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2013 Saúde OcupaciOnal e Medicina dO TrabalhO ii Prof. Dickson Luis Novello Profa. Ingalisa Sandri Pazzini Copyright © UNIASSELVI 2013 Elaboração: Prof. Dickson Luis Novello Profa. Ingalisa Sandri Pazzini Revisão, Diagramação e Produção: Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri UNIASSELVI – Indaial. 363.1103 N939s Novello, Dickson Luis Saúde Ocupacional e Medicina do Trabalho II/ Dickson Luis Novello, Ingalisa Sandri Pazzini. Indaial : Uniasselvi, 2013. 169 p. : il ISBN 978-85-7830-822-3 1. Medicina do trabalho. Saúde Ocupacional. I. Centro Universitário Leonardo da Vinci. III apreSenTaçãO Como fruto da consolidação do processo da Revolução Industrial, no final do século XIX e início do século XX, restaram evidentes a importância e a necessidade de serem criados instrumentos que conjugassem a participação ativa de empregados objetivando a prevenção de acidentes do trabalho e de doenças ocupacionais. Em face disso, impõe-se reconhecer que os comitês de segurança ou comitês de fábricas instituídos nos países europeus que tomaram a dianteira do processo de industrialização representam, em verdade, o embrião da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, nos moldes em que se acha atualmente institucionalizada no Brasil. As atividades destinadas à segurança e à saúde no trabalho foram institucionalizadas no Brasil em 1943, com o advento da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que trouxe em seu bojo um capítulo específico sobre o assunto. Em todas as organizações, a segurança no trabalho deve alcançar um entendimento homogêneo indispensável ao sucesso dessas atividades importantes para as empresas, para os trabalhadores e para a própria sociedade. As empresas são responsáveis pela segurança e pela saúde de seus empregados no exercício do trabalho, sendo que suas obrigações são definidas pela Constituição Brasileira de 1988. Prof. Dickson Luis Novello Profa. Ingalisa Sandri Pazzini IV Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades em nosso material. Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo. Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto em questão. Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa continuar seus estudos com um material de qualidade. Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de Desempenho de Estudantes – ENADE. Bons estudos! UNI V VI VII SuMáriO UNIDADE 1 - SEGURANÇA DO TRABALHO .................................................................................1 TÓPICO 1 – CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO ......................................................3 1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................3 2 HISTÓRICO DA SAÚDE DO TRABALHO .....................................................................................3 2.1 CONCEITOS DE SEGURANÇA DO TRABALHO .....................................................................7 2.2 CONCEITOS DE SAÚDE DO TRABALHO ..................................................................................8 3 POLÍTICAS DE SEGURANÇA DO TRABALHO ..........................................................................9 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................14 RESUMO DO TÓPICO 1 ......................................................................................................................17 AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................18 TÓPICO 2 – DOENÇAS OCUPACIONAIS ......................................................................................19 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................19 2 CONCEITO DE DOENÇA OCUPACIONAL .................................................................................19 3 DOENÇAS AGUDAS E CRÔNICAS ..............................................................................................22 3.1 PRINCIPAIS DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO ..............................................23 RESUMO DO TÓPICO 2 ......................................................................................................................26 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................27 TÓPICO 3 – INSALUBRIDADE .........................................................................................................29 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................29 2 ATIVIDADES INSALUBRES ...........................................................................................................29 2.1 PERICULOSIDADE .......................................................................................................................34 3 PERÍCIA TÉCNICA DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE ..............................................................................................................................36 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................38 RESUMO DO TÓPICO 3 ......................................................................................................................40 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................41 UNIDADE 2 – SAÚDE OCUPACIONAL ..........................................................................................43 TÓPICO 1 – POLÍTICA DE SAÚDE OCUPACIONAL ..................................................................45 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................45 2 CONTEXTO DO SURGIMENTO ....................................................................................................45 3 CONCEITO E FINALIDADE DO PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL - PCMSO ......................................................................48 4 POLÍTICA DE SAÚDE OCUPACIONAL .......................................................................................51 RESUMO DO TÓPICO 1.......................................................................................................................54AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................55 TÓPICO 2 – EXAMES EXIGIDOS PELA NR-7 ................................................................................57 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................57 2 ATESTADO DE SAÚDE OCUPACIONAL ....................................................................................57 3 EXAMES EXIGIDOS PELA NR-7 .....................................................................................................59 3.1 EXAME ADMISSIONAL .............................................................................................................62 3.2 EXAME PERIÓDICO ....................................................................................................................63 3.3 EXAME DE RETORNO AO TRABALHO ..................................................................................64 VIII 3.4 EXAME DE MUDANÇA DE FUNÇÃO .....................................................................................64 3.5 EXAME DEMISSIONAL ...............................................................................................................65 3.6 EXAMES COMPLEMENTARES ..................................................................................................66 RESUMO DO TÓPICO 2 ......................................................................................................................69 AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................70 TÓPICO 3 – EDUCAÇÃO EM SAÚDE OCUPACIONAL ..............................................................73 1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................73 2 GESTÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL .........................................................73 3 COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES ....................................................78 4 NORMAS REGULAMENTADORAS .............................................................................................86 LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................88 RESUMO DO TÓPICO 3.......................................................................................................................91 AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................92 UNIDADE 3 – ACIDENTE NO TRABALHO ....................................................................................95 TÓPICO 1 – COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO .............................................97 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................97 2 CONCEITO DE ACIDENTES NO TRABALHO ...........................................................................98 3 O ACIDENTE NA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA VIGENTE ................................................100 3.1 ESPÉCIE LEGAIS DE ACIDENTE DO TRABALHO ...............................................................101 4 COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE DO TRABALHO ................................................................102 LEITURA COMPLEMENTAR ...........................................................................................................105 RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................108 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................109 TÓPICO 2 – NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP ................111 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................111 2 CONCEITO DE NTEP .....................................................................................................................111 3 METOLOGIA ....................................................................................................................................113 RESUMO DO TÓPICO 2 ...................................................................................................................149 AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................150 LEITURA COMPLEMENTAR ..........................................................................................................151 TÓPICO 3 – PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS ................................................153 1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................153 2 CONCEITO DE PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS ............................................................................................................................................154 3 INCLUSÃO DE PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS NO MERCADO DE TRABALHO ...........................................................................156 RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................161 AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................162 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................163 1 UNIDADE 1 SEGURANÇA DO TRABALHO OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM PLANO DE ESTUDOS Esta unidade tem por objetivos: • conhecer os conceitos e políticas de segurança no trabalho; • identificar as doenças ocupacionais; • possibilitar o reconhecimento das atividades insalubres e periculosas. Esta unidade está dividida em três tópicos, sendo que em cada um deles você encontrará atividades que o(a) ajudarão a fixar os conhecimentos adquiridos. TÓPICO 1 – CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO TÓPICO 2 – DOENÇAS OCUPACIONAIS TÓPICO 3 – INSALUBRIDADE 2 3 TÓPICO 1 UNIDADE 1 CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO 1 INTRODUÇÃO A segurança no trabalho busca a proteção do trabalhador em seu local de atuação profissional, abrangendo aspectos relacionados à segurança e à higiene. Seu objetivo básico envolve a prevenção de riscos e de acidentes nas atividades, com o objetivo de defender a integridade da pessoa humana. No art. 196 da Constituição Federal, o direito à saúde é garantido a todos os cidadãos por meio de medidas que visem à redução do risco de doenças e outros agravos, além de acesso a ações para sua proteção e recuperação. A segurança do trabalho é então definida como “o conjunto de medidas que versam sobre condições específicas de instalação do estabelecimento e de suas máquinas, visando à garantia do trabalhador contra a natural exposição aos riscos inerentes à prática da atividade profissional”. (CF, 1988). Pelo Decreto-Lei nº 5.452, em 1943, foi promulgada a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), cujo capítulo V - Da Segurança e Medicina do Trabalho, alterado pela Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, trata dos problemas da saúde do trabalhador. A Portaria nº 3.214 (de 08/06/1978), aprovando, conforme art. 200 da CLT, as Normas Regulamentadoras (NR) relativas à Segurança e Medicina do Trabalho, estabelece ênfase na prevenção do acidente de trabalho, modificando a antiga visão de apenas indenizar os prejuízos jácausados. 2 HISTÓRICO DA SAÚDE E DO TRABALHO Para se conhecer melhor o histórico da segurança do trabalho, é necessário pesquisar a época do homem primitivo, que teve sua integridade física e capacidade produtiva diminuída pelos acidentes de caça, da pesca e da guerra, que eram consideradas as atividades mais importantes de sua época. Depois, quando o homem das cavernas se transformou em artesão, descobrindo o minério e os metais, estes puderam facilitar seu trabalho pela fabricação das primeiras ferramentas, conhecendo também as primeiras doenças do trabalho, provocadas pelos próprios materiais que utilizava. UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO 4 Até o início da Revolução Industrial, existem poucos relatos sobre acidentes e doenças provenientes do trabalho, haja vista que neste período predominava o trabalho escravo e manual. Com o advento da máquina a vapor, a produtividade aumentou e o trabalhador passou a viver em um ambiente de trabalho agressivo, ocasionado por diversos fatores, dentre eles, a força motriz, a divisão de tarefas e a concentração de várias pessoas em um mesmo estabelecimento. Nesse contexto, os riscos de acidentes e doenças originadas do trabalho começaram a surgir com rapidez. (SALIBA, 2004). O início da Revolução Industrial em 1780, a invenção da máquina a vapor por James Watts em 1776 e do regulador automático de velocidade em 1785, marcaram profundas alterações tecnológicas em todo o mundo, permitindo a organização das primeiras fábricas modernas e indústrias, o que significava uma revolução econômica e social, e também acarretou os primeiros acidentes de trabalho e as doenças profissionais, que se alastraram e ganharam proporções alarmantes. (ALBERTON, 1996). A Revolução Industrial alterou o cenário organizacional e gerou novos e graves problemas, pois o incremento da produção em série revelou a fragilidade do homem na competição desleal com a máquina. As condições de trabalho precárias somadas às jornadas de trabalho excessivas (15 a 16 horas diárias) provocaram reações por parte do proletariado, desencadeando vários movimentos sociais que influenciaram os políticos e legisladores a introduzirem medidas ilegais. FONTE: Disponível em: <http://www.ufrgs.br/proin/versao_2/biografias/ index40.html>. Acesso em: 3 nov. 2010. FIGURA 1 – IMAGENS DO FILME “TEMPOS MODERNOS” CHARLES CHAPLIN NOTA TÓPICO 1 | CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO 5 Com isso, os acidentes de trabalho começaram a tomar proporções. Os acidentes eram provocados, na sua maioria, por substâncias e ambientes inadequados, dadas às condições péssimas em que as atividades fabris se desenvolviam, fazendo com que os trabalhadores ficassem doentes e, em alguns casos, até mutilados. Esta situação continuou até a Primeira Guerra Mundial, apesar de apresentar algumas melhorias com o surgimento dos trabalhadores especializados e mais treinados para manusear equipamentos complexos, que necessitavam de cuidados especiais para garantir maior proteção e melhor qualidade. De acordo com Alberton (1996), na Segunda Guerra Mundial, o movimento prevencionista tomou forma, pois foi quando se pôde perceber que a capacidade industrial determinou o vencedor. Com isso, percebeu-se que esta capacidade industrial seria adquirida com um maior número de trabalhadores em produção ativa. Saliba (2004) relata que as primeiras leis de acidente do trabalho surgiram na Alemanha, em 1884, estendendo-se logo a vários países da Europa, até chegar ao Brasil por meio do Decreto Legislativo nº 3.724, de 15 de janeiro de 1919. Com a criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT) pelo Tratado de Versalhes, as normas sobre proteção à saúde e integridade física do trabalhador ganharam força, contribuindo bastante na prevenção de acidentes e doenças do trabalho. As Convenções da OIT ratificadas pelo Brasil incorporam-se à legislação interna do país. As convenções sobre a matéria, e ratificadas pelo Brasil, são: • Convenção nº 103 - Amparo à Maternidade. • Convenção nº 115 - Proteção contra as radiações ionizantes. • Convenção nº 127 - Peso máximo das cargas. • Convenção nº 134 - Prevenção de acidentes de trabalho dos marítimos. • Convenção nº 136 - Proteção contra os riscos de intoxicação provocados pelo benzeno. • Convenção nº 139 - Prevenção e controle de riscos profissionais causados pelas substâncias ou agentes cancerígenos. • Convenção nº 148 - Proteção dos trabalhadores contra os riscos devidos à contaminação do ar, ao ruído e às vibrações no local de trabalho. • Convenção nº 152 - Segurança e higiene nos trabalhos portuários. • Convenção nº 155 - Segurança e saúde dos trabalhadores e meio ambiente de trabalho. • Convenção nº 159 - Reabilitação profissional e emprego de pessoas deficientes. • Convenção nº 161 - Os serviços de saúde no trabalho. • Convenção nº 162 - Utilização do asbesto com segurança. • Convenção nº 163 - Proteção da saúde e a assistência médica aos trabalhadores marítimos. • Convenção nº 167 - Segurança e saúde na construção. • Convenção nº170 - Segurança na utilização de produtos químicos no trabalho. • Convenção nº 182 - Proibição das piores formas de trabalho infantil e a ação UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO 6 imediata para sua eliminação. No Brasil, a higiene e segurança do trabalho foram elevadas à hierarquia constitucional em 1946 (art. 154, VIII). Em 1977, a Lei nº 6.514, regulamentada pela Portaria nº 3.214/78, deu nova redação ao Capítulo V da CLT, avançando nas exigências prevencionistas. O que é conhecido hoje como Saúde do Trabalhador é, portanto, a resposta institucional a esses diversos movimentos sociais que, entre a metade dos anos 70 e os anos 90 confluíram para a reivindicação de que a Saúde do Trabalhador fizesse parte do direito universal à saúde, incluída no escopo da Saúde Pública. Entre os principais movimentos que contribuíram para o desenvolvimento da institucionalização da Saúde do Trabalhador no âmbito do Sistema Único de Saúde, temos: • o movimento de oposição dos anos 70 e 80; • o movimento da Reforma Sanitária Brasileira; • o movimento pelas eleições diretas e pela Assembleia Nacional Constituinte; e • a promulgação da “Constituição Cidadã” em 1988, com a conquista do direito à saúde e o advento do Sistema Único de Saúde (SUS). Em 1988, o povo brasileiro conquistou, após quase 500 anos de história, o direito universal à saúde, disposto na Constituição da República Federativa do Brasil, em seu Art. 196 como “... um direito de todos e um dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas...”. A Constituição Federal - CF (1988), também ampliou os dispositivos relativos à matéria, dentre os quais, destaca-se: Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: [...] XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e segurança; XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma da lei; [...] XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa [...]. Desta forma, compreende-se que no âmbito da configuração, a Saúde NOTA TÓPICO 1 | CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO 7 do Trabalhador se dá diretamente no âmbito do direito à saúde, previsto como competência do Sistema Único de Saúde (SUS) e, devido à abrangência de seu campo de ação, apresenta caráter intrasetorial (envolvendo todos os níveis de atenção e esferas de governo do SUS) e intersetorial (envolvendo setores relacionados com a Previdência Social, Trabalho, Meio Ambiente, Justiça, Educação e demais setores relacionados com as políticas de desenvolvimento). 2.1 CONCEITOS DE SEGURANÇA DO TRABALHOA segurança no trabalho pode ser entendida como o conjunto de medidas que são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como proteger a integridade e a capacidade laboral. De acordo com Saliba (2004), a segurança do trabalho é a ciência que atua na prevenção dos acidentes do trabalho decorrentes dos fatores de risco operacionais. FONTE: Disponível em: <http://www.carlosbritto.com/page/590/>. Acesso em: 3 nov. 2010. Conforme Wachowicz (2007), a segurança é um estado de baixa probabilidade de ocorrência de eventos que provocam danos e perdas às pessoas (funcionários, clientes, terceirizados, fornecedores etc.), ao patrimônio (estrutura física, equipamentos, ferramentas etc.) e ao meio ambiente (ar atmosférico, solo, meio hídrico, rios, mares, lagos, lençóis subterrâneos, flora, fauna etc.). A segurança no trabalho de uma empresa é composto de uma equipe multidisciplinar formada por técnicos, engenheiros, médicos, enfermeiros, tecnólogos, psicólogos, designers, arquitetos, fisioterapeutas, entre outros profissionais que atuam na área de segurança. FIGURA 2 – PLACAS UTILIZADAS NA SEGURANÇA DO TRABALHO NOTA UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO 8 A segurança no trabalho é definida por normas e leis, sendo que, no Brasil, a Legislação de Segurança do Trabalho compõe-se de normas regulamentadoras, normas regulamentadoras rurais e outras leis complementares, como portarias e decretos, e também as Convenções Internacionais da Organização Internacional do Trabalho. Saliba apud Wachowicz (2007) associa a segurança do trabalho com fatores da higiene ocupacional. Assim, falar em segurança implica abordar aspectos referentes à higiene e à saúde do trabalhador, envolvendo medicina, meio ambiente, aspectos jurídicos e ergonomia, ou seja, a segurança requer uma ação holística. Por isso, quanto maior a segurança, menor será a ocorrência de danos, acidentes, lesões, mutilações ou mesmo mortes. Nesse sentido, os principais conceitos são: • acidente é um fonômeno de natureza multifacetada, resultante de integrações complexas entre fatores físicos, biológicos, psicológicos, sociais e culturais; • a função segurança é um conjunto de ações que têm por finalidade reduzir a frequência e a intensidade da manifestação dos perigos; • risco bruto é o risco associado às atividades da organização na ausência da função segurança. Do balanço de forças entre função segurança e risco bruto resulta o risco líquido, que produz danos e perdas ao longo do tempo, isto é, o risco jamais é eliminado completamente e há sempre um risco líquido residual. Quanto menor o risco residual almejado, maior o custo para atingi-lo. A legislação atual de Segurança do Trabalho compõe-se de Normas Regulamentadoras, Normas Regulamentadoras Rurais, outras leis complementares, como Portarias e Decretos, e também as Convenções Internacionais da Organização Internacional do Trabalho – OIT, ratificadas pelo Brasil. 2.2 CONCEITOS DE SAÚDE DO TRABALHO A Saúde do Trabalhador tem como objeto de estudo o processo saúde- doença dos grupos humanos, em sua relação com o trabalho. Nessa perspectiva, rompe com a concepção hegemônica que estabelece um vínculo causal entre a doença e um agente específico. (GOULART et al., 2006). TÓPICO 1 | CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO 9 Conceitua-se a expressão saúde do trabalhador como um conjunto de atividades que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008). FONTE: Disponível em: <http://tecnicosemseguranca.blogspot.com. br/2009_11_01_archive.htm>. Acesso em: 3 nov. 2010. Conforme Paulo et al. (1996), define-se saúde como um estado de relativo equilíbrio de forma e função do organismo, que resulta de seu ajustamento dinâmico satisfatório às forças que tendem a perturbá-lo. Não é um inter-relacionamento passivo entre a matéria orgânica e as forças que agem sobre ela, mas uma resposta ativa do organismo no sentido de reajustamento de suas condições normais. 3 POLÍTICAS DE SEGURANÇA DO TRABALHO Conforme Campos (2007), a segurança e saúde no trabalho estão entre as atividades que devem ter o respaldo de uma política que esteja em conformidade com as obrigações legais e sociais da empresa e com os princípios fundamentais de combate aos infortúnios de trabalho. FIGURA 3 – SEGURANÇA NÃO SE CONQUISTA, SE FAZ NOTA UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO 10 A política que trata da prevenção de acidentes difere de outras políticas empresariais somente no conteúdo, os conceitos são os mesmos, pois se trata de um documento normativo que estabelece uma linha de conduta a ser observada por pessoas e setores da empresa. Esta definição inclui os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), como órgão da empresa, e a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), como comissão legalmente constituída. FONTE: Disponível em: <http://sites.google.com/site/ reinissegurancadotrabalho/sesmt>. Acesso em: 3 nov. 2010. Campos (2007) destaca que uma política de segurança possibilita cobertura normativa e apoio logístico a alguns assuntos administrativos e operacionais das atividades destinadas à prevenção de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, para assegurar o sucesso das atividades. As vantagens de uma política de segurança e saúde no trabalho bem definidas mantém estável a operacionalidade das atividades, evitando-se riscos de mudança de rumo em determinadas ocasiões. Os serviços especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) são obrigatórios nas empresas privadas, públicas, órgãos públicos da administração direta e indireta e nas sedes dos poderes legislativos e judiciários que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (NR-04). O número de profissionais que compõe a equipe varia conforme o grau de risco e o número de empregados do estabelecimento. FIGURA 4 – SESMT – EQUIPE MULTIPISCIPLINAR NOTA TÓPICO 1 | CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO 11 FONTE: Disponível em: <HTTP//:www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_04. pdf>. Acesso em: 3 nov. 2010. QUADRO 1 – DIMENSIONAMENTO DOS SESMT – QUADRO II Neste contexto, os organismos governamentais esforçam-se para tornarem efetivas as ações relativas à Segurança e Saúde do Trabalho. Tais esforços são evidenciados nas seguintes ações: o poder Legislativo, pela edição de leis específicas; o Executivo, por meio da fiscalização e campanhas de conscientização das Delegacias Regionais do Trabalho; e o Judiciário, com a estipulação de pesadas indenizações aos trabalhadores, nos casos de acidentes com culpa caracterizada do empregador. Os esforços governamentais, aliados às exigências dos