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Custos empresariais: . ~ . /\. . uma v1sao s1stem1ca do processo de gestão em uma empresa O selo DIALÓGICA da Editora lnterSaberes faz referência às publicações que privilegiam uma linguagem na qual o autor dialoga com o leitor por meio de recursos textuais e visuais, o que torna o conteúdo muito mais dinâmico. São livros que criam um ambiente de interação com o leitor - seu universo cultural, social e de elaboração de conhecin1entos -, possibilitando um real processo de interlocução para que a comunicação se efetive. ~flJ>. EDITOR A ~ó~ intersaberes l f • J • 1 t • 1 ! • • 1 i -i f i • 1 j • t l • ' f ! 1 l t 1 l t i l J Ernani João Silva Guilherme Teodoro Garbrecht Custos • • empresar1a1s: uma visão sistêmica do processo de gestão em uma empresa • . i • i • 1 l i t 1 ~flt>. ED I TORA ~Ó~ intersaberes A''· Vicente Machado, 317 . 14" a11dar Cent ro. CEP 80420-010 . Cu rit iba . PR. Brasil Fone: (41) 2103-7306 www.editoraintersaberes.com.br cd itora@ed i torai11te rsaberes.con1.b r Conselho ed itoria l Editor-c hefe Editor-assistente Capa Projeto g ráfico 1' edição, 2016. Dr. Ivo José Both (presidente) Dr~ Elena Godoy Dr. Nelson Luís Dias Dr. Neri dos Santos Dr. Ulf Gregor Baranow Lindsay Azan1buja Ariadne Nunes Wenger Alexandre Correa Raphael Bernadell i Foi feito o depósito legal. Dados In ternacionais de Catalogação na Pu blicação (CIP) (Cãn1ara Brasileira do Li\1ro, SP, Brasil) Sil,1a, Ernani João Custos c n1prcsariais: uma visão sistê rr1ica do pro· cesso de gestão de lt.n1a e Ln presa [li\•ro eletrônico)/Er11a ni João Si lva, Guilherme Teodoro Garbrecht. Curitiba: lntcrSaberes, 2016. (Série Gestão Financeira) 2 Mb; PDF. Bibliografia. ISBN 978-85 -5972-195-9 1. Conlabil idade de custos 2. Co11ta b ilidadc gerencia l 3. Custos baseados em atividades 4. Custos - Contro le J. Garbrecht, Gllilherme Teodoro. li. Título. 111. Série. '1 6-06333 CDD-658.1552 iodice ~ra cJtá.logo sistemático: 1. Custoi:; : Cestão: Empresas: Admin istr<tçdo financeira (~8.1552 2. Céstãv de custvs: Emprc~s : Adn1in istraçào fin<inccira 658.1552 informa mos q ttt> é de inteira respor\sabilidade dos autores a en1is.são de cor1ccilos. Nenhu ma parte desta pu blica- ção poderá ser reprodttz ida por qt1alquer 1neio ou forn)a sem a prévia a i1to rização da Editora lnterSaberes. A viola(ão e.tos di reitos autorais é crizne estabelecido ''ª Lei n . 9.610/1998 e p unid o pelo art. 184 do Código Penal. • t • • • Dedicatória • 7 Agradecimentos . 9 Prefácio • 13 Apresentação • 17 Como aproveitar ao máximo este livro . 21 I Noções básicas do processo de gestão de custos • 27 1.1 A essência da gestão estratégica dos custos • 30 1.2 A ciência econômica na gestão estratégica • 32 1 .3 A contabilidade na gestão estratégica • 40 Sacrifícios empresariais • 57 2.1 Os sacrifícios empresariais: gastos e perdas • 60 2.2 A identidade dos custos en1presariais • 69 • • t • • • J Formas usuais de identificar o custo por produto • 83 3.1 O custo de um produto vendido • 86 3.2 Como precificar um produto estocado • 92 3-3 Custeio por absorção e suas variações: do parcial ao RKW • 98 Além das fronteiras da absorção . 115 4.1 Custeio Variável • 118 4.2 Custo/volume/lucro • 120 4-3 Custeio Baseado em Atividade (ABC) • 130 5 Do planejamento ao controle dos custos • 141 5.1 A lógica do processo de gestão • 144 5.2 Unidade de Esforço de Produção • 152 5-3 Custo-1neta • i55 5.4 Custo-padrão • 159 Precificar e avaliar • 173 6.1 Con10 precificar para vender: a ótica do volume e do 1nark11p • 175 6.2 Alavancagen1 operacional • 183 6.3 Teoria das Restrições e seus gargalos • 186 6.4 O controle da gestão de custos: uma visão integrada • i88 Para concluir ... • 205 Referências • 207 Respostas . 