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Tema 3 - A brincadeira com instrumento de desenvolvimento da criatividade

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Brinquedoteca e o Elem
ento Lúdico
Autoria: Claudia Dour
ado de Salces
Tema 03
A Brincadeira como Instrumento de Desenvolvimento da Criatividade
Tema 03
A Brincadeira como Instrumento de Desenvolvimento da Criatividade
Autoria: Claudia Dourado de Salces
Como citar esse documento:
SALCES, Claudia Dourado de. Brinquedoteca e o Elemento Lúdico: A Brincadeira como Instrumento de Desenvolvimento da Criatividade. Caderno 
de Atividades. Valinhos: Anhanguera Educacional, 2015.
Índice
© 2014 Anhanguera Educacional. Proibida a reprodução final ou parcial por qualquer meio de impressão, em forma idêntica, resumida ou modificada em língua 
portuguesa ou qualquer outro idioma.
Pág. 15
Pág. 17 Pág. 17
Pág. 16
Pág. 12Pág. 11
ACOMPANHENAWEB
Pág. 3
CONvitEàlEiturA
Pág. 3
POrDENTRODOTEMA
3
A Brincadeira como Instrumento de Desenvolvimento da Criatividade
1. O conceito de criatividade
Pense por um momento: o que significa ser criativo? Significa saber fazer obras artísticas, como pintar um quadro, 
fazer uma escultura, fazer um trabalho manual? Saber decorar a casa, combinar cores e estilos de roupas? É criativo 
quem consegue propor novas soluções para velhos problemas? Ou seja, quando a pessoa apresenta um jeito novo de 
fazer alguma coisa, com um olhar inovador e prático, ela está sendo criativa? A criatividade é um dom ou se aprende 
a ser criativo?
O estudo da criatividade é relativamente recente (cf. PEARSON, 2011) e teve início no campo da psicologia cognitiva. 
Em 1926, o inglês Graham Wallas elaborou o que pode ser considerado como o primeiro modelo do pensamento criativo. 
Segundo esse modelo, a criação de uma nova ideia seria um processo formado por quatro etapas:
Na aula anterior você aprendeu sobre a importância do brincar para o desenvolvimento da criança e para sua 
aprendizagem. Além disso, você compreendeu que ambos são considerados processos distintos, a depender da 
perspectiva teórica adotada. Como futuro professor, você já deve estar convencido do quanto é fundamental assumir 
a ludicidade como estratégia no processo de ensino-aprendizagem da criança. Nesta aula, você aprenderá sobre o 
conceito de criatividade e como ela pode ser identificada no comportamento da criança. Verá também como utilizar o 
jogo, a brincadeira e o brinquedo como eficientes recursos de estímulo à criatividade da criança, desde a educação infantil 
até o ensino fundamental. Conhecerá ainda algumas pesquisas atuais a respeito de um tema que interessa a todos, 
pois quem não quer ser criativo? Independentemente da área em que se atua – na área educacional, na empresarial, na 
artística e em quaisquer outras –, a criatividade é um diferencial desejável e deve ser estimulada desde a infância. Por 
isso, anime-se para esta aula!
CONvitEàlEiturA
POrDENTRODOTEMA
4
1. Preparação: diz respeito ao momento em que a pessoa coleta as informações necessárias para conhecer o problema 
em questão.
2. Incubação: diz respeito ao período de “descanso mental”, em que a pessoa deixa o problema de lado temporariamente.
3. Iluminação: diz respeito ao momento em que a pessoa tem uma espécie de “insight” ou inspiração, chegando, 
finalmente, à solução criativa.
4. Verificação: diz respeito ao momento de ajuste e implementação da solução de um problema.
Neste modelo, a ideia criativa depende de um processo inconsciente, incontrolável, isto é, de um “clique”. A criatividade 
passa a ser vista e estudada como uma mistura de esforço e imaginação. Em momento posterior, pesquisadores 
perceberam que eram necessários certos passos antes da “iluminação” ou do “clique”, e começaram a se dedicar à 
preparação de roteiros objetivos predefinidos, os quais as pessoas deveriam seguir para conseguirem ser mais criativas. 
