Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 LESÕES PERIODONTAIS DE FURCA ETIOPATOGENIA E TRATAMENTO As lesões periodontais de furca estão entre as de maior importância na periodontia, pois apresentam um índice de perda de inserção e perda dental significantemente maior do que o apresentado por dentes unirradiculares. Em vários estudos longitudinais de manutenção de dentes periodontalmente tratados observa-se que os dentes multirradiculares são os que apresentam maior índice de perda dental. McFAL JR. (1982) constatou uma perda de 9,8% devido a Doença Periodontal em 100 pacientes tratados, em período de 19 anos. Quando os dentes que apresentavam inicialmente lesão de furca eram avaliados separadamente, o índice de perda dental era de 56,9%, o que demonstra a importância do tratamento destas lesões para a manutenção dos dentes multirradiculares. 2- Etiologia O tratamento das lesões periodontais de furca é um dos mais difíceis em Periodontia, seja pela dificuldade de acesso, seja pela importância que ele se reveste. A causa principal é o envolvimento das estruturas de suporte da área de furca pela progressão da Doença Periodontal. No entanto outros fatores etiológicos devem ser considerados, dentre eles endodôntico, oclusal e mesmo uma combinação destes. 2.1- Doença Periodontal O fator etiológico determinante das Doenças Periodontais Inflamatórias é a Placa Bacteriana . A progressão de uma periodontite em sentido apical, nos dentes multirradiculares, vai levar a destruição do tecido periodontal de sustentação na região de furca, quando esta for atingida. Assim como em outros defeitos periodontais a perda de inserção na região de furca também é fortemente relacionada com a presença de bactérias 2 da placa subgengival (KORNMAN, 1977). Nestes casos terapias periodontais são indicadas, como será descrito posteriormente. 2.2- Origem endodôntica Vários estudos têm demonstrado que a necrose pulpar pode levar a uma lesão inflamatória no periodonto interradicular (HIATT, 1977; SALLUM et al). Além disto os dentes multirradiculares podem apresentar canais acessórios na região de furca, o que é bastante comum. Desta forma quando do aparecimento de necrose pulpar nestes dentes, haverá a possibilidade de ocorrência de uma perda óssea na região de furca, que radiograficamente se assemelhará a uma lesão causada por Doença Periodontal. Este fato pode causar uma dificuldade de diagnóstico, que irá exigir alguns exames para se estabelecer um Diagnóstico Diferencial. A importância de um correto diagnóstico de uma lesão de origem endodôntica é a de que a possibilidade de regeneração óssea é bem maior nestes casos, via de regra ocorrendo apenas com um efetivo tratamento endodôntico. Por outro lado a utilização de técnicas periodontais em lesões estritamente endodônticas poderá levar a seqüelas ao dente envolvido, seja pelo emprego de técnicas radicais ou mesmo conservadoras, se levarmos em consideração que uma superfície radicular raspada normalmente repara por epitélio juncional longo. 2.3- Origem Oclusal A presença de trauma de oclusão, pode levar, no caso dos dentes multirradiculares a alterações histológicas na área interradicular como alterações vasculares, lise de ligamento periodontal e reabsorção óssea (POLSON et al,1976). Estas lesões clinicamente são caracterizadas por ausência de Bolsa Periodontal (ou Profundidade de Sondagem) ou de patologias pulpares, além de freqüentemente apresentarem mobilidade aumentada; radiograficamente mostram graus variáveis de reabsorção óssea. Um ajuste oclusal ou mesmo a reabilitação bucal normalmente são suficientes para a resolução do problema. 