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Disciplina: Psicologia da Educação Autores: M.e Fabiane Lopes Revisão de Conteúdos: Esp. Marcelo Alvino da Silva Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso Ano: 2016 Psicologia da Educação ANO 2016 PALAVRA DA INSTITUIÇÃO Caro(a) aluno(a), Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz! Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier, nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão Universitária. A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas também brasileiros conscientes de sua cidadania. Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e estudantes. Bons estudos e conte sempre conosco! Faculdade São Braz Apresentação da disciplina Nesta disciplina serão abordados os conceitos e fundamentos sobre a Psicologia, buscando a compreensão da Psicologia como Ciência para perceber a sua função no desenvolvimento, contextualizando-se as características da Psicologia do Desenvolvimento e da Psicologia da Educação. Serão evidenciadas as teorias, tendências e conceitos embasados em Piaget (relacionados com a prática escolar), e a tendência pedagógica desenvolvida a partir das ideias e concepções de Vygotsky, traçando as semelhanças e divergências entre ambas as teorias (de Piaget e de Vygotsky). Para finalizar será abordada a importância da humanização, e os seus reflexos positivos no processo de ensino-aprendizado. Aula 01 – Conceitos e fundamentos da Psicologia Apresentação da Aula 01 Nesta aula serão abordados os conceitos e fundamentos sobre a Psicologia, buscando a compreensão da Psicologia como Ciência para perceber a sua função no desenvolvimento, contextualizando-se as características da Psicologia do Desenvolvimento e da Psicologia da Educação. 1. Conceitos e fundamentos da Psicologia O conceito de Psicologia, deriva-se de palavras gregas que significam “estudo da mente ou da alma”, é definida como a “Ciência que estuda o comportamento humano e os processos mentais”. A psicologia estuda: desenvolvimento humano, aprendizagem, consciência, percepção, memória, motivação, pensamento, linguagem, emoção, inteligência, personalidade, comportamento social, psicopatologia, fatores que estão intrinsecamente ligados ao desenvolvimento da aprendizagem. É através da Psicologia que os indivíduos serão constituídos, fornecendo elementos para o mundo social ao qual estão inseridos, nas variáveis: Biológicas; Históricas; Culturais. Miranda (2001), afirma que: A psicologia, por sua vez, sob forte inspiração positivista, reduz a realidade social do homem ao seu componente psíquico. Assim, a Psicologia Moderna, que vem ao auxílio da Pedagogia Nova será, portanto, igualmente individualista, naturalista e biológica. (MIRANDA, 2001, pág. 130). Tais fatores serão determinantes para conhecer o modo de ser e agir dos indivíduos com e para o mundo. Os principais temas estudados na Psicologia: desenvolvimento humano; aprendizagem; consciência; percepção; memória; motivação; comportamento social; personalidade; psicopatologia; pensamento; linguagem; emoção; inteligência. A Psicologia, como é conhecida, nasceu na Alemanha, em 1875, com a criação de um laboratório de experimentos de Psicofisiologia, por Wilhelm Wundt. É a Psicologia que determina o objeto de estudo, através do comportamento, da vida psíquica e da consciência; ela delimita seu campo de estudo, diferenciando outras áreas do conhecimento; formula métodos de estudo de acordo com indivíduos que age; e formula teorias, através do conhecimento específico da área de atuação. Psicologia é uma Ciência e uma profissão. CIÊNCIA Disponibiliza à comunidade diferentes campos e saberes (saúde e educação). PROFISSÃO Contribui para o avanço do conhecimento do indivíduo, através de métodos observacionais e experimentais, estudos de caso, métodos clínicos, estudos correlacionais. Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Amplie seus estudos lendo o livro Psicologia, de autoria de Henry Gleitman; Dabiel Reisberg e James Gross, a obra evidencia a importância da psicologia em sua totalidade (expondo teorias, pesquisas e métodos), propondo a compreensão desses elementos e as suas interligações. 1.1 Psicologia do Desenvolvimento Com relação à Psicologia do desenvolvimento, percebe-se por meio da observação das características inatas e influências externas. As pessoas podem, com a psicologia do desenvolvimento, entender mais a si mesmas através da influência dos seus atos no cotidiano. O homem deve ser o sujeito de sua própria educação e os saberes fazem- se através de uma superação constante. A educação tem caráter permanente, já que não há seres educados e não educados. Estamos todos nos educando. Quando o homem compreende sua realidade, pode levantar hipóteses sobre o desafio dessa realidade e procurar soluções e a educação não é um processo de adaptação do indivíduo à sociedade, pois a mesma deverá estimular a opção e afirmar o homem como homem. Adaptar é acomodar, não transformar e a educação não é um processo de adaptação do indivíduo à sociedade. Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Amplie seus estudos lendo os livros O desenvolvimento da pessoa: da infância à terceira idade, de autoria de Kathleen Stassen Berger; e Psicologia do desenvolvimento: Infância e adolescência, de autoria de David R. Shafer, as obras evidenciam de maneira clara e importância da Psicologia no processo de desenvolvimento humano e como reagem aos reflexos externos. 1.2 Psicologia da Educação A Psicologia da Educação, por sua vez, vai estudar todas as formas de manifestação e comportamento no ambiente escolar, aplicando seus métodos e teorias, para a comprovação da realidade na qual os alunos estão inseridos. A finalidade da Psicologia da Educação é oferecer o conhecimento da natureza humana aos estudiosos da Teoria da Educação, colocando os professores em contato com o estudo científico, e com o desenvolvimento mental dos indivíduos. Goulart (2000), afirma que: A Psicologia da Educação compreende, pois, a utilização de conclusões obtidas em diversas áreas das ciências psicológicas sobre assuntos que interessam especificamente à educação e à investigação de problemas relacionados às pessoas sob ação educativa. (GOULART, 2000, pág. 14) O saber se faz através de uma superação constante, e nesse contexto a escola exerce um papel importante. A escola apresenta funções sociais que devem ser cumpridas para melhorar a sociedade: Atender os projetos sociais definidos pelo estado; Educar o cidadão para ser parte importante na sociedade; Acompanhar o desenvolvimento dos alunos e seu impacto na comunidade. O Estado cumpre uma função social importante, atuandocomo definidor de um projeto social por meio da educação escolar. A educação deve ser desinibidora e não restritiva. É necessário oportunizar-se para os educandos a liberdade para que sejam eles mesmos. Na atuação do professor, é importante verificar a transmissão de verdades que ampliem os conhecimentos estabelecidos. Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Amplie seus estudos lendo o artigo A psicologia na educação: dos paradigmas científicos às finalidades educacionais, de autoria de Marcus Vinicius da Cunha, o artigo aborda de forma abrangente a importância da Psicologia aplicada à educação. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-25551998000200004 Resumo da Aula 1 Nesta aula abordaram-se os conceitos de psicologia, psicologia do desenvolvimento e psicologia da educação, enfatizando a importância do conhecimento dos conceitos para a plena formação de um indivíduo. Atividade de Aprendizagem Discorra sobre a importância da educação ser desinibidora e quais os seus reflexos. Aula 2 – A Psicologia da Educação e seu papel na formação docente Apresentação Aula 2 Nesta aula o foco será a Psicologia e seu papel na formação docente, evidenciando o seus conceitos e a sua importância. 2. A Psicologia da Educação e seu papel na formação docente A Psicologia da Educação objetiva identificar a dimensão prática da Psicologia da Educação e a epistemologia subjacente, refletindo sobre as contribuições da Psicologia na formação dos professores. Faz-se importante compreender que a Psicologia da Educação, visa estudar os seguintes temas: Aprendizagem; Disciplina/indisciplina; Motivação; Inteligência; Atenção; Relação Professor – Aluno; Formação de professores. 2.1 Psicologia aplicada à Educação O entendimento da Psicologia da Educação como disciplina aplicada à Educação foi predominante até o final da década de 1950, mas continua gozando de aceitação até os dias de hoje. Concebe-se a Psicologia da Educação como mero campo de aplicação do conhecimento psicológico. Só ajuda o aluno a crescer, o educador que se propõe a crescer também; só ensina alguma coisa aquele que está aberto para aprender; e só se educa verdadeiramente quem vê diante de si uma trajetória de realizações criativas, buscando sempre renovar, demonstrando seu profundo respeito pelo outro e pela própria vida. (MIRA, 1976). As dimensões da Psicologia da Educação, visam: Fundamento científico da Educação e da Prática Pedagógica; Modalidade de atuação profissional que tem no processo de escolarização seu campo de ação, com foco na escola e nas relações que aí se estabelecem. Para Refletir Na sua percepção, qual é o papel da psicologia da educação no ambiente escolar? Psicologia da Educação na visão de Coll, Palacios e Marchesi (2004), “[...] conhecimento psicológico é o único que permite abordar e resolver de maneira científica as questões e os problemas educacionais”. Para Coll, Palacios e Marchesi (2004): - O comportamento humano responde a leis universais que, uma vez estabelecidas pela pesquisa psicológica, podem ser utilizadas para compreender e explicar o comportamento humano em quaisquer ambiente; - A principal tarefa consiste em selecionar, entre os conhecimentos proporcionados pela Psicologia científica, aqueles que em princípio podem ser mais úteis e relevantes para explicar e compreender o comportamento humano nos ambientes educacionais e neles intervir; - A Psicologia da Educação não é uma disciplina ou subdisciplina no sentido restrito (visto que não tem um objeto de estudo próprio e nem pretende gerar conhecimentos novos) mas, simplesmente um campo de aplicação da Psicologia. - Esse entendimento é denominado de unidirecional, ou seja, a educação recebe passivamente as contribuições que se originam da Psicologia. (2004, S/p.). Ainda Coll, Palacios e Marchesi (2004), reforçam: [...] que posiciona a Psicologia da Educação num âmbito de conhecimento com uma identidade própria, como disciplina que ocupa um espaço definido no concerto das disciplinas psicológicas e educativas. Adotando uma perspectiva o mais integradora possível, respeitosa da disparidade das opiniões e proposições sobre o que é e de que se ocupa a Psicologia da educação (2004, p. 36). 2.2 Qual o papel do docente Quanto à educação, aprende-se e ensina-se em todos os lugares, não sendo somente na escola o lugar em que a educação ocorre, assim, em lugares como a própria casa, a educação ocorre sem intervenção do professor. Observa- se que todos em algum momento e lugar dedicaram algum tempo aos estudos, tanto para aprender quanto para ensinar outras pessoas, e isso pode ocorrer até em ambientes informais, como em casa, na rua, na igreja ou na escola. Davis e Oliveira (1994), que reforçam a ideia de que: Cabe ao professor conhecer de perto seus alunos para estar familiarizado com os modos através dos quais eles raciocinam. Conhecendo bem o pensamento dos alunos, ele está em posição de organizar a situação de aprendizagem e, sobretudo, interagir com eles, ajudando-os a elaborar hipóteses pertinentes a respeito do conteúdo em pauta, por meio de constante questionamento das mesmas. (DAVIS e OLIVEIRA, 1994, p.90). O professor deve interessar-se pelo progresso dos alunos, demostrando esse interesse fará com que os mesmos tenham confiança em si próprios, tendo maior ênfase em realizações, caso ocorra a impessoalidade, a indiferença ou intolerância por parte do docente, a tendência é que aconteça o contrário. Davis e Oliveira (1994, p.89), afirmam que "na interação professor-aluno, supõe-se que o primeiro ajude inicialmente o segundo na tarefa de aprender, porque essa ajuda logo lhe possibilitará pensar com autonomia". O aluno necessita de um referencial e alguém ao seu lado que acompanhe e entenda o processo pelo qual está passando e o ajude a evoluir. Através da troca e do diálogo o docente deverá buscar o entendimento dos motivos, dificuldades, ações e reações dos alunos, tornando a interação mais produtiva, forma a qual o aluno possa sentir maior segurança para expor suas ideias, interagindo e contribuindo para o seu crescimento. É necessário que o aluno possa relacionar