211 Sobre os autores • 225 • t • • • Dedico este livro à Margarete, minha adorável esposa, e aos nieus queridos filhos Arthur e Marina, por todo carinho e compreensão que derarn nesta jornada. Ernani João Silva Dedico este livro a todos que de alguma forma contribuíram. para que esta jornada se realizasse, em especial ao meu pai Rudi (in memoriam) e à minha mãe Dona Neli. Guilherme Teodoro Garbrecht • t • • • 1 f • J ' l t • 1 • • ' • 1 t • 1 f i • 1 j 1 l • ' j • ! l l t 1 l t i [ 1 Gostaria de agradecer ao professor Guilherrne, ·meu parceiro nesta obra, por seu profissionalismo, conipetência e arnizade; ao professor Edelclayton, pelo convite para a realização deste trabalho; aos meus alunos, pelas dúvidas que trouxeram. para a sala de aula, as quais deram irtais vida a estas páginas; e, finalmente, a todos que sabe1n da importância que tivera1n neste projeto: meu 1nuito obrigado. Ernani João Silva Agradeço ao professor Ernaní pela a1nízade e pelo convite para a realização desta obra, tarefa esta árdua, 1nas que, e1n virtude de sua conipetência, dedicação e busca pela excelência, tornou-se u1na empreitada gratificante; a todas as pessoas com quem já tive o privilégio de cornpartilhar aprendizagens e conhecimentos, tão importantes na busca do crescirnento acadêrnico e profissional. Guilhern1e Teodoro Garbrecht • t • • • 1 f • J ' l t • 1 • • ' • 1 t • 1 f i • 1 j 1 l • ' j • ! l l t 1 l t i [ 1 Tent cuidado com os custos pequenos! Uma pequena fenda afunda grandes barcos Benjamin Franklin (1706-1790) • t • • • 1 f • J ' l t • 1 • • ' • 1 t • 1 f i • 1 j 1 l • ' j • ! l l t 1 l t i [ 1 Se o dinheiro for a sua esperança de independência, você jamais a terá. A única segurança verdadeira consiste numa reserva de sabedoria, de experiência e de competência. Henry Ford o cenário contemporâneo, cada vez mais as organi- zações são desafiadas a apresentar vantagens competitivas em relação a setts concorrentes. Isso ocorre em razão das muta- ções que o contexto social vem sofrendo, a pretexto da globa- lização. Esse novo cenário traz consigo a qt1eda das barreiras geográficas e culturais, o crescimento do i1úmero de empresas no mercado, sem o planejamento adequado para atuação em panoramas adversos; o dese11volvimento tecnológico, que se altera diariamente; a velocidade na produção e transmissão das informações; o foco permanente na convergência e homo- geneidade socioeco11ômica e todas as demais mudanças que atttalmente podemos observar no âinbito corporativo. Levando em conta essas ponderações, podemos depreender que, na paisagem corporativa atual, é muito comum a perda de controle sobre o desenvolvimento sustentável das orga- nizações, motivo que, junto com a falta de planejamento, faz com que o ciclo de vida das empresas se torne cada vez mais • t • • • . abreviado. Nesses termos, para que uma entidade possa ser considerada sustentável, é necessário que seja cu lturalmente aceita, socialmente justa, ecologicamente correta e economi- camente viável. Portanto, é importante que esse conjunto de atitudes sistêmicas e interligadas possa ser institucionalizado na empresa, a fim de que ela sobreviva e adapte-se diante de todas essas mudanças no ambiente social em que está inserida. Ainda nessa linha de