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PRESCRIÇAO DE MEDICAMENTOS

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MFC – ABE 2 – PRESCRIÇÃO DE MEDICAMENTOS
CAPÍTULO 93
DO QUE SE TRATA?
Leis Federais brasileiras, Resolução nº 357/2001 do Conselho Federal de Farmácia e Código de Ética Médica;
A prescrição deve ser legível, clara, s/ rasuras e conter: cabeçalho (nome e endereço do profissional/instituição), nome da pessoa, via de administração, nome do fármaco (denominação comum brasileira, usando a denominação comum internacional apenas na ausência desta), forma farmacêutica e concentração, quantidade total a ser fornecida, frequência de administração, duração do tto, data, assinatura do médico e nº do CRM.
Prescrição racional: sempre que o tto farmacológico seja o indicado, o medicamento seja eficaz p/ o quadro clínico e seja utilizado na dose e período apropriados e o fármaco seja o mais seguro e de menor custo.
ANAMNESE:
Incluir na história: uso de fármacos (inclusive os sem prescrição médica), sua finalidade, história de alergias a medicamentos, aspectos relacionados c/ as crenças individuais sobre a doença e a medicação.
Informar o paciente sobre: os objetivos a curto e longo prazo do tto; como, quando e por quanto tempo deve tomar o medicamento; seus benefícios e riscos; procedimentos a seguir se surgirem efeitos adversos; como guardar o medicamento; o que fazer c/ as sobras.
Descrever, de forma detalhada, as medidas ñ medicamentosas que fizerem parte da prescrição.
Evitar a polifarmácia (na medida do possível).
Levar em consideração o custo-benefício dos medicamentos ao prescreve-los.
Acordar c/ o paciente o retorno da consulta p/ acompanhamento.
Registrar as prescrições no prontuário.
ERROS MAIS COMETIDOS:
Subprescrição: não prescrever medicamentos que são necessários ou prescrever por tempo insuficiente.
Superprescrição: prescrever mais medicamentos do que é clinicamente necessário, ou por tempo prolongado.
Sobreprescrição: prescrever 2 ou mais medicamentos p/ a mesma finalidade.
Prescrições incompletas, ambíguas, ilegíveis, c/ abreviações, rasuradas, s/ assinatura ou CRM.
CAPÍTULO 94: COMO DESPRESCREVER MEDICAMENTOS
POLIFARMÁCIA:
Definida quantitativamente quando se utiliza mais do que 5 fármacos, e, em termos qualitativos, levando-se em conta a utilização de fármacos inadequados ou simplesmente o consumo de algum medicamento s/ indicação clínica.
A polifarmácia se constitui de um problema de saúde pública prioritário em países desenvolvidos.
A probabilidade de um maior consumo de medicamentos aumenta conforme a idade, a melhor condição socioeconômica, piora do estado de saúde, o gênero feminino, a baixa escolaridade e o maior contato c/ o sistema de saúde.
CONSEQUÊNCIAS DA POLIFARMÁCIA:
Diminuição da adesão ao tto; efeitos adversos; interações medicamentosas; risco de hospitalização; risco de quedas; diminuição da funcionalidade física; aumento da morbidade.
DESPRESCRIÇÃO?
Os fatores condicionantes p/ que possa ser realizada de forma segura são a disponibilidade de evidências científicas (balanço benefícios/riscos), a funcionalidade física e social, a qualidade de vida, as comorbidades e preferências da pessoa, os fatores farmacológicos dos medicamentos e os fatores não farmacológicos (contexto social e familiar, aspectos psicológicos, funcionamento do sistema de saúde, expectativas, relação médico-paciente),
EM QUE CONSISTE?
1 – Revisar: dispor de uma lista confiável da medicação usada pelo indivíduo; considerar o estado físico e aspectos da pessoa e de seu contexto sociofamiliar.
2 – Analisar: avaliar adesão, interações e efeitos adversos; considerar metas, objetivos do tto, expectativa de vida e tempo até o benefício.
3 – Agir: começar por fármacos inadequados, que causam danos ou não são usados; passar do cenário preventivo/modificador da doença p/ paliativo/sintomático.
4 – Ajustar: considerar expectativas, crenças; adaptar o ritmo às possibilidades reais.
5 – Monitorar: ressaltar os resultados, considerar a aderência, dar apoio; detectar o reaparecimento de sintomas 
Deve-se questionar:
A expectativa de vida dessa pessoa (determinada pelo prognóstico e pela evolução natural da doença) é maior do que o tempo que o medicamento demora para obter um benefício clínico relevante?
As metas da atenção à saúde (atenção curativa, cuidados, prevenção primária, secundária, terciária ou quaternária), determinadas pela consideração do grau de comorbidade, do estado funcional e da qualidade de vida, são congruentes c/ os objetivos da prescrição-desprescrição (p. ex., passar de um cenário de prevenção a longo prazo p/ tratamentos meramente sintomáticos)?
EM QUE SE BASEIA?
Maior consumo de fármacos pelos idosos, porém menor representatividade destes nos ensaios clínicos.
COMO DESPRESCREVER?
Estratégia tipo “poda”: reconsidera, em uma pessoa real, seu regime terapêutico, suspendendo o desnecessário e acrescentando o necessário de forma individualizada. Baseia-se em critérios de necessidade e de segurança-efetividade, considerando expectativa de vida e o tempo que o medicamento demora p/ alcançar seu benefício. Reduz o nº de medicamentos, o volume de encaminhamentos p/ urgências e a mortalidade s/ afetar a qualidade de vida ou provocar efeitos adversos.
