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Saúde Ocupacional e Medicina do Trabalho II

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2013
Saúde OcupaciOnal e 
Medicina dO TrabalhO ii
Prof. Dickson Luis Novello
Profa. Ingalisa Sandri Pazzini
Copyright © UNIASSELVI 2013
Elaboração:
Prof. Dickson Luis Novello
Profa. Ingalisa Sandri Pazzini
Revisão, Diagramação e Produção:
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri 
UNIASSELVI – Indaial.
 363.1103
 N939s Novello, Dickson Luis 
 Saúde Ocupacional e Medicina do Trabalho II/ Dickson Luis 
Novello, Ingalisa Sandri Pazzini. Indaial : Uniasselvi, 2013.
 169 p. : il
 
 ISBN 978-85-7830-822-3
 1. Medicina do trabalho. Saúde Ocupacional. 
 I. Centro Universitário Leonardo da Vinci.
III
apreSenTaçãO
Como fruto da consolidação do processo da Revolução Industrial, no 
final do século XIX e início do século XX, restaram evidentes a importância e 
a necessidade de serem criados instrumentos que conjugassem a participação 
ativa de empregados objetivando a prevenção de acidentes do trabalho e de 
doenças ocupacionais.
Em face disso, impõe-se reconhecer que os comitês de segurança ou 
comitês de fábricas instituídos nos países europeus que tomaram a dianteira 
do processo de industrialização representam, em verdade, o embrião da 
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA, nos moldes em que se 
acha atualmente institucionalizada no Brasil. 
As atividades destinadas à segurança e à saúde no trabalho foram 
institucionalizadas no Brasil em 1943, com o advento da Consolidação das 
Leis do Trabalho (CLT), que trouxe em seu bojo um capítulo específico sobre 
o assunto. 
Em todas as organizações, a segurança no trabalho deve alcançar 
um entendimento homogêneo indispensável ao sucesso dessas atividades 
importantes para as empresas, para os trabalhadores e para a própria 
sociedade. 
As empresas são responsáveis pela segurança e pela saúde de seus 
empregados no exercício do trabalho, sendo que suas obrigações são definidas 
pela Constituição Brasileira de 1988. 
Prof. Dickson Luis Novello
Profa. Ingalisa Sandri Pazzini
IV
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para 
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há novidades 
em nosso material.
Na Educação a Distância, o livro impresso, entregue a todos os acadêmicos desde 2005, é o 
material base da disciplina. A partir de 2017, nossos livros estão de visual novo, com um formato 
mais prático, que cabe na bolsa e facilita a leitura. 
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova diagramação 
no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também contribui para diminuir 
a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Assim, a UNIASSELVI, preocupando-se com o impacto de nossas ações sobre o ambiente, 
apresenta também este livro no formato digital. Assim, você, acadêmico, tem a possibilidade 
de estudá-lo com versatilidade nas telas do celular, tablet ou computador. 
 
Eu mesmo, UNI, ganhei um novo layout, você me verá frequentemente e surgirei para 
apresentar dicas de vídeos e outras fontes de conhecimento que complementam o assunto 
em questão. 
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas 
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa 
continuar seus estudos com um material de qualidade.
Aproveito o momento para convidá-lo para um bate-papo sobre o Exame Nacional de 
Desempenho de Estudantes – ENADE. 
 
Bons estudos!
UNI
V
VI
VII
SuMáriO
UNIDADE 1 - SEGURANÇA DO TRABALHO .................................................................................1
TÓPICO 1 – CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO ......................................................3
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................................................3
2 HISTÓRICO DA SAÚDE DO TRABALHO .....................................................................................3
 2.1 CONCEITOS DE SEGURANÇA DO TRABALHO .....................................................................7
 2.2 CONCEITOS DE SAÚDE DO TRABALHO ..................................................................................8
3 POLÍTICAS DE SEGURANÇA DO TRABALHO ..........................................................................9
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................14
RESUMO DO TÓPICO 1 ......................................................................................................................17
AUTOATIVIDADE ................................................................................................................................18
TÓPICO 2 – DOENÇAS OCUPACIONAIS ......................................................................................19
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................19
2 CONCEITO DE DOENÇA OCUPACIONAL .................................................................................19
3 DOENÇAS AGUDAS E CRÔNICAS ..............................................................................................22
 3.1 PRINCIPAIS DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO ..............................................23
RESUMO DO TÓPICO 2 ......................................................................................................................26
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................27
TÓPICO 3 – INSALUBRIDADE .........................................................................................................29
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................29
2 ATIVIDADES INSALUBRES ...........................................................................................................29
 2.1 PERICULOSIDADE .......................................................................................................................34
3 PERÍCIA TÉCNICA DE INSALUBRIDADE E 
PERICULOSIDADE ..............................................................................................................................36
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................38
RESUMO DO TÓPICO 3 ......................................................................................................................40
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................41
UNIDADE 2 – SAÚDE OCUPACIONAL ..........................................................................................43
TÓPICO 1 – POLÍTICA DE SAÚDE OCUPACIONAL ..................................................................45
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................45
2 CONTEXTO DO SURGIMENTO ....................................................................................................45
3 CONCEITO E FINALIDADE DO PROGRAMA DE CONTROLE 
 MÉDICO DE SAÚDE OCUPACIONAL - PCMSO ......................................................................48
4 POLÍTICA DE SAÚDE OCUPACIONAL .......................................................................................51
RESUMO DO TÓPICO 1.......................................................................................................................54AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................55
TÓPICO 2 – EXAMES EXIGIDOS PELA NR-7 ................................................................................57
1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................................................57
2 ATESTADO DE SAÚDE OCUPACIONAL ....................................................................................57
3 EXAMES EXIGIDOS PELA NR-7 .....................................................................................................59
 3.1 EXAME ADMISSIONAL .............................................................................................................62
 3.2 EXAME PERIÓDICO ....................................................................................................................63
 3.3 EXAME DE RETORNO AO TRABALHO ..................................................................................64
VIII
 3.4 EXAME DE MUDANÇA DE FUNÇÃO .....................................................................................64
 3.5 EXAME DEMISSIONAL ...............................................................................................................65
 3.6 EXAMES COMPLEMENTARES ..................................................................................................66
RESUMO DO TÓPICO 2 ......................................................................................................................69
AUTOATIVIDADE ...............................................................................................................................70
TÓPICO 3 – EDUCAÇÃO EM SAÚDE OCUPACIONAL ..............................................................73
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................................................73
2 GESTÃO DA SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIONAL .........................................................73
3 COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES ....................................................78
4 NORMAS REGULAMENTADORAS .............................................................................................86
LEITURA COMPLEMENTAR .............................................................................................................88
RESUMO DO TÓPICO 3.......................................................................................................................91
AUTOATIVIDADE ..............................................................................................................................92
UNIDADE 3 – ACIDENTE NO TRABALHO ....................................................................................95
TÓPICO 1 – COMUNICAÇÃO DE ACIDENTE DO TRABALHO .............................................97
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................97
2 CONCEITO DE ACIDENTES NO TRABALHO ...........................................................................98
3 O ACIDENTE NA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA VIGENTE ................................................100
 3.1 ESPÉCIE LEGAIS DE ACIDENTE DO TRABALHO ...............................................................101
4 COMUNICAÇÃO DO ACIDENTE DO TRABALHO ................................................................102
LEITURA COMPLEMENTAR ...........................................................................................................105
RESUMO DO TÓPICO 1 ....................................................................................................................108
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................109
TÓPICO 2 – NEXO TÉCNICO EPIDEMIOLÓGICO PREVIDENCIÁRIO - NTEP ................111
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................111
2 CONCEITO DE NTEP .....................................................................................................................111
3 METOLOGIA ....................................................................................................................................113
RESUMO DO TÓPICO 2 ...................................................................................................................149
AUTOATIVIDADE ............................................................................................................................150
LEITURA COMPLEMENTAR ..........................................................................................................151
TÓPICO 3 – PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS ................................................153
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................................153
2 CONCEITO DE PORTADORES DE NECESSIDADES 
ESPECIAIS ............................................................................................................................................154
3 INCLUSÃO DE PORTADORES DE NECESSIDADES 
 ESPECIAIS NO MERCADO DE TRABALHO ...........................................................................156
RESUMO DO TÓPICO 3 ....................................................................................................................161
AUTOATIVIDADE .............................................................................................................................162
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................163
1
UNIDADE 1
SEGURANÇA DO TRABALHO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade tem por objetivos:
• conhecer os conceitos e políticas de segurança no trabalho;
• identificar as doenças ocupacionais;
• possibilitar o reconhecimento das atividades insalubres e periculosas.
Esta unidade está dividida em três tópicos, sendo que em cada um deles você 
encontrará atividades que o(a) ajudarão a fixar os conhecimentos adquiridos.
TÓPICO 1 – CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO
TÓPICO 2 – DOENÇAS OCUPACIONAIS
TÓPICO 3 – INSALUBRIDADE
2
3
TÓPICO 1
UNIDADE 1
CONCEITO DE SEGURANÇA 
DO TRABALHO
1 INTRODUÇÃO
A segurança no trabalho busca a proteção do trabalhador em seu local de 
atuação profissional, abrangendo aspectos relacionados à segurança e à higiene. 
