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Aula 1 - Direito Civil III SLIDES 2

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14/04/2015
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EFEITOS DOS CONTRATOS
1 – Obrigatoriedade:
O contrato cria um vínculo jurídico entre as partes dotado de
obrigatoriedade. Diz-se que o contrato faz lei entre as partes.
Os celebrantes devem honrar a palavra empenhada e cumprir o contrato
sob pena de responsabilidade patrimonial (389) ou de, excepcionalmente,
cumprimento forçado do contrato, através do Juiz, nos termos do art 475,
que será explicado abaixo.
EFEITOS DOS CONTRATOS
2 – Irretratabilidade:
Uma vez perfeito e acabado, o pacto só pode ser desfeito por outro
contrato chamado distrato (472), e não por imposição de uma das partes.
Na autonomia privada, tudo, ou quase tudo, pode ser combinado e
desfeito, mas sempre por consenso.
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EFEITOS DOS CONTRATOS
3 – Intangibilidade:
Além de não poder ser desfeito, o contrato não pode ser alterado por
apenas um dos celebrantes, sempre vai exigir novo acordo (aditivo
contratual).
De regra o contrato é assim irrevogável (= irretratável) e intangível (=
inalterável).
Excepcionalmente admite-se modificação feita pelo Juiz, mas deve ser
evitado ao máximo para que o Estado não interfira na autonomia privada,
trazendo insegurança às relações jurídicas, tal exceção ocorre somente na
Teoria da Imprevisão (art. 478).
EFEITOS DOS CONTRATOS
3 – Intangibilidade:
A lei permite, excepcionalmente, que o Juiz, nos contratos comutativos de
longa execução, diante de um fato novo, modifique o contrato para
manter a igualdade entre as prestações, afinal ninguém contrata para ter
prejuízo.
Neste artigo encontramos a chamada Teoria da Imprevisão (ou cláusula
rebus sic stantibus = revogável se insustentável).
14/04/2015
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EFEITOS DOS CONTRATOS
3 – Intangibilidade:
Só se admite a teoria da imprevisão em contratos longos e diante de um
fato novo (ex: compro um carro para pagar em três anos com prestações
atreladas ao dólar, eis que, por causa de uma crise política em Brasília, ou
por causa de uma guerra no Oriente Médio, o dólar triplica de preço e as
prestações se tornam muito vantajosas para o vendedor, devendo então o
Juiz extinguir ou modificar o contrato para restaurar o equilíbrio entre as
partes).
No Direito de Família, fora da autonomia privada, temos outro exemplo da
teoria da imprevisão no art. 1699: então se o pai presta alimentos ao filho,
e depois o pai perde o emprego ou o filho se torna um craque do futebol,
a pensão será certamente reduzida ou extinta.
EFEITOS DOS CONTRATOS
3 – Intangibilidade:
Em suma, a Teoria da Imprevisão permite ao Juiz modificar o
contrato a fim de restabelecer o equilíbrio entre as partes em face de um
caso fortuito que tornou a prestação excessivamente onerosa para uma
das partes.
A Teoria da Imprevisão é assim conseqüência da função social do contrato,
que exige trocas úteis e justas, conforme art. 421 e p.ú. do art. 2035 do
CC.
Porém, é exceção, em regra o contrato é assim irrevogável (= irretratável)
e intangível (= inalterável).
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EFEITOS DOS CONTRATOS
4 – Efeito pessoal:
Em relação ao objeto, o contrato cria obrigações de natureza pessoal. O
credor exige do devedor o cumprimento da prestação sob pena de perdas
e danos. Esta é a regra: descumprido o contrato, resolve-se em perdas e
danos do 389. Todavia, o Código Civil de 2002 admite expressamente que,
em alguns casos, a parte inocente exija o cumprimento forçado do
contrato, ao invés da simples perdas e danos contra o inadimplente (475 –
sublinhem “se não preferir exigir-lhe o cumprimento”).
EFEITOS DOS CONTRATOS
4 – Efeito pessoal:
Então se José vende um carro a João, recebe o preço, mas depois
se arrepende e se recusa a entregar o veículo, a regra geral é João pedir
uma indenização por perdas e danos. Porém, admite a lei a execução in
natura do contrato, de modo que o comprador, através do Juiz, pode
tomar o carro de José. Esta possibilidade corresponde a um efeito real nos
contratos, que geralmente só tem efeitos pessoais, afinal estamos dentro
do Direito das Obrigações.
