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2013 Saúde OcupaciOnal e Medicina dO TrabalhO ii Prof. Dickson Luis Novello Profa. Ingalisa Sandri Pazzini Copyright © UNIASSELVI 2013 Elaboração: Prof. Dickson Luis Novello Profa. Ingalisa Sandri Pazzini Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. 363.1103 N939s Novello, Dickson Luis Saúde Ocupacional e Medicina do Trabalho II/ Dickson Luis Novello, Ingalisa Sandri Pazzini. Indaial : Uniasselvi, 2013. 169 p. : il ISBN 978-85-7830-822-3 1. Medicina do trabalho. Saúde Ocupacional. I. Centro Universitário Leonardo da Vinci. III apreSenTaçãO Como fruto da consolidação do processo da Revolução Industrial, no final do século XIX e início do século XX, restaram evidentes a importância e a necessidade de serem criados instrumentos que conjugassem a participação ativa de empregados objetivando a prevenção de acidentes do trabalho e de doenças ocupacionais. Em face disso, impõe-se reconhecer que os comitês de segurança ou comitês de fábricas instituídos nos países europeus que tomaram a dianteira do processo de industrialização representam, em verdade, o embrião da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, nos moldes em que se acha atualmente institucionalizada no Brasil. As atividades destinadas à segurança e à saúde no trabalho foram institucionalizadas no Brasil em 1943, com o advento da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que trouxe em seu bojo um capítulo específico sobre o assunto. Em todas as organizações, a segurança no trabalho deve alcançar um entendimento homogêneo indispensável ao sucesso dessas atividades importantes para as empresas, para os trabalhadores e para a própria sociedade. As empresas são responsáveis pela segurança e pela saúde de seus empregados no exercício do trabalho, sendo que suas obrigações são definidas pela Constituição Brasileira de 1988. Prof. Dickson Luis Novello Profa. Ingalisa Sandri Pazzini IV Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! UNI V VI VII SuMáriO UNIDADE 1 - SEGURANÇA DO TRABALHO .................................................................................1 TÓPICO 1 – CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO ......................................................3 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................3 2 HISTÓRICO DA SAÚDE DO TRABALHO .....................................................................................3 2.1 CONCEITOS DE SEGURANÇA DO TRABALHO .....................................................................7 2.2 CONCEITOS DE SAÚDE DO TRABALHO ..................................................................................8 3 POLÍTICAS DE SEGURANÇA DO TRABALHO ..........................................................................9 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................14 RESUMO DO TÓPICO 1 ......................................................................................................................17 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................18 TÓPICO 2 – DOENÇAS OCUPACIONAIS ......................................................................................19 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................19 2 CONCEITO DE DOENÇA OCUPACIONAL .................................................................................19 3 DOENÇAS AGUDAS E CRÔNICAS ..............................................................................................22 3.1 PRINCIPAIS DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO ..............................................23 RESUMO DO TÓPICO 2 ......................................................................................................................26 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................27 TÓPICO 3 – INSALUBRIDADE .........................................................................................................29 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................29 2 ATIVIDADES INSALUBRES ...........................................................................................................29 2.1 PERICULOSIDADE .......................................................................................................................34 3 PERÍCIA TÉCNICA DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE ..............................................................................................................................36 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................38 RESUMO DO TÓPICO 3 ......................................................................................................................40 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................41 UNIDADE 2 – SAÚDE OCUPACIONAL ..........................................................................................43 TÓPICO 1 – POLÍTICA DE SAÚDE OCUPACIONAL ..................................................................45 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................45 2 CONTEXTO DO SURGIMENTO ....................................................................................................45 3 CONCEITO E FINALIDADE DO PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL - PCMSO ......................................................................48 4 POLÍTICA DE SAÚDE OCUPACIONAL .......................................................................................51 RESUMO DO TÓPICO 1.......................................................................................................................54AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................55 TÓPICO 2 – EXAMES EXIGIDOS PELA NR-7 ................................................................................57 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................57 2 ATESTADO DE SAÚDE OCUPACIONAL ....................................................................................57 3 EXAMES EXIGIDOS PELA NR-7 .....................................................................................................59 3.1 EXAME ADMISSIONAL .............................................................................................................62 3.2 EXAME PERIÓDICO ....................................................................................................................63 3.3 EXAME DE RETORNO AO TRABALHO ..................................................................................64 VIII 3.4 EXAME DE MUDANÇA DE FUNÇÃO .....................................................................................64 3.5 EXAME DEMISSIONAL ...............................................................................................................65 3.6 EXAMES COMPLEMENTARES ..................................................................................................66 RESUMO DO TÓPICO 2 ......................................................................................................................69 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................70 TÓPICO 3 – EDUCAÇÃO EM SAÚDE OCUPACIONAL ..............................................................73 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................73 2 GESTÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL .........................................................73 3 COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES ....................................................78 4 NORMAS REGULAMENTADORAS .............................................................................................86 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................88 RESUMO DO TÓPICO 3.......................................................................................................................91 AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................92 UNIDADE 3 – ACIDENTE NO TRABALHO ....................................................................................95 TÓPICO 1 – COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO .............................................97 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................97 2 CONCEITO DE ACIDENTES NO TRABALHO ...........................................................................98 3 O ACIDENTE NA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA VIGENTE ................................................100 3.1 ESPÉCIE LEGAIS DE ACIDENTE DO TRABALHO ...............................................................101 4 COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE DO TRABALHO ................................................................102 LEITURA COMPLEMENTAR ...........................................................................................................105 RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................108 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................109 TÓPICO 2 – NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP ................111 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................111 2 CONCEITO DE NTEP .....................................................................................................................111 3 METOLOGIA ....................................................................................................................................113 RESUMO DO TÓPICO 2 ...................................................................................................................149 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................150 LEITURA COMPLEMENTAR ..........................................................................................................151 TÓPICO 3 – PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS ................................................153 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................153 2 CONCEITO DE PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS ............................................................................................................................................154 3 INCLUSÃO DE PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS NO MERCADO DE TRABALHO ...........................................................................156 RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................161 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................162 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................163 1 UNIDADE 1 SEGURANÇA DO TRABALHO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS Esta unidade tem por objetivos: • conhecer os conceitos e políticas de segurança no trabalho; • identificar as doenças ocupacionais; • possibilitar o reconhecimento das atividades insalubres e periculosas. Esta unidade está dividida em três tópicos, sendo que em cada um deles você encontrará atividades que o(a) ajudarão a fixar os conhecimentos adquiridos. TÓPICO 1 – CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO TÓPICO 2 – DOENÇAS OCUPACIONAIS TÓPICO 3 – INSALUBRIDADE 2 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO 1 INTRODUÇÃO A segurança no trabalho busca a proteção do trabalhador em seu local de atuação profissional, abrangendo aspectos relacionados à segurança e à higiene. Seu objetivo básico envolve a prevenção de riscos e de acidentes nas atividades, com o objetivo de defender a integridade da pessoa humana. No art. 196 da Constituição Federal, o direito à saúde é garantido a todos os cidadãos por meio de medidas que visem à redução do risco de doenças e outros agravos, além de acesso a ações para sua proteção e recuperação. A segurança do trabalho é então definida como “o conjunto de medidas que versam sobre condições específicas de instalação do estabelecimento e de suas máquinas, visando à garantia do trabalhador contra a natural exposição aos riscos inerentes à prática da atividade profissional”. (CF, 1988). Pelo Decreto-Lei nº 5.452, em 1943, foi promulgada a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), cujo capítulo V - Da Segurança e Medicina do Trabalho, alterado pela Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, trata dos problemas da saúde do trabalhador. A Portaria nº 3.214 (de 08/06/1978), aprovando, conforme art. 200 da CLT, as Normas Regulamentadoras (NR) relativas à Segurança e Medicina do Trabalho, estabelece ênfase na prevenção do acidente de trabalho, modificando a antiga visão de apenas indenizar os prejuízos jácausados. 2 HISTÓRICO DA SAÚDE E DO TRABALHO Para se conhecer melhor o histórico da segurança do trabalho, é necessário pesquisar a época do homem primitivo, que teve sua integridade física e capacidade produtiva diminuída pelos acidentes de caça, da pesca e da guerra, que eram consideradas as atividades mais importantes de sua época. Depois, quando o homem das cavernas se transformou em artesão, descobrindo o minério e os metais, estes puderam facilitar seu trabalho pela fabricação das primeiras ferramentas, conhecendo também as primeiras doenças do trabalho, provocadas pelos próprios materiais que utilizava. UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO 4 Até o início da Revolução Industrial, existem poucos relatos sobre acidentes e doenças provenientes do trabalho, haja vista que neste período predominava o trabalho escravo e manual. Com o advento da máquina a vapor, a produtividade aumentou e o trabalhador passou a viver em um ambiente de trabalho agressivo, ocasionado por diversos fatores, dentre eles, a força motriz, a divisão de tarefas e a concentração de várias pessoas em um mesmo estabelecimento. Nesse contexto, os riscos de acidentes e doenças originadas do trabalho começaram a surgir com rapidez. (SALIBA, 2004). O início da Revolução Industrial em 1780, a invenção da máquina a vapor por James Watts em 1776 e do regulador automático de velocidade em 1785, marcaram profundas alterações tecnológicas em todo o mundo, permitindo a organização das primeiras fábricas modernas e indústrias, o que significava uma revolução econômica e social, e também acarretou os primeiros acidentes de trabalho e as doenças profissionais, que se alastraram e ganharam proporções alarmantes. (ALBERTON, 1996). A Revolução Industrial alterou o cenário organizacional e gerou novos e graves problemas, pois o incremento da produção em série revelou a fragilidade do homem na competição desleal com a máquina. As condições de trabalho precárias somadas às jornadas de trabalho excessivas (15 a 16 horas diárias) provocaram reações por parte do proletariado, desencadeando vários movimentos sociais que influenciaram os políticos e legisladores a introduzirem medidas ilegais. FONTE: Disponível em: <http://www.ufrgs.br/proin/versao_2/biografias/ index40.html>. Acesso em: 3 nov. 2010. FIGURA 1 – IMAGENS DO FILME “TEMPOS MODERNOS” CHARLES CHAPLIN NOTA TÓPICO 1 | CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO 5 Com isso, os acidentes de trabalho começaram a tomar proporções. Os acidentes eram provocados, na sua maioria, por substâncias e ambientes inadequados, dadas às condições péssimas em que as atividades fabris se desenvolviam, fazendo com que os trabalhadores ficassem doentes e, em alguns casos, até mutilados. Esta situação continuou até a Primeira Guerra Mundial, apesar de apresentar algumas melhorias com o surgimento dos trabalhadores especializados e mais treinados para manusear equipamentos complexos, que necessitavam de cuidados especiais para garantir maior proteção e melhor qualidade. De acordo com Alberton (1996), na Segunda Guerra Mundial, o movimento prevencionista tomou forma, pois foi quando se pôde perceber que a capacidade industrial determinou o vencedor. Com isso, percebeu-se que esta capacidade industrial seria adquirida com um maior número de trabalhadores em produção ativa. Saliba (2004) relata que as primeiras leis de acidente do trabalho surgiram na Alemanha, em 1884, estendendo-se logo a vários países da Europa, até chegar ao Brasil por meio do Decreto Legislativo nº 3.724, de 15 de janeiro de 1919. Com a criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT) pelo Tratado de Versalhes, as normas sobre proteção à saúde e integridade física do trabalhador ganharam força, contribuindo bastante na prevenção de acidentes e doenças do trabalho. As Convenções da OIT ratificadas pelo Brasil incorporam-se à legislação interna do país. As convenções sobre a matéria, e ratificadas pelo Brasil, são: • Convenção nº 103 - Amparo à Maternidade. • Convenção nº 115 - Proteção contra as radiações ionizantes. • Convenção nº 127 - Peso máximo das cargas. • Convenção nº 134 - Prevenção de acidentes de trabalho dos marítimos. • Convenção nº 136 - Proteção contra os riscos de intoxicação provocados pelo benzeno. • Convenção nº 139 - Prevenção e controle de riscos profissionais causados pelas substâncias ou agentes cancerígenos. • Convenção nº 148 - Proteção dos trabalhadores contra os riscos devidos à contaminação do ar, ao ruído e às vibrações no local de trabalho. • Convenção nº 152 - Segurança e higiene nos trabalhos portuários. • Convenção nº 155 - Segurança e saúde dos trabalhadores e meio ambiente de trabalho. • Convenção nº 159 - Reabilitação profissional e emprego de pessoas deficientes. • Convenção nº 161 - Os serviços de saúde no trabalho. • Convenção nº 162 - Utilização do asbesto com segurança. • Convenção nº 163 - Proteção da saúde e a assistência médica aos trabalhadores marítimos. • Convenção nº 167 - Segurança e saúde na construção. • Convenção nº170 - Segurança na utilização de produtos químicos no trabalho. • Convenção nº 182 - Proibição das piores formas de trabalho infantil e a ação UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO 6 imediata para sua eliminação. No Brasil, a higiene e segurança do trabalho foram elevadas à hierarquia constitucional em 1946 (art. 154, VIII). Em 1977, a Lei nº 6.514, regulamentada pela Portaria nº 3.214/78, deu nova redação ao Capítulo V da CLT, avançando nas exigências prevencionistas. O que é conhecido hoje como Saúde do Trabalhador é, portanto, a resposta institucional a esses diversos movimentos sociais que, entre a metade dos anos 70 e os anos 90 confluíram para a reivindicação de que a Saúde do Trabalhador fizesse parte do direito universal à saúde, incluída no escopo da Saúde Pública. Entre os principais movimentos que contribuíram para o desenvolvimento da institucionalização da Saúde do Trabalhador no âmbito do Sistema Único de Saúde, temos: • o movimento de oposição dos anos 70 e 80; • o movimento da Reforma Sanitária Brasileira; • o movimento pelas eleições diretas e pela Assembleia Nacional Constituinte; e • a promulgação da “Constituição Cidadã” em 1988, com a conquista do direito à saúde e o advento do Sistema Único de Saúde (SUS). Em 1988, o povo brasileiro conquistou, após quase 500 anos de história, o direito universal à saúde, disposto na Constituição da República Federativa do Brasil, em seu Art. 196 como “... um direito de todos e um dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas...”. A Constituição Federal - CF (1988), também ampliou os dispositivos relativos à matéria, dentre os quais, destaca-se: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: [...] XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; [...] XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa [...]. Desta forma, compreende-se que no âmbito da configuração, a Saúde NOTA TÓPICO 1 | CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO 7 do Trabalhador se dá diretamente no âmbito do direito à saúde, previsto como competência do Sistema Único de Saúde (SUS) e, devido à abrangência de seu campo de ação, apresenta caráter intrasetorial (envolvendo todos os níveis de atenção e esferas de governo do SUS) e intersetorial (envolvendo setores relacionados com a Previdência Social, Trabalho, Meio Ambiente, Justiça, Educação e demais setores relacionados com as políticas de desenvolvimento). 2.1 CONCEITOS DE SEGURANÇA DO TRABALHOA segurança no trabalho pode ser entendida como o conjunto de medidas que são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade laboral. De acordo com Saliba (2004), a segurança do trabalho é a ciência que atua na prevenção dos acidentes do trabalho decorrentes dos fatores de risco operacionais. FONTE: Disponível em: <http://www.carlosbritto.com/page/590/>. Acesso em: 3 nov. 2010. Conforme Wachowicz (2007), a segurança é um estado de baixa probabilidade de ocorrência de eventos que provocam danos e perdas às pessoas (funcionários, clientes, terceirizados, fornecedores etc.), ao patrimônio (estrutura física, equipamentos, ferramentas etc.) e ao meio ambiente (ar atmosférico, solo, meio hídrico, rios, mares, lagos, lençóis subterrâneos, flora, fauna etc.). A segurança no trabalho de uma empresa é composto de uma equipe multidisciplinar formada por técnicos, engenheiros, médicos, enfermeiros, tecnólogos, psicólogos, designers, arquitetos, fisioterapeutas, entre outros profissionais que atuam na área de segurança. FIGURA 2 – PLACAS UTILIZADAS NA SEGURANÇA DO TRABALHO NOTA UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO 8 A segurança no trabalho é definida por normas e leis, sendo que, no Brasil, a Legislação de Segurança do Trabalho compõe-se de normas regulamentadoras, normas regulamentadoras rurais e outras leis complementares, como portarias e decretos, e também as Convenções Internacionais da Organização Internacional do Trabalho. Saliba apud Wachowicz (2007) associa a segurança do trabalho com fatores da higiene ocupacional. Assim, falar em segurança implica abordar aspectos referentes à higiene e à saúde do trabalhador, envolvendo medicina, meio ambiente, aspectos jurídicos e ergonomia, ou seja, a segurança requer uma ação holística. Por isso, quanto maior a segurança, menor será a ocorrência de danos, acidentes, lesões, mutilações ou mesmo mortes. Nesse sentido, os principais conceitos são: • acidente é um fonômeno de natureza multifacetada, resultante de integrações complexas entre fatores físicos, biológicos, psicológicos, sociais e culturais; • a função segurança é um conjunto de ações que têm por finalidade reduzir a frequência e a intensidade da manifestação dos perigos; • risco bruto é o risco associado às atividades da organização na ausência da função segurança. Do balanço de forças entre função segurança e risco bruto resulta o risco líquido, que produz danos e perdas ao longo do tempo, isto é, o risco jamais é eliminado completamente e há sempre um risco líquido residual. Quanto menor o risco residual almejado, maior o custo para atingi-lo. A legislação atual de Segurança do Trabalho compõe-se de Normas Regulamentadoras, Normas Regulamentadoras Rurais, outras leis complementares, como Portarias e Decretos, e também as Convenções Internacionais da Organização Internacional do Trabalho – OIT, ratificadas pelo Brasil. 2.2 CONCEITOS DE SAÚDE DO TRABALHO A Saúde do Trabalhador tem como objeto de estudo o processo saúde- doença dos grupos humanos, em sua relação com o trabalho. Nessa perspectiva, rompe com a concepção hegemônica que estabelece um vínculo causal entre a doença e um agente específico. (GOULART et al., 2006). TÓPICO 1 | CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO 9 Conceitua-se a expressão saúde do trabalhador como um conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008). FONTE: Disponível em: <http://tecnicosemseguranca.blogspot.com. br/2009_11_01_archive.htm>. Acesso em: 3 nov. 2010. Conforme Paulo et al. (1996), define-se saúde como um estado de relativo equilíbrio de forma e função do organismo, que resulta de seu ajustamento dinâmico satisfatório às forças que tendem a perturbá-lo. Não é um inter-relacionamento passivo entre a matéria orgânica e as forças que agem sobre ela, mas uma resposta ativa do organismo no sentido de reajustamento de suas condições normais. 3 POLÍTICAS DE SEGURANÇA DO TRABALHO Conforme Campos (2007), a segurança e saúde no trabalho estão entre as atividades que devem ter o respaldo de uma política que esteja em conformidade com as obrigações legais e sociais da empresa e com os princípios fundamentais de combate aos infortúnios de trabalho. FIGURA 3 – SEGURANÇA NÃO SE CONQUISTA, SE FAZ NOTA UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO 10 A política que trata da prevenção de acidentes difere de outras políticas empresariais somente no conteúdo, os conceitos são os mesmos, pois se trata de um documento normativo que estabelece uma linha de conduta a ser observada por pessoas e setores da empresa. Esta definição inclui os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), como órgão da empresa, e a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), como comissão legalmente constituída. FONTE: Disponível em: <http://sites.google.com/site/ reinissegurancadotrabalho/sesmt>. Acesso em: 3 nov. 2010. Campos (2007) destaca que uma política de segurança possibilita cobertura normativa e apoio logístico a alguns assuntos administrativos e operacionais das atividades destinadas à prevenção de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, para assegurar o sucesso das atividades. As vantagens de uma política de segurança e saúde no trabalho bem definidas mantém estável a operacionalidade das atividades, evitando-se riscos de mudança de rumo em determinadas ocasiões. Os serviços especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) são obrigatórios nas empresas privadas, públicas, órgãos públicos da administração direta e indireta e nas sedes dos poderes legislativos e judiciários que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (NR-04). O número de profissionais que compõe a equipe varia conforme o grau de risco e o número de empregados do estabelecimento. FIGURA 4 – SESMT – EQUIPE MULTIPISCIPLINAR NOTA TÓPICO 1 | CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO 11 FONTE: Disponível em: <HTTP//:www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_04. pdf>. Acesso em: 3 nov. 2010. QUADRO 1 – DIMENSIONAMENTO DOS SESMT – QUADRO II Neste contexto, os organismos governamentais esforçam-se para tornarem efetivas as ações relativas à Segurança e Saúde do Trabalho. Tais esforços são evidenciados nas seguintes ações: o poder Legislativo, pela edição de leis específicas; o Executivo, por meio da fiscalização e campanhas de conscientização das Delegacias Regionais do Trabalho; e o Judiciário, com a estipulação de pesadas indenizações aos trabalhadores, nos casos de acidentes com culpa caracterizada do empregador. Os esforços governamentais, aliados às exigências dos trabalhadores que buscam exigir melhores condições de trabalho uma vez que seus advogados lhes instruem devidamente e considerando todos os prejuízos decorrentes dos acidentes do trabalho, ensejam um gerenciamento eficaz dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT). Em 08 de junho de 1978, o Ministério do Trabalho expediu a Portaria nº 3.214 que, composta de 28 normas regulamentadoras (NR) relativas à Segurança e Medicina do Trabalho, exige das empresas que possuam empregados, regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho, ações que visem prever e prevenir as situações capazes de provocar ferimentos ou problemas de saúde ocupacionais. Exigindo inclusive, das empresas com maior risco de acidente e com grande quantidade de funcionários, a constituição dos Serviços Especializados em UNIDADE 1 |SEGURANÇA DO TRABALHO 12 Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), integrados por Médico do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho e Auxiliar de Enfermagem do Trabalho. Atualmente, há 33 Normas Regulamentadoras, mais uma (34ª) em texto para consulta pública. São elas: • Norma Regulamentadora Nº 01 Disposições Gerais • Norma Regulamentadora Nº 02 Inspeção Prévia • Norma Regulamentadora Nº 03 Embargo ou Interdição • Norma Regulamentadora Nº 04 Serviços Especializados em Eng. de Segurança e em Medicina do Trabalho • Norma Regulamentadora Nº 05 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes • Norma Regulamentadora Nº 06 Equipamentos de Proteção Individual - EPI • Norma Regulamentadora Nº 07 Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional • Norma Regulamentadora Nº 08 Edificações • Norma Regulamentadora Nº 09 Programas de Prevenção de Riscos Ambientais • Norma Regulamentadora Nº 10 Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade • Norma Regulamentadora Nº 11 Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais • Norma Regulamentadora Nº 12 Máquinas e Equipamentos • Norma Regulamentadora Nº 13 Caldeiras e Vasos de Pressão • Norma Regulamentadora Nº 14 Fornos • Norma Regulamentadora Nº 15 Atividades e Operações Insalubres • Norma Regulamentadora Nº 16 Atividades e Operações Perigosas • Norma Regulamentadora Nº 17 Ergonomia • Norma Regulamentadora Nº 18 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção • Norma Regulamentadora Nº 19 Explosivos TÓPICO 1 | CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO 13 FONTE: Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/default. asp>. Acesso em: 3 nov. 2010. • Norma Regulamentadora Nº 20 Líquidos Combustíveis e Inflamáveis • Norma Regulamentadora Nº 21 Trabalho a Céu Aberto • Norma Regulamentadora Nº 22 Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração • Norma Regulamentadora Nº 23 Proteção Contra Incêndios • Norma Regulamentadora Nº 24 Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho • Norma Regulamentadora Nº 25 Resíduos Industriais • Norma Regulamentadora Nº 26 Sinalização de Segurança • Norma Regulamentadora Nº 27 Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB • Norma Regulamentadora Nº 28 Fiscalização e Penalidades • Norma Regulamentadora Nº 29 Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário • Norma Regulamentadora Nº 30 Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário • Norma Regulamentadora Nº 31 Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura • Norma Regulamentadora Nº 32 Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde • Norma Regulamentadora Nº 33 Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados • Norma Regulamentadora Nº 34 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval • Norma Regulamentadora Nº 35 Segurança e Saúde em trabalhos em altura • Norma Regulamentadora Nº 36 Segurança e Saúde no trabalho em empresas de Abate e Processamento de carnes e derivados UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO 14 A eliminação ou a redução da exposição às condições de risco e a melhoria dos ambientes de trabalho para promoção e proteção da saúde do trabalhador constituem um desafio que ultrapassa o âmbito de atuação dos serviços de saúde, exigindo soluções técnicas, às vezes complexas e de elevado custo. Em certos casos, medidas simples e pouco onerosas podem ser implementadas, com impactos positivos e protetores para a saúde do trabalhador e o meio ambiente. O controle das condições de risco para a saúde e melhoria dos ambientes de trabalho envolve as seguintes etapas: • identificação das condições de risco para a saúde presentes no trabalho; • caracterização da exposição e quantificação das condições de risco; • discussão e definição das alternativas de eliminação ou controle das condições de risco; • implementação e avaliação das medidas adotadas. É muito importante que os trabalhadores participem de todas as fases desse processo, porque em muitos casos, apenas eles são capazes de informar sutis diferenças existentes entre o trabalho prescrito e o trabalho real, que explicam o adoecimento e o que deve ser modificado para que se obtenha os resultados desejados. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001). ESTRATÉGIA DE SUCESSO: RECURSOS DIFERENCIADOS LEVAM A MENSAGEM DA PREVENÇÃO A 17 MIL TRABALHADORES Imagine uma construção que no pico de sua obra contou com a operação de 17 mil profissionais. Trabalhadores de diferentes culturas, raças, qualificações, experiências, idades e gênero. Que ferramenta poderia ser adotada por essa mesma empresa para que a gestão de Saúde, Segurança e Meio Ambiente fosse eficaz? Quem pensou em comunicação está certo. Foi nessa área que o Consórcio de Alumínio do Maranhão (Alumar), localizado em São Luiz, capital do estado maranhense, apostou. Há seis anos, um dos mais modernos complexos de produção de alumínio e alumina do mundo iniciou o seu projeto de expansão. O trabalho desenvolvido pela empresa para garantir um ambiente livre de incidentes e acidentes foi reconhecido, e no Prêmio Proteção Brasil 2009 conquistou o Melhor Case Nacional, Melhor Case Nordeste e Melhor Case na categoria Comunicação em SST (Saúde e Segurança LEITURA COMPLEMENTAR NOTA TÓPICO 1 | CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO 15 no Trabalho). Com o título "Comunicação para SSMA (Saúde, Segurança e Meio Ambiente)", o trabalho nasceu com o objetivo de alinhar os colaboradores à missão e aos objetivos do projeto e complementar os esforços do sistema de gestão de SSMA para construir a expansão da refinaria. Quem conta mais detalhes é o superintendente de Saúde, Segurança e Meio Ambiente do projeto de expansão, Javier Marcondes Torrico. "Lançamos mão do maior número de recursos de comunicação direta e indireta disponíveis, mas sempre com o objetivo não só de garantir uma comunicação efetiva, mas de obtermos um retorno se as informações estavam sendo absorvidas pelos trabalhadores", explicou. Personagem O primeiro passo adotado como estratégia de comunicação foi a criação de um mascote, com o objetivo de fazer com que a mensagem fosse mais facilmente recebida e os trabalhadores se identificassem com ele. O Bond Obra, como foi chamado esse personagem, passou a integrar todas as ações de comunicação da Alumar, estimulando nos trabalhadores o desejo de ter as características e atitudes do mascote. “Todos os materiais impressos e campanhas passaram a ter a figura dele, atribuída a uma mensagem com uma linguagem simples, não como uma informação técnica, mas do dia a dia do trabalhador”, reforça Torrico. Os materiais ficam distribuídos pelas áreas de trabalho, refeitórios, áreas de convivência, áreas administrativas e frentes de trabalho. MASCOTE “BOND OBRA” FONTE: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/-pAYjNd92SNg/U7Af_kKGw1I/ AAAAAAAAAR4/V3754eMZMuU/s1600/BOND+OBRA+BANNER+2.jpg> Acesso em: 3 nov. 2010. UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO 16 Em alguns momentos, os próprios colaboradores vestiram a fantasia do mascote, como em eventos, e até mesmo nos Diálogos Diários de Segurança. Como Torrico recorda, o Bond Obra repassa aos trabalhadores informações fundamentais sobre a necessidade do uso correto dos equipamentos de proteção individual, segurança no trabalho em altura, além de integrar a campanha permanente de prevenção de acidentes com mãos e dedos e os assuntos relativos à Ergonomia, Meio Ambiente e cuidados com a Saúde e a Segurança fora do trabalho. FONTE: REVISTA PROTEÇÃO. Estratégiade sucesso: recursos diferenciados levam a mensagem da prevenção a 17 mil trabalhadores. Disponível em: <http://www.protecao.com.br/site/ content/ materias/materia_detalhe.php?pagina=1&id=Anja>. Acesso em: 25 ago. 2010. 17 RESUMO DO TÓPICO 1 Neste tópico, você viu que: • A segurança no trabalho busca a proteção do trabalhador em seu local de trabalho, abrangendo aspectos relacionados à segurança e à higiene do trabalho. É a ciência que atua na prevenção dos acidentes do trabalho decorrentes dos fatores de risco operacionais. • A segurança no trabalho de uma empresa é composta de uma equipe multidisciplinar formada por técnicos, engenheiros, médicos, enfermeiros, tecnólogos, psicólogos, designers, arquitetos, fisioterapeutas, entre outros profissionais que atuam na área de segurança. • A segurança e saúde no trabalho estão entre as atividades que devem ter o respaldo de uma política que esteja em conformidade com as obrigações legais e sociais da empresa e com os princípios fundamentais de combate aos infortúnios de trabalho. • Os organismos governamentais esforçam-se para tornarem efetivas as ações relativas à Segurança e Saúde do Trabalho. Tais esforços são evidenciados nas seguintes ações: o poder Legislativo, pela edição de leis específicas; o Executivo, por meio da fiscalização e campanhas de conscientização das Delegacias Regionais do Trabalho; e o Judiciário, com a estipulação de pesadas indenizações aos trabalhadores, nos casos de acidentes com culpa caracterizada do empregador. 18 AUTOATIVIDADE 1 Qual o foco da segurança no trabalho? ( ) A saúde no trabalho. ( ) A emissão da CAT. ( ) As doenças do trabalho e doenças profissionais. ( ) A proteção do trabalhador em seu local de trabalho. 2 O país onde as primeiras leis de acidente de trabalho surgiram foi: ( ) Japão. ( ) Brasil. ( ) Alemanha. ( ) Estados Unidos. 3 Qual a frase incorreta: ( ) A segurança no trabalho é o conjunto de medidas que buscam minimizar os acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. ( ) A segurança no trabalho atua na prevenção dos acidentes do trabalho. ( ) A segurança no trabalho destina-se às empresas privadas e públicas, excluindo-se os trabalhadores rurais. ( ) O risco bruto é o risco associado às atividades da organização na ausência da Função Segurança. 4 O que não se refere à saúde do trabalhador: ( ) Manutenção da produtividade das máquinas. ( ) Vigilância epidemiológica e vigilância sanitária. ( ) Promoção e proteção da saúde dos trabalhadores. ( ) Uso de EPIs. 5 O SESMT é obrigatório em quais empresas? ( ) Nas empresas privadas. ( ) Nas empresas informais. ( ) Nas empresas públicas. ( ) Nos órgãos públicos da administração direta e indireta. 6 Qual o instrumento que rege a segurança e medicina no trabalho? ( ) Médico do trabalho. ( ) Normas Regulamentadoras. ( ) Técnico de segurança do trabalho. ( ) Constituição da República do Brasil. 19 TÓPICO 2 DOENÇAS OCUPACIONAIS UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Os fatores de adoecimento relacionados à organização do trabalho, em geral considerados nos riscos ergonômicos, podem ser identificados em diversas atividades, desde a agricultura tradicional até processos de trabalho modernos que incorporam alta tecnologia e sofisticadas estratégias de gestão. Os processos de reestruturação produtiva e globalização da economia de mercado, em curso, têm acarretado mudanças significativas na organização e gestão do trabalho com repercussões importantes sobre a saúde do trabalhador. Entre suas consequências destacam-se os problemas osteomusculares e o adoecimento mental relacionados ao trabalho, que crescem em importância em todo o mundo. A exigência de maior produtividade, associada à redução contínua do contingente de trabalhadores, à pressão do tempo e ao aumento da complexidade das tarefas, além de expectativas irrealizáveis e as relações de trabalho tensas e precárias, constituem fatores psicossociais responsáveis por situações de estresse relacionado ao trabalho. 