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Resumo Direito Civil - Unidade 1

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Direito Civil I 
Ponto 1
 * Noção de Direito: o direito é uma elaboração cultural humana, parte do processo de adaptação social externo que tem por finalidade atender as necessidades de paz, ordem e bem comum. O direito é o conjunto de normas gerais e positivas que regulam a vida social.
As normas do direito se dividem em:
Sanção: é o ato de punir uma norma infringida, quem não obedece ao comando primário das normas jurídicas.
Coerção: é o efeito psicolófico da sanção e tem função preventiva. A coerção age sobre o destinatário como um aviso. 
Coação: é a aplicação forçada da sanção, contra a vontade do agente que descumpriu a norma.
Para PAULO NADER somente a SANÇÃO jurídica atua sobre a vida, a liberdade e o patrimônio.
* Direito Objetivo: é o conjunto de normas jurídicas que regem o comportamento humano, de modo obrigatório, prescrevendo uma sanção para o não cumprimento dessas normas. É o NORMA AGENDI = conjunto de normas que a todos vincula. É a expressão da vontade geral.
* Direito Subjetivo: é a permissão dada por meio de uma norma jurídica de fazer ou não fazer algo; ou o cumprimento da norma infringida. É o FACULTAS AGENDI = faculdade de satisfazer determinadas pretensões e de praticar atos destinados a alcançar as tais. 
CARLOS ROBERTO GONÇALVES: o direito subjetivo nasce do direito objetivo; ele vem para satisfazer interesses humanos. É a expressão da vontade individual. Satisfazer determinadas pretensões individuais e praticas atos destinados a realiza-las. O direito subjetivo protege o Ihering, o bem jurídico, o interesse que a vontade tem o poder de realizar. (teoria mista de Jellinek).
* Direito Civil: é o ramo do direito privado que disciplina as relações entre indivíduos como tais, predominando o interesse particular. É o direito que regula:
a) direitos da personalidade
b) direitos de família
c) direito das coisas e obrigações
MARIA HELENA DINIZ: é o ramo do direito privado destinado a reger situações familiares, patrimoniais e obrigacionais que se formam entre indivíduos encarados como tais.
* Fontes Históricas do Direito Civil Brasileiro: 
a) Direito Romano: jus naturale, civile e gentuum.
b) Legislação Portuguesa: ordenações afonsinas ( 1446 – 1514)
 ordenações manoelinas (1514 – 1603)
c) Ordenações Filipinas: compilação das legislações portuguesas que vigorou até 1º de janeiro de 1917.
d) Code Napoleon (1804) e o Código Alemão – BGB (1896) = legislação justinianéia traduzida para a modernidade
* Modernização do Direito Civil: 
a) Individualismo Jurídico – capitalismo e liberalismo: ênfase nos atributos da personalidade.
b) Igualdade formal e liberdade civil: o Estado tinha papel mínimo na ordem pública, permitindo ao indivíduo que ele desenvolva ao máximo sua liberdade (fundamental).
 
1. NA PROPRIEDADE: romanos/popularização/função social
2. CONTRATO: instrumento do individualismo – hoje prevalece a lei/ ordem pública e bons costumes.
3. FAMÍLIA: desintegração do matrimônio - concubinato (se juntar sem se casar mesmo no civil, tipo união estável) – filhos espúrios (filhos sem pai certo ou filhos fora do casamento) – divórcio – inseminação artificial – equiparação da mulher ao marido
4. HERANÇA: liberdade de testar (disposição da última vontade) liberdade não plena (art 1846 C/C) – clausula de inalienabilidade (característica dos bens que, por disposição legal ou por ato de vontade de seu proprietário, no momento de sua transmissão por herança ou doação, não podem ser alienados nem penhorados; indisponibilidade).
5. RESPONSABILIDADE CIVIL: culpa e responsabilidade objetiva ( o indivíduo é responsável pelos seus atos, tem consciência desses e das consequências que eles podem acarretar)
6. PUBLICIZAÇÃO: ato de interferência do Estado, cada vez maior. O Estado atua como garantidor do equilíbrio na ordem privada. Certos institutos do Direito Privado (Direito Civil no caso) passam a ser disciplinados pela Constituição.
* A codificação do Direito Civil Brasileiro: 
- Constituição de 1824 determinou a elaboração de um Código Civil e de um Código Criminal. Título VIII, que tratava “Das Disposições Gerais e Garantias dos Direitos Civis e Políticos dos Cidadãos Brasileiros”, de que se organizasse um Código Civil baseado na Justiça e na eqüidade (artigo 179, n. 18). 
