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ENFERMIDADES NO GRUPO GERIÁTRICO - PARTE 3 MSc RENATA REIS DOENÇAS GASTROINTESTINAIS • O estômago sofre alterações estruturais, na motilidade e na função secretora. • Acontece uma redução da síntese de ácido clorídrico, dificultando o processo digestório. ENVELHECIMENTO ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS DOENÇAS GASTROINTESTINAIS •Observa-se uma redução do fluxo sanguíneo para a mucosa gástrica, comprometendo, assim, a resistência da mucosa gástrica que fica vulnerável a infecções. •A redução da velocidade de esvaziamento gástrico leva a uma saciedade precoce. DISFAGIA É considerada uma dificuldade de deglutição que pode provocar pneumonia e como consequência aumentar a mortalidade e morbidade, especialmente em idosos. A DISFAGIA pode causar complicações como desnutrição e desidratação. É uma condição comum em idosos como consequências de doenças neurodegenerativas e sequelas de AVC. DISFAGIA De acordo com o Consenso Brasileiro de Disfagia em Idosos Hospitalizados (2010), uma equipe multidisciplinar mínima para realização de uma triagem deve ser composta por nutricionista, médico, enfermeiro e fonoaudiólogo para aplicabilidade das diretrizes desse consenso. Os sintomas frequentes da disfagiasão: •Regurgitação nasal •Tosse •Engasgo •Pneumonias recorrentes DISFAGIA O Nutricionista deve orientar o paciente idoso com disfagiaa: • Fazer várias refeições ao dia de pequenos volumes de 3/3 ou 4/4 horas; • Engrossar os alimentos líquidos, tornando-os pastosos; • Enriquecer a alimentação, tornando-a mais energética para evitar desnutrição; • Avaliar a necessidade de uso de terapia nutricional enteral, em caso de ingestão energética insuficiente (<60%NEE). DISFAGIA DISFAGIA Sucos • Mais grossos, utilizando frutas como manga, goiaba, banana, mamão e abacate. Vitaminas • Bater o leite com as frutas acima mencionadas, podendo acrescentar farinha de aveia ou aveia em flocos para engrossar (homogeneizar bem). O iogurte também pode ser acrescentado para dar mais consistência. Leite • Engrossar com amido de milho, fécula de batata, e farinhas de trigo, arroz, milho e aveia, na forma de mingau. Sopas • Incluir no preparo da sopa mandioca, inhame, cará, batata inglesa, batata doce, fubá ou biomassa de banana verde para engrossar. ACLORIDRIA • Com o processo de envelhecimento, ocorre uma redução da secreção do ácido clorídrico, como consequência da redução das células parietais. • Essa condição pode comprometer a produção do fator intrínseco e consequentemente a absorção da vitamina B12 (cianocobalamina), ferro e cálcio. A acloridria vai aumentando com a idade e vai se intensificando com o uso crônico de medicações, como os inibidores da bomba de prótons. INTOLERÂNCIA À LACTOSE • A lactose só é encontrada no leite dos mamíferos em diferentes concentrações. • Para a hidrólise da lactose em glicose e galactose é necessário a ação enzimática da lactase. • Com o avançar da idade, essa enzima vai diminuindo a sua expressão, causando alguns desconfortos. INTOLERÂNCIA À LACTOSE DISTENSÃO ABDOMINAL DOR ABDOMINAL FLATULÊNCIA DIARREIA INTOLERÂNCIA À LACTOSE Além da dieta restritiva, há a possibilidade de ingestão da enzima lactase, que deve ser ingerida juntamente com o produto lácteo. Só devem ser usados com prescrição médica. O Nutricionista deve orientar a retirar da alimentação os produtos lácteos, entretanto, deve se atentar às recomendações de cálcio pelo fato dele ser importante na formação e fortalecimento dos ossos e dentes, contração muscular, coagulação do sangue, entre outras funções. SUPLEMENTAÇÃO DE ENZIMAS 200 mg de lactase/cápsula 600 mg lactase/cápsula 125 mg de lactase/cápsula600 mg de lactase/cápsula * Ingerir 