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MODELO RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DAS EXECUÇÕES CRIMINAIS DA COMARCA DE 
Autos n.º 
, já qualificado nos autos de execução em epígrafe a folhas..., vem à presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado, cujo instrumento de procuração segue anexo (documento 1), inconformado com a respeitável decisão de folhas..., que indeferiu o pedido de progressão de regime, interpor AGRAVO EM EXECUÇÃO, com fundamento legal no artigo 197 da Lei de Execução Penal.
Requer, assim, seja recebido e processado o presente recurso.
Caso Vossa Excelência entenda por bem manter a respeitável decisão, requer a remessa dos autos ao Egrégio Tribunal 
Termos em que,
pede deferimento.
Pato Branco, 26 de Abril de 2019.
Advogado
OAB
RAZÕES DE AGRAVO EM EXECUÇÃO
Recorrente: Recorrida: Justiça Pública
Autos n.º 
Egrégio Tribunal de Justiça,
Colenda Câmara,
Douta Procuradoria,
Em que pese o ilibado saber jurídico do MM juízo a quo, a respeitável decisão de fls. XXX não merece prosperar, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas: 
I – DOS FATOS
 
Trata-se de processo penal no qual o agravante foi condenado à pena de 12 anos de reclusão por violação ao artigo 121, § 2º, I, do Código Penal, estando a sentença condenatória já transitada em julgado e o agravante recolhido no Presídio de Francisco Beltrão-Pr., o qual foi autuado sob o nº 56987 (CAD).
O agravante cumpriu 1/6 da pena em regime inicialmente fechado referente a condenação pela prática de homicídio qualificado mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe.
Sua pena foi fixada em 12 anos de reclusão. Após ter o agravante cumprido os dois anos de pena verificou-se possuir o atestado de boa conduta carcerária, não possuir nenhum outro processo em andamento e já contar com proposta de emprego para quando estiver em liberdade.
Após o cumprimento dos dois anos em regime fechado, a defesa pleiteou pela progressão de regime prisional do agravante, do regime fechado, em que atualmente se encontra para o semiaberto, sob o fundamento de que após dois anos de regime fechado, que equivalem a 1/6 da pena, é direito do agravante receber a progressão para o regime semiaberto de cumprimento de pena.
Foi proferida, pelo eminente magistrado da Vara de Execução Penal da Comarca de Francisco Beltrão, decisão denegatória do benefício de progressão do regime fechado para o regime semiaberto, sob o fundamento de que a progressão do regime para os crimes classificados como hediondos, apenas é permitida desde que o réu tenha cumprido no mínimo 2/5 (dois quintos) da pena em regime fechado.
A decisão recorrida indeferiu o pedido de progressão do regime considerando que o agravante ainda não havia cumprido os 2/5 (dois quintos) da pena em regime fechado, como determina o artigo 2º da Lei nº 8.072/1990, com a redação que lhe deu a Lei nº 11.464/2007.
Em que pese o indiscutível saber jurídico do Ilustre Magistrado a quo, a respeitável decisão prolatada merece reforma, conforme será demonstrado a seguir.
II – DO DIREITO
O artigo 2º da Lei nº 8.072/1990, com a redação que lhe deu a Lei nº 11.464/2007, estabelece que o tempo mínimo de cumprimento da pena em regime fechado é de 2/5 (dois quintos) para os condenados por crimes hediondos, o dispositivo legal acima não pode ser aplicado ao presente caso.
A partir da declaração, pelo Supremo Tribunal Federal, , da inconstitucionalidade do parágrafo 1º do artigo 2º da Lei nº 8.072, que vedava a progressão de regime no caso de crimes hediondos, passou a ser aplicável à matéria o artigo 112 da Lei de Execução Penal, que estabelece o cumprimento de 1/6 da pena como requisito para progressão de regime.
Assim, a Lei nº 11.464/2007, que trouxe, no caso de crimes hediondos, a exigência do cumprimento de 2/5 da pena para progressão de regime, se o apenado for primário, e 3/5 se reincidente, constitui norma penal mais gravosa, estando submetida à garantia constitucional que determina que a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu, nos termos do artigo 5º, inciso XL da Constituição Federal/88.