- 1899 Clóvis Bevilaqua apresentou o projeto do Código Civil, foram 16 anos de debate. O Código foi promulgado em 1º de janeiro de 1916, e vigente a partir de 1º de janeiro de 1917.
- Considerado primitivo, pois só entrou em vigor 87 anos depois. Onde a base para sua elaboração, a Constituição Imperial de 1824, já não estava mais em vigor.
Código de 1916:
 - o C.C/16 é uma obra de extrema importância e algo verdadeiramente monumental, porém o processo de publicização trouxeram muitas mudanças ao código; até em dado momento surgir realmente a necessidade de uma reforma.
- 1ª tentativa de reforma: 1940 – anteprojeto de código de obrigações 
- 2ª tentativa de reforma: 1960 – resultou no projeto do Código Civil e no Projeto de Código das Obrigações em 1965.
- 3ª tentativa de reforma: 1969 – o Ministro da Justiça reuniu uma Comissão para rever o C.C vigente. Em 1973 foi apresentado o anteprojeto do C.C e em 1975 ele se tornou um projeto de lei.
- em 1984 foi publicada a redação final e anos depois foi aprovada pela Câmara dos Deputados, dando origem ao PL 634-b.
- Em 2001, o PL 634-b foi posto em votação, e em 10 de janeiro de 2002 foi votado e dado origem ao novo Código Civil de 2002 – lei 10.406/2002.
Código de 2002:
A primazia dos interesses gerais não deve sacrificar os interesses individuais.
“ O Direito Civil rege desde as relações mais simples da vida cotidiana, como as de pai/filho; marido/mulher; credo/devedor; etc.” Maria Helena Diniz – ocorrências do dia a dia.
 
Ponto 2:
*Sujeitos de Direito:
FÁBIO KONDER “ Nem todo sujeito de direito é uma pessoa.”
- Sujeito de Direito: gênero
- Pessoa de Direito: espécie
# Quando a norma descreve os fatos que pretende regular, ela se refere (explícita ou implicitamente) a agentes ou agente. Ela identifica quem deve receber a sanção ou benefício.
# O Direito Civil não é capaz de superar todos os conflitos de interesse, já que todo interesse tem um particular titular
# Sujeito de Direito é o centro de imputações de direitos e obrigações pelas normas jurídicas.
- São sujeitos de direito:
a) Pessoas naturais: pessoas nascidas com vida = se nasceu e deu o primeiro respiro; considera-se com vida. TESTE DO PULMAO NA ÁGUA.
 b) Nascituro: o nascituro possui expectativa de direito, mas não possui personalidade jurídica; pois tecnicamente não possuem vida; ele só possui personalidade de fato ao nascer com vida. (teoria NATALISTA). O nascituro possui personalidade jurídica antes mesmo de nascer (teoria CONCEPCIONALISTA). O nascituro possui personalidade “virtual”, pois só a terá sob a condição de nascer com vida (teoria da PERSONALIDADE CONDICIONADA).
c) Pessoas Jurídicas: aglomerado de pessoas naturais com interesses em comum (empresas)
d) Condomínio Edilício: prédios constituídos por diversas unidades de área privativa e comum/ conjunto de edificações
e) Massa Falida: é o acervo ativo e passivo de bens e interesses do falido, que passam a ser administrados e representados pelo síndico. Divide-se em massa ativa (créditos e haveres) e massa passiva (	débitos exigíveis pelos credores).
* Pessoa Natural:
- Pessoa natural é o ente físico ou coletivo suscetível de direitos e obrigações.
ART 2º C/C = todo homem é capaz de direitos e obrigações na ordem civil C/C 16
- O art 2º entrosa o conceito de capacidade com o de personalidade. Todos possuem a capacidade de direito (da aquisição ou gozo de direitos). Porém, não são todos que possuem a capacidade de fato (exercício do direito), que é a aptidão para exercer, por si só, os atos da vida civil.
Art 1º = todapessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil C/C 02
- Personalidade é a aptidão genérica para adquirir direitos e deveres. Toda pessoa (natural ou jurídica) é dotada de personalidade.
- Capacidade é a medida jurídica da personalidade. 
A MEDIDA DA CAPACIDADE É O DISERNIMENTO.
- O começo da personalidade jurídica é ao nascer com vida. 
- Nascituro: é o ser já concebido, mas que está no ventre. 
