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Química de Produtos Naturais Alcalóides: Triptofano Discentes: Anne Caroline da Silva Duarte Docente: Dr. Paulo Sérgio Pereira Alcalóides: substâncias naturais caracterizadas principamente pela presença de um N heterocíclico, que pode se apresentar como amina secundária, terciária, amida ou sal de amônio quaternário. Nicotina Morfina ALCALÓIDES São substâncias básicas ( pertence a função amina) identificadas pela presença do átomo de nitrogênio dentro de um ciclo. Propriedades Contém nitrogênio São básicos Gosto amargo Geralmente são sólidos brancos (exceção -nicotina) Nas plantas, podem existir : no estado livre, como sais ou como óxidos. Podem ser classificados pela: atividade BIOLÓGICA, estrutura QUÍMICA, origem BIOSINTÉTICA (maneira de produção na planta). ALCALÓIDES FONTES DE ALCALÓIDES Os alcalóides formam um grupo muito vasto de metabólitos que podem ocorrer tanto em microorganismos como plantas superiores e inferiores e ainda em animais, apesar de nestes últimos ocorrerem com muito menor frequência. Distribuem-se por toda a planta, acumulando-se nos tecidos vivos de crescimento ativo, células epidérmicas e hipodérmicas, bainhas vasculares e vasos lactíferos. ALCALÓIDES A biossíntese dos alcalóides inclui um aminoácido.(exceto pseudo alcalóides) Ornitina Lisina Fenilalanina Tirosina Triptofano ácido antranílico Aminoácidos Triptofano O triptofano possui um anel indólico ligado a um grupo metileno. A cadeia lateral indol incomum do triptofano é também o núcleo do importante neurotransmissor serotonina, que é biossintetizado a partir do triptofano. Os alimentos ricos em proteínas são boas fontes de triptofano, assim como os ovos, o coco, o peixe e a carne, perú, bananas, tâmaras secas e amendoins. Indol é um composto orgânico aromático heterocíclico. Possui uma estrutura que consiste em um anel benzênico (6 carbonos) acoplado a um anel de pirrol (anel de 5 membros com um nitrogênio). Os alcaloides são derivados do triptofano ou do seu derivado descarboxilado, triptamina. Alcalóides Indólicos Reação promovida pela enzima triptofano carboxilase (TDC) NOME POPULAR PARTE UTILIZADA ALCALÓIDE EMPREGO TERAPÊUTICO SINTOMAS DA INTOXICAÇÃO ESPORÃO -DE -CENTEIO ESCLERÓCIO RECOLHIDO SOBRE A ESPIGA DE CENTEIO ERGOTAMINA CONTRAÇÃO INTENSA NOS MÚSCULOS UTERINOS E ENXAQUECA NÁUSEA, VÔMITOS, PARESTESIA IOIMBE CASCAS DO TRONCO IOIMBINA IMPOTÊNCIA MASCULINA, HIPOTENSÃO ORTOSTÁTICA NÁUSEA, VÔMITOS VINCA PARTES AÉREAS VINCRISTINA E VIMBLASTINA LEUCEMIA (VINCRISTINA), CÂNCER DE OVÁRIO (VIMBLASTINA) ______ Os alcalóides indólicos podem ser subdivididos em alcaloides indólicos monoterpênicos e alcaloides indólicos β–carbonílicos. Alcaloides indólicos monoterpênicos: Estes alcaloides são, quase sempre, produtos de condensação da triptamina com o secoiridoide secologanina, que é formado a partir do monoterpeno pirosfato de geranila. A maioria dos alcaloides indólicos são encontrados em três famílias da ordem Gentianales: Loganiacae, Apocynaceae e Rubiaceae. Nessa ordem são encontrados principalmente alcaloides indólicos monoterpênicos. Loganiacae Apocynaceae Rubiaceae Os alcaloides indólicos β–carbonílicos são derivados mais simples em que o terceiro anel (anel C) está fechado por condensação com formato ou acetato. As β–carbonilas têm como característica em comum a presença de mais um anel de seis membros, sendo também conhecidas como alcaloides do tipo harmano. Alcalóides quinólicos Nesse grupo encontram-se várias espécies de Cinchona e híbridos, pertencentes à família