2 CONCEITO DE DOENÇA OCUPACIONAL A denominação “doenças ocupacionais” passou a ser adotada como o gênero mais próximo que abrange a doença profissional e a doença do trabalho, que são doenças relacionadas com o trabalho. Cabe distinguir neste momento o que é doença profissional e doença do trabalho, que apesar de parecerem muito semelhantes, não o são. Russomano apud Oliveira (2008) adverte que o acidente e a enfermidade possuem definições próprias. A equiparação entre eles se faz apenas juridicamente com consequências nas reparações e nos direitos que resultam para o trabalhador nos dois casos. Enquanto o acidente é um fato que provoca lesão, a enfermidade profissional é um estado patológico ou mórbido, ou seja, perturbação da saúde do trabalhador. O acidente caracteriza-se pelo episódio de um fato súbito e externo ao trabalhador, ao passo que a doença ocupacional normalmente vai se instalando aos poucos e se manifesta internamente com tendência de agravamento. UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO 20 Segundo Oliveira (2008, p. 46), a doença profissional é aquela típica de determinada profissão, também chamada de doença profissional típica, tecnopatia ou ergopatia. Ou seja, o exercício de determinada profissão pode produzir ou desencadear certas patologias e assim, é presumido o nexo causal da doença com a atividade. Exemplificando, um empregado de uma mineradora que trabalha exposto ao pó de sílica e contrai a silicose. Por outro lado, a doença do trabalho ou mesopatia ou doença profissional atípica, mesmo tendo origem na atividade do trabalhador como na doença profissional, não está vinculada necessariamente a esta ou aquela profissão. Sendo assim, decorre da forma em que o trabalho é prestado ou das condições específicas do ambiente de trabalho. Um exemplo atual são as LER (Lesões por Esforços Repetitivos) e DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), já que podem ser desencadeadas em qualquer atividade, sem vinculação direta a determinada profissão. O artigo 20 da Lei nº 8.213/91 faz menção expressa à doença ocupacional: Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas: I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I. Consta ainda nesta Lei, inciso III, que as chamadas doenças ocupacionais são equiparadas ao acidente de trabalho por ser proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade. A doença, neste caso, ocorre de forma repentina, como por exemplo, no caso de contágio por produtos radioativos. NOTA TÓPICO 2 | DOENÇAS OCUPACIONAIS 21 De acordo com Oliveira (2008): Cabe neste passo precisar o conceito das três denominações: doença profissional, doença do trabalho e doença ocupacional, já que a lei, como princípio hermenêutico, não contém palavras inúteis. A doença profissional é aquela peculiar à determinada atividade ou profissão, também chamada de doença profissional típica, tecnopatia ou ergopatia. O exercício de determinada profissão pode produzir ou desencadear certas patologias, sendo que, nessa hipótese, o nexo causal da doença com a atividade é presumido. Basta comprovar a prestação do serviço na atividade e o acometimento da doença profissional. Sinteticamente, pode-se afirmar que doença profissional é aquela típica de determinada profissão.Por outro lado, a doença do trabalho, também chamada mesopatia ou doença profissional atípica, apesar de igualmente ter origem na atividade do trabalhador, não está vinculada necessariamente a esta ou aquela profissão. Seu aparecimento decorre da forma em que o trabalho é prestado ou das condições específicas do ambiente de trabalho. O grupo atual das LER/DORT é um exemplo oportuno das doenças do trabalho. Nas doenças do trabalho “as condições excepcionais ou especiais do trabalho determinam a quebra da resistência orgânica com a consequente eclosão ou a exacerbação do quadro mórbido, e até mesmo o seu agravamento”. Diferentemente das doenças profissionais, as mesopatias não têm nexo causal presumido, exigindo comprovação de que a patologia desenvolveu-se em razão das condições especiais em que o trabalho foi realizado. Essa questão, no entanto, teve alteração significativa no final de 2006, no sentido de facilitar o enquadramento como doença ocupacional, porque a Lei nº 11.430/06, [...] instituiu o nexo técnico epidemiológico, acrescentando um novo artigo na Lei nº 8.213/91, com o seguinte teor: Art. 21-A. A perícia médica do INSS considerará caracterizada a natureza acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade elencada na Classificação Internacional de Doenças - CID, em conformidade com o que dispuser o regulamento. § 1º A perícia médica do INSS deixará de aplicar o disposto neste artigo quando demonstrada a inexistência do nexo de que trata o caput deste artigo. § 2º A empresa poderá requerer a não aplicação do nexo técnico epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso com efeito suspensivo, da empresa ou do segurado, ao Conselho de Recursos da Previdência Social. UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO 22 Diante dos significados específicos de doença profissional e doença do trabalho, a denominação “doenças ocupacionais” passou a ser adotada como o gênero mais próximo que abrange as modalidades das doenças relacionadas com o trabalho. A NR-7 da Portaria nº 3.214/78, que regulamenta o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) faz referência às doenças ocupacionais ou patologias ocupacionais, como vocábulo gênero. Para evitar a expressão doença profissional ou do trabalho, é preferível englobá-las na designação genérica de doenças ocupacionais. (OLIVEIRA, 2008). Garcia (2008) complementa que enquanto as doenças profissionais são decorrentes de trabalho peculiar exercido, as doenças do trabalho decorrem de condições especiais de trabalho desempenhado. 3 DOENÇAS AGUDAS E CRÔNICAS A doença pode ser classificada como doença crônica e aguda. Uma doença aguda geralmente dura por um curto período de tempo, e pode ir longe sem o uso do medicamento e/ou cirurgia. Por outro lado, a doença crônica ocorre durante um longo período de tempo ou mantém-se recorrente. Às vezes, a doença crônica pode durar toda a vida da pessoa. Uma doença crônica é uma doença que não é resolvida num curto tempo. Este tipo de doenças não põe em risco a vida da pessoa em curto prazo, logo não são emergências médicas. No entanto, elas podem ser extremamente sérias, e várias doenças crônicas podem levar à morte. As doenças crônicas são doenças de evolução prolongada, permanentes, para as quais, atualmente, não existe cura, afetando negativamente a saúde e funcionalidade do doente. No entanto, os seus efeitos podem ser controlados, melhorando a qualidade de vida destes doentes. Os principais tipos de doenças crônicas existentes são: diabetes, obesidade, câncer, doenças respiratórias, doenças cardiovasculares, a maioria das doenças autoimunes, algumas infecções como a tuberculose, lepra, sífilis ou gonorreia e a AIDS. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que, em 57 milhões de mortes num ano, 59% são devido às doenças crônicas de declaração não obrigatória, como as doenças cardiovasculares, a diabetes, a obesidade, o câncer e as doenças respiratórias. NOTA TÓPICO 2 | DOENÇAS OCUPACIONAIS 23 Já as doenças agudas são aquelas que têm um curso acelerado, terminando com convalescença ou morte em menos de três meses. A maioria das doenças agudas caracteriza-se em várias fases. O início dos sintomas pode ser abrupto ou insidioso, seguindo-se uma fase de deterioração até um máximo de sintomas e danos, fase de plateau, com manutenção dos sintomas e possivelmente novos picos, uma longa recuperação com desaparecimento gradual dos sintomas, e a convalescência, em que já não há sintomas específicos da doença, mas o indivíduo ainda não recuperou totalmente as suas forças. Na fase de recuperação podem ocorrer as recrudescências, que são exacerbamentos dos sintomas de volta a um máximo ou plateau, e na fase de convalescência as recaídas, devido à presença continuada do fator desencadeante e do estado debilitado do indivíduo, além de (novas) infecções. 3.1 PRINCIPAIS DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO A relação das doenças profissionais e do trabalho constantes no art. 20, I, está inserida no Anexo II do atual Regulamento da Previdência Social - Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999 - tendo caráter apenas exemplificativo. A relação das doenças ocupacionais foi adotada também pelo Ministério da Saúde, por intermédio da Portaria nº 1.339/GM de 18 de novembro de 1999. (OLIVEIRA, 2008). O Anexo II sofreu uma mudança introduzida pelo Decreto nº 6.042, de 12 de fevereiro de 2007, que englobou três relações importantes: a primeira indica os agentes patogênicos causadores de doenças profissionais ou do trabalho; a segunda – Lista A – aponta os agentes ou fatores de risco de natureza ocupacional, relacionados com a etiologia de doenças profissionais e de outras doenças relacionadas com o trabalho e a terceira – Lista B – indica as doenças ocupacionais e os possíveis agentes etiológicos ou fatores de risco de natureza ocupacional. A Lei nº 8.213, no seu art. 20, inciso II, parágrafo 1º, enumera um rol que excluiu a consideração de doença ocupacional, in verbis: § 1º Não são consideradas como doença do trabalho: a) a doença degenerativa; b) a inerente a grupo etário; c) a que não produza incapacidade laborativa; d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. O parágrafo 1º do art. 20 da Lei nº 8.213/91 esclarece que nas hipóteses mencionadas nesse parágrafo, pode-se perceber que a doença não tem nexo causal UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO 24 Doenças degenerativas são aquelas que provocam a degeneração de todo o organismo, desde vasos sanguíneos, tecidos, ossos, visão, órgãos internos e cérebro. Exemplos: arteriosclerose, a hipertensão, as doenças cardíacas, cânceres, alzheimer, reumatismo etc. com o trabalho, ou seja, apareceu no trabalho, mas não pelo trabalho. Explica também, que as doenças degenerativas ou inerentes ao grupo etário, normalmente independem do fator laboral e poderiam aparecer mesmo estando desempregado ou aposentado o trabalhador. Nessa relação, merece destaque a doença que não gera a incapacidade laborativa, que não é considerada doença do trabalho, não se equiparando, assim, ao acidente do trabalho. Muitas doenças, relacionadas ou não ao trabalho, exigem, pela sua gravidade, o imediato afastamento do trabalho, como parte do tratamento (repouso obrigatório) e/ou pela necessidade de interromper a exposição aos fatores de risco presentes nas condições e/ou nos ambientes de trabalho. Outras doenças, por serem menos graves, não implicam, necessariamente, o afastamento do trabalho. Muitos médicos se veem em dúvida quanto à questão dosatestados médicos. Alguns são muito liberais e, na dúvida, concedem longos períodos de afastamento, tentando proteger o trabalhador. Outros são muito rigorosos ou restritivos, concedendo tempo insuficiente para a melhora efetiva do paciente/trabalhador. (OLIVEIRA, 2008). Não são considerados como doenças do trabalho: a doença degenerativa; a inerente a grupo etário; a que não produz incapacidade laborativa; a doença endêmica adquirida por segurados habitantes de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que resultou de exposição ou contato determinado pela natureza do trabalho. Não há uma fórmula fixa para tal tipo de decisão, que fica a critério do médico que atende ao paciente/trabalhador. A maior dificuldade decorre da falta de critérios objetivos que orientem a conduta do médico, principalmente quando ele não está familiarizado com o ambiente e as condições de trabalho do paciente. Nesse sentido, algumas diretrizes ou informações são importantes, como destaca o Ministério da Saúde (2001): • não sendo trabalhador segurado, o atestado médico é apenas um documento pessoal do paciente/trabalhador, não tendo, em princípio, outro significado no caso de trabalhadores autônomos, avulsos e empresários; • para os servidores públicos, contratados sob o RJU (Regime Jurídico Único), o atestado médico de incapacidade para o trabalho é necessário para que ele NOTA TÓPICO 2 | DOENÇAS OCUPACIONAIS 25 obtenha o abono da ausência ao trabalho; • sendo o trabalhador segurado pela Previdência Social, o atestado médico de incapacidade para o trabalho servirá para justificar seu afastamento do trabalho, pelo tempo que o médico solicitar. Porém, na verdade, o atestado médico irá justificar as faltas ao trabalho apenas nos primeiros 15 (quinze) dias, que sempre são pagos pela empresa; • é importante distinguir o afastar-se da função ou a atividade do afastar-se do trabalho. Esta última situação está, quase sempre, vinculada à natureza e à gravidade da doença e, principalmente, à necessidade de repouso, às vezes no leito. Havendo necessidade de afastamento superior a 15 (quinze) dias, o paciente/trabalhador/segurado deverá se apresentar à Perícia Médica do INSS, quando o médico-perito irá se pronunciar sobre a necessidade de afastamento, decorrente da existência (ou não) de incapacidade laborativa. Se esta for constatada ou reconhecida, desencadeará a concessão do benefício auxílio- doença (Exame Médico-Pericial Inicial ou Ax-1), cujo valor corresponde a 91% do salário de benefício. Portanto, a partir do 16º dia, confirmando-se a necessidade de afastamento do trabalho, o pagamento correrá por conta do INSS, enquanto perdurar a incapacidade (temporária) laboral. FONTE: Disponível em: <http://www.previdenciasocial.gov.br/>. Acesso em: 3 nov. 2010. A concessão de auxílio-doença acidentário por acidente de trabalho, que inclui as doenças relacionadas ao trabalho das Listas A e B do Decreto nº 3.048/1999, em decorrência de incapacidade laboral temporária superior a 15 (quinze) dias, garante ao paciente/trabalhador/ segurado a estabilidade de um ano no emprego, após a sua cessação. FIGURA 5 – PREVIDÊNCIA SOCIAL NOTA 26 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você viu que: • A doença profissional é típica de determinada profissão, sendo presumido o nexo causal da doença com a atividade. • A doença do trabalho, mesmo tendo origem na atividade do trabalhador como na doença profissional, não está vinculada necessariamente a esta ou aquela profissão. Sendo assim, decorre da forma em que o trabalho é prestado ou das condições específicas do ambiente de trabalho. Um exemplo atual é a LER/ DORT, pois podem ser desencadeadas em qualquer atividade, sem vinculação direta a determinada profissão. • Diante dos significados específicos de doença profissional e doença do trabalho, a denominação “doenças ocupacionais” passou a ser adotada como o gênero mais próximo que abrange as modalidades das doenças relacionadas com o trabalho. • Muitas doenças, relacionadas ou não ao trabalho, exigem, pela sua gravidade, o imediato afastamento do trabalho, como parte do tratamento (repouso obrigatório) e/ou pela necessidade de interromper a exposição aos fatores de risco presentes nas condições e/ou nos ambientes de trabalho. Outras doenças, por serem menos graves, não implicam, necessariamente, o afastamento do trabalho. • Havendo necessidade de afastamento superior a 15 (quinze) dias, o paciente/ trabalhador/segurado deverá se apresentar à Perícia Médica do INSS, quando o médico-perito irá se pronunciar sobre a necessidade de afastamento. 27 AUTOATIVIDADE 1 As doenças ocupacionais não são: ( ) doenças profissionais. ( ) doença do trabalho. ( ) moléstias contagiosas. ( ) LER/DORT. 2 A doença ocupacional está definida: ( ) no art. 20 da Lei nº 8.213/91. ( ) no art. 7º da Constituição Federal. ( ) no art. 196 da Constituição Federal. ( ) no art. 255 da CLT. 3 O acidente de trabalho pode ser considerado como a doença profissional e a doença do trabalho? ( ) Sim. ( ) Não. ( ) Somente em alguns casos. ( ) Não sei. 4 Não são características da doença profissional: ( ) doença profissional típica. ( ) tecnopatia. ( ) nexo causal da doença com a atividade não é presumido. ( ) ergopatia. 5 A doença do trabalho aparece na forma com que o trabalho é prestado ou das condições específicas do ambiente de trabalho. ( ) Verdadeiro. ( ) Falso. 6 Quais doenças são consideradas como sendo doença do trabalho? ( ) Doença degenerativa. ( ) Inerente a grupo etário. ( ) Diabetes. ( ) LER/DORT. ( ) Doenças cardiovasculares. 28 29 TÓPICO 3 INSALUBRIDADE UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO O art. 191 da CLT, conforme Saliba e Corrêa (2004, p. 19), enfatiza que a empresa deve proporcionar um ambiente de trabalho favorável ao trabalhador, adotando para tanto medidas para reduzir a insalubridade aos limites de tolerância ou utilizar os equipamentos de proteção individual. O adicional de insalubridade é devido ao trabalhador que, em determinadas circunstâncias, desenvolveu ou desenvolve suas atividades sob condições insalubres. O adicional de periculosidade é devido ao trabalhador que, em determinadas circunstâncias, desenvolveu ou desenvolve suas atividades sob condições perigosas. A palavra periculosidade significa a qualidade ou o estado de perigoso, caracterizando o adicional. 2 ATIVIDADES INSALUBRES Conforme Saliba e Corrêa (2004, p. 11), “a palavra insalubre vem do latim e significa tudo aquilo que origina doença, e a insalubridade é a qualidade de insalubre”. No dicionário Aurélio, o termo “insalubre” significa prejudicial à saúde, nocivo; e “insalubridade” significa inadequado à vida, nocivo. (AURÉLIO, 2007). Insalubridade pode ser definida como uma atividade que expõe o trabalhador a agentes nocivos à sua saúde, acima dos limites de sua tolerância. Isso é o que se pode entender do art. 189 e 190 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) (BRASIL, 2002): Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivo à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo e exposição aos seus efeitos. 30 UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO Os trabalhadores, sujeitos a estes agentes de qualquer natureza, diretamente relacionados com o trabalho e a eles peculiares, podem contrair doenças causadas pelos mesmos, chamadas de doenças profissionais. Ao analisar o conceito de insalubridade conforme o artigo 189 da CLT, pode-se considerar que esse conceito é tecnicamente correto dentro dos princípios da Higiene do Trabalho. A insalubridadeé o trabalho com agentes agressivos que causam danos à saúde, afetando o bem estar do trabalhador. As condições insalubres são caracterizadas pela atuação dos agentes físicos, agentes químicos e os agentes biológicos existentes nos próprios ambientes de trabalho que, em virtude da natureza, da intensidade, bem como o tempo de exposição, ocasionam nocividade à saúde de quem trabalha. Para a configuração da insalubridade, são necessários alguns requisitos como exposição permanente a agentes insalubres, inspeção do local de trabalho acima dos limites de tolerância de exposição aos agentes nocivos. Assim, para as atividades em que os trabalhadores são expostos a agentes nocivos, acima dos limites fixados pelo Ministério do Trabalho, perceberão o direito ao adicional de insalubridade. O trabalhador terá direito em receber adicional equivalente ao grau máximo, médio e mínimo, como descreve o art. 192 da CLT (BRASIL, 2002): Art. 192. O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário mínimo, segundo classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo. Segundo Araújo (2005), as empresas são classificadas em três níveis de risco de acidente de trabalho, conforme sua atividade preponderante: leve, média e grave. O artigo 195, caput, da CLT, prevê que a caracterização e a classificação da insalubridade far-se-á sempre através de perícia. Art. 195. A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se- NOTA TÓPICO 3 | INSALUBRIDADE 31 ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho. (BRASIL. Decreto-Lei 5.452, de 1º de maio de 1943, 2002). A NR-15 listou os agentes considerados insalubres, estando na classificação: os ruídos, ruídos de impacto, exposição ao calor, radiações ionizantes, trabalho sob condições hiperbáricas, radioações não ionizantes, vibrações, frio, umidade, agentes químicos cuja insalubridade é caracterizada por limite de tolerância e inspeção no local de trabalho, poeiras minerais, agentes químicos e agentes biológicos. FONTE: Disponível em: <http://o-jacaranda.blogspot.com/2009/01/luz-fabrica-textil- moderna.html>. Acesso em: 3 nov. 2010. Há também, um quadro com os graus de insalubridade para cada agente agressivo. São utilizados critérios quantitativo e qualitativo, tendo como fundamento legal o art. 200 da Consolidação das Leis do Trabalho, que outorga ao Ministério do Trabalho o poder de baixar normas que completem aqueles não mencionados pela Lei, o que torna possível a permanente e contínua adequação das normas legais à realidade dos ambientes de trabalho. Ainda a NR-15 (2010) destaca que: FIGURA 6 – FÁBRICA TÊXTIL MODERNA NOTA 32 UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO 15.1. São consideradas atividades ou operações insalubres as que se desenvolvem: 15.1.1. Acima dos limites de tolerância previstos nos anexos nº 1, 2, 3, 5, 11 e 12; 15.1.2. (Revogado pela Portaria nº 3.751, de 23.11.1990); 15.1.3. Nas atividades mencionadas nos anexos nº 6, 13 e 14; 15.1.4. Comprovadas através de Laudo de Inspeção do local de trabalho, constantes dos anexos nº 7, 8, 9 e 10; 15.1.5. Entende-se por Limite de Tolerância, para os fins desta Norma, a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada coma natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à Saúde do Trabalhador, durante sua vida laboral. 15.2. O exercício do trabalho em condições de insalubridade, de acordo com os subitens do item anterior, assegura ao trabalhador a percepção de adicional, incidente sobre o salário mínimo da região, equivalente a: 15.2.1. 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo; 15.2.2. 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio; 15.2.3. 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo. 15.3. No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade será considerado apenas o de grau mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo vedada a percepção cumulativa. 15.4. A eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a cessação do pagamento do adicional respectivo. 15.4.1. A eliminação ou neutralização da insalubridade deverá ocorrer: a) Com a adoção de medida de ordem geral que conserve o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância; b) Com a utilização de equipamento de proteção individual. 15.4.1.1. Cabe a autoridade regional competente em matéria de segurança e saúde do trabalho, comprovada a insalubridade por laudo técnico de Engenheiro de Segurança do Trabalho ou Médico do Trabalho, devidamente habilitado, fixar adicional devido aos empregados expostos à insalubridade quando impraticável sua eliminação ou neutralização. 15.4.1.2. A eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial por órgão competente, que comprove a inexistência de risco à saúde do trabalhador. 15.5. É facultado às empresas e aos sindicatos de categorias profissionais interessadas requererem ao Ministério do Trabalho, através das Delegacias Regionais do Trabalho, a realização de perícia em estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou determinar atividade insalubre. 15.5.1 Nas perícias requeridas às Delegacias Regionais do Trabalho, desde que comprovada a insalubridade, o Perito do Ministério do Trabalho indicará o adicional devido. TÓPICO 3 | INSALUBRIDADE 33 Anexo Atividades ou operações que exponham o trabalhador a: Percentual 1 Níveis de ruído contínuo ou intermitente superiores aos limites de tolerância fixados no quadro constante do Anexo nº 1 e no item 6 do mesmo anexo. 20% 2 Níveis de ruído de impacto superiores aos limites de tolerância fixados nos itens 2 e 3 do Anexo nº 2. 20% 3 Exposição ao calor com valores de IBUTG superiores aos limites de tolerância fixados nos quadros nº 1 e 2. 20% 4 ** Revogado pela Portaria nº 3.751, de 23.11.1990. 40% 5 Níveis de radiações ionizantes com radioatividade superior aos limites de tolerância fixados neste Anexo. 40% 6 Trabalho sob condições hiperbáricas. 20% 7 Radiações não ionizantes consideradas insalubres em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho. 20% 8 Vibrações consideradas insalubres em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho. 20% 9 Frio considerado insalubre em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho. 20% 10 Umidade considerada insalubre em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho. 20% 11 Agentes químicos cujas concentrações sejam superiores aos limites de tolerância fixados no Quadro nº 1. 10%, 20% e 40% 12 Poeiras minerais cujas concentrações sejam superiores aos limites de tolerância fixados neste Anexo. 40% 13 Atividades ou operações envolvendo agentes químicos, consideradas insalubres em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho. 10%, 20% e 40% 14 Agentes biológicos. 20% e 40% FONTE: NR-15 (2010) QUADRO 2 – GRAUS DE INSALUBRIDADE O art. 192 da CLT estabelece que o exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância fixados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, assegurada a percepção do adicional respectivamente de 40%, 20% e 10% do salário mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo. (SALIBA; CORRÊA, 2009). Este adicional será sem acréscimos, resultantes de gratificações, prêmios ou participação dos lucros da empresa (art. 193 da CLT), sendo que o empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade queporventura lhe seja devido. 15.6. O Perito descreverá no laudo a técnica e a aparelhagem utilizadas. 15.7. O disposto no item 15.5. não prejudica a ação fiscalizadora do Ministério do Trabalho, nem a realização ex-officio da perícia, quando solicitado pela Justiça, na localidade onde não houver Perito. O quadro a seguir apresenta a tabela com os graus de insalubridade. 34 UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO O grau de insalubridade depende do tipo de agente insalubre a que o empregado está exposto. Por exemplo, o agente ruído gera adicional em grau médio, enquanto a poeira gera grau máximo. Outro aspecto importante a ser considerado é que o grau não varia de acordo com a intensidade do agente, isto é, uma concentração de poeira dez vezes superior ao limite gera o mesmo grau de insalubridade que uma concentração duas vezes superior ao limite de tolerância. 2.1 PERICULOSIDADE A CLT menciona em seu art. 193 que as atividades ou operações perigosas são consideradas, aquelas que, por natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado. Saliba e Corrêa (2009) destacam que nesta definição, foram determinados três pressupostos para a configuração da periculosidade: • contato com inflamáveis e explosivos; • caráter permanente; • em condições de risco acentuado. A NR-16 da Portaria n° 3.214 estabelece as atividades e operações em condições de periculosidade com inflamáveis e explosivos, bem como as áreas de risco. Outro fator gerador de periculosidade é o contato com energia elétrica, instituído pela Lei n° 7.369/85, que para tal instituiu o adicional de periculosidade. Essa lei foi regulamentada pelo Decreto n° 93.412, de 14 de outubro de 1986, estabelecendo as atividades em condições de periculosidade e áreas de risco. NOTA NOTA TÓPICO 3 | INSALUBRIDADE 35 Saliba e Corrêa (2009) explicam que, posteriormente, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) instituiu o adicional de periculosidade para as atividades ou operações que envolvem radiações ionizantes e substâncias radioativas, por meio da Portaria nº 3.393, de 17 de dezembro de 1987, instrumento este, no entanto, considerado ilegal por alguns profissionais da área jurídica – vez que o direito de recebimento do adicional foi criado por uma Portaria. O art. 193 da CLT (§ 1º) estabelece que o valor do adicional seja de 30% sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações ou participações nos lucros da empresa, podendo o empregado optar pelo adicional que porventura lhe seja devido (art. 193, § 2º). Portanto, os adicionais de insalubridade e periculosidade também não podem ser cumulativos, devendo o empregado fazer a opção. FONTE: O autor FIGURA 7 – ATIVIDADES QUE GERAM PERICULOSIDADE NOTA 36 UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO 3 PERÍCIA TÉCNICA DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE O art. 189 da CLT define que operações insalubres são aquelas que expõem os empregados a agentes nocivos à saúde acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos. Já as operações periculosas são as atividades ou operações perigosas, sendo aquelas que, por natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado. A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade são feitas por perícia a cargo do Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho, conforme art. 195 da CLT. A perícia poderá ser feita pelo médico ou pelo engenheiro, tanto para constatar a insalubridade como para a periculosidade quando não for necessário o conhecimento específico de um dos profissionais ou de outro. Art. 195. (...). § 1º É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas requererem ao Ministério do Trabalho a realização de perícia em estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou delimitar as atividades insalubres ou perigosas. § 2º Arguida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por sindicato, em favor de grupo de associados, o juiz designará perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho. (...). Portanto, a perícia visando à caracterização da insalubridade é obrigatória, podendo ser extrajudicial ou judicial. O parágrafo 1º deste artigo da CLT concede às empresas e aos sindicatos a faculdade de requererem ao Ministério do Trabalho e Emprego a realização de perícia em estabelecimentos ou setor deste, com o objetivo de classificar ou delimitar as atividades insalubres. Nesse sentido, Vieira (2002) destaca que o laudo pericial é o relato escrito e formal que o perito envia à autoridade que o nomeou. A razão da realização da perícia é a necessidade que tem a autoridade de ser elucidada sobre um determinado fato jurídico. Desta forma, o objetivo básico de todo o laudo é o de fornecer esclarecimentos a quem o solicita. NOTA TÓPICO 3 | INSALUBRIDADE 37 Portanto, de forma clara, deve ser elaborado, fornecendo informações objetivas, sobre fatos de natureza técnica, não dominados pelo juízo. A estrutura do laudo deve obedecer a certa ordenação, que possui as seguintes partes: preâmbulo, histórico, descrição, discussão, conclusão e resposta aos quesitos, explicados a seguir, conforme Vieira (2002): • Preâmbulo: no preâmbulo o perito fará sua apresentação declinando o seu nome. A seguir, explicita o motivo da perícia, citando o processo e as partes envolvidas. • Histórico: nesta etapa, devem ser narrados todos os antecedentes importantes para elucidar o laudo, como, os cargos e funções exercidos pelo reclamante e outras circunstâncias relacionadas à perícia. • Descrição: é a parte central da perícia; sobre ela estarão assentadas todas as demais partes do laudo: a) Local de trabalho: será descrito em suas dimensões, tipo de construção, piso, cobertura, abertura, luminárias, distribuição de máquinas e equipamentos, assim como as condições gerais de higiene e limpeza; b) Descrição do trabalho: deverá ser feita de forma completa e ordenada das tarefas e atribuições exercidas. A descrição deve, basicamente, responder às seguintes questões: O que se faz? Como e com que se faz? E para que se faz? A sequência lógica das tarefas realizadas, destacando fatores como esforço físico, complexidade e tempo de execução, que são importantes para definir as condições de risco profissional a serem posteriormente descritas. As tarefas devem ser expressas iniciando a frase com o verbo no infinitivo. Assim, a descrição das tarefas de um açougueiro poderá ser: • examinar as peças de carne recebidas, verificando sua qualidade e quantidade; • transportar as peças de carne para a câmara frigorífica, para evitar sua deterioração; • dividir a carne em partes menores, utilizando-se de serra de fita e facas, para facilitar a venda ao público. Ao final da descrição das tarefas, deve-se citar se o autor usava equipamentos de proteção individual. c) Descrição do processo operacional: descrição do local e do trabalho. Esses dados são obtidos com os operadores e supervisores, e não deixar de ter seus nomes citados no preâmbulo. Pode-se anexar fotos, plantas baixas ou desenhos para elucidar a descrição. d) Descrição dos riscos do trabalho: a descrição dos riscos ocupacionais está assentada nos princípios da higienedo trabalho. Isto é, conhecendo o local de trabalho, as tarefas exercidas e o processo operacional, está o perito munido das informações necessárias para reconhecer, avaliar e verificar os controles, se existentes, dos riscos ocupacionais. Desta forma, poderá formar sua convicção, sobre o potencial que os riscos analisados detêm, de causar danos à saúde ou integridade física do autor. Reconhecendo o risco, este poderá ser avaliado de forma qualitativa ou quantitativa. A análise qualitativa verificará a presença do 38 UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO agente, os meios de contato, as vias de penetração e o seu potencial de causar dano ao trabalhador. Nesta avaliação, o tempo de exposição e os meios de proteção coletiva e individual existentes são detalhados. A análise quantitativa ocorre com os riscos para os quais possuímos meios para quantificá-los por meio de equipamentos e técnicas especializadas. Os equipamentos e técnicas empregados devem ser devidamente descritos conforme prevê a legislação, no item 15.6 da NR-15. • Discussão: é a parte do laudo em que o perito apresentará a fundamentação científica existente dos riscos à saúde ou à integridade física do trabalhador, descritos no item anterior. O perito apresentará sua opinião e poderá transcrever ensinamentos de autoridades científicas no assunto, reforçando-a. Além disso, poderá fazer comparações e analogias entre o risco encontrado no ambiente de trabalho e não citado na legislação com outro assemelhado, que nela está contido. • Conclusão: deve sempre oferecer um embasamento legal às evidências técnicas da existência do risco. Caso não exista na legislação tal embasamento, concluirá o perito pela existência dos riscos à saúde ou integridade física do trabalhador. Cabe ao julgador a aplicação da lei; portanto, a conclusão pericial, mesmo calcada em embasamento técnico-científico, que poderá ou não ser acolhida. • Respostas aos quesitos: os quesitos formulados pelas partes ao perito devem ser respondidos sempre com os advérbios “sim” e “não”, explicitando as respostas de forma sucinta, quando necessário. Para que possa responder de forma adequada, o perito deverá antes da diligência, ler cuidadosamente os quesitos formulados e anotá-los. Assim, durante a realização da vistoria ao local de trabalho e da entrevista com os circunstantes, poderá colher todos os dados que interessam, para elaborar as respostas. Este procedimento não deve deixar dúvidas quanto ao embasamento técnico das respostas, ao mesmo tempo em que as torna objetivas para o julgador e as partes. O perito deverá encaminhar o laudo datado e assinado ao Juiz, com uma petição em que solicitará seus honorários. O laudo deve ser encaminhado em quatro vias. Uma ficará com o perito, como recibo, depois de protocolada na secretaria do Juízo. As outras são encaminhadas, uma aos autos e as outras duas a cada uma das partes. Após, as manifestações das partes, novos quesitos poderão ser formulados, para que alguns pontos que estejam ainda não claros sejam elucidados pelo perito. ARRUMAÇÃO DE LIXO EM CONDOMÍNIO DÁ DIREITO A ADICIONAL DE INSALUBRIDADE A Oitava Turma do Tribunal Superior do Trabalho negou recurso do Condomínio Residencial América do Sul contra decisão regional que havia concedido adicional de insalubridade a zelador que fazia o recolhimento e arrumação de lixo dos moradores. LEITURA COMPLEMENTAR TÓPICO 3 | INSALUBRIDADE 39 O empregado dedicava-se à organização do lixo produzido num condomínio de 288 apartamentos e 900 moradores. Segundo o laudo pericial, de hora em hora o zelador colocava em tambores o lixo deixado e espalhado pelos residentes e, após o recolhimento dos resíduos pelo serviço de coleta, ele, três vezes na semana, lavava os tambores e o piso destinado ao armazenamento dos dejetos. A sentença de primeiro grau concedeu e o Tribunal Regional da 9ª Região (PR) confirmou o direito do zelador em receber o adicional de insalubridade, pela tarefa realizada ser semelhante à exposição ao lixo urbano, este definido como insalubre pelo Anexo XIV, da NR-15 do Ministério do Trabalho. O condomínio recorreu ao TST contra a decisão regional, alegando que o acórdão do TRT afrontava a Orientação Jurisprudencial nº 4 da SBDI-1, segundo a qual desconsidera como atividades insalubres a limpeza em residências e escritórios e a respectiva coleta de lixo, sendo necessário o enquadramento da tarefa na classificação de atividades insalubres elaborada pelo MT. O ministro relator do recurso enviado à Turma, Márcio Eurico Vitral Amaro, confirmou o entendimento declarado pelo TRT e ressaltou em seu voto que as condições verificadas no laudo expressavam sim uma equiparação à atividade dos trabalhadores municipais na coleta de lixo urbano, não havendo que se falar em contrariedade à OJ n° 4, como alegado pelo condomínio. "Noutras palavras, seja pela constância com que o reclamante lidava com o lixo, expondo-se, evidentemente, a riscos biológicos, como constatados, segundo o acórdão recorrido, pela prova pericial, seja pelo volume de lixo (produzido por cerca de 900 moradores de 288 apartamentos), e não de mera limpeza em residências e a respectiva coleta de lixo. Assim, não há que falar em contrariedade à OJ nº 4, estando a decisão recorrida, ao contrário, em consonância com o aludido verbete", disse o ministro. FONTE: REVISTA PROTEÇÃO. Arrumação de lixo em condomínio dá direito ao adicional de insalubridade. 2009. Disponível em: <http://www.protecao.com.br/site/content/noticias/noticia_ detalhe.php?id=AAy J>. Acesso em: 25 ago. 2010. FONTE: Disponível em: <http://www.act.gov.pt/(pt-PT)/ CentroInformacao/SinalizacaoSeguranca/Aviso/Paginas/default. aspx>. Acesso em: 3 nov. 2010. FIGURA 8 - RISCOS BIOLÓGICOS (SIMBOLOGIA) 40 RESUMO DO TÓPICO 3 Neste tópico, você viu que: • Insalubridade pode ser definida como uma atividade que expõe o trabalhador a agentes nocivos à sua saúde, acima dos limites de sua tolerância. • Para a configuração da insalubridade, são necessários alguns requisitos como exposição permanente a agentes insalubres, inspeção do local de trabalho acima dos limites de tolerância de exposição aos agentes nocivos. • O art. 192 da CLT estabelece que o exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância fixados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, assegurada a percepção do adicional respectivamente de 40%, 20% e 10% do salário mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo. • O adicional de periculosidade é instituído para as atividades ou operações que envolvem radiações ionizantes e substâncias radioativas. O valor do adicional é de 30% sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações ou participações nos lucros da empresa. • A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade são feitas por perícia a cargo do Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho. 41 AUTOATIVIDADE 1 O significado de prejudicial à saúde, nocivo, inadequado à vida refere-se à: ( ) insalubridade. ( ) periculosidade. ( ) proibido. ( ) negativo. 2 Quais as condições que caracterizam a insalubridade? ( ) Energia elétrica. ( ) Agentes físicos. ( ) Explosivos. ( ) Agentes químicos. ( ) material inflamável ( ) Ruído. 3 Qual o percentual do adicional de periculosidade adotado pela CLT? ( ) 20%. ( ) 10%. ( ) 30%. ( ) 40%. 4 Os principais pressupostos da periculosidade são o contato com inflamáveis e explosivos, de caráter não permanente e em condições de risco acentuado. ( ) Verdadeiro. ( ) Falso. 5 Quem é o responsável pela caracterização e classificação da periculosidade e insalubridade? ( ) Ministério do Trabalho. ( ) Médico do Trabalho ou Engenheirodo Trabalho. ( ) Técnico de Segurança do Trabalho. ( ) Perito do Ministério do Trabalho. 6 O laudo pericial deve ser feito de maneira imparcial, não podendo o perito opinar ou apresentar seu parecer, devendo apenas relatar o ambiente físico da empresa. ( ) Verdadeiro. ( ) Falso. 42 7 Qual a finalidade da perícia? ( ) Auxiliar os sindicatos. ( ) Elucidar sobre um determinado fato jurídico. ( ) Realizar um exame completo, conforme solicitado pela NR-7. ( )Ajudar a empresa a identificar atividades que geram insalubridade e periculosidade. 43 UNIDADE 2 SAÚDE OCUPACIONAL OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir desta unidade você será capaz de: • compreender a finalidade do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional - PCMSO; • verificar os exames exigidos pela NR-7; • promover ações voltadas à educação em saúde ocupacional. Esta unidade está dividida em três tópicos, sendo que em cada um deles você encontrará atividades que o(a) ajudarão a fixar os conhecimentos adquiridos. TÓPICO 1 – POLÍTICA DE SAÚDE OCUPACIONAL TÓPICO 2 – EXAMES EXIGIDOS PELA NR-7 TÓPICO 3 – EDUCAÇÃO EM SAÚDE OCUPACIONAL 44 45 TÓPICO 1 POLÍTICA DE SAÚDE OCUPACIONAL UNIDADE 2 1 INTRODUÇÃO A Norma Regulamentadora NR-7, hoje denominada Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, é parte constante da Portaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978 do Ministério do Trabalho. A Política Nacional da Saúde do Trabalhador é uma política formada com os movimentos de vários trabalhadores e sindicalistas que lutam por melhorias. Muitos trabalhadores, muitas reformas, discussões e conferências a cerca de uma democratização e de uma defesa pública. O Ministério da Saúde tem como objetivo de programar a Política de Notificação de Acidentes e Doenças no Trabalho. Este capítulo apresentará o surgimento da política de saúde ocupacional, o conceito e finalidade do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e a política de saúde ocupacional. 