raciocínio, até pouco tempo atrás, as empresas não se preoct1pavam muito com o controle de seus custos e despesas, pois contavam com a comodidade de repas-sar ao consumidor, por meio da venda de seus produtos, a sua ineficiência nos processos produtivos, visto que podiam alterar o preço de venda com tranquilidade, cientes de que os clien- tes contint1ariam consu n1indo tais produtos. Na atualidade, devido a todas essas transformações, qt1em estabelece o preço de venda não é mais a empresa, mas o mercado. Assim, para que a empresa seja lucrativa, se1n aumento da receita advinda do incremento n.o valor do preço de venda, é necessário maior controle dos custos e das despesas. Nesse sentido, a gestão estratégica de custos é um instrumento de controle gerencial u1uito relevante para as organizações. Tal ferramenta parte do pressuposto de que a gestão dos custos e das despesas deve ser realizada de forma sistêmica e integrada aos diversos departamentos da entidade, co1n foco em toda a · equipe que está inserida no processo produtivo direta ou indi- . retamente, e preocupada com a abordagem "cliente-fornecedor" e não co1n o pressuposto tradicional "chefe-cliente", descons- truindo, assim, u1na cadeia de comando hierárquica e autori- . tária para a construção de uma gestão funcional, com base nos processos e participativa. . • • O O o O ' O O + • O ' O O ' ' O O ' O O + O O O ' O O ' + O O ' O > O O O + O O • O O O ' O O O O O o O O O o o O ' ' O O O O O ' O O ' O O ' + O T ' O O O O O O O O O + O O ' O O Desse modo, a gestão estratégica de custos busca alinhar os objetivos definidos no planejamento estratégico da entidade • t ~ • • • com as ações administrativas e operacionais, subsidiando o processo decisório para a maxi1nização do resultado econô- mico e do valor da empresa. Vale ressaltar que a expressão valor da empresa não caracteriza apenas a capacidade de gerar lucros (resultado econômico) da e1npresa, mas também por elementos intangíveis e não financeiros que afeta1n de forma ímpar o desempenho organizacional de maneira sistemática. Logo, esta obra destina-se a desenvolver e explicar o pro- cesso de implantação, avaliação e manutenção de uma gestão estratégica de custos nas organizações. Para tanto, partimos das noções básicas de gestão de custos ali11hada com o plane- jamento estratégico da entidade, passando pelas classificações de custos e despesas, pelas diversas metodologias para acu- m11lação e custeio de produtos e serviços, até a precificação e a avaliação da viabilidade econômica e fina11ceira das atividades desenvolvidas por essas empresas no mercado em que atuam, fornecendo, assim, uma visão sistêmica e detalhada de todo o processo de gestão estratégica de custos corporativa. ' A guisa de conclusão, deixo a você o desafio de pensar a gestão de custos fora dos padrões e preconceitos que inúmeras vezes te1nos antes de iniciar qualquer leitura mais detalhada. Leia este livro como se não tivesse nenhuma experiência primeira, visto que poderia ser um obstáculo ao e11tendime11to e desen- volvimento de um sistema mais robusto de gestão, porquanto exige muitas vezes uma desconstrução de ideias já cristalizadas em nossa mente e que podem impedir nossas ações de sucesso. Lembrem-se: para continuar crescendo, aprendendo e se desen- volvendo, é necessário, todo dia, questionarmos as estruturas existentes e tentarmos melhorá-las de alguma maneira. Boa leitura e bons negócios! Flaviano Costa Doutor em Controladoria e Contabilidade (FEA/USP) l)rofessor