2.4- Etiologia Combinada 3 Os fatores etiológicos acima descritos podem atuar de forma conjunta, o que obviamente levará a necessidade de terapias associadas. A associação de maior interesse para a periodontia é seguramente a que ocorre entre origem periodontal e endodôntica. Uma lesão endodôntica pode evoluir de tal forma que leve a destruição do periodonto no sentido apical para marginal, até que haja uma lise do epitélio juncional, expondo a lesão ao meio bucal. Por outro lado devemos considerar que a lesão Periodontal, na sua progressão, poderá atingir canais acessórios (no caso em particular os da região interradicular), ou mesmo o ápice dental, levando a necrose pulpar. A própria penetração das bactérias via canalículos dentinários como demonstrado por Adriaens et al em 1988, pode contaminar a polpa dental. Outra possibilidade é a união de duas lesões distintas (1 de origem periodontal e outra endodôntica) que existam concomitantemente no mesmo dente. Em qualquer dos casos a determinação da origem da lesão pode tornar-se difícil, portanto o prognóstico deverá levar em conta, a quantidade de tecido de suporte formado após o tratamento endodôntico. 3- Classificação As classificações mais comuns são as de GLYCKMAN, e LINDHE. Na primeira os defeitos são divididos em 4 tipos, sendo: a) Grau I: Lesão incipiente, atinge apenas ligamento periodontal, com discreta perda óssea. Normalmente não aparece ao exame radiográfico; b) Grau II: Perda óssea em uma ou mais faces, porém com osso e ligamento remanescente ainda intactos. Não é comunicante, portanto não permite a passagem de uma sonda de lado a lado da furca. c) Grau III: Perda óssea comunicante, ou seja, permite a passagem de uma sonda periodontal de um lado para o outro; porém a furca está recoberta por tecido gengival: d) Grau IV: Igual a anterior, porém com a furca exposta por recessão gengival. A classificação mais empregada é a de LINDHE: a) Grau I: Perda óssea menor que 1/3 da largura do dente; 4 b) Grau II: Perda óssea maior que 1/3 da largura da coroa do dente; porém sem ser comunicante; c) Grau III: Perda óssea comunicante, não há remanescente de osso e ligamento periodontal, portanto permiti-se a passagem de uma sonda de lado a lado da lesão. Porém esta classificação não leva em conta as possíveis diferenças na morfologia óssea que podem ocorrer, o que pode modificar o prognóstico de uma lesão de furca, alterando o plano de tratamento. Baseado neste fato TARNOW & FLETCHER (1984) propuseram uma variação na classificação de LINDHE, dividindo os Graus I, II, III em A, B, C, de acordo com a perda óssea vertical. Assim a subdivisão A tem de 1 a 3 mm, a B de 4 a 6 mm e a C mais de 7 mm de Profundidade de sondagem, o que poderia ser aplicado da mesma forma para o nível de perda óssea. HUTCHENS (1996) propõe que também se subdivida as lesões de furca de acordo com a integridade de osso adjacente ao início da furca e da espessura do osso vestibular (ou posição do dente), a semelhança da classificação proposta por MILLER para as recessões gengivais. Assim, por exemplo, poderíamos classificar a morfologia óssea de uma lesão de furca Grau II em tipo I, II, III e IV. Os tipos I e II não teriam perda óssea adjacente às proeminências radiculares, considerando-se a altura da divisão radicular, enquanto os tipos III e IV apresentariam perda óssea nas proeminências radiculares, apical a abertura da furca. A diferenciação entre I e II é feita pelo componente vertical da perda óssea, com o tipo I apresentando 3 mm ou menos do teto da furca à base do defeito e o tipo II 4 mm ou mais. O tipo III e o IV seriam diferenciados do mesmo modo. Após esta subdivisão os defeitos poderiam ser classificados também de acordo com o componente horizontal, em A, B e C de acordo com TARNOW & FLETCHER (1984), como exposto acima. HUTCHENS (1986) justifica a importância desta subdivisão pelo fato de que o preenchimento ósseo vertical em áreas de furca é limitadopela altura vertical do osso adjacente, a partir do início da furca. Sendo assim, os Tipos I e II apresentam maior possibilidade de preenchimento ósseo que os tipos III e IV. 4- Considerações Anatômicas 4.1- Comprimento do Tronco radicular 5 A distância entre a junção cemento/esmalte e a separação das raízes, chamada de tronco radicular, é um dos fatores importantes para o plano de tratamento, pois quando ela é relativamente pequena as chances de envolvimento da furca são aumentadas (CARNEVALE et al, 1995), além de dificultar a adaptação de membranas, em eventual uso da técnica de RTG, já que na entrada da furca pode haver uma desadaptação de até 2,5 mm. Por outro lado em algumas indicações terapêuticas, como por exemplo confecção de túnel, um tronco radicular muito grande pode contra-indicar esta técnica. O comprimento do tronco radicular varia em média de 3 a 4 mm para os primeiros molares inferiores, sendo maior para os segundos molares. Em relação aos primeiros molares superiores as distâncias médias são de 3 mm para a mesial, 5 mm para a distal e 3,5 mm para a vestibular (ROSENBERG, 1988). 