fatos, conceitos e princípios do objeto estudado, para que assim ele atribua um significado à própria aprendizagem. (COLL, 1995). Vale reforçar que “o homem não nasce humanizado”, e que a prática social é humanizadora e intencional, cuja finalidade é transmitir a cultura construída historicamente pela humanidade. Falar de afetividade é, de certa forma, falar da essência da vida humana no sentido de que o ser humano, social por natureza, se relaciona e se vincula a outras pessoas desde sempre, sendo feliz e sofrendo em decorrência dessas inter-relações. Evidentemente, algumas crianças enfrentam sérias dificuldades em seu desenvolvimento cognitivo e emocional. Não lhes é fácil aprender, abstrair e generalizar; elas sofrem inúmeros medos, perdas e problemas de relacionamento com outras crianças, adultos e os próprios pais. É prudente não se concluir que todas as crianças com problemas de aprendizagem escolar são crianças difíceis ou “anormais”. Mas alguns alunos apresentam tais problemas devidos, sobretudo, a desajustes emocionais e familiares. Para Freire (1986): O querer bem não significa a obrigação a querer bem a todos os alunos de maneira igual. Significa, na verdade, que a afetividade não é assustadora, que não é preciso ter medo de expressá-la. Significa essa abertura ao querer bem o modo de autenticamente selar o compromissocom os educandos, numa prática específica do ser humano, separando como falsa a separação radical entre a seriedade docente e afetividade. (FREIRE, 1986, p.45). Vale enfatizar que a afetividade não deverá ser excluída da cognoscibilidade. Entretanto, o que não se pode permitir é que a afetividade interfira no cumprimento ético do dever de professor e no exercício da sua autoridade. Os alunos precisam ser tratados como indivíduos capazes de construir, modificar e integrar ideias; para tanto, precisam ter a oportunidade de interagir e relacionar-se com outras pessoas, com objetos e situações que exijam envolvimento, dispondo de tempo para pensar e refletir acerca de seus procedimentos. Estimular o aluno a controlar e corrigir seus erros, refletir sobre seus atos, rever suas respostas e observar seu progresso permite que ele identifique os pontos em que falhou e aqueles em que foi bem-sucedido, procurando entender por que isso ocorreu. Na interação que professor e aluno estabelecem na escola, os fatores afetivos e cognitivos de ambos exercem influência decisiva que permitem relacionar várias áreas em que as tendências cognitivas específicas de cada indivíduo podem sofrer de modo significativo a falta de afetividade, sobretudo quando se trata de alunos com dificuldades de aprendizagem. (SMOLE, 1999, p. 41-42). Resumo da Aula 2 Nesta aula o foco foi na importância da Psicologia da Educação na Formação dos Professores, buscando evidencias a importância da Psicologia da Educação nos processos educativos e na Formação de um professor consciente e preparado. Atividade de Aprendizagem Discorra sobre a importância da afetividade no processo de ensino e aprendizagem. Aula 3 – Fases do Desenvolvimento Cognitivo da Criança Apresentação Aula 3 Nesta aula, pretende-se conceituar o desenvolvimento segundo Jean Piaget, relacionando sua teoria com a prática escolar. Além disso, será também estudada a tendência pedagógica desenvolvida a partir das ideias e concepções de Vygotsky, sendo então traçadas as principais semelhanças e divergências entre ambas as teorias (de Piaget e de Vygotsky). 3. Fases do Desenvolvimento Cognitivo da Criança 3.1 Teoria comportamentalista A teoria comportamentalista se preocupa em descobrir quais são os estímulos que provocam determinados resultados. A teoria de Skinner é denominada de Comportamentalista ou Behaviorista. Portanto, o behaviorismo restringe seu estudo ao comportamento (behavior, em inglês), tomado como um conjunto de reações dos organismos aos estímulos externos, os quais provocam determinado resultado (estímulo-resposta). Aborda o desenvolvimento cognitivo, procurando medir a inteligência (e sua quantidade de aprendizagens). COMPORTAMENTO Sempre uma resposta do organismo a algum estímulo presente no meio ambiente. ESTÍMULO Toda modificação do ambiente, a qual pode ser captada pelo organismo por meio dos sentidos. Os hábitos e habilidades são sempre aprendidos a partir da influência do ambiente e serviu de base para pesquisas psicológicas, e a maioria dos nossos comportamentos são aprendidos por condicionamentos. O docente tem a responsabilidade de planejar, organizar e executar (com sucesso) as situações de aprendizagem. Para isso deve fazer uso de diversos artifícios para reforçar positivamente os comportamentos: elogios, notas, quadros de honra ao mérito etc. Importante Aprendizagem dá-se por meio da manipulação dos estímulos que antecedem e sucedem o comportamento. Em sala de aula deve-se privilegiar o planejamento. A organização das condições para que a aprendizagem ocorra, exige: clareza com respeito aos objetivos que se quer alcançar (instrucionais ou operacionais); a estipulação da sequência das atividades que levarão ao objetivo proposto; a especificação dos reforçadores que serão utilizados. A teoria comportamentalista propõe que as situações de ensino devam ser estruturadas e planejadas previamente, recorrendo-se, sempre que possível, à presença de computadores, televisão e outros recursos audiovisuais. Não há nessa teoria, preocupação em explicar os processos através dos quais a criança raciocina e que estariam presentes na forma como ela se apropria de conhecimentos. Para Refletir Você já presenciou uma aprendizagem com a perspectiva comportamentalista? 3.2 Teoria Cognitivista A Teoria Cognitivista, estudou o desenvolvimento da inteligência, do nascimento à maturidade do ser humano, analisando a evolução do raciocínio. Sua teoria embasa-se na epistemologia genética (construtivista), refere- se à busca das origens e dos processos de formação do pensamento e do conhecimento. CONHECIMENTO Procede da ação, e desta forma, toda ação que se generaliza por aplicação a novos objetos gera um esquema, uma espécie de conceito prático. INTELIGÊNCIA É o mecanismo de adaptação do organismo a uma situação nova, e como tal, implica a construção contínua de novas estruturas. As estruturas se formam mediante uma organização de ações sucessivas exercidas sobre os objetos. COMPORTAMENTO Não é inato, nem resultado de condicionamentos. É construído numa interação entre o meio e o indivíduo. 