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Canais de Distribuição e Estoques - Livro Texto - Unidade II

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CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO E ESTOQUE
Unidade II
3 PROCESSOS DE CONTROLE DE RECEBIMENTO E ARMAZENAGEM
As empresas, após decidirem pelo canal de distribuição ideal, devem atentar‑se a outro ponto extremamente 
importante para qualquer organização que busque excelência no atendimento ao seu cliente, ou seja, o 
recebimento correto das mercadorias e a forma de armazenagem ideal para o pronto atendimento.
3.1 Recebimento de materiais
O setor de recebimento de materiais é aquele que possui o primeiro contato com a mercadoria que 
foi encaminhada após um determinado pedido de compra.
Neste setor, são realizadas a desembalagem e a conferência inicial do material.
Conforme destacam Martins e Alt (2009), o recebimento de materiais está condicionada a cinco 
fatores inter‑relacionados: espaço físico, informática, equipamento de carga e descarga, pessoal e 
procedimentos internos.
Se a organização possui um sistema informatizado de códigos de barras, a leitura de cada mercadoria 
facilitará a conferência, porém se a empresa não dispuser de tal método a verificação deverá ser feita 
por meio da cópia do pedido de compra, dando sequência ao processo de exame da mercadoria.
Após a conferência, manual ou via sistema, o departamento emitirá um relatório de recebimento, 
informando se os materiais comprados foram devidamente entregues.
O relatório de recebimento é, pois, uma descrição dos materiais recebidos: 
suas quantidades, fornecedor, o número do pedido de compra, grau e 
condições dos materiais e outras informações julgadas oportunas. O relatório 
de inspeção e teste de material pode, em alguns casos, ser feito no mesmo 
impresso do relatório de recebimento (DIAS, 2011, p. 291).
A conferência ou inspeção do recebimento dos materiais deverá ser feita de acordo com os 
padrões estabelecidos pela empresa, porém não se deve utilizar a mesma metodologia para todos 
os fornecedores e para todos os produtos. Assim, destacam Franceschini e Gurgel (2010), existem as 
seguintes formas verificação:
• Conferência baseada no produto: (i) itens críticos: aqueles que são de extrema importância para 
o produto final; (ii) itens não críticos: normalmente, materiais que auxiliarão a produção; (iii) 
amostras iniciais: desenvolvimento de novos produtos e novos fornecedores.
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Unidade II
• Conferência baseada no fornecedor: (i) fornecedor com alta qualificação: empresas vendedoras 
com alto padrão de qualidade, não necessitando de conferência item a item; (ii) fornecedor com 
média qualificação: o fornecedor possui certo controle de qualidade, logo, a conferência será por 
amostragem; (iii) fornecedor com baixa qualificação: empresa vendedora já apresentou problemas 
anteriormente, necessitando, assim, de conferência rigorosa.
A inspeção de recebimento também pode ser classificada quanto a sua natureza (FRANCISCHINI; 
GURGEL, 2010). Assim:
• Natureza: (i) qualitativa: inspeção de alguns requisitos determinados, admitindo, em alguns 
casos, certos problemas menos impactantes; (ii) quantitativa: utiliza‑se métodos específicos para 
a verificação completa dos materiais entregues.
• Porcentagem: (i) conferência de 100%: os itens entregues serão conferidos; (ii) conferência 
por amostragem: é utilizada uma amostra aleatória do produto entregue para verificação da 
conformidade ou não conformidade.
• Ensaio: (i) destrutivos: o produto na inspeção será finalizado, deixando, assim, de existir; (ii) 
não destrutivos: após inspeção e testes, os produtos se mantêm em sua forma original ou com 
poucas alterações.
Os materiais que passaram por conferência obterão as classificações de: (i) aprovado e liberado: não 
é necessário mais nenhum procedimento, já podem ser encaminhados para a produção; (ii) aguardando 
liberação: materiais que ainda passam pelo processo de análise, não podendo ser utilizado, ainda, pela 
produção; e (iii) reprovado: não atende as especificações do pedido de compra, assim, serão devolvidos 
e não utilizados na produção.
Em alguns casos específicos, podem ser solicitadas liberações de produtos em caráter urgência ou 
em comum acordo entre comprador e vendedor. São estas as três situações:
• Necessidade de urgência de produção: o material será utilizado sem os devidos resultados das análises.
• Desvio: em comum acordo, o comprador altera as especificações do material descritas no pedido de compra.
• Concessão: o comprador autoriza a utilização de um determinado material dado como não conforme.
Na própria área de recebimento de materiais deverão existir divisões para cada tipo de inspeção realizada:
Área de recebimento
Área de material reprovado
Área de material aprovado e 
disponível para a produção
Área de material em análise
Figura 30 – Layout da área de recebimento de materiais
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CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO E ESTOQUE
 Observação
Ao receber e conferir as mercadorias, o setor responsável reportará ao 
setor de compras qualquer tipo de diferença apresentada. Outro setor que 
deverá ser envolvido é o de contas a pagar, pois diferenças poderão gerar 
descontos em notas fiscais e faturas comerciais. Novamente, mostra‑se a 
importância de os vários departamentos de uma organização trabalharem 
em conjunto.