- A lei não concede personalidade ao nascituro, até o momento em que ele nasce com vida.
- Como provavelmente nascerá, o Direito resguarda direitos que com muita probabilidade serão seus.
- Se não nascer, ele perde personalidade. Se nascer com vida e logo depois morrer, ele recebe e trasmite.
MARIA HELENA DINIZ: o nascituro tem direitos da personalidade (à filiação, ao nome, ao exame pré-natal, à integridade física)
* O que caracteriza uma pessoa natural?
- NOME: o nome integra a personalidade. É a forma como a pessoa se individualiza, é conhecida pela sua família e pela sociedade. O nome é inalienável, imprescritível e protegido juridicamente.
NCC – Art. 16 a 19: O nome é um direito da personalidade.
CP – crime de usurpação do nome ou pseudônimo alheio.
- Elementos do que constituem o NOME:
a) PRENOME: é o que identifica o indivíduo dentro do núcleo familiar
b) SOBRENOME: identifica a família do indivíduo
c) AGNOME: é o que distingue pessoas da mesma família = Júnior, Neto, Sobrinho, etc
d) Axiônimo: forma cortês de tratamento = Dr, Sr, Vossa Santidade, etc
- PATRONÍMICO:
É o nome do pai ou da mãe. É o sinal que identifica a procedência da pessoa, indicando sua filiação; não é escolhido. 
- Alteração do NOME:
O prenome pode ser alterado nas seguintes exceções:
1. Erro gráfico evidente.
2. Se expor a pessoa ao ridículo.
3. Tradução de nomes estrangeiros
4. Prenome de uso ( se a pessoa for conhecida perante todos por um nome diferente do que está no RG, ela pode mudar, pois prenome imutável é aquele que foi posto em uso)
5. Inclusão de alcunha ou apelido em uso.
7. Adoção plena ou estatuária
- ESTADO: o estado é a soma das qualificações da pessoa na sociedade, hábeis a produzir efeitos jurídicos. É o modo particular de o indivíduo existir.
Os aspectos do estado são:
a) INDIVIDUAL OU FISICO: é o modo de ser da pessoa, como o sexo, a idade, cor, altura, saúde (são ou insano: incapaz); etc.
b) FAMILIAR: é o que indica sua situação quanto a matrimônio (casado, solteiro, divorciado, viúvo) e ao parentesco (pai, filho, irmão, sogro). 
c) POLÍTICO: é a qualidade jurídica que advém da posição da pessoa na sociedade política: nacionais (natos ou naturalizados) e estrangeiros.
Características do ESTADO:
a) INDIVISIBILIDADE: ninguém pode ser ao mesmo tempo casado e solteiro, maior e menor; etc. O estafo é uno e indivisível.
b) INDISPONIBILIDADE: está fora do comércio, é inalienável e irrenunciável. Isso não impossibilita a sua mutação de acordo com alguns fatos.
c) IMPRESCRITIBILIDADE: não se perde nem se adquire estado pela prescrição. É elemento integrante da personalidade, já nasce com a pessoa. AÇÕES DE ESTADO = admitem prescrição ou decadência: negatória de paternidade.
- DOMICÍLIO: é a sede jurídica da pessoa, onde ela se presume presente para efeitos de direito. É no foro de seu domicílio que o réu é procurado para ser citado.
Vem do latin DOMUS = CASA
Elemento objetivo do domicílio: residência = elemento de conceito
Elemento subjetivo do domicílio: ânimo definitivo 
Art 70 NCC – o domicílio da pessoa matural é o lugar onde ela estabelece sua residência com ânimo definitivo”
Art 73 NCC – domicílio aparente ou ocasional: se a pessoa não tem residência habitual, o seu domicílio é onde ela for encontrada.
- Domicílio não se confunde com habitação. A pessoa poder ter um domicílio e várias residências. Ou vários domicílios, bastando ter várias residências onde ele alternadamente viva. É possível também ter domicílio sem ter residência = ciganos. ART 71 C.C
- Residência é o lugar onde se habita e pode ser costumeiramente encontrada. Há habitualidade, mesmo que dele se ausente temporariamente. Pressupõe maior estabilidade.