Seu objetivo básico envolve a prevenção de riscos e de acidentes nas atividades, 
com o objetivo de defender a integridade da pessoa humana.
No art. 196 da Constituição Federal, o direito à saúde é garantido a todos os 
cidadãos por meio de medidas que visem à redução do risco de doenças e outros 
agravos, além de acesso a ações para sua proteção e recuperação. A segurança 
do trabalho é então definida como “o conjunto de medidas que versam sobre 
condições específicas de instalação do estabelecimento e de suas máquinas, 
visando à garantia do trabalhador contra a natural exposição aos riscos inerentes à 
prática da atividade profissional”. (CF, 1988). 
Pelo Decreto-Lei nº 5.452, em 1943, foi promulgada a Consolidação das 
Leis do Trabalho (CLT), cujo capítulo V - Da Segurança e Medicina do Trabalho, 
alterado pela Lei nº 6.514, de 22 de dezembro de 1977, trata dos problemas da saúde 
do trabalhador. A Portaria nº 3.214 (de 08/06/1978), aprovando, conforme art. 200 
da CLT, as Normas Regulamentadoras (NR) relativas à Segurança e Medicina do 
Trabalho, estabelece ênfase na prevenção do acidente de trabalho, modificando a 
antiga visão de apenas indenizar os prejuízos jácausados.
2 HISTÓRICO DA SAÚDE E DO TRABALHO
Para se conhecer melhor o histórico da segurança do trabalho, é necessário 
pesquisar a época do homem primitivo, que teve sua integridade física e 
capacidade produtiva diminuída pelos acidentes de caça, da pesca e da guerra, 
que eram consideradas as atividades mais importantes de sua época. Depois, 
quando o homem das cavernas se transformou em artesão, descobrindo o minério 
e os metais, estes puderam facilitar seu trabalho pela fabricação das primeiras 
ferramentas, conhecendo também as primeiras doenças do trabalho, provocadas 
pelos próprios materiais que utilizava.
UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO
4
Até o início da Revolução Industrial, existem poucos relatos sobre acidentes e 
doenças provenientes do trabalho, haja vista que neste período predominava o trabalho 
escravo e manual. Com o advento da máquina a vapor, a produtividade aumentou e 
o trabalhador passou a viver em um ambiente de trabalho agressivo, ocasionado por 
diversos fatores, dentre eles, a força motriz, a divisão de tarefas e a concentração de 
várias pessoas em um mesmo estabelecimento. Nesse contexto, os riscos de acidentes 
e doenças originadas do trabalho começaram a surgir com rapidez. (SALIBA, 2004).
O início da Revolução Industrial em 1780, a invenção da máquina a vapor 
por James Watts em 1776 e do regulador automático de velocidade em 1785, 
marcaram profundas alterações tecnológicas em todo o mundo, permitindo a 
organização das primeiras fábricas modernas e indústrias, o que significava uma 
revolução econômica e social, e também acarretou os primeiros acidentes de 
trabalho e as doenças profissionais, que se alastraram e ganharam proporções 
alarmantes. (ALBERTON, 1996).
A Revolução Industrial alterou o cenário organizacional e gerou novos e graves 
problemas, pois o incremento da produção em série revelou a fragilidade do homem na 
competição desleal com a máquina. As condições de trabalho precárias somadas às jornadas 
de trabalho excessivas (15 a 16 horas diárias) provocaram reações por parte do proletariado, 
desencadeando vários movimentos sociais que influenciaram os políticos e legisladores a 
introduzirem medidas ilegais. 
FONTE: Disponível em: <http://www.ufrgs.br/proin/versao_2/biografias/
index40.html>. Acesso em: 3 nov. 2010.
FIGURA 1 – IMAGENS DO FILME “TEMPOS MODERNOS” CHARLES CHAPLIN
NOTA
TÓPICO 1 | CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO
5
Com isso, os acidentes de trabalho começaram a tomar proporções. 
Os acidentes eram provocados, na sua maioria, por substâncias e ambientes 
inadequados, dadas às condições péssimas em que as atividades fabris se 
desenvolviam, fazendo com que os trabalhadores ficassem doentes e, em alguns 
casos, até mutilados. Esta situação continuou até a Primeira Guerra Mundial, 
apesar de apresentar algumas melhorias com o surgimento dos trabalhadores 
especializados e mais treinados para manusear equipamentos complexos, que 
necessitavam de cuidados especiais para garantir maior proteção e melhor 
qualidade.
De acordo com Alberton (1996), na Segunda Guerra Mundial, o movimento 
prevencionista tomou forma, pois foi quando se pôde perceber que a capacidade 
industrial determinou o vencedor. Com isso, percebeu-se que esta capacidade 
industrial seria adquirida com um maior número de trabalhadores em produção 
ativa. 
Saliba (2004) relata que as primeiras leis de acidente do trabalho surgiram 
na Alemanha, em 1884, estendendo-se logo a vários países da Europa, até chegar 
ao Brasil por meio do Decreto Legislativo nº 3.724, de 15 de janeiro de 1919. 
Com a criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT) pelo Tratado 
de Versalhes, as normas sobre proteção à saúde e integridade física do trabalhador 
ganharam força, contribuindo bastante na prevenção de acidentes e doenças do 
trabalho. As Convenções da OIT ratificadas pelo Brasil incorporam-se à legislação 
interna do país. As convenções sobre a matéria, e ratificadas pelo Brasil, são:
• Convenção nº 103 - Amparo à Maternidade.
• Convenção nº 115 - Proteção contra as radiações ionizantes.
• Convenção nº 127 - Peso máximo das cargas.
• Convenção nº 134 - Prevenção de acidentes de trabalho dos marítimos.
• Convenção nº 136 - Proteção contra os riscos de intoxicação provocados pelo 
benzeno.
• Convenção nº 139 - Prevenção e controle de riscos profissionais causados pelas 
substâncias ou agentes cancerígenos.
• Convenção nº 148 - Proteção dos trabalhadores contra os riscos devidos à 
contaminação do ar, ao ruído e às vibrações no local de trabalho.
• Convenção nº 152 - Segurança e higiene nos trabalhos portuários.
• Convenção nº 155 - Segurança e saúde dos trabalhadores e meio ambiente de 
trabalho.
• Convenção nº 159 - Reabilitação profissional e emprego de pessoas deficientes.
• Convenção nº 161 - Os serviços de saúde no trabalho.
• Convenção nº 162 - Utilização do asbesto com segurança.
• Convenção nº 163 - Proteção da saúde e a assistência médica aos trabalhadores 
marítimos.
• Convenção nº 167 - Segurança e saúde na construção.
• Convenção nº170 - Segurança na utilização de produtos químicos no trabalho.
• Convenção nº 182 - Proibição das piores formas de trabalho infantil e a ação 
UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO
6
imediata para sua eliminação.
No Brasil, a higiene e segurança do trabalho foram elevadas à hierarquia 
constitucional em 1946 (art. 154, VIII).
Em 1977, a Lei nº 6.514, regulamentada pela Portaria nº 3.214/78, deu nova 
redação ao Capítulo V da CLT, avançando nas exigências prevencionistas.
O que é conhecido hoje como Saúde do Trabalhador é, portanto, a resposta 
institucional a esses diversos movimentos sociais que, entre a metade dos anos 70 e os anos 
90 confluíram para a reivindicação de que a Saúde do Trabalhador fizesse parte do direito 
universal à saúde, incluída no escopo da Saúde Pública. 
Entre os principais movimentos que contribuíram para o desenvolvimento 
da institucionalização da Saúde do Trabalhador no âmbito do Sistema Único de 
Saúde, temos:
• o movimento de oposição dos anos 70 e 80;
• o movimento da Reforma Sanitária Brasileira;
• o movimento pelas eleições diretas e pela Assembleia Nacional Constituinte; e
• a promulgação da “Constituição Cidadã” em 1988, com a conquista do direito à 
saúde e o advento do Sistema Único de Saúde (SUS). Em 1988, o povo brasileiro 
conquistou, após quase 500 anos de história, o direito universal à saúde, 
disposto na Constituição da República Federativa do Brasil, em seu Art. 196 
como “... um direito de todos e um dever do Estado, garantido mediante políticas sociais 
e econômicas...”.
A Constituição Federal - CF (1988), também ampliou os dispositivos 
relativos à matéria, dentre os quais, destaca-se:
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros 
que visem à melhoria de sua condição social:
[...]
XXII – redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas de 
saúde, higiene e segurança;
XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres 
ou perigosas, na forma da lei;
[...]
XXVIII – seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, 
sem excluir a indenização a que este está obrigado, quando incorrer em 
dolo ou culpa [...].
Desta forma, compreende-se que no âmbito da configuração, a Saúde 
NOTA
TÓPICO 1 | CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO
7
do Trabalhador se dá diretamente no âmbito do direito à saúde, previsto como 
competência do Sistema Único de Saúde (SUS) e, devido à abrangência de seu campo 
de ação, apresenta caráter intrasetorial (envolvendo todos os níveis de atenção e 
esferas de governo do SUS) e intersetorial (envolvendo setores relacionados com a 
Previdência Social, Trabalho, Meio Ambiente, Justiça, Educação e demais setores 
relacionados com as políticas de desenvolvimento).