4.2- Anatomia radicular A anatomia das faces radiculares internas pode dificultar tanto a higienização quanto a instrumentação radicular. Por exemplo a face distal da raiz mesial do primeiro molar inferior possui, segundo BOWER (1979) concavidades de 0,5 a 0,7 mm de profundidade. 4.3- Projeções de Esmalte Estudos em dentes extraídos têm demonstrado a ocorrência de projeções de esmalte em diferentes graus e localizações, que por sua vez. estão fortemente correlacionadas com a presença de lesões de furca. Em estudo clínico realizado por MASTERS & HOSKINS (1964) encontrou-se projeções de esmalte em mais de 90% dos casos de molares inferiores com envolvimento periodontal de furca. 4.4- Localização da entrada da furca 6 Esta é importante principalmente em molares superiores, pois pode dificultar o acesso para a instrumentação e higienização. A furca mesial é encontrada freqüentemente mais para palatino, (cerca de 2/3 mais para palatino), enquanto a furca distal está geralmente na metade da distância entre palatino e vestibular. O desconhecimento deste fato pode fazer com que o examinador tnha dificuldades em identificar uma lesão de furca em molares 4.5- Morfologia da furca As bi e trifurcações podem apresentar apresentar uma série de variações em sua morfologia. Desconsiderando-se o que já foi discutido anteriormente, a distância entre as raízes na região de furca é uma das mais importantes, pois por vezes ela é menor do que a largura de uma cureta periodontal típica (0,75 mm). De acordo com BOWER (1979) o diâmetro da entrada da furca é de 0,75 mm ou menos em 50% dos casos de primeiros molares inferiores, e de 63% nos primeiros molares superiores. Porém mesmo nos casos em que este espaço é maior, a presença de outros fatores, como projeções de esmalte, concavidades e sulcos podem dificultar ou mesmo impedir uma correta instrumentação. 5- Terapêutica A terapêutica das lesões de furca inclui vários procedimentos, porém sempre visando o acesso para a instrumentação, possibilidade de higienização e eliminação da bolsa periodontal, seja por ressecção ou formação de nova inserção. Devido a limitação de tempo e necessidade de síntese vamos nos ater as lesões de furca estritamente periodontais. 5.1- Raspagem e alisamento radicular A remoção de placa bacteriana, cálculo dental e cemento necrótico é indicada sempre, em todos os casos de envolvimento periodontal de furca, seja como procedimento único ou associado a outra técnicas. Nos casos de Grau I inicial a RAR pode ser o único procedimento indicado, considerando-se a facilidade ou não de acesso. 7 Devido as limitações anatômicas já expostas por vezes a instrumentação manual não é suficiente para a completa remoção dos agentes irritantes, obrigando o operador a lançar mão de outros recursos como raspadores ultra-sônicos e instrumentos rotatórios. Mesmo assim os defeitos de bi e trifurcação não respondem bem a terapêutica não cirúrgica. NORDLAND et al (1987) e LOOS et al (1988) mostraram que sítios possuidores de bolsas periodontais profundas na região de furca apresentavam perda de inserção clínica cerca de 3 vezes maior do que sítios que não envolviam furcas. 5.2- Odontoplastia Nos casos em que a anatomia coronária dificulta o controle de placa pelo paciente deve-se realizar um pequeno desgaste na coroa do dente a fim de facilitar a adaptação de uma escova dental, que preferencialmente deve ser do tipo unitufo. Este procedimento pode ser coadjuvante em todos os Graus de envolvimento de Furca. 5.3 Furcaplastia É caracterizada por uma cirurgia a retalho, completo debridamento, com remoção de depósitos duros e moles, além de tecido de granulação, odontoplastia, osteoplastia, (se necessário) e reposicionamento do retalho. O objetivo é obter acesso para a instrumentação radicular e criar uma condição que permita ao paciente estabelecer um rígido controle de placa. Esta técnica está indicada para lesões de furca não proximais, Grau I avançado e grau II inicial, quando procedimentos regenerativos não puderem ser indicados. 