Após o recebimento das mercadorias, outro ponto importante para as organizações é a armazenagem 
desses bens. Assim, trataremos a partir de agora do processo de guardar os produtos recebidos.
Exemplo 1
O momento do recebimento de materiais em uma empresa deve ser organizado e eficiente. Muitas 
organizações acabam por se perder no momento em que diversas mercadorias de diversos tipos entram 
em seus estoques.
Assim, Abreu (2017) apresenta quatro dicas extremamente importantes para que esse processo 
tenha sucesso.
• Agende as entregas: ao combinar com o fornecedor um dia e horário, o setor poderá se organizar 
e reservar espaço para receber esse produto. Além, de melhor alocar a força de trabalho e, 
consequentemente, a estocagem da mercadoria.
• Empregados treinados: uma equipe preparada para receber, conferir e armazenar os materiais 
gera ganho de produtividade e de organização para empresa. O treinamento consiste em fazer a 
relação pedido de compra versus nota fiscal, lançamentos e baixas de pedidos e até conferência 
fiscal dos produtos.
• Tributos dos produtos: preparar a área de recebimento para compreender os tributos existentes em 
cada mercadoria facilita o aproveitamento dos impostos e evita problemas com as fiscalizações. 
Existem sistemas informatizados que auxiliam esse momento.
• Relação com fornecedores: desenvolva uma política com os fornecedores em relação às 
divergências que podem surgir referentes aos preços e quantidades. Essa política poderá 
ser, de preferência, oficializada em um contrato, assim as partes não terão problemas no 
momento da conferência.
Essas dicas poderão auxiliar e muito no momento da entrada de mercadorias na organização.
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3.2 Processo de armazenagem
Ao pensar em um determinado local para gerenciar seu negócio, o gestor deve estar ciente de que a 
demanda por determinado produto pode oscilar.
Não é tarefa fácil ajustar e controlar a relação existente entre demanda e estoque, mas, mesmo com 
todos os problemas, a forma mais tranquila de se manter o atendimento ao cliente é com a armazenagem 
das mercadorias.
A armazenagem é “[...] a administração do espaçonecessário para receber, movimentar e manter os 
estoques” (PAOLESCHI, 2014, p. 16).
Logo, é possível compreender a armazenagem como elemento de custo de uma organização, haja 
vista que ela se preocupa com a quantidade de materiais que se manterá em um estoque de forma 
a facilitar o acesso aos produtos. A quantidade de mercadorias que ficará estocada e armazenada na 
empresa é determinada por análises de demanda e o modo de armazenar será determinado pela empresa.
A forma mais comum de armazenamento é por porta‑paletes, devidamente acondicionados em 
locais que facilitem o acesso, tanto de pessoal quanto de maquinário específico.
O tipo de armazenagem apresentado é destacado por corredores largos, fácil acesso às mercadorias 
e iluminação adequada.
 Saiba mais
As empresas de grande porte utilizam cada vez mais a tecnologia em 
seu processo de armazenagem. O texto a seguir auxilia a compreender esse 
processo de transformação no sistema de guarda de mercadorias.
RIBEIRO, P. C. C.; SILVA, L. A. F.; SILVA, S. R. S. O uso da tecnologia 
da informação em operações logísticas de armazenagem. Revista de 
Administração da UNIMEP, v. 3, n. 3, set./dez. 2005. Disponível em: <http://
www.repositorio.ufop.br/bitstream/123456789/5444/1/ARTIGO_UsoTecnol
ogiaInforma%C3%A7%C3%A3o.pdf>. Acesso em: 25. abr. 2018.
Para alcançar uma armazenagem adequada é necessário, incialmente, pensar no layout ideal para a 
empresa e seu tipo de negócio. O cuidado especial a se ter na formatação do espaço disponível para o 
armazenamento do produto é de não incluir muitos processos que sejam desnecessários. Quanto mais 
facilitado e rápido o acesso aos produtos, mais produtivo será o setor.
Para buscar o melhor aproveitamento do espaço, Russo (2013) destaca a necessidade de se utilizar 
tanto a área como o volume, tanto em armazéns verticais como em horizontais.
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CANAIS DE DISTRIBUIÇÃO E ESTOQUE
Destacando ainda o espaço de um local destinado a armazenagem das mercadorias, é preciso utilizar 
a quantidade correta de recursos humanos e materiais, haja vista que as atividades relacionadas a esses 
dois pontos não geram retorno direto às organizações.
Mesmo sem a informatização no controle dos itens armazenados, é possível desenvolver sistemas 
de codificação, no qual a localização das mercadorias mantém o armazém organizado e de fácil acesso.
Uma forma de organizar o armazenamento é através da classificação ABC. Ela facilita o entendimento 
dos produtos que são preferenciais dentro da organização, dando tratamento diferenciado a cada uma 
das mercadorias.
3.2.1 Classificação ABC
A organização dos bens de acordo com a sua importância dentro do estoque de uma empresa tem se tornado 
cada vez mais relevante. Tratar todas as mercadorias como idênticas gera desperdício de tempo e de pessoal, 
logo, um esquema bem realizado poderá e deverá tornar o atendimento aos clientes mais rápido e preciso.