Destarte a cerca do tema Aury Lopes Jr dispõe que:
Ingressando nos requisitos recursais subjetivos, cumpre esclarecer que a legitimação para agravar é do Ministério Público, defensor ou apenado, até porque, na execução, atribui‐se ao preso a capacidade de postular em juízo (o que constitui um absurdo, na medida em que o correto é ter‐se um serviço de defensoria pública suficientemente forte e bem estruturado, para acabar com essa falácia de que na execução todos são advogados do apenado... quando na verdade ninguém o é). Quanto ao interesse recursal, está vinculado à existência de um gravame, um prejuízo jurídico decorrente da denegação de um pedido ou mesmo do estabelecimento de uma situação mais gravosa, como pode ser a regressão de regime ou a perda dos dias remidos em virtude de um PAD (procedimento administrativo disciplinar).[1: LOPES JR., Aury. Direito Processual Penal - 15. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2018, p. 1.065 – 1.066.]
Fernando Capez afirma que possuem caráter penal as normas relativas ao cumprimento da pena, como as que proíbem ou permitem a progressão de regime, as que dificultam ou facilitam o livramento condicional, as que permitem a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos, etc. Para o autor, tais normas alcançam o próprio jus puniendi, tornando-o mais ou menos intenso.[2:  CAPEZ, Fernando. Curso de processo penal. 17. Ed. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 90.]
O Estado estará exercendo de forma muito mais intensa sua pretensão executória, quando submete o condenado ao regime integral fechado, do que quando substitui a pena por multa.
Em se tratando de lei penal mais gravosa e posterior à prática do fato, não pode incidir em prejuízo do agravante, devendo a execução sua pena reger-se de acordo com Lei de Execução Penal.
Isto posto, é imperioso mencionar o que os Tribunais vêm decidindo sobre casos semelhantes ao discutido, o TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4 REGIÃO, nas palavras do Relator, Ministro GILSON DIPP, [...] " A exigência do cumprimento de 2/5 (dois quintos) ou de 3/5 (três quintos) da pena imposta, como requisito objetivo para a progressão”, como se observa da ementa abaixo transcrita:
DELITO PRATICADO ANTES DO ADVENTO DA LEI 11.464 /07. IRRETROATIVIDADE DA LEI PENAL MAIS GRAVOSA. IMPOSSIBILIDADE DE EXIGÊNCIA DO DESCONTO DE 2/5 DA PENA. CONSTRANGIMENTO ILEGAL EVIDENCIADO. ORDEM CONCEDIDA. I. O requisito objetivo necessário para a progressão de regime prisional dos crimes hediondos e equiparados, praticados antes do advento da Lei n.º 11.464 /07, deve ser o previsto no art. 112 da Lei de Execução Penal, qual seja,- 1/6 (um sexto). II. A exigência do cumprimento de 2/5 (dois quintos) ou de 3/5 (três quintos) da pena imposta, como requisito objetivo para a progressão de regime aos condenados por crimes hediondos, trazida pela Lei n.º 11.464 /07, por ser evidentemente mais gravosa, não pode retroagir para prejudicar o réu. III. Deve ser reformado o acórdão combatido, tão somente para afastar a aplicação da Lei 11.464 /07 e determinar que o Juízo da Vara de Execuções adote como critério objetivo temporal para a progressão do regime o previsto no art. 112 da LEP, mantendo-se, no mais, a condenação imposta ao réu. IV. Ordem concedida, nos termos do voto do Relator.
(STJ - HC: 184892 SP 2010/0169040-8, Relator: Ministro GILSON DIPP, Data de Julgamento: 02/12/2010, T5 - QUINTA TURMA, Data de Publicação: DJe 13/12/2010)
Sobre o tema, já existe até mesmo súmula da jurisprudência do STJ, conforme transcrito abaixo:
Súmula nº 471: Os condenados por crimes hediondos ou assemelhados cometidos antes da vigência da Lei n. 11.464/2007 sujeitam-se ao disposto no art. 112 da Lei n. 7.210/1984 (Lei de Execução Penal) para a progressão de regime prisional.
Assim, diante do exposto, por tais motivos deve ser garantida ao agravante a progressão de regime.
III – DO PEDIDOAnte o exposto, presentes razões para requerer que seja conhecido e provido o recurso interposto, considerando que o agravante já cumpriu o requisito temporal mínimo de 1/6 (um sexto) exigido para ver progredido o regime de execução de sua pena, bem como atende aos demais requisitos exigidos pela legislação aplicável, requer seja conhecido e provido o presente recurso, tornando sem efeito a decisão contra a qual se insurge, para que seja concedido o benefício à progressão de regime prisional do agravante para o semiaberto, nos termos do art. 112 da Lei de Execução Penal e da Súmula 491 do Supremo Tribunal de Justiça.
Pato Branco, 08 de abril de 2019
Advogado
OAB

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