30min antes de alimento que contenha lactose. ALTERAÇÃO DO TRÂNSITOINTESTINAL A constipação pode ser secundária a um problema de doença que chamamos de orgânica por meio de patologias capazes de impedir o movimento do conteúdo intestinal ou funcional quando é fruto de hábitos alimentares errados. ALTERAÇÃO DO TRÂNSITOINTESTINAL O hábito da defecação envolve caraterísticas diferentes para cada indivíduo. Porém, é considerada uma evacuação regular de forma diária ou até três vezes na semana, se apresentar característica normal de volume, forma, consistência, cor e não apresentar sensação de desconforto retal. ALTERAÇÃO DO TRÂNSITOINTESTINAL A modificação dos hábitos alimentares nos idosos, como a diminuição da ingestão de alimentos ricos em fibras e da ingestão de água, contribui para a obstipação nos idosos. ALTERAÇÃO DO TRÂNSITOINTESTINAL • Diarreia é o sintoma caracterizado pelo aumento do número de evacuações e alterações na consistência. • A diarreia crônica no idoso é considerada quando apresenta um período maior do que 15 a 21 dias. Geralmente, é causada por agentes infecciosos e pode acarretar desidratação, desnutrição e até óbito. ESCALA DE BRISTOL ALTERAÇÃO DO TRÂNSITO INTESTINAL NO CASO DE OBSTIPAÇÃO, O NUTRICIONISTA DEVE ORIENTAR A: • Utilizar diariamente cereais integrais; • Comer feijões, ervilhas, grão-de-bico, lentilha e outras leguminosas, pois são excelentes fontes de fibras; • Ingerir hortaliças e frutas frescas, que devem ser consumidas com casca sempre que possível; • Manter os horários das refeições; • Aumentar o consumo de água. ALTERAÇÃO DO TRÂNSITO INTESTINAL NO CASO DE DIARREIA, O NUTRICIONISTADEVE ORIENTARA: • Aumentar a ingestão de líquidos entre as refeições (2 a 3 litros). • A oferta de líquidos deve ser em pequenas porções, várias vezes ao dia (água, sucos, chás, gelatinas); • Utilizar alimentos constipantes, como tapioca, água do arroz, maçã sem casca,banana, maçã, goiaba sem cascae sem semente, amido de milho; • Evitar o consumo de alimentos laxantes, como verduras cruas e cozidas, cereais integrais, amendoim, frutas como laranja, mamão, ameixa, abacate, leite integral e derivados (queijos gordos, doce de leite, creme de leite). PROBIÓTICOS Populações de importância fisiológica para o consumidor 108 UFC/mL ou g PREBIÓTICOS ASPARGO ALHO CHICÓRIA ALCACHOFRA BANANA MEL AÇÚCAR MASCAVO CENTEIO TOMATE SIMBIÓTICOS Combinações adequadas de pré e probióticos. Dose máxima: 20g/dia ALTERAÇÕES DA PELE O risco de lesão aumenta com a redução dessa barreira de proteção e pode causar as úlceras por pressão, que acontecem, principalmente, em idosos acamados. Durante o envelhecimento, a pele sofre algumas alterações: Redução da sua atuação como barreira contra fatores externos Perda da elasticidade Aumento da flacidez Maior secura, em virtude da redução do número de células sudoríparas ÚLCERA POR PRESSÃO Úlcera por pressão (UPP) é um problema grave, particularmente nos idosos com dificuldade de mobilização ou em situações de doenças degenerativas. As UPPs são lesões causadas por pressão ou fricção que, ao longo do tempo, podem levar a morte do tecido. Essas lesões geralmente acontecem em locais onde há mais proeminências ósseas, como calcanhar, quadril e cotovelo. ÚLCERA POR PRESSÃO Essas lesões podem piorar o estado já crítico dos idosos com problemas namobilidade. Existem algumas medidas preventivas que normalmente são realizadas por uma equipe de enfermagem para reduzir o aparecimento das UPPs de pessoas com predisposição. Essas medidas são: • Checar as áreas vulneráveis da pele; • Promover mudança de posição de duas em duas horas; • Colocar um colchão de poliuretano (colchão de caixa de ovo); • Proteger as saliênciasósseas com rolos e travesseiros. ÚLCERA