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05/04/16 1 Dor Definição “A dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável, associada a uma lesão tecidual real, potencial ou descrita nos termos dessa lesão. A dor é sempre subjetiva.” Bishop B. Pain: its physiology and rationale for management. Part I. Neuroanatomical substrate of pain. Phys Ther. 1980 Jan;60(1):13-‐20 Associação Internacional para o Estudo da Dor Dor – O que sabemos? Sinal de alerta Proteger o corpo de lesões teciduais Uma das maiores aflições humanas Grande desafio dos neurocientistas Grande avanço nas últimas décadas Pesquisadores de múltiplas áreas Bishop B. Pain: its physiology and rationale for management. Part I. Neuroanatomical substrate of pain. Phys Ther. 1980 Jan;60(1):13-‐20 Fields HL, LevineJD. Pain-‐Mechanisms and management. West J Med. 1984 Sep;141:347-‐357 Conceito de Dor “Dor é uma experiência que se expressa e se reconhece por determinados padrões de comportamento”. “Dor é uma combinação de sensações subjetivas que acompanham a ativação de nociceptores”. Bishop B. Pain: its physiology and rationale for management. Part I. Neuroanatomical substrate of pain. Phys Ther. 1980 Jan;60(1):13-‐20 Fields HL, LevineJD. Pain-‐Mechanisms and management. West J Med. 1984 Sep;141:347-‐357 05/04/16 2 ORIGEM DA DOR • SOMÁTICA (tecidos cutâneos ou profundos) • VISCERAL (vísceras torácicas, abdominais e pélvicas) • NEUROPÁTICA (sistema nervoso central ou periférico) • PSICOGÊNICA A DOR FREQÜENTEMENTE É MISTA Avaliação do tipo de dor é fundamental para estabelecer os métodos de tratamento e também o prognóstico Bishop B. Pain: its physiology and rationale for management. Part I. Neuroanatomical substrate of pain. Phys Ther. 1980 Jan;60(1):13-‐20 Percepção real de possibilidade ou lesão tecidual (específica) Estado sensorial de desagrado (inespecífica) -‐ Substrato neural possui características fisiológicas e anatômicas definidas -‐ Dor: percepção de lesão ou ameaça ao tecido -‐ Sensação de incômodo ocorre após o estímulo doloroso -‐ Sensação ocorre devido ao componente “afetivo" -‐ Ativação fora das vias somatoviscerais -‐ Percepção de lesão ou da ameaça tecidual por si só não, dor X Bishop B. Pain: its physiology and rationale for management. Part I. Neuroanatomical substrate of pain. Phys Ther. 1980 Jan;60(1):13-‐20 DOR AGUDA X DOR CRÔNICA Dor Aguda Associada a algum tipo de lesão tecidual Importante veículo de informação que algo está errado no organismo Curável com medicamentos e intervenções físicas Gera stress, ansiedade e algumas vezes depressão l Dor Crônica l Associada ou não a algum tipo de lesão tecidual l Extremamente maléfico ao organismo l Há alterações no sono, libído, peso, apetite, relações sociais, familiares e profissionais.Há alterações metabólicas importantes e diminuição de concentração l INCAPACIDADE FUNCIONAL SURGIMENTO DE DOR LENTA X AGUDA T In te ns id ad e do lo ro sa Dor rápida Dor lenta 05/04/16 3 Sistema de Transmissão da Dor Sistema de Transmissão da Dor 10 -‐ 20% das células do corno posterior contém substância P Localizada nas camadas marginais e gelatinosa do corno posterior ↳ponto de inserção das fibras transmissoras de dor Bishop B. Pain: its physiology and rationale for management. Part I. Neuroanatomical substrate of pain. Phys Ther. 1980 Jan;60(1):13-‐20 Sistema de Transmissão da Dor Após lesões a sensação decdor persiste Liberação de substânciascque destroem e degradamcenzimas simultaneamente Sensibilização Despolarização prolongada da membrana e excitação