5.4- Preparação em túnel Procedimento cirúrgico que visa a exposição da furca ao meio bucal, a fim de facilitar a remoção da placa por parte do paciente. É utilizada para tratamento de lesões Grau II e Grau III, especialmente em molares inferiores, que não apresentem tronco radicular longo. 8 A técnica consiste em obter um retalho mucoperiósteo, RAR, remoção de tecido de granulação, osteoplastia (SN) e reposicionamento do retalho, deixando a furca exposta. Os resultados a longo prazo são dependentes da capacidade do paciente controlar a placa bacteriana e de sessões periódicas de manutenção. Os índices de lesões de cárie reportados são bastante variáveis: HAMP et al (1975), encontraram 54% e HELDEN et al (1989), 17%; sendo um dos maiores motivos de fracasso desta técnica. Sendo assim um rígido controle de placa deve ser executado, com visitas periódicas em prazos variáveis de acordo com a HO do paciente, além de um programa de prevenção de cárie, com a utilização de flúor. Desta forma esta técnica deve ser empregada apenas em pacientes cooperativos e de baixa incidência de cárie. Além disto os dentes envolvidos deverão apresentar distância inter-radicular suficiente para a passagem de escova interdental. Recentemente OPPERMAN et al (1996) demonstraram a possibilidade de sucesso a longo prazo para a técnica de preparação em túnel. 5.5- Ressecção radicular Por meio desta denominação se incluem a hemissecção e a amputação radicular.Esta técnica é mais indicada para casos de Grau III e também Grau II em furcas proximais ou ainda que não permitam técnicas regenerativas ou mesmo as técnicas anteriores. Apesar de ser um procedimento mais radical tem a preferência de muitos clínicos, principalmente nos casos em que o dente será pilar de prótese fixa ou que será necessária uma complementação protética de qualquer forma. A literatura neste caso é bastante extensa, com autores como CARNEVALE et al (1991) e ERPENSTEIN (1983) e muitos outros mostrando índices de sucesso a longo prazo satisfatórios, acima de 90%. Mesmo nos estudos aonde estes índices são mais baixos (como os de BUHLER et al (1988) e LANGER et al (1981) o que se percebe é que as maiores causa de fracasso não são por motivo periodontal e sim por problemas de fraturas, protéticos e endodônticos, em ordem decrescente de importância. Desta forma os cuidados restauradorese de manutenção periodontal pós cirúrgicos são fundamentais para o sucesso da técnica a longo prazo. 9 5.6- Materiais para preenchimento ósseo Assim como para outros tipos de defeitos ósseos periodontais, nos de furca têm sido utilizados os mais diferentes materiais para preenchimento ósseo, desde osso autógeno, homógeno e heterógeno até os mais diferentes materiais aloplásticos. Existem vários relatos na litertatura de preenchimento ósseo nos defeitos de furca, principalmente nos de Grau II e nos de Grau III, de dimensões pequenas. BRUNSVOLD em 1993, apresenta artigo de revisão em que descreve que a média de preenchimento ósseo é de cerca de 60% do defeito original e que o ganho de inserção é de aproximadamente 2,68 mm. O melhor material para enxerto ósseo é o osso autógeno, que pode ser obtido de diversas formas e locais. Porém, pelas dificuldades inerentes a sua obtenção, comodidade para paciente e operador e rápida reabsorção o enxerto ósseo desmineralizado congelado, liofilizado tem sido bastante empregado. Segundo o WWP de 1996 tanto o osso autógeno como o DFDBA preenchem totalmente os critérios para regeneração periodontal. No entanto a maioria dos trabalhos histológicos, dentre eles o de MARCANTONIO JR, mostram que não há uma regeneração periodontal total na furca, com a formação de um epitélio juncional longo em parte considerável dela. Um dos aspectos cruciais nesta discussão foi abordado por SCHWARTZMAN et al, 1996, que demonstraram que o potencial osteoindutor do DFDBA pode variar de acordo com a marca comercial e mesmo o lote do material, o que poderia explicar a discrepância de resultados encontrados na literatura. 