2 CONTEXTO DO SURGIMENTO Em 27 de julho de 1972, com o Decreto Lei nº 3237 e com a obrigatoriedade do SESMT nas empresas, foi dado o primeiro passo para a criação de um programa de prevenção de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Este decreto foi reforçado com a elaboração das normas regulamentadoras no ano de 1978, de acordo com seus anexos, em especial a NR 7. A versão original das NRs desobrigava pequenas empresas ao cumprimento do que determinava a legislação pertinente, permitindo que as empresas se agrupassem e constituíssem um SESMT para atendimento das mesmas. UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL 46 Paulo et al. (1996) referenciam, que em meados de 1993, com a participação de uma Comissão Interministerial de Saúde do Trabalhador e Grupo Técnico, deu- se o início na atualização da Norma Regulamentadora NR-7 e em 30 de dezembro de 1994 foi revogado o novo texto desta Norma. A nova NR-7 estabeleceu a necessidade de existir um PCMSO, assim como a NR- 9, o PPRA, independente do número de funcionários, grau de risco e tamanho da empresa. Isto se deve ao fato de que mais de 85% das empresas do setor industrial do Brasil são formados por micro e pequenas empresas, tendo um contingente de aproximadamente 60% da massa trabalhadora do país. Apesar de ser aparentemente recente esta preocupação com a saúde do trabalhador, em vários outros países, desde 1953, vem sendo discutida a organização de serviços especializados de prevenção nas empresas. Conforme Paulo et al. (1996), um dos tópicos da Conferência Internacional do Trabalho, realizada naquele ano, foi a preservação da saúde do trabalhador, e após cinco anos, a OIT criou a Recomendação 112, que serviu de base para a formulação de leis que garantiam a segurança e prevenção dos trabalhadores. Esta recomendação aconselhava as empresas em geral de que empregassem médicos que tivessem conhecimento de Saúde Ocupacional para atuar na prevenção da saúde dos trabalhadores contra os riscos existentes nos locais de trabalho. Apesar disso, esta recomendação não foi seguida, visto que trabalhos realizados por pesquisadores interessados na saúde do trabalhador mostraram que a maioria das empresas no Brasil não possuía este serviço. Constatou-se que o índice de acidentes e doenças do trabalho era numeroso. Este resultado fez com que o Governo Federal obrigasse as empresas a manterem serviços especiais em Segurança e Medicina do Trabalho. Esta obrigatoriedade ultrapassou a Recomendação da OIT, visto que, além do médico previsto nesta, tornava obrigatório a contratação de engenheiros, técnicos de segurança, enfermeiras e auxiliar de medicina do trabalho. Em função do SESMT, devido ao número escasso de profissionais da área, a então recém-criada Fundacentro – Fundação Centro Nacional de Segurança do Trabalho, hoje, Fundação Jorge Duprat Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho, em parceria com a Faculdade de Higiene Pública, iniciaram cursos para formação de especialistas em Medicina e Segurança do Trabalho, sendo o primeiro curso de especialização ministrado no Brasil no ano de 1973. Em 1985, foi aprovada pela OIT a Convenção Internacional 161, que foi denominada de Serviços de Saúde do Trabalhador. NOTA TÓPICO 1 | POLÍTICA DE SAÚDE OCUPACIONAL 47 O Ministério do Trabalho, através da Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho, visando modernizar as medidas preventivas na área de Saúde Ocupacional, emitiu a Portaria nº 24 (Diário Oficial da União de 30 de dezembro de 1994), dando nova denominação e redação à Norma Regulamentadora NR- 7, que trata entre outros dos exames médicos ocupacionais dentro da prática da Medicina do Trabalho. Esta Norma estabelece parâmetros mínimos e diretrizes gerais a serem observados na execução do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO, de elaboração obrigatória em todas as empresas ou instituições, que admitam trabalhadores como empregados. Esta NR-7, antes denominada de Exames Médicos, cria a figura do médico coordenador, responsável pela elaboração e/ou execução do PCMSO. Com isso, o PCMSO prioriza a preservação da saúde do trabalhador vinculados à empresa, partindo de estudos epidemiológicos prevencionistas frente a situações de riscos iminentes. Este programa deve ser multissetorial, isto é, deve envolver todos os setores de uma empresa. A política empresarial deve ser orientada quanto à necessidade do apoio do programa (participação da Diretoria e Administradores na implantação deste Programa); dividindo responsabilidade de cada membro da empresa de acordo com os níveis hierárquicos: Diretoria, CIPA, SESMT, trabalhadores. Na prática, isto significa que, com exceção daquelas empresas que estão desobrigadas a manter um médico do trabalho de acordo com a NR-4 (com vínculo empregatício), as demais terão que indicar um profissional médico para coordenar o programa (salvo aquelas enquadradas no item 7.3.1.1 e seus subitens, segundo Portaria nº 8, de 8 de maio de 1996). Esta nova redação traz uma preocupação com a promoção e prevenção da saúde dos trabalhadores, com atenção específica à função desenvolvida e os riscos à saúde dos mesmos em uma empresa. Traz também novos conceitos, novas obrigações dos empregadores e dos profissionais da área de saúde ocupacional. Entre as principais mudanças, pode-se citar a obrigatoriedade de realização de exame demissional para todos os funcionários (anteriormente apenas para as atividades insalubres), de mudança de função e de retorno ao trabalho; os controles biológicos passam a ser obrigatórios a cada seis meses e para os trabalhadores, não expostos a riscos ocupacionais e que tenham entre 18 e 45 anos, o exame periódico pode ser bienal. NOTA NOTA UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL 48 Entre os novos exames exigidos,pode-se citar a Espirometria, exigida a todos os trabalhadores expostos a poeiras em geral a cada dois anos. A emissão do Atestado de Saúde Ocupacional – ASO deve ser em duas vias, sendo a segunda obrigatoriamente entregue ao empregado. Há também orientação quanto à necessidade de emissão da Comunicação de Acidentes do Trabalho - CAT. 3 CONCEITO E FINALIDADE DO PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL - PCMSO O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) tal como definido na própria norma prevencionista específica, deve ser entendido como parte integrante do conjunto mais amplo de iniciativas da empresa no campo da proteção à saúde de seus empregados, devendo estar articulado com o disposto nas demais normas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho. O PCMSO deve considerar as questões incidentes sobre o indivíduo e a coletividade de trabalhadores, privilegiando o instrumental clínico-epidemiológico na abordagem da relação entre saúde e trabalho, e deverá ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica, além da constatação da existência de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores. Conforme Gonçalves (2000), como regra geral, as empresas e instituições públicas ou privadas que admitem trabalhadores como empregados são obrigadas a elaborar e a implementar o PCMSO com o objetivo de promover e preservar a saúde do conjunto dos seus trabalhadores. Entretanto, são dispensadas de tal imposição normativa as empresas de Grau de Risco 01 ou 02, que possuam até 25 empregados, e aquelas do Grau de Risco 03 ou 04, que possuam até 10 empregados, podendo tais limites serem majorados para o dobro, mediante negociação coletiva, sendo indispensável, no caso dos graus de riscos mais elevado, assistência técnica de profissional integrante do setor de segurança e saúde do trabalho da Delegacia Regional do Trabalho (DRT), durante o citado processo de negociação coletiva. NOTA TÓPICO 1 | POLÍTICA DE SAÚDE OCUPACIONAL 49 Todavia, poderá o Delegado Regional do Trabalho, à vista de laudo técnico do setor competente em segurança e saúde no trabalho, indicador da existência de condição potencial de risco aos trabalhadores, ou em razão de cláusula específica de negociação coletiva, impor a contratação de médico coordenador com a consequente elaboração do citado programa médico preventivo, mesmo no caso das hipóteses antes mencionadas. O PCMSO estuda os riscos ocupacionais dos locais de trabalho, monitora os seus possíveis efeitos nos trabalhadores, analisa se os trabalhadores têm condições de saúde para executar as funções exigidas, bem como para se submeter aos riscos ocupacionais de seus postos de trabalho. Segundo Galafassi (1998), o PCMSO é um conjunto de estudos de ações que visam à manutenção da saúde e à prevenção de doenças ocupacionais e de acidentes do trabalho. O programa parte do empregador para a coletividade de seus colaboradores. Dessa forma, orienta um foco no indivíduo e outro na coletividade, estreitando na relação saúde-trabalho as abordagens clínicas e epidemiológicas. Para Pereira Júnior (1995), o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional completa o que se entende como um efetivo controle dos riscos existentes nos ambientes de trabalho, e consiste no elemento da gestão de qualidade e estilo de vida laborativa. Escreve ainda Pereira Júnior (1999, p. 95) que: O PCMSO completa o que se entende como um efetivo controle dos riscos existentes nos ambientes de trabalho. Por estar na ponta dos processos utilizados em Segurança e Medicina no Trabalho, o PCMSO se reveste de grande importância, pois por ele poderemos não somente avaliar a saúde dos trabalhadores referenciada às condições dos ambientes de trabalho, mas também as relacionadas com o ambiente psicossocial que os envolvem, como um todo. Essa posição permite ao programa detectar desvios da saúde física e mental dos trabalhadores, de ordem psicossomática, muitas vezes sutis, que demonstram desajuste na integração empregado-empresa, gerados pelo clima interno da organização ou por fatores externos a ela. Oferece, portanto, o PCMSO uma excelente oportunidade para a promoção, proteção e recuperação precoce da saúde do adulto, entendida aqui como: perfeito equilíbrio entre o Homem e seu meio ambiente. Desta forma, o PCMSO, quando devidamente ajustado aos objetivos da empresa, vai além de um simples relatório anual de atendimentos médicos, com estabelecimento de metas para o próximo ano. NOTA UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL 50 Portanto, pode-se definir o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional como o conjunto de ações, de obrigatoriedade da empresa, consistentes na elaboração e acompanhamento de exames médicos, focadas na prevenção, diagnóstico e controle de doenças ocupacionais, com o objetivo de promover a saúde dos trabalhadores e sua perfeita integração com o ambiente de trabalho. Nesse ponto, se faz necessário transcrever as diretrizes que norteiam o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, traçadas na NR-7, consistentes em: [...] 7.2. Das Diretrizes 7.2.1 - O PCMSO é parte integrante do conjunto mais amplo de iniciativas da empresa no campo da saúde dos trabalhadores, devendo estar articulado com o disposto nas demais NR. 7.2.2 - O PCMSO deverá considerar as questões incidentes sobre o indivíduo e a coletividade de trabalhadores, privilegiando o instrumental clínico-epidemiológico na abordagem da relação entre sua saúde e o trabalho. 7.2.3 - O PCMSO deverá ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho, inclusive de natureza subclínica, além da constatação da existência de casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde dos trabalhadores. 7.2.4 - O PCMSO deverá ser planejado e implantado com base nos riscos à saúde dos trabalhadores, especialmente os identificados nas avaliações previstas nas demais NR. Todo o trabalhador deverá ser acompanhado pelos dados colhidos pelos exames médicos na responsabilidade do médico coordenador, quando deverão ser registrados no prontuário clínico individual, mantendo os arquivos pelo período de vinte anos. Busca-se assegurar ao trabalhador o mapeamento da atividade em que exerce no setor e também salvaguarda sua saúde individual, através de exames específicos e acompanhamentos de sua prevenção de doenças. De acordo com Oliveira (2008), o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional se constitui num programa elaborado com o objetivo de promoção e preservação da saúde do conjunto dos trabalhadores, estabelecendo os parâmetros mínimos a serem observados, os quais, entretanto, poderão ser ampliados mediante negociação coletiva. Portanto, o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional não é um programa isolado. Ele deve ser realizado com a consonância das demais Normas Regulamentadoras. Os benefícios advindos da implementação do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional atingem os dois lados, tanto os trabalhadores quando os empregadores, fazendo com que todos sejam favorecidos. TÓPICO 1 | POLÍTICA DE SAÚDE OCUPACIONAL 51 A implantação do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional propicia qualidade de vida aos trabalhadores, pois atinge diretamente a saúde do trabalhador, que é o bem juridicamente protegido pela norma constitucional. Na elaboração do PCMSO devem, obrigatoriamente, estar previstas Ações de Saúde Primárias e Secundárias, visando à Promoção e Prevenção da Saúde de todos os trabalhadores da empresa, inclusive com palestras e treinamentos. O PCMSO deverá, obrigatoriamente, estar articulado com as atividades previstas nas demais NRs, especialmente a NR-9(Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) e a NR-5 (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes - CIPA). 4 POLÍTICA DE SAÚDE OCUPACIONAL Todas as empresas que possuem trabalhadores como empregados deverão elaborar seu PCMSO. Este programa, para ser viabilizado, isto é, para ter garantida a execução correta de suas ações e os resultados previstos, necessita estar sustentado por uma Política de Saúde Ocupacional, que é definida como sendo um compromisso da empresa na preservação da saúde de seus colaboradores. Esta política, envolvendo a Engenharia de Segurança, a Medicina e a Higiene do Trabalho, deve, além de garantir o PCMSO, definir responsabilidades e obrigações de todos os trabalhadores da empresa. Paulo et al. (1996) destacam alguns tópicos que devem estar presentes em uma política em Saúde Ocupacional: • a empresa exercerá seu papel nas relações com seus colaboradores e terceiros no sentido de assegurar condições de trabalho seguras, saudáveis e produtivas. As unidades implementarão esta política através de estratégias e planos de ação, através do gerenciamento efetivo e ainda da contribuição individual de seus colaboradores, suportado pela educação e treinamento; • Saúde: a empresa conduzirá suas atividades de forma a evitar danos à saúde de seus colaboradores e terceiros e promover de forma apropriada a saúde de seus empregados; • Segurança: a empresa trabalha com o princípio de que todas as lesões podem ser prevenidas e promoverá medidas eficazes neste sentido, associando em suas atividades um alto padrão de consciência em segurança e a disciplina que esse princípio demanda; • Higiene do trabalho: a empresa desenvolverá atividades no sentido de garantir um ambiente de trabalho o mais saudável possível, eliminando e/ou neutralizando os agentes ali identificados. NOTA UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL 52 Esta política, além de ética e condizente com a responsabilidade social da empresa, visa preservar a capacidade laborativa dos colaboradores e, por consequência, da sua produtividade. Paulo et al. (1996) destacam que todo e qualquer programa envolvendo a saúde dos trabalhadores, deve ter bem claras suas finalidades e objetivos, sendo que as finalidades podem ser definidas como resultados esperados a médio e longo prazo e os objetivos a curto e médio prazos. As finalidades da política de saúde ocupacional são: • Garantir as ações necessárias visando à promoção da saúde, à prevenção de doenças e acidentes e à recuperação da saúde dos colaboradores e terceiros nas unidades da empresa; • Garantir aos colaboradores a melhor qualidade de vida possível no trabalho, visando à preservação de sua saúde, como também o incremento da produtividade, da qualidade e da competitividade. A responsabilidade pela vida e saúde dos trabalhadores recairá no trinômio Estado-Empresa-Trabalhador, já que os efeitos sobre a saúde e qualidade de vida são decorrentes destes três elementos. De acordo com Vieira (2005) e Paulo et al. (1996), os objetivos de uma política de saúde ocupacional, essencialmente, são: • a proteção da saúde e bem-estar do trabalhador contra os riscos e condicionamentos do ambiente de trabalho; • a colocação do trabalhador em uma atividade, de acordo com sua capacidade física e emocional, de modo a poder realizá-la sem perigo para ele e seus colegas e sem dano à propriedade; • o provimento de atendimento médico de emergência para os acidentes do trabalho e doenças profissionais/ocupacionais e não ocupacionais, bem como reabilitação profissional; • a manutenção da saúde do trabalhador através de atividades promocionais, procedimentos específicos de medicina preventiva e frequente revisão do estado de saúde; • atuar na prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde relacionados ao trabalho; NOTA TÓPICO 1 | POLÍTICA DE SAÚDE OCUPACIONAL 53 A saúde ocupacional é um investimento que precisa ser valorizado, tanto pelas classes empresariais como pelos trabalhadores. • reduzir os índices de acidentes de trabalho, doenças profissionais, doenças do trabalho; • cumprir a legislação trabalhista no tocante à saúde no trabalho; • padronizar e normatizar as ações voltadas ao controle médico de saúde ocupacional; • o controle dos riscos potenciais à saúde inerentes à operação de trabalho. 54 RESUMO DO TÓPICO 1 Neste tópico, você viu que: • O Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) é entendido como parte integrante do conjunto mais amplo de iniciativas da empresa no campo da proteção à saúde de seus empregados, devendo estar articulado com o disposto nas demais normas regulamentadoras de segurança e saúde no trabalho. • As empresas e instituições públicas ou privadas que admitem trabalhadores como empregados são obrigadas a elaborar e a implementar o PCMSO com o objetivo de promover e preservar a saúde do conjunto dos seus trabalhadores. • Busca-se assegurar ao trabalhador o mapeamento da atividade que exerce no setor e também salvaguarda sua saúde individual, através de exames específicos e acompanhamentos de sua prevenção de doenças. • A política de saúde ocupacional, além de ética e condizente com a responsabilidade social da empresa, visa preservar a capacidade laborativa dos colaboradores e, por consequência, a sua produtividade. 55 AUTOATIVIDADE 1 Quais os programas que foram estabelecidos pela NR-7? ( ) PCMSO. ( ) PPRA. ( ) SESMT. ( ) CIPA. 2 O PCMSO visa à preservação da saúde do trabalhador vinculados à empresa, partindo de estudos epidemiológicos prevencionistas frente a situações de riscos iminentes. ( ) Verdadeiro. ( ) Falso. 3 Quais empresas devem adotar o PCMSO? ( ) Empresas que possuam até 25 empregados, com grau de risco 01 ou 02. ( ) Todas as empresas que tenham funcionários contratados. ( ) Empresas que possuam até 10 empregados, com grau de risco 03 ou 04. ( ) Empresas com mais de 25 empregados, com riscos existentes no ambiente de trabalho. 4 Os benefícios do PCMSO refletem-se tanto para os trabalhadores quanto para os empregadores, visando a uma melhor qualidade de vida. ( ) Verdadeiro. ( ) Falso. 5 O tópico que não está presente em uma política em saúde ocupacional é: ( ) saúde. ( ) perícia médica. ( ) segurança. ( ) higiene do trabalho. 6 A política em saúde ocupacional deve ser ética, mas não relacionada com a responsabilidade da mesma. ( ) Verdadeiro. ( ) Falso. 7 Segundo a NR-7, as empresas públicas não precisam elaborar e implementar o PCMSO com o objetivo de promover e preservar a saúde do conjunto dos seus funcionários. ( ) Verdadeiro. ( ) Falso. 56 57 TÓPICO 2 EXAMES EXIGIDOS PELA NR-7 UNIDADE 2 1 INTRODUÇÃO Com a introdução de novas tecnologias, matéria-prima e organização do trabalho, os fatores relacionados à segurança e saúde do trabalho devem ser constantemente monitorados, a fim de serem avaliados os riscos provenientes da atividade produtiva. A NR-7, da Portaria nº 3.214/78 estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como empregados, do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA, visando à preservação da saúde e à integridade dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e consequente controle da ocorrência de riscos ambientais existentes ou que venham a existir no ambiente de trabalho, tendo em consideração a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. Os intervalos dos exames variam de acordo com a função, local de trabalho, idade do trabalhador, quantidade de trabalho e grau de risco que a empresa se enquadra. Um PCMSO poderá ser muito complexo, contendo avaliações clínicas especiais, exames toxicológicoscom curta periodicidade, avaliações epidemiológicas, entre outras providências. 2 ATESTADO DE SAÚDE OCUPACIONAL O exame médico ocupacional compreende a investigação clínica, nela incluídas a anamnese clínica e profissional e o exame de aptidão física e mental. Além disso, a norma impõe a obrigatoriedade de realização de exames complementares em determinadas situações, sendo facultado ao médico requisitar a realização de quaisquer outros exames adicionais que julgar convenientes. Registre-se, porém, que são nulos de pleno direito Atestados de Saúde Ocupacional emitidos em desconformidade com esta norma, especialmente aqueles em que se evidencie que o médico não tenha previamente analisado e anotado no próprio Atestado de Saúde Ocupacional, os tipos, datas e resultados dos exames UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL 58 complementares a que se submeteu o empregado, mormente os definidos na NR- 07 como obrigatórios. O médico emitirá o Atestado de Saúde Ocupacional (ASO) em duas vias de qualquer modelo em formulário, desde que traga as informações mínimas previstas na NR: 7.4.4.3 – O ASO deverá conter no mínimo: a) nome completo do trabalhador, o número de registro de sua identidade, e sua função; b) os riscos ocupacionais específicos existentes, ou a ausência deles, na atividade do empregado, conforme instruções técnicas expedidas pela Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho – SSST; c) indicação dos procedimentos médicos a que foi submetido o trabalhador; incluindo os exames complementares a data em que foram realizados; d) o nome do médico coordenador, quando houver, com respectivo CRM; e) definição de apto ou inapto para função específica a que o trabalhador vai exercer, exerce ou exerceu; f) nome do médico encarregado do exame e endereço ou forma de contato; g) data e assinatura do médico encarregado do exame e carimbo contendo seu número de inscrição no Conselho Regional de Medicina. No item 7.4.4.1 da NR-7 destaca-se que uma via do atestado ocupacional deve ficar arquivado no local de trabalho, à disposição da fiscalização do trabalho, e o item 7.4.4.2 menciona que a segunda via do atestado ocupacional deve ser entregue ao trabalhador. A seguir, apresenta-se um modelo de Atestado de Saúde Ocupacional. TÓPICO 2 | EXAMES EXIGIDOS PELA NR-7 59 ATESTADO DE SAÚDE OCUPACIONAL Nome do empregado Registro de identidade Função Registro na empresa Procedimentos realizados Data Admissional Periódico Mudança de função Retorno ao trabalho Demissional Apto Inapto Recebi a segunda via deste atestado: _________________________ Data _____/ _____/ _____ Assinatura do empregado Endereço / Contato Médico Encarregado do Exame Nome e CRM do MC Data _____/ _____/ _____ Assinatura/Carimbo do Médico FONTE: O autor FIGURA 9 – MODELO DE ATESTADO DE SAÚDE OCUPACIONAL Embora não conste na NR-7, é importante o número de registro do empregado na empresa/organização. O próprio empregado pode escrever o registro da data à esquerda do espaço reservado para sua assinatura. 3 EXAMES EXIGIDOS PELA NR-7 O item 7.1.1, da NR-7, dispõe que o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional possui “o objetivo de promoção e preservação da saúde do UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL 60 conjunto dos seus trabalhadores”. Ou seja, todos os trabalhadores da empresa, independente da função que exerçam, estão sujeitos aos exames determinados pelo Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. Segundo o item 7.4.1 da NR-7, “o PCMSO deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames médicos: a) admissional; b) periódico; c) de retorno ao trabalho; d) de mudança de função; e) demissional”. A alínea “a” do item 7.4.2, da NR-7, prevê que os exames devem compreender a) a avaliação clínica do trabalhador; b) a anamnese ocupacional, que se refere ao histórico que vai desde os sintomas iniciais até o momento da observação clínica, realizado com base nas lembranças do paciente; c) exame físico; e d) exame mental. Prevê ainda o item 7.4.2, da NR-7, em sua alínea “b”, que os exames compreendem também os “exames complementares, realizados de acordo com os termos especificados nesta NR, e seus anexos”. Ademais, a redação do caput do item 7.4.1, da NR-7, prevê a possibilidade de inclusão de outros exames que não os expressamente previstos. Nesse sentido, Pereira Júnior (1999, p. 99) destaca que: Os exames médicos ocupacionais previstos na NR-7 (admissionais, periódicos, mudança de função, retorno ao trabalho e demissionais) serão realizados obrigatoriamente, como parte integrante de um programa mínimo, e estabelecidos com base nos riscos ocupacionais existentes. Outros exames de controle médico como, por exemplo, no acompanhamento de trabalhadores portadores de doenças crônico-degenerativas, gestantes, os indicados a viagens e cursos (em locais com ou sem epidemias) no país ou no exterior, entre outros, podem ser implantados, de acordo com as necessidades percebidas pelo responsável do programa. Rio (1996) destaca que a própria caracterização dos diversos exames médicos pela NR-7 é bem clara, explicada e dispensa maiores reflexões. Porém, apresentam-se ainda alguns destaques sobre a mesma: • Os exames que constam do PCMSO são de grande seriedade, não apenas do ponto de vista médico como, também, sob o aspecto legal. Devido à prática de emissão de atestados médicos que vigorou até então, há certa tendência em se desconsiderar essa importância. Outro fator que contribui para isto é a própria formação do médico, voltada essencialmente para a medicina curativa, que prepara o profissional para sempre aguardar o paciente com uma demanda. Os exames médicos de saúde ocupacional são de caráter preventivo e muitas vezes são tidos pelo próprio paciente como uma obrigação a mais. É importante um trabalho do médico e de seus colaboradores no sentido de resgatar a importância e a seriedade desses exames. • O exame admissional destina-se a determinar aptidão e inaptidão para determinadas funções e atividades. Daí, a necessidade, por parte do médico do TÓPICO 2 | EXAMES EXIGIDOS PELA NR-7 61 trabalho, de um bom conhecimento clínico e das funções e atividades que existem nas empresas, ainda mais que, muitas vezes, não existem regras definidas para a caracterização de inaptidão. Um trabalhador poderá estar apto para certas atividades e não para outras. Algumas situações servem de exemplo: a) portadores de síndromes ou doenças, que causem tonturas ou vertigem, não devem exercer atividades que exijam dirigir veículos, subir em alturas ou que tenham risco de acidentes; b) portadores de doenças cardiovasculares não devem executar atividades que exijam o uso de força física; c) pessoas com varizes significativas de membros inferiores não devem trabalhar predominantemente de pé, paradas; d) asmáticos que, sabidamente, entram em crise de broncoespasmo diante da exposição ao frio, a exercício físico ou outros fatores, não devem ser expostos a eles; e) pessoas que já trabalharam em regime de revezamento de turnos, ou em turno noturno fixo e não se adaptaram bem, devem ser poupadas desses sistemas de trabalho ou, antes de serem estabelecidas nessas atividades, passarem por um período de experiência para avaliação; f) portadores de doenças pulmonares de origem ocupacional ou não devem ser resguardados da exposição a agentes indutores de pneumoconioses. • Os exames periódicos são um momento privilegiado para a avaliação da aptidão do trabalhador às funções que exerce. Além do mais, é através deles que sefazem o monitoramento biológico contínuo de trabalhadores expostos a riscos ambientais; o levantamento das manifestações clínicas de trabalhadores expostos a riscos ergonômicos; o acompanhamento dos resultados nas mudanças ambientais ou ergonômicas que visam a melhoria das condições de trabalho; o núcleo dos programas especiais (prevenção de LER, programa de conservação auditiva, controle de hipertensos, planejamento familiar etc.). • Os exames demissionais são de fundamental importância: garantem ao trabalhador e à empresa que ele está em boas condições de saúde no ato da demissão. Em termos legais, esse exame pode ter grande importância futura e deve ser feito com suficiente detalhamento. • Os exames de mudança de função garantem a segurança de que o trabalhador estará apto para se expor a diferentes riscos de trabalho. • Os exames de retorno ao trabalho, após afastamento de trinta ou mais dias, por motivo médico, cumprem uma função que os médicos do INSS, peritos na área de auxílio-doença, não têm como avaliar: a aptidão do trabalhador para uma determinada função, com riscos próprios. Os médicos do INSS avaliam apenas a capacidade geral para o trabalho. A seguir, se passará a discutir as especificidades de cada exame exigido pela NR-7. UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL 62 3.1 EXAME ADMISSIONAL Conforme determina o item 7.4.3.1, da NR-7, “o exame médico admissional, deverá ser realizado antes que o trabalhador assuma suas atividades”. A respeito do exame admissional, Galafassi (1998) destaca que, ao contrário do que se pratica em algumas empresas, o exame admissional não deve consistir na inclusão do candidato sadio e na exclusão do menos saudável, mas no conhecimento prévio da atividade que irá exercer sem prejuízo à saúde a aos demais colegas de trabalho. Wachowicz (2007) destaca que podem ser considerados como objetivos básicos do exame admissional: • avaliar se o candidato pode trabalhar sem colocar em risco a própria saúde e a de seus colegas de trabalho; • verificar a presença de qualquer anormalidade e indicar o tipo de serviço mais adequado; • determinar as condições somato-psíquicas dos trabalhadores para selecionar aqueles em melhores condições para determinado tipo de serviço; • permitir a colocação dos trabalhadores em serviços adequados a suas condições físicas e psíquicas; • informar aos funcionários o estado real de sua saúde, orientando-os quanto à possível solução de problemas médicos eventualmente encontrados; • salvaguardar a saúde e segurança da comunidade trabalhadora, não permitindo a admissão de pessoas que possam oferecer algum risco; • cumprir as disposições legais que tornam esse exame obrigatório; • permitir uma educação sanitária do candidato; • obedecer a dispositivos legais. Com a realização deste exame, poderá o empregador, a partir dos dados e do diagnóstico do trabalhador, definir em quais funções poderá adequar o trabalhador ou se ele alcança as qualidades buscadas para a realização de determinada função. Portanto, pode-se dizer que o principal objetivo do exame admissional consiste na perfeita adequação do homem a sua função e ao seu ambiente de trabalho. NOTA TÓPICO 2 | EXAMES EXIGIDOS PELA NR-7 63 3.2 EXAME PERIÓDICO O item 7.4.3.2, da NR-7, relaciona a periodicidade desses exames médicos com a atividade desenvolvida e com o risco ocupacional a que os funcionários estão submetidos e determina em quais períodos deverão ser efetuados, da seguinte forma: • para trabalhadores expostos a riscos ou situações de trabalho que impliquem o desencadeamento ou agravamento de doença ocupacional, ou, ainda, para aqueles que sejam portadores de doenças crônicas, os exames deverão ser repetidos: a) a cada ano ou a intervalos menores, a critério do médico encarregado, ou se notificado pelo médico agente da inspeção do trabalho, ou, ainda, como resultado de negociação coletiva de trabalho; b) de acordo com a periodicidade especificada no Anexo 6 da NR-15, para os trabalhadores expostos a condições hiperbáricas; • para os demais trabalhadores: a) anual, quando menores de dezoito e maiores de quarenta e cinco anos de idade; b) a cada dois anos, para os trabalhadores entre dezoito e quarenta e cinco anos de idade. A finalidade do exame médico periódico é investigar se já ocorreu alguma alteração na saúde dos trabalhadores, antes mesmo do aparecimento das manifestações clínicas, possibilitando um tratamento adequado a estas patologias que, até então, poderiam ser desconhecidas ou passar despercebidas pelo próprio trabalhador. Essa investigação é uma ação preventiva, em que a eterna vigilância é o fator preponderante para uma boa qualidade da saúde do trabalhador. Assim, caso seja diagnosticada alguma alteração na saúde do trabalhador, deverão ser investigadas as causas de sua ocorrência. Se a enfermidade não decorrer do ambiente laboral, deverá o médico providenciar as condutas médicas cabíveis. Caso seja decorrente do ambiente laboral, o médico, além das condutas com vistas ao tratamento da enfermidade, deverá tomar as providências cabíveis com a finalidade de corrigir o fator laboral que causou a doença. (SALIBA, 2004, p. 431). NOTA UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL 64 Assim, os exames admissionais e periódicos devem ser feitos como forma de controle da saúde geral dos trabalhadores, de detecção de fatores predisponentes a doenças profissionais, assim como para avaliação da efetividade dos médicos de controle empregados. 3.3 EXAME DE RETORNO AO TRABALHO Segundo determinação do item 7.4.3.3, da NR-7, o exame médico de retorno ao trabalho deverá ser realizado obrigatoriamente no primeiro dia de volta ao trabalho de trabalhador ausente por período igual ou superior a 30 dias por motivo de doença ou acidente, de natureza ocupacional ou não, ou parto. Galafassi (1998) explica que a finalidade do exame de retorno ao trabalho é verificar se o funcionário está apto para voltar a exercer suas antigas funções após o afastamento de determinado período. Isso ocorre com frequência, principalmente, no retorno do empregado afastado por motivo de doença ou acidente de trabalho. Esse exame permite ao médico verificar se o empregado possui as mesmas condições de trabalho anteriores ao afastamento, ou se será necessário mudar sua função dentro da empresa. 3.4 EXAME DE MUDANÇA DE FUNÇÃO Segundo a redação do item 7.4.3.4, da NR-7, o “exame médico de mudança de função, será obrigatoriamente realizado antes da data da mudança”. O item 7.4.3.4.1, da NR-7, traz a definição de mudança de função, que significa “toda e qualquer alteração de atividade, posto de trabalho ou de setor que implique a exposição do trabalhador a risco diferente daquele a que estava exposto antes da mudança”. Para Galafassi (1998), o exame médico para mudança de função tem como objetivos básicos: NOTA NOTA TÓPICO 2 | EXAMES EXIGIDOS PELA NR-7 65 • avaliar se as condições físicas atuais do funcionário lhe permitem uma alteração em sua atividade, sendo que o mesmo será exposto a um risco diferente daquele a que estava até aquele momento; • avaliar se adquiriu alguma doença ocupacional enquanto desempenhava sua função. A NR-7 possui em seu texto legal a obrigatoriedade desses dois exames, sendo um em função de retorno ao trabalho e outro de mudança de função. O realizado em decorrência do retorno ao trabalho faz-se necessário para verificar se o trabalhador adquiriu ou possui doença em decorrência do trabalho ou de fato estranho a este. Quanto ao realizado na mudança de função, importante é o diagnóstico da saúde do trabalhador, para poder determinar se sua nova função não irá prejudicar ou agravar seu estado de saúde. 3.5 EXAME DEMISSIONAL Dispõe o item 7.4.3.5, da NR-7, que O exame médico demissional será obrigatoriamenterealizado até a data da homologação, desde que o último exame médico ocupacional tenha sido realizado há mais de: - 135 (cento e trinta e cinco) dias para as empresas de grau de risco 1 e 2, segundo o Quadro I da NR-4; - 90 (noventa) dias para empresas de grau de risco 3 e 4, segundo o Quadro I da NR-4. [Redação dada ao item pela Portaria SSST nº 08, de 08.05.1996]. Ainda em relação ao período mínimo de realização de outro exame ocupacional, anterior à demissão, traz a NR-7 alguns casos em que se poderá ampliar esse período: 7.4.3.5.1 - As empresas enquadradas no grau de risco 1 ou 2, segundo o Quadro I da NR-4, poderão ampliar o prazo de dispensa da realização do exame demissional em até mais 135 dias, em decorrência de negociação coletiva, assistida por profissional indicado de comum acordo entre as partes ou por profissional do órgão regional competente em segurança e saúde no trabalho. 7.4.3.5.2 - As empresas enquadradas no grau de risco 3 ou 4, segundo o Quadro I da NR-4, poderão ampliar o prazo de dispensa da realização do exame demissional em até mais 90 dias, em decorrência de negociação coletiva, assistida por profissional indicado de comum acordo entre as partes ou por profissional do órgão regional competente em segurança e saúde no trabalho. Há casos em que o exame demissional não poderá ser dispensado, independente da existência ou não de outro exame ocupacional recente. NOTA UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL 66 3.6 EXAMES COMPLEMENTARES Referente aos exames complementares, assim dispõe a NR-7: 7.4.2.1 - Para os trabalhadores cujas atividades envolvem os riscos discriminados nos Quadros I e II desta NR, os exames médicos complementares deverão ser executados e interpretados com base nos critérios constantes dos referidos quadros e seus anexos. A periodicidade de avaliação dos indicadores biológicos do Quadro I deverá ser, no mínimo, semestral, podendo ser reduzida a critério do médico coordenador, ou por notificação do médico agente da inspeção do trabalho, ou mediante negociação coletiva de trabalho. 7.4.2.2 - Para os trabalhadores expostos a agentes químicos não constantes dos Quadros I e II, outros indicadores biológicos poderão ser monitorizados, dependendo de estudo prévio dos aspectos de validade toxicológica, analítica e de interpretação desses indicadores. 