constante das fibras de dor Fields HL, LevineJD. Pain-‐Mechanisms and management. West J Med. 1984 Sep;141:347-‐357 Estímulo intenso: todas as fibras são ativadas Fibras aferentes 1árias mielinizada Normalmente inibem os neurônios nociceptivos 1ários do corno posterior Mecanismo de ação do TENS (seleciona fibras de mielinizadas de maior diâmetro) Sistema de Transmissão da Dor 05/04/16 4 SISTEMAS DE ANALGESIA NO CÉREBRO E NA MEDULA ESPINHAL SISTEMAS DE CONTROLE DA DOR PERIFÉRICO 1965 Melzack & Wall Teoria das Comportas CENTRAL Liberação de Opióides Endógenos TEORIA DAS COMPORTAS 05/04/16 5 T Nociceptor Mecanoceptor SG Célula T CORRENTES ANALGESICAS TENS – CORRENTE INTERFERENCIAL 05/04/16 6 TENS ESTIMULAÇÃO ELÉTRICA NERVOSA TRANSCUTÂNEA Transcutaneous Electrical Neuromuscular Stimulation TENS “Qualquer estimulação elétrica (galvânica, farádica, diadinâmicas, interferenciais, russa, etc.) aplicada através da pele que estimule nervos periféricos” Alon, 1991, 2003 TENS Nomenclatura errada; Corrente bifásica, pulsada, assimétricos, desequilibrada e c/ pulsos retangulares; Baixa Freqüência; 1 a 150 Hz (até 250 Hz); Duração de Pulso; 50 – 300 µs (0,05 – 0,3 ms) TENS Quanto menor a duração de pulso, maior a amplitude requerida para ativar as fibras nervosas Despolarização 05/04/16 7 TENS Principal Indicação Analgesia Relaxamento Muscular Efeitos Não-Analgésicos Efeito Antiemético Aumento de Fluxo Sangüíneo Alterações Autonômicas JOHNSON, 2003 Efeitos Antieméticos Náusea e vômito efeitos adversos dos analgésicos opióides Náusea pós-operatória Náusea matinal Náusea devido à quimioterapia em pacientes com câncer Efeitos Antieméticos Procedimento: estimulaçãodo ponto de acupuntura P6. Efeitos Antieméticos Pós-operatório de cirurgias ginecológicas Dundee et al., 1989 Pós-operatório de Histerectomia Fossoulaki et al., 1993 Pós-operatório de Cirurgias Ortopédicas McMillan, 1994 Quimioterapia McMillan et al., 1991 Dundee et al., 1991 05/04/16 8 Efeitos Circulatórios Úlceras l Kaada & Emru, 1988; Lundeberg et al., 1992; Debreceni et al., 1995; Baker et al., 1997; Cosmo et al., 2000. Retalhos Isquêmicos l Kjartansson et al., 1988 (a, b, c); Lundeberg et al., 1988; Kjartansson & Lundeberg, 1990; Niina et al., 1997; Liebano et al., 2000 e 2004. Efeitos Circulatórios Reparação de Tendão Burssens et al., 2003 TENS Burst x Controle após sutura de tendão de calcâneo Avaliação através de biópsia após 6 semanas TENS maior número de fibroblastos 05/04/16 9 EFEITOS ANALGÉSICOS DA TENS DOR A dor é uma sensação necessária para o funcionamento do corpo. Exerce uma função protetora. Sempre que possível deve-‐se intervir na causa da dor! WOOD, 1998 MECANISMOS DE AÇÃO Teoria das Comportas (Melzack & Wall, 1965) Liberação de Peptídeos Opiáceos Endógenos Aumento de Fluxo Sangüíneo Ronald Melzack Patrick D. Wall TEORIA DAS COMPORTAS 05/04/16 10 Poderosos agentes analgésicos Atuam diretamente sobre sítios receptores específicos da membrana dos neurônios Liberados por alguns neurônios como neurotransmissores Localizados em várias estruturas do SNC NOBACK, STROMINGER, DEMAREST, 1999 v Existem 3 famílias destes peptídeos: Encefalinas Ø Tonsila do cerebelo, hipotálamo, SCPA, bulbo Beta-‐Endorfina Ø Hipotálamo, SCPA, bulbo e medula espinal Dinorfinas (distribuição semelhante às encefalinas) NOBACK, STROMINGER, DEMAREST, 1999 Liberação de Endorfinas (Substancia cinzenta - Hipotalamo) α endorfinas: Freqüências mais altas (150 Hz) Liberação Rápida (aproximadamente 20 minutos) Reabsorção (aproximadamente 2 horas) Β endorfinas: Freqüência