3.2.1 Fases do Desenvolvimento Cognitivo da Criança Para todo educador ou profissional da área da Educação, é fundamental refletir sobre algumas questões, tais como: Como a criança aprende? Como se desenvolve a inteligência? Como se desenvolvem os processos de cognição durante a aprendizagem? Essas questões têm sido levantadas ao longo do tempo por diversos pesquisadores, que buscam compreender e desenvolver formas de otimizar o processo de ensino-aprendizagem. Um desses pesquisadores, que marca a história do estudo do desenvolvimento infantil, é Jean Piaget. O centro do trabalho de Piaget se focou em estudar a modificação do ambiente por meio de seu próprio comportamento e essa modificação que vai influenciar seu comportamento futuro. Possui três princípios básicos: respeito à produção do aluno; espaço para o aluno testar suas hipóteses; trabalho em grupo para facilitar o aprendizado. 3.3 Conhecendo Jean Piaget Biólogo de formação, Jean Piaget compreendia que a inteligência não era inata, mas podia ser desenvolvida e ampliada. Em seu entendimento, o desenvolvimento intelectual age do mesmo modo que o desenvolvimento biológico. A partir de suas influências biológicas, Piaget desenvolveu sua psicogênese (estudo de como se formam e se desenvolvem os processos e funções mentais). Saiba Mais Jean Piaget (1869-1980), nasceu em Neuchâtel (Suíça), biólogo e filósofo, destacou-se nos estudos desde criança; aos onze anos de idade publicou seu primeiro trabalho: o relato da observação de um pardal albino. Piaget foi aluno de Carl Jung e trabalhou como psicólogo experimental e como psiquiatra. Trabalhou também com Alfred Binet, e as influências de suas pesquisas repercutiram em seu trabalho posterior, voltado ao estudo da inteligência e do desenvolvimento cognitivo do ser humano. Jean Piaget foi o nome mais influente no campo da educação durante a segunda metade do século XX, quase tornando-se sinônimo de pedagogia, mesmo nunca tendo atuado como pedagogo. Piaget dedicou observações rigorosas no processo de aquisição ao conhecimento pelo ser humano e em especial na criança, estudando as concepções de tempo, espaço, causalidade física, movimento e velocidade na infância (criando um campo investigativo denominado epistemologia genética, a qual focava no desenvolvimento natural da criança). ParaPiaget a teoria do conhecimento centrada no desenvolvimento natural da criança e o pensamento infantil passa por quatro estágios, desde o nascimento até o início da adolescência, quando a capacidade plena de raciocínio é atingida. 3.4 Esquemas de aprendizagem Segundo Piaget, a inteligência é construída ao longo do tempo, através de etapas constantes e sequenciais que denominou de estádios. Para ele, as estruturas do pensamento são produto de uma construção contínua do sujeito que age e interage com o meio, assumindo um papel ativo em seu próprio desenvolvimento cognitivo. PRINCIPAIS FATORES DE DESENVOLVIMENTO A maturação biológica; A experiência com objetos (Seriação); A transmissão do social (informações que o adulto passa à criança nos estágios de desenvolvimento); A equilibração (assimilação e acomodação). Fonte: elaborado pelo autor (2014). No início da vida, conforme Piaget, a criança apresentaria esquemas reflexos inatos, que são movimentos reflexos como a sucção. À medida que cresce, evidenciam-se os esquemas de aprendizagem. Para Piaget, esses esquemas são a assimilação, a acomodação e a equilibração. A assimilação é um processo adaptativo que consiste em incorporar novas informações nos esquemas cognitivos que a pessoa já possui. A acomodação é um processo adaptativo que consiste em ajustar os esquemas existentes a novas situações, alterando os sistemas anteriores de forma a incorporar novas informações. A equilibração é o mecanismo regulador da assimilação e acomodação, que permite a adaptação do indivíduo ao meio, permitindo uma progressão no sentido de um pensamento cada vez mais complexo. Ferrari (s/d) exemplifica a aplicação desses conceitos da seguinte forma: Com Piaget, ficou claro que as crianças não raciocinam como os adultos e apenas gradualmente se inserem nas regras, valores e símbolos da maturidade psicológica. Essa inserção se dá mediante dois mecanismos: assimilação e acomodação. O primeiro consiste em incorporar objetos do mundo exterior a esquemas mentais preexistentes. Por exemplo: a criança que tem a ideia mental de uma ave como animal voador, com penas e asas, ao observar um avestruz vai tentar assimilá-lo a um esquema que não corresponde totalmente ao conhecido. Já a acomodação se refere a modificações dos sistemas de assimilação por influência do mundo externo. Assim, depois de aprender que um avestruz não voa, a criança vai adaptar seu conceito "geral" de ave para incluir as que não voam. (FERRARI, s/d). Dessa forma, para Piaget, cada novo conhecimento é sempre estabelecido sobre um conhecimento anterior, sendo a desequilibração é o mecanismo que leva ao avanço da construção do conhecimento. Os períodos de desequilibração levam o sujeito a buscar novamente o equilíbrio de suas estruturas, acomodando novas informações ao seu campo de saber. 3.5 Os estágios do desenvolvimento segundo Piaget Para Jean Piaget, os estágios de desenvolvimento cognitivo são definidos da seguinte forma: Sensório-motor (0 a 2 anos); Pré-operatório (2 a 7 anos); Operações concretas (7 a 12 anos); Operações formais (a partir dos 12 anos). O estágio sensório-motor é marcado pela construção prática das noções de objeto, espaço, causalidade e tempo. A partir de reflexos neurológicos básicos, o bebê começa a construir esquemas de ação para assimilar mentalmente o meio. As noções de espaço e tempo são construídas pela ação, configurando assim, uma inteligência essencialmente prática. No estágio pré-operatório, surge na criança a capacidade de substituir um objeto ou acontecimento por uma representação. Em substituição é possível, conforme Piaget, graças à função simbólica. Assim, esse estágio é também muito conhecido como Inteligência Simbólica. Algumas características da criança nesse estágio são: É egocêntrica, centrada em si mesma, e não consegue se colocar, abstratamente, no lugar do outro. Não aceita a ideia do acaso e tudo deve ter uma explicação (é fase dos "porquês"). Já pode agir por simulação, "como se". Possui percepção global sem discriminar detalhes. Deixa-se levar