RUGGIERO: é a sede estável da pessoa
- Direito Processual: o réu deve ser demandado no seu domicílio: na Comarca onde tem centro dos seus negócios ou residência
- Direito Internacional: o domicílio é critério importante para a escolha da lei a ser aplicada
- Direito das Obrigações: o local onde o indivíduo efetua seus pagamento
Tipos de domicílio:
a) VOLUNTÁRIO: comum (fixado livremente) ou especial (fixado por contrato). É escolhido livremente pelo indivíduo de acordo com sua vontade e conveniência. 
b) NECESSÁRIO OU LEGAL: é o determinado pela lei, em razão da condição ou situação da pessoa. Ex: incapazes ou funcionários públicos.
- Pluralidade de domicílios:
- admite-se a pluralidade de domicílio (domicílio plúrimo) quando o indivíduo possui diversos centros de atividade. 
- domicílio profissional: tanto o lugar da residência quanto o lugar onde a pessoa exerce sua profissão são considerados residência. ART 72
- Perda do domicílio
a) pela mudança: quando seu centro de atividade é transferido para outro lugar; altera-se também o seu domicílio. O domicílio passa a ser o mais recente.
b) por determinação da lei: nas hipóteses de domicílio legal, o domicílio antecedente cede lugar ao do preceito normativo.
c) por contrato: em razão das eleições das partes, no que atina aos efeitos dele oriundos. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.
*Fim da pessoa NATURAL:
a) MORTE REAL(natural ou violenta): cessam as aptidões para ser titular de direitos, e seus bens se transmitem para seus herdeiros. O indivíduo deixa de existir e se torna “de cujus” ART 1784. Morte só é valida com o atestado de óbito = existência de cadáver.
b) MORTE CIVIL: o indivíduo é excluído de receber a herança, é como se morto estivesse antes da abertura da sucessão. É a morte por indignidade.
c) MORTE PRESUMIDA: quando a pessoa morre em situações excepcionais. A morte presumida é sempre declarada por um juiz que se convenceu, mediante provas reunidas pelos interessados no processo judicial, que estão presentes requisitos legalmente estabelecidos para considerar alguém morto; mesmo sem cadáver.
SEM DECLARAÇÃO DE AUSÊNCIA: é uma novidade no NCC Art 7º
O Código Civil de 2002 autoriza ao juiz a declaração de morte presumida quando for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida. Outra hipótese, em que se autoriza a declaração de morte presumida é quando alguém, desaparecido em campanha (ação militar) ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.O legislador optou por mudar o temor de obrigações para deveres pois o termo deveres é mais amplo. 
obrigação = gênero
dever = espécie
“Nesse caso a hipótese há de se estender, logicamente, às situações de convulsões intestinas, e, portanto, convulsões internas no país. Não teria sentido dar ao desaparecimento, nessas convulsões, tratamento distinto do decorrente de campanha externa do país, com pessoa desaparecida ou feita prisioneira” (Moreira Alves, 2007, p. 24)
Segundo o Código Civil, assim como o óbito deverá ter assento em Registro Público (art. 9º, I, CC), também a declaração de morte presumida será registrada (art. 9º, IV, CC).
COM DECLARAÇÃO DE AUSENCIA:
Ausência é “um estado de fato, em que uma pessoa desaparece de seu domicílio, sem deixar qualquer notícia” (Pablo Stolze, 2005, p. 140). Ausente é o indivíduo que desapareceu, consciente ou inconscientemente, voluntária ou involuntariamente.
No Código Civil de 1916, a ausência foi tratada no âmbito da capacidade, sendo o ausente considerado absolutamente incapaz.
O Código Civil de 2002 trouxe novo entendimento, não mais tratou o ausente como incapaz, mas criou meios de proteger seu patrimônio,supondo, de início, que o desaparecimento seja transitório, de forma que no caso de seu aparecimento, retome a direção de seus bens imediatamente. Essa é a primeira fase, a curadoria dos bens do ausente, que dura um ano.
Mas como a volta do desaparecido se torna menos provável à medida que o tempo passa, bem como aumenta a probabilidade de o ausente ter morrido. Assim o legislador deixa de proteger somente o interesse do ausente e passa a dividir essa proteção com os herdeiros e credores. Essa é a segunda fase, a sucessão provisória, que dura dez anos.
Depois de passado um longo período de tempo, sem que haja notícia do desaparecido, a probabilidade de o ausente ter morrido aumenta de forma tal, que o legislador autoriza que se presuma sua morte, mas ainda vislumbrando a possibilidade de seu retorno. A partir de então, o legislador passa quase toda a proteção para os interesses dos herdeiros, mas ainda resguardando os direitos do ausente caso apareça. Essa é a última fase, a sucessão definitiva, quando o ausente é presumido morto.