trabalhadores que buscam exigir melhores condições de trabalho uma vez que seus advogados lhes instruem devidamente e considerando todos os prejuízos decorrentes dos acidentes do trabalho, ensejam um gerenciamento eficaz dos Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT). Em 08 de junho de 1978, o Ministério do Trabalho expediu a Portaria nº 3.214 que, composta de 28 normas regulamentadoras (NR) relativas à Segurança e Medicina do Trabalho, exige das empresas que possuam empregados, regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho, ações que visem prever e prevenir as situações capazes de provocar ferimentos ou problemas de saúde ocupacionais. Exigindo inclusive, das empresas com maior risco de acidente e com grande quantidade de funcionários, a constituição dos Serviços Especializados em UNIDADE 1 |SEGURANÇA DO TRABALHO 12 Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), integrados por Médico do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Técnico de Segurança do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho e Auxiliar de Enfermagem do Trabalho. Atualmente, há 33 Normas Regulamentadoras, mais uma (34ª) em texto para consulta pública. São elas: • Norma Regulamentadora Nº 01 Disposições Gerais • Norma Regulamentadora Nº 02 Inspeção Prévia • Norma Regulamentadora Nº 03 Embargo ou Interdição • Norma Regulamentadora Nº 04 Serviços Especializados em Eng. de Segurança e em Medicina do Trabalho • Norma Regulamentadora Nº 05 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes • Norma Regulamentadora Nº 06 Equipamentos de Proteção Individual - EPI • Norma Regulamentadora Nº 07 Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional • Norma Regulamentadora Nº 08 Edificações • Norma Regulamentadora Nº 09 Programas de Prevenção de Riscos Ambientais • Norma Regulamentadora Nº 10 Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade • Norma Regulamentadora Nº 11 Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais • Norma Regulamentadora Nº 12 Máquinas e Equipamentos • Norma Regulamentadora Nº 13 Caldeiras e Vasos de Pressão • Norma Regulamentadora Nº 14 Fornos • Norma Regulamentadora Nº 15 Atividades e Operações Insalubres • Norma Regulamentadora Nº 16 Atividades e Operações Perigosas • Norma Regulamentadora Nº 17 Ergonomia • Norma Regulamentadora Nº 18 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção • Norma Regulamentadora Nº 19 Explosivos TÓPICO 1 | CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO 13 FONTE: Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/default. asp>. Acesso em: 3 nov. 2010. • Norma Regulamentadora Nº 20 Líquidos Combustíveis e Inflamáveis • Norma Regulamentadora Nº 21 Trabalho a Céu Aberto • Norma Regulamentadora Nº 22 Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração • Norma Regulamentadora Nº 23 Proteção Contra Incêndios • Norma Regulamentadora Nº 24 Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho • Norma Regulamentadora Nº 25 Resíduos Industriais • Norma Regulamentadora Nº 26 Sinalização de Segurança • Norma Regulamentadora Nº 27 Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB • Norma Regulamentadora Nº 28 Fiscalização e Penalidades • Norma Regulamentadora Nº 29 Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário • Norma Regulamentadora Nº 30 Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário • Norma Regulamentadora Nº 31 Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura • Norma Regulamentadora Nº 32 Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde • Norma Regulamentadora Nº 33 Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados • Norma Regulamentadora Nº 34 Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e Reparação Naval • Norma Regulamentadora Nº 35 Segurança e Saúde em trabalhos em altura • Norma Regulamentadora Nº 36 Segurança e Saúde no trabalho em empresas de Abate e Processamento de carnes e derivados UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO 14 A eliminação ou a redução da exposição às condições de risco e a melhoria dos ambientes de trabalho para promoção e proteção da saúde do trabalhador constituem um desafio que ultrapassa o âmbito de atuação dos serviços de saúde, exigindo soluções técnicas, às vezes complexas e de elevado custo. Em certos casos, medidas simples e pouco onerosas podem ser implementadas, com impactos positivos e protetores para a saúde do trabalhador e o meio ambiente. O controle das condições de risco para a saúde e melhoria dos ambientes de trabalho envolve as seguintes etapas: • identificação das condições de risco para a saúde presentes no trabalho; • caracterização da exposição e quantificação das condições de risco; • discussão e definição das alternativas de eliminação ou controle das condições de risco; • implementação e avaliação das medidas adotadas. É muito importante que os trabalhadores participem de todas as fases desse processo, porque em muitos casos, apenas eles são capazes de informar sutis diferenças existentes entre o trabalho prescrito e o trabalho real, que explicam o adoecimento e o que deve ser modificado para que se obtenha os resultados desejados. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001). ESTRATÉGIA DE SUCESSO: RECURSOS DIFERENCIADOS LEVAM A MENSAGEM DA PREVENÇÃO A 17 MIL TRABALHADORES Imagine uma construção que no pico de sua obra contou com a operação de 17 mil profissionais. Trabalhadores de diferentes culturas, raças, qualificações, experiências, idades e gênero. Que ferramenta poderia ser adotada por essa mesma empresa para que a gestão de Saúde, Segurança e Meio Ambiente fosse eficaz? Quem pensou em comunicação está certo. Foi nessa área que o Consórcio de Alumínio do Maranhão (Alumar), localizado em São Luiz, capital do estado maranhense, apostou. Há seis anos, um dos mais modernos complexos de produção de alumínio e alumina do mundo iniciou o seu projeto de expansão. O trabalho desenvolvido pela empresa para garantir um ambiente livre de incidentes e acidentes foi reconhecido, e no Prêmio Proteção Brasil 2009 conquistou o Melhor Case Nacional, Melhor Case Nordeste e Melhor Case na categoria Comunicação em SST (Saúde e Segurança LEITURA COMPLEMENTAR NOTA TÓPICO 1 | CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO 15 no Trabalho). Com o título "Comunicação para SSMA (Saúde, Segurança e Meio Ambiente)", o trabalho nasceu com o objetivo de alinhar os colaboradores à missão e aos objetivos do projeto e complementar os esforços do sistema de gestão de SSMA para construir a expansão da refinaria. Quem conta mais detalhes é o superintendente de Saúde, Segurança e Meio Ambiente do projeto de expansão, Javier Marcondes Torrico. "Lançamos mão do maior número de recursos de comunicação direta e indireta disponíveis, mas sempre com o objetivo não só de garantir uma comunicação efetiva, mas de obtermos um retorno se as informações estavam sendo absorvidas pelos trabalhadores", explicou. Personagem O primeiro passo adotado como estratégia de comunicação foi a criação de um mascote, com o objetivo de fazer com que a mensagem fosse mais facilmente recebida e os trabalhadores se identificassem com ele. O Bond Obra, como foi chamado esse personagem, passou a integrar todas as ações de comunicação da Alumar, estimulando nos trabalhadores o desejo de ter as características e atitudes do mascote. “Todos os materiais impressos e campanhas passaram a ter a figura dele, atribuída a uma mensagem com uma linguagem simples, não como uma informação técnica, mas do dia a dia do trabalhador”, reforça Torrico. Os materiais ficam distribuídos pelas áreas de trabalho, refeitórios, áreas de convivência, áreas administrativas e frentes de trabalho. MASCOTE “BOND OBRA” FONTE: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/-pAYjNd92SNg/U7Af_kKGw1I/ AAAAAAAAAR4/V3754eMZMuU/s1600/BOND+OBRA+BANNER+2.jpg> Acesso em: 3 nov. 2010. UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO 16 Em alguns momentos, os próprios colaboradores vestiram a fantasia do mascote, como em eventos, e até mesmo nos Diálogos Diários de Segurança. Como Torrico recorda, o Bond Obra repassa aos trabalhadores informações fundamentais sobre a necessidade do uso correto dos equipamentos de proteção individual, segurança no trabalho em altura, além de integrar a campanha permanente de prevenção de acidentes com mãos e dedos e os assuntos relativos à Ergonomia, Meio Ambiente e cuidados com a Saúde e a Segurança fora do trabalho. FONTE: REVISTA PROTEÇÃO. Estratégiade sucesso: recursos diferenciados levam a mensagem da prevenção a 17 mil trabalhadores. Disponível em: <http://www.protecao.com.br/site/ content/ materias/materia_detalhe.php?pagina=1&id=Anja>. Acesso em: 25 ago. 2010. 