Para utilizar tal metodologia é necessário definir um espaço de tempo, de seis meses a um ano, do 
consumo existente na empresa, medido em valor monetário ou em quantidade. Após esse levantamento 
de dados, classifica‑se a importância dos bens em ordem do mais importante para o menos importante. 
Assim, os principais itens recebem a letra A, os de média importância letra B e os menos importantes a 
C. Assim, podemos construir um exemplo de análise ABC.
Exemplo 1
Construir a curva ABC dos itens a seguir:
Tabela 11
Item Consumo/ano Custo/unidade
1 23.600 0,35
2 13.000 2,45
3 25 126,00
4 7.000 12,00
5 3.500 6,30
6 4.100 42,00
7 20.000 1,86
8 6.000 8,70
9 3.200 5,20
10 1.850 41,20
Com base no consumo e no custo de cada item ao longo de um ano, é possível analisar como 
cada um desses bens se comporta em termos de custos, apenas multiplicando consumo pelo custo:
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Unidade II
Tabela 12
Item Consumo/ano Custo/unidade Custo total
1 23.600 0,35 R$ 8.260,00 
2 13.000 2,45 R$ 31.850,00 
3 25 126,00 R$ 3.150,00 
4 7.000 12,00 R$ 84.000,00 
5 3.500 6,30 R$ 22.050,00 
6 4.100 42,00 R$ 172.200,00 
7 20.000 1,86 R$ 37.200,00 
8 6.000 8,70 R$ 52.200,00 
9 3.200 5,20 R$ 16.640,00 
10 1.850 41,20 R$ 76.220,00 
Os custos apresentados na última coluna devem ser classificados, do maior para o menor, logo:
Tabela 13
Item Consumo/ano Custo/unidade Custo total
6 4.100 42,00 R$ 172.200,00 
4 7.000 12,00 R$ 84.000,00 
10 1.850 41,20 R$ 76.220,00 
8 6.000 8,70 R$ 52.200,00 
7 20.000 1,86 R$ 37.200,00 
2 13.000 2,45 R$ 31.850,00 
5 3.500 6,30 R$ 22.050,00 
9 3.200 5,20 R$ 16.640,00 
1 23.600 0,35 R$ 8.260,00 
3 25 126,00 R$ 3.150,00 
Total R$ 503.770,00 
Após encontrar o custo total por item e o somatório de todos eles, é possível identificar o valor 
percentual de cada um na estrutura de estoque da empresa, assim:
Tabela 14
Item Valor consumido/Valor total Percentual Acumulado
6 172.200/503.770 34,1823 34,1823
4 84.000/503.770 16,6743 50,8566
10 76.200/503.770 15,1299 65,9865
8 52.200/503.770 10,3619 76,3484
7 37.200/503.770 7,3843 83,7327
2 31.850/503.770 6,3223 90,0550
5 22.050/503.770 4,3770 94,4320
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9 16.640/503.770 3,3031 97,7351
1 8.260/503.770 1,6396 99,3747
3 3.150/503.770 0,6253 100,0000
A tabela apresentada mostra o valor acumulado dos percentuais, assim, é possível identificar 
que os três itens correspondem a quase 66% dos gastos realizados com materiais.
Resolução
Logo a classificação ABC ficará da seguinte forma:
A – Itens 6, 4 e 10 – 65,98%
B – Itens 8, 7 e 2 – 24,07%
C – Itens 5, 9, 1 e 3 – 9,95%
De acordo com alguns autores, a regra para identificar os itens a serem alocados em cada uma das 
letras desta análise é a seguinte:
• Itens A: correspondem entre 35% a 70% do movimentado em estoque ou os mais importantes.
• Itens B: correspondem entre 10% a 45% do movimentado em estoque, intermediários em termos 
de importância.
• Itens C: valores restantes. Esses possuirão menor importância.
O exemplo de aplicação apresentado anteriormente, além de demonstrar a construção da análise 
ABC, é conhecido, também, como digrama de Pareto, no qual os percentuais determinam o nível de 
atenção que o gestor deverá ter com cada item existente em seu armazém.
A operação do armazenamento é algo que deve ser muito bem cuidado, tanto pelos gestores como 
pelos colaboradores diretamente ligados ao processo, mantendo sempre esse espaço com acesso facilitado 
e os produtos organizados conforme a determinação do layout existente na empresa. Além disso, deve 
manter as informações, seja via terminais de computadores ou via manual, sempre atualizadas para que 
o cliente não seja prejudicado em seus objetivos.
4 PROCESSO DE MOVIMENTAÇÃO DE MATERIAIS
Existe um cuidado nas organizações no momento de transferir mercadorias de um lugar para outro 
ou no momento da entrega aos clientes.
Uma programação de movimentação mal feita gerará custos para a empresa, pois se o transporte 
for mal feito o cliente poderá receber a mercadoria danificada. Por isso, é importante levantar esse 
questionamento: qual é o impacto de um planejamento mal pensado?
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Discutiremos esses pontos a partir de agora, objetivando compreender a importância de planejar 
bem as ações tanto para os clientes internos como externos.4.1 Manuseio de materiais
Quando efetuamos a compra de um determinado bem, por exemplo, um livro, não vemos todo o 
processo existente por trás da entrega dele.