7.4.2.3 - Outros exames complementares usados normalmente em patologia clínica para avaliar o funcionamento de órgãos e sistemas orgânicos poderão ser realizados, a critério do médico coordenador ou encarregado, ou por notificação do médico agente da inspeção do trabalho, ou ainda decorrente de negociação coletiva de trabalho. Conforme Saliba (2004): Os exames complementares devem ser realizados nos trabalhadores cujas atividades envolvam exposição a riscos ambientais, tais como ruído, aerodispersoides, gases e vapores, entre outros. Exemplos: a) empregado exposto a ruído. Exame médico: audiometria; b) empregado exposto a poeira. Exame médico: telerradiografia do tórax. Veja no quadro a seguir os parâmetros para monitorização da exposição ocupacional a alguns riscos à saúde conforme redação dada pela Portaria nº 19 de 09 de Abril de 1998. Risco Exame Complementar Periodicidadedos Exames Método de Execução Critério de Interpretação Observações Ruído Vide Anexo I – Quadro II Aerodispersoides FIBROGÊNICOS Telerradiografia do tórax Espirometria Admissional e anual Admissional e bienal Radiografia em posição póstero-anterior (PA) Técnica preconizada pela OIT, 1980 Técnica preconizada pela American Thoracic Society, 1987 Classificação Internacional da OIT para radiografias QUADRO 3 – PARÂMETROS PARA MONITORIZAÇÃO DA EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL A ALGUNS RISCOS À SAÚDE TÓPICO 2 | EXAMES EXIGIDOS PELA NR-7 67 Aerodispersoide NÃO FIBROGÊNICOS Telerradiografia do tórax Espirometria Admissional e trienal, se exposição < 15 anos Bienal, se exposição > 15 anos Admissional e Bienal Radiografia em posição póstero-anterior (PA) Técnica preconizada pela OIT, 1980 Técnica preconizada pela American Thoracic Society, 1987 Classificação Internacional da OIT para radiografias Condições hiperbáricas Radiografias de articulações coxo-femorais e escápulo-umerais Admissional e anual Ver anexo "B" do Anexo n° 6 da NR 15 Raidações ionizantes Hemograma completo e contagem de plaquetas Admissional e semestral Hormônios Sexuais femininos Apenas em homens; testosterona total ou plasmática livre LH e FSH Admissional e semestral Benzeno Hemograma completo e plaquetas Admissional e semestral FONTE: Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_07_ at.pdf>. Acesso em: 4 nov. 2010. O Médico Coordenador do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, além da obrigação na realização de certos e determinados exames complementares, conforme a especificidade e gravidade do trabalho realizado, pode determinar a realização de certos exames complementares que julgar pertinentes, com a finalidade de prevenir e encaminhar tratamento da enfermidade diagnosticada. Conforme Rio (1996), os exames complementares são divididos em obrigatórios e não obrigatórios: • Obrigatórios: os parâmetros mínimos para esses exames encontram-se nos Quadros I e II da NR-7. No entanto, eles podem ser insuficientes para uma avaliação mais detalhada, ou podem ser de impossível realização em muitas localidades. Mais importante do que serem esses exames obrigatórios ou não é o fato de servirem para explicar as situações clínicas e ocupacionais que devem ser esclarecidas. Não obrigatórios: muitas doenças não são de origem diretamente ocupacional, mas interferem de forma decisiva na saúde do trabalhador. Por exemplo: verminoses, doenças cardiovasculares, diabetes, doenças sexualmente transmissíveis, anemias etc. É importante que sejam prevenidas e acompanhadas devidamente. Uma das funções do médico do trabalho é convencer ao empregador a respeito da importância da realização desses exames, quando necessário. Sugere-se UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL 68 a apresentação da relação dos custos e dos benefícios dos exames complementares, distinguindo-se em obrigatórios e não obrigatórios e argumentando o porquê da importância da realização de ambas as categorias. 69 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você viu que: • Todos os trabalhadores da empresa, independente da função que exerçam, estão sujeitos aos exames determinados pelo Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, que deve incluir, entre outros, a realização obrigatória dos exames médicos: admissional; periódico; de retorno ao trabalho; de mudança de função; demissional. • No exame periódico, caso seja diagnosticada alguma alteração na saúde do trabalhador, deverão ser investigadas as causas de sua ocorrência. Se a enfermidade não decorrer do ambiente laboral, deverá o médico providenciar as condutas médicas cabíveis. • O Médico Coordenador do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional, além da obrigação na realização de certos e determinados exames complementares, conforme a especificidade e gravidade do trabalho realizado, pode determinar a realização de certos exames complementares que julgar pertinentes, com a finalidade de prevenir e encaminhar tratamento da enfermidade diagnosticada. 70 AUTOATIVIDADE 1 Os intervalos para a realização dos exames médicos na empresa não variam conforme: ( ) sexo do funcionário. ( ) função. ( ) local de trabalho. ( ) quantidade de trabalho. ( ) estado civil do funcionário. ( ) idade do trabalhador. 2 O PCMSO poderá incluir avaliações clínicas especiais, exames toxicológicos comcurta periodicidade, avaliações epidemiológicas, entre outras providências. Esta afirmação é: ( ) Verdadeira. ( ) Falsa. 3 Não faz parte do Atestado de Saúde Ocupacional: ( ) constar o nome completo do trabalhador. ( ) constar o nome completo do médico e CRM. ( ) data da assinatura. ( ) doenças anteriores e curadas. ( ) riscos ocupacionais específicos existentes. 4 O principal objetivo do exame periódico é: ( ) destina-se a determinar a aptidão e inaptidão para determinadas funções e atividades. ( ) monitoramento biológico contínuo de trabalhadores expostos a riscos ambientais. ( ) garantem ao trabalhador e à empresa que ele está em boas condições de saúde no ato de demissão. ( ) esse exame é realizado após afastamento de 30 ou mais dias por motivo médico, cumpre uma função que os médicos do INSS, peritos na área de auxílio- doença não tem como avalia. 5 Um dos objetivos do exame admissional é avaliar se o candidato pode trabalhar sem colocar em risco a própria saúde e a de seus colegas de trabalho. ( ) Verdadeiro. ( ) Falso. 71 6 A frase: Esse exame busca diagnosticar alguma alteração na saúde do trabalhador e deverão ser investigadas as causas de sua ocorrência, referem-se ao exame: ( ) admissional. ( ) demissional. ( ) periódico. ( ) de retorno ao trabalho. ( ) de mudança de função. 7 Os exames complementares devem ser realizados nos trabalhadores cujas atividades envolvam exposição a riscos ambientais, tais como: ( ) ruído, gases e vapores. ( ) falta de organização. ( ) falta de ventilação. ( ) câmaras de congelamento ou ambiente de trabalho muito quente, principalmente no verão. 72 73 TÓPICO 3 EDUCAÇÃO EM SAÚDE OCUPACIONAL UNIDADE 2 1 INTRODUÇÃO Atualmente, as empresas vêm implantando programas que buscam o gerenciamento mais amplo dos fatores de riscos ocupacionais, do meio ambiente e da qualidade de vida, que vem sendo implantados pelas empresas e regulamentados pela legislação. Dentre esses programas, destacam-se o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Civil (PCMAT), Programa de Gerenciamento de Risco a Indústria de Mineração (PGR), Programa de Conservação Auditiva (PCA) e Programa de Proteção Respiratória (PPR). Além desses, dois programas têm sido bastante adotados no Brasil, que são o Gerenciamento de Saúde e Segurança da norma britânica BS-8800 e a OHSAS 18001. Tais normas contêm orientações sobre o gerenciamento de saúde e segurança ocupacionais, auxiliando a integração do atendimento à política e aos objetivos prevencionistas com o sistema global de gerência e administração da empresa. 2 GESTÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL Nos últimos anos, tem crescido a implantação de sistema de gestão de saúde e segurança. Este sistema é bem mais amplo que os anteriores, pois muitas vezes integra também os programas de qualidade e meio ambiente. As orientações básicas do sistema de gestão de saúde e segurança estão contidas na norma britânica BS (British Standard) 8800 e Occupational Health and Safety Assessment Series – OHSAS 18001. A norma britânica BS 8800 (British Standard) foi uma das primeiras tentativas consistentes de estabelecer uma referência normativa para a implementação de um sistema de gestão de segurança e saúde ocupacional. Esta norma vinha sendo utilizada na implementação de um sistema de gestão de segurança e saúde, visando à melhoria contínua das condições do ambiente de trabalho. Os princípios desta norma estão alinhados com os conceitos e diretrizes das normas da série ISO 9000 (Sistema da Qualidade) e série ISO 14000 (Gestão Ambiental). Já, a norma OHSAS 18001 apresenta requisitos para a implementação de um sistema de gerenciamento capaz de capacitar a organização para implementar 74 UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL o programa de melhoria contínua das condições e redução dos riscos no ambiente de trabalho. Estas normas apresentam definições semelhantes aos termos utilizados no sistema de gestão de saúde e segurança ocupacional, conforme quadro a seguir. QUADRO 4 – DEFINIÇÕES Acidente Evento não desejado que acarreta morte, problema de saúde, lesão, danos ou outros prejuízos. Auditoria Exame sistemático e, sempre que possível, independente, destinado a determinar se as atividades e os resultados correlatos estão em conformidade com disposições planejadas, e se essas disposições são implementadas eficazmente e apropriadas para a realização da política e objetivos da organização. Fatores externos Forças alheias ao controle da organização com impacto sobre questões de saúde e segurança, e com que se tenha de lidar dentro de um horizonte temporal apropriado, tais como regulamentos e normas industriais. Perigo Fonte ou situação com potencial de provocar danos em termos de ferimentos humanos ou problemas de saúde, danos à propriedade, ao ambiente, ou uma combinação destes. Identificação de perigo Processo de reconhecer que um perigo existe e definir suas características. Objetivos de saúde e segurança Objetivos, em termos de desempenho de Segurança e Saúde Ocupacional, que uma organização estabelece para si mesma como metas a serem atingidas, e que devem ser quantificados sempre que viável. Vigilância de saúde Monitoração da saúde das pessoas a fim de detectar sinais ou sintomas de problemas relacionados com o trabalho, de modo que medidas possam ser tomadas para eliminar, ou reduzir, a probabilidade de danos ulteriores. Problemas de saúde Saúde deteriorada, o que é julgado como tendo sido causado, ou piorado, pela atividade ou ambiente de trabalho de uma pessoa. Incidente Evento não previsto que tem o potencial de conduzir a acidentes. Fatores internos Forças dentro da organização que podem afetar a sua capacidade de realizar a política de saúde e segurança, tais como reorganização ou cultura internas. Sistema de gerenciamento Conjunto a qualquer nível de complexidade de pessoal, recursos e procedimentos, cujos componentes interagem de maneira organizada, de modo que permitam se realize determinada tarefa ou que se atinja, ou se mantenha, determinado resultado. Organização Grupo ou estabelecimento organizados, como, por exemplo, um negócio, uma empresa, uma repartição governamental, entidade caritativa ou sociedade. No caso de entidades que tiverem mais de um local de operação, cada um destes poderá ser definido como sendo uma organização. Risco Combinação da probabilidade e consequência de ocorrer um evento perigoso especificado. TÓPICO 3 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE OCUPACIONAL 75 Avaliação de riscos Processo global de estimar a magnitude do risco e decidir se ele é tolerável ou aceitável. Levantamento da situação Avaliação formal do sistema de gerenciamento para saúde e segurança ocupacionais. FONTE: Saliba (2004) Uma exigência detalhada de desempenho, quantificada sempre que viável e pertinente à organização, é oriunda dos objetivos de saúde e segurança e precisa ser cumprida para que estes objetivos sejam atingidos. De acordo com Araújo (2005), o princípio básico de um sistema de gestão baseado em aspectos normativos, envolve a necessidade de determinar parâmetros de avaliação que incorporem não só os aspectos operacionais, mas também, a política, o gerenciamento e o comprometimento da alta administração com o processo de mudança e melhoria contínua das condições de segurança, saúde e das condições de trabalho. Este aspecto é de fundamental importância, pois na maioria das vezes, estas melhorias exigem além do comprometimento, investimentos que necessitam de planejamento no curto, médio e longo prazo para a sua execução. Pormeio deste princípio, observa-se que todos os profissionais dentro do processo produtivo são responsáveis no mesmo nível de importância, principalmente os gerentes e os supervisores. A administração deve identificar os riscos e orientar os trabalhadores com ações e atitudes proativas, dando o exemplo a ser seguido dentro da organização, mesmo porque, não são todas as empresas que são obrigadas pela legislação a possuir em seus quadros um profissional de segurança. Para Araújo (2005), um dos aspectos importantes em um sistema de gestão é monitorar e acompanhar o desempenho das ações estabelecidas pelo programa de segurança. Para isto, é necessária a definição dos indicadores e a forma de acompanhar a evolução de cada um deles e divulgar para toda a empresa os resultados objetivos, por exemplo: • determinar a evolução dos Programas de Segurança, Saúde e Meio Ambiente que tem sido implementados e os objetivos atingidos; • verificar a eficácia dos controles implementados e se são eficazes; • identificar as não conformidades do sistema de gestão; • implementar planos e controles de riscos, fornecendo realimentação para todas as áreas; NOTA 76 UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL • fornecer informações que possam ser usadas para a análise crítica e, quando necessário, melhorar os aspectos do sistema de gestão da Segurança e Saúde do Trabalho. Estes objetivos visam principalmente: • monitoramento proativo e reativo; • seleção de indicadores de desempenho; • definir os princípios que permitam mensurar o desempenho; • estabelecer técnicas de medição; • investigar acidentes e incidentes. Assim, o foco das organizações aponta que se deve dar o mesmo nível de importância para as questões de qualidade, segurança, saúde ocupacional e meio ambiente, pois são elas que irão garantir um aumento da produtividade para os empresários, redução dos custos sociais para o governo e a melhoria da qualidade de vida para os trabalhadores, trazendo benefícios para a sociedade de uma forma geral. Os elementos que compõem o sistema de gestão dependem da natureza da atividade, tamanho da organização, perigos e condições nas quais opera. A BS-8800 fornece os elementos do sistema de gestão, saúde e segurança ocupacional bem sucedido, conforme ilustrado na figura a seguir. FONTE: Saliba, 2004 FIGURA 10 – ELEMENTOS DO SISTEMA DE GESTÃO DE SAÚDE E SEGURANÇA OCUPACIONAL NOTA TÓPICO 3 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE OCUPACIONAL 77 Conforme a figura anterior, esses elementos constituem a referência para implantação dos sistemas. De forma simplificada, os objetivos de cada elemento são: Levantamento inicial É a etapa inicial da implantação do sistema de gestão de saúde e segurança ocupacional. Seu objetivo é diagnosticar a situação prevencionista em que a empresa se encontra e com esses dados estabelecer a base do programa. A BS-8800, em seus anexos, fornece informações orientativas do levantamento inicial. Política de Saúde e Segurança Ocupacional O Programa de Saúde e Segurança Ocupacional só será bem-sucedido se a alta direção da empresa estiver comprometida com a política prevencionista. Segundo a BS-8800, aqueles que têm poder na organização (gerência) devem definir, documentar e endossar a sua política de segurança e saúde ocupacional, assegurando que a política inclui um compromisso de: • reconhecer a segurança e saúde ocupacional como parte integral do seu desempenho negocial; • obter elevado nível de desempenho de segurança e saúde ocupacional, com o atendimento aos requisitos legais com o mínimo, e ao contínuo aperfeiçoamento, com economicidade, do desempenho; • proporcionar recursos adequados e apropriados ao implemento da política; • estabelecer e publicar os objetivos de segurança e saúde ocupacional, ainda que por meio, apenas, de boletins internos; • colocar o gerenciamento de segurança e saúde ocupacional como uma responsabilidade primordial da gerência de linha, do dirigente hierarquicamente mais alto ao nível de supervisão; • assegurar a sua compreensão, implementação e manutenção em todos os níveis na organização; • promover o envolvimento e interesse dos empregados a fim de obter compromissos com a política e sua implementação; • revisar periodicamente a política, o sistema de gerenciamento e auditoria do cumprimento daquela; • assegurar que os empregados, em todos os níveis, recebam treinamento apropriado e sejam competentes para executar suas tarefas e responsabilidades. Organização • Responsabilidades: a responsabilidade quanto ao sistema de segurança e saúde repousa especialmente na alta gerência, sendo recomendável atribuir a uma pessoa da alta administração a responsabilidade de garantir a implantação e fundamento do programa. Assim, todos os níveis da organização também devem ser comprometidos com o programa. • Dispositivos organizacionais: as normas definem a importância da integração do sistema de saúde e segurança ocupacional em todas as atividades da empresa. • Documentação: é o elemento-chave para o sucesso de qualquer programa de 78 UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL segurança e saúde ocupacional. Conforme orientações contidas em todos os programas PPRA, PCMSO, entre outros, os registros, documentação de dados de avaliação e exames são fundamentais, devendo, inclusive, ser mantidos por no mínimo 20 (vinte) anos. Planejamento e implantação O planejamento da atividade do Programa de Saúde e Segurança Ocupacional, com estabelecimento claro de desempenho, definindo o que deve ser feito, quando deve ser feito, quem é o responsável e o desfecho desejado, é primordial para o êxito do programa, assim como a avaliação de risco, incluindo identificações de perigos, os requisitos legais e outros aplicáveis ao sistema de gestão de saúde e segurança ocupacional. A empresa deverá estabelecer procedimentos de identificação e análise de risco e controle. A BS-8800 fornece metodologia a critério de interpretação de análise do risco, devendo, portanto, ser consultada pelos leitores. Medição do desempenho A medição do desempenho é uma forma importante de comprovar a eficácia do sistema de gerenciamento de saúde e segurança ocupacional. A empresa deverá estabelecer procedimentos adequados na medição de desempenho do programa, conforme as orientações contidas nas normas citadas. Auditoria As auditorias periódicas possibilitam a avaliação mais profunda e crítica de todos os elementos do sistema de gerenciamento de saúde e segurança ocupacional. Devem ser conduzidas por pessoas competentes e independentes, podendo, no entanto, ser designadas pessoas da própria empresa. As auditorias precisam ser rigorosas. No entanto, sua abordagem deve ser adaptada ao tamanho da empresa e à natureza de seus perigos. Quando da implantação do sistema de gestão de saúde e segurança ocupacional, recomenda-se a consulta das normas pertinentes, especialmente a BS-880 e a OSHAS 18001. 3 COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES TÓPICO 3 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE OCUPACIONAL 79 FONTE: Disponível em: <http://www.fundacentro.gov.br/ dominios/CTN/noticias.asp?Cod=854>. Acesso em: 4 nov. 2010. FIGURA 11 – CIPA: COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES – SIMBOLOGIA Por meio do Decreto Lei nº 7.036, de 10 de novembro de 1944, foi instituída a obrigatoriedade de as empresas brasileiras criarem organismos internos, consagrando a comunhão de esforços de trabalhadores e de empregadores em busca da prevenção de acidentes do trabalho. Nesse sentido, o art. 82 do citado decreto-lei é tido como o nascedouro legal das Comissões Internas de Prevenção de Acidentes. A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservaçãoda vida e a promoção da saúde do trabalhador (subitem 5.1 da NR-05) O art. 163 da Consolidação das Leis do Trabalho (BRASIL, 1943) obriga a constituição de Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), de conformidade com instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho, nos estabelecimentos ou locais de obra nelas especificadas. O seu parágrafo único estabelece o órgão que regulamentará as atribuições, a composição e o funcionamento das CIPAs, que é o Ministério do Trabalho. Assim, Saliba (2004) ressalta que a CIPA é obrigatória nas empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta ou indireta, instituições beneficentes, cooperativas, bem como em outras instituições que admitam trabalhadores como empregados. Sua composição (número de representantes) depende do número de empregados no estabelecimento e do ramo de atividade. São atribuições da CIPA, conforme o item 5.16, da NR 5: • identificar os riscos do processo de trabalho e elaborar o mapa de riscos, com a participação do maior número de trabalhadores, com assessoria do SESMT, onde houver; elaborar plano de trabalho que possibilite a ação preventiva na solução de problemas de segurança e saúde no trabalho; • participar da implementação e do controle da qualidade das medidas de 80 UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL prevenção necessárias, bem como da avaliação das prioridades de ação nos locais de trabalho; • realizar, periodicamente, verificações nos ambientes e condições de trabalho visando à identificação de situações que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores; • realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento das metas fixadas em seu plano de trabalho e discutir as situações de risco que foram identificadas; • divulgar aos trabalhadores informações relativas à segurança e saúde no trabalho; • participar, com o SESMT, onde houver, das discussões promovidas pelo empregador, para avaliar os impactos de alterações no ambiente e processo de trabalho relacionados à segurança e saúde dos trabalhadores; • requerer ao SESMT, quando houver, ou ao empregador, a paralisação de máquina ou setor onde considere haver risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores; • colaborar no desenvolvimento e implementação do PCMSO e PPRA e de outros programas relacionados à segurança e saúde no trabalho; • divulgar e promover o cumprimento das Normas Regulamentadoras, bem como cláusulas de acordos e convenções coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde no trabalho; • participar, em conjunto com o SESMT, onde houver, ou com o empregador, da análise das causas das doenças e acidentes de trabalho e propor medidas de solução dos problemas identificados; • requisitar ao empregador e analisar as informações sobre questões que tenham interferido na segurança e saúde dos trabalhadores; • requisitar à empresa as cópias das CAT emitidas; • promover, anualmente, em conjunto com o SESMT, onde houver, a Semana Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho – SIPAT; • participar, anualmente, em conjunto com a empresa, de Campanhas de Prevenção da AIDS. Cada CIPA é composta por representantes da empresa e dos empregados, de acordo com os critérios que vierem a ser adotados na regulamentação do Ministério do Trabalho e Emprego, conforme preconiza o art. 164 da Consolidação das Leis do Trabalho. A organização da CIPA será feita de forma partidária com representantes do empregador e empregados. O número de membros será em função do grau de risco e do número de empregados do estabelecimento. TÓPICO 3 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE OCUPACIONAL 81 Q U A D R O I D im en si on am en to d e C IP A *G R U P O S N ° d e E m p re ga d os n a em p re sa N ° d e M em br os d a C IP A 0 a 19 20 a 2 9 30 a 5 0 51 a 8 0 81 a 1 00 10 1 a 12 0 12 1 a 14 0 14 1 a 30 0 30 1 a 50 0 50 1 a 10 00 10 01 a 2 50 0 25 01 a 5 00 0 50 01 a 1 0. 00 0 A ci m a d e 10 .0 00 p ar a ca d a gr u p o d e 2. 50 0 ac re sc en ta r C -1 E fe ti vo s 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2 Su p le nt es 1 1 3 3 3 3 3 3 4 7 9 12 2 C -1 a E fe ti vo s 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2 Su p le nt es 1 1 3 3 3 3 3 4 5 8 9 12 2 C -2 E fe ti vo s 1 1 2 2 3 4 4 5 6 7 10 11 2 Su p le nt es 1 1 2 2 3 3 4 4 5 6 7 9 1 C -3 E fe ti vo s 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 10 10 2 Su p le nt es 1 1 2 2 3 3 4 4 5 6 8 8 2 C -3 a E fe ti vo s 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1 Su p le nt es 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1 C -4 E fe ti vo s 1 1 1 1 1 2 2 2 3 5 6 1 Su p le nt es 1 1 1 1 1 2 2 2 3 4 4 1 C -5 E fe ti vo s 1 1 2 3 3 4 4 4 6 9 9 11 2 Su p le nt es 1 1 2 3 3 3 4 4 5 7 7 9 2 C -5 a E fe ti vo s 1 1 2 2 2 3 3 4 6 7 1 Su p le nt es 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1 C -6 E fe ti vo s 1 1 2 3 3 4 5 5 6 8 10 12 2 Su p le nt es 1 1 2 3 3 3 4 4 4 6 8 10 2 FO N T E : D is p o n ív e l e m : < h tt p :/ /w w w .m te .g o v. b r/ le g is la c ao /n o rm as _ re g u la m e n ta d o ra s/ n r_ 0 5. as p > . A c e ss o e m : 4 n o v. 2 0 10 . Q U A D R O 5 – Q U A D R O D E D IM E N SI O N A M E N T O D A C IP A 82 UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL *G R U P O S N ° d e E m p re ga d os na e m p re sa N ° d e M em br os d a C IP A 0 a 19 20 a 2 9 30 a 5 0 51 a 8 0 81 a 1 00 10 1 a 12 0 12 1 a 14 0 14 1 a 30 0 30 1 a 50 0 50 1 a 10 00 10 01 a 2 50 0 25 01 a 5 00 0 50 01 a 1 0. 00 0 A ci m a d e 10 .0 00 p ar a ca d a gr u p o d e 2. 50 0 ac re sc en ta r C -7 E fe ti vo s 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1 Su p le nt es 1 1 2 2 2 2 3 3 4 4 1 C -7 a E fe ti vo s 1 1 2 2 3 3 4 5 6 8 9 10 2 Su p le nt es 1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 8 2 C -8 E fe ti vo s 1 1 2 2 3 3 4 5 6 7 8 10 1 Su p le nt es 1 1 2 2 3 3 3 4 4 5 6 8 1 C -9 E fe ti vo s 1 1 1 2 2 2 3 5 6 7 1 Su p le nt es 1 1 1 2 2 2 3 4 4 5 1 C -1 0 E fe ti vo s 1 1 2 2 3 3 4 4 5 8 9 10 2 Su p le nt es 1 1 2 2 3 3 3 4 4 6 7 8 2 C -11 E fe ti vo s 1 1 2 3 3 4 4 5 6 9 10 12 2 Su p le nt es 1 1 2 3 3 3 3 4 4 7 8 10 2 C -1 2 E fe ti vo s 1 1 2 3 3 4 4 5 7 8 9 10 2 Su p le nt es 1 1 2 3 3 3 3 4 6 6 7 8 2 C -1 3 E fe ti vo s 1 1 3 3 3 3 4 5 6 9 11 13 2 Su p le nt es 1 1 3 3 3 3 3 4 5 7 8 10 2 C -1 4 E fe ti vo s 1 1 2 2 3 4 4 5 6 9 11 11 2 Su p le nt es 1 1 2 2 3 3 4 4 5 7 9 9 2 FO N T E : D is p o n ív e l e m : < h tt p :/ /w w w .m te .g o v. b r/ le g is la c ao /n o rm as _ re g u la m e n ta d o ra s/ n r_ 0 5. as p > . A c e ss o e m : 4 n o v. 2 0 10 . Q U A D R O 6 – C O N T IN U A Ç Ã O D O Q U A D R O D E D IM E N SI O N A M E N T O D A C IP A TÓPICO 3 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE OCUPACIONAL 83 *G R U P O S N ° d e E m p re ga d os na e m p re sa N ° d e M em br os d a C IP A 0 a 19 20 a 2 9 30 a 5 0 51 a 8 0 81 a 1 00 10 1 a 12 0 12 1 a 14 0 14 1 a 30 0 30 1 a 50 0 50 1 a 10 00 10 01 a 2 50 0 25 01 a 5 00 0 50 01 a 1 0. 00 0 A ci m a d e 10 .0 00 p ar a ca d a gr u p o d e 2. 50 0 ac re sc en ta r C -1 4a E fe ti vo s 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1 Su p le nt es 1 1 2 2 2 3 3 3 4 4 1 C -1 5 E fe ti vo s 1 1 3 3 4 4 4 5 6 8 10 12 2 Su p le nt es 1 1 3 3 3 3 3 4 4 6 8 10 2 C -1 6 E fe ti vo s 1 1 2 3 3 3 4 5 6 8 10 12 2 Su p le nt es 1 1 2 3 3 3 3 4 4 6 7 9 2 C -1 7 E fe ti vo s 1 1 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2 Su p le nt es 1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 10 2 C -1 8 E fe ti vo s 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2 Su p le nt es 2 2 3 3 3 4 5 7 8 10 2 C -1 8a E fe ti vo s 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2 Su p le nt es 3 3 3 3 3 4 5 7 9 12 2 C -1 9 E fe ti vo s 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1 Su p le nt es 1 1 2 2 2 3 3 3 4 4 1 C -2 0 E fe ti vo s 1 1 3 3 3 3 4 5 5 6 8 2 Su p le nt es 1 1 3 3 3 3 3 4 4 5 6 1 C -2 1 E fe ti vo s 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1 Su p le nt es 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1 FO N T E : D is p o n ív e l e m : < h tt p :/ /w w w .m te .g o v. b r/ le g is la c ao /n o rm as _ re g u la m e n ta d o ra s/ n r_ 0 5. as p > . A c e ss o e m : 4 n o v. 2 0 10 . Q U A D R O 7 – C O N T IN U A Ç Ã O D O Q U A D R O D E D IM E N SI O N A M E N T O D A C IP A 84 UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL *G R U P O S N ° d e E m p re ga d os n a em p re sa N ° d e M em br os d a C IP A 0 a 19 20 a 2 9 30 a 5 0 51 a 8 0 81 a 1 00 10 1 a 12 0 12 1 a 14 0 14 1 a 30 0 30 1 a 50 0 50 1 a 10 00 10 01 a 2 50 0 25 01 a 5 00 0 50 01 a 1 0. 00 0 A ci m a d e 10 .0 00 p ar a ca d a gr u p o d e 2. 50 0 ac re sc en ta r C -2 2 E fe ti vo s 1 1 2 2 3 3 4 4 6 8 10 12 2 Su p le nt es 1 1 2 2 3 3 3 3 5 6 8 9 2 C -2 3 E fe ti vo s 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1 Su p le nt es 1 1 2 2 2 2 3 3 4 5 1 C -2 4 E fe ti vo s 1 1 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2 Su p le nt es 1 1 2 2 3 3 4 4 5 7 8 10 2 C -2 4a E fe ti vo s 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1 Su p le nt es 1 1 2 2 2 2 3 3 4 4 1 C -2 4b E fe ti vo s 1 1 3 3 4 4 4 4 6 9 12 15 2 Su p le nt es 1 1 3 3 3 3 3 3 4 7 9 12 2 C -2 5 E fe ti vo s 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1 Su p le nt es 1 1 2 2 2 2 3 3 4 5 1 C -2 6 E fe ti vo s 1 2 3 4 5 1 Su p le nt es 1 2 3 3 4 1 C -2 7 E fe ti vo s 1 1 2 3 4 5 6 6 1 Su p le nt es 1 1 2 3 3 4 5 5 1 C -2 8 E fe ti vo s 1 1 2 3 4 5 6 6 1 Su p le nt es 1 1 2 3 4 5 5 5 1 FO N T E : D is p o n ív e l e m : < h tt p :/ /w w w .m te .g o v. b r/ le g is la c ao /n o rm as _ re g u la m e n ta d o ra s/ n r_ 0 5. as p > . A c e ss o e m : 4 n o v. 2 0 10 . Q U A D R O 8 – C O N T IN U A Ç Ã O D O Q U A D R O D E D IM E N SI O N A M E N T O D A C IP A TÓPICO 3 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE OCUPACIONAL 85 *G R U P O S N ° d e E m p re ga d os n a em p re sa N ° d e M em br os d a C IP A 0 a 19 20 a 2 9 30 a 5 0 51 a 8 0 81 a 1 00 10 1 a 12 0 12 1 a 14 0 14 1 a 30 0 30 1 a 50 0 50 1 a 10 00 10 01 a 2 50 0 25 01 a 5 00 0 50 01 a 1 0. 00 0 A ci m a d e 10 .0 00 p ar a ca d a gr u p o d e 2. 50 0 ac re sc en ta r C -2 9 E fe ti vo s 1 2 3 4 5 1 Su p le nt es 1 2 3 3 4 1 C -3 0 E fe ti vo s 1 1 1 2 4 4 4 5 7 8 9 10 2 Su p le nt es 1 1 1 2 3 3 4 4 6 7 8 9 1 C -3 1 E fe ti vo s 1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1 Su p le nt es 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1 C -3 2 E fe ti vo s1 1 2 2 2 3 3 4 5 6 1 Su p le nt es 1 1 2 2 2 3 3 3 4 5 1 C -3 3 E fe ti vo s 1 1 1 1 2 3 4 5 1 Su p le nt es 1 1 1 1 2 3 3 4 1 C -3 4 E fe ti vo s 1 1 2 2 4 4 4 4 6 8 10 12 2 Su p le nt es 1 1 2 2 3 3 3 4 5 7 8 9 2 C -3 5 E fe ti vo s 1 1 2 2 2 2 3 4 5 6 1 Su p le nt es 1 1 2 2 2 2 3 3 4 5 1 FO N T E : D is p o n ív e l e m : < h tt p :/ /w w w .m te .g o v. b r/ le g is la c ao /n o rm as _ re g u la m e n ta d o ra s/ n r_ 0 5. as p > . A c e ss o e m : 4 n o v. 2 0 10 . O B S. : O s m em br os e fe ti vo s e su p le nt es te rã o re p re se nt an te s d os e m p re ga d or es e e m p re ga d os . * A s at iv id ad es e co nô m ic as in te gr an te s d os g ru p os e st ão e sp ec ifi ca d as p or C N A E n os Q U A D R O S II e II I. FO N T E : D is p on ív el e m : < htt p :// w w w .m te .g ov .b r/ le gi sl ac ao /n or m as _r eg u la m en ta d or as /n r_ 05 .a sp >. A ce ss o em : 0 4 no v. 2 01 0. Q U A D R O 9 – C O N T IN U A Ç Ã O D O Q U A D R O D E D IM E N SI O N A M E N T O D A C IP A 86 UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL Saliba (2004) explica que os representantes dos empregadores, titulares e suplentes, serão por eles designados; e os representantes dos empregados, titulares e suplentes serão eleitos em votação secreta por listas disponíveis na urna, independentemente de filiação sindical, exclusivamente os empregados interessados (subitens 5.6.1 e 5.6.2). Atualmente, a obrigatoriedade de constituição da CIPA encontra-se nos arts. 163 e 164 da CLT, sendo regulamentada pela NR-05 da Portaria nº 3.214, com nova redação dada pela Portaria nº 8, de 23 de fevereiro de 1999. A NR-05 estabelece as regras da constituição da CIPA, organização, atribuição, funcionamento, processo eleitoral, entre outras. 4 NORMAS REGULAMENTADORAS A responsabilidade do empregado e do empregador encontra-se definida na Norma Regulamentadora (NR-1), conforme suas disposições gerais. As Normas Regulamentadoras relativas à segurança e medicina do trabalho são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Estas normas definem condições seguras de trabalho, medidas corretivas, responsabilidades e punições. Sua obrigatoriedade foi definida e é parte integrante da CLT. As disposições contidas nas Normas Regulamentadoras aplicam-se, no que couber, aos trabalhadores avulsos, às entidades ou empresas que lhes tomem o serviço e aos sindicatos representativos das respectivas categorias profissionais. A Secretaria de Segurança e Saúde no Trabalho (SSST) é o órgão de âmbito nacional competente para coordenar, orientar, controlar e supervisionar as atividades relacionadas com a segurança e medida do trabalho, inclusive a Campanha Nacional de Prevenção de Acidentes do Trabalho (CANPAT), o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) e ainda a fiscalização do cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho em todo o território nacional. Compete ainda à SSST conhecer as decisões proferidas pelos Delegados Regionais do Trabalho, em matéria de segurança e saúde no trabalho. A Delegacia NOTA TÓPICO 3 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE OCUPACIONAL 87 Regional do Trabalho (DRT) é o órgão regional competente para executar as atividades relacionadas com a segurança e medicina do trabalho, inclusive a CANPAT, o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) e ainda a fiscalização do cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho. Para fins de aplicação das Normas Regulamentadoras, considera-se que: • empregador, a empresa individual ou coletiva que, assumindo os riscos da atividade econômica, admite, assalaria e dirige a prestação pessoal de serviços. Equiparam-se ao empregador os profissionais liberais, as instituições de beneficência, as associações recreativas ou outras instituições sem fins lucrativos, que admitem trabalhadores como empregados; • empregado, pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário; • empresa, o estabelecimento ou o conjunto de estabelecimentos, canteiros de obra, frente de trabalho, locais de trabalho e outras, constituindo a organização de que se utiliza o empregador para atingir seus objetivos; • estabelecimento, cada uma das unidades da empresa, funcionando em lugares diferentes, tais como: fábrica, refinaria, usina, escritório, loja, oficina, depósito e laboratório; • setor de serviço, a menor unidade administrativa ou operacional compreendida no mesmo estabelecimento; • canteiro de obra, a área do trabalho fixa e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução à construção, demolição ou reparo de uma obra; • frente de trabalho, a área de trabalho móvel e temporária, onde se desenvolvem operações de apoio e execução à construção, demolição ou reparo de uma obra; • pessoal de trabalho, a área onde são executados os trabalhos. O não cumprimento das disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho acarretará ao empregador a aplicação das penalidades previstas na legislação pertinente. Assim, as responsabilidades do empregador são: • cumprir e fazer cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho; • elaborar ordens de serviço sobre segurança e medicina do trabalho, dando ciência aos empregados, com os seguintes objetivos: a) prevenir atos inseguros no desempenho do trabalho; b) divulgar as obrigações e proibições que os empregados devem conhecer e cumprir; c) dar conhecimento aos empregados de que serão passíveis de punição, pelo descumprimento das ordens de serviço expedidas; d) determinar os procedimentos que deverão ser adotados em caso de acidente do trabalho e doenças profissionais ou do trabalho; e) adotar medidas determinadas pelo Ministério do Trabalho; 88 UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL f) adotar medidas para eliminar ou neutralizar a insalubridade e as condições inseguras de trabalho; • informar aos trabalhadores: a) os riscos profissionais que possam originar-se nos locais de trabalho; b) os meios para prevenir e limitar tais riscos e as medidas adotadas pela empresa; c) os resultados dos exames médicos e de exames complementares de diagnóstico aos quais os próprios trabalhadores forem submetidos; d) os resultados das avaliações ambientais realizadas nos locais de trabalho; e) permitir que representantes dos trabalhadores acompanhem a fiscalização dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho. Já as responsabilidades do empregado são: • cumprir as disposições legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho, inclusive as ordens de serviço expedidaspelo empregador; • usar o EPI fornecido pelo empregador; • submeter-se aos exames médicos previstos nas Normas Regulamentadoras; • colaborar com a empresa na aplicação das Normas Regulamentadoras. As normas descritas são deveres do empregado e do empregador, buscando prevenir acidentes, que é o dever de todos. NOVO HORIZONTE: SOLUÇÕES COLETIVAS PARA O TRABALHO EM ALTURA MINIMIZAM A CHANCE DE QUEDA Preocupada com as estatísticas mundiais de acidentes com trabalhadores da Construção Civil, a Alcoa Alumínio S/A adotou métodos inovadores de segurança, que vão muito além do uso de Equipamentos de Proteção Individual. Pelos danos que podem provocar, especial atenção foi dedicada aos trabalhos com risco de queda durante a obra de construção da Mina de Juruti, no Pará. A empresa se destacou com o programa "Prevenção Muito Além do Cinto de Segurança", vencedor do Melhor Case Região Norte do Prêmio Proteção Brasil 2008. Entre as tarefas críticas do novo empreendimento, que motivaram a adoção de medidas de Engenharia para garantir proteção aos trabalhadores, estão: a construção de 2,6 milhões de metros quadrados de telhados; a supressão vegetal de uma área com cerca de sete bilhões de metros quadrados; mais de oito bilhões de metros cúbicos de terraplanagem em aterros com mais de 15 metros de altura; 180 mil metros quadrados de construção civil pesada e a montagem de mais de 16 mil toneladas de estruturas metálicas. "Fomos motivados principalmente pelas LEITURA COMPLEMENTAR TÓPICO 3 | EDUCAÇÃO EM SAÚDE OCUPACIONAL 89 dificuldades de implementação da Mina, em função de sua localização, em meio à Floresta Amazônica, além da falta de experiência da população local com o ambiente da Construção Civil e do alto risco das exposições ocupacionais presentes nesse cenário", conta o engenheiro José Maurício de Macedo Santos, gerente de sustentabilidade e assuntos institucionais da Alcoa. Desafio Em geral, como método de proteção contra quedas, as empresas priorizam o uso de proteções passivas, como o cinto de segurança e as linhas de vida, que têm um custo relativamente baixo e ainda transferem ao trabalhador a maior parte da responsabilidade por sua proteção. Em Juruti, a equipe de Segurança, Saúde e Meio Ambiente (SSMA) da Alcoa decidiu quebrar esse paradigma e questionou o uso maciço de proteções passivas em detrimento das proteções coletivas preconizadas pela Norma Regulamentadora nº 6 do MTE. Então, o desafio inicial foi planejar a execução das atividades sem colocar trabalhadores diretamente sobre os telhados, sem perder qualidade e produtividade. "Para todo e qualquer empregado, o fato de não ter que subir diretamente sobre um telhado, expondo-se a riscos para realizar uma atividade de cobertura, é a garantia de uma maior chance de retornar íntegro ao seu lar", pondera o engenheiro. Ideias Novas técnicas foram desenvolvidas para minimizar a exposição dos empregados ao risco de queda. Um dos novos procedimentos adotados foi a montagem de telhados no chão, para posterior içamento e instalação. Além de eliminar o risco de queda, essa solução trouxe ganhos significativos de produtividade. Para a cobertura de prédios temporários como escritórios e alojamentos, foram projetadas plataformas especiais com guarda-corpo, permitindo que os trabalhadores desenvolvessem suas atividades em uma base estável e confortável, posicionados lateralmente ao plano de colocação das telhas, sem necessidade de usar cinto de segurança. Em pontos de difícil acesso, foram disponibilizadas plataformas articuladas automáticas. Dessa forma, o uso de escadas manuais restringiu-se ao acesso a pontos específicos no interior dos prédios, onde o uso de outras medidas de prevenção não foi possível. Porém, nesses casos, o uso do cinto de segurança e a ancoragem da escada em um ponto fixo se tornaram obrigatórios. Para execução de outras atividades com risco de queda, as proteções coletivas também foram priorizadas. No resgate de fauna e flora, após uma reavaliação do processo de trabalho, foi eliminada a necessidade de recolher amostras de plantas diretamente nas copas das árvores, sem prejuízo da qualidade do trabalho e com aumento da produtividade. Na terraplanagem, tornou-se obrigatória a construção prévia de barreiras nas laterais dos aterros e nas zonas de passagem de veículos. O conteúdo e a carga horária dos treinamentos dos operadores de máquinas foram revistos, a iluminação para atividades noturnas nessas áreas foi redimensionada e, de acordo com o risco da tarefa, tornou-se obrigatório o acompanhamento de um supervisor. 