É possível assim atribuir efeito real a certos contratos para que o pacto
seja efetivamente cumprido. Mas nem todo contrato admite execução in
natura.
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INSTITUTOS RELATIVOS AOS CONTRATOS BILATERAIS
1 – Exceção do contrato não cumprido ou exceptio non adimpleti
contractus.
A palavra exceção aqui tem significado de defesa, então este instituto é
uma manobra defensiva usada por uma das partes para fazer a outra
cumprir com sua obrigação.
Consiste no seguinte: A e B celebram um contrato e A exige que B cumpra
sua obrigação; B então se defende com base no art. 476: se A quer que B
cumpra sua obrigação, A deve primeiro cumprir a dele.
Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de
cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.
INSTITUTOS RELATIVOS AOS CONTRATOS BILATERAIS
1 – Exceção do contrato não cumprido ou exceptio non adimpleti
contractus.
Exemplos: Na compra e venda, só posso exigir a coisa depois de pagar o
preço. Na prestação de serviço, só posso exigir o diagnóstico do médico
depois de pagar a consulta. No seguro, só posso exigir a indenização
depois de ter pago o prêmio.
A essência dos contratos bilaterais é o sinalagma e a dependência
recíproca das obrigações. Este instituto corresponde à boa-fé e confiança
que prevalecem nas relações jurídicas.
Se as partes combinarem quem vai cumprir a prestação primeiro, não será
possível exercer a presente defesa. Quando as prestações são simultâneas
não há problemas (ex: compra e venda de balcão).
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INSTITUTOS RELATIVOS AOS CONTRATOS BILATERAIS
1 – Exceção do contrato não cumprido ou exceptio non adimpleti
contractus.
Exceptio non rite adimpleti contractus
O mau cumprimento é nominado de exceptio non rite adimpleti
contractus, ou a Exceção do contrato parcialmente cumprido.
Ressalto que o mau cumprimento corresponde ao não-cumprimento,
assim para exigir a coisa na compra e venda, é preciso pagar o preço total
e não apenas parcial.
INSTITUTOS RELATIVOS AOS CONTRATOS BILATERAIS
2 – Arras:
Esta palavra deriva do latim arrha e significa garantia. As arras são um
sinal de pagamento para a firmeza do contrato, inibindo o arrependimento
das partes.
Corresponde a uma quantia dada por um dos contratantes ao outro como
sinal/garantia da confirmação de um contrato bilateral.
As arras em geral são em dinheiro, mas podem ser em coisas (ex: um carro
como sinal na compra de um apartamento).
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INSTITUTOS RELATIVOS AOS CONTRATOS BILATERAIS
2 – Arras:
Quanto o contrato é fechado, as arras são devolvidas ou abatidas do preço
(417).
Se o contrato não for concluído por culpa/desistência da parte que deu as
arras, elas serão perdidas em favor da parte inocente. Se quem desistir for
a parte que recebeu as arras, terá que devolvê-las em dobro, devidamente
corrigida (418).
As arras se assemelham à cláusula penal (obrigações). Só que as arras são
logo entregues, enquanto a cláusula penal só terá aplicação se o contrato
for futuramente desfeito.
INSTITUTOS RELATIVOS AOS CONTRATOS BILATERAIS
2 – Arras:
Art. 417. Se, por ocasião da conclusão do contrato, uma parte der à outra,
a título de arras, dinheiro ou outro bem móvel, deverão as arras, em caso
de execução, ser restituídas ou computadas na prestação devida, se do
mesmo gênero da principal.
Art. 418. Se a parte que deu as arras não executar o contrato, poderá a
outra tê-lo por desfeito, retendo-as; se a inexecução for de quem recebeu
as arras, poderá quem as deu haver o contrato por desfeito, e exigir sua
devolução mais o equivalente, com atualização monetária segundo índices
oficiais regularmente estabelecidos, juros e honorários de advogado.
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INSTITUTOS RELATIVOS AOS CONTRATOS BILATERAIS
2 – Arras:
Art. 419. A parte inocente podepedir indenização suplementar, se provar
maior prejuízo, valendo as arras como taxa mínima. Pode, também, a
parte inocente exigir a execução do contrato, com as perdas e danos,
valendo as arras como o mínimo da indenização.
Art. 420. Se no contrato for estipulado o direito de arrependimento para
qualquer das partes, as arras ou sinal terão função unicamente
indenizatória. Neste caso, quem as deu perdê-las-á em benefício da outra
parte; e quem as recebeu devolvê-las-á, mais o equivalente. Em ambos os
casos não haverá direito a indenização suplementar.