pela aparência sem relacionar fatos (por exemplo: mostra-se para a criança, duas bolinhas de massa iguais. Em seguida, afina-se uma das bolinhas, deixando-a com a forma de salsicha. Se for perguntado à criança se as bolinhas ainda tem a mesma quantidade de massa ela responderá que não, pois as formas são diferentes – a forma de salsicha é mais comprida e, portanto, parece ter maior quantidade de massa). Piaget desenvolvendo experimentos com crianças Fonte: https://www.emaze.com/@ATOILLZ/jean-piaget- No estágio das operações concretas, a criança desenvolve noções de tempo, espaço, velocidade, ordem, casualidade, sendo então capaz de relacionar diferentes aspectos e abstrair dados da realidade. Apesar de não se limitar mais a uma representação imediata, a criança ainda depende do mundo concreto para abstrair. Um importante conceito dessa fase é o desenvolvimento da reversibilidade, ou seja, a capacidade da representação de uma ação no sentido inverso de uma anterior, anulando a transformação observada. Como exemplo, pode-se citar a seguinte experiência: mostra-se para a criança um copo com água. Em seguida, na frente da criança, despeja-se essa água em dois outros copos, de formatos diferentes, para que a criança diga se as quantidades continuam iguais. Nesse estágio de desenvolvimento, a criança já é capaz de responder afirmativamente, pois já diferencia aspectos e é capaz de "refazer" a ação. O estágio das operações formais é o momento em que as estruturas cognitivas da criança alcançam seu nível mais elevado de desenvolvimento e tornam-se aptas a aplicar o raciocínio lógico a todas as classes de problemas. A representação agora permite à criança uma abstração total, não se limitando mais à representação imediata e nem às relações previamente existentes. Nesse estágio a criança é capaz de pensar logicamente, formular hipóteses e buscar soluções, sem depender mais só da observação da realidade. Assim, por exemplo, se for solicitado à criança para analisar um provérbio como "de grão em grão, a galinha enche o papo", ela já é capaz de trabalhar com a lógica da ideia (metáfora) e não com a imagem de uma galinha comendo grãos. Amplie Seus Estudos Aprofunde seus conhecimentos acerca dos estágios de desenvolvimento de Jean Piaget através da leitura do artigo Reflexões sobre a Teoria do Desenvolvimento da Inteligência Humana, de Jean Piaget, de autoria de Glaucius Décio Duarte. Disponível no acesso: http://www.academia.edu/8490713/Reflex%C3%B5es_sobr e_a_teoria_do_desenvolvimento_da_intelig%C3%AAncia_h umana_de_Jean_Piaget 3.6 Teoria Interacionsita Pioneiro na teoria interacionista, Piaget apresenta uma tendência “hiper construtivista”, a qual enfatiza o papel estruturante do sujeito, já Vygotsky, apresenta ênfase no aspecto interacionista, o qual considera decorrente do plano intersubjetivo (na troca entre as pessoas, que as funções mentais superiores têm origem). (BOCK; FURTADO; TEIXEIRA, 2002, p. 107). A teoria de Piaget apresenta uma dimensão interacionista, com ênfase na interação do sujeito com o objeto físico. E a teoria de Vygotsky apresenta um aspecto construtivista, buscando explicar o aparecimento de inovações e mudanças no desenvolvimento decorrentes da internalização. (SANTOS, 2002). 3.7 O desenvolvimento cognitivo segundo Vygostsky O psicólogo russo Lev Semenovich Vygotsky (1896-1934) tem um enfoque de uma psicologiasócio-histórica, caracterizada fundamentalmente pela tentativa de reunir dialeticamente, num mesmo modelo explicativo, tanto os mecanismos cerebrais subjacentes ao funcionamento psicológico, quanto o desenvolvimento do indivíduo e da espécie humana, ao longo de um processo sócio-histórico, de forma a se constituir de importância inegável à apreciação da temática em curso. Saiba Mais Lev Semenovich Vygotsky (1896- 1934), nasceu em Orsha (Bielorrússia), psicólogo o qual sua obra está em processo de debate em vários pontos do mundo, incluindo o Brasil, pensador complexo que abordou diversos pontos sensíveis da pedagogia contemporânea. Pensador complexo, como obras que convergem os temas da criação e cultura, particularmente sobre o desenvolvimento intelectual, nas quais atribuía um papel preponderante às relações sociais nesse processo, originando a vertente pedagógica chamada de socioconstrutivismo ou sociointeracionismo. Vygotsky desenvolveu o conceito de zonas de desenvolvimento. A zona de desenvolvimento real refere-se ao desenvolvimento atual do indivíduo, ou seja, aquilo que ele é capaz de realizar sem auxílio de outras pessoas. A zona de desenvolvimento potencial refere-se àquilo que o sujeito é capaz de realizar com o auxílio de outra pessoa. Explicando melhor as zonas de desenvolvimento de Vygostky, Paganotti (S/d) ressalta: Nas primeiras décadas do século 20, o psicólogo bielorrusso Lev Vygotsky (1896-1934) já defendia o convívio em sala de aula de crianças mais adiantadas com aquelas que ainda precisam de apoio para dar seus primeiros passos. Autor de mais de 200 trabalhos sobre Psicologia, Educação e Ciências Sociais, ele propõe a existência de dois níveis de desenvolvimento infantil. O primeiro é chamado de real e engloba as funções mentais que já estão completamente desenvolvidas (resultado de habilidades e conhecimentos adquiridos pela criança). Geralmente, esse nível é estimado pelo que uma criança realiza sozinha. Essa avaliação, entretanto, não leva em conta o que ela conseguiria fazer ou alcançar com a ajuda de um colega ou do próprio professor. É justamente aí - na distância entre o que já se sabe e o que se pode saber com alguma assistência - que reside o segundo nível de desenvolvimento apregoado por Vygotsky e batizado por ele de proximal. [...] Nas palavras do próprio psicólogo, "a zona proximal de hoje será o nível de desenvolvimento real amanhã". Ou seja: aquilo que nesse momento uma criança só consegue fazer com a ajuda de alguém, um pouco mais adiante ela certamente conseguirá fazer sozinha (leia um trecho de livro na terceira página). Depois que Vygotsky elaborou o conceito, há mais de 80 anos, a integração de crianças em diferentes níveis de desenvolvimento passou a ser encarada como um fator determinante no processo de aprendizado. (PAGANOTTI, S/d., S/p.). Para Vygotsky, os fatores sociais desempenham um papel fundamental no desenvolvimento intelectual. Segundo o autor, a cultura estabelece um conhecimento que é internalizado e construído pelas