Esse modo de ver a emergência da criatividade era muito centrado na pessoa, no indivíduo, como se dependesse 
apenas do talento pessoal, ignorando a influência de um ambiente estimulante e/ou da interação com outras pessoas 
(amigos, familiares, colegas de trabalho e de escola etc.).
Um dos pioneiros em perceber e estudar essa inter-relação foi o psicólogo Mel Rhodes, para o qual a:
[...] criatividade é um fenômeno em que uma pessoa comunica um novo conceito – o produto. A pessoa chega até 
esse produto por meio de um processo mental. Como nenhum ser humano vive ou opera num vácuo, precisamos 
considerar também o ambiente. (apud PEARSON, 2011, p. 7) 
Em 1961, então, surge o modelo das quatro dimensões da criatividade: pessoa, produto, processo e ambiente. Veja na 
Figura 3.1 a seguir.
POrDENTRODOTEMA
5
Figura 3.1 As quatro dimensões da criatividade segundo Mel Rhodes (adaptado)
Fonte: Pearson (2011, p. 7).
De acordo com essa visão, a criatividade não acontece espontaneamente; ela emerge durante as interações da pessoa 
com o ambiente e surge a partir dos efeitos que essas interações têm sobre a própria pessoa e os grupos sociais dos 
quais ela faz parte. A criatividade é, portanto, um fenômeno de natureza individual e social. 
POrDENTRODOTEMA
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A criatividade1 pode, então, ser conceituada como:
“[...] um conjunto de capacidades que permitem a uma pessoa comportar-se de modos novos e adaptativos em 
determinados contextos” (MOUCHIRD; LUBART, 2002 apud BRITO; VANZIM; ULBRICHT, 2011, p. 205). 
“[...] a capacidade de criar uma solução que é ao mesmo tempo inovadora e apropriada” (STERNBERG; LUBART, 
1999 apud BRITO; VANZIM; ULBRICHT, 2011, p. 205).
2. Infância, imaginação e criatividade
Dentro de uma perspectiva histórico-cultural sobre o desenvolvimento humano, sobretudo com base nas reflexões 
de Vygotsky, considera-se que, apesar de a ação criadora se manifestar ao longo de todo o desenvolvimento do indivíduo, 
é na infância que ela assume contornos específicos. Daí a importância de o professor estar atento e motivar seus alunos 
nesse sentido, pois as crianças configuram suas expressões criativas por meio de brincadeiras, narrativas, desenhos 
etc., os quais evidenciam, muitas vezes, não somente o modo como pensam o real, mas também como o sentem e 
interpretam. 
Você, como futuro professor, irá perceber que quando uma criança ou um grupo de crianças decide brincar, ocorre o 
despertamento de sua imaginação. Rau (2011) descreve como isso acontece. Veja:
Inicialmente, elas não sabem exatamente do que brincar, então trocam ideias e elaboram o tema de suas 
brincadeiras. A partir desse momento, definem espaços e objetos que servirão de suporte para elas. No começo 
não há intencionalidade em relação às ações que serão desenvolvidas. Assim, quando dialogam e interagem, 
as crianças problematizam e representam os cenários de seu cotidiano. Nesse sentido, o brincar se distingue de 
qualquer outra forma de atividade, pois nele a criança cria uma situação imaginária. (RAU, 2011, p. 171) 
Você deve ter percebido, por essa descrição, que a maneira como se manifesta a criatividade da criança está ligada 
à imaginação, a qual, segundo Silva (2012, p. 20), é “a capacidade do homem de criar, mesmo que se baseando na 
experiência passada, elementos novos”. Você com certeza já observou crianças brincando de casinha, de super-herói, 
de médico, e deve ter reparado que elas sempre agregam algo novo ou inusitado à brincadeira de faz de conta. Usam 
diferentes objetos a elas acessíveis, como telefone, estetoscópio, panela ou copo etc. A brincadeira estimula a criatividade 
ao permitir a construção de novas possibilidades de ação e formas inéditas de arranjar os elementos do ambiente. 
