possível para lanchonetes, cantinas e bares. 2.1.5 – Informação sobre o Porte da Organização A média de faturamento da empresa é de R$ 120.000,00 ao mês. Atualmente conta com 27 colaboradores e apenas uma instalação. 2.1.6 – Propósito ou Legado O propósito da organização é facilitar a vida de seus clientes, assim oferecendo produtos frescos, onde é só pegar o produto e colocar em sua vitrine para que possa vender boa qualidade ao consumidor final. 30 2.1.7 Principais produtos da Organização Os principais produtos oferecidos são: tortas, empadas, coxinhas, calzones, kibe, etc. 2.1.8 – Processos da Cadeia de Valor Na Tay-Bru existem três tipos de processos de extrema relevância. Sendo eles: compra, produção e venda. Compra: todos os dias são verificados os produtos em estoque. Quando se nota que a matéria prima está baixa, é feito um balanço e logo após o pedido para os fornecedores para que possam entregar dentro do prazo. Eventualmente caso ocorra a falta de algum insumo para a produção, são comprados em supermercados atacadistas. Fluxograma de Compras Produção: com a matéria prima em estoque, podemos seguir com a produção. Nela, um colaborador fica especialmente encarregado por ter as medidas e pesos certos, para que não ocorra diferença entre os produtos. 31 Logo após bater tudo em uma das batedeiras industriais, a massa é cilindrada, que depois vai para a mesa. Com a massa na mesa, é feito os cortes e recheios, de acordo com o formato e tamanho de cada produto. Com o produto já feito, ele vai para o forno, onde fica cerca de 20 a 30 mins para ficar pronto. Venda: a venda acontece de acordo com cada cliente que ligar para fazer o pedido. Para um novo cliente entrar na carteira da empresa, ele deve ligar para pedir uma “visita”, onde a empresa leva amostras dos produtos sem compromisso para que o cliente possa degustar. Logo após, se ele quiser o pedido, deve se fazer um cadastro com seus dados e de sua empresa. 2.1.9 – Principais Equipamentos, Instalações e Tecnologia Utilizados pela Organização. Os principais equipamentos são: cilindro, batedeira, fritadeira, forno industrial, câmara fria. Eles são utilizados no processo de início até o final para a realização de produção do salgado. O 2.2 – Concorrência e Ambiente Competitivo 2.2.1 – Ambiente Competitivo Há uma principal concorrência no mercado com uma empresa chamada “Eliana Salgados”. Os produtos são quase os mesmos, sendo assim o que diferencia é a qualidade dele. O que diferencia a organização das outras é justamente a qualidade de seus produtos usados, sendo apenas de marcas boas e já conhecidas no mercado. 32 Uma das coisas que pode ocorrer a mudar o mercado é a introdução de produtos congelados no mercado, podendo acabar com os produtos frescos. 2.2.2 – Desafios Estratégicos Um aditivo que dificulta o crescimento da empresa são as pessoas que produzem no fundo de suas casas e vendem, sem ao menos ter CNPJ ou um respaldo da Vigilância Sanitária. Uma das coisas que poderíamos ter era uma pequena loja que venderia diretamente ao consumidor, sendo assim tomando frente no atacado e no varejo. O que poderíamos ter para ter mais eficiência era a ajuda da tecnologia para que o processo fosse mais automatizado e rápido. 33 3. APLICAÇÃO DO QUESTIONÁRIO INDICADORES ETHOS Visão e Estratégia Estratégia para a Sustentabilidade Por meio de estudos da empresa, podemos classificar que com relação ao indicador sobre a abordagem se assuntos ambientais, a empresa se encontra no estágio 2. 1.2.1 A empresa inclui interesses de outros públicos, além dos acionistas e clientes, em seu planejamento estratégico. 1.2.2 A empresa realiza estudos de impacto socioambiental e os considera em seu planeja- mento estratégico. 