2.1 CONCEITOS DE SEGURANÇA DO TRABALHOA segurança no trabalho pode ser entendida como o conjunto de medidas que 
são adotadas visando minimizar os acidentes de trabalho, doenças ocupacionais, bem como 
proteger a integridade e a capacidade laboral.
De acordo com Saliba (2004), a segurança do trabalho é a ciência que atua na 
prevenção dos acidentes do trabalho decorrentes dos fatores de risco operacionais.
FONTE: Disponível em: <http://www.carlosbritto.com/page/590/>. 
Acesso em: 3 nov. 2010.
Conforme Wachowicz (2007), a segurança é um estado de baixa 
probabilidade de ocorrência de eventos que provocam danos e perdas às pessoas 
(funcionários, clientes, terceirizados, fornecedores etc.), ao patrimônio (estrutura 
física, equipamentos, ferramentas etc.) e ao meio ambiente (ar atmosférico, solo, 
meio hídrico, rios, mares, lagos, lençóis subterrâneos, flora, fauna etc.).
A segurança no trabalho de uma empresa é composto de uma equipe 
multidisciplinar formada por técnicos, engenheiros, médicos, enfermeiros, 
tecnólogos, psicólogos, designers, arquitetos, fisioterapeutas, entre outros 
profissionais que atuam na área de segurança. 
FIGURA 2 – PLACAS UTILIZADAS NA SEGURANÇA DO TRABALHO
NOTA
UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO
8
A segurança no trabalho é definida por normas e leis, sendo que, no Brasil, 
a Legislação de Segurança do Trabalho compõe-se de normas regulamentadoras, 
normas regulamentadoras rurais e outras leis complementares, como portarias e 
decretos, e também as Convenções Internacionais da Organização Internacional 
do Trabalho. 
Saliba apud Wachowicz (2007) associa a segurança do trabalho com fatores 
da higiene ocupacional. Assim, falar em segurança implica abordar aspectos 
referentes à higiene e à saúde do trabalhador, envolvendo medicina, meio ambiente, 
aspectos jurídicos e ergonomia, ou seja, a segurança requer uma ação holística. 
Por isso, quanto maior a segurança, menor será a ocorrência de danos, 
acidentes, lesões, mutilações ou mesmo mortes. Nesse sentido, os principais 
conceitos são:
• acidente é um fonômeno de natureza multifacetada, resultante de integrações 
complexas entre fatores físicos, biológicos, psicológicos, sociais e culturais;
• a função segurança é um conjunto de ações que têm por finalidade reduzir a 
frequência e a intensidade da manifestação dos perigos;
• risco bruto é o risco associado às atividades da organização na ausência da 
função segurança. 
Do balanço de forças entre função segurança e risco bruto resulta o risco 
líquido, que produz danos e perdas ao longo do tempo, isto é, o risco jamais é 
eliminado completamente e há sempre um risco líquido residual. Quanto menor o 
risco residual almejado, maior o custo para atingi-lo.
A legislação atual de Segurança do Trabalho compõe-se de Normas 
Regulamentadoras, Normas Regulamentadoras Rurais, outras leis complementares, 
como Portarias e Decretos, e também as Convenções Internacionais da Organização 
Internacional do Trabalho – OIT, ratificadas pelo Brasil. 
2.2 CONCEITOS DE SAÚDE DO TRABALHO
A Saúde do Trabalhador tem como objeto de estudo o processo saúde-
doença dos grupos humanos, em sua relação com o trabalho. Nessa perspectiva, 
rompe com a concepção hegemônica que estabelece um vínculo causal entre a 
doença e um agente específico. (GOULART et al., 2006).
TÓPICO 1 | CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO
9
Conceitua-se a expressão saúde do trabalhador como um conjunto de atividades 
que se destina, através das ações de vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção 
e proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à recuperação e reabilitação da 
saúde dos trabalhadores submetidos aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho. 
(MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2008).
FONTE: Disponível em: <http://tecnicosemseguranca.blogspot.com.
br/2009_11_01_archive.htm>. Acesso em: 3 nov. 2010.
Conforme Paulo et al. (1996), define-se saúde como um estado de relativo 
equilíbrio de forma e função do organismo, que resulta de seu ajustamento dinâmico 
satisfatório às forças que tendem a perturbá-lo. Não é um inter-relacionamento 
passivo entre a matéria orgânica e as forças que agem sobre ela, mas uma resposta 
ativa do organismo no sentido de reajustamento de suas condições normais. 
3 POLÍTICAS DE SEGURANÇA DO TRABALHO
Conforme Campos (2007), a segurança e saúde no trabalho estão entre as 
atividades que devem ter o respaldo de uma política que esteja em conformidade 
com as obrigações legais e sociais da empresa e com os princípios fundamentais de 
combate aos infortúnios de trabalho.
FIGURA 3 – SEGURANÇA NÃO SE CONQUISTA, SE FAZ
NOTA
UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO
10
A política que trata da prevenção de acidentes difere de outras políticas 
empresariais somente no conteúdo, os conceitos são os mesmos, pois se trata de um 
documento normativo que estabelece uma linha de conduta a ser observada por pessoas e 
setores da empresa.
Esta definição inclui os Serviços Especializados em Engenharia de 
Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), como órgão da empresa, e a 
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (CIPA), como comissão legalmente 
constituída.
FONTE: Disponível em: <http://sites.google.com/site/
reinissegurancadotrabalho/sesmt>. Acesso em: 3 nov. 2010.
Campos (2007) destaca que uma política de segurança possibilita cobertura 
normativa e apoio logístico a alguns assuntos administrativos e operacionais das 
atividades destinadas à prevenção de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais, 
para assegurar o sucesso das atividades. As vantagens de uma política de 
segurança e saúde no trabalho bem definidas mantém estável a operacionalidade 
das atividades, evitando-se riscos de mudança de rumo em determinadas ocasiões. 
Os serviços especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina 
do Trabalho (SESMT) são obrigatórios nas empresas privadas, públicas, órgãos 
públicos da administração direta e indireta e nas sedes dos poderes legislativos 
e judiciários que possuam empregados regidos pela Consolidação das Leis do 
Trabalho (NR-04). O número de profissionais que compõe a equipe varia conforme 
o grau de risco e o número de empregados do estabelecimento.
FIGURA 4 – SESMT – EQUIPE MULTIPISCIPLINAR
NOTA
TÓPICO 1 | CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO
11
FONTE: Disponível em: <HTTP//:www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/nr_04.
pdf>. Acesso em: 3 nov. 2010.
QUADRO 1 – DIMENSIONAMENTO DOS SESMT – QUADRO II
Neste contexto, os organismos governamentais esforçam-se para tornarem 
efetivas as ações relativas à Segurança e Saúde do Trabalho. Tais esforços são 
evidenciados nas seguintes ações: o poder Legislativo, pela edição de leis 
específicas; o Executivo, por meio da fiscalização e campanhas de conscientização 
das Delegacias Regionais do Trabalho; e o Judiciário, com a estipulação de pesadas 
indenizações aos trabalhadores, nos casos de acidentes com culpa caracterizada do 
empregador. 
Os esforços governamentais, aliados às exigências dos trabalhadores que 
buscam exigir melhores condições de trabalho uma vez que seus advogados lhes 
instruem devidamente e considerando todos os prejuízos decorrentes dos acidentes 
do trabalho, ensejam um gerenciamento eficaz dos Serviços Especializados em 
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT).
Em 08 de junho de 1978, o Ministério do Trabalho expediu a Portaria nº 
3.214 que, composta de 28 normas regulamentadoras (NR) relativas à Segurança 
e Medicina do Trabalho, exige das empresas que possuam empregados, regidos 
pela Consolidação das Leis do Trabalho, ações que visem prever e prevenir as 
situações capazes de provocar ferimentos ou problemas de saúde ocupacionais. 
Exigindo inclusive, das empresas com maior risco de acidente e com grande 
quantidade de funcionários, a constituição dos Serviços Especializados em 
UNIDADE 1 |SEGURANÇA DO TRABALHO
12
Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), integrados por 
Médico do Trabalho, Engenheiro de Segurança do Trabalho, Técnico de Segurança 
do Trabalho, Enfermeiro do Trabalho e Auxiliar de Enfermagem do Trabalho.
Atualmente, há 33 Normas Regulamentadoras, mais uma (34ª) em texto 
para consulta pública. São elas:
• Norma Regulamentadora Nº 01 
Disposições Gerais
• Norma Regulamentadora Nº 02 
Inspeção Prévia
• Norma Regulamentadora Nº 03 
Embargo ou Interdição
• Norma Regulamentadora Nº 04 
Serviços Especializados em Eng. de Segurança e em Medicina do Trabalho
• Norma Regulamentadora Nº 05 
Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
• Norma Regulamentadora Nº 06 
Equipamentos de Proteção Individual - EPI
• Norma Regulamentadora Nº 07 
Programas de Controle Médico de Saúde Ocupacional
• Norma Regulamentadora Nº 08 
Edificações
• Norma Regulamentadora Nº 09 
Programas de Prevenção de Riscos Ambientais
• Norma Regulamentadora Nº 10 
Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade
• Norma Regulamentadora Nº 11 
Transporte, Movimentação, Armazenagem e Manuseio de Materiais
• Norma Regulamentadora Nº 12 
Máquinas e Equipamentos
• Norma Regulamentadora Nº 13 
Caldeiras e Vasos de Pressão
• Norma Regulamentadora Nº 14 
Fornos
• Norma Regulamentadora Nº 15 
Atividades e Operações Insalubres
• Norma Regulamentadora Nº 16 
Atividades e Operações Perigosas
• Norma Regulamentadora Nº 17 
Ergonomia
• Norma Regulamentadora Nº 18 
Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção
• Norma Regulamentadora Nº 19 
Explosivos
TÓPICO 1 | CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO
13
FONTE: Disponível em: <http://www.mte.gov.br/legislacao/normas_regulamentadoras/default.
asp>. Acesso em: 3 nov. 2010.