1 Veja como a ministra de Inovação e Cultura de Santa Fé (Argentina), "Chiqui" González, define criatividade no vídeo indicado a seguir. Disponível em: 
<https://www.youtube.com/watch?v=_sRJ5NndPTg>. Acesso em: 11 maio 2015.
POrDENTRODOTEMA
7
A experiência cultural da criança, isto é, as experiências que ela tem em diferentes contextos e situações influenciama composição de sua imaginação. Assim, a imaginação não deve ser considerada um devaneio ou uma simples ilusão 
infantil, pois ela é a base para o pensamento, a criatividade e o conhecimento de mundo. 
Para Vygotsky (apud SILVA, 2012), a necessidade do indivíduo de adaptar-se ao meio que o rodeia é o principal fator 
psicológico do desenvolvimento da imaginação. Segundo o estudioso russo, se o ambiente não oferece nenhum obstáculo 
ao seu desenvolvimento natural, não existe base para o surgimento de uma ação criadora. Dessa forma, pode-se 
afirmar que a inadaptação é a condição principal para o desenvolvimento humano, pois faz emergir a necessidade de 
transformação do ambiente.
Assim, vê-se que o ambiente tem papel fundamental tanto para a emergência quanto para a repressão da criatividade. 
Os fatores de bloqueio à criatividade podem ser agrupados em categorias, como barreiras perceptivas, culturais, 
ambientais, emocionais, intelectuais e expressivas ou então de ordem social, ligadas a valores, normas e 
pressupostos existentes na sociedade. (ALENCAR; MARTINEZ, 1998 apud BRITO; VANZIM; ULBRICHT, 2011, 
p. 206)
Como você já estudou nas aulas anteriores, o lúdico é fundamental para a emergência do pensamento abstrato, 
da capacidade de representação e simbolização, e, portanto, da elaboração e ampliação das competências tanto 
imaginativas quanto linguísticas das crianças. Nesse processo de aprendizagem e desenvolvimento, a figura do mediador 
– o professor – é essencial. 
Infelizmente, a formação tradicional de professores tem privilegiado os processos de ensinar e aprender pelo enfoque 
disciplinar e controlador. Planejamentos e avaliações estão pautados neste objetivo instrucional e a concepção de aula 
está fundada nesses princípios. Imagine a seguinte situação em uma sala de educação infantil:
Logo depois de contar a história do Coelho da Páscoa, a professora distribui folhas de sulfite e giz de cera para seus 
alunos, com o desenho de um coelho comendo uma cenoura e de alguns ovinhos de chocolate ao redor do animal. 
Ela, então, os orienta a pintar o coelho de amarelo, a cenoura de laranja e os ovinhos de marrom. Uma das crianças 
pergunta se não poderia pintar o seu coelho de preto, pois na chácara do avô havia um desta cor. A mestra responde 
que não, pois o coelho da páscoa era amarelinho e todos deveriam pintá-lo do mesmo jeito. Outra criança pergunta se 
não poderia colorir os ovos com outras cores, ao que a professora também se opõe, dizendo que deveria ser marrom, 
pois é a cor do chocolate.
POrDENTRODOTEMA
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O que você acha dessa situação? A professora está dando chance à criatividade de seus alunos ou a está cerceando? 
Neste caso, ela está dando valor ao produto e não ao processo, negligenciando os aspectos da atividade imaginativa 
da criança. A mestra poderia aproveitar a oportunidade e permitir que as crianças falassem de suas experiências, 
relatassem se já tinham visto algum coelho de perto, de que cor eles eram, se comiam apenas cenoura ou algum outro 
alimento, entre outros questionamentos, para que a partir da realidade as crianças imaginassem novas situações e 
pudessem expressar suas emoções e impressões. 
Em vez disso, a professora predetermina a estética do desenho, destacando apenas uma forma de categorizar a 
realidade, como se fosse a única possível. A professora do nosso exemplo parece ignorar que os ovos de chocolate 
não são vendidos com a cor exposta, mas vêm em embalagens coloridas e chamativas. Ao direcionar as escolhas das 
crianças, denota uma postura autoritária e centralizadora, e ocorre uma espécie de intimidação do desenvolvimento 
criativo da criança de qualquer faixa etária.