90 UNIDADE 2 | SAÚDE OCUPACIONAL Os procedimentos de segurança para estocagem, transporte, montagem e desmontagem de andaimes foram divulgados a todos os envolvidos nessas operações, em um treinamento específico. Também foi proibido o uso de “gaiolas” para içar pessoas e a “escalada”, ainda que com uso de cinto de segurança e linha de vida. Essa medida fez com que as equipes de engenharia buscassem novas formas construtivas priorizando, por exemplo, o uso de plataformas articuladas de elevação e plataformas de andaimes. Além das novas regras, os requisitos mínimos de qualidade e segurança para liberação e uso de plataformas tornaram- se mais rígidos. Dentro das diretrizes do Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), a empresa adotou o teste de uso de álcool e outras drogas, desenvolvendo um estruturado programa de prevenção e tratamento da dependência química. “Diante dessas iniciativas, o nível de adesão dos empregados do canteiro de obras da Mina de Juruti aos procedimentos e ferramentas para prevenção de quedas nos pareceu muito superior ao que vemos em ambientes industriais onde, embora o empregado conte com todo um aparato de proteção, acaba se expondo demasiadamente ao risco”, conclui o gerente José Maurício de Macedo Santos. FONTE: REVISTA PROTEÇÃO. Novo Horizonte: Soluções coletivas para o trabalho em altura minimizam a chance de queda. Dez. 2008. Disponível em: <http://www.protecao.com.br/site/ content/materias/ materia_detalhe.php?id=AJy5>. Acesso em: 28 ago. 2010. 91 RESUMO DO TÓPICO 3 Neste tópico, você viu que: • O princípio básico de um sistema de gestão baseado em aspectos normativos, envolve a necessidade de determinar parâmetros de avaliação que incorporem não só os aspectos operacionais, mas também a política, o gerenciamento e o comprometimento da alta administração com o processo de mudança e melhoria contínua das condições de segurança, saúde e das condições de trabalho. • Um dos aspectos importantes em um sistema de gestão é monitorar e acompanhar o desempenho das ações estabelecidas pelo programa de segurança. Para isto, é necessária a definição dos indicadores e a forma de acompanhar a evolução de cada um deles e divulgar para toda a empresa os resultados objetivos. • A Comissão Interna de Prevenção de Acidentes tem como objetivo a prevenção de acidentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar compatível permanentemente o trabalho com a preservação da vida e a promoção da saúde do trabalhador. • A CIPA é obrigatória nas empresas privadas, públicas, sociedades de economia mista, órgãos da administração direta ou indireta, instituições beneficentes, cooperativas, bem como em outras instituições que admitam trabalhadores como empregados. • Assim, as Normas Regulamentadoras relativas à segurança e medicina do trabalho são de observância obrigatória pelas empresas privadas e públicas e pelos órgãos públicos da administração direta e indireta, bem como pelos órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário, que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). 92 AUTOATIVIDADE 1 O programa que não condiz com o gerenciamento de riscos ocupacionais é: ( ) Programa de Prevençãode Riscos Ambientais (PPRA). ( ) Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO). ( ) Atestado de Saúde Ocupacional (ASO). ( ) Programa de Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção Civil (PCMAT). ( ) Programa de Gerenciamento de Risco a Indústria de Mineração (PGR). 2 Relacione as colunas: ( 1 ) Acidente. ( 2 ) Perigo. ( 3 ) Problemas de saúde. ( ) Evento não desejado que acarrete morte ou lesão. ( ) Saúde deteriorada, o que é julgado como tendo sido causado, ou piorado. ( )Fonte ou situação com potencial de provocar danos em termos de ferimentos humanos. 3 O sistema de gestão não necessita definir indicadores, sendo apenas controlados os acidentes e afastamentos por motivo de doença na empresa. ( ) Verdadeiro. ( ) Falso. 4 A CIPA surgiu no Brasil por meio da seguinte Lei: ( ) Decreto Lei nº 7.036, de 10 de novembro de 1944. ( ) Convenção nº 155 – Segurança e saúde dos trabalhadores e meio ambiente de trabalho. ( ) Portaria nº 3.214/78. ( ) Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999. 5 A CIPA é composta pelos diretores da empresa, médicos do trabalho, técnicos de segurança e auxiliares de segurança no trabalho. ( ) Verdadeiro. ( ) Falso. 6 As empresas podem optar em formar a CIPA, não sendo obrigatório nas empresas públicas ou privadas. ( ) Verdadeiro. ( ) Falso. 7 Referem-se às Normas Regulamentadoras: ( ) órgão regional competente para executar as atividades relacionadas com a segurança e medicina do trabalho. 93 ( ) definem condições seguras de trabalho, medidas corretivas, responsabilidades e punições. ( ) conhecer as decisões proferidas pelos Delegados Regionais do Trabalho, em matéria de segurança e saúde no trabalho. ( ) fiscalização do cumprimento dos preceitos legais e regulamentares sobre segurança e medicina do trabalho. 8 As Normas Regulamentadoras são dever do empregador e empregados em aplicar normas de segurança e medicina do trabalho para prevenção de acidentes. ( ) Verdadeiro. ( ) Falso. 94 95 UNIDADE 3 ACIDENTE NO TRABALHO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS A partir desta unidade você será capaz de: • verificar sobre o acidente na legislação trabalhista vigente; • identificar as espécies legais de acidente do trabalho; • apresentar a metodologia e o Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciá- rio – NTEP; • explanar sobre a inclusão de portadores de necessidades especiais no mer- cado de trabalho. Esta unidade está dividida em três tópicos, sendo que em cada um deles você encontrará atividades que o(a) ajudarão a fixar os conhecimentos adquiridos. TÓPICO 1 – COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO TÓPICO 2 – NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO P REVIDENCIÁRIO - NTEP TÓPICO 3 – PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS 96 97 TÓPICO 1 COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO UNIDADE 3 1 INTRODUÇÃO Sob o ponto de vista legal, acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária da capacidade para o trabalho (art. 19 da Lei nº 8.213/91). O médico do trabalho é o profissional mais qualificado para compreender em detalhes as condições que podem ou não levar a agravos na saúde, decorrentes das condições de trabalho. Executando seu trabalho com seriedade, terá à sua disposição dados sobre as exigências e riscos de cada atividade, conhecerá a realidade de cada empresa, conhecerá a história clínica e profissional de cada empregado. FONTE: Disponível em: <http://cultoupop.com/medicina-do-trabalho.html>. Acesso em: 4 nov. 2010. FIGURA 12 – MEDICINA DO TRABALHO UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO 98 2 CONCEITO DE ACIDENTE NO TRABALHO Michel (2008) define que acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa, ou ainda pelo exercício do trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte, a perda ou redução da capacidade para o trabalho permanente ou temporário. A Lei nº 8.213/91, no seu art. 19, traz o conceito de acidente do trabalho como sendo aquele que ocorre pelo exercício do trabalho provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução da capacidade permanente ou temporária para o trabalho. Integram o conceito de acidente o fato lesivo à saúde física ou mental. O nexo causal entre este e o trabalho e a redução da capacidade laborativa. A lesão é caracterizada pelo dano físico-anatômico ou mesmo psíquico. A perturbação funcional implica dano fisiológico ou psíquico nem sempre aparente, relacionada com órgãos ou funções específicas. Já a doença se caracteriza pelo estado mórbido de perturbação da saúde física ou mental, com sintomas específicos em cada caso. Por seu turno, com a nova definição dada pela nova Lei nº 8.213/91, dispõe o art. 19 que: Art. 19. Acidente do trabalho é o que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do art. 11 desta Lei, provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Conforme a Lei nº 8.213/91, o inciso IV do art. 21 considera acidentes de trabalho: o sofrido fora do local e horário de trabalho, se o empregado estiver executando ordem ou realizando serviço sob a autoridade da empresa, se estiver prestando espontaneamente qualquer serviço à empresa que lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito, se estiver em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo de capacitação de mão de obra e se estiver no percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquele, qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do segundo. Nos locais de trabalho, existem inúmeras situações de riscos passíveis de provocar acidentes do trabalho. Por isso, a análise de fatores de risco em todas as tarefas e nas operações do processo é fundamental para a prevenção. NOTA TÓPICO 1 | COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO 99 FONTE: O autor Saliba (2004) relata que dentre os fatores de risco que provocam os acidentes do trabalho, destacam-se: eletricidade, máquinas e equipamentos, incêndios, armazenamento e transporte de materiais, manuseio de produtos perigosos, ferramentas manuais, entre outros. Para a existência do acidente do trabalho, existe um nexo entre o trabalho e o efeito do acidente. Esse nexo de causa-efeito é tríplice, pois envolve o trabalho, o acidente, com a consequente lesão, e a incapacidade, resultante da lesão, deve haver um nexo causal entre o acidente e o trabalho exercido. Inexistindo essa relação de causa-efeito entre o acidente e o trabalho, não se poderá falar em acidente do trabalho. Mesmo que haja lesão, mas que esta não venha a deixar o segurado incapacitado para o trabalho, não haverá direito a qualquer prestação acidentária. O perito é o responsável para avaliar se há nexo de causalidade entre o acidente e o trabalho, se esta causa do infortúnio é instantânea, como no caso de acidentes, ou se é progressiva, como no caso de doença. Existem casos em que o nexo é presumido, como no caso de doenças profissionais, mas na maioria dos casos é necessário verificar se há relação do evento com o trabalho diante do texto legal e da prova pericial. Araújo (2005) destaca que a doença profissional tem que estar relacionada com a atividade profissional e deve ser reconhecida pela Previdência Social. A doença pode ser típica ou atípica. Ela é típica quando não há nexo causal presumido, ou seja, terá que ser determinada através deperícia. Já na doença atípica há o nexo causal presumido em lei, tem relação com a atividade que desempenha, sendo reconhecida pela Previdência Social. Para efeito de cobertura acidentária, não importa essa distinção. Para Cruz Júnior e Laner (2004), as causas diretas dos acidentes são uma combinação de erros humanos, falhas de equipamentos e eventos externos ao sistema. Os erros humanos compreendem falhas ativas, latentes e de recuperação. FIGURA 13 – PLACA DE CUIDADO. MANTENHA AS MÃOS LONGE DESTE PONTO NOTA UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO 100 TABELA 1 – ACIDENTES DE TRABALHO OCORRIDOS NO BRASIL NOS ÚLTIMOS 36 ANOS FONTE: Anuário Estatístico da Previdência Social (2006) 3 O ACIDENTE NA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA VIGENTE De acordo com a Lei nº 6.367/76, no seu art. 2º, o acidente do trabalho tem que ocorrer pelo exercício do trabalho a serviço da empresa. Tem que haver causalidade para que haja infortúnio do trabalho. Para isso, a causa do acidente ou doença tem que ter relação com o trabalho, tem que ser no exercício da atividade para que se tenha relevância jurídica. Araújo (2005) destaca, que o empregado que sofre um acidente dentro do ambiente do trabalho ou no trajeto (o acidente de trajeto está previsto na lei acidentária urbana em seu art. 2º, § 1º, V, d) deste se caracteriza como acidente do trabalho, como também nos casos de morte, redução da capacidade laborativa, ou seja, o acidente deverá ser resultante da prestação laborativa e que a incapacidade ou morte sejam resultantes desta. Se no caso o empregado foi morto por consequência de briga com um desafeto e não houve risco profissional, esse trabalhador receberá simplesmente benefícios previdenciários, que são de menor valor que os de ordem acidentárias, servindo esta regra para trabalhadores urbanos e rurais. Além disso, o benefício previdenciário exige um período de carência que deve ser respeitado, enquanto que no de ordem acidentária a cobertura é automática, de acordo com a Lei nº 6.367/76, art. 4º. A Lei Previdenciária nº 8.213/91 cuida do gênero acidente do trabalho abrangendo nos arts. 19, 20 e 21, respectivamente, acidente-tipo; doenças ocupacionais e acidentes por equiparação legal. Uma vez tipificadas essas espécies de acidente, serão produzidos os mesmos efeitos para fins de liberação de benefícios previdenciários, indenização civil em ação trabalhista e até mesmo para fins de crime contra a saúde do trabalhador. TÓPICO 1 | COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO 101 Michel (2008) aponta as seguintes condições que são consideradas acidentes de trabalho: doença profissional é aquela desencadeada pelo exercício de trabalho peculiar a determinada atividade e constante da relação que trata o Anexo II do Decreto nº 611/92; e a doença do trabalho que se entende a adquirida em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relaciona diretamente, desde que constante no Anexo II citado. Assim, a Previdência Social deve considerar como acidente do trabalho quando for constatado que uma doença, não incluída em doença profissional e doença do trabalho, resultou de condições especiais em que o trabalho é executado e com ele diretamente se relaciona. 3.1 ESPÉCIES LEGAIS DE ACIDENTE DO TRABALHO Conforme Araújo (2005), o acidente de trabalho se caracteriza em uma das situações: l decorrência das características da atividade profissional por ele desempenhada (acidente típico); l ocorrência no trajeto entre a residência e o local de trabalho (acidente de trajeto); l ocasionado por qualquer tipo de doença profissional produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho, peculiar a determinado ramo de atividade constante de relação existente no Regulamento dos Benefícios da Previdência Social; l ocasionado por doença do trabalho adquirida ou desencadeada, em função de condições especiais, em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente. Aprimore seus conhecimentos através da leitura! A CARTILHA – ACIDENTES DE TRABALHO COM MÁQUINAS está disponível em: <http://normasregulamentadoras.files. wordpress.com/2008/06/acidente_maquinas.pdf>. Pode-se monitorar o desempenho de segurança no trabalho através do uso de indicadores para se medir e comparar o desempenho entre os diferentes setores da atividade econômica de um país – o índice de frequência, gravidade e taxa de incidência. Araújo (2005) destaca que ocorrido um acidente de trabalho, suas consequências podem ser: • simples assistência médica: o segurado recebe atendimento médico e retorna imediatamente às suas atividades profissionais (que não seja acidente do trabalho); NOTA UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO 102 • incapacidade temporária: o segurado fica afastado do trabalho por um período até que esteja apto para retornar a sua atividade profissional. Para a Previdência Social é importante particionar esse período em inferior a 15 dias e superior a 15 dias, uma vez que, no segundo caso, é gerado um benefício pecuniário, o auxílio-doença por acidente do trabalho; • incapacidade permanente: o segurado fica incapacitado de exercer a atividade profissional que exercia na época do acidente. Esta incapacidade permanente pode ser total ou parcial. No primeiro caso, o segurado fica impossibilitado de exercer qualquer tipo de trabalho e passa a receber uma aposentadoria por invalidez. No segundo caso, o segurado recebe uma indenização pela incapacidade sofrida (auxílio-doença), mas é considerado apto para o desenvolvimento de outra atividade profissional; • óbito: o segurado falece em função do acidente de trabalho. 4 COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE DO TRABALHO A CAT é um formulário preenchido pela empresa demonstrando a ocorrência de acidente do trabalho ou doença profissional do empregado ao Instituto Nacional da Seguridade Social (INSS). Segundo informação do Ministério da Previdência Social, a Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT foi prevista inicialmente na Lei nº 5.316/67, com todas as alterações ocorridas posteriormente até a Lei nº 9.032/95, regulamentada pelo Decreto nº 2.172/97. Reza o item 7.4.8 da NR-7 que, sendo constatada a ocorrência ou agravamento de doenças profissionais, através de exames médicos que incluem os definidos nesta NR; ou sendo verificadas alterações, que revelam qualquer tipo de disfunção de órgão ou sistema biológico, através dos exames constantes dos quadros I (apenas quadros com interpretação SC) e II, e do item 7.4.2.3 da presente NR, mesmo sem sintomatologia, caberá ao médico coordenador ou encarregado: • solicitar à empresa a emissão da Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT; • indicar, quando necessário, o afastamento do trabalhador da exposição ao risco, ou do trabalho; • encaminhar o trabalhador à Previdência Social para estabelecimento de nexo causal, avaliação de incapacidade e definição da conduta previdenciária em relação ao trabalho; • orientar o empregador quanto à necessidade da adoção de medidas de controle no ambiente de trabalho. A emissão da CAT é uma das questões mais importantes em saúde ocupacional no Brasil. O nexo causal é, usualmente, confirmado ou não por um perito que, embora possa ser capacitado, não tem a menor ideia da situação concreta de trabalho. TÓPICO 1 | COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO 103 Além disso, pode estar pressionado por circunstâncias diversas como, por exemplo, uma eventual sobrecarga de atividades. Obviamente, nos casos extremos, o estabelecimento do nexo é evidente. Entretanto, em muitas situações, será preciso um estudo profundo das condições às quais o empregado esteve e está exposto no trabalho, o que, frequentemente, está fora do alcance do perito. Assim, é possível que muitos nexos causais sejam negados ou confirmados indevidamente. Para contribuir com o aprimoramento dos processosque levam ou não ao estabelecimento de nexos causais, é fundamental que o médico do trabalho, ao solicitar emissão de CAT, ou tiver conhecimento da emissão de CAT por outra fonte, faça um relatório pormenorizado sobre todo o seu conhecimento a respeito do empregado e de sua história profissional. Além disso, defina suas conclusões: diagnóstico e impressão a respeito da existência de nexo ou não (RIO, 1996). Através da comunicação do acidente do trabalho (CAT) à Previdência Social se dá o primeiro passo para o reconhecimento de qualquer direito ao empregado que sofreu acidente do trabalho ou situação legalmente equiparada. (OLIVEIRA, 2008). Estabelece o art. 129 da Lei nº 8.213/91 que: Art. 129. Os litígios e medidas cautelares relativos a acidentes do trabalho serão apreciados: [...] II - na via judicial, pela Justiça dos Estados e do Distrito Federal, segundo o rito sumaríssimo, inclusive durante as férias forenses, mediante petição instruída pela prova de efetiva notificação do evento à Previdência Social, através de Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT (BRASIL, 1991). Deverá ser preenchida a CAT em todos os casos em que ocorrer acidente ou doença ocupacional, mesmo que não haja incapacidade ou afastamento do trabalho. É sabido, porém, que a subnotificação nos acidentes que não acarretam afastamento é grande, até porque é muito difícil o fato ser detectado pela fiscalização. A seguir, visualiza-se um modelo de CAT estipulado pela Previdência Social. UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO 104 FONTE: Disponível em: <www.previdenciasocial.gov.br>. Acesso em: 16 nov. 2010. FIGURA 14 - MODELO CAT TÓPICO 1 | COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO 105 ACIDENTES EM ALTA: AGRAVOS SOBEM 13% EM RELAÇÃO AOS REGISTROS DE 2007 E ÓBITOS APRESENTAM QUEDA DE 3%. A nova metodologia da Previdência Social que correlaciona as causas de afastamento ao setor de atividade do trabalhador segurado, independente da Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) feita pelo empregador é o fator de maior peso na elevação dos acidentes de trabalho. Apesar de muitas críticas, o Nexo Técnico Epidemiológico (NTEP), está fazendo com que muitos agravos saiam da invisibilidade e sejam incorporados à realidade ocupacional brasileira. Em 2008, houve um aumento de 13,4% dos agravos em relação a 2007. O salto foi de 659.523 para 747.663 casos de acidentes e doenças do trabalho. Em compensação, o número de mortes relacionadas ao trabalho diminuiu em 3,2% de 2007 para 2008. Enquanto que no ano de 2007 foram registrados 2.845 óbitos, o último ano contabilizou 2.757 acidentes fatais entre os trabalhadores. É o que informa o Ministério da Previdência Social por meio de seu Anuário Estatístico da Previdência Social 2008, publicado no final de outubro. O primeiro resultado oficial da implementação do NTEP na identificação de acidentes e doenças do trabalho que antes eram registrados como não acidentários saiu no AEPS atual. Isso porque na edição 2007, a Previdência só contabilizou os registros da nova sistemática de concessão de benefícios acidentários a partir de abril, mês em que o NTEP foi adotado. Ou seja, não havia, até então, uma estatística completa (de janeiro a dezembro) das notificações sem CAT registrada. Esse hiato de três meses pode explicar o aumento de 43,4% no número de notificações sem CAT registrada de 2007 (141.108) para 2008 (202.395). Ao todo, os registros do NTEP representam 27,1% do total de agravos brasileiros em 2008. Para o coordenador de Estatística, Demografia e Atuária do Ministério da Previdência Eduardo da Silva Pereira, a introdução do NTEP também repercutiu nos encargos do INSS com os auxílios-benefícios. A nova sistemática fez aparecer os acidentes de trabalho que estavam escondidos dentro do auxílio-previdenciário. Ou seja, o que antes entrava como Auxílio-Previdenciário, agora é visto como Auxílio-Doença Acidentário", afirma Eduardo. Esse redirecionamento das concessões beneficiárias pode ser verificado na Evolução do Auxílio-Doença. Mostra que de 2006 (pré-NTEP) para 2008 (pós- NTEP) houve um aumento de 152,7% no número de concessões acidentárias. Até agosto desse ano, o INSS já havia concedido 233.476 auxílios-doença acidentários, número esse que pode chegar à marca dos 381.293 benefícios (estimativa do Anuário Brasileiro de Proteção, baseada nos dados de janeiro a agosto de 2009, projetados até dezembro). Isso representaria um aumento de 7% no número de concessões acidentárias de 2008 para 2009. LEITURA COMPLEMENTAR UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO 106 Reflexos No que se refere às despesas do governo com essas concessões, a mudança também é significativa. De 2007 para 2008, houve um aumento de 14,1% nos custos do INSS com as concessões de auxílio-doença e de 23,1% nas de auxílio-acidente. O reflexo dessa nova sistemática da Previdência ainda pode ser observado no resultado das notificações por unidade federativa, pois todas as regiões apresentaram índices maiores na ocorrência de acidentes do trabalho. Considerado o maior polo industrial do Brasil, a Região Sudeste respondeu por 55% dos registros de acidentes de trabalho do país computados em 2008. Somente o Estado de São Paulo notificou 263.613 novos acidentes de trabalho. No entanto, esse fato não significa, necessariamente, que ele tenha acidentado mais, pois, nessa análise, também devemos considerar o número de trabalhadores em atividade, sendo que nesse quesito São Paulo é hegemônico, tendo 29,7% da mão de obra de trabalho nacional em seu território. Aliado a isso, ainda existe a hipótese de que esteja ocorrendo maior notificação dos agravos por parte das empresas deste Estado. Fatais Mesma análise não pode ser feita sobre o índice de mortes entre os trabalhadores. Isso porque essa informação dificilmente é subnotificada pelas empresas. Segundo Eduardo da Silva Pereira, a subnotificação nos casos de acidentes fatais é menor em virtude das possíveis consequências judiciais. “Podemos dizer que esse dado do Anuário é fidedigno com a realidade. Sabemos que o empregador tem a obrigação de informar ao Governo todo e qualquer tipo de acidente de trabalho. No entanto, muitas vezes, ele subnotifica essas informações, seja por desconhecimento ou mesmo por má-fé. Com isso, o acidente acaba passando incólume, o que não acontece com a morte no trabalho, visto que a sua omissão pode lhe trazer consequências civis e criminais", frisa. Conforme os dados apresentados no AEPS 2008, o Mato Grosso foi o Estado que obteve a maior taxa de acidentes fatais por trabalhador. A cada 100 mil trabalhadores, 21 morreram. Entre as atividades econômicas do país que apresentaram o maior índice de registro estão a Indústria de Transformação (269.267), o Comércio e a Reparação de Veículos Automotores (99.571), Saúde e Serviços Sociais (52.559), Transporte, Armazenagem e Correios (50.281) e, por fim, a Construção (49.191). No entanto, também houve um percentual significativo de notificações sem a caracterização do setor econômico responsável pela ocorrência do acidente. Ao todo, foram contabilizados 43.155 registros ignorados, ou seja, sem essa informação, sendo que desse número, 36.435 tiveram sua origem no registro sem CAT. "Enfrentamos esse problema por dois motivos: pela omissão de informações no processo da notificação, por parte do empregador, e pelo fato de que o registro TÓPICO 1 | COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO 107 de uma doença do trabalho sem CAT pode ser reconhecida pelo INSS sem a inclusão do CNAE da empresa. Entretanto, o importante é que esse reconhecimento existiu e que o trabalhador estará recebendo o que lhe é de direito", reforça o diretor do Departamento de Políticas de Saúde e Segurança Ocupacional do Ministério da Previdência, Remígio Todeschini. Outro dado importante, e que estásendo publicado pela primeira vez no Anuário Brasileiro de Proteção, são os dados sobre a Inspeção em Segurança do Trabalho. Somente nesse ano, entre janeiro e agosto, a Fiscalização realizou 101.886 ações fiscais, o que contemplou um universo de 13.253.462 trabalhadores. Esse número, por si só, representa um aumento de 85,3% no percentual de ações fiscais de 2008 para 2009. FONTE: REVISTA PROTEÇÃO. Acidentes em alta: agravos sobem 13% em relação aos registros de 2007 e óbitos apresentam queda de 3%. Disponível em: <http://www.protecao.com.br/site/ content/materias/materia_detalhe.php?pagina=1&id=JyyJJa>. Acesso em: 26 ago. 2010. 108 RESUMO DO TÓPICO 1 Neste tópico, você viu que: • O acidente do trabalho pode ser definido como aquele que ocorre pelo exercício do trabalho provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte ou a perda ou redução da capacidade permanente ou temporária para o trabalho. Integram o conceito de acidente o fato lesivo à saúde física ou mental. • Dentre os fatores de risco que provocam os acidentes do trabalho, destacam-se: eletricidade, máquinas e equipamentos, incêndios, armazenamento e transporte de materiais, manuseio de produtos perigosos, ferramentas manuais, entre outros. • Os riscos de acidentes variam para cada ramo de atividade econômica, em função de tecnologias utilizadas, condições de trabalho, mão de obra empregada, medidas de segurança, dentre outros fatores. • Quando constatada a ocorrência ou agravamento de doenças profissionais, através de exames médicos ou sendo verificadas alterações, que revelam qualquer tipo de disfunção de órgão ou sistema biológico, caberá ao médico coordenador ou encarregado: solicitar à empresa a emissão da Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT; indicar, quando necessário, o afastamento do trabalhador da exposição ao risco, ou do trabalho; encaminhar o trabalhador à Previdência Social para estabelecimento de nexo causal, avaliação de incapacidade e definição da conduta previdenciária em relação ao trabalho; orientar o empregador quanto à necessidade da adoção de medidas de controle no ambiente de trabalho. 109 AUTOATIVIDADE 1 Refere-se ao acidente de trabalho: ( ) ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa. ( ) provocando lesão corporal ou perturbação funcional que cause a morte. ( ) acidente que ocorra na hora de descanso do empregado, caso este esteja empregado. ( ) fato lesivo à saúde física ou mental. 2 Caso o empregado infrinja as normas de segurança da empresa e sofra um acidente, a empresa não terá responsabilidade e não será caracterizado como acidente de trabalho, sendo a culpa do empregado. ( ) Verdadeiro. ( ) Falso. 3 O responsável para avaliar se há nexo de causalidade entre o acidente e o trabalho é: ( ) Ministério do Trabalho. ( ) Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho. ( ) Técnico de Segurança do Trabalho. ( ) Perito. 4 A doença é típica quando não há nexo causal presumido, ou seja, terá que ser determinada através de perícia. ( ) Verdadeiro. ( ) Falso. 5 Não são causas diretas dos acidentes: ( ) combinação de erros humanos. ( ) falhas de equipamentos. ( ) equipe de trabalho. ( ) erros humanos que compreendem falhas ativas, latentes e de recuperação. 6 Nos casos de morte onde não houve risco profissional, e nos casos de morte de ordem acidentária a cobertura é automática, de acordo com a Lei nº 6.367/76, art. 4º. ( ) Verdadeiro. ( ) Falso. 110 7 Quando ocorre um acidente de trabalho, suas consequências podem ser: ( ) simples assistência médica. ( ) perda do emprego. ( ) incapacidade temporária. ( ) incapacidade permanente. ( ) óbito. 8 A CAT também deverá ser enviada nos casos de gestação, a fim da Previdência Social tomar conhecimento do afastamento da funcionária. ( ) Verdadeiro. ( ) Falso. 111 TÓPICO 2 NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP UNIDADE 3 1 INTRODUÇÃO Analisados os principais aspectos pertinentes aos acidentes do trabalho e doenças ocupacionais, cabe verificar as importantes modificações decorrentes da Lei nº 11.340, de 26 de dezembro de 2006, instituindo o chamado nexo técnico epidemiológico. O nexo técnico epidemiológico foi estabelecido levando em conta amplos estudos científicos, bem como mapeamentos e profundas análises de ordem empírica, que possibilitaram a demonstração e indicação de quais são as doenças que apresentam elevadas ou significativas incidências estatística nos diferentes ramos de atividade econômica, em que os segurados exercem a atividade laboral. Com as suas características, o NTEP está diretamente relacionado com as chamadas doenças ocupacionais muito mais do que com os acidentes típicos. 2 CONCEITO DE NTEP A Lei nº 11.430, de 26 de dezembro de 2006, acrescentou o artigo 21-A à Lei nº 8.213, introduzindo o conceito do nexo técnico epidemiológico com a seguinte redação: Art. 21. A perícia médica do INSS considerará caracterizada a natureza acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade elencada na Classificação Internacional de Doenças - CID, em conformidade com o que dispuser o regulamento. § 1º A perícia médica do INSS deixará de aplicar o disposto neste artigo quando demonstrada a inexistência do nexo de que trata o caput deste artigo. § 2º A empresa poderá requerer a não aplicação do nexo técnico epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso com efeito suspensivo, da empresa ou do segurado, ao Conselho de Recursos da Previdência Social. 112 UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO Esta alteração foi realizada tendo em vista a dificuldade de demonstração do nexo causal para a caracterização das doenças profissionais e do trabalho. Além disso, aponta Garcia (2008) que é frequente o empregador não emitir a CAT (art. 22 da Lei nº 8.213/1991) por não reconhecer a natureza ocupacional da enfermidade sofrida pelo empregado, gerando a chamada subnotificação dos agravos à saúde do trabalho, em manifesto prejuízo ao trabalhador, ao sistema de saúde e à sociedade como um todo. Com a referida Lei nº 11.430/2006, presente o nexo técnico epidemiológico (entre o trabalho e o agravo), passa a existir a presunção de que a doença tem natureza ocupacional. Com isso, verificada a existência do referido nexo técnico epidemiológico, não mais cabe ao empregado (segurado) provar ou demonstrar que a doença foi produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade, ou que a doença foi adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente. Presente o nexo técnico epidemiológico, a presunção é de se tratar de doença do trabalho ou profissional. Com esta inovação legislativa, o perito médico do INSS ao verificar que o agravo que acometeu o segurado é de ocorrência comum em trabalhadores que pertencem a determinado segmento econômico, pode presumir a natureza acidentária dessa incapacidade, ficando autorizada, assim, a concessão do benefício previdenciário-acidentário, independente da emissão da CAT – Comunicação de Acidente de Trabalho pela empresa. Assim, cabe à perícia médica do INSS reconhecer “a incapacidade para o trabalho e o nexo entre o trabalho e o agravo”, tornando devidas as “prestações acidentárias a que o beneficiário tenha direito” (art. 337, § 5º, do Regulamento da Previdência Social). A presunção da incapacidade acidentária, contudo, não é realizada discricionariamente pelo médico perito, mas obtida com base em dados estatísticos probabilísticos, através dos quais se verificaque trabalhadores que laboram em empresas que desenvolvem certa atividade econômica estão mais suscetíveis estatisticamente a adquirir determinadas patologias de origem ocupacional. Assim, presume-se o nexo causal entre o agravo e o trabalho mediante o cruzamento/combinação do CNAE (Código Nacional de Atividade Econômica) e a entidade mórbida motivadora da incapacidade (relacionada na Classificação Internacional de Doença – CID, em conformidade com a Lista B, do Anexo II, do Regulamento da Previdência Social), sendo tal nexo intitulado de epidemiológico não por estar atrelado ao estudo de epidemias propriamente dito, mas por ser um instrumento de diagnóstico de fenômenos, relacionado ao "estudo da ocorrência, TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP 113 da distribuição e dos determinantes de um agravo à saúde em uma população". Assim, a Perícia Médica deverá fazer o reconhecimento automático do nexo entre a doença ou acidente e o trabalho exercido pelo trabalhador. No entanto, deve-se alertar que, se a questão estiver sendo discutida judicialmente, o perito nomeado pelo juiz também deverá agir do mesmo modo, incidindo, normalmente, todas as regras pertinentes ao nexo técnico epidemiológico. 3 METODOLOGIA Considera-se estabelecido o nexo entre o trabalho e o agravo quando se verificar nexo técnico epidemiológico entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade, elencada na Classificação Internacional de Doenças (CID), em conformidade com a Lista B do Anexo II do Regulamento (art. 337, § 3º, do Regulamento da Previdência Social – RPS). A análise da atividade da empresa deve remontar ao ramo de atividade econômica da empresa, devendo ser verificada pela Classificação Nacional de Atividade Econômica (CNAE). Essa observação é confirmada pela Instrução Normativa INSS 16, de 27 de março de 2007 (em vigor a partir de 1 de abril de 2007, conforme arts. 5º, 6º e 11), que dispõe sobre procedimentos e rotinas referentes ao nexo técnico epidemiológico previdenciário (NTEP), especialmente na previsão do seu art. 2º, § 3º: Considera-se estabelecido nexo entre o trabalho e o agravo sempre que se verificar a ocorrência de nexo técnico epidemiológico entre o ramo de atividade econômica da empresa, expressa pela Classificação Nacional de Atividade Econômica – CNAE, e a entidade mórbida motivadora da incapacidade, relacionada na Classificação Internacional de Doenças, em conformidade com o disposto na Lista B do Anexo II do RPS. Garcia (2008) explica que para a caracterização do nexo causal, ou seja, para a constatação da natureza ocupacional da doença, há três formas (espécies): • ocorrência de nexo epidemiológico entre o ramo de atividade econômica da empresa (expressa pela Classificação Nacional de Atividade Econômica – CNAE) e a entidade motivadora da incapacidade (relacionada na Classificação Internacional de Doenças), em conformidade com a Lista B do Anexo II do Regulamento da Previdência Social; • constatação de que o agravo decorre de agente etiológico ou fator de risco de natureza ocupacional na Lista A do Anexo II do RPS, presente nas atividades econômicas do empregador, cujo segurado tenha sido exposto, ainda que parcial ou indiretamente; 114 UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO • verificação da hipótese excepcional, prevista no art. 20, § 2º, da Lei nº 8.213/1991, em que a doença não se encontra incluída na relação prevista nos incisos I e II do art. 20 da Lei nº 8.213/1991, mas resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, caso em que a Previdência Social deve considerá-la acidente do trabalho. Na primeira modalidade, o nexo causal entre o trabalho e o agravo é estabelecido pela verificação do nexo técnico epidemiológico (NTE), que é estabelecido levando em conta o ramo de atividade econômica da empresa (conforme CNAE) e a entidade motivadora da incapacidade (conforme CID). Nessa primeira hipótese, destaca Garcia (2008) que o parâmetro é a Lista B do Anexo II do regulamento da Previdência Social, que arrola as diversas “Doenças Relacionadas com o Trabalho”. Nesse caso, o nexo causal apenas gera presunção relativa da natureza ocupacional do agravo. Por isso, nessa primeira situação, o empregador pode eliminar essa presunção, ou seja, a empresa pode demonstrar a ausência de nexo causal entre o agravo e o trabalho, provando que a doença não tem natureza ocupacional. Veja a seguir a Lista B do Anexo II do Regulamento da Previdência Social (com redação dada pelo Decreto nº 6.042/2007), ao final de cada agrupamento de doenças relacionadas com o trabalho estão indicados intervalos de CID-10 em que se reconhece nexo técnico epidemiológico, na forma do § 3º do art. 37 do Regulamento da Previdência Social, entre a entidade mórbida e as classes de CNAE, nelas incluídas todas as subclasses cujos quatro dígitos sejam comuns. A instituição do nexo técnico epidemiológico previdenciário (NTEP) não desobriga a empresa da emissão da CAT, conforme a previsão dos arts. 19 a 23 da Lei nº 8.213/1991. NOTA TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP 115 DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL I - Tuberculose (A15-A19.-) Exposição ocupacional ao Mycobacterium tuberculosis (Bacilo de Koch) ou Mycobacterium bovis, em atividades em laboratórios de biologia, e atividades realizadas por pessoal de saúde, que propiciam contato direto com produtos contaminados ou com doentes cujos exames bacteriológicos são positivos (Z57.8) (Quadro XXV) Hipersuscetibilidade do trabalhador exposto a poeiras de sílica (Sílico-tuberculose) (J65.-) II - Carbúnculo (A22.-) Zoonose causada pela exposição ocupacional ao Bacillus anthracis, em atividades suscetíveis de colocar os trabalhadores em contato direto com animais infectados ou com cadáveres desses animais; trabalhos artesanais ou industriais com pelos, pele, couro ou lã. (Z57.8) (Quadro XXV) III - Brucelose (A23.-) Zoonose causada pela exposição ocupacional a Brucella melitensis, B. abortus, B. suis, B. canis etc., em atividades em abatedouros, frigoríficos, manipulação de produtos de carne; ordenha e fabricação de laticínios e atividades assemelhadas. (Z57.8) (Quadro XXV) IV - Leptospirose (A27.