1.2.3. As estratégias de sustentabilidade da empresa têm como objetivo aumentar a eficiência no uso de recursos naturais e reduzir impactos socioambientais. Proposta de Valor Com relação ao segundo indicador, a empresa encontrasse classificada no também no estágio 2. 2.2.1 A empresa diversifica seu portfólio de produtos e serviços com uma ou mais linhas de produtos e serviços que tenham atributos de sustentabilidade. 2.2.2 A empresa possui produtos ou serviços dimensionados para públicos de menor poder aquisitivo, como micros seguros ou microcréditos. Modelo de Negócios Neste indicador a empresa se enquadra no estágio 1. 3.1.1 A empresa dá preferência à compra de insumos ou serviços ambientalmente legais. 34 3.1.2 A empresa dá preferência à compra de insumos ou serviços socialmente responsáveis. Governança e Conduta Código de Conduta Com relação a este indicador classificamos a empresa no estágio 1. 4.1.1 A empresa adota e aplica padrões de conduta para orientar o comportamento de seus empregados. Governança da Organização (Capital Fechado) Em relação a estrutura de governo da organização ela se enquadra no estágio 1. 5.1.1 A empresa cumpre requisitos legais em todas as operações, mesmo que essas leis não sejam fiscalizadas adequadamente 5.1.2 A empresa tem procedimentos para que seus empregados conheçam as leis a que estão submetidos. 5.1.3 A empresa possui estrutura de governança formalizada. Compromissos Voluntários e Participação em Iniciativas de RSE/Sustentabilidade A empresa encontrasse no estágio 1. 6.1.1 A empresa participa de seminários e discussões sobre compromissos voluntários ou iniciativas de RSE/ sustentabilidade. 6.1.2 A administração da empresa inspira sua gestão em algum compromisso ou iniciativa voluntária (Ex. Pacto Global, Carta da Terra, entre outros). 35 Engajamento das Partes Interessadas Classificamos a empresa no estágio 1. 7.1.1 A empresa mantém canais de comunicação mandatórios pela legislação, como SAC ou outro canal, para pelo menos uma parte interessada. 7.1.2 A empresa identifica suas principais partes interessadas para planejar melhor sua comunicação ou iniciar forma de engajamento. 7.1.3 A empresa recebe manifestações de partes interessadas, mantém registros e está respondendo às demandas, mesmo que de maneira informal. Prestação de Contas Relação com Investidores e Relatórios Financeiros: A empresa se enquadra no estágio 1. 8.1.1 A empresa cumpre a legislação societária em que sua natureza jurídica está enquadrada. 8.1.2 A empresa possui um fechamento anual contábil dos resultados, mesmo quando não exigido pela legislação concernente à sua natureza jurídica. 8.1.3 A empresa disponibiliza os documentos de resultados aos principais detentores de participação no capital social. Sustentabilidade Classificamosa organização no estágio 1. 9.1.1 A empresa elabora informativos de sustentabilidade, mesmo que sem periodicidade definida. 9.1.2 A empresa apresenta os informativos de sustentabilidade para o público interno. 36 Comunicação com Responsabilidade Social Classificamos a organização neste indicador no estágio 1. 10.1.1 A empresa cumpre a legislação e códigos pertinentes ao setor, produto ou serviço ao fazer sua comunicação 10.1.2. Nos últimos cinco anos nenhuma peça de comunicação da empresa foi retirada de circulação por conteúdo inapropriado. 10.1.3. As comunicações da empresa são claras e transparentes, não havendo ocorrências de mal-entendidos pelas partes interessadas. 