POR PRESSÃO • A terapia nutricional tem como objetivo principal garantir as necessidades nutricionais para a manutenção do estado nutricional. • Indica-se de 30 a 35kcal/kg/dia de energia, podendo variar de acordo com as doenças concomitantes; pelo menos 1,2-1,5 g/kg/dia de proteínas. ´ ´ DOENÇAS DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO • O tecido muscular representa cerca de 40% do peso total do corpo. • Ele tem como características: excitabilidade, contractilidade e elasticidade, funções de sustentação à estrutura óssea e movimento do corpo. DOENÇAS DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO O tecido ósseo é um sistema orgânico em constante remodelação. Entretanto, com o envelhecimento, acontece a atrofia óssea. DOENÇAS DO SISTEMA MUSCULOESQUELÉTICO • O tecido esquelético é a maior massa tecidual do corpo humano e, com o envelhecimento, há uma redução lenta e de forma progressiva. Essa redução está relacionada com a diminuição da força muscular e velocidade de contração. • A musculatura do idoso desenvolve com lentidão as funções motoras. Dores e disfunções são as queixas mais frequentes nos idosos e causa de incapacidade nessa faixa etária. INSTABILIDADE POSTURAL E QUEDAS No processo do envelhecimento, o idoso está propenso a quedas e fraturas por vários motivos. Omais comum é o declínio da mobilidade. As quedas nos idosos podem gerar complicações, como: Isolamento social Hipoatividade Dependência das suas atividades diárias básicas Aumento da morbidade Óbito INSTABILIDADE POSTURAL E QUEDAS Faz-se necessário realizar programas de atividade física supervisionadas para idosos, como prevenção das quedas. OSTEOPOROSE • É uma doença osteometabólica, silenciosa, caracterizada pela redução da massa óssea e deterioração do tecido ósseo que predispõe a quedas e fraturas. • A incidência de osteoporose aumenta com a idade e está associada com a piora da qualidade de vida do idoso. OSTEOPOROSE O tratamento envolve medidas medicamentosas e não medicamentosas (a atividade física pode proporcionar um fortalecimento muscular, ajudando na prevenção de quedas; o uso de álcool e tabaco também devem ser desencorajados). O nutricionista deve orientar uma alimentação rica emcálcio, com manutenção de uma atividade física eaporte adequado de Vitamina D. OSTEOPOROSE O diagnóstico é realizado por meio de radiografia. Entretanto, para a melhor decisão de tratamento, é importante a RNM (Ressonância Nuclear Magnética). • Considerada uma patologia progressiva relacionada à funcionalidade no idoso. • Suaincidência vai aumentando com a idade. • As articulações são mais atingidas e o joelho é o mais comumente comprometido. ALTERAÇÕES DO SISTEMAIMUNE O declínio do sistema imune, nervoso e endócrino marca progressivamente o envelhecimento. O sistema imunológico, constituído de células, órgãos e moléculas, é responsável pela defesa do organismo contra microrganismos ou contra transformação maligna dascélulas. Os idosos sofrem com doenças infecciosas e alguns fatores têm sido responsáveis, como: capacidade de proliferação de linfócitos T prejudicada e resposta reduzida das célulasT. CASO CLÍNICO N.M.O., sexo masculino, 72 anos, admitido no hospital com quadro de diarreia há 1 semana. História clínica: HAS, intolerante à lactose, sequela de AVC, acamado há 2 anos, apresenta úlceras por pressão sacral grau 2. Dados antropométricos: Altura estimada = 1,67m, peso estimado = 60Kg, CP = 29cm. A) Qual o diagnóstico nutricional do paciente? B) Quais os objetivos da terapia nutricional? C) Qual a sua conduta nutricional para o tratamento de todas as comorbidades do paciente? D) Elabore um plano alimentar qualitativo para N.M.O.
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