crianças. Importante PRINCIPAIS ASPECTOS As funções psicológicas têm um suporte biológico, pois são produtos da atividade cerebral; O funcionamento psicológico fundamenta-se nas relações sociais entre o indivíduo e o mundo exterior, as quais se desenvolvem num processo histórico; A relação homem/mundo é uma relação mediada por sistemas simbólicos. MEDIAÇÃO SIMBÓLICA Processo de intervenção de um elemento intermediário numa relação, que deixa de ser direta e passa a ser mediada; A relação do homem com o mundo não é direta e sim mediada e apresenta dois elementos mediadores: os instrumentos e os signos; Há, também, um sistema simbólico e o processo de internalização. PENSAMENTO E LINGUAGEM Desenvolvimento do pensamento e da linguagem; Fase pré-linguística do pensamento: utilização dos instrumentos, inteligência prática; Fase pré-intelectual da linguagem: alívio emocional, função social; Pensamento verbal e linguagem racional: transformação do biológico no sócio-histórico; O significado das palavras; Discurso interior e fala egocêntrica. DESENVOLVIMENTO E APRENDIZAGEM Zonas de desenvolvimento: real, potencial e proximal; O papel da intervenção pedagógica; Brinquedo e desenvolvimento. FATORES BIOLÓGICOS E SOCIAIS Neuropsicologia; Funcionamento cerebral como suporte biológico do funcionamento psicológico; Influência da cultura no desenvolvimento cognitivo; Atividade do homem no mundo inserida num sistema de relações sociais. Dessa forma, como se pode perceber, a teoria de Vygotsky é uma teoria de transmissão do conhecimento da cultura para a criança, por isso a linguagem é tão importante, os indivíduos interagem com agentes sociais mais lecionados, como professores e colegas. A contribuição de Vygotsky à Psicologia da Educação é valiosa, pois ele estudou como a aprendizagem ocorre e se desenvolve. Amplie Seus Estudos As Contribuições Teóricas de Lev Vygotsky para a Aprendizagem Em Vygotsky, o homem possui natureza social, visto que nasce em um ambiente carregado de valores culturais. Nesse sentido, a convivência social é fundamental para transformar o homem de ser biológico em ser humano social (VYGOTSKY, 1991). A criança nasce apenas com funções psicológicas elementares e, a partir do aprendizado da cultura, estas funções transformam-se em funções psicológicas superiores (VYGOTSKY, 1991). Essa evolução é mediatizada pelas pessoas que interagem com as crianças, e é essa intermediação que dá ao conhecimento um significado social e histórico. [...] Nesse processo de construção social e histórica do homem, a linguagem possui dupla importância na construção do saber. É ela que intermedeia a relação entre os homens. (Oliveira, 1992, p. 27) "a linguagem simplifica e generaliza a experiência, ordenando os fatos do mundo real em conceitos cujo significado é compartilhado pelos homens que, enquanto coletividade, utilizam a mesma língua”. Como se sabe, para Vygotsky, existem três momentos importantes da aprendizagem da criança: a zona de desenvolvimento potencial, que é tudo que a criança ainda não domina mas que se espera que ela seja capaz de realizar; a zona de desenvolvimento real, que é tudo que a criança já é capaz de realizar sozinha; a zona de desenvolvimento proximal, que é tudo que a criança somente realiza com o apoio de outras pessoas. É na zona de desenvolvimento proximal, segundo Oliveira (1993, p. 61) que a "interferência de outros indivíduos é mais transformadora. Isso porque os conhecimentos já consolidados não necessitam de interferência externa". Isso significa que o ensino-aprendizagem deve ter como ponto de partida o desenvolvimento real da criança e, como ponto de chegada, os conhecimentos que estão latentes, mas ainda não desabrocharam. "a escola tem o papel de fazer a criança avançar em sua compreensão do mundo a partir de seu desenvolvimento já consolidado e tendo como etapas posteriores, ainda não alcançadas". (OLIVEIRA, 1993, p. 62). Nesse processo, o professor deve ser o estimulador da zona de desenvolvimento proximal, provocando avanços nos conhecimentos que ainda não aconteceram. A interferência do professor não pressupõe, no entanto, uma pedagogia diretiva, autoritária e, menos ainda, uma relação hierárquica entre professores e alunos (OLIVEIRA, 1993; VYGOTSKY, 1991; GOULAR, 1995). Para Vygotsky, o erro deve ser visto pelo professor como parte do processo ensino-aprendizagem, mas jamais deve ser ignorado. A correção é importante para que o aluno perceba a necessidade de melhorar ede dedicar-se mais aos conhecimentos que ainda não domina. Nesse sentido, o trabalho em grupo, além de estimular a interação social, pode ser um bom momento para o amadurecimento de ideias e aprimoramento dos conhecimentos. Entretanto, o contato individualizado entre professor e aluno não pode ser dispensado, pois é o momento em que o professor pode detectar o desenvolvimento real e proximal dos alunos (OLIVEIRA, 1993, 1992). Disponível na integra no acesso: http://www.portaleducacao.com.br/educacao/artigos/32650/ as-contribuicoes-teoricas-de-lev- vygotsky#ixzz3n8WD6DVQ 3.8 Considerações acerca das teorias de Piaget e Vygotsky Como semelhanças entre as teorias de Piaget e Vygotsky, pode-se apontar que ambos entenderam o conhecimento como adaptação e como construção individual e concordaram que a aprendizagem e o desenvolvimento são autorregulados. Além disso, ambos compreenderam o desenvolvimento e aprendizagem da criança como participativa, não ocorrendo de maneira automática. Embora ambos estivessem preocupados com o desenvolvimento intelectual, cada um começou e perseguiu por diferentes questões e problemas. Enquanto Piaget estava interessado em como o conhecimento é construído, e com isso, a teoria é um acontecimento da invenção ou construção que ocorre na mente do indivíduo, Vygotsky estava interessado na questão de como os fatores sociais e culturais influenciam o desenvolvimento intelectual. Jean Piaget escreveu sobre a interação entre indivíduo e meio constituída através de dois processos: organização interna das experiências e adaptação ao meio. Piaget não deu ênfase aos valores sociais e culturais no desenvolvimento da inteligência, pressupostos escritos por Vygotsky. Este último, por sua vez, estudou sistematicamente a psicologia e seu projeto principal foi compreender os processos de transformação do desenvolvimento nas dimensões histórica e social. Amplie Seus Estudos SUGESTÃO DE LEITURA