da Graduação e Pós-Graduaçã.o e1n Contabilidade da UFPR • t ~ • • • 1 f • J ' l t • 1 • • ' • 1 t • 1 f i • 1 j 1 l • ' j • ! l l t 1 l t i [ 1 arco Aurélio viveu entre os anos 121 e 180 d.C. Ele foi um dos cl1amados cinco bons imperadores romanos. Por st1as ações diante dos conflitos de sett tempo, gravou seu nome na história como um administrador habilidoso, bem-sucedido e culto. A ele foi atribuída a seguinte frase: "A experiência é um troféu composto por todas as armas que nos feriram". Os muitos anos que nós, os autores deste livro, acumula- mos desde o dia que recebemos nosso primeiro salário como membros da popttlação economicamente ativa até o dia em que estas palavras foram grafadas nesta página nos trouxe- ram, segundo o contexto aureliano, muitas "feridas". Portanto, igualme11te, nos deram experiência. Um troféu que foi polido por i11cessáveis discussões em que refletimos os "porquês" do dista11ciamento que comumente víamos no processo de Gestão de Custos, sempre que comparávamos as práticas do mercado e a teoria acadêmica, como também o tratamento ímpar que • t ~ • • • geralmente observávamos quanto ao uso dos paradigmas eco- nômicos e contábeis em mt1itos livros-textos. Algumas vezes, a impressão gue tínhamos ao comparar esses cenários tão distintos é que estávamos vendo realidades paralelas de um mesmo assunto. Como isso era possível, se todos tinham a inesma preocupação? Para nós, era óbvio gue faltava alguma coisa que ligasse esses mundos tão distintos entre si. Desse contexto, nascet1 a base estrutural para a co11stru- ção desta obra, ou seja, reunir, em t1m único livro, de forma complementar, duas áreas científicas que igualmente se ocu- pam dos dilemas dos recursos escassos de uma empresa. Mais especificamente, este livro surgiu de uma vontade de tratar o processo de gestão de custos das empresas com uma aborda- gem simbiótica entre as teorias contábeis e econômicas. E11tão, 1neu caro leitor, não espere encontrar nas próximas páginas ttm livro de Contabilidade de Custo ou, ainda, uma obra sobre Microeconomia. A jornada que você vai iniciar é uma apresen- tação que deseja provocar a reflexão sobre o gue você pensava saber, apresentar a utilidade de ferramentas poderosas para o controle dos dispê11dios e, por fim, demo11strar que existem outras formas de ver t1m mesmo proble1na. Ou seja, este 1 ivro foi elaborado para compartilhar com você ttm pouco de nossa experiência acadêmica e profissional. Dar-lhe algo que quería- mos ter recebido quando éran1os estudantes. Na leitura desta obra, você será apresentado às bases teóricas que lhe permitirão entender que o mundo não é organizado em caixas perfeitamente arrumadas por títulos bonitos, os quais raramente comungam entre si os seus dados impecavelmente organizados. Portanto, pretendemos que sua visão seja traba- lhada para enxergar que uma teoria econômica pode siin ser utilizada dentro de tlm ferramental contábil para favorecer o processo da gestão estratégica dos custos. Por que isso é impor- tante? Corno disse o cientista francês Louis Pasteur (1822-1895), • t • • • "o acaso só favorece as mentes preparadas". E você sofrerá a influência do acaso em muitos momentos em sua vida profis- sional, algumas vezes deverá tomar decisões defensivas para proteger sua empresa, em outras precisará decidir se pode assumir uma posição agressiva nas vendas de um produto. Se não souber como interpretar os custos de sua empresa nesses momentos, o acaso pode não lhe favorecer como