-) Exposição ocupacional a Leptospira icterohaemorrhagiae (e outras espécies), em trabalhos expondo ao contato direto com águas sujas, ou efetuado em locais suscetíveis de serem sujos por dejetos de animais portadores de germes; trabalhos efetuados dentro de minas, túneis, galerias, esgotos em locais subterrâneos; trabalhos em cursos d’água; trabalhos de drenagem; contato com roedores; trabalhos com animais domésticos, e com gado; preparação de alimentos de origem animal, de peixes, de laticínios, etc. (Z57.8) (Quadro XXV) ANEXO II AGENTES PATOGÊNICOS CAUSADORES DE DOENÇAS PROFISSIONAIS OU DO TRABALHO, CONFORME PREVISTO NO ART. 20 DA LEI No 8.213, DE 1991 ..................................................................................................................................... LISTA B Notas: 1 - Ao final de cada agrupamento estão indicados intervalos de CID-10 em que se reconhece Nexo Técnico Epidemiológico, na forma do § 1o do art. 337, entre a entidade mórbida e as classes de CNAE indicadas, nelas incluídas todas as subclasses cujos quatro dígitos iniciais sejam comuns. 2 - As doenças e respectivos agentes etiológicos ou fatores de risco de natureza ocupacional listados são exemplificativos e complementares. DOENÇAS INFECCIOSAS E PARASITÁRIAS RELACIONADAS COM O TRABALHO (Grupo I da CID-10) 116 UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL V - Tétano (A35.-)Exposição ao Clostridium tetani, em circunstâncias de acidentes do trabalho na agricultura, na construção civil, na indústria, ou em acidentes de trajeto (Z57.8) (Quadro XXV) VI - Psitacose, Ornitose, Doença dos Tratadores de Aves (A70.-) Zoonoses causadas pela exposição ocupacional a Chlamydia psittaci ou Chlamydia pneumoniae, em trabalhos em criadouros de aves ou pássaros, atividades de Veterinária, em zoológicos, e em laboratórios biológicos, etc. (Z57.8) (Quadro XXV) VII - Dengue [Dengue Clássico] (A90.-) Exposição ocupacional ao mosquito (Aedes aegypti), transmissor do arbovírus da dengue, principalmente em atividades em zonas endêmicas, em trabalhos de saúde pública, e em trabalhos de laboratórios de pesquisa, entre outros. (Z57.8) (Quadro XXV) VIII - Febre Amarela (A95.-) Exposição ocupacional ao mosquito (Aedes aegypti), transmissor do arbovírus da Febre Amarela, principalmente em atividades em zonas endêmicas, em trabalhos de saúde pública, e em trabalhos de laboratórios de pesquisa, entre outros. (Z57.8) (Quadro XXV) IX - Hepatites Virais (B15-B19.-) Exposição ocupacional ao Vírus da Hepatite A (HAV); Vírus da Hepatite B (HBV); Vírus da Hepatite C (HCV); Vírus da Hepatite D (HDV); Vírus da Hepatite E (HEV), em trabalhos envolvendo manipulação, acondicionamento ou emprego de sangue humano ou de seus derivados; trabalho com “águas usadas” e esgotos; trabalhos em contato com materiais provenientes de doentes ou objetos contaminados por eles. (Z57.8) (Quadro XXV) X - Doença pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) (B20-B24.-) Exposição ocupacional ao Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV), principalmente em trabalhadores da saúde, em decorrência de acidentes pérfuro-cortantes com agulhas ou material cirúrgico contaminado, e na manipulação, acondicionamento ou emprego de sangue ou de seus derivados, e contato com materiais provenientes de pacientes infectados. (Z57.8) (Quadro XXV) XI - Dermatofitose (B35.-) e Outras Micoses Superficiais (B36.-) Exposição ocupacional a fungos do gênero Epidermophyton, Microsporum e Trichophyton, em trabalhos em condições de temperatura elevada e umidade (cozinhas, ginásios, piscinas) e outras situações específicas de exposição ocupacional. (Z57.8) (Quadro XXV) XII - Candidíase (B37.-) Exposição ocupacional a Candida albicans, Candida glabrata, etc., em trabalhos que requerem longas imersões das mãos em água e irritação mecânica das mãos, tais como trabalhadores de limpeza, lavadeiras, cozinheiras, entre outros. (Z57.8) (Quadro XXV) XIII - Paracoccidioidomicose (Blastomicose Sul Americana, Blastomicose Brasileira, Doença de Lutz) (B41.-) Exposição ocupacional ao Paracoccidioides brasiliensis, principalmente em trabalhos agrícolas ou florestais e em zonas endêmicas. (Z57.8) (Quadro XXV) TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP 117 DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL XIV - Malária (B50 - B54.-) Exposição ocupacional ao Plasmodium malariae; Plasmodium vivax; Plasmodium falciparum ou outros protozoários, principalmente em atividades de mineração, construção de barragens ou rodovias, em extração de petróleo e outras atividades que obrigam a entrada dos trabalhadores em zonas endêmicas (Z57.8) (Quadro XXV) XV - Leishmaniose Cutânea (B55.1) ou Leishmaniose Cutâneo-Mucosa (B55.2) Exposição ocupacional à Leishmania braziliensis, principalmente em trabalhos agrícolas ou florestais e em zonas endêmicas, e outras situações específicas de exposição ocupacional. (Z57.8) (Quadro XXV) INTERVALO CID-10 CNAE A15-A19 0810 1091 1411 1412 1533 1540 2330 3011 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4213 4222 4223 4291 4299 4312 4321 4391 4399 4687 4711 4713 4721 4741 4742 4743 4744 4789 4921 4923 4924 4929 5611 7810 7820 7830 8121 8122 8129 8610 9420 9601 NEOPLASIAS (TUMORES) RELACIONADOS COM O TRABALHO (GRUPO II da CID-10) DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL I - Neoplasia maligna do estômago (C16.-) Asbesto ou Amianto (X49.-; Z57.2)(Quadro II) II - Angiossarcoma do fígado (C22.3) 1. Arsênio e seus compostos arsenicais (X48.-; X49.; Z57.5) (Quadro I) 2. Cloreto de Vinila (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII) III - Neoplasia maligna do pâncreas (C25.-) 1. Cloreto de Vinila (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII) 2. Epicloridrina (X49.-; Z57.5) 3. Hidrocarbonetos alifáfitos e aromáticos na Indústria do Petróleo (X46.-; Z57.5) IV - Neoplasia maligna da cavidade nasal e dos seios paranasais (C30-C31.-) 1. Radiações ionizantes (W88.-; Z57.1)(Quadro XXIV) 2. Níquel e seus compostos (X49.-; Z57.5) 3. Poeiras de madeira e outras poeiras orgânicas da indústria do mobiliário (X49.-; Z57.2) 4. Poeiras da indústria do couro (X49.-; Z57.2) 5. Poeiras orgânicas (na indústria têxtil e em padarias) (X49.-; Z57.2) 6. Indústria do petróleo (X46.-; Z57.5) V - Neoplasia maligna da laringe (C32.-) Asbesto ou Amianto (Z57.2) (Quadro II) 118 UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL VI - Neoplasia maligna dos brônquios e do pulmão (C34.-) 1. Arsênio e seus compostos arsenicais (X48.-; X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro I) 2. Asbesto ou Amianto (X49.-; Z57.2) (Quadro II) 3. Berílio (X49.-; Z57.5) (Quadro IV) 4. Cádmio ou seus compostos (X49.-; Z57.5) (Quadro VI) 5. Cromo e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro X) 6. Cloreto de Vinila (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII) 7. Clorometil éteres (X49.-; Z57.5) (Quadro XIII) 8. Sílica-livre (Z57.2) (Quadro XVIII) 9. Alcatrão, breu, betume, hulha mineral, parafina e produtos de resíduos dessas substâncias (X49.-; Z57.5) (Quadro XX) 10. Radiações ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV) 11. Emissões de fornos de coque (X49.-; Z57.5) 12. Níquel e seus compostos (X49.-; Z57.5) 13. Acrilonitrila (X49.-; Z57.5) 14. Indústria do alumínio (fundições) (X49.-; Z57.5) 15. Neblinas de óleos minerais (óleo de corte) (X49.-; Z57.5) 16. Fundições de metais (X49.-; Z57.5) 17. VII - Neoplasia maligna dos ossos e cartilagens articulares dos membros (Inclui “Sarcoma Ósseo”) (C40.-) Radiações ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV) VIII - Outras neoplasias malignas da pele (C44.-) 1. Arsênio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro I) 2. Alcatrão, breu, betume, hulha mineral, parafina e produtos de resíduos dessas substâncias causadores de epiteliomas da pele (X49.-; Z57.5) (Quadro XX) 3. Radiações ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV) 4. Radiações ultravioletas (W89; Z57.1) IX - Mesotelioma (C45.-):Mesotelioma da pleura (C45.0), Mesotelioma do peritônio (C45.1) e Mesotelioma do pericárdio (C45.2) Asbesto ou Amianto (X49.-; Z57.2) (Quadro II) X - Neoplasia maligna da bexiga (C67.-) 1. Alcatrão, breu, betume, hulha mineral, parafina e produtos de resíduos dessas substâncias (X49.-; Z57.5 (Quadro XX) 2. Aminas aromáticas e seus derivados (Beta-naftilamina, 2-cloroanilina, benzidina, o-toluidina, 4-cloro-orto-toluidina (X49.-; Z57.5) 3. Emissões de fornos de coque (X49.-; Z57.5) XI - Leucemias (C91-C95.-) 1. Benzeno (X46.-; Z57.5) (Quadro III) 2. Radiações ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV) 3. Óxido de etileno (X49.-; Z57.5) 4. Agentes antineoplásicos (X49.-; Z57.5) 5. Campos eletromagnéticos (W90.-; Z57.5) 6. Agrotóxicos clorados (Clordane e Heptaclor) (X48.-; Z57.4) TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP 119 DOENÇAS DO SANGUE E DOS ÓRGÃOS HEMATOPOÉTICOS RELACIONADAS COM O TRABALHO (Grupo III da CID-10) DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL I - Síndromes Mielodisplásicas (D46.-) 1. Benzeno (X46.-;Z57.5) (Quadro III) 2. Radiações ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV) II - Outras anemias devidas a transtornos enzimáticos (D55.8) Chumbo ou seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro VIII) III - Anemia Hemolítica adquirida (D59.2) Derivados nitrados e aminados do Benzeno (X46.-; Z57.5) IV - Aplástica devida a outros agentes externos (D61.2) 1. Benzeno (X46.-; Z57.5) (Quadro III) 2. Radiações ionizantes (W88.-) (Quadro XXIV) V - Anemia Aplástica não especificada, Anemia hipoplástica SOE, Hipoplasia medular (D61.9) 1. Benzeno (X46.-; Z57.5) (Quadro III) 2. Radiações ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV) VI - Anemia Sideroblástica secundária a toxinas (Inclui “Anemia Hipocrômica, Microcítica, com Reticulocitose”) (D64.2) Chumbo ou seus compostos tóxicos (X46.-; Z57.5) (Quadro VIII) VII - Púrpura e outras manifestações hemorrágicas (D69.-) 1. Benzeno (X46.-; Z57.5) (Quadro III) 2. Cloreto de Vinila (X46.-) (Quadro XIII) 3. Radiações ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV) VIII - Agranulocitose (Neutropenia tóxica) (D70) 1. Benzeno (X46.-; Z57.5) (Quadro III) 2. Radiações ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV) 3. Derivados do Fenol, Pentaclorofenol, Hidroxibenzonitrilo (X49.-; XZ57.5) IX - Outros transtornos especificados dos glóbulos brancos: leucocitose, reação leucemóide (D72.8) 1. Benzeno (X46.-; Z57.5) (Quadro III) 2. Radiações ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV) X - Metahemoglobinemia (D74.-) Aminas aromáticas e seus derivados (X49.-; Z57.5) DOENÇAS ENDÓCRINAS, NUTRICIONAIS E METABÓLICAS RELACIONADAS COM O TRABALHO (Grupo IV da CID-10) DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL I - Hipotireoidismo devido a substâncias exógenas (E03.-) 1. Chumbo ou seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro VIII) 2. Hidrocarbonetos halogenados (Clorobenzeno e seus derivados) (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII) 3. Tiuracil (X49.-; Z57.5) 4. Tiocinatos (X49.-; Z57.5) Tiuréia (X49.-; Z57.5) II - Outras Porfirias (E.80.2) Clorobenzeno e seus derivados (X46.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII) 120 UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO INTERVALO CID-10 CNAE E10-E14 1091 3600 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4213 4222 4223 4291 4292 4299 4313 4319 4329 4399 4721 4921 4922 4923 4924 4929 4930 5030 5231 5239 8011 8012 8020 8030 8121 8122 8129 8411 9420 TRANSTORNOS MENTAIS E DO COMPORTAMENTO RELACIONADOS COM O TRABALHO (Grupo V da CID-10) DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL I - Demência em outras doenças específicas classificadas em outros locais (F02.8) 1. Manganês X49.-; Z57.5) (Quadro XV) 2. Substâncias asfixiantes: CO, H2S, etc. (sequela) (X47.-; Z57.5) (Quadro XVII) 3. Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.5) (Quadro XIX) II - Delirium, não sobreposto a demência, como descrita (F05.0) 1. Brometo de Metila (X46.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII) 2. Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.5) (Quadro XIX) III - Outros transtornos mentais decorrentes de lesão e disfunção cerebrais e de doença física (F06.-): Transtorno Cognitivo Leve (F06.7) 1. Tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos (X46.- ; Z57.5) (Quadro III) 2. Chumbo ou seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro VIII) 3. Tricloroetileno, Tetracloroetileno, Tricloroetano e outros solventes orgânicos halogenados neurotóxicos (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII) 4. Brometo de Metila (X46.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII) 5. Manganês e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro XV) 6. Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XVI) 7. Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.5) (Quadro XIX) 8. Outros solventes orgânicos neurotóxicos (X46.-; X49.-; Z57.5) IV - Transtornos de personalidade e de comportamento decorrentes de doença, lesão e de disfunção de personalidade (F07.-): Transtorno Orgânico de Personalidade (F07.0); Outros transtornos de personalidade e de comportamento decorrentes de doença, lesão ou disfunção cerebral (F07.8) 1. Tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos (X46.- ; Z57.5) (Quadro III) 2. Tricloroetileno, Tetracloroetileno, Tricloroetano e outros solventes orgânicos halogenados neurotóxicos (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII) 3. Brometo de Metila (X46.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII) 4. Manganês e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro XV) 5. Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XVI) 6. Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.5) (Quadro XIX) 7. Outros solventes orgânicos neurotóxicos (X46.-; X49.-; Z57.5) TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP 121 V - Transtorno Mental Orgânico ou Sintomático não especificado (F09.-) 1. Tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos (X46.- ; Z57.5) (Quadro III) 2. Tricloroetileno, Tetracloroetileno, Tricloroetano e outros solventes orgânicos halogenados neurotóxicos (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII) 3. Brometo de Metila (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII) 4. Manganês e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro XV) 5. Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XVI) 6. Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.5) (Quadro XIX) 7. Outros solventes orgânicos neurotóxicos (X46.-; X49.-; Z57.5) VI - Transtornos mentais e comportamentais devidos ao uso do álcool: Alcoolismo Crônico (Relacionado com o Trabalho) (F10.2) 1. Problemas relacionados com o emprego e com o desemprego: Condições difíceis de trabalho (Z56.5) 2. Circunstância relativa às condições de trabalho (Y96) VII - Episódios Depressivos (F32.-) 1. Tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos (X46.- ; Z57.5) (Quadro III) 2. Tricloroetileno, Tetracloroetileno, Tricloroetano e outros solventes orgânicos halogenados neurotóxicos (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII) 3. Brometo de Metila (X46.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII) 4. Manganês e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro XV) 5. Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XVI) 6. Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.5)(Quadro XIX) 7. Outros solventes orgânicos neurotóxicos (X46.-; X49.-; Z57.5) VIII - Reações ao “Stress” Grave e Transtornos de Adaptação (F43.-): Estado de “Stress” Pós-Traumático (F43.1) 1. Outras dificuldades físicas e mentais relacionadas com o trabalho : reação após acidente do trabalho grave ou catastrófico, ou após assalto no trabalho (Z56.6) 2. Circunstância relativa às condições de trabalho (Y96) IX - Neurastenia (Inclui “Síndrome de Fadiga”) (F48.0) 1. Tolueno e outros solventes aromáticos neurotóxicos (X46.- ; Z57.5) (Quadro III) 2. Tricloroetileno, Tetracloroetileno, Tricloroetano e outros solventes orgânicos halogenados (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII) 3. Brometo de Metila (X46.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII) 4. Manganês e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro XV) 5. Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XVI) 6. Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.5) (Quadro XIX) 7. Outros solventes orgânicos neurotóxicos (X46.-; X49.-; Z57.5) X - Outros transtornos neuróticos especificados (Inclui “Neurose Profissional”) (F48.8) Problemas relacionados com o emprego e com o desemprego (Z56.-): Desemprego (Z56.0); Mudança de emprego (Z56.1); Ameaça de perda de emprego (Z56.2); Ritmo de trabalho penoso (Z56.3); Desacordo com patrão e colegas de trabalho (Condições difíceis de trabalho) (Z56.5); Outras dificuldades físicas e mentais relacionadas com o trabalho (Z56.6) 122 UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO INTERVALO CID-10 CNAE F10-F19 0710 0990 1011 1012 1013 1220 1532 1622 1732 1733 2211 2330 2342 2451 2511 2512 2531 2539 2542 2543 2593 2814 2822 2840 2861 2866 2869 2920 2930 3101 3102 3329 3600 3701 3702 3811 3812 3821 38223839 3900 4120 4211 4213 4221 4292 4299 4313 4319 4321 4329 4399 4520 4912 4921 5030 5212 5221 5222 5223 5229 5231 5232 5239 5250 5310 6423 7810 7820 7830 8121 8122 8129 8411 8423 8424 9420 F20-F29 0710 0990 1011 1012 1013 1031 1071 1321 1411 1412 2330 2342 2511 2543 2592 2861 2866 2869 2942 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4213 4222 4223 4291 4292 4299 4312 4391 4399 4921 4922 4923 4924 4929 5212 5310 6423 7732 7810 7820 7830 8011 8012 8020 8030 8121 8122 8129 8423 9420 F30-F39 0710 0892 0990 1011 1012 1013 1031 1220 1311 1313 1314 1321 1330 1340 1351 1359 1411 1412 1413 1422 1531 1532 1540 2091 2123 2511 2710 2751 2861 2930 2945 3299 3600 4636 4711 4753 4756 4759 4762 4911 4912 4921 4922 4923 4924 4929 5111 5120 5221 5222 5223 5229 5310 5620 6110 6120 6130 6141 6142 6143 6190 6311 6422 6423 6431 6550 8121 8122 8129 8411 8413 8423 8424 8610 8711 8720 8730 8800 F40-F48 0710 0990 1311 1321 1351 1411 1412 1421 1532 2945 3600 4711 4753 4756 4759 4762 4911 4912 4921 4922 4923 4924 4929 5111 5120 5221 5222 5223 5229 5310 6110 6120 6130 6141 6142 6143 6190 6311 6422 6423 8011 8012 8020 8030 8121 8122 8129 8411 8423 8424 8610 DOENÇAS DO SISTEMA NERVOSO RELACIONADAS COM O TRABALHO (Grupo VI da CID-10) DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL I - Ataxia Cerebelosa (G11.1) Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XVI) II - Parkisonismo Secundário devido a outros agentes externos (G21.2) Manganês e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro XV) III - Outras formas especificadas de tremor (G25.2) 1. Brometo de metila (X46.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII) 2. Tetracloroetano (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII) 3. Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XVI) 4. Outros solventes orgânicos neurotóxicos (X46.-; X49.-; Z57.5) XI - Transtorno do Ciclo Vigília-Sono Devido a Fatores Não-Orgânicos (F51.2) 1. Problemas relacionados com o emprego e com o desemprego: Má adaptação à organização do horário de trabalho (Trabalho em Turnos ou Trabalho Noturno) (Z56.6) 2. Circunstância relativa às condições de trabalho (Y96) XII - Sensação de Estar Acabado (“Síndrome de Burn-Out”, “Síndrome do Esgotamento Profissional”) (Z73.0) 1. Ritmo de trabalho penoso (Z56.3) 2. Outras dificuldades físicas e mentais relacionadas com o trabalho (Z56.6) TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP 123 DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL IV - Transtorno extrapiramidal do movimento não especificado (G25.9) 1. Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XVI) 2. Cloreto de metileno (Diclorometano) e outros solventes halogenados neurotóxicos (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII) V - Distúrbios do Ciclo Vigília-Sono (G47.2) Problemas relacionados com o emprego e com o desemprego: Má adaptação à organização do horário de trabalho (Trabalho em Turnos ou Trabalho Noturno) (Z56.6) VI - Transtornos do nervo trigêmio (G50.-) Tricloroetileno e outros solventes halogenados neurotóxicos (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII) VII - Transtornos do nervo olfatório (G52.0) (Inclui “Anosmia”) 1. Cádmio ou seus compostos (X49.-; Z57.5) (Quadro VI) 2. Sulfeto de hidrogênio (X49.-; Z57.5) (Quadro XVII) 3. VIII -Transtornos do plexo braquial (Síndrome da Saída do Tórax, Síndrome do Desfiladeiro Torácico) (G54.0) Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) IX - Mononeuropatias dos Membros Superiores (G56.-): Síndrome do Túnel do Carpo (G56.0); Outras Lesões do Nervo Mediano: Síndrome do Pronador Redondo (G56.1); Síndrome do Canal de Guyon (G56.2); Lesão do Nervo Cubital (ulnar): Síndrome do Túnel Cubital(G56.2); Lesão do Nervo Radial (G56.3); Outras Mononeuropatias dos Membros Superiores: Compressão do Nervo Supra-escapular (G56.8) Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) X - Mononeuropatias do membro inferior (G57.-): Lesão do Nervo Poplíteo Lateral (G57.3) Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) XI - Polineuropatia devida a outros agentes tóxicos (G62.2) 1. Arsênio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro I) 2. Chumbo e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro VIII) 3. Fósforo (X48.-; X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XII) 4. Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.5)(Quadro XIX) 5. n-Hexano (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII) 6. Metil-n-Butil Cetona (MBK) (X46.-; Z57.5) XII - Polineuropatia induzida pela radiação (G62.8) Radiações ionizantes (X88.-; Z57.1) (Quadro XXIV) XIII - Encefalopatia Tóxica Aguda (G92.1) 1. Arsênio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro I) 2. Chumbo e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro VIII) 3. Hidrocarbonetos alifáticos ou aromáticos (seus derivados halogenados neurotóxicos) (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII) 4. Mercúrio e seus derivados tóxicos (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XVI) 124 UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO INTERVALO CID-10 CNAE G40-G47 0113 0210 0220 0810 1011 1012 1013 1321 1411 1412 1610 1621 1732 1733 1931 2330 2342 2511 2539 2861 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4213 4222 4223 4291 4292 4299 4313 4319 4399 4921 4922 4923 4924 4929 4930 5212 8011 8012 8020 8030 8121 8122 8129 G50-G59 0155 1011 1012 1013 1062 1093 1095 1313 1351 1411 1412 1421 1529 1531 1532 1533 1539 1540 2063 2123 2211 2222 2223 2229 2349 2542 2593 2640 2710 2759 2944 2945 3240 3250 4711 5611 5612 5620 6110 6120 6130 6141 6142 6143 6190 6422 6423 8121 8122 8129 8610 DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL XIV - Encefalopatia Tóxica Crônica (G92.2) 1. Tolueno e Xileno (X46.-; Z57.5) (Quadro III) 2. Chumbo e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro VIII) 3. Solventes orgânicos halogenados neurotóxicos (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII) 4. Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro XVI) 5. Substâncias asfixiantes: CO, H2S, etc. (seqüela) (X47.-; Z57.5) (Quadro XVII) Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.5) (Quadro XIX) DOENÇAS DO OLHO E ANEXOS RELACIONADAS COM O TRABALHO (Grupo VII da CID-10) DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL I - Blefarite (H01.0) 1. Arsênio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro I) 2. Radiações Ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV) 3. Cimento (X49.-; Z57.2) II - Conjuntivite (H10) 1. Arsênio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro I) 2. Berílio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro IV) 3. Flúor e seus compostos tóxicos (X49.-) (Quadro XI) 4. Iodo (X49.-; Z57.5) (Quadro XIV) 5. Cloreto de etila (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII) 6. Tetracloreto de carbono (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII) 7. Outros solventes halogenados tóxicos (X46.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII) 8. Ácido sulfídrico (Sulfeto de hidrogênio) (X49.-; Z57.5) (Quadro XVII) 9. Radiações ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV) 10. Radiações Ultravioletas (W89; Z57.1 11. Acrilatos (X49.-; Z57.5) 12. Cimento (X49.-; Z57.2) 13. Enzimas de origem animal, vegetal ou bacteriana (X44.-; Z57.2) 14. Furfural e Álcool Furfurílico (X45.-; Z57.5) 15. Isocianatos orgânicos (X49.-; Z57.5) 16. Selênio e seus compostos (X49.-; Z57.5) TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP 125 INTERVALO CID-10 CNAE H53-H54 0210 0220 0810 1071 1220 1610 1622 2330 2342 3701 37023811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4212 4213 4222 4223 4291 4299 4312 4313 4319 4321 4329 4391 4399 4741 4742 4743 4744 4789 4921 4922 4923 4924 4929 4930 8011 8012 8020 8030 8121 8122 8129 III - Queratite e Queratoconjuntivite (H16) 1. Arsênio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro I) 2. Ácido sulfídrico (Sulfeto de hidrogênio) (X49.-; Z57.5) (Quadro XVII) 3. Radiações ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV) 4. Radiações Infravermelhas (W90.-; Z57.1) 5. Radiações Ultravioletas (W89.-; Z57.1) IV - Catarata (H28) 1. Radiações ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV) 2. Radiações Infravermelhas (W90.-; Z57.1) V - Inflamação Coriorretiniana (H30) Manganês e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro XV) VI - Neurite Óptica (H46) 1. Brometo de metila (X46.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII) 2. Cloreto de metileno (Diclorometano) e outros solventes clorados neurotóxicos (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII) 3. Tetracloreto de carbono (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII) 4. Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.5) (Quadro XIX) 5. Metanol (X45.-; Z57.5) VII -Distúrbios visuais subjetivos (H53.-) 1. Brometo de metila (X46.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII) 2. Cloreto de metileno e outros solventes clorados neurotóxicos (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII) DOENÇAS DO OUVIDO RELACIONADAS COM O TRABALHO (Grupo VIII da CID-10) DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL I - Otite Média não-supurativa (H65.9) 1. “Ar Comprimido” (W94.-; Z57.8) (Quadro XXIII) 2. Pressão atmosférica inferior à pressão padrão (W94.-; Z57.8) II -Perfuração da Membrana do Tímpano (H72 ou S09.2) 1. “Ar Comprimido” (W94.-; Z57.8) (Quadro XXIII) 2. Pressão atmosférica inferior à pressão padrão (W94.-; Z57.8) III - Outras vertigens periféricas (H81.3) Cloreto de metileno e outros solventes halogenados tóxicos (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII) IV - Labirintite (H83.0) 1. Brometo de metila (X46.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII) 2. “Ar Comprimido” (W94.-; Z57.8) (Quadro XXIII) V - Efeitos do ruído sobre o ouvido interno/ Perda da Audição Provocada pelo Ruído e Trauma Acústico (H83.3) Exposição ocupacional ao Ruído (Z57.0; W42.-) (Quadro XXI) VI - Hipoacusia Ototóxica (H91.0) 1. Homólogos do Benzeno otoneurotóxicos (Tolueno e Xileno) (X46.-; Z57.5) (Quadro III) 2. Solventes orgânicos otoneurotóxicos (X46.-; Z57.8) (Quadro XIII) 126 UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO DOENÇAS DO SISTEMA CIRCULATÓRIO RELACIONADAS COM O TRABALHO (Grupo IX da CID-10) DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL I - Hipertensão Arterial (I10.-) 1. Chumbo ou seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro VIII) 2. Exposição ocupacional ao Ruído (Z57.0; X42.-) (Quadro XXI) 3. Problemas relacionados com o emprego e com o desemprego (Z56.-) II - Angina Pectoris (I20.-) 1. Monóxido de Carbono (X47.-; Z57.5) (Quadro XVII) 2. Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.5) (Quadro XIX) 3. Nitroglicerina e outros ésteres do ácido nítrico (X49.-; Z57.5) 4. Problemas relacionados com o emprego e com o desemprego (Z56.-) III - Infarto Agudo do Miocárdio (I21.-) 1. Monóxido de Carbono (X47.-; Z57.5) (Quadro XVII) 2. Sulfeto de Carbono (X49.-; Z57.5) (Quadro XIX) 3. Nitroglicerina e outros ésteres do ácido nítrico (X49.-; Z57.5) 4. Problemas relacionados com o emprego e com o desemprego (Z56.-) IV - Cor Pulmonale SOE ou Doença Cardio-Pulmonar Crônica (I27.9) Complicação evolutiva das pneumoconioses graves, principalmente Silicose (Z57.2) (Quadro XVIII) V - Placas epicárdicas ou pericárdicas (I34.8) Asbesto ou Amianto (W83.-; Z57.2) (Quadro II) VII - Otalgia e Secreção Auditiva (H92.-): Otalgia (H92.0), Otorréia (H92.1) ou Otorragia (H92.2) “Ar Comprimido” (W94.-; Z57.8) (Quadro XXIII) VIII - Outras percepções auditivas anormais: Alteração Temporária do Limiar Auditivo, Comprometimento da Discriminação Auditiva e Hiperacusia (H93.2) Exposição ocupacional ao Ruído (Z57.0; X42.-) (Quadro XXI) IX - Outros transtornos especificados do ouvido (H93.8) 1. Brometo de metila (X46.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII) 2. “Ar Comprimido” (W94.-; Z57.8) (Quadro XXIII) X - Otite Barotraumática (T70.0) 1. “Ar Comprimido” (W94.-; Z57.8) (Quadro XXIII) 2. Alterações na pressão atmosférica ou na pressão da água no ambiente (W94.-; Z57.8) XI - Sinusite Barotraumática (T70.1) 1. “Ar Comprimido” (W94.-; Z57.8) (Quadro XXIII) 2. Alterações na pressão atmosférica ou na pressão da água no ambiente (W94.-) XII - “Mal dos Caixões” (Doença de Descompressão) (T70.4) 1. “Ar Comprimido” (W94.-; Z57.8)(Quadro XXIII) 2. Alterações na pressão atmosférica ou na pressão da água no ambiente (W94.-; Z57.8) XIII - Síndrome devida ao deslocamento de ar de uma explosão (T70.8) 1. “Ar Comprimido” (W94.-; Z57.8) (Quadro XXIII) 2. Alterações na pressão atmosférica ou na pressão da água no ambiente (W94.-; Z57.8) TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP 127 VI - Parada Cardíaca (I46.-) 1. Derivados halogenados dos hidrocarbonetos alifáticos (X46.-) (Quadro XIII) 2. Monóxido de Carbono (X47.-; Z57.5) (Quadro XVII) 3. Outros agentes potencialmente causadores de arritmia cardíaca (Z57.5) VII - Arritmias cardíacas (I49.-) 1. Arsênio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.5) (Quadro I) 2. Chumbo ou seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro VIII) 3. Derivados halogenados dos hidrocarbonetos alifáticos (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII) 4. Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro XVI) 5. Monóxido de Carbono (X47.-; Z57.5) (Quadro XVII) 6. Agrotóxicos organofosforados e carbamatos (X48; Z57.4) (Quadros XII e XXVII) 7. Exposição ocupacional a Cobalto (X49.-; Z57.5) 8. Nitroglicerina e outros ésteres do ácido nítrico (X49.-; Z57.5) 9. Problemas relacionados com o emprego e com o desemprego (Z56.-) VIII - Ateroesclerose (I70.-) e Doença Ateroesclerótica do Coração (I25.1) Sulfeto de carbono (X49.-; Z57.5) (Quadro XIX) IX - Síndrome de Raynaud (I73.0) 1. Cloreto de vinila (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII) 2. Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII) 3. Trabalho em baixas temperaturas (frio) (W93.-; Z57.6) X - Acrocianose e Acroparestesia (I73.8) 1. Cloreto de vinila (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII) 2. Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII) 3. Trabalho em baixas temperaturas (frio) (W93.-; Z57.6) INTERVALO CID-10 CNAE I05-I09 4921 I10-I15 0111 1411 1412 4921 4922 4923 4924 4929 5111 5120 I20-I25 1621 4120 4211 4213 4221 4222 4223 4291 4299 4329 4399 4921 4922 4930 6110 6120 6130 6141 6142 6143 6190 I30-I52 0113 0210 0220 0810 1011 1012 1013 1061 1071 1411 1412 1610 1931 2029 2330 2342 3600 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4213 4222 4223 4291 4292 4299 4312 4313 4319 4391 4399 4621 4622 4623 4921 4922 4923 4924 4929 4930 8121 8122 8129 8411 9420 I60-I69 0810 1071 2330 2342 3600 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4213 4222 4223 4291 4299 4312 4313 4319 4321 4391 4399 4921 4922 4923 4924 4929 4930 8112 8121 8122 8129 8411 8591 9200 9311 9312 9313 9319 9420 I80-I89 1011 1012 1013 1020 1031 1033 1091 1092 1220 1311 1321 1351 1411 1412 1413 1422 1510 1531 1532 1540 1621 1622 2123 2342 2542 2710 2813 2832 2833 2920 2930 2944 2945 3101 3102 3329 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4621 4622 4623 4721 4722 4921 4922 5611 5612 5620 8011 8012 8020 8030 8121 8122 8129 8411 8610 9420 9491 9601 128 UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO DOENÇAS DO SISTEMA RESPIRATÓRIORELACIONADAS COM O TRABALHO (Grupo X da CID-10) DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL I - Faringite Aguda, não especificada (“Angina Aguda”, ”Dor de Garganta”) (J02.9) 1. Bromo (X49.-; Z57.5) (Quadro V) 2. Iodo (X49.-; Z57.5) (Quadro XIV) II - Laringotraqueíte Aguda (J04.2) 1. Bromo (X49.-; Z57.5) (Quadro V) 2. Iodo (X49.-; Z57.5) (Quadro XIV) III - Outras Rinites Alérgicas (J30.3) 1. Carbonetos metálicos de tungstênio sinterizados (X49.-; Z57.2 e Z57.5) (Quadro VII) 2. Cromo e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro X) 3. Poeiras de algodão, linho, cânhamo ou sisal (Z57.2) (Quadro XXVI) 4. Acrilatos (X49.-; Z57.5) 5. Aldeído fórmico e seus polímeros (X49.-; Z57.5) 6. Aminas aromáticas e seus derivados (X49.-; Z57.5) 7. Anidrido ftálico (X49.-; Z57.5) 8. Azodicarbonamida (X49.-; Z57.5) 9. Carbetos de metais duros: cobalto e titânio (Z57.2) 10. Enzimas de origem animal, vegetal ou bacteriano (X44.-; Z57.3) 11. Furfural e Álcool Furfurílico (X45.-; Z57.5) 12. Isocianatos orgânicos (X49.-; Z57.5) 13. Níquel e seus compostos (X49.-; Z57.5) 14. Pentóxido de vanádio (X49.-; Z57.5) 15. Produtos da pirólise de plásticos, cloreto de vinila, teflon (X49.-; Z57.5) 16. Sulfitos, bissulfitos e persulfatos (X49.-; Z57.5) 17. Medicamentos: macrólidos; ranetidina ; penicilina e seus sais; cefalosporinas (X44.-; Z57.3) 18. Proteínas animais em aerossóis (Z57.3) 19. Outras substâncias de origem vegetal (cereais, farinhas, serragem etc.) (Z57.2) 20. Outras susbtâncias químicas sensibilizantes da pele e das vias respiratórias (X49.-; Z57.2) (Quadro XXVII) IV - Rinite Crônica (J31.0) 1. Arsênico e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro I) 2. Cloro gasoso (X47.-; Z57.5) (Quadro IX) 3. Cromo e seus compostos tóxicos (X49.-) (Quadro X) 4. Gás de flúor e Fluoreto de Hidrogênio (X47.-; Z57.5) (Quadro XI) 5. Amônia (X47.-; Z57.5) 6. Anidrido sulfuroso (X49.-; Z57.5) 7. Cimento (Z57.2) 8. Fenol e homólogos (X46.-; Z57.5) 9. Névoas de ácidos minerais (X47.-; Z57.5) 10. Níquel e seus compostos (X49.-; Z57.5) 11. Selênio e seus compostos (X49.-; Z57.5) V - Faringite Crônica (J31.2) Bromo (X49.-; Z57.5) (Quadro V) TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP 129 DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL VI - Sinusite Crônica (J32.-) 1. Bromo (X49.-; Z57.5) (Quadro V) 2. Iodo (X49.-; Z57.5) (Quadro XIV) VII - Ulceração ou Necrose do Septo Nasal (J34.0) 1. Arsênio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro I) 2. Cádmio ou seus compostos (X49.-; Z57.5) (Quadro VI) 3. Cromo e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro X) 4. Soluções e aeoressóis de Ácido Cianídrico e seus derivados (X47.-; Z57.5) (Quadro XVII) VIII - Perfuração do Septo Nasal (J34.8) 1. Arsênio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro I) 2. Cromo e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro X) IX - Laringotraqueíte Crônica (J37.1) Bromo (X49.-; Z57.5) (Quadro V) X - Outras Doenças Pulmonares Obstrutivas Crônicas (Inclui: “Asma Obstrutiva”, “Bronquite Crônica”, “Bronquite Asmática”, “Bronquite Obstrutiva Crônica”) (J44.-) 1. Cloro gasoso (X47.-; Z57.5) (Quadro IX) 2. Exposição ocupacional à poeira de sílica livre (Z57.2-) (Quadro XVIII) 3. Exposição ocupacional a poeiras de algodão, linho, cânhamo ou sisal (Z57.2) (Quadro XXVI) 4. Amônia (X49.-; Z57.5) 5. Anidrido sulfuroso (X49.-; Z57.5) 6. Névoas e aerossóis de ácidos minerais (X47.-; Z57.5) 7. Exposição ocupacional a poeiras de carvão mineral (Z57.2) XI - Asma (J45.-) Mesma lista das substâncias sensibilizantes produtoras de Rinite Alérgica (X49.-; Z57.2, Z57.4 e Z57.5) XII - Pneumoconiose dos Trabalhadores do Carvão (J60.-) 1. Exposição ocupacional a poeiras de carvão mineral (Z57.2) 2. Exposição ocupacional a poeiras de sílica-livre (Z57.2) (Quadro XVIII) XIII - Pneumoconiose devida ao Asbesto (Asbestose) e a outras fibras minerais (J61.-) Exposição ocupacional a poeiras de asbesto ou amianto (Z57.2) (Quadro II) XIV - Pneumoconiose devida à poeira de Sílica (Silicose) (J62.8) Exposição ocupacional a poeiras de sílica-livre (Z57.2) (Quadro XVIII) XV - Beriliose (J63.2) Exposição ocupacional a poeiras de berílio e seus compostos tóxicos (Z57.2) (Quadro IV) XVI - Siderose (J63.4) Exposição ocupacional a poeiras de ferro (Z57.2) XVII - Estanhose (J63.5) Exposição ocupacional a poeiras de estanho (Z57.2) XVIII - Pneumoconiose devida a outras poeiras inorgânicas especificadas (J63.8) 1. Exposição ocupacional a poeiras de carboneto de tungstênio (Z57.2) (Quadro VII) 2. Exposição ocupacional a poeiras de carbetos de metais duros (Cobalto, Titânio, etc.) (Z57.2) 3. Exposição ocupacional a rocha fosfática (Z57.2) 4. Exposição ocupacional a poeiras de alumina (Al2O3) (“Doença de Shaver”) (Z57.2) XIX - Pneumoconiose associada com Tuberculose (“Sílico-Tuberculose”) (J65.-) Exposição ocupacional a poeiras de sílica-livre (Z57.2) (Quadro XVIII) 130 UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL XX - Doenças das vias aéreas devidas a poeiras orgânicas (J66.-): Bissinose (J66.0), devidas a outras poeiras orgânicas especificadas (J66.8) Exposição ocupacional a poeiras de algodão, linho, cânhamo, sisal (Z57.2) (Quadro XXVI) XXI - Pneumonite por Hipersensibilidade a Poeira Orgânica (J67.-): Pulmão do Granjeiro (ou Pulmão do Fazendeiro) (J67.0); Bagaçose (J67.1); Pulmão dos Criadores de Pássaros (J67.2);Suberose (J67.3);Pulmão dos Trabalhadores de Malte (J67.4); Pulmão dos que Trabalham com Cogumelos (J67.5); Doença Pulmonar Devida a Sistemas de Ar Condicionado e de Umidificação do Ar (J67.7); Pneumonites de Hipersensibilidade Devidas a Outras Poeiras Orgânicas (J67.8); Pneumonite de Hipersensibilidade Devida a Poeira Orgânica não especificada (Alveolite Alérgica Extrínseca SOE; Pneumonite de Hipersensibilidade SOE (J67.0) 1. Exposição ocupacional a poeiras contendo microorganismos e parasitas infecciosos vivos e seus produtos tóxicos (Z57.2) (Quadro XXV) 2. Exposição ocupacional a outras poeiras orgânicas (Z57.2) XXII - Bronquite e Pneumonite devida a produtos químicos, gases, fumaças e vapores (“Bronquite Química Aguda”) (J68.0) 1. Berílio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro IV) 2. Bromo (X49.-; Z57.5) (Quadro V) 3. Cádmio ou seus compostos (X49.-; Z57.5) (Quadro VI) 4. Gás Cloro (X47.-; Z57.5) (Quadro IX) 5. Flúor ou seus compostos tóxicos (X47.-; Z57.5) (Quadro XI) 6. Solventes halogenados irritantes respiratórios (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII) 7. Iodo (X49.-; Z57.5) (Quadro XIV) 8. Manganês e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro XV) 9. Cianeto de hidrogênio (X47.-; Z57.5) (Quadro XVII) XXIII - Edema Pulmonar Agudo devido a produtos químicos, gases, fumaças e vapores (Edema Pulmonar Químico) (J68.1) 1. Berílio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro IV) 2. Bromo (X49.-; Z57.5) (Quadro V) 3. Cádmio ou seus compostos (X49.-; Z57.5) (Quadro VI) 4. Gás Cloro (X47.-; Z57.5) (Quadro IX) 5. Flúor e seus compostos (X47.-; Z57.5) (Quadro XI) 6. Solventes halogenados irritantes respiratórios (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII) 7. Iodo (X49.-; Z57.5) (Quadro XIV) 8. Cianeto de hidrogênio (X47.-; Z57.5) (Quadro XVII) XXIV - Síndrome de Disfunção Reativa das Vias Aéreas (SDVA/RADS) (J68.3) 1. Bromo (X49.-; Z57.5) (Quadro V) 2. Cádmio ou seus compostos (X49.-; Z57.5) (Quadro VI) 3. Gás Cloro (X47.-; Z57.5) (Quadro IX) 4. Solventes halogenados irritantes respiratórios (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII) 5. Iodo (X49.-; Z57.5) (Quadro XIV) 6. Cianeto de hidrogênio (X47.-; Z57.5) (Quadro XVII) 7. Amônia (X49.-;Z57.5) TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP 131 DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL XXV - Afeccções respiratórias crônicas devidas à inalação de gases, fumos, vapores e substâncias químicas: Bronquiolite Obliterante Crônica, Enfisema Crônico Difuso, Fibrose Pulmonar Crônica (J68.4) 1. Arsênico e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro I) 2. Berílio e seus compostos (X49.-; Z57.5) (Quadro IV) 3. Bromo (X49.-; Z57.5) (Quadro V) 4. Cádmio ou seus compostos (X49.