37 4. ANÁLISE DAS RESPOSTAS Visão e Estratégia Indicador 1 – Estratégia para a Sustentabilidade No primeiro indicador relacionado a sustentabilidade e ambiente, selecionamos o estágio 2 uma vez que ela busca não desperdiçar seus recursos e visa com isso a redução de impactos ambientais, formular estratégias para a diminuição e estratégias sustentáveis visando aumentar a eficiência do uso de seus recursos. Indicador 2 – Proposta de Valor: Neste indicador classificamos a empresa no estágio 2 também, uma vez que a empresa trabalha com produtos alimentícios variados, que visam atender vários tipos de público, inclusive estudantes como lanchonetes dentro de faculdade, e pessoas que frequentam bares noturnos. Indicador 3 – Modelo de Negócio: Em modelo de negócio classificamos a empresa no estágio 1, pois as compras de seus insumos são totalmente legais e dentro dos parâmetros da legalidade, e como se tratam de alimentos, também dentro a liberação da Anvisa e vigilância sanitária. Governança e Conduta Indicador 4 – Código de Conduta: A empresa se enquadra no estágio 1 pois ela vê como dever de ela passar para seus funcionários (por mais que sejam poucos por se tratar de uma empresa familiar) padrões de boa forma e boa conduta com os demais funcionários e clientes. Indicador 5 – Governança da Organização (Capital Fechado): 38 Sabemos que nem sempre as leis são fiscalizadas com vigor e periodicamente, mas a organização se enquadra no estágio 1, pois mesmo que as leis não sejam verificadas a empresa cumpre com as mesmas, além do mais a organização possui uma estrutura de Governo estruturada e simples por se tratar de uma empresa familiar. Indicador 6 – Compromissos Voluntários e Participação em Iniciativas de RSE/Sustentabilidade: Neste indicador, na realidade foi mais complicado enquadrar ela em algum dos estágios, pois ela não participa de muitos seminários e palestras, mas seus responsáveis (diretores), buscam sempre assumir algum compromisso relacionado. Indicador 7 – Engajamento das Partes Interessadas A empresa foi classificada no estágio 1, ela possui canais de comunicação como por exemplo os telefones fixos e moveis e também WhatsApp, para que possam receber reclamações e elogios de seus clientes ou fornecedores, esta é uma forma que foi planejada para receber o melhor fluxo de informações a respeito da empresa. Prestação de Contas Indicador 8 – Relações com Investidores e Relatórios Financeiros: Neste caso a empresa se enquadra no estágio 1 deste indicador, pois ela cumpre com suas obrigações dentro da lei conforme sua natureza jurídica, mesmo sendo uma empresa familiar, a empresa realiza seu fechamento contábil anual, o que auxilia em próximos planejamentos. Indicador 9 – Sustentabilidade: A que melhor a empresa se enquadra é no estágio 1 deste indicador, ela trabalha a favor do meio ambiente, e tenta conscientizar seus funcionários e até mesmo clientes, entretanto não possui algo regular, ou seja que apresente com certa frequência e data exata. 39 Indicador 10 – Comunicação com Responsabilidade Social: Como abordado anteriormente a empresa possui canais de comunicação fáceis e rápidas para seus clientes e fornecedores, classificamos a mesma neste indicador no estágio 1, a empresa possui uma boa conduta frente a legislação, e não sofreu nenhum problema nos últimos cinco anos, envolvendo seu produto ou relacionado ao seu atendimento. 40 5. SUGESTÃO DE MELHORIA Visão e Estratégia Indicador 1 – Estratégia para a Sustentabilidade Seria interessante a empresa em um primeiro momento, incluir aspectos socioambientais nas decisões de financiamento, investimento ou operação e nas projeções de valor econômico. Elaborar um planejamento estratégico que contemple cenários de longo prazo relacionados as questões socioambientais, e identificar os impactos em sua cadeia de valor e assim adotar procedimentos de gestão de impactos socioambientais em sua cadeia de valor, com isso ela atingiria o estágio 4. Indicador 2 – Proposta de Valor Seria interessante desenvolver um aprimoramento de métodos mais eficientes ambiental e socialmente para oferecer