• Norma Regulamentadora Nº 20 
Líquidos Combustíveis e Inflamáveis
• Norma Regulamentadora Nº 21 
Trabalho a Céu Aberto
• Norma Regulamentadora Nº 22 
Segurança e Saúde Ocupacional na Mineração
• Norma Regulamentadora Nº 23 
Proteção Contra Incêndios
• Norma Regulamentadora Nº 24 
Condições Sanitárias e de Conforto nos Locais de Trabalho
• Norma Regulamentadora Nº 25 
Resíduos Industriais
• Norma Regulamentadora Nº 26 
Sinalização de Segurança
• Norma Regulamentadora Nº 27 
Registro Profissional do Técnico de Segurança do Trabalho no MTB
• Norma Regulamentadora Nº 28 
Fiscalização e Penalidades
• Norma Regulamentadora Nº 29 
Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Portuário
• Norma Regulamentadora Nº 30 
Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho Aquaviário
• Norma Regulamentadora Nº 31 
Norma Regulamentadora de Segurança e Saúde no Trabalho na 
Agricultura, Pecuária Silvicultura, Exploração Florestal e Aquicultura
• Norma Regulamentadora Nº 32 
Segurança e Saúde no Trabalho em Estabelecimentos de Saúde
• Norma Regulamentadora Nº 33 
Segurança e Saúde no Trabalho em Espaços Confinados
• Norma Regulamentadora Nº 34 
Condições e Meio Ambiente de Trabalho na Indústria da Construção e 
Reparação Naval
• Norma Regulamentadora Nº 35
 Segurança e Saúde em trabalhos em altura
• Norma Regulamentadora Nº 36
 Segurança e Saúde no trabalho em empresas de Abate e Processamento de 
carnes e derivados
UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO
14
A eliminação ou a redução da exposição às condições de risco e a melhoria dos 
ambientes de trabalho para promoção e proteção da saúde do trabalhador constituem um 
desafio que ultrapassa o âmbito de atuação dos serviços de saúde, exigindo soluções técnicas, 
às vezes complexas e de elevado custo. Em certos casos, medidas simples e pouco onerosas 
podem ser implementadas, com impactos positivos e protetores para a saúde do trabalhador 
e o meio ambiente.
O controle das condições de risco para a saúde e melhoria dos ambientes 
de trabalho envolve as seguintes etapas:
• identificação das condições de risco para a saúde presentes no trabalho;
• caracterização da exposição e quantificação das condições de risco;
• discussão e definição das alternativas de eliminação ou controle das condições 
de risco;
• implementação e avaliação das medidas adotadas.
É muito importante que os trabalhadores participem de todas as fases 
desse processo, porque em muitos casos, apenas eles são capazes de informar sutis 
diferenças existentes entre o trabalho prescrito e o trabalho real, que explicam 
o adoecimento e o que deve ser modificado para que se obtenha os resultados 
desejados. (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2001).
ESTRATÉGIA DE SUCESSO: RECURSOS DIFERENCIADOS LEVAM 
A MENSAGEM DA PREVENÇÃO A 17 MIL TRABALHADORES
Imagine uma construção que no pico de sua obra contou com a operação 
de 17 mil profissionais. Trabalhadores de diferentes culturas, raças, qualificações, 
experiências, idades e gênero. Que ferramenta poderia ser adotada por essa 
mesma empresa para que a gestão de Saúde, Segurança e Meio Ambiente fosse 
eficaz? Quem pensou em comunicação está certo. Foi nessa área que o Consórcio 
de Alumínio do Maranhão (Alumar), localizado em São Luiz, capital do estado 
maranhense, apostou. 
Há seis anos, um dos mais modernos complexos de produção de alumínio e 
alumina do mundo iniciou o seu projeto de expansão. O trabalho desenvolvido pela 
empresa para garantir um ambiente livre de incidentes e acidentes foi reconhecido, 
e no Prêmio Proteção Brasil 2009 conquistou o Melhor Case Nacional, Melhor Case 
Nordeste e Melhor Case na categoria Comunicação em SST (Saúde e Segurança 
LEITURA COMPLEMENTAR
NOTA
TÓPICO 1 | CONCEITO DE SEGURANÇA DO TRABALHO
15
no Trabalho). Com o título "Comunicação para SSMA (Saúde, Segurança e Meio 
Ambiente)", o trabalho nasceu com o objetivo de alinhar os colaboradores à missão 
e aos objetivos do projeto e complementar os esforços do sistema de gestão de 
SSMA para construir a expansão da refinaria.
Quem conta mais detalhes é o superintendente de Saúde, Segurança e 
Meio Ambiente do projeto de expansão, Javier Marcondes Torrico. "Lançamos 
mão do maior número de recursos de comunicação direta e indireta disponíveis, 
mas sempre com o objetivo não só de garantir uma comunicação efetiva, mas 
de obtermos um retorno se as informações estavam sendo absorvidas pelos 
trabalhadores", explicou. 
Personagem
O primeiro passo adotado como estratégia de comunicação foi a criação de 
um mascote, com o objetivo de fazer com que a mensagem fosse mais facilmente 
recebida e os trabalhadores se identificassem com ele. 
O Bond Obra, como foi chamado esse personagem, passou a integrar todas 
as ações de comunicação da Alumar, estimulando nos trabalhadores o desejo de ter 
as características e atitudes do mascote. “Todos os materiais impressos e campanhas 
passaram a ter a figura dele, atribuída a uma mensagem com uma linguagem 
simples, não como uma informação técnica, mas do dia a dia do trabalhador”, 
reforça Torrico. Os materiais ficam distribuídos pelas áreas de trabalho, refeitórios, 
áreas de convivência, áreas administrativas e frentes de trabalho.
MASCOTE “BOND OBRA”
FONTE: Disponível em: <http://3.bp.blogspot.com/-pAYjNd92SNg/U7Af_kKGw1I/
AAAAAAAAAR4/V3754eMZMuU/s1600/BOND+OBRA+BANNER+2.jpg> Acesso 
em: 3 nov. 2010.
UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO
16
Em alguns momentos, os próprios colaboradores vestiram a fantasia do 
mascote, como em eventos, e até mesmo nos Diálogos Diários de Segurança. Como 
Torrico recorda, o Bond Obra repassa aos trabalhadores informações fundamentais 
sobre a necessidade do uso correto dos equipamentos de proteção individual, 
segurança no trabalho em altura, além de integrar a campanha permanente de 
prevenção de acidentes com mãos e dedos e os assuntos relativos à Ergonomia, 
Meio Ambiente e cuidados com a Saúde e a Segurança fora do trabalho. 
FONTE: REVISTA PROTEÇÃO. Estratégiade sucesso: recursos diferenciados levam a mensagem 
da prevenção a 17 mil trabalhadores. Disponível em: <http://www.protecao.com.br/site/ content/
materias/materia_detalhe.php?pagina=1&id=Anja>. Acesso em: 25 ago. 2010.
17
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você viu que:
• A segurança no trabalho busca a proteção do trabalhador em seu local de 
trabalho, abrangendo aspectos relacionados à segurança e à higiene do trabalho. 
É a ciência que atua na prevenção dos acidentes do trabalho decorrentes dos 
fatores de risco operacionais. 
• A segurança no trabalho de uma empresa é composta de uma equipe 
multidisciplinar formada por técnicos, engenheiros, médicos, enfermeiros, 
tecnólogos, psicólogos, designers, arquitetos, fisioterapeutas, entre outros 
profissionais que atuam na área de segurança. 
• A segurança e saúde no trabalho estão entre as atividades que devem ter o 
respaldo de uma política que esteja em conformidade com as obrigações legais e 
sociais da empresa e com os princípios fundamentais de combate aos infortúnios 
de trabalho.
• Os organismos governamentais esforçam-se para tornarem efetivas as ações 
relativas à Segurança e Saúde do Trabalho. Tais esforços são evidenciados 
nas seguintes ações: o poder Legislativo, pela edição de leis específicas; o 
Executivo, por meio da fiscalização e campanhas de conscientização das 
Delegacias Regionais do Trabalho; e o Judiciário, com a estipulação de pesadas 
indenizações aos trabalhadores, nos casos de acidentes com culpa caracterizada 
do empregador. 
18
AUTOATIVIDADE
1 Qual o foco da segurança no trabalho?
( ) A saúde no trabalho.
( ) A emissão da CAT.
( ) As doenças do trabalho e doenças profissionais. 
( ) A proteção do trabalhador em seu local de trabalho.
2 O país onde as primeiras leis de acidente de trabalho surgiram foi:
( ) Japão.
( ) Brasil.
( ) Alemanha.
( ) Estados Unidos. 
3 Qual a frase incorreta:
( ) A segurança no trabalho é o conjunto de medidas que buscam minimizar 
os acidentes de trabalho e doenças ocupacionais.