Modelo do “corte seletivo”: uma vez reconhecido que um determinado fármaco é inapropriado p/ uso em uma população concreta, revisar um a um, todos esses indivíduos p/ identificar os que usam o medicamento e agir em seguida. Também é útil p/ retirar medicamentos inadequados. Consome menos tempo e é mais eficiente, mas não leva em consideração o contexto individual e sociofamiliar.
EM QUEM?
Justifica-se de forma mais adequada nas pessoas em situação terminal.
Idosos frágeis c/ expectativa de vida curta.
POR QUEM?
Agentes externos: farmacêuticos ou geriatras; maior objetividade em suas avaliações.
Profissionais “de cabeceira”: médicos e enfermeiros de família e comunidade; visão mais integral e são mais aceitos pelas pessoas, pois a longitudinalidade da AP favorecem a confiança. 
PARECER CFM Nº 1/14
A utilização de carimbo do médico em prescrição é opcional. O que se exige é assinatura c/ identificação clara do médico e seu respectivo CRM.
A resolução CFM nº 1.931/09 veda ao médico em seu artigo 11: receitar, atestar ou emitir laudos de forma secreta ou ilegível, s/ identificação do CRM, bem como assinar receituários, atestados laudos ou outros documentos médicos em branco.
O Decreto-lei nº 20.931/32, estabelece em seu artigo 21: ao profissional que prescrever ou administrar entorpecentes p/ alimentação da toxicomania será cassada pelo Depart. Nacional de Saúde Pública, no DF, e nos Estados pelo respectivo diretor dos serviços sanitários, a faculdade de receitar essa medicação, pelo prazo de 1 a 5 anos, devendo o fato ser comunicado às autoridades policiais p/ a instauração do competente inquérito e processo criminal.
Processo-consulta nº CFM 969/2002: não há proibição expressa p/ eventuais autoprescrições de médicos ou atendimento a descendentes e ascendentes diretos. Qualquer tentativa de atendimento falso ou exagerado deve ser denunciada ao CRM.
Processo-consulta nº CFM 4.696/2002: não deve o médico usuário de entorpecentes/psicotrópicos autoprescrever drogas.
Processo-consulta Cremerj nº 46/96: no caso de prescrição de medicamentos controlados faz-se indispensável ou o uso do carimbo ou o uso de impressos em que conste o CRM; na impossibilidade do uso do carimbo a assinatura pode ser acompanhada nas folhas de evolução, prescrição e de exames complementares do nº de registro médico no CRM.
Processo-consulta Cremesp nº 38.438/12: desde que o médico seja identificável através de seu nº de registro no CRM não há exigência para elaboração de carimbo.
P/ recebimento do talonário, o profissional deverá estar munido do respectivo carimbo, que será aposto na presença da Autoridade Sanitária, em todas as folhas do talonário.
Em caso de emergência, poderá ser aviada ou dispensada a receita de medicamento de controle especial, contendo: o diagnóstico ou CID, a justificativa do atendimento emergencial, data, CRM e assinatura.
O estabelecimento deverá anotar a ID do comprador e apresenta-la à autoridade sanitária do estado, município ou DF, dentro de 72 horas p/ visto.
RESOLUÇÃO RDC 20/2011
A receita de antimicrobianos é válida em todo o território nacional, por 10 dias a contar da data de sua emissão.
Não há limitação do número de itens contendo medicamentos antimicrobianos por receita.
Em situações de tto prolongado a receita poderá ser utilizada p/ aquisições posteriores dentro de um período de 90 dias a contar da data de sua emissão. A receita deverá conter indicação de uso contínuo, c/ a quantidade a ser utilizada p/ cada 30 dias.
MANUAL DE ORIENTAÇÕES BÁSICAS PARA PRESCRIÇÃO DE MÉDICA
Receita simples: medicamentos anódinos (que diminui ou acaba c/ a dor) e medicamentos de tarja vermelha c/ os dizeres “venda sob prescrição médica”.
Receita de controle especial: medicamentos de tarja vermelha c/ os dizeres “venda sob prescrição médica – só pode ser vendido c/ retenção da receita” (controle especial, retinoicos de uso tópico, imunossupressores, antirretrovirais, anabolizantes, etc – listas C).
Receita azul ou receita B: impresso de cor azul p/ prescrição de medicamentos que contenham substâncias psicotrópicas (listas B1 e B2). Vale 30 dias após prescrição, apenas no estado emitente. Quantidade máxima: 60 dias de tto. Limitada a 5 ampolas (injetável).
Receita amarela ou receita A: impresso de cor amarela, p/ prescrição de medicamentos das listas A1 e A2 (entorpecentes) e A3 (psicotrópicos). Pode conter só 1 produto farmacêutico. Vale 30 dias após prescrição. Máximo p/ 30 dias de tto.
Notificação de receita especial de retinoides: lista C2 (retinoides de uso sistêmico). Validade de 30 dias, apenas na UF que concedeu; 5 ampolas.
Notificação de receita especial p/ talidomida: lista C3; tto p/ 30 dias; validade de 15 dias. Deve vir acompanhada do termo de responsabilidade.
Substâncias antirretrovirais: lista C4. Formulário próprio estabelecido pelo programa de DSTs/Aids/MS.
Anabolizantes: a prescrição deve conter o código da Classificação Internacional de doenças (CID) e o CPF do médico emissor.
Antimicrobianos: os formulários devem conter: nome, telefone, endereço completo do médico e nº do CRM; nome e endereço completo do paciente; prescrição do medicamento conforme as normas vigentes; data da emissão; assinatura e carimbo. Não há necessidade de modelo de receita específico.
O que não deve constar do carimbo: informações discriminatórias ou convicções pessoais do médico, tais como: “médico formado na universidade pública X” ou “Deus seja louvado” (pois vivemos em um país laico e existem pacientes ateus).

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