produtos, ao desenvolve-lo de modo a solucionar problemas sociais, ambientais ou éticos. Assim obtendo resultados tangíveis. E também envolver-se em políticas públicas favoráveis a um modelo sustentável de produção e consumo. Assim, atingiria os estágios 4 ou 5. Indicador 3 – Modelo de Negócio A empresa poderia atingir os estágios 4 ou 5 desenvolvendo melhorias nas suas parcerias com fornecedores visando a melhoria de seus processos de gestão, ver que RSE/sustentabilidade são fatores condicionantes para o crescimento econômico da empresa. Bom seria também se a empresa gerasse um novo modelo de negócios que visa conciliar lucro e inclusão social. Assim como criar novas atividades que contribua para a mitigação de um risco ambiental ou social. Governança e Conduta Indicador 4 – Código de Conduta: A empresa poderia desenvolver um programa de capacitação de seus empregados (a empresa é familiar e com poucos funcionários, porem aplicar este tipo de programa, traria bons resultados) próprios sobre o código de conduta. Criar um procedimento de divulgação periódica de comportamentos exemplares. E assim conseguir avançar para o estágio 3. E aos poucos ir melhorando suas políticas de conduta, podendo incluir sanções ou punições formais 41 em caso de violação da mesmo, poderia também em primeiro caso, ser avaliado e aprovado por um órgão ou diretoria de governança superior. Indicador 5 – Governança da Organização (Capital Fechado): A empresa mesmo sendo pequena e familiar, poderiam implantar um controle interno e externo e acompanhar periodicamente seus resultados, e também criar uma iniciativa de diálogo e engajamento com as partes interessadas, com estes ajustes ela poderia se enquadrar no estágio 2. Indicador 6 – Compromissos Voluntários e Participação em Iniciativas de RSE/Sustentabilidade: Notamos que a empresa não se enquadra em nenhum dos estágios do indicador 6. Portanto, para mudar isso, a empresa poderia assinar compromissos voluntários e discussões a eles associados para se engajar melhor neste meio, assim como procurar a participar de seminários e discussões sobre compromissos voluntários, ou iniciativas em RSE/Sustentabilidade e ter uma gestão inspirada disso. Indicador 7 – Engajamento das Partes Interessadas A empresa poderia criar mais canais de comunicação para relacionamento com suas partes interessadas priorizadas, assim como aderir um sistema de registros de demandas e queixas, como por exemplo a ouvidoria, para assimrecepcionar melhor as opiniões para gerar relatórios gerenciais e planos de engajamento, assim poderia atingir o estágio 2. Prestação de Contas Indicador 8 – Relações com Investidores e Relatórios financeiros: A empresa poderia divulgar seu fechamento anual e mantê-lo em um canal de comunicação aberto para que as partes interessadas possam esclarecer dúvidas. Indicador 9 – Sustentabilidade: A empresa poderia publicar seu relato de sustentabilidade com periodicidade definida anualmente, descrever suas ações sociais e ambientais que adotou neste período e apresentar dados quantitativos neste relato. 42 Indicador 10 – Comunicação com Responsabilidade Social: Inclusão dos princípios de RSE/Sustentabilidade em suas comunicações e assim minimizar ainda mais os impactos ambientais negativos dos materiais usados. E também usar sua comunicação com responsabilidade para estimular mudanças de comportamento, assim como direcionar e incentivar sua cadeia de valor a realizar comunicações transparentes e responsáveis. Com isso poderiam atingir os estágios 2 ou 3. 