O que foi feito para que um determinado produto chegasse de forma completa ao cliente final?
Para realizar todo o processo da melhor forma possível, devem‑se manusear, de forma eficiente, 
todos os materiais que estão destinados ao cliente.
A empresa deve manter todos os seus produtos organizados de forma a facilitar a sua separação no 
momento da entrada de um pedido.
O primeiro passo a ser dado é identificar a localização de cada produto. Pode‑se criar uma codificação 
especifica deixando claro em qual parte do armazém cada um estará.
Um sistema mais utilizado é o alfanumérico, no qual são dadas letras e números a cada um dos 
produtos, facilitando, inclusive, a sua localização nos corredores do estoque.
A seguir, veremos os tipos de sistemas de classificação.
4.1.1 Sistema Dewey
Esse sistema, desenvolvido e utilizado inicialmente em bibliotecas, hoje é utilizado em diversas empresas 
e conhecido, também, como Sistema Decimal de Classificação Universal (FRANCISCHINI; GURGEL, 2010).
Nesse sistema, a empresa pode definir a quantidade de elementos a serem colocados em cada um 
dos seus códigos, mas o padrão clássico fica da seguinte forma:
Chave descritiva
Chave individualizadora
Chave aglutinadora
00. 00. 000
Figura 31 
Com base na definição apresentada por Francischini e Gurgel (2010), a chave aglutinadora identifica 
um determinado grupo de materiais, por exemplo, ferragens. A chave individualizadora identificará os 
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produtos com semelhança dentro do mesmo grupo, por exemplo, pregos e parafusos. Já a chave descritiva 
identifica cada item dentro da chave individualizadora, como pregos por um determinado tamanho.
Assim, o código para pregos seria 00‑00‑00 e para parafusos 00‑00‑01.
 Observação
Cada empresa irá escolher a forma de distribuir os seus materiais em 
cada um desses códigos de classificação universal.
Exemplo 1
O sistema de Dewey pode ser feito da seguinte forma, de acordo com cada uma das grandes 
áreas existentes:
 600 – Tecnologia
 620 – Técnica
 621 – Física aplicada
 621.3 – Eletrotécnica
 621.38 – Eletrônica
 621.388 – Televisão
 621.388 5 – Sistema de comunicação
 621.388 57 – Televisão a cabo
4.1.2 Federal Supply Classification (FSC)
Desenvolvido incialmente pela Defesa dos Estados Unidos, foi adaptado e aperfeiçoado para ser 
utilizado no mundo coorporativo. São utilizados no sistema de grupos (76 no total) e classes (564 no 
total) para identificação de todos os bens que poderão ser adquiridos por uma determinada empresa.
É composto de 11 algarismos dispostos da seguinte forma:
Número de identificação
Código de classe
Código do grupo
00. 00. 0000000
Figura 32 
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Por possuir maior flexibilidade em sua definição de grupo e classe, o FSC é, normalmente, utilizado 
por empresas de grande porte.
Exemplo 1
Podemos utilizar como exemplo a seguinte classificação:
7520‑123‑4567
Em que:
7520 – Código de classe
123‑4567 – Número de identificação
7520‑123‑4567 – Classificação FSN.
4.1.3 Codificação de material
De funcionamento similar aos demais, a codificação de materiais apresenta os materiais agrupados 
ou individualizados. Assim:
Número do grupo
Número de identificação
Número de classe
Número de estoque
00 00 000 0000
Figura 33 
Após compreendermos as principais formas de codificar os materiais, é possível determinarmos a 
forma de manuseio dessas mercadorias, mantendo‑as em locais de acesso facilitado para a providência 
de separação.
4.1.4 Equipamentos de espera
Diversas são as formas de se manter a mercadoria de forma visível para facilitar a separação e a 
posterior remessa ao departamento solicitante ou ao próprio cliente final.
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• Estantes: são extremante úteis, principalmente por manterem os materiais abertos e com fácil visualização.
Figura 34 – Modelo de estante utilizada para separação e armazenamento de materiais
• Porta‑paletes: estruturas utilizadas para volumes maiores com grande capacidade de armazenamento.
• Porta‑paletes dinâmico: é similar ao sistema convencional de armazenamento de paletes, 
porém utiliza a gravidade para fazer com que um produto chegue a uma determinada 
esteira transportadora. São utilizados também com sistema eletrônico, que determina a 
descida das mercadorias.
• Cantilever: vergalhões ou tubos que servem como estante de armazenamento de diversos materiais.
A organização adequada dos materiais é fundamental para evitar erros e atrasos nas entregas.
4.1.5 Relação símbolos e manuseio
Diversos materiais são identificados com símbolos para que no momento do transporte não sofram 
avarias. Assim, temos os seguintes elementos e a sua forma de manuseio:
• Frágil: representado por um cálice, indica que a mercadoria necessita de cuidados ao ser manuseada.
• Manter em local seco: representado por um guarda‑chuva, é indicado para produtos que não 
podem ser expostos à umidade.
• Manter virado para cima: a indicação de duas setas voltadas para a parte que deve ficar com a 
face pra cima.