gostaria. Vamos agora falar sobre como foi feita a abordage1n dos temas e como estão distribttídos ao longo do livro. Você vai encontrar, entre outros itens, os segtiintes elementos nas págirtas que seguem: noções básicas sobre a teoria da firma, segt1ndo o paradigma da escola neoclássica; a estrutura fun- damental dos principais relatórios da contabilidade financeira; alguns dos artefatos contábeis gerenciais mais 11tilizados no mercado; e, também, elementos primários/essenciais ao pro- , cesso de controle. E isso mesmo que você entendeu! Tudo isso e um po11co mais, em apertas seis capítulos. Lembre-se de que este livro não é urna obra defi11itiva sobre o tema, mas u1n primeiro contato que você terá sobre gestão de custos, o qual se dará de forma sistémica. Agora, se você achaque é pouco, ficamos felizes e1n lhe dizer que não é. Para ter uma ideia, no final de cada capítt1lo, você verá que o que foi apresentado em cada tópico já é suficiente para atender a questões que se fazem presentes em vários concursos públicos do país. Isso é bem legal, não acha? Antes de encerrar esta apresentação, vamos mostrar o que será visto em cada um dos seis capítulos. No primeiro capí- tulo, há a apresentação das noções básicas sobre o processo de gestão de custos. Nesse sentido, vamos discutir elementos econômicos e contábeis necessários à compreensão do livro e, também, para a vida profissional. O segundo capítulo traz as diferentes formas de classificar um gasto, bem como a dife- rença entre gasto e perda, item realmente i1nprescindível ao • t • • • processo de gestão, afinal, como alguém pode gerenciar algo cuja essê11cia desconhece? Já no terceiro capítulo, o tema é o processo de precificação dos produtos quanto ao custo incor- rido para sua obtenção e, também, segundo o fluxo de entrada e baixas nos estoques da empresa . Além do processo de preci- ficação, também abordaremos nesse capítulo o método de men- suração denominado Custeio por Absorção, um procedimento amplamente usado na contabilidade financeira. No quarto capítulo, temos a apresentação dos custeias mais gerenciais, o variável e o baseado em atividades (ABC), além disso, também são abordados os instrumentos informacionais oriundos do conceito Custo/Volume/Lucro (C/V/L). O quinto capítulo apresenta os temas focados na importância da pre- sença do custo nas fases de planejame11to (custo-meta), de exe- cução (c1..1sto-padrão) e de controle (custeio kaizen). Ele também nos leva a uma reflexão econômica sobre a importância da presença do custo no curto prazo em um processo de gestão estratégico. Por fim, no sexto capítulo, no último n1omento teórico, temos a apresentação da importância do custo para o processo de precificar/identificar o valor mínimo do produto final da empresa na etapa de comercialização, e, também, como essa venda efetivada, dado o comportamento do C1..1sto, ala- vanca o lucro final da empresa. Finalizando o sexto capítulo e também o livro, temos uma reflexão sobre a importância da teoria da restrição no processo de controle. Quanto à possibilidade de esta obra se tornar a única res- posta para todas as suas dúvidas sobre gestão de custos, já que nela constam nossas experiências profissionais e acadêmicas, reflita sobre o que disse Albert Camus (1913-1960): "Não se ' pode criar experiência. E preciso passar por ela". Boa leitura! • t • • • • Este livro traz alguns recursos que visam enriquecer o seu aprendizado, facilitar a compreensão dos conteúdos e tornar a leitura mais dinamica. São ferramentas projetadas de acordo com a natureza dos temas que vamos examinar. Veja a seguir como esses recursos se encontram d istribuídos no decorrer desta obra. • • • • • • • • • • 1,: ! i • • • • • 11 c.tntt~doc~wlo. IW!t1od11(~ ~ f"St.