17 RESUMO DO TÓPICO 1 Neste tópico, você viu que: • A segurança no trabalho busca a proteção do trabalhador em seu local de trabalho, abrangendo aspectos relacionados à segurança e à higiene do trabalho. É a ciência que atua na prevenção dos acidentes do trabalho decorrentes dos fatores de risco operacionais. • A segurança no trabalho de uma empresa é composta de uma equipe multidisciplinar formada por técnicos, engenheiros, médicos, enfermeiros, tecnólogos, psicólogos, designers, arquitetos, fisioterapeutas, entre outros profissionais que atuam na área de segurança. • A segurança e saúde no trabalho estão entre as atividades que devem ter o respaldo de uma política que esteja em conformidade com as obrigações legais e sociais da empresa e com os princípios fundamentais de combate aos infortúnios de trabalho. • Os organismos governamentais esforçam-se para tornarem efetivas as ações relativas à Segurança e Saúde do Trabalho. Tais esforços são evidenciados nas seguintes ações: o poder Legislativo, pela edição de leis específicas; o Executivo, por meio da fiscalização e campanhas de conscientização das Delegacias Regionais do Trabalho; e o Judiciário, com a estipulação de pesadas indenizações aos trabalhadores, nos casos de acidentes com culpa caracterizada do empregador. 18 AUTOATIVIDADE 1 Qual o foco da segurança no trabalho? ( ) A saúde no trabalho. ( ) A emissão da CAT. ( ) As doenças do trabalho e doenças profissionais. ( ) A proteção do trabalhador em seu local de trabalho. 2 O país onde as primeiras leis de acidente de trabalho surgiram foi: ( ) Japão. ( ) Brasil. ( ) Alemanha. ( ) Estados Unidos. 3 Qual a frase incorreta: ( ) A segurança no trabalho é o conjunto de medidas que buscam minimizar os acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. ( ) A segurança no trabalho atua na prevenção dos acidentes do trabalho. ( ) A segurança no trabalho destina-se às empresas privadas e públicas, excluindo-se os trabalhadores rurais. ( ) O risco bruto é o risco associado às atividades da organização na ausência da Função Segurança. 4 O que não se refere à saúde do trabalhador: ( ) Manutenção da produtividade das máquinas. ( ) Vigilância epidemiológica e vigilância sanitária. ( ) Promoção e proteção da saúde dos trabalhadores. ( ) Uso de EPIs. 5 O SESMT é obrigatório em quais empresas? ( ) Nas empresas privadas. ( ) Nas empresas informais. ( ) Nas empresas públicas. ( ) Nos órgãos públicos da administração direta e indireta. 6 Qual o instrumento que rege a segurança e medicina no trabalho? ( ) Médico do trabalho. ( ) Normas Regulamentadoras. ( ) Técnico de segurança do trabalho. ( ) Constituição da República do Brasil. 19 TÓPICO 2 DOENÇAS OCUPACIONAIS UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO Os fatores de adoecimento relacionados à organização do trabalho, em geral considerados nos riscos ergonômicos, podem ser identificados em diversas atividades, desde a agricultura tradicional até processos de trabalho modernos que incorporam alta tecnologia e sofisticadas estratégias de gestão. Os processos de reestruturação produtiva e globalização da economia de mercado, em curso, têm acarretado mudanças significativas na organização e gestão do trabalho com repercussões importantes sobre a saúde do trabalhador. Entre suas consequências destacam-se os problemas osteomusculares e o adoecimento mental relacionados ao trabalho, que crescem em importância em todo o mundo. A exigência de maior produtividade, associada à redução contínua do contingente de trabalhadores, à pressão do tempo e ao aumento da complexidade das tarefas, além de expectativas irrealizáveis e as relações de trabalho tensas e precárias, constituem fatores psicossociais responsáveis por situações de estresse relacionado ao trabalho. 2 CONCEITO DE DOENÇA OCUPACIONAL A denominação “doenças ocupacionais” passou a ser adotada como o gênero mais próximo que abrange a doença profissional e a doença do trabalho, que são doenças relacionadas com o trabalho. Cabe distinguir neste momento o que é doença profissional e doença do trabalho, que apesar de parecerem muito semelhantes, não o são. Russomano apud Oliveira (2008) adverte que o acidente e a enfermidade possuem definições próprias. A equiparação entre eles se faz apenas juridicamente com consequências nas reparações e nos direitos que resultam para o trabalhador nos dois casos. Enquanto o acidente é um fato que provoca lesão, a enfermidade profissional é um estado patológico ou mórbido, ou seja, perturbação da saúde do trabalhador. O acidente caracteriza-se pelo episódio de um fato súbito e externo ao trabalhador, ao passo que a doença ocupacional normalmente vai se instalando aos poucos e se manifesta internamente com tendência de agravamento. UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO 20 Segundo Oliveira (2008, p. 46), a doença profissional é aquela típica de determinada profissão, também chamada de doença profissional típica, tecnopatia ou ergopatia. Ou seja, o exercício de determinada profissão pode produzir ou desencadear certas patologias e assim, é presumido o nexo causal da doença com a atividade. Exemplificando, um empregado de uma mineradora que trabalha exposto ao pó de sílica e contrai a silicose. Por outro lado, a doença do trabalho ou mesopatia ou doença profissional atípica, mesmo tendo origem na atividade do trabalhador como na doença profissional, não está vinculada necessariamente a esta ou aquela profissão. Sendo assim, decorre da forma em que o trabalho é prestado ou das condições específicas do ambiente de trabalho. Um exemplo atual são as LER (Lesões por Esforços Repetitivos) e DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), já que podem ser desencadeadas em qualquer atividade, sem vinculação direta a determinada profissão. O artigo 20 da Lei nº 8.213/91 faz menção expressa à doença ocupacional: Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo anterior, as seguintes entidades mórbidas: I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da Previdência Social; II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso I. Consta ainda nesta Lei, inciso III, que as chamadas doenças ocupacionais são equiparadas ao acidente de trabalho por ser proveniente de contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade. A doença, neste caso, ocorre de forma repentina, como por exemplo, no caso de contágio por produtos radioativos. NOTA TÓPICO 2 | DOENÇAS OCUPACIONAIS 21 De acordo com Oliveira (2008): Cabe neste passo precisar o conceito das três denominações: doença profissional, doença do trabalho e doença ocupacional, já que a lei, como princípio hermenêutico, não contém palavras inúteis. A doença profissional é aquela peculiar à determinada atividade ou profissão, também chamada de doença profissional típica, tecnopatia ou ergopatia. O exercício de determinada profissão pode produzir ou desencadear certas patologias, sendo que, nessa hipótese, o nexo causal da doença com a atividade é presumido. Basta comprovar a prestação do serviço na atividade e o acometimento da doença profissional. Sinteticamente, pode-se afirmar que doença profissional é aquela típica de determinada profissão.Por outro lado, a doença do trabalho, também chamada mesopatia ou doença profissional atípica, apesar de igualmente ter origem na atividade do trabalhador, não está vinculada necessariamente a esta ou aquela profissão. Seu aparecimento decorre da forma em que o trabalho é prestado ou das condições específicas do ambiente de trabalho. O grupo atual das LER/DORT é um exemplo oportuno das doenças do trabalho. Nas doenças do trabalho “as condições excepcionais ou especiais do trabalho determinam a quebra da resistência orgânica com a consequente eclosão ou a exacerbação do quadro mórbido, e até mesmo o seu agravamento”. Diferentemente das doenças profissionais, as mesopatias não têm nexo causal presumido, exigindo comprovação de que a patologia desenvolveu-se em razão das condições especiais em que o trabalho foi realizado. Essa questão, no entanto, teve alteração significativa no final de 2006, no sentido de facilitar o enquadramento como doença ocupacional, porque a Lei nº 11.430/06, [...] instituiu o nexo técnico epidemiológico, acrescentando um novo artigo na Lei nº 8.213/91, com o seguinte teor: Art. 21-A. A perícia médica do INSS considerará caracterizada a natureza acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade elencada na Classificação Internacional de Doenças - CID, em conformidade com o que dispuser o regulamento. § 1º A perícia médica do INSS deixará de aplicar o disposto neste artigo quando demonstrada a inexistência do nexo de que trata o caput deste artigo. § 2º A empresa poderá requerer a não aplicação do nexo técnico epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso com efeito suspensivo, da empresa ou do segurado, ao Conselho de Recursos da Previdência Social. UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO 22 Diante dos significados específicos de doença profissional e doença do trabalho, a denominação “doenças ocupacionais” passou a ser adotada como o gênero mais próximo que abrange as modalidades das doenças relacionadas com o trabalho. A NR-7 da Portaria nº 3.214/78, que regulamenta o Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) faz referência às doenças ocupacionais ou patologias ocupacionais, como vocábulo gênero. Para evitar a expressão doença profissional ou do trabalho, é preferível englobá-las na designação genérica de doenças ocupacionais. (OLIVEIRA, 2008). Garcia (2008) complementa que enquanto as doenças profissionais são decorrentes de trabalho peculiar exercido, as doenças do trabalho decorrem de condições especiais de trabalho desempenhado. 