• Qualquer lado correto: simbolizado por duas setas, uma para cima e outra para baixo, destaca que 
a mercadoria pode ser mantida em qualquer um dos lados.
• Transporte sem gancho: algumas mercadorias não poderão ter ganchos utilizados em seu 
transporte. A representação é a de um gancho com um X no meio.
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• Manter em local fresco: um sol indica que a mercadoria não pode ser exposta a temperaturas elevadas.
• Produtos perigosos: representados por uma caveira, que indica que determinado produto é nocivo.
Outros símbolos podem ser utilizados e, em alguns casos, além do símbolo, existem escritos 
determinando que o produto deve ser manuseado de forma específica.
4.2 Processo de expedição
A área de expedição é um departamento que possui características próprias. Deve ser planejada 
visando a utilização do espaço apenas para mercadorias e produtos que já têm um destino, pois não é 
produtivo manter nesse setor materiais que não possuem nenhum destino pré‑definido.
De posse das informações dos materiais a serem expedidos, esse setor deverá verificar a existência ou 
não do produto em estoque. Após isso, realizar a separação e mantendo em local apropriado, informando 
que esse produto tem uma destinação.
É correto realizar uma conferência final antes de finalizar o despacho dos produtos, pois erros não 
devem acontecer para não prejudicar o sistema de trabalho e nem os custos programados da empresa.
Após a conferência, a expedição, de acordo com a necessidade do cliente e os custos de sua empresa, 
deverá definir, junto a outros setores da empresa, qual o tipo de transporte deverá ser utilizado.
Teremos, então, o modal de transporte chamado de “[...] deslocamento da carga através de 
um único meio de transporte em que cada transportador emite o seu próprio meio de transporte” 
(PAOLESCHI, 2013, p. 77).
Assim, os modais de transporte existentes são:
• Modal aéreo: utilizado para mercadorias de alto valor, porém em pequenos volumes. Sua principal 
vantagem é a velocidade na entregae sua desvantagem está na menor capacidade de carga.
• Modal ferroviário: normalmente os bens que utilizam esse tipo de transporte são os com pesos 
elevados, por exemplo, o cimento. Sua principal vantagem são os custos mais vantajosos, porém 
a desvantagem habita na flexibilidade do trajeto, praticamente inexistente.
• Modal hidroviário: utilizado para escoamento da produção, principalmente de bens agrícolas. 
Como vantagens estão os custos baixos e a capacidade de poluir menos o meio ambiente. A 
desvantagem é a forte regionalização, pois não atende ao país inteiro.
• Modal marítimo: utilizado para envio de mercadorias ao exterior, pois aceita grandes cargas. As 
vantagens estão em seus custos e em poder transportar diversos tipos de mercadorias ao mesmo 
tempo. A desvantagem é em relação ao custo com embalagens.
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• Modal rodoviário: usado para transporte de diversos tipos diferentes de carga, desde automóveis 
até grãos. As vantagens residem na flexibilidade, tanto de caminhos quanto de trocas por avarias. 
Já as desvantagens estão no custo e na vulnerabilidade aos assaltos.
• Modal dutoviário: específico para alguns tipos de produtos que são encaminhados a granel para 
alguns países.
Apresentaremos a seguir um resumo das principais características dos modais de transporte:
Quadro 5 
Modal Características
Ferroviário Custos fixos altos (equipamentos, terminais, vias férreas).
Rodoviário Custos fixos baixos e custo variável médio (combustível, manutenção, pedágios).
Marítimo Custos fixos altos (navios e equipamentos) e variável baixo.
Dutoviário Custos fixos altos (dutos e linhas de transmissão interligadas).
Aéreo Custos fixos/variáveis altos (aeronaves, combustíveis, manutenção).
Adaptado de: Wanke (2000).
O modal de transporte mais utilizado no Brasil é o rodoviário, sendo utilizado para escoamento de 
aproximadamente 59% da produção nacional. O segundo colocado é o modal ferroviário, com 24%, 
seguindo pela modalidade aquaviária (13%). Os menos utilizados são o dutoviário e o aeroviário, com 
3,7% e 0,3%, respectivamente.
 Saiba mais
Para mais informações acesse:
BRASIL. Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. Anuário 
Estatístico de Transportes 2010‑2016. Brasília, 2017. Disponível em: 
<http://www.transportes.gov.br/images/2017/Sum%C3%A1rio_Executivo_
AET_‑_2010_‑_2016.pdf>. Acesso em: 25 abr. 2018.
4.3 Estocagem
Manter produtos nos estoques de uma empresa fabricante de determinado bem pode significar, em 
termos contábeis, perda de dinheiro, pois muito material parado é poder monetário sem uso. Porém, para 
um comércio, manter os principais produtos, ou seja, os de maior giro, em estoque pode ser diferencial 
no atendimento ao cliente.
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Unidade II
Para analisar qual é a estocagem ideal, é preciso antes de mais nada conhecer a demanda pelo 
produto fabricado ou comercializado pela empresa, conforme tratamos anteriormente.
A curva ABC apresenta que determinados produtos devem ficar mais a mão da empresa do que 
outros. Agora, vamos verificar quais as outras formas de controlar e analisar o nível ideal de estoque.