Rubiaceae. Os alcaloides quinólicos são derivados do triptofano e se destacam a quinina, quinidina, cinchonina e cinchonidina. Catabolismo do triptofano: ácido quinólico Ácido corísmico O ácido corísmico, resultante de uma molécula de ácido chiquímico e uma de fosfoenolpiruvato, origina os aminoácidos aromáticos, precursores de vários tipos de alcalóides. As vias biossintéticas que formam os aminoácidos aromáticos estão presentes em plantas, fungos e bactérias, mas não me animais. Os alcalóides originam-se de aminoácidos, mas precisam de outros precursores. A redução do corismato e a incorporação de amônia conduzem, via ácido antranílico, ao aminoácido essencial triptofano, que é o precursor dos alcalóides indólicos. Os aminoácidos quinolínicos também derivam parcialmente do aminoácido triptofano. Biossíntese do Triptofano Alcalóides derivados do triptofano Os alcalóides que se formam possuem uma unidade estrutural de indolle-C2N proveniente do triptofano Podem considerar-se dois tipos estruturais: Alcalóides de estrutra semelhante ao triptofano ou ainda condensada com outra unidade C2 proveniente de piruvato Alcaloides derivados de biossintese mista triptofano/mevalonato Triptofano Para muitos seres vivos (incluindo humanos), o triptofano é indispensável para evitar doenças e morte mas não pode ser sintetizado pelo organismo, de modo que precisa ser ingerido; em suma, é um aminoácido essencial. Aminoácidos constituem as peças a partir das quais se montam proteínas e o triptofano, ainda que pouco frequente, desempenha importantes papéis estruturais e funcionais quando presente. O triptofano é um precursor bioquímico dos seguintes compostos: Serotonina (neurotransmissor): no Sistema Nervoso Central, o triptofano sofre hidroxilação (pela atuação da enzima triptofano hidroxilase), originando o 5-hidroxitriptofano, que, por sua vez, sofre descarboxilação (pela atuação da enzima L-aminoácido aromático descarboxílase), dando origem à serotonina. Auxinas: grupo de substâncias orgânicas, dde ocorrência natural, que atuam em processos fisiollógicos, em baixas concentrações. Atuam em processos fisiológicos como: Crescimento Diferenciação Desenvolvimmento Auxina (fitormônios) Em 1989, uma empresa nos EUA, a Showa Denko K.K, que produzia L-triptofano, modificou uma bactéria que começou a ser usada para aumentar a produção industrial de L-triptofano. A partir do momento em que este novo triptofano começou a ser utilizado, começaram a ocorrer diversas mortes causadas por uma doença auto-imune onde as próprias celulas de defesa do organismo começam a atacar o corpo e causava aumento das células sanguíneas chamadas eosinófilos e mialgia (dores musculares). Por a empresa não ter fornecido informações sobre a bactéria utilizada, os cientistas não conseguiram determinar exatamente a causa e nem a cura da doença. Caso histórico Sabe-se que mais de 40 pessoas morreram em decorrência do uso do L-triptofano e muitas outras ficaram permanentemente inválidas. A empresa Showa Denko K.K afirmou que logo após evidências desta doença, destruiu toda e qualquer forma desta bactéria. Nunca houve relatos de problemas relacionados a este aminoácido quando produzido de fermentação, que era o modo empregado antes das bactérias. Referências LEHNINGER, A. L. PRINCÍPIOS DE BIOQUÍMICA. RIBEIRÃO PRETO: SARVIER, 2002. SIMÕES, C. M. O; SCHENKEL, E. P.; GOSMANN, G.; MELLO, J. C. P.; MENTZ, L. A.; PETROVICK, P. R. (eds.). Farmacognosia: da planta ao medicamento. 6ª. Ed. Editora Universidade/UFRGS, 2010.
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