-; Z57.5) (Quadro VI) 5. Gás Cloro (X47.-; Z57.5) (Quadro IX) 6. Flúor e seus compostos (X47.-; Z57.5) (Quadro XI) 7. Solventes halogenados irritantes respiratórios (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII) 8. Iodo (X49.-; Z57.5) (Quadro XIV) 9. Manganês e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro XV) 10. Cianeto de hidrogênio (X47.-; Z57.5) (Quadro XVII) 11. Ácido Sulfídrico (Sulfeto de hidrogênio) (X47.-; Z57.5) (Quadro XVII) 12. Carbetos de metais duros (X49.-; Z57.5) 13. Amônia (X49.-; Z57.5) 14. Anidrido sulfuroso (X49.-; Z57.5) 15. Névoas e aerosóis de ácidos minerais (X47.-; Z57.5) 16. Acrilatos (X49.-; Z57.5) Selênio e seus compostos (X49.-; Z57.5) XXVI - Pneumonite por Radiação (manifestação aguda) (J70.0) e Fibrose Pulmonar Conseqüente a Radiação (manifestação crônica) (J70.1) Radiações ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV) XXVII - Derrame pleural (J90.-) Exposição ocupacional a poeiras de Asbesto ou Amianto (Z57.2) (Quadro II) XXVIII - Placas pleurais (J92.-) Exposição ocupacional a poeiras de Asbesto ou Amianto (Z57.2) (Quadro II) XXIX - Enfisema intersticial (J98.2) Cádmio ou seus compostos (X49.-; Z57.5) (Quadro VI) XXX - Transtornos respiratórios em outras doenças sistêmicas do tecido conjuntivo classificadas em outra parte (M05.3): “Síndrome de Caplan” (J99.1) 1. Exposição ocupacional a poeiras de Carvão Mineral (Z57.2) 2. Exposição ocupacional a poeiras de Sílica livre (Z57.2) (Quadro XVIII) DOENÇAS DO SISTEMA DIGESTIVO RELACIONADAS COM O TRABALHO (Grupo XI da CID-10) DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL I - Erosão Dentária (K03.2) 1. Névoas de fluoretos ou seus compostos tóxicos (X47.-; Z57.5) (Quadro XI) 2. Exposição ocupacional a outras névoas ácidas (X47.-; Z57.5) II - Alterações pós-eruptivas da cor dos tecidos duros dos dentes (K03.7) 1. Névoas de Cádmio ou seus compostos (X47.-; Z57.5) (Quadro VI) 2. Exposição ocupacional a metais: Cobre, Níquel, Prata (X47.-; Z57.5) 132 UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO III - Gengivite Crônica (K05.1) Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro XVI) IV - Estomatite Ulcerativa Crônica (K12.1) 1. Arsênio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.5) (Quadro I) 2. Bromo (X49.-; Z57.5) (Quadro XII) 3. Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro XVI) V - Gastroenterite e Colite tóxicas (K52.-) 1. Arsênio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.5) (Quadro I) 2. Cádmio ou seus compostos (X49.-; Z57.5) (Quadro VI) 3. Radiações ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV) VI - Outros transtornos funcionais do intestino (“Síndrome dolorosa abdominal paroxística apirética, com estado suboclusivo (“cólica do chumbo”) (K59.8) Chumbo ou seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro VIII) VII - Doença Tóxica do Fígado (K71.-): Doença Tóxica do Fígado, com Necrose Hepática (K71.1); Doença Tóxica do Fígado, com Hepatite Aguda (K71.2); Doença Tóxica do Fígado com Hepatite Crônica Persistente (K71.3); Doença Tóxica do Fígado com Outros Transtornos Hepáticos (K71.8) 1. Cloreto de Vinila, Clorobenzeno, Tetracloreto de Carbono, Clorofórmio, e outros solventes halogenados hepatotóxicos (X46.- e X48.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII) 2. Hexaclorobenzeno (HCB) (X48.-; Z57.4 e Z57.5) 3. Bifenilas policloradas (PCBs) (X49.-; Z57.4 e Z57.5) 4. Tetraclorodibenzodioxina (TCDD) (X49.-) VIII - Hipertensão Portal (K76.6) 1. Arsênio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro I) 2. Cloreto de Vinila (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII) 3. Tório (X49.-; Z57.5) INTERVALO CID-10 CNAE K35-K38 0810 1011 1012 1013 1071 1411 1412 1531 1540 1610 1621 1732 1733 2451 2511 2512 2832 2833 2930 3101 3329 4621 4622 4623 4921 4922 8610 K40-K46 0113 0210 0220 0230 0810 1011 1012 1013 1020 1031 1033 1041 1051 1061 1066 1071 1091 1122 1321 1354 1510 1610 1621 1622 1629 1722 1732 1733 1931 2211 2212 2219 2330 2341 2342 2349 2443 2449 2451 2511 2512 2521 2539 2541 2542 2543 2592 2593 2710 2815 2822 2832 2833 2861 2866 2869 2930 2943 2944 2945 3011 3101 3102 3329 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4212 4213 4221 4222 4223 4291 4292 4299 4312 4313 4319 4321 4329 4391 4399 4621 4622 4623 4632 4634 4687 4721 4722 4741 4742 4743 4744 4789 4921 4922 4930 5212 8121 8122 8129 9420 TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP 133 DOENÇAS DA PELE E DO TECIDO SUBCUTÂNEO RELACIONADAS COM O TRABALHO (Grupo XII da CID-10) DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL I - Outras Infecções Locais da Pele e do Tecido Subcutâneo: “Dermatoses Pápulo-Pustulosas e suas complicações infecciosas” (L08.9) 1. Cromo e seus compostos tóxicos (Z57.5) (Quadro X) 2. Hidrocarbonetos alifáticos ou aromáticos (seus derivados tóxicos) (Z57.5) (Quadro XIII) 3. Microorganismos e parasitas infecciosos vivos e seus produtos tóxicos (Z57.5) (Quadro XXV) 4. Outros agentes químicos ou biológicos que afetem a pele, não considerados em outras rubricas (Z57.5) (Quadro XXVII) II - Dermatite Alérgica de Contato devida a Metais (L23.0) 1. Cromo e seus compostos tóxicos (Z57.5) (Quadro X) 2. Mercúrio e seus compostos tóxicos (Z57.5) (Quadro XVI) III - Dermatite Alérgica de Contato devida a Adesivos (L23.1) Adesivos, em exposição ocupacional (Z57.5) (Quadro XXVII) IV - Dermatite Alérgica de Contato devida a Cosméticos (fabricação/manipulação) (L23.2) Fabricação/manipulação de Cosméticos (Z57.5) (Quadro XXVII) V - Dermatite Alérgica de Contato devida a Drogas em contato com a pele (L23.3) Drogas, em exposição ocupacional (Z57.5) (Quadro XXVII) VI - Dermatite Alérgica de Contato devida a Corantes (L23.4) Corantes, em exposição ocupacional (Z57.5) (Quadro XXVII) VII - Dermatite Alérgica de Contato devida a outros produtos químicos (L23.5) 1. Cromo e seus compostos tóxicos (Z57.5) (Quadro X) 2. Fósforo ou seus produtos tóxicos (Z57.5) (Quadro XII) 3. Iodo (Z57.5) (Quadro XIV) 4. Alcatrão, Breu, Betume, Hulha Mineral, Parafina ou resíduos dessas substâncias (Z57.8) (Quadro XX) 5. Borracha (Z57.8) (Quadro XXVII) 6. Inseticidas (Z57.5) (Quadro XXVII) 7. Plásticos (Z57.8) (Quadro XXVII) VIII - Dermatite Alérgica de Contato devida a Alimentos em contato com a pele (fabricação/ manipulação) (L23.6) Fabricação/manipulação de Alimentos (Z57.5) (Quadro XXVII) IX - Dermatite Alérgica de Contato devida a Plantas (Não inclui plantas usadas como alimentos) (L23.7) Manipulação de Plantas, em exposição ocupacional (Z57.8) (Quadro XXVII) X - Dermatite Alérgica de Contato devida a outros agentes (Causa Externa especificada) (L23.8) Agentes químicos, não especificados anteriormente, em exposição ocupacional (Z57.5) (Quadro XXVII) XI - Dermatite de Contato por Irritantes devida a Detergentes (L24.0) Detergentes, em exposição ocupacional (Z57.5) (Quadro XXVII) XII - Dermatite de Contato por Irritantes devida a Óleos e Gorduras (L24.1) Óleos e Gorduras, em exposição ocupacional (Z57.5) (Quadro XXVII) XIII - Dermatite de Contato por Irritantes devidaa Solventes: Cetonas, Ciclohexano, Compostos do Cloro, Ésteres, Glicol, Hidrocarbonetos (L24.2) 1. Benzeno (X46.-; Z57.5) (Quadro III) 2. Hidrocarbonetos aromáticos ou alifáticos ou seus derivados halogenados tóxicos (Z57.5) (Quadro XIII) 134 UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL XIV - Dermatite de Contato por Irritantes devida a Cosméticos (L24.3) Cosméticos, em exposição ocupacional (Z57.5) (Quadro XXVII) XV - Dermatite de Contato por Irritantes devida a Drogas em contato com a pele (L24.4) Drogas, em exposição ocupacional (Z57.5) (Quadro XXVII) XVI - Dermatite de Contato por Irritantes devida a outros produtos químicos: Arsênio, Berílio, Bromo, Cromo, Cimento, Flúor, Fósforo, Inseticidas (L24.5) 1. Arsênio e seus compostos arsenicais (Z57.5) (Quadro I) 2. Berílio e seus compostos tóxicos (Z57.5) (Quadro IV) 3. Bromo (Z57.5) (Quadro V) 4. Cromo e seus compostos tóxicos (Z57.5) (Quadro X) 5. Flúor ou seus compostos tóxicos (Z57.5) (Quadro XI) 6. Fósforo (Z57.5) (Quadro XII) XVII - Dermatite de Contato por Irritantes devida a Alimentos em contato com a pele (L24.6) Alimentos, em exposição ocupacional (Z57.8) (Quadro XXVII) XVIII - Dermatite de Contato por Irritantes devida a Plantas, exceto alimentos (L24.7) Plantas, em exposição ocupacional (Z57.8) (Quadro XXVII) XIX - Dermatite de Contato por Irritantes devida a outros agentes: Corantes (L24.8) Agentes químicos, não especificados anteriormente, em exposição ocupacional (Z57.5) (Quadro XXVII) XX - Urticária Alérgica (L50.0) Agrotóxicos e outros produtos químicos (X48.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XXVII) XXI - Urticária devida ao Calor e ao Frio (L50.2) Exposição ocupacional a calor e frio (W92,-; W93.-; Z57.6) (Quadro XXVII) XXII - Urticária de Contato (L50.6) Exposição ocupacional a agentes químicos, físicos e biológicos que afetam a pele (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XXVII) XXIII - Queimadura Solar (L55) Exposição ocupacional a radiações actínicas (X32.-; Z57.1) (Quadro XXVII) XXIV - Outras Alterações Agudas da Pele devidas a Radiação Ultravioleta (L56.-): Dermatite por Fotocontato (Dermatite de Berloque) (L56.2); Urticária Solar (L56.3); Outras Alterações Agudas Especificadas da Pele devidas a Radiação Ultravioleta (L56.8); Outras Alterações Agudas da Pele devidas a Radiação Ultravioleta, sem outra especificação (L56.9); Radiação Ultravioleta (W89.-; Z57.1) (Quadro XXVII) XXV - Alterações da Pele devidas a Exposição Crônica a Radiação Não Ionizante (L57.-): Ceratose Actínica (L57.0); Outras Alterações: Dermatite Solar, “Pele de Fazendeiro”, “Pele de Marinheiro” (L57.8) Radiações não-ionizantes (W89.-; X32.-; Z57.1) (Quadro XXVII) XXVI - Radiodermatite (L58.-): Radiodermatite Aguda (L58.0); Radiodermatite Crônica (L58.1); Radiodermatite, não especificada (L58.9); Afecções da pele e do tecido conjuntivo relacionadas com a radiação, não especificadas (L59.9) Radiações ionizantes (W88.-; Z57.1) (Quadro XXIV) TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP 135 DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL XXVII - Outras formas de Acne: “Cloracne” (L70.8) 1. Derivados halogenados dos hidrocarbonetos aromáticos, Monoclorobenzeno, Monobromobenzeno, Hexaclorobenzeno (X46.; Z57.5) (Quadro XIII) 2. Derivados do fenol, pentaclorofenol e do hidrobenzonitrilo (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XXVII) 3. Policloretos de Bifenila (PCBs) (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XXVII) XXVIII - Outras formas de Cistos Foliculares da Pele e do Tecido Subcutâneo: “Elaioconiose” ou “Dermatite Folicular” (L72.8) Óleos e gorduras de origem mineral ou sintéticos (X49.-; Z57.5) (Quadro XXVII) XXIX - Outras formas de hiperpigmentação pela melanina: “Melanodermia” (L81.4) 1. Arsênio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro I) 2. Clorobenzeno e Diclorobenzeno (X46.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII) 3. Alcatrão, Breu, Betume, Hulha Mineral, Parafina, Creosoto, Piche, Coaltar ou resíduos dessas substâncias (Z57.8) (Quadro XX) 4. Antraceno e Dibenzoantraceno (Z57.5) (Quadro XX) 5. Bismuto (X44.-; Z57.5) (Quadro XXVII) 6. Citostáticos (X44.-; Z57.5) (Quadro XXVII) 7. Compostos nitrogenados: Ácido nítrico, Dinitrofenol (X49.-; Z57.5) (Quadro XXVII) 8. Naftóis adicionados a corantes (X49,-; Z57.5) (Quadro XXVII) 9. Óleos de corte (Z57.5) (Quadro XXVII) 10. Parafenilenodiamina e seus derivados (X49.-; Z57.5) (Quadro XXVII) 11. Poeira de determinadas madeiras (Z57.3) (Quadro XXVII) 12. Quinino e seus derivados (Z57.5) (Quadro XXVII) 13. Sais de ouro (X44.-; Z57.5) (Quadro XXVII) 14. Sais de prata (Seqüelas de Dermatite Crônica de Contato) (X44.-; Z57.5) (Quadro XXVII) XXX - Leucodermia, não classificada em outra parte (Inclui “Vitiligo Ocupacional”) (L81.5) 1. Arsênio e seus compostos (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro I) 2. Hidroquinona e ésteres derivados (X49.-; Z57.5) (Quadro XXVII) 3. Monometil éter de hidroquinona (MBEH) (X49.-; Z57.5) (Quadro XXVII) 4. para-Aminofenol (X49.-; Z57.5) (Quadro XXVII) 5. para-Butilfenol (X49.-; Z57.5) (Quadro XXVII) 6. para-Cresol (X49.-; Z57.5) (Quadro XXVII) 7. Catecol e Pirocatecol (X49.-; Z57.5) (Quadro XXVII) 8. Clorofenol (X46.-; Z57.4 e Z57.5)(Quadro XXVII) XXXI - Outros transtornos especificados da pigmentação: “Porfiria Cutânea Tardia” (L81.8) Derivados halogenados dos hidrocarbonetos aromáticos: minocloro-benzeno, monobromo-benzeno, hexaclorobenzeno (X46.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XIII) XXXII - Ceratose Palmar e Plantar Adquirida (L85.1) Arsênio e seus compostos arsenicais (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro I) XXXIII - Úlcera Crônica da Pele, não classificada em outra parte (L98.4) 1. Cromo e seus compostos tóxicos (Z57.5) (Quadro X) 2. Enzimas de origem animal, vegetal ou bacteriana (Z57.8) (Quadro XXVII) 136 UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO INTERVALO CID-10 CNAE L60-L75 8610 L80-L99 0113 1011 1012 1013 1071 1411 1412 1610 1621 1931 2451 5611 5620 8121 8122 8129 8610 DOENÇAS DO SISTEMA OSTEOMUSCULAR E DO TECIDO CONJUNTIVO, RELACIONADAS COM O TRABALHO (Grupo XIII da CID-10) DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL I - Artrite Reumatóide associada a Pneumoconiose dos Trabalhadores do Carvão (J60.-): “Síndrome de Caplan” (M05.3) 1. Exposição ocupacional a poeiras de carvão mineral (Z57.2) 2. Exposição ocupacional a poeiras de sílica livre (Z57.2) (Quadro XVIII) II - Gota induzida pelo chumbo (M10.1) Chumbo ou seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro VIII) III - Outras Artroses (M19.-) Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) IV - Outros transtornos articulares não classificados em outra parte: Dor Articular (M25.5) 1. Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) 2. Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII) V - Síndrome Cervicobraquial (M53.1) 1. Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) 2. Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII) VI - Dorsalgia (M54.-): Cervicalgia (M54.2); Ciática (M54.3); Lumbago com Ciática (M54.4) 1. Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) 2. Ritmo de trabalho penoso (Z56.3) 3. Condições difíceis de trabalho (Z56.5) VII - Sinovites e Tenossinovites (M65.-): Dedo em Gatilho (M65.3); Tenossinovite do Estilóide Radial (De Quervain) (M65.4); Outras Sinovites e Tenossinovites (M65.8); Sinovites e Tenossinovites, não especificadas (M65.9) 1. Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) 2. Ritmo de trabalho penoso (Z56.3) 3. Condições difíceis de trabalho (Z56.5) DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL XXXIV - Geladura (Frostbite) Superficial(T33): Eritema Pérnio 1. Cloreto de etila (anestésico local) (W93.-; Z57.6) (Quadro XIII) 2. Frio (X31.-; W93.-; Z57.6) (Quadro XXVII) XXXV - Geladura (Frostbite) com Necrose de Tecidos (T34) 1. Cloreto de etila (anestésico local) (W93.-; Z57.6) (Quadro XIII) 2. Frio (X31.-; W93.-; Z57.6) (Quadro XXVII) TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP 137 DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL VIII - Transtornos dos tecidos moles relacionados com o uso, o uso excessivo e a pressão, de origem ocupacional (M70.-): Sinovite Crepitante Crônica da mão e do punho (M70.0); Bursite da Mão (M70.1); Bursite do Olécrano (M70.2); Outras Bursites do Cotovelo (M70.3); Outras Bursites Pré-rotulianas (M70.4); Outras Bursites do Joelho (M70.5); Outros transtornos dos tecidos moles relacionados com o uso, o uso excessivo e a pressão (M70.8); Transtorno não especificado dos tecidos moles, relacionados com o uso, o uso excessivo e a pressão (M70.9). 1. Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) 2. Ritmo de trabalho penoso (Z56.3) 3. Condições difíceis de trabalho (Z56.5) IX - Fibromatose da Fascia Palmar: “Contratura ou Moléstia de Dupuytren” (M72.0) 1. Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) 2. Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII) X - Lesões do Ombro (M75.-): Capsulite Adesiva do Ombro (Ombro Congelado, Periartrite do Ombro) (M75.0); Síndrome do Manguito Rotatório ou Síndrome do Supraespinhoso (M75.1); Tendinite Bicipital (M75.2); Tendinite Calcificante do Ombro (M75.3); Bursite do Ombro (M75.5); Outras Lesões do Ombro (M75.8); Lesões do Ombro, não especificadas (M75.9) 1. Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) 2. Ritmo de trabalho penoso (Z56) 3. Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII) XI - Outras entesopatias (M77.-): Epicondilite Medial (M77.0); Epicondilite lateral (“Cotovelo de Tenista”); Mialgia (M79.1) 1. Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) 2. Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII) XII - Outros transtornos especificados dos tecidos moles (M79.8) 1. Posições forçadas e gestos repetitivos (Z57.8) 2. Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII) XIII - Osteomalácia do Adulto induzida por drogas (M83.5) 1. Cádmio ou seus compostos (X49.-) (Quadro VI) 2. Fósforo e seus compostos (Sesquissulfeto de Fósforo) (X49.-; Z57.5) (Quadro XII) XIV - Fluorose do Esqueleto (M85.1) Flúor e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro XI) XV - Osteonecrose (M87.-): Osteonecrose devida a drogas (M87.1); Outras Osteonecroses secundárias (M87.3) 1. Fósforo e seus compostos (Sesquissulfeto de Fósforo) (X49.-; Z57.5) (Quadro XII) 2. Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII) 3. Radiações ionizantes (Z57.1) (Quadro XXIV) XVI - Osteólise (M89.5) (de falanges distais de quirodáctilos) Cloreto de Vinila (X49.-; Z57.5) (Quadro XIII) XVII - Osteonecrose no “Mal dos Caixões” (M90.3) “Ar Comprimido” (W94.-; Z57.8) (Quadro XXIII) XVIII - Doença de Kienböck do Adulto (Osteo- condrose do Adulto do Semilunar do Carpo) (M93.1) e outras Osteocondro-patias especificadas (M93.8) Vibrações localizadas (W43.-; Z57.7) (Quadro XXII) 138 UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO INTERVALO CID-10 CNAE M00-M25 0113 0131 0133 0210 0220 0810 0892 0910 1011 1012 1013 1020 1031 1033 1041 1051 1052 1061 1064 1071 1072 1091 1122 1220 1311 1321 1351 1354 1411 1412 1413 1532 1621 1732 1733 1931 2012 2019 2312 2330 2341 2342 2349 2431 2443 2449 2511 2522 2539 2543 2550 2710 2813 2815 2822 2852 2853 2854 2861 2862 2865 2866 2869 2920 2930 2944 2945 2950 3011 3102 3600 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4212 4213 4221 4222 4223 4291 4292 4299 4312 4313 4319 4321 4329 4391 4399 4621 4622 4623 4636 4661 4711 4721 4921 4922 4923 4924 4929 4930 5012 5021 5212 5310 5611 5620 7719 8121 8122 8129 8411 8424 8430 8591 8610 9200 9311 9312 9313 9319 9420 9491 9601 M30-M36 1412 8121 8122 8129 8610 M40-M54 0113 0131 0133 0210 0220 0230 0500 0710 0810 0892 0910 0990 1011 1012 1013 1020 1031 1033 1041 1051 1052 1061 1062 1064 1071 1072 1092 1122 1311 1312 1321 1323 1340 1351 1354 1411 1412 1413 1421 1422 1510 1532 1610 1621 1622 1623 1629 1710 1721 1722 1732 1733 1931 2012 2019 2029 2040 2091 2093 2123 2211 2212 2219 2221 2222 2312 2320 2330 2341 2342 2349 2391 2431 2439 2441 2443 2449 2451 2511 2513 2521 2522 2539 2542 2543 2550 2592 2593 2710 2722 2733 2813 2815 2822 2832 2833 2852 2853 2854 2861 2862 2864 2866 2869 2920 2930 2942 2943 2944 2945 2950 3011 3101 3102 3240 3321 3329 3600 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4212 4213 4222 4223 4291 4292 4299 4311 4312 4313 4319 4321 4329 4391 4399 4621 4622 4623 4632 4636 4661 4681 4682 4685 4686 4687 4689 4921 4922 4923 4924 4929 4930 5012 5021 5211 5212 5221 5222 5223 5229 5310 5612 5620 6431 7719 7732 8121 8122 8129 8424 8430 8610 9420 M60-M79 0113 0155 0210 0220 1011 1012 1013 1020 1031 1033 1051 1052 1062 1064 1092 1093 1094 1095 1096 1099 1122 1311 1314 1321 1323 1340 1351 1352 1354 1359 1411 1412 1413 1414 1421 1510 1521 1529 1531 1532 1533 1540 1623 1732 1733 1742 1749 2040 2063 2091 2110 2121 2123 2211 2219 2221 2222 2223 2229 2312 2319 2342 2349 2439 2443 2449 2451 2531 2539 2541 2542 2543 2550 2591 2592 2593 2610 2631 2632 2640 2651 2710 2721 2722 2732 2733 2740 2751 2759 2813 2814 2815 2822 2823 2824 2840 2853 2854 2861 2864 2866 2869 2920 2930 2941 2942 2943 2944 2945 2949 3092 3101 3102 3104 3230 3240 3250 3291 3299 3316 3329 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4221 4632 4634 4711 4713 4912 5111 5120 5212 5221 5222 5223 5229 5310 5320 5612 5620 6021 6022 6110 6120 6130 6141 6142 6143 6190 6209 6311 6399 6422 6423 6431 6550 7410 7490 7719 7733 8121 8122 8129 8211 8219 8220 8230 8291 8292 8299 8610 9420 9601 DOENÇAS DO SISTEMA GÊNITO-URINÁRIO RELACIONADAS COM O TRABALHO (Grupo XIV da CID-10) DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL I - Síndrome Nefrítica Aguda (N00.-) Hidrocarbonetos alifáticos halogenados nefrotóxicos (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII) II - Doença Glomerular Crônica (N03.-) Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro XVI) TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP 139 TRAUMATISMOS, ENVENENAMENTOS E ALGUMAS OUTRAS CONSEQÜÊNCIAS DE CAUSAS EXTERNAS, RELACIONADOS COM O TRABALHO (Grupo XIX da CID-10) DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL I - Efeitos tóxicos de Solventes Orgânicos (T52.-): Álcoois (T51.8) e Cetonas (T52.4); Benzeno, Tolueno e Xileno (T52.1 e T52.2); Derivados halogenados dos Hidrocarbonetos Alifáticos e Aromáticos (T53): Tetracloreto de Carbono (T53.0); Clorofórmio (T53.1); Tricloroetileno (T53.2); Tetracloroetileno (T53.3); Dicloroetano (T53.4); Clorofluor-carbonos (T53.5); Outros derivados halogenados de hidrocarbonetos alifáticos (T53.6); Outros derivados halogenados de hidrocarbonetos aromáticos (T53.7); Derivados halogenados de hidrocarbonetos alifáticos e aromáticos, não especificados (T53.9); Sulfeto de Carbono (T65.4) Exposição ocupacional a agentes tóxicos em outras indústrias (Z57.5) II - Efeito tóxico de Substâncias Corrosivas (T54): Fenol e homólogos do fenol (T54.0); Flúore seus compostos (T65.8); Selênio e seus compostos (T56.8); Outros compostos orgânicos corrosivos (T54.1); Ácidos corrosivos e substâncias ácidas similares (T54.2); Álcalis cáusticos e substâncias alcalinas similares (T54.3); Efeito tóxico de substância corrosiva, não especificada (T54.9). Exposição ocupacional a agentes tóxicos em outras indústrias (Z57.5) III - Efeito tóxico de Metais (T56): Arsênico e seus compostos (T57.0); Cádmio e seus compostos (T56.3); Chumbo e seus compostos (T56.0); Cromo e seus compostos (T56.2); Manganês e seus compostos (T57.2); Mercúrio e seus compostos (T56.1); Outros metais (T56.8); Metal, não especificado (T56.9). Exposição ocupacional a agentes tóxicos em outras indústrias (Z57.5) DOENÇAS AGENTES ETIOLÓGICOS OU FATORES DE RISCO DE NATUREZA OCUPACIONAL III - Nefropatia túbulo-intersticial induzida por metais pesados (N14.3) 1. Cádmio ou seus compostos (X49.-; Z57.5) (Quadro VI) 2. Chumbo ou seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro VIII) 3. Mercúrio e seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.4 e Z57.5) (Quadro XVI) IV - Insuficiência Renal Aguda (N17) Hidrocarbonetos alifáticos halogenados nefrotóxicos (X46.-; Z57.5) (Quadro XIII) V - Insuficiência Renal Crônica (N18) Chumbo ou seus compostos (X49.-; Z57.5) (Quadro VIII) VI - Cistite Aguda (N30.0) Aminas aromáticas e seus derivados (X49.-; Z57.5) VII - Infertilidade Masculina (N46) 1. Chumbo ou seus compostos tóxicos (X49.-; Z57.5) (Quadro VIII) 2. Radiações ionizantes (W88.-: Z57.1) (Quadro XXIV) 3. Chlordecone (X48.-; Z57.4) 4. Dibromocloropropano (DBCP) (X48.-; Z57.4 e Z57.5) 5. Calor (trabalho em temperaturas elevadas) (Z57.6) 140 UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO IV - Asfixiantes Químicos (T57-59): Monóxido de Carbono (T58); Ácido cianídrico e cianetos (T57.3); Sulfeto de hidrogênio (T59.6); Aminas aromáticas e seus derivados (T65.3) Exposição ocupacional a agentes tóxicos em outras indústrias (Z57.5) V - Praguicidas (Pesticidas, “Agrotóxicos”) (T60): Organofosforados e Carbamatos (T60.0); Halogenados (T60.1); Outros praguicidas (T60.2) Exposição ocupacional a agentes tóxicos na Agricultura (Z57.4) VI - Efeitos da Pressão do Ar e da Pressão da Água (T70): Barotrauma Otítico (T70.0); Barotrauma Sinusal (T70.1); Doença Descompressiva (“Mal dos Caixões”) (T70.3); Outros efeitos da pressão do ar e da água (T70.8). Exposição ocupacional a pressões atmosféricas anormais (W94.-; Z57.8) INTERVALO CID-10 CNAE S00-S09 0210 0220 0230 0810 1011 1012 1013 1033 1041 1061 1071 1122 1321 1510 1532 1610 1621 1622 1732 1733 1931 2212 2330 2342 2391 2511 2512 2539 2542 2543 2593 2832 2833 2866 2869 2930 3011 3101 3102 3329 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4213 4221 4222 4223 4291 4292 4299 4312 4313 4319 4321 4329 4391 4399 4520 4530 4541 4542 4621 4622 4623 4635 4671 4672 4673 4674 4679 4687 4731 4732 4741 4742 4743 4744 4789 4921 4922 4930 5212 5320 7810 7820 7830 8011 8012 8020 8030 8121 8122 8129 9420 S20-S29 0113 0131 0133 0210 0220 0230 0810 1011 1012 1013 1071 1321 1510 1610 1621 1622 1629 1732 1733 1931 2330 2342 2512 2539 2543 2832 2833 2866 2869 3600 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4213 4221 4222 4223 4291 4292 4299 4321 4399 4621 4622 4623 4632 4687 4741 4742 4743 4744 4789 4921 4922 4930 5212 5310 8121 8122 8129 9420 S30-S39 0131 0133 0210 0220 1011 1012 1013 1061 1071 1610 1621 2330 2342 2511 2512 3101 3329 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4213 4221 4222 4223 4291 4299 4312 4313 4319 4321 4329 4391 4399 4621 4622 4623 4687 4722 4741 4742 4743 4744 4789 4921 4930 5212 5221 5222 5223 5229 7810 7820 7830 8121 8122 8129 9420 S40-S49 0131 0133 0210 0220 0500 0810 1011 1012 1013 1031 1033 1041 1051 1061 1064 1071 1091 1122 1321 1351 1354 1411 1412 1510 1531 1532 1533 1540 1610 1621 1622 1623 1629 1722 1732 1733 1931 2212 2221 2222 2223 2229 2330 2342 2349 2391 2451 2511 2512 2539 2542 2543 2592 2593 2710 2813 2815 2822 2823 2832 2833 2861 2866 2869 2930 2944 2945 2950 3101 3102 3329 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4213 4221 4222 4223 4291 4292 4299 4312 4313 4319 4321 4329 4391 4399 4520 4530 4541 4542 4618 4621 4622 4623 4635 4661 4671 4672 4673 4674 4679 4687 4721 4722 4731 4732 4741 4742 4743 4744 4784 4789 4921 4922 4930 5212 5221 5222 5223 5229 5310 5320 7719 7810 7820 7830 8011 8012 8020 8030 8121 8122 8129 9420 S50-S59 0210 0220 0810 1011 1012 1013 1031 1033 1041 1051 1061 1064 1071 1091 1092 1093 1096 1099 1122 1311 1321 1354 1411 1412 1510 1531 1532 1533 1540 1610 1621 1622 1623 1629 1722 1732 1733 2211 2221 2222 2223 2229 2330 2341 2342 2391 2511 2512 2539 2542 2543 2592 2593 2710 2759 2813 2822 2823 2832 2833 2861 2866 2869 2930 2944 2945 2950 3011 3101 3102 3329 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4213 4221 4222 4223 4291 4292 4299 4312 4313 4319 4321 4322 4329 4391 4399 4520 4621 4622 4623 4635 4661 4685 4686 4687 4689 4711 4721 4722 4741 4742 4743 4744 4784 4789 4921 4923 4924 4929 4930 5212 5221 5222 5223 5229 5310 5320 7719 7732 7810 7820 7830 8011 8012 8020 8030 8121 8122 8129 9420 TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP 141 INTERVALO CID-10 CNAE S60-S69 0113 0210 0220 0500 0810 1011 1012 1013 1031 1033 1041 1042 1051 1052 1061 1062 1063 1064 1071 1072 1091 1092 1093 1094 1096 1099 1122 1311 1312 1321 1323 1340 1351 1353 1354 1359 1411 1412 1510 1529 1531 1532 1533 1540 1610 1621 1622 1623 1629 1710 1721 1722 1731 1732 1733 1741 1742 1749 1813 1931 2012 2019 2029 2061 2063 2091 2092 2123 2211 2212 2219 2221 2222 2223 2229 2311 2312 2319 2330 2341 2342 2349 2391 2392 2399 2431 2439 2441 2443 2449 2451 2452 2511 2512 2513 2521 2522 2531 2532 2539 2541 2542 2543 2550 2591 2592 2593 2599 2632 2651 2710 2721 2722 2732 2733 2740 2751 2759 2790 2811 2812 2813 2814 2815 2821 2822 2823 2824 2825 2829 2831 2832 2833 2840 2852 2853 2854 2861 2862 2864 2865 2866 2869 2920 2930 2941 2942 2943 2944 2945 2949 2950 3011 3012 3032 3091 3092 3099 3101 3102 3103 3104 3220 3230 3240 3250 3291 3299 3319 3329 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3832 3839 3900 4120 4211 4213 4221 4222 4223 4291 4292 4299 4312 4313 4319 4321 4322 4329 4391 4399 4520 4621 4622 4623 4632 4634 4661 4671 4672 4673 4674 4679 4681 4682 4685 4686 4687 4689 4711 4721 4722 4741 4742 4743 4744 4789 4930 5211 5212 5320 5819 5829 7719 7732 7810 7820 7830 8121 8122 8129 8423 9420 9529 S70-S79 0210 0220 1011 1012 1013 1033 1122 1610 1621 1622 2330 2391 2511 2512 2539 3101 3329 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4213 4221 4222 4223 4291 4299 4312 4321 4391 4399 4520 4530 4541 4542 4618 4687 4731 4732 4741 4742 4743 4744 4784 4789 4921 4930 5212 5221 5222 5223 5229 5232 5250 5320 7810 7820 7830 8011 8012 8020 8030 8121 8122 8129 9420 S80-S89 0210 0220 0230 0500 0710 0810 0990 1011 1012 1013 1031 1033 1041 1051 1061 1062 1064 1071 1072 1092 1096 1099 1122 1321 1351 1354 1411 1412 1510 1531 15321540 1610 1621 1622 1623 1629 1710 1721 1722 1732 1733 1931 2012 2019 2029 2073 2091 2211 2219 2222 2312 2320 2330 2341 2342 2391 2439 2443 2449 2451 2511 2512 2521 2522 2539 2542 2543 2550 2592 2593 2651 2710 2812 2813 2815 2821 2822 2823 2831 2832 2833 2840 2852 2854 2861 2862 2864 2865 2866 2869 2930 2943 2944 2945 2950 3011 3101 3102 3329 3600 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4213 4221 4222 4223 4291 4292 4299 4312 4313 4319 4321 4322 4329 4391 4399 4520 4530 4541 4542 4618 4621 4622 4623 4632 4635 4636 4637 4639 4661 4671 4672 4673 4674 4679 4681 4682 4685 4686 4687 4689 4711 4722 4723 4731 4732 4741 4742 4743 4744 4784 4789 4912 4921 4922 4923 4924 4929 4930 5211 5212 5221 5222 5223 5229 5232 5250 5310 5320 7719 7732 7810 7820 7830 8011 8012 8020 8030 8121 8122 8129 8423 8424 9420 S90-S99 0210 0220 0500 0810 1011 1012 1013 1031 1033 1041 1051 1061 1062 1064 1071 1072 1092 1093 1122 1311 1321 1351 1354 1411 1412 1510 1532 1610 1621 1622 1623 1629 1710 1721 1722 1732 1733 1931 2029 2091 2219 2221 2222 2312 2330 2341 2342 2391 2431 2439 2441 2443 2449 2451 2511 2512 2513 2521 2522 2531 2539 2542 2543 2592 2593 2710 2722 2815 2822 2831 2832 2833 2840 2852 2853 2854 2861 2862 2865 2866 2869 2920 2930 2943 2944 2945 2950 3011 3101 3102 3329 3600 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4213 4221 4222 4223 4291 4292 4299 4312 4313 4319 4321 4322 4329 4391 4399 4621 4622 4623 4661 4681 4682 4685 4686 4687 4689 4711 4784 4912 4921 4922 4930 5111 5120 5212 5221 5222 5223 5229 5232 5250 5310 5320 6423 6431 6550 7719 7732 7810 7820 7830 8011 8012 8020 8030 8121 8122 8129 8423 8424 8610 9420 142 UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO Mesmo assim, não cabe a aplicação de multa por não emissão de CAT, quando o enquadramento decorrer de aplicação do NTEP, conforme disposto no § 5º, art. 22 da Lei nº 8.213/1991, acrescentado pela Lei nº 11.430/2006. Na segunda modalidade, o nexo causal entre o trabalho e o agravo é estabelecido pela verificação de que este decorre de agente etiológico ou fator de risco de natureza ocupacional, arrolados na Lista A do Anexo II do Regulamento da Previdência Social. (GARCIA, 2008). Esta Lista A apresenta o rol dos diversos “Agentes ou Fatores de Risco de Natureza Ocupacional”. Nesse caso, o nexo causal gera presunção absoluta da natureza ocupacional do agravo. Por isso, nessa situação, presente o nexo etiológico entre o agravo e o trabalho, o empregador não pode sequer tentar elidir essa presunção, pois a doença é considerada como de natureza ocupacional. Os agravos decorrentes dos agentes etiológicos ou fatores de risco de natureza ocupacional da Lista A do Anexo II do RPS, presentes nas atividades econômicas dos empregadores cujo segurado tenha sido exposto, ainda que parcial ou indiretamente, são necessariamente considerados doenças profissionais ou do trabalho (independentemente do NTEP), não se aplicando, neste caso, a possibilidade de a empresa demonstrar que o agravo não possui nexo causal com o trabalho exercido pelo empregado. Garcia (2008) ainda destaca que nos agravos em que se analisa se existe, ou não, o nexo técnico epidemiológico (NTE) entre o ramo de atividade econômica da empresa (CNAE) e a entidade mórbida motivadora da incapacidade (CID), conforme Lista B do Anexo II do RPS (doenças relacionadas ao trabalho), devem ser destacadas outras importantes observações, também presentes na Instrução Normativa 16/2007 do INSS: NOTA FONTE: Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil/_Ato2007-2010/2007/Decreto/D6042. htm>. Acesso em: 4 nov. 2010. INTERVALO CID-10 CNAE T90-T98 0210 0220 0710 0810 0892 0910 1011 1013 1020 1031 1033 1041 1042 1061 1062 1071 1072 1091 1092 1093 1122 1220 1311 1312 1321 1351 1352 1353 1411 1412 1510 1531 1532 1533 1540 1610 1621 1622 1629 1733 1932 2014 2019 2029 2032 2091 2211 2221 2223 2229 2312 2320 2330 2341 2342 2391 2451 2511 2512 2521 2522 2539 2542 2592 2593 2640 2740 2751 2790 2813 2814 2822 2862 2864 2866 2869 2920 2930 2944 2945 2950 3091 3092 3101 3102 3600 3701 3702 3811 3812 3821 3822 3839 3900 4120 4211 4213 4221 4291 4292 4299 4312 4313 4319 4321 4322 4391 4399 4635 4661 4681 4682 4687 4721 4741 4743 4744 4784 4922 4923 4924 4929 4930 5012 5021 5030 5212 5221 5222 5223 5229 5231 5232 5239 5250 5310 5320 7719 7732 8011 8012 8020 8030 8121 8122 9420 TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP 143 • a inexistência do nexo técnico epidemiológico não elide o nexo causal entre o trabalho e o agravo, cabendo à perícia médica a caracterização técnica do acidente do trabalho fundamentadamente, sendo obrigatório o registro e a análise do relatório do médico assistente, além dos exames complementares que eventualmente o acompanhem (art. 2º, § 4º); • na situação prevista acima, a perícia médica poderá, se necessário, solicitar as demonstrações ambientais da empresa, efetuar pesquisa ou realizar vistoria do local de trabalho ou solicitar Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP), diretamente ao empregador (art. 2º, § 5º) – (Ver modelo do formulário de Perfil Profissiográfico Previdenciário no Anexo); • a perícia médica do INSS poderá deixar de aplicar o nexo técnico epidemiológico mediante decisão fundamentada, quando dispuser de informações ou elementos circunstanciados e contemporâneos ao exercício da atividade que evidenciem a inexistência de nexo causal entre o agravo e o trabalho (art. 2º, § 6º); • o segurado poderá requerer, após recebimento do resultado da decisão quanto ao benefício, cópia da conclusão pericial e de sua justificativa, em caso de não aplicação do NTEP pela perícia médica (art. 2º, § 7º). Essas regras se justificam, por não se tratar da segunda hipótese, acima indicada, referente ao agravo necessariamente considerado doença ocupacional ou do trabalho, em razão da presença de agente etiológico ou fator de risco na atividade econômica do empregador, com exposição do segurado, em que a caracterização do nexo causal ocupacional não admite demonstração em contrário. Assim, em ambas as situações explanadas, como prevê o art. 3º da Instrução Normativa 16/2007, a existência do nexo entre o trabalho e o agravo não implica o reconhecimento automático da incapacidade para o trabalho, que deverá ser definida pela perícia médica. Efetivamente, de acordo com o art. 20, §1º, ‘c’, da Lei nº 8.213/1991, não são consideradas doenças do trabalho as que não produzam incapacidade laborativa. Por isso, reconhecida a incapacidade para o trabalho (pela perícia médica do INSS, ou mesmo judicialmente) e estabelecido o nexo entre o trabalho e o agravo, são devidas as prestações acidentárias a que o beneficiário tenha direito. (GARCIA, 2008). Resumidamente, pode-se adotar a seguinte sistematização: • Doença do Trabalho = Nexo Causal + Incapacidade Laboral. • Nexo Causal = Nexo Etiológico ou Nexo Técnico Epidemiológico. • Doença do Trabalho (Nexo Etiológico + Incapacidade): presunção absoluta. • Doença do Trabalho (NTE + Incapacidade): presunção relativa. NOTA 144 UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO A perícia médica do INSS, quando constatar indícios de culpa ou dolo por parte do empregador, em relação aos benefícios por incapacidade concedidos, deverá oficiar à Procuradoria Federal especializada – INSS, subsidiando-a com evidências e demais meios de prova colhidos, notadamentequanto aos programas de gerenciamento de riscos ocupacionais, para as providências cabíveis, inclusive para ajuizamento de ação regressiva contra os responsáveis, conforme previsto nos arts. 120 e 121 da Lei nº 8.213/1991, de modo a possibilitar o ressarcimento à Previdência Social do pagamento de benefícios por morte ou por incapacidade, permanente ou temporária. (GARCIA, 2008). Veja a seguir no anexo extraído do site da Previdência, o modelo de formulário do PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO – PPP se suas instruções para o preenchimento. ANEXO PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO – PPP I SEÇÃO DE DADOS ADMINISTRATIVOS 1 – CNPJ do Domicílio Tributário/ CEI 2 – Nome Empresarial 3 – CNAE 4 – Nome do Trabalhador 5 – BR/ PDH 6 – NIT 7 – Data do Nascimento 8 – Sexo (F/M) 9 – CTPS (Nº, Série e UF) 10 – Data de Admissão 11 – Regime Revezamento 12 – CAT Registrada 12.1 – Data do Registro 12.2 – Número da CAT 12.1 – Data do Registro 12.2 – Número da CAT 13 – Lotação e Atribuição 13.1 – Período 13.2 – CNPJ/ CEI 13.3 – Setor 13.4 – Cargo 13.5 – Função 13.6 – CBO 13.7 – Cód. GFIP 14 – Profissiografia 14.1 – Período 14.2 – Descrição das Atividades NOTA TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP 145 II SEÇÃO DE REGISTROS AMBIENTAIS 15 – Exposição a Fatores de Riscos 15.1 – Período 15.2 – Tipo 15.3 – Fator de Risco 15.4 – Intens./ Conc. 15.5 – Técnica Utilizada 15.6 – EPC Eficaz (S/N) 15.7 – EPI Eficaz (S/N) 15.8 – CA EPI 15.9 – Atendimento aos requisitos das NR-06 e NR-09 do MTE pelos EPI informados (S/N) Foi tentada a implementação de medidas de proteção coletiva, de caráter administrativo ou de organização do trabalho, optando-se pelo EPI por inviabilidade técnica, insuficiência ou interinidade, ou ainda em caráter complementar ou emergencial. Foram observadas as condições de funcionamento e do uso ininterrupto do EPI ao longo do tempo, conforme especificação técnica do fabricante, ajustada às condições de campo. Foi observado o prazo de validade, conforme Certificado de Aprovação – CA do MTE. Foi observada a periodicidade de troca definida pelos programas ambientais, comprovada mediante recibo assinado pelo usuário em época própria. Foi observada a higienização. 16 – Responsável Pelos Registros Ambientais 16.1 – Período 16.2 – NIT 16.3 – Registro Conselho de Classe 16.4 – Nome do Profissional Legalmente Habilitado III SEÇÃO DE RESULTADOS DE MONITORAÇÃO BIOLÓGICA 17 – Exames Médicos Clínicos e Complementares (Quadros I e II, da NR 07) 17.1 – Data 17.2 – Tipo 17.3 – Natureza 17.4 – Exame (R/S) 17.5 – Indicação de Resultados __/__/____ ( ) Normal ( ) Alterado ( ) Estável ( ) Agravamento ( ) Ocupacional ( ) Não Ocupacional 18 – Responsável Pela Monitoração Biológica 18.1 – Período 18.2 – NIT 18.3 – Registro Conselho de Classe 18.4 Nome do Profissional Legalmente Habilitado __/__/____ a __/__/____ ---- ---- ---- 146 UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO IV RESPONSÁVEIS PELAS INFORMAÇÕES Declaramos, para todos os fins de direio, que as informações prestadas neste documento são verídicas e foram transcritas fielmente dos registros administrativos, das demonstrações ambientais e dos programas médicos de responsabilidade da empresa. É de nosso conhecimento que a prestação de informações falsas neste documento constitui crime de falsificação de documento público, nos termos do art. 297 do Código Penal e, também, que tais informações são de caráter privativo do trabalhador, constituindo crime, nos termos da Lei n.º 9.029/95, práticas discriminatórias decorrentes de sua exigibilidade por outrem, bem como de sua divulgação para terceiros, ressalvado quando exigida pelos órgãos públicos competentes. 19 – Data Emissão PPP 20 – Representante Legal da Empresa 20.1 – NIT 20.2 – Nome Carimbo _________________________________ Assinatura NIT Nome Carimbo _________________________________ Assinatura Observações: INSTRUÇÕES DE PREENCHIMENTO CAMPO DESCRIÇÃO INSTRUÇÃO DE PREENCHIMENTO SEÇÃO I SEÇÃO DE DADOS ADMINISTRATIVOS 1 CNPJ do Domicílio Tributário/CEI CNPJ relativo ao estabelecimento escolhido como domicílio tributário, nos termos do art. 127 do CTN, no formato XXXXXXXX/XXXX-XX; ou Matrícula no Cadastro Específico do INSS (Matrícula CEI) relativa à obra realizada por Contribuinte Individual ou ao estabelecimento escolhido como domicílio tributário que não possua CNPJ, no formato XX.XXX.XXXXX/XX, ambos compostos por caracteres numéricos. 