Vejamos que o ausente só é presumido morto com a abertura da sucessão definitiva. Enquanto isso, seus direitos, obrigações e sua capacidade permanecem como se vivo estivesse, inclusive “o ausente herda como qualquer outra pessoa, e a herança adquirida ingressa em seu patrimônio” (Maria Berenice, 2008, p. 486).
* COMORIÊNCIA:
Está estabelecida no Art 8º do C/C 2002. 
Comoriência é a morte ao mesmo tempo. Se não for possível determinar a ordem cronológica da morte dos comoriêntes; presume-se que morreram simultaneamente. 
* DIREITOS DA PERSONALIDADE:
Não existia nada que falasse sobre direitos da personalidade no C/C 16. 
- São os direitos subjetivos da pessoa de defender tudo o que lhe é próprio, com exceção do seu patrimônio.
RUBENS LIMONGI FRANÇA: toda vez em que se protege a integridade física, moral e intelectual de uma pessoa, estamos diante de um direito da personalidade.
- Dizer que um embrião possui direito à vida e à uma gestação saudável; é falar que ele possui direitos da personalidade.
- Não se confunde direitos da personalidade com personalidade jurídica. A personalidade jurídica é a aptidão genérica que toda pessoa tem para ser titular de direitos e deveres. É justamente a personalidade jurídica que nos torna sujeitos de direitos; patrimoniais e extrapatrimoniais.
- Despatrimonialização do Direito Civil: o direito civil deixa de ter o foco no patrimônio e passa a ter o foco na pessoa, na dignidade da pessoa humana (CRIAÇÃO DOS DIREITOS DA PERSONALIDADE).
ART 5, X CF 88 – proteção dos direitos da personalidade em razão da nossa condição humana.
* Aspectos dos direitos da personalidade:
a) INATOS: são inatos pois surgem com a pessoa desde sua concepção/nascimento com vida; independentemente do ordenamento jurídico. É próprio do ser humano.
- noção jusnaturalista: MHD – os direitos da personalidade antecedem o ordenamento jurídico. Mesmo que não houvesse lei posta, os direitos da personalidade seriam protegidos.
- noção positivista: MIGUEL REALE – os direitos da personalidade só existem pois há uma lei positiva legal expressa que os protege. Fundamento dos países onde há penas corpóreas (Israel) ou práticas que agridem a integridade física/moral/intelectual.
AFRICA – mutilação das genitais femininas
CHINA – controle intelectual e punição por desvios do que o governo acha correto intelectualmente falando
Como não há ordenamento jurídico nesses países que defina e proteja os direitos da personalidade, eles não são respeitados. = efetivamente protegidos.
b) ILIMITADOS: art 11 a 21 não tratam de todos os direitos da personalidade. Na CF também é tratado sobre alguns direitos da personalidade como direitos fundamentais, porém, nem todo direito fundamental é direito da personalidade. Apesar do CC 02 e da CF 88 não falarem especificamente sobre TODOS os direitos da personalidade; nada impede que a doutrina e a jurisprudência construam a proteção e aspectos da integridade do ser humano.
c) VITALÍCIOS: os direitos da personalidade surgem a partir do nascimento com vida do indivíduo, portanto, eles cessam no momento da sua morte. “MOR OMNIA SOLVIT” = a morte tudo resolve. Extingue-se a personalidade jurídica, logo então, a aptidão para ser titular de direitos.
d) IRRENUNCIÁVEIS: mesmo que a pessoa não exerça ou invoque seus direitos da personalidade em juízo, ela não deixa de ter direitos da personalidade. 
Ex: vizinho que é aborrecido por muito tempo e só quis reclamar depois de 10 anos, digamos.
A pessoa também não pode renunciar aos direitos da personalidade, isso é o que chamamos de exercício inadmissível da autonomia privada; pois os direitos da personalidade são tão importantes e tão bem protegidos; que o Estado tem o interesse de protege-los e impede que você mesmo, apesar de ser o titular destes direitos, os desproteja. 
e) IMPENHORABILIDADE ( INEXPROPRIÁVEIS): não compões o patrimônio do indivíduo, portanto, não podem ser objeto de execução. 
CPC – a pessoa deve responder por suas obrigações com todo o seu patrimônio, atual e futuro.
f) IMPRESCRITIBILIDADE: não há prazo para o exercício dos direitos da personalidade. 
Duas formas de proteção: 
1 – medidas preventivas: lesão aos direitos da personalidade
2 – medidas reparatórias: indenização
3 – medidas reparatórias de lesão: indenização por danos morais (lesão aos DDP).