A primeira representação a ser trabalhada para o nível ideal de estoques é a curva dente de serra.
4.3.1 Gráfico dente de serra
O gráfico representa as entradas e saídas de determinada mercadoria ao longo de um determinado 
período, definido pelo gestor e pela organização, sendo que nesse sistema se espera o estoque chegar a 
zero para que a reposição seja feita novamente. Assim:
250
200
150
Qu
an
tid
ad
e
100
50
0
J A J OF M A NM J S D
Figura 35 – Curva dente de serra
Nessa situação, é possível observar que o estoque parte de uma quantidade de produtos e é utilizado 
em sua totalidade. Após isso é feita a reposição, novamente, na quantidade de mercadorias do início. 
Mais uma vez, ele é consumido de forma total e reposto.
Isso sempre ocorrerá desde que não haja nenhuma falha na estrutura prevista pelo setor de 
compras, ou seja, desde que o fornecedor não atrase a entrega, o consumo se mantenha linear ou que 
o próprio departamento de compras não produza nenhum tipo de falha. Mas, sabe‑se que todas as 
variáveis não são fixas ao longo do tempo, pois nenhum dos citados possui margem total de manobra 
sobre tais elementos.
Se ocorrer qualquer um dos problemas acima, podemos verificar uma ruptura na curva dente de 
serra. Nos meses em que a reposição deveria ocorrer, os dentes podem ser quebrados. O gráfico ficará 
da seguinte forma:
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250
200
150
Qu
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ad
e
100
50
0
J A J OF M A NM J S D
Figura 36 – Curva dente de serra com ruptura
Nesse caso, o mais sensato para a organização seria o planejamento via estoque mínimo, para evitar 
possíveis falhas às quais todas as empresas estão sujeitas.
4.3.2 Estoque mínimo
É possível entender o estoque mínimo ou estoque de segurança como a parcela comprada de materiais 
destinada a atender possíveis problemas que venham a ocorrer em algum ponto do processo de compras.
Estoque mínimo determina a quantidade de peças existentes no 
estoque, destinada a cobrir eventuais atrasos no suprimento, 
necessidades do controle de qualidade, trânsito e a margem de 
segurança para flexibilidade do processo produtivo, objetivando a 
garantia do funcionamento eficiente do sistema produtivo, sem o risco 
de falha (PAOLESCHI, 2014, p. 69).
Porém, esse estoque é uma decisão individual de cada empresa; os gestores, de posse das informações 
referentes à demanda, buscarão o ponto ideal para não apresentar falhas em seu fornecimento.
4.3.3 Estoque médio
Esse tipo de estoque é obtido por meio da média aritmética das entradas e saídas de determinada 
mercadoria no estoque e pode ser calculado a partir da seguinte equação:
EM
Q
Eseg= +
2
Em que:
EM = Estoque médio
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Unidade II
Q = Quantidade adquirida para reposição do estoque
Eseg = Estoque de segurança
É possível calcular o estoque médio utilizando a quantidade adquirida na curva dente de serra e 
definindo o estoque de segurança em 10 peças. Logo:
EM = +
200
2
10
EM = 100 + 10
EM = 110 peças
Observando o cálculo, podemos definir que a cada momento em que o estoque se aproxime da 
quantidade 110 peças, é hora de iniciar, novamente, o processo de compra da determinada mercadoria.
No entanto, o cálculo apresentado é para um momento de demanda linear, ou seja, para períodos 
sem falha, mas e se ocorrerem os tais problemas com suprimentos, como resolver?
Para calcular o estoque médio com alterações ao longo do período, utilizaremos a fórmula:
EM
Ei
n
i
n
=
=
∑ 1
Em que:
EM = Estoque médio
Ei = Estoque no final do período i
n = Número de períodos
Para efetuar o cálculo utilizaremos a tabela a seguir:
Tabela 15 
Mês J F M A M J J A S O N D Σ
Estoque 200 180 130 80 200 180 130 20 200 180 130 80 1710
EM = 1710
12
 = 142,5 ou 143
Nesse caso o estoque médio é de 143 peças.
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4.3.4 Giro do estoque
Outra forma de avaliar o estoque é através do seu giro. Dessa forma, busca‑se verificar quantas vezes 
o estoque foi renovado emum determinado período de tempo.
A fórmula para esse cálculo é simples:
Giro
Demanda m dia no per odo
Estoque m dio no per odo
=
é í
é í
Utilizando os dados da tabela de estoque médio, é possível encontrar o resultado de quantas vezes 
o estoque circulou pela empresa.
A demanda média de um determinado produto é igual a 1.700 peças, enquanto o estoque médio é 
de 143 unidades, assim:
Giro = 1700
143
 = 11,88 = 12 vezes por ano
Assim, é possível compreender que o estoque desse determinado produto gira 12 vezes ao ano pela 
empresa, o que significa que ele é renovado 12 vezes por ano.