2 Nome Empresarial Até 40 (quarenta) caracteres alfanuméricos. DECLARO TER RECEBIDO DOCUMENTO ORIGINAL (EMISSÃO) REFERENTE AO PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO, CONFORME CITADO, AOS PERÍODOS TRABALHADOS E FUNÇÕES CORRESPONDENTES. BLUMENAU, _____ DE ______________________DE ________. ________________________________________________ Assinatura do funcionário TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP 147 3 CNAE Classificação Nacional de Atividades Econômicas da empresa, completo, com 7 (sete) caracteres numéricos, no formato XXXXXX-X, instituído pelo IBGE através da Resolução CONCLA nº 07, de 16/12/2002. A tabela de códigos CNAE-Fiscal pode ser consultada na Internet, no site www.cnae.ibge.gov.br. 4 Nome do Trabalhador Até 40 (quarenta) caracteres alfabéticos. 5 BR/PDH BR – Beneficiário Reabilitado; PDH – Portador de Deficiência Habilitado; NA – Não Aplicável. Preencher com base no art. 93, da Lei nº 8.213, de 1991, que estabelece a obrigatoriedade do preenchimento dos cargos de empresas com 100 (cem) ou mais empregados com beneficiários reabilitados ou pessoas portadoras de deficiência, habilitadas, na seguinte proporção: I - até 200 empregados........................................................2%; II - de 201 a 500...................................................................3%; III - de 501 a 1.000...............................................................4%; IV - de 1.001 em diante. .....................................................5%. 6 NIT Número de Identificação do Trabalhador com 11 (onze) caracteres numéricos, no formato XXX.XXXXX.XX-X. O NIT corresponde ao número do PIS/PASEP/CI sendo que, no caso de Contribuinte Individual (CI), pode ser utilizado o número de inscrição no Sistema Único de Saúde (SUS) ou na Previdência Social. 7 Data do Nascimento No formato DD/MM/AAAA. 8 Sexo (F/M) F – Feminino; M – Masculino. 9 CTPS (Nº, Série e UF) Número, com 7 (sete) caracteres numéricos, Série, com 5 (cinco) caracteres numéricos e UF, com 2 (dois) caracteres alfabéticos, da Carteira de Trabalho e Previdência Social. 10 Data de Admissão No formato DD/MM/AAAA. 11 Regime de Revezamento Regime de Revezamento de trabalho, para trabalhos em turnos ou escala, especificando tempo trabalhado e tempo de descanso, com até 15 (quinze) caracteres alfanuméricos. Exemplo: 24 x 72 horas; 14 x 21 dias; 2 x 1 meses. Se inexistente, preencher com NA – Não Aplicável. 12 CAT REGISTRADA Informações sobre as Comunicações de Acidente do Trabalho registradas pela empresa na Previdência Social, nos termos do art. 22 da Lei nº 8.213, de 1991, do art. 169 da CLT, do art. 336 do RPS, aprovado pelo Dec. nº 3.048, de 1999, do item 7.4.8, alínea “a” da NR-07 do MTE e dos itens 4.3.1 e 6.1.2 do Anexo 13-A da NR-15 do MTE, disciplinado pela Portaria MPAS nº 5.051, de 1999, que aprova o Manual de Instruções para Preenchimento da CAT. 12.1 Data do Registro No formato DD/MM/AAAA. 12.2 Número da CAT Com 13 (treze) caracteres numéricos, com formato XXXXXXXXXX-X/XX. Os dois últimos caracteres correspondem a um número seqüencial relativo ao mesmo acidente, identificado por NIT, CNPJ e data do acidente. 148UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO 13 LOTAÇÃO E ATRIBUIÇÃO Informações sobre o histórico de lotação e atribuições do trabalhador, por período. A alteração de qualquer um dos campos - 13.2 a 13.7 - implica, obrigatoriamente, a criação de nova linha, com discriminação do período, repetindo as informações que não foram alteradas. 13.1 Período Data de início e data de fim do período, ambas no formato DD/MM/AAAA. No caso de trabalhador ativo, a data de fim do último período não deverá ser preenchida. 13.2 CNPJ/CEI Local onde efetivamente o trabalhador exerce suas atividades. Deverá ser informado o CNPJ do estabelecimento de lotação do trabalhador ou da empresa tomadora de serviços, no formato XXXXXXXX/XXXX-XX; ou Matrícula CEI da obra ou do estabelecimento que não possua CNPJ, no formato XX.XXX.XXXXX/XX, ambos compostos por caracteres numéricos. 13.3 Setor Lugar administrativo na estrutura organizacional da empresa, onde o trabalhador exerce suas atividades laborais, com até 15 (quinze) caracteres alfanuméricos. 13.4 Cargo Cargo do trabalhador, constante na CTPS, se empregado ou trabalhador avulso, ou constante no Recibo de Produção e Livro de Matrícula, se cooperado, com até 30 (trinta) caracteres alfanuméricos. 13.5 Função Lugar administrativo na estrutura organizacional da empresa, onde o trabalhador tenha atribuição de comando, chefia, coordenação, supervisão ou gerência. Quando inexistente a função, preencher com NA – Não Aplicável, com até 30 (trinta) caracteres alfanuméricos. 13.6 CBO Classificação Brasileira de Ocupação vigente à época, com 6 (seis) caracteres numéricos: 1- No caso de utilização da tabela CBO relativa a 1994, utilizar a CBO completa com 5 (cinco) caracteres, completando com “0” (zero) a primeira posição; 2- No caso de utilização da tabela CBO relativa a 2002, utilizar a CBO completa com 6 (seis) caracteres. Alternativamente, pode ser utilizada a CBO, com 5 (cinco) caracteres numéricos, conforme Manual da GFIP para usuários do SEFIP, publicado por Instrução Normativa da Diretoria Colegiada do INSS: 1- No caso de utilização da tabela CBO relativa a 1994, utilizar a CBO completa com 5 (cinco) caracteres; 2- No caso de utilização da tabela CBO relativa a 2002, utilizar a família do CBO com 4 (quatro) caracteres, completando com “0” (zero) a primeira posição. A tabela de CBO pode ser consultada na Internet, no site www.mtecbo.gov.br. OBS: Após a alteração da GFIP, somente será aceita a CBO completa, com 6 (seis) caracteres numéricos, conforme a nova tabela CBO relativa a 2002. TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP 149 13.7 Código Ocorrência da GFIP Código Ocorrência da GFIP para o trabalhador, com 2 (dois) caracteres numéricos, conforme Manual da GFIP para usuários do SEFIP, publicado por Instrução Normativa da Diretoria Colegiada do INSS. 14 PROFISSIOGRAFIA Informações sobre a profissiografia do trabalhador, por período. A alteração do campo 14.2 implica, obrigatoriamente, a criação de nova linha, com discriminação do período. 14.1 Período Data de início e data de fim do período, ambas no formato DD/MM/AAAA. No caso de trabalhador ativo, a data de fim do último período não deverá ser preenchida. 14.2 Descrição das Atividades Descrição das atividades, físicas ou mentais, realizadas pelo trabalhador, por força do poder de comando a que se submete, com até 400 (quatrocentos) caracteres alfanuméricos. As atividades deverão ser descritas com exatidão, e de forma sucinta, com a utilização de verbos no infinitivo impessoal. SEÇÃO II SEÇÃO DE REGISTROS AMBIENTAIS 15 EXPOSIÇÃO A FATORES DE RISCOS Informações sobre a exposição do trabalhador a fatores de riscos ambientais, por período, ainda que estejam neutralizados, atenuados ou exista proteção eficaz. Facultativamente, também poderão ser indicados os fatores de riscos ergonômicos e mecânicos. A alteração de qualquer um dos campos - 15.2 a 15.8 - implica, obrigatoriamente, a criação de nova linha, com discriminação do período, repetindo as informações que não foram alteradas. OBS.: Após a implantação da migração dos dados do PPP em meio magnético pela Previdência Social, as informações relativas aos fatores de riscos ergonômicos e mecânicos passarão a ser obrigatórias. 15.1 Período Data de início e data de fim do período, ambas no formato DD/MM/AAAA. No caso de trabalhador ativo, a data de fim do último período não deverá ser preenchida. 15.2 Tipo F – Físico; Q – Químico; B – Biológico; E – Ergonômico/ Psicossocial, M – Mecânico/de Acidente, conforme classificação adotada pelo Ministério da Saúde, em “Doenças Relacionadas ao Trabalho: Manual de Procedimentos para os Serviços de Saúde”, de 2001. A indicação do Tipo “E” e “M” é facultativa. O que determina a associação de agentes é a superposição de períodos com fatores de risco diferentes. 15.3 Fator de Risco Descrição do fator de risco, com até 40 (quarenta) caracteres alfanuméricos. Em se tratando do Tipo “Q”, deverá ser informado o nome da substância ativa, não sendo aceitas citações de nomes comerciais. 15.4 Intensidade / Concentração Intensidade ou Concentração, dependendo do tipo de agente, com até 15 (quinze) caracteres alfanuméricos. Caso o fator de risco não seja passível de mensuração, preencher com NA – Não Aplicável. 150 UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO 15.5 Técnica Utilizada Técnica utilizada para apuração do item 15.4, com até 40 (quarenta) caracteres alfanuméricos. Caso o fator de risco não seja passível de mensuração, preencher com NA – Não Aplicável. 15.6 EPC Eficaz (S/N) S – Sim; N – Não, considerando se houve ou não a eliminação ou a neutralização, com base no informado nos itens 15.2 a 15.5, assegurada as condições de funcionamento do EPC ao longo do tempo, conforme especificação técnica do fabricante e respectivo plano de manutenção. 15.7 EPI Eficaz (S/N) S – Sim; N – Não, considerando se houve ou não a atenuação, com base no informado nos itens 15.2 a 15.5, observado o disposto na NR-06 do MTE, assegurada a observância: 1- da hierarquia estabelecida no item 9.3.5.4 da NR-09 do MTE (medidas de proteção coletiva, medidas de caráter administrativo ou de organização do trabalho e utilização de EPI, nesta ordem, admitindo-se a utilização de EPI somente em situações de inviabilidade técnica, insuficiência ou interinidade à implementação do EPC, ou ainda em caráter complementar ou emergencial); 2- das condições de funcionamento do EPI ao longo do tempo, conforme especificação técnica do fabricante ajustada às condições de campo; 3- do prazo de validade, conforme Certificado de Aprovação do MTE; 4- da periodicidade de troca definida pelos programas ambientais, devendo esta ser comprovada mediante recibo; e 5- dos meios de higienização. 15.8 C.A. EPI Número do Certificado de Aprovação do MTE para o Equipamento de Proteção Individual referido no campo 154.7, com 5 (cinco) caracteres numéricos. Caso não seja utilizado EPI, preencher com NA – Não Aplicável. 16 RESPONSÁVEL PELOS REGISTROS AMBIENTAIS Informações sobre os responsáveis pelos registros ambientais, por período. 16.1 Período Data de início e data de fim do período, ambas no formato DD/MM/AAAA. No caso de trabalhador ativo sem alteração do responsável, a data de fim do último período não deverá ser preenchida. 16.2 NIT Número de Identificação do Trabalhador com 11 (onze) caracteres numéricos, no formato XXX.XXXXX.XX-X. O NIT corresponde ao número do PIS/PASEP/CI sendo que, no caso de Contribuinte Individual (CI), pode ser utilizado o número de inscrição no Sistema Único de Saúde (SUS) ou na Previdência Social. 16.3 Registro Conselho de Classe Número do registro profissional no Conselho de Classe, com 9 (nove) caracteresalfanuméricos, no formato XXXXXX-X/XX ou XXXXXXX/XX. A parte “-X” corresponde à D – Definitivo ou P – Provisório. A parte “/XX” deve ser preenchida com a UF, com 2 (dois) caracteres alfabéticos. A parte numérica deverá ser completada com zeros à esquerda. TÓPICO 2 | NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP 151 16.4 Nome do Profissional Legalmente Habilitado Até 40 (quarenta) caracteres alfabéticos. SEÇÃO III SEÇÃO DE RESULTADOS DE MONITORAÇÃO BIOLÓGICA 17 EXAMES MÉDICOS CLÍNICOS E COMPLEMENTARES Informações sobre os exames médicos obrigatórios, clínicos e complementares, realizados para o trabalhador, constantes nos Quadros I e II, da NR-07 do MTE. 17.1 Data No formato DD/MM/AAAA. 17.2 Tipo A – Admissional; P – Periódico; R – Retorno ao Trabalho; M – Mudança de Função; D – Demissional. 17.3 Natureza Natureza do exame realizado, com até 50 (cinqüenta) caracteres alfanuméricos. No caso dos exames relacionados no Quadro I da NR-07, do MTE, deverá ser especificada a análise realizada, além do material biológico coletado. 17.4 Exame (R/S) R – Referencial; S – Seqüencial. 17.5 Indicação de Resultados Preencher Normal ou Alterado. Só deve ser preenchido Estável ou Agravamento no caso de Alterado em exame Seqüencial. Só deve ser preenchido Ocupacional ou Não Ocupacional no caso de Agravamento. OBS: No caso de Natureza do Exame “Audiometria”, a alteração unilateral poderá ser classificada como ocupacional, apesar de a maioria das alterações ocupacionais serem constatadas bilateralmente. 18 RESPONSÁVEL PELA MONITORAÇÃO BIOLÓGICA Informações sobre os responsáveis pela monitoração biológica, por período. 18.1 Período Data de início e data de fim do período, ambas no formato DD/MM/AAAA. No caso de trabalhador ativo sem alteração do responsável, a data de fim do último período não deverá ser preenchida. 18.2 NIT Número de Identificação do Trabalhador com 11 (onze) caracteres numéricos, no formato XXX.XXXXX.XX-X. O NIT corresponde ao número do PIS/PASEP/CI sendo que, no caso de Contribuinte Individual (CI), pode ser utilizado o número de inscrição no Sistema Único de Saúde (SUS) ou na Previdência Social. 18.3 Registro Conselho de Classe Número do registro profissional no Conselho de Classe, com 9 (nove) caracteres alfanuméricos, no formato XXXXXX-X/XX ou XXXXXXX/XX. A parte “-X” corresponde à D – Definitivo ou P – Provisório. A parte “/XX” deve ser preenchida com a UF, com 2 (dois) caracteres alfabéticos. A parte numérica deverá ser completada com zeros à esquerda. 18.4 Nome do Profissional Legalmente Habilitado Até 40 (quarenta) caracteres alfabéticos. SEÇÃO IV RESPONSÁVEIS PELAS INFORMAÇÕES 19 Data de Emissão do PPP Data em que o PPP é impresso e assinado pelos responsáveis, no formato DD/MM/AAAA. 152 UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO 20 REPRESENTANTE LEGAL DA EMPRESA Informações sobre o Representante Legal da empresa, com poderes específicos outorgados por procuração. 20.1 NIT Número de Identificação do Trabalhador com 11 (onze) caracteres numéricos, no formato XXX.XXXXX.XX-X. O NIT corresponde ao número do PIS/PASEP/CI sendo que, no caso de contribuinte individual (CI), pode ser utilizado o número de inscrição no Sistema Único de Saúde (SUS) ou na Previdência Social. 20.2 Nome Até 40 caracteres alfabéticos. Carimbo e Assinatura Carimbo da Empresa e Assinatura do Representante Legal. OBSERVAÇÕES Devem ser incluídas neste campo, informações necessárias à análise do PPP, bem como facilitadoras do requerimento do benefício, como por exemplo, esclarecimento sobre alteração de razão social da empresa, no caso de sucessora ou indicador de empresa pertencente a grupo econômico. 153 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você viu que: • O NTEP está diretamente relacionado com as chamadas doenças ocupacionais muito mais do que com os acidentes típicos. • Verificada a existência do referido nexo técnico epidemiológico, não mais cabe ao empregado (segurado) provar ou demonstrar que a doença foi produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade, ou que a doença foi adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente. 154 AUTOATIVIDADE 1 Verificada a existência do referido nexo técnico epidemiológico, não mais cabe ao empregado provar ou demonstrar que a doença foi produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade. ( ) Verdadeiro. ( ) Falso. 2 O nexo técnico epidemiológico presume: ( ) tratar de doença do trabalho. ( ) tratar de doença ou profissional. ( ) tratar de acidente no trabalho. ( ) tratar de doença organizacional. 3 Quem é o responsável por reconhecer a incapacidade para o trabalho e o nexo entre o trabalho e o agravo, tornando devidas as prestações acidentárias a que o beneficiário tenha direito: ( ) Ministério do Trabalho. ( ) Perícia médica do INSS. ( ) Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho. ( ) Técnico de Segurança do Trabalho. 4 Presume-se o nexo causal entre o agravo e o trabalho mediante o cruzamento/ combinação do CNAE (Código Nacional de Atividade Econômica) e a entidade mórbida motivadora da incapacidade (relacionada na Classificação Internacional de Doença – CID). ( ) Verdadeiro. ( ) Falso. 5 A presunção absoluta se dá pelos seguintes fatores: ( ) Nexo Causal + Incapacidade Laboral. ( ) Nexo Etiológico ou Nexo Técnico Epidemiológico. ( ) Doença do Trabalho (Nexo Etiológico + Incapacidade). ( ) Doença do Trabalho (NTE + Incapacidade). 155 DIVERSIDADE NO QUADRO DE PROFISSIONAIS: INCLUSÃO DE MINORIAS NO MERCADO DE TRABALHO Ainda hoje existem preconceitos e resistência na contratação de profissionais pertencentes a grupos de minoria. O resultado: empresas com um quadro de profissionais homogêneo em que nem todos os segmentos da sociedade estão representados. E você, aceita as diferenças? Está livre dos preconceitos e valoriza a diversidade no espaço de trabalho dentro da sua empresa? O assunto é delicado, mas é necessário que se fale dele. Flávia Cintra, jornalista, consultora de inclusão social e ativista de direitos humanos, diz que são poucos os empresários atendidos em seus trabalhos de consultoria que convivem de alguma forma com minorias. “Na minha rotina, estou acostumada a assessorar diretores e gestores de empresas que nunca tinham sequer conversado com alguém cego, surdo ou sentado em uma cadeira de rodas e que consideravam inviável contratar um profissional com deficiência. Ao final dos trabalhos, as palavras mais recorrentes são alívio e sucesso, pois se descobre que ter uma deficiência não precisa representar um limite profissional ou social na vida de ninguém”. Para muitos desses executivos, Flávia foi a primeira deficiente física com quem trataram mais de perto. Ela perdeu os movimentos aos 18 anos depois de um acidente de carro e, depois de um período complicado de adaptação, resolveu lutar pelos direitos dos deficientes e por um mercado de trabalho mais igualitário. “Tive uma fratura na coluna cervical e, por consequência, uma lesão medular que me tornou tetraplégica. Foi uma fase muito dolorosa, de inseguranças, tristezas e medos, mas que durou o tempo necessário para que eu percebesse que se não podia mais andar, ainda podia fazer muitas outras coisas. Resolvi descobrir quais e apostar nelas. Sempre fui indignada com as injustiças sociais, interessada por direitos humanos. Sentar em uma cadeira de rodas, sabendo que não poderia levantar tão cedo, fez com que eu dirigisse minha energia militante ao segmento da população que passei a fazer parte”, conta. Hoje, aos 35 anos, envolvida em diversos projetos de inclusãosocial no mercado de trabalho, acompanhou algumas evoluções, inclusive na forma como algumas empresas passaram a valorizar a diversidade no espaço de trabalho. “Temos assistido multinacionais definindo metas de promoção da mulher em posições de liderança, gestores de RH estendendo benefícios, como plano de saúde, aos companheiros de seus colaboradores homossexuais, negros ascendendo hierarquicamente nas empresas e, recentemente, a inclusão das pessoas com deficiência no mundo corporativo”, avalia. Uma dessas empresas é o Banco Real, que possui, inclusive, um Kit Diversidade, que é enviado a todos os gerentes de agências e possui informações LEITURA COMPLEMENTAR 156 de como tratar do preconceito. O material também instrui o gestor a perceber qual segmento não está bem representado no quadro de profissionais na hora de contratar um novo colaborador. “Valorizamos a diversidade em todas as suas dimensões, pois acreditamos que assim podemos construir as condições para que todos possam participar e se desenvolver plenamente. Temos ações que reforçam o respeito às pessoas como um dos quatro valores do Banco Real (respeito, integridade, trabalho em equipe e profissionalismo)”, explica Maria Cristina Carvalho, superintendente de Desenvolvimento Humano do Banco Real. Sem dúvida, conviver com diferenças é fundamental para o desenvolvimento de qualquer profissional. “É essa diversidade de talentos, interagindo abertamente e com muito respeito, que gera criatividade e permite encontrar soluções exclusivas para os negócios, em um mundo que também é diverso”, diz Maria Cristina. Além disso, Flávia Cintra acrescenta que a vantagem para a empresa é dupla: não só é socialmente responsável, como também é uma questão estratégica. “No mundo todo, as corporações começam a perceber que quanto mais diverso for seu público interno mais bem representado estará o perfil de seus clientes. Este formato favorece a assertividade da construção de serviços, produtos e soluções que geram venda e, consequentemente, lucro”, comenta. De qualquer forma, ainda não se pode realmente falar em uma democratização do mercado de trabalho. “Estamos vivendo um período de transformação política, social e cultural em relação ao trabalho das pessoas com deficiência e pertencentes aos grupos de minoria. A atual legislação brasileira já oferece o aparato necessário à inclusão econômica, mas apenas leis não são suficientes. Precisamos eliminar a desvantagem social, que está na maneira como essas pessoas são vistas e tratadas”, explica Flávia. Sua empresa também pode ajudar a mudar esse quadro, apostando também na diversidade dos colaboradores. Afinal, você pode perceber que tem motivos de sobra para implementar um programa de valorização às diferenças. Informe-se sobre as leis e sobre programas que outras empresas já instituem e abra espaço, democratize as contratações da sua empresa. Faça sua parte por um mundo mais igualitário. FONTE: FEJESP. Diversidade no quadro de profissionais: inclusão de minorias no mercado de trabalho. Disponível em: <http://newsletter.cbss.com.br/2009/02/diversidade.htm>. Acesso em: 30 ago. 2010. 157 TÓPICO 3 PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS UNIDADE 3 Estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS) calculam que há cerca de 610 milhões de pessoas com deficiência no mundo, das quais 386 milhões fazem parte da população economicamente ativa. Avalia-se que 80% do total vivam nos países em desenvolvimento. No Brasil, segundo o censo realizado no ano de 2000 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgado em 2002, existem 24,5 milhões de brasileiros portadores de algum tipo de deficiência. O critério utilizado pela primeira vez nesse levantamento foi o da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), recomendado pela Organização Mundial de Saúde. Em 9 de dezembro de 1975, a Organização das Nações Unidas (ONU) aprovou a Declaração dos Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência, defendendo o direito inerente das pessoas com deficiência ao respeito por sua dignidade e o de ter suas necessidades levadas em consideração em todos os estágios do planejamento socioeconômico. FONTE: Disponível em: <http://educacaodialogica.blogspot.com/2009/05/o- que-e-inclusao-social.html>. Acesso em: 4 nov. 2010. FIGURA 15 – INCLUSÃO SOCIAL 1 INTRODUÇÃO UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO 158 Nos anos que se seguiram foram elaboradas várias diretrizes e recomendações com o intuito de garantir à pessoa com deficiência o mesmo tratamento dispensado a qualquer outro cidadão. Também foram estabelecidas datas simbólicas referentes à questão, o que impulsionou o surgimento de muitos movimentos. 2 CONCEITO DE PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS A Convenção 159 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), de 1983, define pessoa com deficiência como aquela cuja possibilidade de conseguir, permanecer e progredir no emprego é substancialmente limitada em decorrência de uma reconhecida desvantagem física ou mental. Araújo (2005) destaca que pessoa com deficiência abrange um conjunto amplo de características. As deficiências podem ser físicas, sensoriais (da visão ou da audição), ou intelectuais. Podem ser de nascença ou ter surgido em outra época da vida, em função de doença ou acidente. Podem ter um impacto brando na capacidade de trabalho e de interação com o meio físico e social ou consequências maiores, que requerem apoio e assistência proporcionais. FONTE: Disponível em: <http://comunicacaoeinfo.blogspot.com/2010/03/ inclusao-social-todos-tem-direito.html>. Acesso em: 4 nov. 2010. A deficiência física pode ser definida como uma desvantagem, resultante de um comprometimento ou de uma incapacidade, que limita ou impede o desempenho motor de uma determinada pessoa, ocasionando alterações ortopédicas e/ou neurológicas. A deficiência física abrange uma variedade de condições não sensoriais que afetam o indivíduo em termos de mobilidade, de coordenação motora geral ou da fala, como decorrência de lesões neurológicas, neuromusculares e ortopédicas, ou ainda, de más formações congênitas ou adquiridas. (CORDE, 1997). FIGURA 16 – INCLUSÃO SOCIAL, TODOS TEM DIREITO NOTA TÓPICO 3 | PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS 159 Conforme dados publicados pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos (2004), os portadores de necessidades físicas apresentam: • dificuldades locomotoras: pessoas que usam bengala, muletas, cadeira de rodas, com membros inferiores mutilados, que usam algum tipo de aparato ortopédico fixo ou provisório (gesso, ataduras ou curativos), mães com crianças de colo, senhoras com sacolas, entre outras; • dificuldades corporais: pessoas idosas, cardiopatas, reumáticas, portadoras de Mal de Chagas, obesas, extremamente baixas ou de elevada estatura, com membros superiores lesados, gestantes após o sexto mês de gravidez e convalescentes em geral; • dificuldades sensoriais: pessoas com perda de visão parcial, total ou problemas clínicos como graus elevados de cataratas, astigmatismo, hipermetropia, estrabismo e daltonismos; com perda parcial ou total de audição, com problemas clínicos nos tímpanos e no ouvido médio, com problemas de fala total (mudas) ou parcial; • dificuldades mentais/culturais: pessoas com diferentes graus de incapacidade mental, analfabetos ou sem o domínio do idioma português. Assim, são considerados portadores de deficiência física os indivíduos que apresentam comprometimento da capacidade motora, nos padrões considerados normais para a espécie humana. O quadro a seguir apresenta as principais definições quanto aos tipos de deficiências. TIPOS DEFINIÇÕES Paraplegia Perda total das funções motoras dos membros inferiores. Paraparesia Perda parcial das funções motoras dos membrosinferiores. Monoplegia Perda total das funções motoras de um só membro (inferior ou superior). Monoparesia Perda parcial das funções motoras de um só membro (inferior ou superior). Tetraplegia Perda total das funções motoras dos membros inferiores e superiores. Tetraparesia Perda parcial das funções motoras dos membros inferiores e superiores. Triplegia Perda total das funções motoras em três membros. Triparesia Perda parcial das funções motoras em três membros. Hemiplegia Perda total das funções motoras de um hemisfério do corpo (direito ou esquerdo). Hemiparesia Perda parcial das funções motoras de um hemisfério do corpo (direito ou esquerdo). Amputação Perda total ou parcial de um determinado membro ou segmento de membro. Paralisia Cerebral Lesão de uma ou mais áreas do sistema nervoso central, tendo como consequência alterações psicomotoras, podendo ou não causar deficiência mental/intelectual. Nanismo Estado de um indivíduo caracterizado por uma estrutura muito pequena, decorrente de uma deficiência do crescimento provocada por insuficiência endócrina ou má alimentação. A baixa estatura é sua característica principal, com altura abaixo do terceiro percentil. Ostomia Situações em que é criada, artificialmente, uma ligação para o exterior, permanente ou transitória. Ex.: colostomia, ileostomia, urostomia, traqueostomia. FONTE: Jaime e Carmo (2005) QUADRO 10 – DEFINIÇÕES DOS TIPOS DE DEFICIÊNCIAS UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO 160 Referência o Ministério da Saúde (2008) que as principais causas das deficiências são: (1) os transtornos congênitos e perinatais, decorrentes da falta de assistência ou da assistência inadequada às mulheres na fase reprodutiva; (2) as doenças transmissíveis e crônicas não transmissíveis; (3) as perturbações psiquiátricas; (4) o abuso de álcool e de drogas; (5) a desnutrição; e (6) os traumas e as lesões, principalmente nos centros urbanos mais desenvolvidos, onde são crescentes os índices de violência e de acidentes de trânsito. De acordo com Araújo (2005), no Brasil, a Constituição Federal de 1988 incorporou garantias às pessoas com deficiência, proibindo a discriminação de salários e de critérios de admissão, assumindo como responsabilidade do estado a saúde, a assistência social e o atendimento educacional especializado, além de garantir a reserva de um percentual de cargos públicos para as pessoas com deficiência. Em decorrência, a Lei nº 7.853/89 traça a diretriz central a ser aplicada ao tema em estudo, ao estabelecer que: Art. 2º Ao Poder Público e seus órgãos cabem assegurar às pessoas portadoras de deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos, inclusive dos direitos à educação, à saúde, ao trabalho, ao lazer, à previdência social, ao amparo à infância e à maternidade, e de outros que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciem seu bem-estar pessoal, social e econômico. Parágrafo único. Para o fim estabelecido no caput deste artigo, os órgãos e entidades da administração direta e indireta devem dispensar, no âmbito de sua competência e finalidade, aos assuntos objetos desta Lei, tratamento prioritário e adequado, tendente a viabilizar, sem prejuízo de outras, as seguintes medidas. Assim, as pessoas portadoras de deficiências compõem uma parcela significativa da população brasileira, e devem ter os mesmos acessos que uma pessoa sem deficiência, a fim de garantir-lhes o direito de igualdade. 3 INCLUSÃO DE PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS NO MERCADO DE TRABALHO Em todo o mundo, cresce a consciência de que a inclusão das pessoas com deficiência é uma questão de ética, cidadania e redução da desigualdade social. E as empresas ganharam um papel de destaque, contratando, mantendo e promovendo pessoas com deficiência, reconhecendo sua potencialidade e dando-lhes condições de desenvolvimento profissional. TÓPICO 3 | PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS 161 Contudo, Araújo (2005) destaca que as empresas podem ir além, atuando junto aos seus parceiros e à comunidade e entidades do governo, contribuindo para mudanças de cultura e comportamento que tornem a própria sociedade mais inclusiva. Para a inclusão das pessoas deficientes, deve-se garantir o direito de acesso aos bens da sociedade – educação, saúde, trabalho, remuneração digna etc. Quanto à inclusão no mercado de trabalho, é necessário assegurar as condições de interação das pessoas portadoras de deficiência com os demais funcionários da empresa e com todos os parceiros e clientes com os quais lhes cabia manter relacionamento. FONTE: O autor Deve-se oferecer as possibilidades para que as pessoas com deficiência física possam desenvolver seus talentos e permanecer na empresa, atendendo aos critérios de desempenho previamente estabelecidos. A inserção da pessoa com deficiência no contexto do trabalho é um tema que vem fazendo parte das discussões dentro da Educação Especial já há muito tempo, porém, a preocupação com essa questão começou a se estender para o meio empresarial somente a partir da aprovação de leis específicas que tentam assegurar esse direito. (CORDE, 1997). Dados do Ministério do Trabalho e Emprego (2007) destacam que as empresas acreditam que as pessoas com deficiência têm condições de exercer um trabalho, mas apontam algumas dificuldades em função: • dela própria: falta de escolaridade, de interesse e de preparação profissional e social; FIGURA 17 – INCLUSÃO SOCIAL, DEFICIENTE FÍSICO NOTA UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO 162 Lei nº 11.788/08 sobre o Estágio Supervisionado de estudantes (desenvolvido no ambiente de trabalho, que visa à preparação para o trabalho produtivo de educando que estejam frequentando o ensino regular em instituições de educação superior, de educação profissional, de Ensino Médio, da Educação Especial e dos anos finais do ensino fundamental, na modalidade profissional da Educação de Jovens e Adultos) tem assegurados 10% das vagas; não são 10% dos postos de trabalho da empresa, mas 10% das vagas oferecidas na empresa a título de estágio. Assim, se forem oferecidas dez vagas de estágio, uma será para os deficientes. Portanto, essa lei contribui também para a inclusão do deficiente no mercado de trabalho, sob a forma de estágio. FONTE: Disponível em: <http://www.proffabiao.com.br/si/site/050613>. Acesso em: 4 nov. 2010. Conforme o Ministério do Trabalho e Emprego (2007), a inserção do portador de deficiências especiais no mercado de trabalho ocorrerá através do apoio governamental à formação profissional, e a garantia de acesso aos serviços concernentes, inclusive aos cursos regulares voltados à formação profissional; do empenho do Poder Público quanto ao surgimento e à manutenção de empregos, inclusive de tempo parcial, destinados às pessoas portadoras de deficiência que não tenham acesso aos empregos comuns; a promoção de ações eficazes que propiciem a inserção, nos setores público e privado de pessoas portadoras de deficiência; a adoção de legislação específica que discipline a reserva de mercado de trabalho, em favor das pessoas portadoras de deficiência, nas entidades da Administração Pública e do setor privado, e que regulamente a organização de oficinas e congêneres integradas ao mercado de trabalho, e a situação, nelas, das pessoas portadoras de deficiência. A Convenção nº 159 da OIT, convertida em lei no Brasil, milita em favor de ações combinadas entre Estado, sociedade civil e empresas para a efetiva inclusão da pessoa com deficiência no trabalho, sendo de se ressaltar a esse respeito o que se contém no art. 5º do Decreto nº 3.298/99, que regulamenta a Lei nº 7.853/89 e a Convenção em apreço, nos seguintes termos: Art. 5º A Política Nacional para a Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, em consonância com o Programa Nacional de DireitosNOTA • da empresa: condições inadequadas do ambiente físico e social, falta de conhecimento sobre a deficiência; • das instituições especiais: inadequação dos programas de treinamento profissional e social, falta de contato com as empresas para conhecer as suas necessidades; • do governo: de proporcionar acesso à escola e ao transporte, falta de incentivo para as empresas promoverem adaptações ergonômicas e desenvolverem programas de responsabilidade social. Os cargos que os funcionários com deficiência ocupavam exigiam pouca qualificação e o seu treinamento era realizado no próprio local de trabalho. TÓPICO 3 | PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS 163 Humanos, obedecerá aos seguintes princípios: I – desenvolvimento de ação conjunta do Estado e da sociedade civil, de modo a assegurar a plena integração da pessoa portadora de deficiência no contexto socioeconômico e cultural; II – estabelecimento de mecanismos e instrumentos legais e operacionais que assegurem às pessoas portadoras de deficiência o pleno exercício de seus direitos básicos que, decorrentes da Constituição e das leis, propiciam o seu bem-estar pessoal, social e econômico; e III – respeito às pessoas portadoras de deficiência, que devem receber igualdade de oportunidades na sociedade por reconhecimento dos direitos que lhes são assegurados, sem privilégios ou paternalismos. A garantia de acesso ao trabalho para as pessoas com deficiência é prevista tanto na legislação internacional como na brasileira. No Brasil, as cotas de vagas para pessoas com deficiência foram definidas em lei de 1991, porém só passou a ter eficácia no final de 1999, quando foi publicado o Decreto nº 3.298. Ela determina que as empresas com mais de cem empregados contratem pessoas com deficiência, segundo as seguintes cotas: • 100 a 200 empregados, 2%; • 201 a 1000 empregados, 3%; • 501 a 1000, 4%; • Acima de 1000 funcionários, 5%. Posteriormente, foi aprovada a portaria definindo a gradação das multas para o não cumprimento dessas cotas. Pode-se perceber um aumento da consciência social e a ação fiscalizadora do Ministério Público, fazendo com que ocorra uma ampliação do número de empresas que estão seguindo a legislação, estimulando- as a manter o número de vagas destinadas a pessoas com deficiência prevista na lei. Esta lei também é conhecida como Lei de Cotas, e torna obrigatória a contratação de pessoas com deficiência ou reabilitadas profissionalmente, por parte de todas as empresas que tenham cem ou mais empregados. Jaime e Carmo (2005) destacam que a publicação da Lei de Cotas torna obrigatória a inserção das pessoas com deficiência no mundo do trabalho no Brasil somente após: • quarenta a três anos após a aprovação da Declaração Universal dos Direitos Humanos (Art. 1 – Todos os homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos. São dotados de razão e consciência e devem agir em relação uns aos outros com espírito de fraternidade); • trinta e três anos após a Organização Internacional do Trabalho – OIT ter adotado a Convenção nº 111, que trata da discriminação no emprego e na profissão; • oito anos após a Convenção n° 159, sobre reabilitação profissional e emprego de pessoas com deficiência; UNIDADE 3 | ACIDENTE NO TRABALHO 164 • três anos depois da promulgação da Constituição Federal, que determina que a República Federativa do Brasil tem como um dos seus fundamentos a dignidade da pessoa humana, e inclui, dentre os direitos sociais, o direito ao trabalho. 165 Neste tópico, você viu que: • São considerados portadores de deficiência física os indivíduos que apresentam comprometimento da capacidade motora, nos padrões considerados normais para a espécie humana. • No Brasil, a Constituição Federal de 1988 incorporou garantias às pessoas com deficiência, proibindo a discriminação de salários e de critérios de admissão, assumindo como responsabilidade do estado a saúde, a assistência social e o atendimento educacional especializado, além de garantir a reserva de um percentual de cargos públicos para as pessoas com deficiência. • Deve-se oferecer as possibilidades para que as pessoas com deficiência física possam desenvolver seus talentos e permanecer na empresa, atendendo aos critérios de desempenho previamente estabelecidos. • A garantia de acesso ao trabalho para as pessoas com deficiência é prevista tanto na legislação internacional como na brasileira. No Brasil, as cotas de vagas para pessoas com deficiência foram definidas em lei de 1991, porém só passou a ter eficácia no final de 1999, quando foi publicado o Decreto nº 3.298, e determina que as empresas com mais de cem empregados contratem pessoas com deficiência, segundo cotas definidas. RESUMO DO TÓPICO 3 166 AUTOATIVIDADE 1 A Declaração dos Direitos das Pessoas Portadoras de Deficiência defende o direito inerente das pessoas com deficiência ao respeito por sua dignidade e o de ter suas necessidades levadas em consideração em todos os estágios do planejamento socioeconômico. ( ) Verdadeiro. ( ) Falso. 2 Os portadores de necessidades especiais não englobam as pessoas com: ( ) deficiência física. ( ) deficiência sensoriais (da visão ou da audição). ( ) deficiência de locomoção. ( ) analfabetos. ( ) deficiência intelectual. 3 As empresas oferecem vagas para os portadores de necessidades especiais, mas elas muitas vezes não são preenchidas pela falta de escolaridade, de interesse e de preparação profissional e social. ( ) Verdadeiro. ( ) Falso. 4 As empresas com menos de 100 empregados não são obrigadas a contratar pessoas com deficiência, conforme a lei de cotas. Apesar disso, as empresas com mais de 1.000 empregados precisam manter a seguinte cota: ( ) 2%. ( ) 5%. ( ) 3%. ( ) 4%. 5 A lei de cotas deve ser obedecida somente pelas empresas privadas, não sendo obrigatório no caso de órgãos públicos. ( ) Verdadeiro. ( ) Falso. 6 A inserção do deficiente físico no mercado de trabalho fez com que as empresas públicas e privadas, e a sociedade em geral, passe a garantir o acesso aos serviços públicos e privados e a adoção de legislação específica. ( ) Verdadeiro. ( ) Falso. 167 REFERÊNCIAS ALBERTON, A. 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