Nessa terceira, há duas formas de entendimento.
1 – não há prazo, pois já está dito que são imprescritíveis, portanto não há o porque de se questionar o prazo.
2 – a indenização deve ser proposta no mesmo prazo da ação contra danos materiais. Exceto para crime de tortura. 
No Brasil, a segunda concepção é a mais praticada. 
* CAPACIDADE:
Capacidade jurídica é a medida da personalidade. É a maior ou menor extensão dos direitos e deveres de uma pessoa. A capacidade é o direito de exercer por conta própria os atos da vida civil. A pessoa capaz é considerada, pelo direito, como dotada de condições psíquico-físicas suficientes à compreensão das consequências dos seus atos. A capacidade confere a pessoa a mais plena desenvoltura para dirigir seus interesses.
a)Capacidade de direito (gozo): toda pessoa tem, embora as vezes não possa exercer pessoalmente. A pessoa pode ter o gozo de um direito, sem ter seu exercício. É o exercício mínimo da personalidade jurídica. = ter direitos subjetivos e contrair deveres.
b) Capacidade de exercício (DE FATO): é a capacidade de atuar pessoalmente na órbita do direito. Praticar pessoalmente os atos e negócios jurídicos da vida civil. 
Na legislação a capacidade é regra; porém; o legislador se preocupa com as pessoas que não possuem DISCERNIMENTO para entender o que é de seu interesse; por isso fala-se em incapaz, a incapacidade é uma exceção. 
* Incapacidade:
A incapacidade só existe se já for prevista em lei; se não houver lei que suprima ou limite a capacidade, então ela é plena. Ex: cegos no cartório. A capacidade é uma situação excepcional, a medida da capacidade é o discernimento.
A incapacidade não é a restrição à personalidade. O incapaz continua genericamente a praticar os atos e negócios jurídicos para os quais não seja expressamente proibido; apenas por lei por lei expressa é que se pode negar ao incapaz a prática de ato ou negócio jurídico; não havendo tal lei; o incapaz, como pessoa que é, está apto a praticar todo e qualquer ANJ.
O que difere realmente o fato de ter ou não capacidade, é a mediação dos ANJ. O capaz pode exercê-los imediatamente, já o incapaz só exerce por meio de representação ou mediante auxílio de assistente, nas hipóteses determinadas em lei.
Incapacidade não se confunde com ilegitimidade. Em certos casos, para proteger o interesse de terceiros, a lei apenas legitima a prática de negócios jurídicos por uma pessoa se a outra concordar. A pessoa pode ser capaz e não ter legitimidade para certo ato sem o consenso de outrem. Ex: venda de bens dependendo do regime docasamento.
Incapacidade também não se confunde com vulnerabilidade. Tanto o capaz quanto o incapaz podem, em determinadas relações jurídicas, encontrar-se mais fraco diante de outra pessoa economicamente mais forte. Nos casos em que a vulnerabilidade é reconhecida pela lei, eles titularização direitos subtraídos do economicamente mais forte, com vistas a compensar juridicamente a desigualdade econômica. CDC Art 6 – VIII.
a) Incapacidade Relativa: ART 4º - se reconhece no incapaz alguma aptidão psicofísica para decidir sobre o que lhe interessa. Sua opinião é relevante para o direito e sem sua vontade ou contra ela o negócio jurídico não se constitui. Porém precisa de um auxílio juridicamente indispensável de outra pessoa.
1. Os maiores de 16 anos e menores de 18 anos
2. Os alcoólatras, viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenha o discernimento reduzido.
3. Os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo.
4. Os pródigos = os que gastam o seu dinheiro de forma insana.
O auxílio para menores é por tutela, e para as outras hipóteses é curatela. TUTOR – CURADOR.
b) Incapacidade Absoluta: ART 3º - incapaz sem nenhuma condição para decidir se determinado ato ou negócio jurídico lhe aproveita. Sua vontade será formada e expressada por um representante.
1. Menores de 16 anos – impúberes
2. Os que por enfermidade ou doença mental não tiverem discernimento mínimo para a prática dos atos da vida civil
3. Os que mesmo causa transitória, não puderem exprimir suas vontades.
* Como se supre a incapacidade?
1. PODER FAMILIAR
2. TUTORES
3. CURADORES
* Cessação da incapacidade:
1. Com a maior idade
2. Com a emancipação
3.

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