( ) A segurança no trabalho atua na prevenção dos acidentes do trabalho.
( ) A segurança no trabalho destina-se às empresas privadas e públicas, 
excluindo-se os trabalhadores rurais.
( ) O risco bruto é o risco associado às atividades da organização na ausência 
da Função Segurança.
4 O que não se refere à saúde do trabalhador:
( ) Manutenção da produtividade das máquinas.
( ) Vigilância epidemiológica e vigilância sanitária.
( ) Promoção e proteção da saúde dos trabalhadores.
( ) Uso de EPIs.
5 O SESMT é obrigatório em quais empresas?
( ) Nas empresas privadas.
( ) Nas empresas informais. 
( ) Nas empresas públicas.
( ) Nos órgãos públicos da administração direta e indireta.
6 Qual o instrumento que rege a segurança e medicina no trabalho?
( ) Médico do trabalho.
( ) Normas Regulamentadoras. 
( ) Técnico de segurança do trabalho.
( ) Constituição da República do Brasil.
19
TÓPICO 2
DOENÇAS OCUPACIONAIS
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
Os fatores de adoecimento relacionados à organização do trabalho, em 
geral considerados nos riscos ergonômicos, podem ser identificados em diversas 
atividades, desde a agricultura tradicional até processos de trabalho modernos 
que incorporam alta tecnologia e sofisticadas estratégias de gestão. 
Os processos de reestruturação produtiva e globalização da economia de 
mercado, em curso, têm acarretado mudanças significativas na organização e gestão 
do trabalho com repercussões importantes sobre a saúde do trabalhador. Entre 
suas consequências destacam-se os problemas osteomusculares e o adoecimento 
mental relacionados ao trabalho, que crescem em importância em todo o mundo. 
A exigência de maior produtividade, associada à redução contínua do contingente 
de trabalhadores, à pressão do tempo e ao aumento da complexidade das tarefas, 
além de expectativas irrealizáveis e as relações de trabalho tensas e precárias, 
constituem fatores psicossociais responsáveis por situações de estresse relacionado 
ao trabalho.
2 CONCEITO DE DOENÇA OCUPACIONAL
A denominação “doenças ocupacionais” passou a ser adotada como o 
gênero mais próximo que abrange a doença profissional e a doença do trabalho, 
que são doenças relacionadas com o trabalho.
Cabe distinguir neste momento o que é doença profissional e doença do 
trabalho, que apesar de parecerem muito semelhantes, não o são. Russomano 
apud Oliveira (2008) adverte que o acidente e a enfermidade possuem definições 
próprias. A equiparação entre eles se faz apenas juridicamente com consequências 
nas reparações e nos direitos que resultam para o trabalhador nos dois casos. 
Enquanto o acidente é um fato que provoca lesão, a enfermidade profissional é 
um estado patológico ou mórbido, ou seja, perturbação da saúde do trabalhador.
O acidente caracteriza-se pelo episódio de um fato súbito e externo ao 
trabalhador, ao passo que a doença ocupacional normalmente vai se instalando 
aos poucos e se manifesta internamente com tendência de agravamento. 
UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO
20
Segundo Oliveira (2008, p. 46), a doença profissional é aquela típica de 
determinada profissão, também chamada de doença profissional típica, tecnopatia 
ou ergopatia. Ou seja, o exercício de determinada profissão pode produzir ou 
desencadear certas patologias e assim, é presumido o nexo causal da doença com 
a atividade. Exemplificando, um empregado de uma mineradora que trabalha 
exposto ao pó de sílica e contrai a silicose.
Por outro lado, a doença do trabalho ou mesopatia ou doença profissional 
atípica, mesmo tendo origem na atividade do trabalhador como na doença 
profissional, não está vinculada necessariamente a esta ou aquela profissão. Sendo 
assim, decorre da forma em que o trabalho é prestado ou das condições específicas 
do ambiente de trabalho. Um exemplo atual são as LER (Lesões por Esforços 
Repetitivos) e DORT (Distúrbios Osteomusculares Relacionados ao Trabalho), já 
que podem ser desencadeadas em qualquer atividade, sem vinculação direta a 
determinada profissão.
O artigo 20 da Lei nº 8.213/91 faz menção expressa à doença ocupacional:
Art. 20. Consideram-se acidente do trabalho, nos termos do artigo 
anterior, as seguintes entidades mórbidas:
I - doença profissional, assim entendida a produzida ou desencadeada 
pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade e constante 
da respectiva relação elaborada pelo Ministério do Trabalho e da 
Previdência Social;
II - doença do trabalho, assim entendida a adquirida ou desencadeada 
em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e com 
ele se relacione diretamente, constante da relação mencionada no inciso 
I.
Consta ainda nesta Lei, inciso III, que as chamadas doenças ocupacionais são 
equiparadas ao acidente de trabalho por ser proveniente de contaminação acidental do 
empregado no exercício de sua atividade. A doença, neste caso, ocorre de forma repentina, 
como por exemplo, no caso de contágio por produtos radioativos.
NOTA
TÓPICO 2 | DOENÇAS OCUPACIONAIS
21
De acordo com Oliveira (2008):
Cabe neste passo precisar o conceito das três denominações: doença 
profissional, doença do trabalho e doença ocupacional, já que a lei, como 
princípio hermenêutico, não contém palavras inúteis.
A doença profissional é aquela peculiar à determinada atividade 
ou profissão, também chamada de doença profissional típica, tecnopatia ou 
ergopatia. O exercício de determinada profissão pode produzir ou desencadear 
certas patologias, sendo que, nessa hipótese, o nexo causal da doença com a 
atividade é presumido. Basta comprovar a prestação do serviço na atividade 
e o acometimento da doença profissional. Sinteticamente, pode-se afirmar que 
doença profissional é aquela típica de determinada profissão.Por outro lado, a doença do trabalho, também chamada mesopatia ou 
doença profissional atípica, apesar de igualmente ter origem na atividade do 
trabalhador, não está vinculada necessariamente a esta ou aquela profissão. 
Seu aparecimento decorre da forma em que o trabalho é prestado ou das 
condições específicas do ambiente de trabalho. O grupo atual das LER/DORT 
é um exemplo oportuno das doenças do trabalho. Nas doenças do trabalho 
“as condições excepcionais ou especiais do trabalho determinam a quebra da 
resistência orgânica com a consequente eclosão ou a exacerbação do quadro 
mórbido, e até mesmo o seu agravamento”.
Diferentemente das doenças profissionais, as mesopatias não têm nexo 
causal presumido, exigindo comprovação de que a patologia desenvolveu-se 
em razão das condições especiais em que o trabalho foi realizado. Essa questão, 
no entanto, teve alteração significativa no final de 2006, no sentido de facilitar 
o enquadramento como doença ocupacional, porque a Lei nº 11.430/06, [...] 
instituiu o nexo técnico epidemiológico, acrescentando um novo artigo na Lei 
nº 8.213/91, com o seguinte teor:
Art. 21-A. A perícia médica do INSS considerará caracterizada a 
natureza acidentária da incapacidade quando constatar ocorrência de nexo 
técnico epidemiológico entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre 
a atividade da empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade 
elencada na Classificação Internacional de Doenças - CID, em conformidade 
com o que dispuser o regulamento.
§ 1º A perícia médica do INSS deixará de aplicar o disposto neste artigo 
quando demonstrada a inexistência do nexo de que trata o caput deste artigo.
§ 2º A empresa poderá requerer a não aplicação do nexo técnico 
epidemiológico, de cuja decisão caberá recurso com efeito suspensivo, da 
empresa ou do segurado, ao Conselho de Recursos da Previdência Social.
UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO
22
Diante dos significados específicos de doença profissional e doença do 
trabalho, a denominação “doenças ocupacionais” passou a ser adotada como o 
gênero mais próximo que abrange as modalidades das doenças relacionadas com o 
trabalho. A NR-7 da Portaria nº 3.214/78, que regulamenta o Programa de Controle 
Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) faz referência às doenças ocupacionais 
ou patologias ocupacionais, como vocábulo gênero. Para evitar a expressão doença 
profissional ou do trabalho, é preferível englobá-las na designação genérica de 
doenças ocupacionais. (OLIVEIRA, 2008).
Garcia (2008) complementa que enquanto as doenças profissionais são 
decorrentes de trabalho peculiar exercido, as doenças do trabalho decorrem de 
condições especiais de trabalho desempenhado. 
3 DOENÇAS AGUDAS E CRÔNICAS 
A doença pode ser classificada como doença crônica e aguda. Uma doença 
aguda geralmente dura por um curto período de tempo, e pode ir longe sem o uso 
do medicamento e/ou cirurgia. Por outro lado, a doença crônica ocorre durante um 
longo período de tempo ou mantém-se recorrente. Às vezes, a doença crônica pode 
durar toda a vida da pessoa. 
Uma doença crônica é uma doença que não é resolvida num curto tempo. 
Este tipo de doenças não põe em risco a vida da pessoa em curto prazo, logo não 
são emergências médicas. No entanto, elas podem ser extremamente sérias, e 
várias doenças crônicas podem levar à morte.
As doenças crônicas são doenças de evolução prolongada, permanentes, 
para as quais, atualmente, não existe cura, afetando negativamente a saúde e 
funcionalidade do doente. No entanto, os seus efeitos podem ser controlados, 
melhorando a qualidade de vida destes doentes.