Leia o livro Desenvolvimento e Aprendizagem em Piaget e Vygotsky – a Relevância do Social, de autoria de Isilda Campaner Palangana, a obra permite aprofundar os conhecimentos acerca de como Piaget e Vygotsky compreendiam a aprendizagem e o desenvolvimento infantil. Vale ressaltar que tanto Vygotsky como Piaget reconheceram a importância dos fatores sociais no desenvolvimento cognitivo. No entanto, a abordagem de Piaget volta-se mais ao estudo do desenvolvimento conforme os estádios, sugerindo uma maior aproximação com a Biologia (sua área de formação), enquanto que Vygotsky reforça a influência das questões históricas e sociais sobre o desenvolvimento e a aprendizagem da criança. Resumo da Aula 3 Nesta aula, estudou-se como ocorre a aprendizagem e o desenvolvimento cognitivo da criança, a partir das importantes contribuições de Jean Piaget e Lev Semenovich Vygotsky. Traçou-se, ainda, um paralelo entre os autores, buscando compreender quais os principais pontos de concordância e de divergência entre suas teorias. Atividade de Aprendizagem Discorra sobre as diferenças entre a Teoria Construtivista e a Teoria Interacionsita. Aula 4 – Processo de ensino e aprendizagem Apresentação da Aula 4 Nesta aula serão abordados os processos de ensino e aprendizagem, mostrando de que forma as teorias de aprendizagem de autores como Piaget e Vygotsky influenciam nesses processos e compreender a forma com que os indivíduos organizam a sua aprendizagem. 4. Processos de ensino e aprendizagem Hoje sabe-se que o mundo está em constante mudança, em constante evolução, em decorrência disso, o ensino deve ser adequado para conseguir suprir as necessidades dos seres humanos, tanto em relação de conteúdo como de aprendizado de vida. Um fato que influencia muito como o aluno irá encarar seu aprendizado e seu comportamento em frente as situações da vida é através da interação que se tem entre professor-aluno. A interação professor-aluno: “Essa relação deve estar baseada na confiança, afetividade e respeito, cabendo ao professor orientar o aluno para seu crescimento interno, isto é, fortalecer-lhe as bases morais e críticas, não deixando sua atenção voltada apenas para o conteúdo a ser dado”. (MÜLLER, 2002, p. 1). 4.1 Conhecimento O conhecimento se forma e evolui através de um processo de construção. “A criança aprende por si, construindo e reconstruindo suas próprias hipóteses sobre a realidade que a cerca, e que o erro em vez de denunciar uma não aptidão, é uma etapa necessária do processo de construção do conhecimento.” O conhecimento procede da ação, e desta forma, toda ação que se generaliza por aplicação a novos objetos gera um esquema, uma espécie de conceito prático. Conclui-se então que conhecimento não é apenas uma simples associação entre objetos, mas a assimilação dos objetos aos esquemas do indivíduo. Não existe um novo conhecimento sem que o organismo tenha já um conhecimento anterior para poder assimilá-lo e transformá-lo. A inserção de um objeto de conhecimento ocorre, fundamentalmente, por meio da ação do indivíduo sobre o objeto. Dessa forma, as teorias de aprendizagem falam sobre o assunto, visando responder questões pertinentes a esses “erros”. O conhecimento irá proceder a ação, e desta forma, toda ação que se generaliza por aplicação a novos objetos gera um esquema, uma espécie de conceito prático. O conhecimento vem após a ação. Como exemplo podemos citar a aprendizagem do conteúdo de matemática. Na matemática não se deve apenas deixar os alunos decorarem os resultados sem entender a forma com que ocorrem, deve-se aprender como acontece as operações e cálculos, então, se tem a ação do fazer, para então se ter o conhecimento do conteúdo, após a prática. Depois que age, de se ter a ação, é que então se terá o conhecimento internalizado. Assim, conclui-se que conhecimento não é apenas uma simples associação entre objetos, mas a assimilação dos objetos aos esquemas do indivíduo. Ou seja, o indivíduo já possui certo conhecimento, e ao receber novos conhecimentos irá agregá-los aos antigos, e fazer esse conhecimento melhor consolidado. Um fato muito importante que não pode ser deixado de lado é saber que muitas crianças tem medo de perguntar, de se colocar frente a outras, pois muitas vezes a criança foi muito reprimida em sua capacidade de interagir, pode ser por pensar de forma diferente do que o esperado por exemplo, pois sabe-se que ainda há muitos professores que apenas querem a reprodução do que foi ensinado, e não a inovação, e não ensinar o aluno a pensar por eles mesmos, dessa forma, o professor deverá incentivá-los a voltar a argumentar e a buscar realmente entender os conteúdos que forem ensinados. 4.2 Inteligência A inteligência é o mecanismo de adaptação do organismo a uma situação nova, e como tal, implica a construção contínua de novas estruturas. As estruturas se formam mediante uma organização de ações sucessivas exercidas sobre os objetos. Saiba Mais O conhecimento é o ato de conhecer, compreender as coisas por meio da razão e experiência, ou seja, ele é aumentado conforme o tempo e experiências da pessoa. Já inteligência é a capacidade de alguém para com a lógica, abstração, memorização, compreensão, autoconhecimento, comunicação, aprendizado, controle emocional, planejamento e resolução de problemas, assim, já é intrínseco a pessoa, porém necessita ser estimulado para alcançar sua completa utilização. A inteligência difere do conhecimento em alguns aspectos, a inteligência é inerente à pessoa, e pode ser estimulada, o conhecimentoprecisa ser experimentado ou ensinado. A inteligência procura compreender e explicar o que se passa a sua volta, só que embora as funções do interesse sejam comuns a todos os estágios, os interesses variam de um nível para outro. Pode ser exercitada, buscando um aperfeiçoamento de potencialidades. Assim, na presença de um novo objeto, o bebê tende a incorporá-lo a seus esquemas de ação (agitar, esfregar, balançar, sugar) tentando compreendê-lo pelo seu uso. Piaget foi um estudioso que através da psicologia da inteligência buscou compreender como se desdobra a gênese do pensamento humano. Seu estudo foi sobre a “Epistemologia Genética”, a qual é o conjunto dos fatores intrínseco (natural da pessoa) e dos fatores externos (meio que a cerca), formando assim sua inteligência. Para esse pesquisador, a inteligência se dá por meio de assimilações, acomodação