Você, como futuro profissional da educação infantil, deve cuidar para que o espaço da aula não se configure de modo 
que impeça e limite os processos criativos, mas que funcione como cenário de expansão e de apropriação de novos 
modos de compreender, representar e expressar o real. 
Segundo Oliveira (2011), a criatividade deve permear também o ensino e, por isso, deve-se repensar o modelo de 
escolarização atual, que prioriza certos rituais, lições de casa, suspensões, e a metodologia de trabalho centrada no 
professor, que propõe tarefas iguais para todos, para serem realizadas ao mesmo tempo, de uma mesma maneira. A 
autora salienta:
Em vez de um método único de ensino, baseado em um processo cognitivo que se julga perfeito, homogêneo e 
irreversível, propomos o encorajamento da familiaridade das crianças com novas situações, a legitimação, para 
elas, de um espaço de participação amplo e diversificado nas atividades propostas. (OLIVEIRA, 2011, p. 185) 
O RCNEI - Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil - afirma caber ao professor a organização de 
situações para que as brincadeiras ocorram da maneira mais diversificada possível, a fim de propiciar às crianças a 
possibilidade de escolherem os temas, os objetos, os papéis e os companheiros com quem brincar, bem como os jogos, 
para assim elaborarem de forma pessoal e independente seus sentimentos, emoções, conhecimentos e regras sociais 
(BRASIL, 1998b, p. 29).
O professor, que quase sempre tem o controle sobre os materiais utilizados na escola, é quem define o que será oferecido 
à criança no momento da brincadeira. Por isso, além de oferecer objetos diferentes dos que ela provavelmente possui 
POrDENTRODOTEMA
9
fora da escola, também pode orientar a escolha dos objetos e brinquedos que poderão estimular e desafiar a criatividade 
da criança, em função do ritmo e estágio de desenvolvimento em que ela se encontra.
3. Sugestões de atividades para estimular a criatividade da criança
3.1 Criatividade por meio da expressão oral (narrativa)
O professor escolhe uma história já conhecida pelos alunos, como por exemplo, um conto de fadas (Chapeuzinho 
Vermelho, Os Três Porquinhos, Rapunzel, João e o Pé de Feijão etc.), faz uma roda no chão e conta a narrativa às 
crianças. Em seguida, sugere que a história seja recontada, isto é, que cada um vá fazendo mudanças em seu enredo, 
seja alterando acontecimentos, seja inserindo novos personagens. O professor serve de mediador, para dar sequência 
aos fatos narrados pelas crianças e “alinhavar” a contribuição que cada criança dá à história.
3.2 Criatividade por meio da expressão gráfica
Aproveitando a história já contada e recontada pelas crianças, pede-se então a cada uma delas que crie um 
desenho em função da nova história, recriada a partir dos novos detalhes e personagens inventados na roda de história.
Você deve deixá-las produzir livremente, sem interferências, seja quanto aos personagens que ela irá escolher retratar, 
seja quanto às cores que irá utilizar. Nesta atividade, o professor só irá definir o que a criança usará para produzir o 
desenho (sulfite, papel manilha, cartolina, lápis de cor, tinta guache, giz de cera).
3.3 Criatividade por meio da expressão cênica (teatro) 
Finalmente, aproveitando-se do que foi realizado nas duas atividades anteriores – expressão oral e expressão 
gráfica –, parte-se então para a expressão cênica, por meio da encenação da nova história criada na roda. Se a escola 
não tiver fantasias para as crianças, aproveite a sua criatividade e a das crianças e crie fantasias você mesmo em sala 
de aula. Você pode usar material reciclável, diferentes tipos de papel, placas de EVA e tecido tipo TNT de várias cores. 
É só dar asas à imaginação!