Os principais tipos de doenças crônicas existentes são: diabetes, obesidade, 
câncer, doenças respiratórias, doenças cardiovasculares, a maioria das doenças autoimunes, 
algumas infecções como a tuberculose, lepra, sífilis ou gonorreia e a AIDS. 
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta que, em 57 milhões de 
mortes num ano, 59% são devido às doenças crônicas de declaração não obrigatória, 
como as doenças cardiovasculares, a diabetes, a obesidade, o câncer e as doenças 
respiratórias.
NOTA
TÓPICO 2 | DOENÇAS OCUPACIONAIS
23
Já as doenças agudas são aquelas que têm um curso acelerado, terminando 
com convalescença ou morte em menos de três meses.
A maioria das doenças agudas caracteriza-se em várias fases. O início dos 
sintomas pode ser abrupto ou insidioso, seguindo-se uma fase de deterioração até 
um máximo de sintomas e danos, fase de plateau, com manutenção dos sintomas e 
possivelmente novos picos, uma longa recuperação com desaparecimento gradual 
dos sintomas, e a convalescência, em que já não há sintomas específicos da doença, 
mas o indivíduo ainda não recuperou totalmente as suas forças.
Na fase de recuperação podem ocorrer as recrudescências, que são 
exacerbamentos dos sintomas de volta a um máximo ou plateau, e na fase de 
convalescência as recaídas, devido à presença continuada do fator desencadeante 
e do estado debilitado do indivíduo, além de (novas) infecções.
3.1 PRINCIPAIS DOENÇAS RELACIONADAS AO TRABALHO
A relação das doenças profissionais e do trabalho constantes no art. 20, I, 
está inserida no Anexo II do atual Regulamento da Previdência Social - Decreto 
nº 3.048, de 6 de maio de 1999 - tendo caráter apenas exemplificativo. A relação 
das doenças ocupacionais foi adotada também pelo Ministério da Saúde, por 
intermédio da Portaria nº 1.339/GM de 18 de novembro de 1999. (OLIVEIRA, 2008).
O Anexo II sofreu uma mudança introduzida pelo Decreto nº 6.042, de 12 
de fevereiro de 2007, que englobou três relações importantes: a primeira indica 
os agentes patogênicos causadores de doenças profissionais ou do trabalho; a 
segunda – Lista A – aponta os agentes ou fatores de risco de natureza ocupacional, 
relacionados com a etiologia de doenças profissionais e de outras doenças 
relacionadas com o trabalho e a terceira – Lista B – indica as doenças ocupacionais 
e os possíveis agentes etiológicos ou fatores de risco de natureza ocupacional.
A Lei nº 8.213, no seu art. 20, inciso II, parágrafo 1º, enumera um rol que 
excluiu a consideração de doença ocupacional, in verbis:
§ 1º Não são consideradas como doença do trabalho:
a) a doença degenerativa;
b) a inerente a grupo etário;
c) a que não produza incapacidade laborativa;
d) a doença endêmica adquirida por segurado habitante de região em que ela se 
desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato 
direto determinado pela natureza do trabalho.
O parágrafo 1º do art. 20 da Lei nº 8.213/91 esclarece que nas hipóteses 
mencionadas nesse parágrafo, pode-se perceber que a doença não tem nexo causal 
UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO
24
Doenças degenerativas são aquelas que provocam a degeneração de todo o 
organismo, desde vasos sanguíneos, tecidos, ossos, visão, órgãos internos e cérebro. Exemplos: 
arteriosclerose, a hipertensão, as doenças cardíacas, cânceres, alzheimer, reumatismo etc.
com o trabalho, ou seja, apareceu no trabalho, mas não pelo trabalho. Explica 
também, que as doenças degenerativas ou inerentes ao grupo etário, normalmente 
independem do fator laboral e poderiam aparecer mesmo estando desempregado 
ou aposentado o trabalhador.
Nessa relação, merece destaque a doença que não gera a incapacidade 
laborativa, que não é considerada doença do trabalho, não se equiparando, assim, 
ao acidente do trabalho. 
Muitas doenças, relacionadas ou não ao trabalho, exigem, pela sua 
gravidade, o imediato afastamento do trabalho, como parte do tratamento (repouso 
obrigatório) e/ou pela necessidade de interromper a exposição aos fatores de risco 
presentes nas condições e/ou nos ambientes de trabalho. Outras doenças, por serem 
menos graves, não implicam, necessariamente, o afastamento do trabalho. Muitos 
médicos se veem em dúvida quanto à questão dosatestados médicos. Alguns são 
muito liberais e, na dúvida, concedem longos períodos de afastamento, tentando 
proteger o trabalhador. Outros são muito rigorosos ou restritivos, concedendo 
tempo insuficiente para a melhora efetiva do paciente/trabalhador. (OLIVEIRA, 
2008).
Não são considerados como doenças do trabalho: a doença degenerativa; 
a inerente a grupo etário; a que não produz incapacidade laborativa; a doença 
endêmica adquirida por segurados habitantes de região em que ela se desenvolva, 
salvo comprovação de que resultou de exposição ou contato determinado pela 
natureza do trabalho.
Não há uma fórmula fixa para tal tipo de decisão, que fica a critério do 
médico que atende ao paciente/trabalhador. A maior dificuldade decorre da falta 
de critérios objetivos que orientem a conduta do médico, principalmente quando 
ele não está familiarizado com o ambiente e as condições de trabalho do paciente. 
Nesse sentido, algumas diretrizes ou informações são importantes, como destaca 
o Ministério da Saúde (2001):
• não sendo trabalhador segurado, o atestado médico é apenas um documento 
pessoal do paciente/trabalhador, não tendo, em princípio, outro significado no 
caso de trabalhadores autônomos, avulsos e empresários;
• para os servidores públicos, contratados sob o RJU (Regime Jurídico Único), 
o atestado médico de incapacidade para o trabalho é necessário para que ele 
NOTA
TÓPICO 2 | DOENÇAS OCUPACIONAIS
25
obtenha o abono da ausência ao trabalho;
• sendo o trabalhador segurado pela Previdência Social, o atestado médico de 
incapacidade para o trabalho servirá para justificar seu afastamento do trabalho, 
pelo tempo que o médico solicitar. Porém, na verdade, o atestado médico irá 
justificar as faltas ao trabalho apenas nos primeiros 15 (quinze) dias, que sempre 
são pagos pela empresa;
• é importante distinguir o afastar-se da função ou a atividade do afastar-se do 
trabalho. Esta última situação está, quase sempre, vinculada à natureza e à 
gravidade da doença e, principalmente, à necessidade de repouso, às vezes no 
leito.
Havendo necessidade de afastamento superior a 15 (quinze) dias, o 
paciente/trabalhador/segurado deverá se apresentar à Perícia Médica do INSS, 
quando o médico-perito irá se pronunciar sobre a necessidade de afastamento, 
decorrente da existência (ou não) de incapacidade laborativa. Se esta for 
constatada ou reconhecida, desencadeará a concessão do benefício auxílio-
doença (Exame Médico-Pericial Inicial ou Ax-1), cujo valor corresponde a 91% do 
salário de benefício. Portanto, a partir do 16º dia, confirmando-se a necessidade 
de afastamento do trabalho, o pagamento correrá por conta do INSS, enquanto 
perdurar a incapacidade (temporária) laboral.
FONTE: Disponível em: <http://www.previdenciasocial.gov.br/>. 
Acesso em: 3 nov. 2010.
A concessão de auxílio-doença acidentário por acidente de trabalho, que inclui 
as doenças relacionadas ao trabalho das Listas A e B do Decreto nº 3.048/1999, em decorrência 
de incapacidade laboral temporária superior a 15 (quinze) dias, garante ao paciente/trabalhador/
segurado a estabilidade de um ano no emprego, após a sua cessação.
FIGURA 5 – PREVIDÊNCIA SOCIAL
NOTA
26
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você viu que: 
• A doença profissional é típica de determinada profissão, sendo presumido o 
nexo causal da doença com a atividade. 
• A doença do trabalho, mesmo tendo origem na atividade do trabalhador como 
na doença profissional, não está vinculada necessariamente a esta ou aquela 
profissão. Sendo assim, decorre da forma em que o trabalho é prestado ou das 
condições específicas do ambiente de trabalho. Um exemplo atual é a LER/
DORT, pois podem ser desencadeadas em qualquer atividade, sem vinculação 
direta a determinada profissão.
• Diante dos significados específicos de doença profissional e doença do trabalho, 
a denominação “doenças ocupacionais” passou a ser adotada como o gênero 
mais próximo que abrange as modalidades das doenças relacionadas com o 
trabalho.
• Muitas doenças, relacionadas ou não ao trabalho, exigem, pela sua gravidade, 
o imediato afastamento do trabalho, como parte do tratamento (repouso 
obrigatório) e/ou pela necessidade de interromper a exposição aos fatores de 
risco presentes nas condições e/ou nos ambientes de trabalho. Outras doenças, 
por serem menos graves, não implicam, necessariamente, o afastamento do 
trabalho.
• Havendo necessidade de afastamento superior a 15 (quinze) dias, o paciente/
trabalhador/segurado deverá se apresentar à Perícia Médica do INSS, quando o 
médico-perito irá se pronunciar sobre a necessidade de afastamento.