INSTITUTOS RELATIVOS AOS CONTRATOS BILATERAIS
3 – Vícios Redibitórios:
São os defeitos contemporâneos, ocultos e graves que desvalorizam ou
tornam imprestável a coisa objeto de contrato bilateral e oneroso (441).
Tais defeitos vão redibir o contrato, tornando-o sem efeito. Aplica-se aos
contratos de compra e venda, troca, locação, doação onerosa (pú do 441)
e na dação em pagamento (356).
Exemplos: comprar um cavalo manco ou estéril; alugar uma casa que tem
muitas goteiras; receber em pagamento um carro que aquece o motor nas
subidas, etc.
Em todos esses exemplos poderemos aplicar a teoria dos vícios
redibitórios para duas consequências, a critério do adquirente: a) desfazer
o negócio, rejeitar a coisa e receber o dinheiro de volta; b) ficar com a
coisa defeituosa e pedir um abatimento no preço (442).
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INSTITUTOS RELATIVOS AOS CONTRATOS BILATERAIS
3 – Vícios Redibitórios:
Justifica-se a teoria dos Vícios Redibitórios pois toda obrigação não só
deve ser cumprida, como deve ser bem cumprida. Uma obrigação não
cumprida gera inadimplemento, uma obrigação mal cumprida gera vício
redibitório.
Para caracterizar um vício redibitório o defeito precisa ser
contemporâneo, ou seja, existir na época da aquisição (444), pois se o
defeito surge depois o ônus será do atual proprietário, afinal res perit
domino (a coisa perece para o dono, ou o prejuízo pela perda espontânea
da coisa deve ser suportado pelo dono).
INSTITUTOS RELATIVOS AOS CONTRATOS BILATERAIS
3 – Vícios Redibitórios:
Além de contemporâneo o defeito deve ser oculto, ou seja, não estar
visível, pois se estiver nítido e mesmo assim o adquirente aceitar, é porque
conhecia as condições da coisa (ex: carro arranhado, cavalo com uma
perna menor do que a outra, casa com as telhas quebradas, etc).
Se o vício é oculto, porém do conhecimento do alienante que agiu de má-
fé, este responderá também por perdas e danos (422, 443).
Além de contemporâneo e oculto, o defeito precisa ser grave, e só a
riqueza do caso concreto e a razoabilidade do Juiz é que saberão definir o
que é grave ou não. Existe um prazo decadencial na lei para o adquirente
reclamar o vício, prazo que se inicia com o surgimento do defeito (ex: o
adquirente só vai sabe se uma casa tem goteira quando chover, 445 e §§
1º e 2º ).
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INSTITUTOS RELATIVOS AOS CONTRATOS BILATERAIS
3 – Vícios Redibitórios:
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo pode ser
enjeitada por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a
que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.
Art. 442. Em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o
adquirente reclamar abatimento no preço.
Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o
que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente
restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato.
INSTITUTOS RELATIVOS AOS CONTRATOS BILATERAIS
3 – Vícios Redibitórios:
Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça
em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo
da tradição.
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento
no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for
imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se
da alienação, reduzido à metade.
§ 1o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde,
o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo
máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um
ano, para os imóveis.
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INSTITUTOS RELATIVOS AOS CONTRATOS BILATERAIS
3 – Vícios Redibitórios:
§ 2o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios
ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos
usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não
houver regras disciplinando a matéria.
Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de
cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao
alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de
decadência.
INSTITUTOS RELATIVOS AOS CONTRATOS BILATERAIS
4 – Evicção:
A evicção garante o comprador contra os defeitos jurídicos da coisa,
enquanto os vícios redibitórios garantem o adquirente contra os defeitos
materiais.
Conceito: É a perda da coisa em virtude de sentença que reconhece a
outrem direito anterior sobre ela. Evicção vem do verbo evincere, que
significa “ser vencido”. Aplica-se à compra e venda e troca (bilateral), e nas
doações (não unilaterais).
Exemplo: A é filho único e com a morte de seu pai herda todos os bens,
inclusive uma casa na praia; A então vende esta casa a B, eis que aparece
um testamento do falecido pai determinando que aquela casa pertenceria
a C; verificada pelo Juiz a veracidade do testamento, desfaz-se então a
venda, entrega-se a casa a C e A devolve o dinheiro a B.