e equilibração, visando a organização e reorganização mental, sendo o processo de pensar sobre o mundo e como deve ser sua ação em relação a ele (RIBEIRO, 2013). Dessa forma, inteligência não seria saber mais que outra pessoa, e sim saber aplicar aquilo que foi aprendido. Para Piaget, ninguém nasce sabendo utilizar sua inteligência, sendo necessário haver estímulo alcançar sua completa utilização. Meneses (2012) reafirma os 4 estágios definidos por Piaget: - Sensório-Motor: 0 aos 2 anos de idade – de funcionamento reflexo passa para uma organização perceptiva motora e sensorial simples, iniciando suas representações simbólicas. Sua consciência sobre o meio externo de expande lentamente. - Pré-Operatório: 2 aos 6 anos de idade – Nesta fase a criança consegue internalizar o meio, representando-o mentalmente. Há o desenvolvimento da linguagem e é marcado pelo egocentrismo, ou seja, não conseguem pensar através das consequências de uma ação e compreender a lógica. Ainda não tem desenvolvida a capacidade de manipular informações mentalmente. - Operatório Concreto: 6 aos 12 anos de idade – Nesta fase há um desenvolvimento cognitivo das operações mentais na criança, começando a compreender logicamente eventos concretos, porém com dificuldade em conceitos hipotéticos e abstratos. - Operatório Formal: aproximadamente 12 anos a diante – É desenvolvida a capacidade de pensar em conceitos abstratos e sobre como o processo do pensamento se concretiza. Consegue se utilizar de hipóteses e dedução. (MENESES, 2012, S/p.). A inteligência procura compreender e explicar o que se passa a volta da pessoa, embora as funções do interesse seja comum em todos os estágios vistos, os interesses variam de um nível para o outro. Pode ser exercitada, buscando um aperfeiçoamento de potencialidades. Assim, na presença de um novo objeto, o bebê tende a incorporá-lo a seus esquemas de ação (agitar, esfregar, balançar, sugar) tentando compreendê-lo pelo seu uso. 4.3 Comportamento e Maturação O comportamento não é inato, nem resultado de condicionamentos. É construído numa interação entre o meio e o indivíduo. “Não existe estrutura sem Gênese, nem Gênese sem estrutura” A estrutura de maturação do indivíduo sofre um processo genético e a gênese depende de uma estrutura de maturação. O indivíduo só recebe um determinado conhecimento se estiver preparado para recebê-lo. Ou seja, se puder agir sobre o objeto de conhecimento para inseri-lo num sistema de relações. Assim, não existe um novo conhecimento sem que o organismo tenha já um conhecimento anterior para poder assimilá-lo e transformá-lo. A inserção de um objeto de conhecimento ocorre fundamentalmente por meio da ação do indivíduo sobre o objeto. Para Refletir Você já esteve frente à questões que lhe instigavam sobre como o ser humano aprende? 4.4 Teoria da Instrução e do Ensino e Metodologia As teorias de aprendizagem falam que a educação deve ser uma educação sociopolítica, em que o governo tem obrigação de auxiliar com políticas públicas, e dar apoio para que as diretrizes e leis sejam cumpridas. As teorias são o intermédio entre o que a sociedade quer e os conteúdos curriculares trabalhados com os alunos, influenciando: Comportamento; Inteligência; Conhecimento. O ambiente influencia na relação que se tem com a aprendizagem, um bom ambiente, organizado, limpo e bem planejado irá proporcionar a socialização do indivíduo, será um lugar prazeroso e deverá transmitir alegria, favorecendo os alunos a fazerem escolha de estarem lá. Dessa forma, o intermediador entre os alunos e o ambiente de sala de aula, que deverá fazer a correlação da importância desse ambiente, os cuidados, as relações sociais e com o mundo fora de sala de aula é o professor. Sua tarefa não é fácil e deve ser bem executada, para preparar os alunos para a vida em sociedade. A metodologia utilizada deve fazer ponte com: Consciência na sala; Ter início, meios e fins; Materiais que auxiliam; Assimilação e retorno. O ensinar e aprender, ambos determinam a estratégia e metodologia a ser utilizada, ou seja, tanto professor como o aprendiz em conjunto que irão demonstrar a metodologia mais adequada, o professor ao observar a reação de seus alunos conforme a técnica utilizada, e se perceber haver dificuldade, deverá se adequar para então facilitar o processo pelos alunos. Dessa forma, o ensinar e o aprender são a finalidade da Educação. Resumo Aula 4 Na aula abordaram-se as distintas maneiras de aprendizado a partir das teorias de aprendizagem, passando por conceitos de inteligência e conhecimento. Evidenciou-se a importância do aprofundamento desse conhecimento para olhar o aprendente de maneira diferente ter subsídios para auxiliá-lo melhor no desenvolvimento de sua capacidade de aprendizado. Atividade de Aprendizagem Discorra sobre a diferença entre conhecimento e inteligência. Resumo da disciplina Nesta disciplina abordaram-se os conceitos e fundamentos da Psicologia aplicada a educação, visando a elucidação das tendências de aprendizado embasadas teoricamente em Piaget, Skinner e Vygotsky. Foram aprofundadas as diferenças entre conhecimento e inteligência, buscando a compreensão da Psicologia como Ciência para perceber a sua função no desenvolvimento, contextualizando-se as características da Psicologia do Desenvolvimento e da Psicologia da Educação. Através da elucidação das tendências e conceitos relacionados com a prática escolar, contextualizou-se a importância da prática docente e da humanização no processo de ensino-aprendizado. Referências BEE, H. O ciclo vital. Porto Alegre: Artmed, 1997. BERGER, K. S. O desenvolvimento da pessoa: da infância à terceira idade. Rio de Janeiro: LTC Editora, 2003. BOCK, A. M. B.; FURTADO, O.; TEIXEIRA, M. L. T. Psicologias – uma introdução ao estudo de psicologia. São Paulo: Saraiva, 2002. COLL,C.; MARCHESI, A.; PALACIOS, J. e cols. Desenvolvimento psicológico e educação: psicologia da educação escolar. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. v.3. COLL,C.; MARCHESI, A.; PALACIOS, J. e cols. Desenvolvimento psicológico e educação: psicologia evolutiva. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. v.1. COLL,C.; MARCHESI, A.; PALACIOS, J. e cols. Desenvolvimento psicológico e educação: transtornos do desenvolvimento e necessidades educativas especiais. 2.ed. Porto Alegre: Artmed, 2004. v.2. COLL, C. 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