27
AUTOATIVIDADE
1 As doenças ocupacionais não são:
( ) doenças profissionais.
( ) doença do trabalho.
( ) moléstias contagiosas.
( ) LER/DORT.
2 A doença ocupacional está definida:
( ) no art. 20 da Lei nº 8.213/91.
( ) no art. 7º da Constituição Federal.
( ) no art. 196 da Constituição Federal.
( ) no art. 255 da CLT.
3 O acidente de trabalho pode ser considerado como a doença profissional e a 
doença do trabalho?
( ) Sim.
( ) Não.
( ) Somente em alguns casos.
( ) Não sei.
4 Não são características da doença profissional:
( ) doença profissional típica.
( ) tecnopatia.
( ) nexo causal da doença com a atividade não é presumido.
( ) ergopatia.
5 A doença do trabalho aparece na forma com que o trabalho é prestado ou das 
condições específicas do ambiente de trabalho.
( ) Verdadeiro.
( ) Falso.
6 Quais doenças são consideradas como sendo doença do trabalho?
( ) Doença degenerativa.
( ) Inerente a grupo etário.
( ) Diabetes.
( ) LER/DORT.
( ) Doenças cardiovasculares.
28
29
TÓPICO 3
INSALUBRIDADE
UNIDADE 1
1 INTRODUÇÃO
O art. 191 da CLT, conforme Saliba e Corrêa (2004, p. 19), enfatiza que a 
empresa deve proporcionar um ambiente de trabalho favorável ao trabalhador, 
adotando para tanto medidas para reduzir a insalubridade aos limites de tolerância 
ou utilizar os equipamentos de proteção individual.
O adicional de insalubridade é devido ao trabalhador que, em determinadas 
circunstâncias, desenvolveu ou desenvolve suas atividades sob condições 
insalubres.
O adicional de periculosidade é devido ao trabalhador que, em 
determinadas circunstâncias, desenvolveu ou desenvolve suas atividades sob 
condições perigosas. A palavra periculosidade significa a qualidade ou o estado 
de perigoso, caracterizando o adicional. 
2 ATIVIDADES INSALUBRES 
Conforme Saliba e Corrêa (2004, p. 11), “a palavra insalubre vem do latim 
e significa tudo aquilo que origina doença, e a insalubridade é a qualidade de 
insalubre”. 
No dicionário Aurélio, o termo “insalubre” significa prejudicial à saúde, 
nocivo; e “insalubridade” significa inadequado à vida, nocivo. (AURÉLIO, 2007).
Insalubridade pode ser definida como uma atividade que expõe o 
trabalhador a agentes nocivos à sua saúde, acima dos limites de sua tolerância. 
Isso é o que se pode entender do art. 189 e 190 da CLT (Consolidação das Leis do 
Trabalho) (BRASIL, 2002):
Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas que, por sua 
natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes 
nocivo à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da 
intensidade do agente e do tempo e exposição aos seus efeitos. 
30
UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO
Os trabalhadores, sujeitos a estes agentes de qualquer natureza, diretamente 
relacionados com o trabalho e a eles peculiares, podem contrair doenças causadas 
pelos mesmos, chamadas de doenças profissionais.
Ao analisar o conceito de insalubridade conforme o artigo 189 da CLT, 
pode-se considerar que esse conceito é tecnicamente correto dentro dos princípios 
da Higiene do Trabalho.
A insalubridadeé o trabalho com agentes agressivos que causam danos à 
saúde, afetando o bem estar do trabalhador.
As condições insalubres são caracterizadas pela atuação dos agentes físicos, 
agentes químicos e os agentes biológicos existentes nos próprios ambientes de trabalho 
que, em virtude da natureza, da intensidade, bem como o tempo de exposição, ocasionam 
nocividade à saúde de quem trabalha.
Para a configuração da insalubridade, são necessários alguns requisitos 
como exposição permanente a agentes insalubres, inspeção do local de trabalho 
acima dos limites de tolerância de exposição aos agentes nocivos.
Assim, para as atividades em que os trabalhadores são expostos a agentes 
nocivos, acima dos limites fixados pelo Ministério do Trabalho, perceberão o direito 
ao adicional de insalubridade. O trabalhador terá direito em receber adicional 
equivalente ao grau máximo, médio e mínimo, como descreve o art. 192 da CLT 
(BRASIL, 2002):
Art. 192. O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos 
limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura 
a percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 
20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário mínimo, segundo 
classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo.
Segundo Araújo (2005), as empresas são classificadas em três níveis de 
risco de acidente de trabalho, conforme sua atividade preponderante: leve, média 
e grave. 
O artigo 195, caput, da CLT, prevê que a caracterização e a classificação da 
insalubridade far-se-á sempre através de perícia. 
Art. 195. A caracterização e a classificação da insalubridade e da 
periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-
NOTA
TÓPICO 3 | INSALUBRIDADE
31
ão através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do 
Trabalho, registrados no Ministério do Trabalho. (BRASIL. Decreto-Lei 
5.452, de 1º de maio de 1943, 2002).
A NR-15 listou os agentes considerados insalubres, estando na classificação: os 
ruídos, ruídos de impacto, exposição ao calor, radiações ionizantes, trabalho sob condições 
hiperbáricas, radioações não ionizantes, vibrações, frio, umidade, agentes químicos cuja 
insalubridade é caracterizada por limite de tolerância e inspeção no local de trabalho, poeiras 
minerais, agentes químicos e agentes biológicos.
FONTE: Disponível em: <http://o-jacaranda.blogspot.com/2009/01/luz-fabrica-textil-
moderna.html>. Acesso em: 3 nov. 2010.
Há também, um quadro com os graus de insalubridade para cada 
agente agressivo. São utilizados critérios quantitativo e qualitativo, tendo como 
fundamento legal o art. 200 da Consolidação das Leis do Trabalho, que outorga 
ao Ministério do Trabalho o poder de baixar normas que completem aqueles não 
mencionados pela Lei, o que torna possível a permanente e contínua adequação 
das normas legais à realidade dos ambientes de trabalho. 
Ainda a NR-15 (2010) destaca que:
FIGURA 6 – FÁBRICA TÊXTIL MODERNA
NOTA
32
UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO
15.1. São consideradas atividades ou operações insalubres as que se 
desenvolvem:
15.1.1. Acima dos limites de tolerância previstos nos anexos nº 1, 2, 3, 5, 
11 e 12;
15.1.2. (Revogado pela Portaria nº 3.751, de 23.11.1990);
15.1.3. Nas atividades mencionadas nos anexos nº 6, 13 e 14;
15.1.4. Comprovadas através de Laudo de Inspeção do local de trabalho, 
constantes dos anexos nº 7, 8, 9 e 10;
15.1.5. Entende-se por Limite de Tolerância, para os fins desta Norma, a 
concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada coma natureza e 
o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à Saúde do Trabalhador, 
durante sua vida laboral.
15.2. O exercício do trabalho em condições de insalubridade, de acordo 
com os subitens do item anterior, assegura ao trabalhador a percepção de 
adicional, incidente sobre o salário mínimo da região, equivalente a:
15.2.1. 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo;
15.2.2. 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio;
15.2.3. 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo.
15.3. No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade será 
considerado apenas o de grau mais elevado, para efeito de acréscimo salarial, 
sendo vedada a percepção cumulativa.
15.4. A eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a 
cessação do pagamento do adicional respectivo.
15.4.1. A eliminação ou neutralização da insalubridade deverá ocorrer:
a) Com a adoção de medida de ordem geral que conserve o ambiente de 
trabalho dentro dos limites de tolerância;
b) Com a utilização de equipamento de proteção individual.
15.4.1.1. Cabe a autoridade regional competente em matéria de 
segurança e saúde do trabalho, comprovada a insalubridade por laudo técnico 
de Engenheiro de Segurança do Trabalho ou Médico do Trabalho, devidamente 
habilitado, fixar adicional devido aos empregados expostos à insalubridade 
quando impraticável sua eliminação ou neutralização.
15.4.1.2. A eliminação ou neutralização da insalubridade ficará 
caracterizada através de avaliação pericial por órgão competente, que comprove 
a inexistência de risco à saúde do trabalhador.
15.5. É facultado às empresas e aos sindicatos de categorias profissionais 
interessadas requererem ao Ministério do Trabalho, através das Delegacias 
Regionais do Trabalho, a realização de perícia em estabelecimento ou setor 
deste, com o objetivo de caracterizar e classificar ou determinar atividade 
insalubre.
15.5.1 Nas perícias requeridas às Delegacias Regionais do Trabalho, 
desde que comprovada a insalubridade, o Perito do Ministério do Trabalho 
indicará o adicional devido.
TÓPICO 3 | INSALUBRIDADE
33
Anexo Atividades ou operações que exponham o trabalhador a: Percentual
1
Níveis de ruído contínuo ou intermitente superiores aos limites 
de tolerância fixados no quadro constante do Anexo nº 1 e no 
item 6 do mesmo anexo.
20%
2 Níveis de ruído de impacto superiores aos limites de tolerância 
fixados nos itens 2 e 3 do Anexo nº 2.
20%
3 Exposição ao calor com valores de IBUTG superiores aos limites 
de tolerância fixados nos quadros nº 1 e 2.