3 DOENÇAS AGUDAS E CRÔNICAS A doença pode ser classificada como doença crônica e aguda. Uma doença aguda geralmente dura por um curto período de tempo, e pode ir longe sem o uso do medicamento e/ou cirurgia. Por outro lado, a doença crônica ocorre durante um longo período de tempo ou mantém-se recorrente. Às vezes, a doença crônica pode durar toda a vida da pessoa. Uma doença crônica é uma doença que não é resolvida num curto tempo. Este tipo de doenças não põe em risco a vida da pessoa em curto prazo, logo não são emergências médicas. No entanto, elas podem ser extremamente sérias, e várias doenças crônicas podem levar à morte. As doenças crônicas são doenças de evolução prolongada, permanentes, para as quais, atualmente, não existe cura, afetando negativamente a saúde e funcionalidade do doente. No entanto, os seus efeitos podem ser controlados, melhorando a qualidade de vida destes doentes. Os principais tipos de doenças crônicas existentes são: diabetes, obesidade, câncer, doenças respiratórias, doenças cardiovasculares, a maioria das doenças autoimunes, algumas infecções como a tuberculose, lepra, sífilis ou gonorreia e a AIDS. A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que, em 57 milhões de mortes num ano, 59% são devido às doenças crônicas de declaração não obrigatória, como as doenças cardiovasculares, a diabetes, a obesidade, o câncer e as doenças respiratórias. NOTA TÓPICO 2 | DOENÇAS OCUPACIONAIS 23 Já as doenças agudas são aquelas que têm um curso acelerado, terminando com convalescença ou morte em menos de três meses. A maioria das doenças agudas caracteriza-se em várias fases. O início dos sintomas pode ser abrupto ou insidioso, seguindo-se uma fase de deterioração até um máximo de sintomas e danos, fase de plateau, com manutenção dos sintomas e possivelmente novos picos, uma longa recuperação com desaparecimento gradual dos sintomas, e a convalescência, em que já não há sintomas específicos da doença, mas o indivíduo ainda não recuperou totalmente as suas forças. Na fase de recuperação podem ocorrer as recrudescências, que são exacerbamentos dos sintomas de volta a um máximo ou plateau, e na fase de convalescência as recaídas, devido à presença continuada do fator desencadeante e do estado debilitado do indivíduo, além de (novas) infecções. 3.1 PRINCIPAIS DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO A relação das doenças profissionais e do trabalho constantes no art. 20, I, está inserida no Anexo II do atual Regulamento da Previdência Social - Decreto nº 3.048, de 6 de maio de 1999 - tendo caráter apenas exemplificativo. A relação das doenças ocupacionais foi adotada também pelo Ministério da Saúde, por intermédio da Portaria nº 1.339/GM de 18 de novembro de 1999. (OLIVEIRA, 2008). O Anexo II sofreu uma mudança introduzida pelo Decreto nº 6.042, de 12 de fevereiro de 2007, que englobou três relações importantes: a primeira indica os agentes patogênicos causadores de doenças profissionais ou do trabalho; a segunda – Lista A – aponta os agentes ou fatores de risco de natureza ocupacional, relacionados com a etiologia de doenças profissionais e de outras doenças relacionadas com o trabalho e a terceira – Lista B – indica as doenças ocupacionais e os possíveis agentes etiológicos ou fatores de risco de natureza ocupacional. A Lei nº 8.213, no seu art. 20, inciso II, parágrafo 1º, enumera um rol que excluiu a consideração de doença ocupacional, in verbis: § 1º Não são consideradas como doença do trabalho: a) a doença degenerativa; b) a inerente a grupo etário; c) a que não produza incapacidade laborativa; d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. O parágrafo 1º do art. 20 da Lei nº 8.213/91 esclarece que nas hipóteses mencionadas nesse parágrafo, pode-se perceber que a doença não tem nexo causal UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO 24 Doenças degenerativas são aquelas que provocam a degeneração de todo o organismo, desde vasos sanguíneos, tecidos, ossos, visão, órgãos internos e cérebro. Exemplos: arteriosclerose, a hipertensão, as doenças cardíacas, cânceres, alzheimer, reumatismo etc. com o trabalho, ou seja, apareceu no trabalho, mas não pelo trabalho. Explica também, que as doenças degenerativas ou inerentes ao grupo etário, normalmente independem do fator laboral e poderiam aparecer mesmo estando desempregado ou aposentado o trabalhador. Nessa relação, merece destaque a doença que não gera a incapacidade laborativa, que não é considerada doença do trabalho, não se equiparando, assim, ao acidente do trabalho. Muitas doenças, relacionadas ou não ao trabalho, exigem, pela sua gravidade, o imediato afastamento do trabalho, como parte do tratamento (repouso obrigatório) e/ou pela necessidade de interromper a exposição aos fatores de risco presentes nas condições e/ou nos ambientes de trabalho. Outras doenças, por serem menos graves, não implicam, necessariamente, o afastamento do trabalho. Muitos médicos se veem em dúvida quanto à questão dosatestados médicos. Alguns são muito liberais e, na dúvida, concedem longos períodos de afastamento, tentando proteger o trabalhador. Outros são muito rigorosos ou restritivos, concedendo tempo insuficiente para a melhora efetiva do paciente/trabalhador. (OLIVEIRA, 2008). Não são considerados como doenças do trabalho: a doença degenerativa; a inerente a grupo etário; a que não produz incapacidade laborativa; a doença endêmica adquirida por segurados habitantes de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que resultou de exposição ou contato determinado pela natureza do trabalho. Não há uma fórmula fixa para tal tipo de decisão, que fica a critério do médico que atende ao paciente/trabalhador. A maior dificuldade decorre da falta de critérios objetivos que orientem a conduta do médico, principalmente quando ele não está familiarizado com o ambiente e as condições de trabalho do paciente. Nesse sentido, algumas diretrizes ou informações são importantes, como destaca o Ministério da Saúde (2001): • não sendo trabalhador segurado, o atestado médico é apenas um documento pessoal do paciente/trabalhador, não tendo, em princípio, outro significado no caso de trabalhadores autônomos, avulsos e empresários; • para os servidores públicos, contratados sob o RJU (Regime Jurídico Único), o atestado médico de incapacidade para o trabalho é necessário para que ele NOTA TÓPICO 2 | DOENÇAS OCUPACIONAIS 25 obtenha o abono da ausência ao trabalho; • sendo o trabalhador segurado pela Previdência Social, o atestado médico de incapacidade para o trabalho servirá para justificar seu afastamento do trabalho, pelo tempo que o médico solicitar. Porém, na verdade, o atestado médico irá justificar as faltas ao trabalho apenas nos primeiros 15 (quinze) dias, que sempre são pagos pela empresa; • é importante distinguir o afastar-se da função ou a atividade do afastar-se do trabalho. Esta última situação está, quase sempre, vinculada à natureza e à gravidade da doença e, principalmente, à necessidade de repouso, às vezes no leito. Havendo necessidade de afastamento superior a 15 (quinze) dias, o paciente/trabalhador/segurado deverá se apresentar à Perícia Médica do INSS, quando o médico-perito irá se pronunciar sobre a necessidade de afastamento, decorrente da existência (ou não) de incapacidade laborativa. Se esta for constatada ou reconhecida, desencadeará a concessão do benefício auxílio- doença (Exame Médico-Pericial Inicial ou Ax-1), cujo valor corresponde a 91% do salário de benefício. Portanto, a partir do 16º dia, confirmando-se a necessidade de afastamento do trabalho, o pagamento correrá por conta do INSS, enquanto perdurar a incapacidade (temporária) laboral. FONTE: Disponível em: <http://www.previdenciasocial.gov.br/>. Acesso em: 3 nov. 2010. A concessão de auxílio-doença acidentário por acidente de trabalho, que inclui as doenças relacionadas ao trabalho das Listas A e B do Decreto nº 3.048/1999, em decorrência de incapacidade laboral temporária superior a 15 (quinze) dias, garante ao paciente/trabalhador/ segurado a estabilidade de um ano no emprego, após a sua cessação. FIGURA 5 – PREVIDÊNCIA SOCIAL NOTA 26 RESUMO DO TÓPICO 2 Neste tópico, você viu que: • A doença profissional é típica de determinada profissão, sendo presumido o nexo causal da doença com a atividade. • A doença do trabalho, mesmo tendo origem na atividade do trabalhador como na doença profissional, não está vinculada necessariamente a esta ou aquela profissão. Sendo assim, decorre da forma em que o trabalho é prestado ou das condições específicas do ambiente de trabalho. Um exemplo atual é a LER/ DORT, pois podem ser desencadeadas em qualquer atividade, sem vinculação direta a determinada profissão. • Diante dos significados específicos de doença profissional e doença do trabalho, a denominação “doenças ocupacionais” passou a ser adotada como o gênero mais próximo que abrange as modalidades das doenças relacionadas com o trabalho. • Muitas doenças, relacionadas ou não ao trabalho, exigem, pela sua gravidade, o imediato afastamento do trabalho, como parte do tratamento (repouso obrigatório) e/ou pela necessidade de interromper a exposição aos fatores de risco presentes nas condições e/ou nos ambientes de trabalho. Outras doenças, por serem menos graves, não implicam, necessariamente, o afastamento do trabalho. • Havendo necessidade de afastamento superior a 15 (quinze) dias, o paciente/ trabalhador/segurado deverá se apresentar à Perícia Médica do INSS, quando o médico-perito irá se pronunciar sobre a necessidade de afastamento. 