Exemplo 1
A empresa OYH tem a sua composição de estoque, de uma determinada mercadoria, apresentada 
pela tabela a seguir, nos quatro primeiros meses do ano de 2017. Ela deseja saber qual é o seu estoque 
médio nesse período. Além disso, a empresa deseja saber qual é o giro do estoque para essa mercadoria, 
que tem sua demanda média em 59 peças, nos meses em questão:
Tabela 16 
Meses Janeiro Fevereiro Março Abril Total
Estoque 64 82 46 61 243
O estoque médio é calculado por:
EM
Ei
n
i
n
=
=
∑ 1
EM = 243
4
EM = 60,75
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Unidade II
O estoque médio do produto é de 61 peças.
Para o giro:
Giro
Demanda m dia no per odo
Estoque m dio no per odo
=
é í
é í
Giro = 
59
61
Giro = 0,97
Resolução
Em relação ao giro, é possível compreender que ao longo de quatro meses (janeiro, fevereiro, março e 
abril) é de aproximadamente 1 vez, apresentando, consequentemente, a renovação de 1 vez ao período.
A estocagem precisa de controles além da quantidade de peças que se deve manter em suas 
prateleiras, por isso é necessário verificar se tudo está correto dentro do estoque, ou seja, é preciso fazer 
um inventário.
4.4 Inventário
Paulo Sandroni (1999, p. 308), em seu Novíssimo Dicionário de Economia, define inventário como:
Relação pormenorizada dos bens e valores de uma pessoa ou firma. Em 
direito, é o processo pelo qual se faz a exata demonstração da situação 
econômica de uma pessoa falecida, antes de realizar a partilha entre os 
herdeiros. Em contabilidade, é a base sobre a qual se faz o balanço de 
uma firma.
Conforme essa definição, podemos compreendê‑lo como o procedimento contábil realizado pelas 
empresas com o objetivo de conferir se a quantidade apontada nos controles da empresa são as mesmas 
verificadas fisicamente.
Os inventários físicos podem ser feitos de duas formas:
• Periódico: normalmente realizado ao final do ano exercício – no caso brasileiro –; a contagem de 
todos os itens é realizada por um grupo de pessoas, não apenas do almoxarifado, visando encerrar 
o processo no menor espaço de tempo.
• Rotativo: a contagem do estoque é feita em diversos períodos ao longo do ano e, via de regra, 
cada item do estoque deve ser inventariado pelo menos uma vez ao longo desse período.
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Independentemente da forma utilizada pela empresa, a preparação para o inventário é sempre a 
mesma, a saber (FRANCISCHINI; GURGEL, 2010):
• Pessoal com experiência e que conheça os materiais da seção que será inventariada.
• Deverão ser impressas etiquetas de identificação de cada item com sua localização e quantidade 
apontada em sistema.
• As etiquetas devem ser triplas para serem feitas duas contagens e, se necessário, a terceira e definitiva.
• Se a empresa possuir códigos de barras, deverá imprimir as etiquetas com ele.
• As equipes deverão se dividir em dois grupos, uma que fará a primeira contagem e a outra para a 
segunda contagem.
• Após a contagem será feita a inserção dos dados no sistema; um relatório de diferenças e o 
inventariado serão apresentados.
É possível utilizar a ficha a seguir como modelo para a contagem do estoque:
Ficha de inventário
Código do produto: Unidades:
Descrição:
Local:
3º conferência
Código do produto: Unidades:
Descrição:
Local:
____________ _____________ 
 Visto Conferido
3º conferência
Código do produto: Unidades:
Descrição:
Local:
____________ _____________ 
 Visto Conferido
3º conferência
Código do produto: Unidades:
Descrição:
Local:
____________ _____________ 
 Visto Conferido
Figura 37 – Ficha de inventário
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Unidade II
Um ponto muito importante a ser destacado é que durante o período de inventário evite‑se a 
movimentação de materiais, tanto de entrada como de saída, pois isso poderá gerar discrepâncias 
no processo.
Com o fim do processo de inventário, é possível realizar certas medições que facilitarão a compreensão 
do quão importante é o registro rígido de tudo que acontece com o estoque.
Esses cálculos são denominados acurácia e podem ser realizados de duas formas: por valores e por 
quantidades. As fórmulas para os cálculos são:
• Quantidades
Acurárica = n mero de itens com registros corretos
n mero total de iten
ú
ú ss
• Valores
Acurárica = valor
n mero total de itens
 de itens com registros corretos
u 
A título de exemplo, vamos utilizar a tabela a seguir:
Tabela 17 
Classificação Itens contados Itens contados em % Itens com divergência Acurácia
A 5.320 5.320 / 11.632 = 45,76% 312 (5.320‑312) / 5.320 = 0,9413
B 2.980 2.980 / 11.632 = 25,62% 187 (2.980‑187) / 2.980 = 0,9372
C 3.332 3.332 / 11.632 = 28,65% 401 (3.332‑401) / 3.332 = 0,8796
Total 11.632
Assim:
(0,4576) x (0,9413) + (0,2562) x (0,9372) + (0,2865) x (0,8796) = 0,9228 ou 92,28% de acurácia.
 Observação
As empresas multinacionais com sede em outros países e filiais no Brasil 
devem seguir os calendários contábeis brasileiros, realizando todos os seus 
inventários e balanços e publicando‑os em reais (R$) e depois em dólares 
(US$) ou moeda correspondente.