POrDENTRODOTEMA
10
Para se inspirar ainda mais, leia a seguir uma experiência bastante inovadora que a professora de Artes Marisa Szpigel, 
da Escola da Vila, em São Paulo (SP), propôs aos seus alunos: 
O desenho já faz parte da rotina do 1º ano da EMEB Edson Danillo Dotto, em São Bernardo do Campo, região 
metropolitana de São Paulo. A professora Daniella Corrêa Bezerra promove atividades de Arte combinadas à leitura 
pedindo que as crianças desenhemapós ouvir as histórias. Ela notou, porém, que elas tendem a copiar o que veem 
nos livros. Nessa idade, os alunos querem produzir o desenho considerado correto, mais próximo à representação do 
real.
Pensando nisso, Marisa Szpigel, a Zá, coordenadora de Arte da Escola da Vila, em São Paulo, propôs uma atividade 
que retoma o desenho de imaginação, mais usual na Educação Infantil. Os alunos fazem as ilustrações de um livro 
sem ver as imagens dele, só com as informações do texto. Depois, com a apreciação de obras de vários artistas e das 
suas próprias, eles refletem sobre as possibilidades de representação de uma mesma coisa.
A obra escolhida foi O Grúfalo (Julia Donaldson e Axel Scheffler, 32 págs., Ed. Brinque-Book), que descreve um animal 
imaginário. Primeiramente, Zá anunciou que faria a leitura do livro e avisou que as crianças fariam o trabalho de ilustrá-
lo. Para isso, precisariam prestar muita atenção às partes com descrições do personagem.
Depois da leitura, em grupos, cada criança recebeu caneta, lápis de cor e um papel. Zá explicou que eles deveriam 
fazer a cabeça do animal na metade superior do papel e o corpo na metade inferior. Com os desenhos prontos, a 
formadora mostrou à turma o Grúfalo imaginado pelo ilustrador da obra, comparando-o com as produções dos alunos.
Zá mostrou, então, o livro Bichos Que Existem e Bichos Que Não Existem (Arthur Nestrovski, 56 págs., Ed. Cosac 
Naify) para ampliar as referências que as crianças têm de imagens desse tema.
Zá, Daniella e a coordenadora pedagógica Carla Freschi de Araújo destacaram a cooperação entre as crianças. Elas 
se ajudaram na hora de desenhar, ao recordar a descrição do livro, e na apreciação, ao mostrar quais elementos 
chamaram a atenção. As educadoras também comentaram a importância de validar a produção dos alunos que saem 
do que é convencionalmente esperado e como é necessário um repertório de Arte e de conhecimentos didáticos para 
que isso seja encaminhado a fim de alimentar o percurso criador de todos.
Fonte: Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/video-amplie-criatividade-turma-producao-desenhos-777187.shtml>.
Acesso em: 11 maio 2015.
POrDENTRODOTEMA
11
As Escolas de Hoje Limitam a Criatividade Infantil?
• O curta-metragem traz uma rica reflexão de dois importantes educadores – Severino Antônio, 
doutor em Educação, e Kátia Tavares – sobre o modo como os professores da escola atual agem 
em sala de aula e, em vez de estimular ações criativas, acabam por miná-las.
Disponível em: <http://alana.org.br/severino-antonio-e-katia-tavares/>. Acesso em: 11 maio 2015.
Tempo: 3:20. 
Jogos e Brincadeiras
• Visite o site da versão online da revista Nova Escola, pois há uma página especial intitulada 
Jogos e Brincadeiras, na qual você encontrará tudo sobre o brincar e como utilizar as 
brincadeiras na Educação Infantil e no Ensino Fundamental. Reportagens, vídeos e entrevistas 
com os melhores especialistas, jogos online e planos de aula fazem parte deste guia. 
Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/jogos-brincadeiras/>. Acesso em: 11 maio 2015.
A Turma Solta a Imaginação e Desenha Bichos que Não Existem
• Assista a uma instigante reportagem da revista Nova Escola intitulada A Turma Solta a 
Imaginação e Desenha Bichos que Não Existem, na qual você verá uma professora de artes 
em plena atividade de estímulo à imaginação e, portanto, à criatividade de seus alunos. Ela 
desafia as crianças a produzirem desenhos de bichos que nunca viram antes, após ouvirem 
histórias sobre eles. 
Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/fundamental-1/video-amplie-criatividade-turma-producao-de-
senhos-777187.shtml>. Acesso em: 11 maio 2015.
Tempo: 16:13
ACOMPANHENAWEB
12
Percepção de Alunos do Ensino Fundamental quanto ao Clima de Sala de 
Aula para Criatividade
• Leia o interessante artigo de Dense de Souza Fleith e Eunice Maria L. Soriano de Alencar, 
intitulado Percepção de Alunos do Ensino Fundamental quanto ao Clima de Sala de 
Aula para Criatividade, em que as autoras pesquisam a percepção de 644 alunos do Ensino 
Fundamental de escolas públicas e particulares do Distrito Federal quanto ao clima de sala de 
aula para a criatividade. As pesquisadoras utilizam uma escala que avalia cinco fatores: suporte 
da professora à expressão de ideias do aluno; autopercepção do aluno com relação à criatividade; 
interesse do aluno pela aprendizagem; autonomia do aluno; e estímulo da professora à produção 
de ideias do aluno. 
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/pe/v11n3/v11n3a06.pdf>. Acesso em: 11 maio 2015.
ACOMPANHENAWEB
Instruções:
Agora, chegou a sua vez de exercitar seu aprendizado. A seguir, você encontrará algumas questões de múltipla 
escolha e dissertativas. Leia cuidadosamente os enunciados e atente-se para o que está sendo pedido.
AgOrAéAsuAvEz
Questão 1
Você aprendeu a importância de o professor estimular em seus alunos a criatividade, desde o início da escolarização. Com base 
no que você estudou nesta aula, defina com suas próprias palavras o que é criatividade e cite as quatro dimensões da criativida-
de, segundo Mel Rhodes.
13
AgOrAéAsuAvEz
Questão 2
Leia a seguir o trecho de uma reportagem da revista Nova Escola, intitulada Pequenos Artistas, de Tatiana Achcar:
Crianças de 4 anos geralmente já têm noção de espaço e desenham dentro do limite da folha, mas ainda não estabelecem uma 
escala de tamanho nem conhecem bem as cores. Uma árvore inteira pode ser pintada de verde e ser do tamanho de uma flor. 
(ACHAR, 2006, s.p.)
Para que as crianças ampliem seu universo pictórico e percebam a diversidade de tons, formas e tamanhos, o professor ou a 
professora deve:
a) Pedir aos alunos que prestem atenção nos detalhes das folhas, das flores, do tronco e da raiz e no tamanho da árvore em 
relação a outras plantas.
b) Pedir aos alunos que olhem em livros e revistas como são as folhas, flores, tronco, raiz e tamanho da árvore para tentar 
reproduzir tudo fielmente por meio do desenho.
c) Desenhar folhas, flores, tronco e raiz na lousa e pedir aos alunos que copiem tudo e pintem com as cores indicadas pela 
professora. 
d) Pedir aos alunos que desenhem e pintem tudo livremente, sem necessidade de orientação alguma, para que deixem a 
criatividade fluir.
14
Questão 3
Julgue as afirmações a seguir como V (Verdadeiras) ou F (Falsas). 
1. ( ) A literatura infantil é grande auxiliar no desenvolvimento das crianças, pois estimula o imaginário próprio da infância. Contos 
de fadas e fábulas materializam e traduzem todo um mundo de desejos, sonhos, emoções, brincadeiras, fantasias e criativi-
dade.
2. ( ) O único papel do professor de educação infantil é auxiliar as crianças em seu processo de maturação, e isto se faz apenas 
pela valorização do imaginário, estimulando os processos criativos delas.
3. ( ) Ao brincar, a criança desenvolve sua imaginação, mas é preciso limitar esses momentos e inserir o quanto antes na edu-
cação infantil atividades de transmissão de conteúdos escolares, preparando a criança para o ensino fundamental. 