27 AUTOATIVIDADE 1 As doenças ocupacionais não são: ( ) doenças profissionais. ( ) doença do trabalho. ( ) moléstias contagiosas. ( ) LER/DORT. 2 A doença ocupacional está definida: ( ) no art. 20 da Lei nº 8.213/91. ( ) no art. 7º da Constituição Federal. ( ) no art. 196 da Constituição Federal. ( ) no art. 255 da CLT. 3 O acidente de trabalho pode ser considerado como a doença profissional e a doença do trabalho? ( ) Sim. ( ) Não. ( ) Somente em alguns casos. ( ) Não sei. 4 Não são características da doença profissional: ( ) doença profissional típica. ( ) tecnopatia. ( ) nexo causal da doença com a atividade não é presumido. ( ) ergopatia. 5 A doença do trabalho aparece na forma com que o trabalho é prestado ou das condições específicas do ambiente de trabalho. ( ) Verdadeiro. ( ) Falso. 6 Quais doenças são consideradas como sendo doença do trabalho? ( ) Doença degenerativa. ( ) Inerente a grupo etário. ( ) Diabetes. ( ) LER/DORT. ( ) Doenças cardiovasculares. 28 29 TÓPICO 3 INSALUBRIDADE UNIDADE 1 1 INTRODUÇÃO O art. 191 da CLT, conforme Saliba e Corrêa (2004, p. 19), enfatiza que a empresa deve proporcionar um ambiente de trabalho favorável ao trabalhador, adotando para tanto medidas para reduzir a insalubridade aos limites de tolerância ou utilizar os equipamentos de proteção individual. O adicional de insalubridade é devido ao trabalhador que, em determinadas circunstâncias, desenvolveu ou desenvolve suas atividades sob condições insalubres. O adicional de periculosidade é devido ao trabalhador que, em determinadas circunstâncias, desenvolveu ou desenvolve suas atividades sob condições perigosas. A palavra periculosidade significa a qualidade ou o estado de perigoso, caracterizando o adicional. 2 ATIVIDADES INSALUBRES Conforme Saliba e Corrêa (2004, p. 11), “a palavra insalubre vem do latim e significa tudo aquilo que origina doença, e a insalubridade é a qualidade de insalubre”. No dicionário Aurélio, o termo “insalubre” significa prejudicial à saúde, nocivo; e “insalubridade” significa inadequado à vida, nocivo. (AURÉLIO, 2007). Insalubridade pode ser definida como uma atividade que expõe o trabalhador a agentes nocivos à sua saúde, acima dos limites de sua tolerância. Isso é o que se pode entender do art. 189 e 190 da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) (BRASIL, 2002): Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivo à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo e exposição aos seus efeitos. 30 UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO Os trabalhadores, sujeitos a estes agentes de qualquer natureza, diretamente relacionados com o trabalho e a eles peculiares, podem contrair doenças causadas pelos mesmos, chamadas de doenças profissionais. Ao analisar o conceito de insalubridade conforme o artigo 189 da CLT, pode-se considerar que esse conceito é tecnicamente correto dentro dos princípios da Higiene do Trabalho. A insalubridadeé o trabalho com agentes agressivos que causam danos à saúde, afetando o bem estar do trabalhador. As condições insalubres são caracterizadas pela atuação dos agentes físicos, agentes químicos e os agentes biológicos existentes nos próprios ambientes de trabalho que, em virtude da natureza, da intensidade, bem como o tempo de exposição, ocasionam nocividade à saúde de quem trabalha. Para a configuração da insalubridade, são necessários alguns requisitos como exposição permanente a agentes insalubres, inspeção do local de trabalho acima dos limites de tolerância de exposição aos agentes nocivos. Assim, para as atividades em que os trabalhadores são expostos a agentes nocivos, acima dos limites fixados pelo Ministério do Trabalho, perceberão o direito ao adicional de insalubridade. O trabalhador terá direito em receber adicional equivalente ao grau máximo, médio e mínimo, como descreve o art. 192 da CLT (BRASIL, 2002): Art. 192. O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário mínimo, segundo classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo. Segundo Araújo (2005), as empresas são classificadas em três níveis de risco de acidente de trabalho, conforme sua atividade preponderante: leve, média e grave. O artigo 195, caput, da CLT, prevê que a caracterização e a classificação da insalubridade far-se-á sempre através de perícia. Art. 195. A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se- NOTA TÓPICO 3 | INSALUBRIDADE 31 ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho. (BRASIL. Decreto-Lei 5.452, de 1º de maio de 1943, 2002). A NR-15 listou os agentes considerados insalubres, estando na classificação: os ruídos, ruídos de impacto, exposição ao calor, radiações ionizantes, trabalho sob condições hiperbáricas, radioações não ionizantes, vibrações, frio, umidade, agentes químicos cuja insalubridade é caracterizada por limite de tolerância e inspeção no local de trabalho, poeiras minerais, agentes químicos e agentes biológicos. FONTE: Disponível em: <http://o-jacaranda.blogspot.com/2009/01/luz-fabrica-textil- moderna.html>. Acesso em: 3 nov. 2010. Há também, um quadro com os graus de insalubridade para cada agente agressivo. São utilizados critérios quantitativo e qualitativo, tendo como fundamento legal o art. 200 da Consolidação das Leis do Trabalho, que outorga ao Ministério do Trabalho o poder de baixar normas que completem aqueles não mencionados pela Lei, o que torna possível a permanente e contínua adequação das normas legais à realidade dos ambientes de trabalho. Ainda a NR-15 (2010) destaca que: FIGURA 6 – FÁBRICA TÊXTIL MODERNA NOTA 32 UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO 15.1. São consideradas atividades ou operações insalubres as que se desenvolvem: 15.1.1. Acima dos limites de tolerância previstos nos anexos nº 1, 2, 3, 5, 11 e 12; 15.1.2. (Revogado pela Portaria nº 3.751, de 23.11.1990); 15.1.3. Nas atividades mencionadas nos anexos nº 6, 13 e 14; 15.1.4. Comprovadas através de Laudo de Inspeção do local de trabalho, constantes dos anexos nº 7, 8, 9 e 10; 15.1.5. Entende-se por Limite de Tolerância, para os fins desta Norma, a concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada coma natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à Saúde do Trabalhador, durante sua vida laboral. 15.2. O exercício do trabalho em condições de insalubridade, de acordo com os subitens do item anterior, assegura ao trabalhador a percepção de adicional, incidente sobre o salário mínimo da região, equivalente a: 15.2.1. 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo; 15.2.2. 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio; 15.2.3. 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo. 15.3. No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade será considerado apenas o de grau mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, sendo vedada a percepção cumulativa. 15.4. A eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a cessação do pagamento do adicional respectivo. 15.4.1. A eliminação ou neutralização da insalubridade deverá ocorrer: a) Com a adoção de medida de ordem geral que conserve o ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância; b) Com a utilização de equipamento de proteção individual. 15.4.1.1. Cabe a autoridade regional competente em matéria de segurança e saúde do trabalho, comprovada a insalubridade por laudo técnico de Engenheiro de Segurança do Trabalho ou Médico do Trabalho, devidamente habilitado, fixar adicional devido aos empregados expostos à insalubridade quando impraticável sua eliminação ou neutralização. 15.4.1.2. A eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada através de avaliação pericial por órgão competente, que comprove a inexistência de risco à saúde do trabalhador. 15.5. É facultado às empresas e aos sindicatos de categorias profissionais interessadas requererem ao Ministério do Trabalho, através das Delegacias Regionais do Trabalho, a realização de perícia em estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou determinar atividade insalubre. 15.5.1 Nas perícias requeridas às Delegacias Regionais do Trabalho, desde que comprovada a insalubridade, o Perito do Ministério do Trabalho indicará o adicional devido. TÓPICO 3 | INSALUBRIDADE 33 Anexo Atividades ou operações que exponham o trabalhador a: Percentual 1 Níveis de ruído contínuo ou intermitente superiores aos limites de tolerância fixados no quadro constante do Anexo nº 1 e no item 6 do mesmo anexo. 