mais baixa (até 75 Hz) Liberação lenta (aproximadamente 60 minutos) Reabsorção: 7 horas ou mais Tipos de Opióides 05/04/16 11 I T R I= amplitude (mA) T= tempo de duração do pulso (µs ou ms) R= intervalo entre pulsos (ms) / Freqüência (Hz ou pps) Tipos de Estímulos; Convencional; BURST; Acupuntura Breve Intenso TENS TENS Modo Convencional; Tempo de Pulso 50 a 120 µs Freqüência 50 a 100 Hz O período refratário apesar de ser longo, tem uma intensidade baixa, não conseguindo estimular nenhuma fibra. Estímulo Sensitivo TENS BURST Tempo de Pulso 100 a 180 µs Freqüência 100 Hz O ciclo de trabalho é de aproximadamente de 8%. Estímulo Motor 05/04/16 12 TENS BURST (Continuação) O Burst com intensidade alta, leva à contração muscular breve, que por sedação de fibra nervosa, causa analgesia (Principalmente na fase crônica); Os trens de pulso são muito curtos para o fortalecimento muscular (Estimulação em nível motor) TENS Modo Acupuntura; Tempo de Pulso 150 a 250 µs Freqüência 1 a 14 Hz Estímulo Motor 05/04/16 13 TENS Breve Intensa; Tempo de Pulso 500 µs Freqüência 4 ou 100 Hz O ciclo de trabalho é de aproximadamente de 8%. Estímulo Motor Local de Estimulação - Região onde estimulação possa ser direcionada do SNC (Dermátomos). - Uma região sensível ao eletrodo (eliminação proeminência óssea). Eletrodos Material; Borracha (grafite) – gel condutor Esponja Silicone auto-adesivo • Tamanho; – Quanto maior eletrodo, menor a densidade da corrente e menor a sensação do paciente; • Distância; – Quanto maior a distancia entre eletrodos, menor a densidade da corrente e maior profundidade de penetração; 05/04/16 14 Eletrodos Associação TENS + Crioterapia ou Calor ? DISPOSIÇÃO DOS ELETRODOS Ponto doloroso Trajeto nervoso Paravertebral Transarticular Ponto Motor Vasotrópico Gangliotrópico Mioenergético CONTRA-INDICAÇÕES Dores cuja causa é desconhecida Útero e lombar de pacientes grávidas Seio carotídeo Marcapasso Alteração de sensibilidade 05/04/16 15 C.I.V “É o fenômeno que ocorre quando se aplica duas ou mais oscilações simultânea no mesmo ponto, ou séries de pontos de um determinado meio, com freqüências levemente diferentes” Descrição da Corrente - Alternada, simétrica, pulso retangular ou sinusoidal, média freqüência. - Corrente de média F (1000 a 10.000 Hz) modulada em baixa. • O pulso retangular consegue despolarização com intensidade menor, porém é melhor que a sinusoidal Ward AR. Electrical stimulation using kilohertz-‐frequency alternating current. Phys Ther. 2009; 89:181-‐190. Fuentes JP, Armijo Olivo S, Magee DJ, Gross DP. Effectiveness of interferential current therapy in the management of muscleskeletal pain: a systematic review and meta-‐analysis. Phys Ther. 2010 Sep;90(9):1219-‐38. Resistência Capacitiva Inversamente proporcional à Freqüência X= ½ π.F.C X (resistência capacitiva), F (freqüência), C (Capacitância) 05/04/16 16 Efeitos Fisiológico Estimulo seletivo de fibras aferentes mielinizadas (fibras Aβ) Analgesia (Teoria das Comportas) Normalização do sistema neurovegetativo; Amortecimento sistema ortossimpático Relaxamento muscular Melhoria da Circulação Bloqueio da liberação de mediadores Químicos Atividade Profunda Baixa resistência capacitiva da pele Resistência diminui conforme aumenta a corrente A estimulação de fibras aferentes mielinizadas no tecido muscular ou cutâneo causa descargas reflexas ortossimpática, seguidas por pós excitação da atividade reflexa. Esta breve interrupção do ciclo vicioso conduz à normalização da atividade espontânea dos reflexos ortossimpática Ward AR. Electrical stimulation using kilohertz-‐frequency alternating current. Phys Ther. 2009; 89:181-‐190. Fuentes JP, Armijo Olivo S, Magee DJ, Gross DP. Effectiveness of interferential current therapy in the management of muscleskeletal pain: a systematic review and meta-‐analysis. Phys Ther. 2010 Sep;90(9):1219-‐38. 