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INSTITUTOS RELATIVOS AOS CONTRATOS BILATERAIS
4 – Evicção:
Chamamos de evicto o adquirente, no exemplo é B, é a pessoa que
comprou a casa e que vai perdê-la, recebendo porém o dinheiro de volta e
os direitos decorrentes da evicção previstos no art. 450.
Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da
restituição integral do preço ou das quantias que pagou:
I - à indenização dos frutos que tiver sido obrigado a restituir;
II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que
diretamente resultarem da evicção;
III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído.
Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da
coisa, na época em que se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no
caso de evicção parcial.
INSTITUTOS RELATIVOS AOS CONTRATOS BILATERAIS
4 – Evicção:
Evicta é a coisa, é a casa da praia. Evictor é o terceiro reivindicante, é C,
que vence. Alienante é A, é aquele que vendeu a coisa que não era sua, e
mesmo sem saber disso, mesmo de boa-fé, assume os riscos da evicção
(447).
Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção.
Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta
pública.
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INSTITUTOS RELATIVOS AOS CONTRATOS BILATERAIS
4 – Evicção:
O contrato pode excluir a cláusula da evicção, ou até reforçá-la (ex: se
ocorrer a evicção, o alienante se compromete a devolver ao evicto o dobro
do preço pago, 448).
Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou
excluir a responsabilidade pela evicção.
INSTITUTOS RELATIVOS AOS CONTRATOS BILATERAIS
4 – Evicção:
Se a evicção ocorrer numa doação, o evicto não perde nada, pois não
pagou pela coisa, apenas vai deixar de ganhar.
Fundamento da evicção: justifica-se na obrigação do alienante de garantir
ao comprador a propriedade da coisa transmitida, e que ninguém vai
interferir no uso dessa coisa.
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CONTRATOS ALEATÓRIOS
Já sabemos que contrato aleatório é aquele que, a depender da
alea (= sorte, destino), uma das partes terá mais vantagem econômica do
que a outra, como no seguro, jogo e aposta.O contrato aleatório se opõe ao contrato comutativo (revisem classificação
dos contratos).
Nosso código, nos arts. 458 a 461, tem uma seção sobre os contratos
aleatórios, só que na verdade são compra e venda aleatórias, por isso tal
seção deveria estar adiante na parte especial dos contratos, junto com
compra e venda.
Porém, como o legislador trouxe tal classificação na parte geral dos
contratos, vamos tratar das espécies de compra e venda aleatórias:
CONTRATOS ALEATÓRIOS
a) emptio spei: é a compra de uma esperança, quando o comprador
assume o risco da existência da coisa.
Exemplos: Pago cinquenta reais a um pescador pelo que ele trouxer no
barco ao final do dia; a depender da quantidade de peixe capturado, o
comprador ou o pescador sairá ganhando, mas mesmo que não venha
nada, o preço continua devido, 458; outros exemplos: colheita de uma
fazenda, tesouros de um navio afundado, ninhada de uma cadela, etc).
Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos
futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá
o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde
que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do
avençado venha a existir.
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CONTRATOS ALEATÓRIOS
b) emptio rei speratae: aqui o risco é na quantidade, então se não vier
nada, ou se nada for produzido, o preço não será devido (459 e pú).
Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o
adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá
também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não
tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade
inferior à esperada.
Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá,
e o alienante restituirá o preço recebido.
CONTRATOS ALEATÓRIOS
c) risco na destruição: no art 460 a alea decorre não de coisas futuras,
mas de coisas existentes, contudo expostas a risco.
Exemplos: compra em região sob guerra ou terremoto, maremoto, como
comprar um navio que está viajando para o Brasil sob tempestade e o
adquirente assume o risco do naufrágio, etc.
Por causa desse risco, o comprador irá obter um preço menor, mas se a
coisa perecer antes da entrega, o preço assim mesmo será devido.
Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas
expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o
alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou
de todo, no dia do contrato.
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CONTRATOS ALEATÓRIOS
c) risco na destruição:
Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente poderá
ser anulada como dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro
contratante não ignorava a consumação do risco, a que no contrato se
considerava exposta a coisa.
Percebam que o risco faz parte do contrato aleatório, sujeitando-se
as partes a pagar sem nada receber, ou a receber sem nada pagar.
CONTRATOS ALEATÓRIOS
c) risco na destruição:
Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente poderá
ser anulada como dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro
contratante não ignorava a consumação do risco, a que no contrato se
considerava exposta a coisa.
Percebam que o risco faz parte do contrato aleatório, sujeitando-se
as partes a pagar sem nada receber, ou a receber sem nada pagar.

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