20%
4 ** Revogado pela Portaria nº 3.751, de 23.11.1990. 40%
5
Níveis de radiações ionizantes com radioatividade superior aos 
limites de tolerância fixados neste Anexo.
40%
6 Trabalho sob condições hiperbáricas. 20%
7
Radiações não ionizantes consideradas insalubres em 
decorrência de inspeção realizada no local de trabalho.
20%
8
Vibrações consideradas insalubres em decorrência de inspeção 
realizada no local de trabalho.
20%
9 Frio considerado insalubre em decorrência de inspeção realizada 
no local de trabalho. 
20%
10 Umidade considerada insalubre em decorrência de inspeção 
realizada no local de trabalho.
20%
11 Agentes químicos cujas concentrações sejam superiores aos 
limites de tolerância fixados no Quadro nº 1.
10%, 20% e 
40%
12 Poeiras minerais cujas concentrações sejam superiores aos 
limites de tolerância fixados neste Anexo.
40%
13
Atividades ou operações envolvendo agentes químicos, 
consideradas insalubres em decorrência de inspeção realizada 
no local de trabalho. 
10%, 20% e 
40%
14 Agentes biológicos. 20% e 40%
FONTE: NR-15 (2010)
QUADRO 2 – GRAUS DE INSALUBRIDADE
O art. 192 da CLT estabelece que o exercício de trabalho em condições 
insalubres, acima dos limites de tolerância fixados pelo Ministério do Trabalho 
e Emprego, assegurada a percepção do adicional respectivamente de 40%, 20% 
e 10% do salário mínimo da região, segundo se classifiquem nos graus máximo, 
médio e mínimo. (SALIBA; CORRÊA, 2009).
Este adicional será sem acréscimos, resultantes de gratificações, prêmios 
ou participação dos lucros da empresa (art. 193 da CLT), sendo que o empregado 
poderá optar pelo adicional de insalubridade queporventura lhe seja devido.
15.6. O Perito descreverá no laudo a técnica e a aparelhagem utilizadas.
15.7. O disposto no item 15.5. não prejudica a ação fiscalizadora do 
Ministério do Trabalho, nem a realização ex-officio da perícia, quando solicitado 
pela Justiça, na localidade onde não houver Perito.
O quadro a seguir apresenta a tabela com os graus de insalubridade.
34
UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO
O grau de insalubridade depende do tipo de agente insalubre a que o empregado 
está exposto. Por exemplo, o agente ruído gera adicional em grau médio, enquanto a poeira 
gera grau máximo. Outro aspecto importante a ser considerado é que o grau não varia de 
acordo com a intensidade do agente, isto é, uma concentração de poeira dez vezes superior 
ao limite gera o mesmo grau de insalubridade que uma concentração duas vezes superior ao 
limite de tolerância. 
2.1 PERICULOSIDADE 
A CLT menciona em seu art. 193 que as atividades ou operações perigosas 
são consideradas, aquelas que, por natureza ou métodos de trabalho, impliquem 
o contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco 
acentuado. 
São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da 
regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por 
sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente 
com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado.
Saliba e Corrêa (2009) destacam que nesta definição, foram determinados três 
pressupostos para a configuração da periculosidade:
• contato com inflamáveis e explosivos;
• caráter permanente;
• em condições de risco acentuado.
A NR-16 da Portaria n° 3.214 estabelece as atividades e operações em 
condições de periculosidade com inflamáveis e explosivos, bem como as áreas de 
risco.
Outro fator gerador de periculosidade é o contato com energia elétrica, 
instituído pela Lei n° 7.369/85, que para tal instituiu o adicional de periculosidade. 
Essa lei foi regulamentada pelo Decreto n° 93.412, de 14 de outubro de 1986, 
estabelecendo as atividades em condições de periculosidade e áreas de risco. 
NOTA
NOTA
TÓPICO 3 | INSALUBRIDADE
35
Saliba e Corrêa (2009) explicam que, posteriormente, o Ministério do 
Trabalho e Emprego (MTE) instituiu o adicional de periculosidade para as 
atividades ou operações que envolvem radiações ionizantes e substâncias 
radioativas, por meio da Portaria nº 3.393, de 17 de dezembro de 1987, instrumento 
este, no entanto, considerado ilegal por alguns profissionais da área jurídica – vez 
que o direito de recebimento do adicional foi criado por uma Portaria. 
O art. 193 da CLT (§ 1º) estabelece que o valor do adicional seja de 30% sobre o 
salário sem os acréscimos resultantes de gratificações ou participações nos lucros da empresa, 
podendo o empregado optar pelo adicional que porventura lhe seja devido (art. 193, § 2º). 
Portanto, os adicionais de insalubridade e periculosidade também não podem ser cumulativos, 
devendo o empregado fazer a opção. 
FONTE: O autor
FIGURA 7 – ATIVIDADES QUE GERAM PERICULOSIDADE
NOTA
36
UNIDADE 1 | SEGURANÇA DO TRABALHO
3 PERÍCIA TÉCNICA DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE 
O art. 189 da CLT define que operações insalubres são aquelas que expõem 
os empregados a agentes nocivos à saúde acima dos limites de tolerância fixados 
em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos 
seus efeitos. Já as operações periculosas são as atividades ou operações perigosas, 
sendo aquelas que, por natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato 
permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado. 
A caracterização e a classificação da insalubridade e da periculosidade 
são feitas por perícia a cargo do Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho, 
registrados no Ministério do Trabalho, conforme art. 195 da CLT. A perícia poderá 
ser feita pelo médico ou pelo engenheiro, tanto para constatar a insalubridade 
como para a periculosidade quando não for necessário o conhecimento específico 
de um dos profissionais ou de outro.
Art. 195. (...).
§ 1º É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais 
interessadas requererem ao Ministério do Trabalho a realização de 
perícia em estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de caracterizar 
e classificar ou delimitar as atividades insalubres ou perigosas.
§ 2º Arguida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por 
empregado, seja por sindicato, em favor de grupo de associados, o juiz 
designará perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não houver, 
requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho.
(...).
Portanto, a perícia visando à caracterização da insalubridade é obrigatória, 
podendo ser extrajudicial ou judicial.
 
O parágrafo 1º deste artigo da CLT concede às empresas e aos sindicatos 
a faculdade de requererem ao Ministério do Trabalho e Emprego a realização 
de perícia em estabelecimentos ou setor deste, com o objetivo de classificar ou 
delimitar as atividades insalubres.
Nesse sentido, Vieira (2002) destaca que o laudo pericial é o relato escrito e 
formal que o perito envia à autoridade que o nomeou. A razão da realização da perícia é a 
necessidade que tem a autoridade de ser elucidada sobre um determinado fato jurídico. Desta 
forma, o objetivo básico de todo o laudo é o de fornecer esclarecimentos a quem o solicita.
NOTA
TÓPICO 3 | INSALUBRIDADE
37
Portanto, de forma clara, deve ser elaborado, fornecendo informações 
objetivas, sobre fatos de natureza técnica, não dominados pelo juízo.
A estrutura do laudo deve obedecer a certa ordenação, que possui as 
seguintes partes: preâmbulo, histórico, descrição, discussão, conclusão e resposta 
aos quesitos, explicados a seguir, conforme Vieira (2002): 
• Preâmbulo: no preâmbulo o perito fará sua apresentação declinando o seu 
nome. A seguir, explicita o motivo da perícia, citando o processo e as partes 
envolvidas. 
• Histórico: nesta etapa, devem ser narrados todos os antecedentes importantes 
para elucidar o laudo, como, os cargos e funções exercidos pelo reclamante e 
outras circunstâncias relacionadas à perícia.
• Descrição: é a parte central da perícia; sobre ela estarão assentadas todas as 
demais partes do laudo:
a) Local de trabalho: será descrito em suas dimensões, tipo de construção, piso, 
cobertura, abertura, luminárias, distribuição de máquinas e equipamentos, 
assim como as condições gerais de higiene e limpeza;
b) Descrição do trabalho: deverá ser feita de forma completa e ordenada das 
tarefas e atribuições exercidas. A descrição deve, basicamente, responder às 
seguintes questões: O que se faz? Como e com que se faz? E para que se faz? 
A sequência lógica das tarefas realizadas, destacando fatores como esforço 
físico, complexidade e tempo de execução, que são importantes para definir 
as condições de risco profissional a serem posteriormente descritas. As tarefas 
devem ser expressas iniciando a frase com o verbo no infinitivo. Assim, a 
descrição das tarefas de um açougueiro poderá ser:
• examinar as peças de carne recebidas, verificando sua qualidade e quantidade;
• transportar as peças de carne para a câmara frigorífica, para evitar sua 
deterioração;
• dividir a carne em partes menores, utilizando-se de serra de fita e facas, para 
facilitar a venda ao público.
Ao final da descrição das tarefas, deve-se citar se o autor usava equipamentos 
de proteção individual.
c) Descrição do processo operacional: descrição do local e do trabalho. Esses dados 
são obtidos com os operadores e supervisores, e não deixar de ter seus nomes 
citados no preâmbulo. Pode-se anexar fotos, plantas baixas ou desenhos para 
elucidar a descrição.
d) Descrição dos riscos do trabalho: a descrição dos riscos ocupacionais está 
assentada nos princípios da higiene

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