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 Resumo
Os processos realizados dentro de uma organização são todos 
importantes e todos geram custos. Cabe às empresas buscar alternativas 
para redução desses custos que poderão causar grandes danos caso não 
sejam controlados.
A área que cuida da parte de recebimento, armazenagem e estocagem 
de mercadorias, normalmente, está diretamente ligada a grandes custos 
na organização.
É preciso realizar constantes arranjos e manter esse setor extremamente 
inserido e comprometido com os princípios determinados pela empresa.
Uma simples conferência no momento do recebimento das mercadorias 
pode agregar valor ao produto, pois se feita corretamente evitará 
retrabalhos, devoluções entre outros problemas que podem atrasar a 
produção e ocasionar um cliente insatisfeito.
O recebimento é importante, mas a guarda e armazenagem dos itens 
também tende a economizar para a empresa em termos de tempo. Se a 
mercadoria está colocada (armazenada) em um local correto e de fácil 
acesso, observa‑se a velocidade de atendimento, tanto do cliente interno 
como do externo.
Uma organização que pretende auferir lucros cada vez mais expressivos 
precisa manter a correta forma de manusear seus produtos, observando as 
características diferentes que cada um dos itens possui e sabendo que ao 
retirá‑lodo local de armazenagem, todas as informações de como mantê‑lo 
devem ser seguidas desde a origem até o destino.
O próprio esquema de despachar a mercadoria poderá ser fator de 
aumento na remuneração da companhia. Se um determinado cliente 
precisa de uma mercadoria com urgência, escolher o melhor modal para 
envio desta mercadoria fará a diferença. Em alguns casos, pode ser que a 
utilização de vários modais seja necessária, desde que o custo esteja dentro 
do planejado.
A estocagem é um dos mais debatidos assuntos nas reuniões de gestores. 
Deve se fazer com que a demanda seja atendida e que os estoques estejam 
sempre organizados e com respostas imediatas às questões levantadas pela 
produção e demais áreas.
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Unidade II
Além disso, o estoque deve estar sempre organizado e com as quantidades 
e valores idênticos aos registrados nos sistemas informatizados, gerando a 
acurácia, ou seja, a precisão nos itens estocados pela organização.
 Exercícios
Questão 1. (ENADE, 2009) Na maioria das organizações, observa‑se que cerca de 20% da quantidade 
de itens cadastrados corresponde a aproximadamente 80% do valor financeiro dos estoques, enquanto 
os 80% dos itens cadastrados restantes vão representar apenas 20% do valor do inventário total. Em 
síntese, um número relativamente pequeno de itens vai ser responsável por grande participação no 
custo ou no valor dos estoques.
Para gestores de varejo, é importante classificar, por meio da curva ABC, os itens que serão 
comercializados.
porque
Os itens de categoria A devem receber uma forma de controle menos rígida dos estoques e os itens 
B e C devem receber um controle mais rígido.
Considerando‑se essas frases, é correto afirmar que:
A) A primeira é verdadeira, e a segunda é falsa.
B) A primeira é falsa, e a segunda é verdadeira.
C) As duas são verdadeiras, e a segunda justifica a primeira.
D) As duas são verdadeiras, e a segunda não justifica a primeira.
E) As duas são falsas.
Resposta correta: alternativa A.
Análise da questão
A primeira afirmativa está correta, pois na gestão de estoque de varejo, onde existe grande quantidade 
de itens e cada um representa valor diferente, há necessidade da classificação dos materiais pelo método 
ABC, partindo dos itens mais caros (A) e que representam menores quantidades em estoques, para os 
itens de menores valores (B e C).
A segunda afirmativa está incorreta, pois na gestão de estoque pelo sistema ABC, itens de classe 
A são os que representam maiores valores, demandando controle mais cuidadoso do que os itens de 
menor valor como os componentes das classes B e C.
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Questão 2. Uma das grandes dificuldades encontradas por variadas empresas está na armazenagem, 
tanto de matéria‑prima quanto de produto acabado. Assim, armazenagem, manuseio e controle dos 
produtos são componentes importantes e essenciais do sistema logístico, pois seus custos envolvem 
elevada porcentagem dos custos totais logísticos de uma empresa. Sobre o assunto, a questão que se 
coloca é a dificuldade com que as empresas se deparam no momento de decidir com precisão o layout 
de seu armazém. Sobre o assunto, indique a alternativa incorreta. 
A) Um dos objetivos do layout de armazém é propiciar maior eficiência na movimentação de 
materiais, conjugada à máxima utilização do espaço disponível.
B) Quando do desenho do layout de armazém, deve‑se ter em mente que itens pesados devem ser 
estocados em áreas de fácil movimentação.
C) Itens de giro rápido devem ser colocados perto das áreas de recebimento e embarque, para 
que a atividade de remoção e transporte seja reduzida e contribua com o melhor desempenho 
da localização.
D) Materiais de giro rápido e materiais de reserva devem obedecer às estratégias de 
armazenagem idênticas.
E) Uma alternativa de layout de armazém é o da localização fixa, geralmente utilizado em pequenos 
depósitos, em que o aproveitamento do espaço não é crucial, pois há pequeno número de unidades 
para armazenagem.
Resolução desta questão na plataforma.

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