5.7- Regeneração tecidual guiada A técnica de RTG trouxe uma grande contribuição para o tratamento dos defeitos de bifurcação. PONTORIERO et al (1988) trataram 21 defeitos de bifurcações Grau II por RTG e outros 21 defeitos contralaterais por cirurgia a retalho convencional. Após 6 meses, 14 furcas tratadas por RTG apresentavam-se fechadas (não sondáveis ) contra apenas 2 do Grupo Controle. A este artigo seguiram-se vários outros, tanto clínicos, como histológicos demonstrando a superioridade do tratamento por RTG no fechamento clínico e 10 preenchimento ósseo das lesões de furca Grau II, bem como na regeneração dos tecidos periodontais perdidos, frente a outras modalidades terapêuticas. Em relação aos dentes superiores (molares e pré-molares) os resultados são melhores para os defeitos vestibulares, pois para os demais a previsibilidade não é boa (PONTORIERO & LINDHE, 1995), com certeza devido às dificuldades de instrumentação nas furcas proximais. Também a extensão e a presença de tecido ósseo próximo ao defeito de Furca grau II são pontos fundamentais para o sucesso, bem como o componente vertical e interno da perda óssea (HUTCHENS, 1996). Já em relação aos defeitos Grau III, embora haja relatos de resultados favoráveis (LINDHE e cols., 1995; PONTORIERO e cols, 1992), o prognóstico é difícil, dependendo em muito da sua extensão, pois, notadamente, quando a extensão vertical é maior que 3 milímetros a taxa de sucesso é bastante reduzida (PONTORIERO et al, 1992). Não deve-se perder de vista que as contra-indicações e limitações da RTG, aqui não discutidas por falta de espaço, terão de ser consideradas obrigatoriamente antes de se indicar esta técnica. 5.8- Procedimentos combinados Em muitos casos de fechamento, tanto clínico como histológico de furca, este ocorre apenas por cemento e ligamento, sem a formação de tecido ósseo. Desta forma alguns autores têm proposto a associação de técnicas, principalmente RTG e materiais de preenchimento. Porém os resultados são controvertidos pois enquanto alguns autores como CAFFESSE et al (1993), e WALLACE et al (1994), não encontraram vantagens na utilização de materiais de preenchimento associado a RTG, outros como ANDEREGG et al (1991), GARRET et al, 1994 preconizam a utilização da associaçãoentre a RTG e materiais de preenchimento. As vantagens segundo REYNOLDS &BOWERS (1996) seriam uma menor reabsorção da crista óssea, manutenção do espaço regenerativo e efeito osteoindutor do material de preenchimento. No entanto esta é uma área que ainda carece de mais estudos. 6- Conclusão 11 A terapêutica dos defeitos de furca deve ser baseada em um diagnóstico preciso da causa, extensão e envolvimento da lesão. Se houver suspeita de causa não periodontal (i.e. endodôntica, trauma) esta deve ser tratada apenas de acordo com o agente patológico. Em lesões de etiologias associadas os tratamentos endodônticos e/ou ajuste oclusal devem ser abordados primeiro. As lesões periodontais iniciais podem ser tratadas por HO e RAR, associada a uma odontoplastia quando necessário para facilitar a higiene. As lesões Grau I mais avançadas podem ser tratadas por furcaplastia ou por procedimentos regenerativos de acordo com as possibilidades do caso. Para as lesões Grau II indica-se tratamento regenerativo (RTG associado ou não a Materiais de preenchimento), que será limitado de acordo com o osso remanescente. O mesmo pode ser dito em relação aos defeitos Grau III menor que 3 mm de dimensão vertical. Para os defeitos Grau II com perda óssea proximal apical a furca a indicação deve ser de preparação em túnel, desde que o paciente consiga manter bons níveis de higienização. Em casos de canais secundários inter-radiculares, perfuração da furca e envolvimento protético a melhor indicação seria a ressecção radicular. O mesmo ocorre em furcas proximais de molares superiores, aonde os procedimentos regenerativos são limitados. A situação para o primeiro pré molar superior é mais complicada, pois as possibilidades de higienização são bastante difíceis. Por fim deve ser considerado que o objetivo maior da terapêutica das lesões periodontais de furca é criar condições para o controle de placa tanto pelo paciente como pelo profissional.
Compartilhar