4. ( ) Em seu desenvolvimento, através da situação imaginária, a criança é levada a organizar seus pensamentos, pois o brin-
quedo cria uma relação entre o significado e a percepção visual, ou seja, entre o pensamento e a situação real.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta:
a) F, F, V, F.
b) V, V, F, V.
c) V, F, F, V.
d) F, V, F, V.
Questão 4
“A brincadeira permite a construção de novas possibilidades de ação e formas inéditas de arranjar os elementos do ambiente.” 
(OLIVEIRA, 2011, p. 164)
Relacione a afirmação de Oliveira à definição de criatividade que você aprendeu nesta aula.
AgOrAéAsuAvEz
15
AgOrAéAsuAvEz
Questão 5
Leia o trecho a seguir sobre a imaginação na infância:
A imaginação temainda uma função importante na regulação das próprias emoções e das ações. Aqueles que tiveram tolhida na 
infância a possibilidade de imaginar, em geral, apresentam a dificuldade de controlar os impulsos na vida adulta. A imaginação é 
um jeito de concretizar um pensamento sem a necessidade da ação. (MOÇO, 2010, s.p.) 
Agora leia o caso a seguir:
Em uma sala de aula com crianças de cinco anos, na educação infantil, a professora conta a história dos três porquinhos e, em 
seguida, distribui um desenho dos três personagens e suas respectivas casas. A mestra, então, pede às crianças que pintem os 
porquinhos de rosa claro e cada casinha de uma cor predeterminada: amarelo, cinza e azul, com telhados na cor marrom. 
Com base no que você aprendeu nesta aula sobre criatividade e imaginação, discuta se a metodologia utilizada pela professora 
cumpre a função de dar condições à criança de desenvolver a função imaginativa.
Você aprendeu nesta aula que a criatividade não é um “clique” ou um dom especial que poucos privilegiados 
possuem, mas sim uma capacidade que pode ser desenvolvida. Para isso, é fundamental, desde a mais tenra infância, 
que a criança esteja em um ambiente que a estimule e favoreça ações criativas, principalmente por meio da imaginação, 
quando ela será capaz de simbolizar e representar. Assim, a escola e você, como futuro professor da educação 
infantil, devem cuidar para que o espaço da aula, o ambiente em que a criança passa boa parte de seu dia, não seja 
um impedimento aos processos criativos, mas sim um cenário de expansão e de apropriação de novas formas de 
compreensão, representação e expressão do real. 
fiNAlizANDO
16
A TURMA solta a imaginação e desenha bichos que não existem. In: Nova Escola. s.d. Disponível em: <http://revistaescola.
abril.com.br/fundamental-1/video-amplie-criatividade-turma-producao-desenhos-777187.shtml>. Acesso em: 11 maio 2015.
ACHCAR, Tatiana. Pequenos artistas. In: Nova Escola. maio 2006. Disponível em: <http://revistaescola.abril.com.br/educacao-
infantil/4-a-6-anos/pequenos-artistas-422892.shtml>. Acesso em: 11 maio 2015.
BRASIL. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Ministério da Educação. Secretaria da Educação 
Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998b. 3 v.
BRITO, Ronnie F. de; VANZIN, Tarcisio; ULBRICHT, Vânia. Reflexões sobre o conceito de criatividade: sua relação com a 
biologia do conhecer. Ciências & Cognição, v. 14, n. 3, p. 204-213, 2009. Disponível em: <http://www.cienciasecognicao.org>. 
Acesso em: 08 maio 2015.
FLEITH, Dense de Souza; ALENCAR, Eunice Maria L. Soriano de. Percepção de alunos do ensino fundamental quanto ao 
clima de sala de aula para criatividade. In: Psicologia em Estudo, Maringá, v. 11, n. 3, p. 513-521, set./dez. 2006. Disponível em: 
<http://www.scielo.br/pdf/pe/v11n3/v11n3a06.pdf>. Acesso em: 11 maio 2015.
MOÇO, Anderson. As crianças têm muito o que aprender na creche. In: Nova Escola. abr. 2010. Disponível em: <http://
revistaescola.abril.com.br/educacao-infantil/0-a-3-anos/criancas-muito-aprender-creche-educacao-infantil-aprendizagem-
brincadeiras-linguagem-546791.shtml?page=1>. Acesso em: 12 maio 2015.