05/04/16 17 Efeito Gildemeister; Inibição Wedenski; Fase de despolarização: canal de Na+ aberto Fase de repolarização: canal de K+aberto Na K Utilização da Corrente Frequência Portadora; (2000 ou 4000 Hz) Analgesia AIF Relaxamento Muscular 4000 Hz (ciclo de 0,25 ms ou 250 µs) analgesia 2000 Hz (ciclo de 0,5 ms ou 500 µs) fortalecimento muscular AMF (Freqüência Modulada da Amplitude) 1 a 150 Hz (AMF) F altas (75 a 150 Hz) estágios agudos F baixas (abaixo de 75 Hz) estágios crônicos Liberação de Opióides Fuentes JP, Armijo Olivo S, Magee DJ, Gross DP. Effectiveness of interferential current therapy in the management of muscleskeletal pain: a systematic review and meta-‐analysis. Phys Ther. 2010 Sep;90(9):1219-‐38. Deve ser utilizada para evitar acomodação F (Variação da AMF base) F inferior a 50% da AMF base selecionada, permite acomodação (60%) F muito superior a 50 % da AMF base pode alterar a faixa de tratamento Fuentes JP, Armijo Olivo S, Magee DJ, Gross DP. Effectiveness of interferential current therapy in the management of muscleskeletal pain: a systematic review and meta-‐analysis. Phys Ther. 2010 Sep;90(9):1219-‐38. 05/04/16 18 SLOPE (Forma de Variação da AMF) É a variação da F sobre a AMF base, em função do tempo 1/1 (delta F baixa, quadro crônico) 1/5/1(delta F, quadro subagudo ) 6/6 (delta F alta, quadro agudo) 1 1 1 5 1 6 6 AMF + F Fuentes JP, Armijo Olivo S, Magee DJ, Gross DP. Effectiveness of interferential current therapy in the management of muscleskeletal pain: a systematic review and meta-‐analysis. Phys Ther. 2010 Sep;90(9):1219-‐38. Modo de Aplicação Bipolar (Heterógena) Tetrapolar Canal 1 (4000 Hz) Canal 2 (4000 Hz + AMF) Vetoração Manual Vetor pode ser variado pelo terapeuta durante o tratamento Automática O equipamento realiza uma varredura lenta com o vetor dentro do campo de aplicação Interferencial TENS 05/04/16 19 Modelo Experimental: - 30 ratos Wistar (EPM-1); - Modelo de Inflamação Aguda (Carraginina) na pata do animal; Utilizaram a Corrente Interferencial: 4000 Hz, 140Hz, 125 mseg, 5 mA Corrente Interferencial: É efetiva na redução do edema -‐ Roland Morris Disability Questionnaire 35 -‐ Dor (EVA), McGill Pain -‐ Questionário SF 36 80 Man + C . I 240 pacientes 80 C . I 80 Manipulação Todos os grupos apresentaram melhora significativa. Não apresentando diferença entre os grupo C. Interferencial, US e Agentes Físicos (não há base recomendada) TENS ( Alta * 80-100 Hz X Baixa * 5 – 10 Hz ) Não apresentaram resultados significativos comparado ao grupo controle. No entanto, relatos de vários trabalhos mostram os resultados significativos da atuação analgésica imediata do TENS de alta freqüência Revisão Sistemática Amostra 30 universitários, média de idade 33,5 anos -‐ 18 homens -‐ 12 mulheres Escala de Avaliação Escala McGill Pain Index Não houve diferença significativa entre os grupos experimentais 05/04/16 20 Caso 1 Paciente 60ª, praticante de atividades fisicas regulares, apresenta dor na região sacro iliaca. Dor na região posterior da coxa E 30 voluntários (18 homens e 12 mulheres) Grupo CI Grupo TENS Sham Não houve diferença estaticamente significante entre os grupos TENS e o CIV * 05/04/16 21
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