20% 2 Níveis de ruído de impacto superiores aos limites de tolerância fixados nos itens 2 e 3 do Anexo nº 2. 20% 3 Exposição ao calor com valores de IBUTG superiores aos limites de tolerância fixados nos quadros nº 1 e 2. 20% 4 ** Revogado pela Portaria nº 3.751, de 23.11.1990. 40% 5 Níveis de radiações ionizantes com radioatividade superior aos limites de tolerância fixados neste Anexo. 40% 6 Trabalho sob condições hiperbáricas. 20% 7 Radiações não ionizantes consideradas insalubres em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho. 20% 8 Vibrações consideradas insalubres em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho. 20% 9 Frio considerado insalubre em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho. 20% 10 Umidade considerada insalubre em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho. 20% 11 Agentes químicos cujas concentrações sejam superiores aos limites de tolerância fixados no Quadro nº 1. 10%, 20% e 40% 12 Poeiras minerais cujas concentrações sejam superiores aos limites de tolerância fixados neste Anexo. 40% 13 Atividades ou operações envolvendo agentes químicos, consideradas insalubres em decorrência de inspeção realizada no local de trabalho. 10%, 20% e 40% 14 Agentes biológicos. 20% e 40% FONTE: NR-15 (2010) QUADRO 2 – GRAUS DE INSALUBRIDADE O art. 192 da CLT estabelece que o exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites de tolerância fixados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, assegurada a percepção do adicional respectivamente de 40%, 20% e 10% do salário mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo. (SALIBA; CORRÊA, 2009). Este adicional será sem acréscimos, resultantes de gratificações, prêmios ou participação dos lucros da empresa (art. 193 da CLT), sendo que o empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade queporventura lhe seja devido. 15.6. O Perito descreverá no laudo a técnica e a aparelhagem utilizadas. 15.7. O disposto no item 15.5. não prejudica a ação fiscalizadora do Ministério do Trabalho, nem a realização ex-officio da perícia, quando solicitado pela Justiça, na localidade onde não houver Perito. O quadro a seguir apresenta a tabela com os graus de insalubridade. 34 UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO O grau de insalubridade depende do tipo de agente insalubre a que o empregado está exposto. Por exemplo, o agente ruído gera adicional em grau médio, enquanto a poeira gera grau máximo. Outro aspecto importante a ser considerado é que o grau não varia de acordo com a intensidade do agente, isto é, uma concentração de poeira dez vezes superior ao limite gera o mesmo grau de insalubridade que uma concentração duas vezes superior ao limite de tolerância. 2.1 PERICULOSIDADE A CLT menciona em seu art. 193 que as atividades ou operações perigosas são consideradas, aquelas que, por natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado. Saliba e Corrêa (2009) destacam que nesta definição, foram determinados três pressupostos para a configuração da periculosidade: • contato com inflamáveis e explosivos; • caráter permanente; • em condições de risco acentuado. A NR-16 da Portaria n° 3.214 estabelece as atividades e operações em condições de periculosidade com inflamáveis e explosivos, bem como as áreas de risco. Outro fator gerador de periculosidade é o contato com energia elétrica, instituído pela Lei n° 7.369/85, que para tal instituiu o adicional de periculosidade. Essa lei foi regulamentada pelo Decreto n° 93.412, de 14 de outubro de 1986, estabelecendo as atividades em condições de periculosidade e áreas de risco. NOTA NOTA TÓPICO 3 | INSALUBRIDADE 35 Saliba e Corrêa (2009) explicam que, posteriormente, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) instituiu o adicional de periculosidade para as atividades ou operações que envolvem radiações ionizantes e substâncias radioativas, por meio da Portaria nº 3.393, de 17 de dezembro de 1987, instrumento este, no entanto, considerado ilegal por alguns profissionais da área jurídica – vez que o direito de recebimento do adicional foi criado por uma Portaria. O art. 193 da CLT (§ 1º) estabelece que o valor do adicional seja de 30% sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações ou participações nos lucros da empresa, podendo o empregado optar pelo adicional que porventura lhe seja devido (art. 193, § 2º). Portanto, os adicionais de insalubridade e periculosidade também não podem ser cumulativos, devendo o empregado fazer a opção. FONTE: O autor FIGURA 7 – ATIVIDADES QUE GERAM PERICULOSIDADE NOTA 36 UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO 3 PERÍCIA TÉCNICA DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE O art. 189 da CLT define que operações insalubres são aquelas que expõem os empregados a agentes nocivos à saúde acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efeitos. Já as operações periculosas são as atividades ou operações perigosas, sendo aquelas que, por natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado. A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade são feitas por perícia a cargo do Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho, conforme art. 195 da CLT. A perícia poderá ser feita pelo médico ou pelo engenheiro, tanto para constatar a insalubridade como para a periculosidade quando não for necessário o conhecimento específico de um dos profissionais ou de outro. Art. 195. (...). § 1º É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais interessadas requererem ao Ministério do Trabalho a realização de perícia em estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou delimitar as atividades insalubres ou perigosas. § 2º Arguida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por empregado, seja por sindicato, em favor de grupo de associados, o juiz designará perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não houver, requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho. (...). Portanto, a perícia visando à caracterização da insalubridade é obrigatória, podendo ser extrajudicial ou judicial. O parágrafo 1º deste artigo da CLT concede às empresas e aos sindicatos a faculdade de requererem ao Ministério do Trabalho e Emprego a realização de perícia em estabelecimentos ou setor deste, com o objetivo de classificar ou delimitar as atividades insalubres. Nesse sentido, Vieira (2002) destaca que o laudo pericial é o relato escrito e formal que o perito envia à autoridade que o nomeou. A razão da realização da perícia é a necessidade que tem a autoridade de ser elucidada sobre um determinado fato jurídico. Desta forma, o objetivo básico de todo o laudo é o de fornecer esclarecimentos a quem o solicita. NOTA TÓPICO 3 | INSALUBRIDADE 37 Portanto, de forma clara, deve ser elaborado, fornecendo informações objetivas, sobre fatos de natureza técnica, não dominados pelo juízo. A estrutura do laudo deve obedecer a certa ordenação, que possui as seguintes partes: preâmbulo, histórico, descrição, discussão, conclusão e resposta aos quesitos, explicados a seguir, conforme Vieira (2002): • Preâmbulo: no preâmbulo o perito fará sua apresentação declinando o seu nome. A seguir, explicita o motivo da perícia, citando o processo e as partes envolvidas. • Histórico: nesta etapa, devem ser narrados todos os antecedentes importantes para elucidar o laudo, como, os cargos e funções exercidos pelo reclamante e outras circunstâncias relacionadas à perícia. • Descrição: é a parte central da perícia; sobre ela estarão assentadas todas as demais partes do laudo: a) Local de trabalho: será descrito em suas dimensões, tipo de construção, piso, cobertura, abertura, luminárias, distribuição de máquinas e equipamentos, assim como as condições gerais de higiene e limpeza; b) Descrição do trabalho: deverá ser feita de forma completa e ordenada das tarefas e atribuições exercidas. A descrição deve, basicamente, responder às seguintes questões: O que se faz? Como e com que se faz? E para que se faz? A sequência lógica das tarefas realizadas, destacando fatores como esforço físico, complexidade e tempo de execução, que são importantes para definir as condições de risco profissional a serem posteriormente descritas. As tarefas devem ser expressas iniciando a frase com o verbo no infinitivo. Assim, a descrição das tarefas de um açougueiro poderá ser: • examinar as peças de carne recebidas, verificando sua qualidade e quantidade; • transportar as peças de carne para a câmara frigorífica, para evitar sua deterioração; • dividir a carne em partes menores, utilizando-se de serra de fita e facas, para facilitar a venda ao público. Ao final da descrição das tarefas, deve-se citar se o autor usava equipamentos de proteção individual. c) Descrição do processo operacional: descrição do local e do trabalho. Esses dados são obtidos com os operadores e supervisores, e não deixar de ter seus nomes citados no preâmbulo. Pode-se anexar fotos, plantas baixas ou desenhos para elucidar a descrição. d) Descrição dos riscos do trabalho: a descrição dos riscos ocupacionais está assentada nos princípios da higiene
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