OLIVEIRA, Zilma de M. R. de. Educação Infantil: fundamentos e métodos. 7. ed. São Paulo: Cortez, 2011.
RAU, Maria Cristina T. D. Educação Infantil: práticas pedagógicas de ensino e aprendizagem. Curitiba: Ibpex, 2011.
PEARSON Education do Brasil. Criatividade e inovação/Academia Pearson. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.
SILVA, Daniele N. H. Imaginação, criança e escola. São Paulo: Summus Editorial, 2012.
VÍDEO. Chiqui González - Criatividade e Infância. Kom Kids Projeto – TV Escola. 2014. Disponível em: <https://www.youtube.
com/watch?v=_sRJ5NndPTg>. Acesso em: 11 maio 2015.
rEfErêNCiAs
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Criatividade: um conjunto de capacidades que permitem a uma pessoa comportar-se de modos novos e adaptativos em 
determinados contextos; a capacidade de criar uma solução que é ao mesmo tempo inovadora e apropriada.
Imaginação: a capacidade do homem de criar elementos novos, mesmo que se baseando na experiência passada.
Representação: a capacidade que temos para evocar verbalmente objetos e acontecimentos ausentes, isto é, somos 
capazes de pensar e/ou falar sobre coisas, pessoas e acontecimentos sem que os estejamos vendo ou vivenciando no 
momento.
Simbolização: é a capacidade de representar, reconhecer e exprimir-se por meio de símbolos.
Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil: constituído de três volumes, integra a série de documen-
tos dos Parâmetros Curriculares Nacionais elaborados pelo Ministério da Educação e do Desporto, e visa subsidiar o 
trabalho educativo diário dos educadores da Educação Infantil nas creches e entidades equivalentes e nas pré-escolas.
glOssáriO
gABAritO
Questão 1
Resposta: Diz respeito à capacidade de criar coisas novas, nas mais diversificadas áreas (artística, empresarial, financeira, 
científica). Também pode se apresentar como novas soluções para problemas já existentes. As quatro dimensões da 
criatividade são a pressão do ambiente, a própria pessoa, o produto e o processo.
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Questão 2
Resposta: Alternativa A.
Como o objetivo é ampliar o universo pictórico da criança para que ela aprenda a diferenciar cores, formas e tamanhos, 
a ação mais adequada do professor está expressa na alternativa A.
As demais alternativas apresentam ações inadequadas do professor, pois não favorecem a livre expressão da criança, 
ainda que necessariamente monitorada, em função de objetivos pedagógicos que visam ao desenvolvimento da 
percepção e observação da criança.
Questão 3
Resposta: Alternativa C.
O item 2 está incorreto, pois auxiliar as crianças em seu processo de maturação não é o único papel do professor de 
educação infantil.
O item 3 está incorreto, pois a transmissão de conteúdos escolares não é o objetivo da educação infantil.
Questão 4
Resposta: Inventar novas formas de brincar, novas regras para um jogo, novos personagens ou criar novas ações para 
personagens já existentes; usar um objeto para representar outro, atuar como se fosse outro etc.; todas essas ações 
requerem capacidade simbólica. Portanto, a imaginação contribui para o desenvolvimento da capacidade criativa da 
criança.
Questão 5
Resposta: A professora está tolhendo a capacidade criativa da criança, que não tem a oportunidade de refletir sobre a 
história ouvida, imaginar seus personagens a sua maneira, desenhá-los como os teria imaginado, inclusive escolhendo 
as cores, tanto dos porcos, como das casinhas, com base em seus conhecimentos prévios. 
A mestra deveria não só contar a história, mas fazer perguntas às crianças sobre os personagens e suas ações, além de 
verificar o que as crianças já conhecem sobre porcos, lobos e outros elementos da história. Depois disso, então, poderia 
pedir que eles produzissem um desenho com base na história que ouviram, sem especificar outros aspectos.

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