43 6. CONSIDERAÇÕES FINAIS Baseando-se no conhecimento passado a nós alunos do curso de Administração, o trabalho foi desenvolvido na empresa, que teve como base a matéria âncora Processos Organizacionais (PO). Através do desenvolvimento do trabalho, pudemos ver na prática a importância de uma sequência lógica de atividades para atingir o objetivo estabelecido pela organização e a importância da Responsabilidade Social Organizacional dentro de uma empresa. Ao longo do trabalho podemos observar alguns requisitos determinados pela Norma ABNT NBR ISSO 26000:2010, onde nos mostra que as organizações não visam praticar a responsabilidade social apenas como um ato de colaboração para a sociedade, ou seja, apenas para retratar uma boa imagem, mas sim devido a um mercado globalizado onde a maioria das organizações são capitalistas, as mesmas buscam um retorno financeiro utilizado a RS, também o aumento da exigência de uma carteira de fornecedores mais qualificados para agregar maior valor a seu produto final. É perceptível que a responsabilidade social ainda é uma base constituída somente de conceitos e ideias, mas sem desenvolvimento ativo por parte da sociedade, pois as pessoas sabem da importância da pratica da RS e como deve ser aplicado, porem nas ações sociais realizadas o público alcançado e bem inferior à mobilização. Contudo busca-se desenvolver novas ferramentas para a inserção tanto da sociedade, quanto das organizações para que possa se constituir um ambiente mais sustentável. Todos os temas e tópicos abordados no trabalho foram muito importantes para que pudéssemos observar o quão importante é a responsabilidade social nas organizações, também pudemos aprender a importância de realizar a análise sobre os elementos abordados dentro da empresa. Entretanto outro fato citado e explicado de extrema importância foi às soluções aplicadas para as situações anormais que acabam ocorrendo dentro da empresa. Devido ao estudo realizado e em todas as estratégias realizadas na ação social, concluímos que a responsabilidade social é um fator de suma importância para o desenvolvimento socioambiental tanto nas organizações, quanto no ambiente externo. 44 7. REFERÊNCIAS http://www.blog.msbrasil.com.br/a-importancia-da-responsabilidade-social/ Formentini, Márcia. Responsabilidade social como estratégia competitiva na formação da imagem empresarial. Disponível em: http://www.manuelgama.adm.br/docs/social/Responsabilidade%20social%20como%20estrat %E9gia%20da%20imagem%20empresaria.doc Oliveira, Luciane Rosa de; Camfild, Luis Henrique Ramos. Responsabilidade social como ferramenta gerencial. Disponível em: http://www.unifra.br/cursos/administracao/tfg/Luciane%20Oliveira.htm#_ftn1 Arrebola, Marcelo Correia. Responsabilidade Social: um novo paradigma estratégico de lucratividade e bem estar social. (Revista ANGRAD, Set./2004) Petrobras – O Desenvolvimento Sustentável no Século XXI. Disponível em: http: //www.brasilpnuma.org.br/pordentro/artigosoo9.htm Petrobras – Meio Ambiente. Disponível em: http: //www.petrobras.com.br Sustentabilidade. Disponível em: http: //pt. wikipedia.org/wiki/sustentabilidade O Caso Petrobras. Disponível em: http://www.maxwell.lambda.ele.puc-rio.br/cgi- bin/PRG_0599.EXE/5772_5.PDF?NrOcoSis=15639&CdLinPrg=pt Gestão: Consolidação da nova cultura. Disponível em: http://www2.petrobras.com.br- Minisite Pegaso. ABNT. NBR ISO 26000 - Diretrizes sobre responsabilidade social. Rio de Janeiro: 2010. Disponível em: Acesso em: 10 Jun. 2016. BARBIERI, J. C.; CAJAZEIRA, J. E. R. Responsabilidade Social Empresarial e Empresa Sustentável: Da teoria à prática. São Paulo: Saraiva: 2009. BORGES, J. F.; MIRANDA, R.; VALADÃO JÚNIOR, V. M. O Discurso das 45 Fundações Corporativas: Caminhos de uma “Nova” Filantropia. Revista de Administração de Empresas, v. 47, n. 4, p. 101 - 115, 2007. 46 8. APÊNDICE Fachada da Empresa Lateral da Empresa 47 Área Interna da Empresa Área Interna da Empresa
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