\io oe <l'StO'l- Vls.Jo «OllOMltt do IWO. Mfo1~~' wntabtrll. fl11lt1tÕl'IOS (CWltàbelS, • Ili: 2, ff'll•ndHo ~sode form.içaodolwoda•mpt~ J, <IP•tStnlJil Ottorm~ SIMétic.ti os prlf'ICll)~IS relitOliOs Conteúdos do capítulo Logo na abertura do capítulo, você fica conhecendo os conteúdos que nele serão abordados. Após o estudo deste capítulo, você será capaz de: Você também é informado a res- peito das competências que irá desenvolver e dos conhecimen- tos que irá adquirir com o estudo do capítulo. • Perguntas & respostas Nesta seção, o autor responde a dúvidas frequentes relacionadas aos conteúdos do capítulo. [ l 1 l., líl rt~11/ r1fl A ~!mpce~;1 Bl.)l;i,ch:1 $iin6i~l11cg.il Lld;t.. ólprescntqu <i:' $.l')tli nlti~ dild~ par.i su<i opet'il\00 mensal. P\.': RS 3,50/un. (Pr«<> d.:- \-enda) C~ R$ 7ó.l)IO,iX1inlêi1 (C~t<> fi)l:C)) l)f: 1{$ 3().(101),{l(l,+'mÇs (01~p1::;01 fi.x.,} CVu~ RS 0..11W~1n. (~sto vari.iwl/\ln.). OVu~ RS MO/Un. (Des.p. variáv('l/Un..), Cf\.11'! 200.000 u1\ldades (Cap.ic r-.üx. Produç.'io) Ql: 60Jl00 unidades (Qua•lt. ·rra,\sa.eloo.a1) Cun, b11~ 1\ ..-s.sêS v11 lotts déltrl'1h né t1 ?.te, PI;. CCR e ).15%. .:t) Marg~m dl"COnlr1bulÇiO IMC) Cvu .+- l)vu •G\11) RS0,90+ R.$-0,60= ltS 1,.50/u.n. PV - Gvu • ~IC RS 3,50-RS 1,50 .. RS Z..00,'un. Comet1tâ.rl0;. nté que o PE seja ti lcaoçad<>, te1n·~ que ess(' t-.tC t1prcst'11ta que- cadtl unidacle de produto que a emprl"S.1 ~ndie n:intribu i ('.()ft1 JC$ 2,CIO l-''r" qut: Ól\ ~tos Ei:..os (t:u..~I~.,. despes.lS}srjam hoo.r.ldos. Após ore St.'1 <1kanç<1do. esse v<1Jor p<>r un idade rli) ~1C :;e çan\'t"nc em lucro pur u nidi.'ldc ~nd id.:t de produto. b) Ponto de Equllibtlo (P(J CF•OF•CF R$ 7tJ.OfX>-t- U$ 31).(ll»°' R$ 100.000/nWs GF/ MC •l'E RS 100.000 J .RS 2,00 • 50.000 un. Comentârlo: O v.l)or & 50.000 un~ades ê o ''ªJ~'r do PE. EsSll' VQlumc;: d<' produto indirn q uJI () rontQ (i$it;o d õ'I tr;in1'~.iio n.i quaJ lucro e rtcelta seellconlt".lll\: nesse caSôi: Perguntas & respostas O custo.meta pode ser utilizado de ma neira efetiva em um p1oje10 que ttt6 sendo reformulado? JJi ni\OeKISte u m.a estru· tura de cu.s-tos montada e funcionando? Re.llmente. existe uma estn1tur.l j.'I nlo1uada para u1n pro· dt1toq~1~ l;"Slát:m pnxluç5ó, ma.s isso n/i()~iSnifka()\tt: pti."<:i$a s..-r perene. O custo-meta mostra o custo mâximo que ess.1 linha de 1)rl)duçl\c) de,·e ter 1lO •"&li<> e k>nso prti20$ para tllt~n.ck:r à margem dt' luao destj.1da jX'laemptC'Sa diant\'d<1s mudanças 1nercadológi<as observadas. Ou seja. trata-se de um procedi· m(•J1toql•\: .si:r.i re'1lizado p;.ir;i o longo p..,io;o <·, ;i.ssim, <> f;itodc ter uma est.n1tura montada n~o irnpede sua aplicação. Exercícios resolvidos A obra conta também com exercícios seguidos da resolução feita pelo próprio autor, com o objetivo de demonstrar, na prática, a aplicação dos conceitos examinados. • 1 . < i • i • 1 l i t 1 Estudo de caso A~ Ct\JOuBom Lld.l.' produlotadedoistipos dechk ck:IMl'õl t' hon& f m c~11'1oAd!_l ~ ii,, ~uim-s 1nkw· ~ ~ 11 prod~ t«rit.01 e custos for•m Se\~ = .. 1-M---::1~· .. --: <N""""'* 10.IOO ~ Qt...~ lodi,.,, o--rtm~ pmdu7~ f<-r•m ,"'t"'nd_idos,..,, prriodo. ~CU"40" di~('Qin• wguir ~ ....... -...w.oar .... 0t$..-'-' ~ .. Olln D1"u (11$/911.1 """""" ... '"' ,,.._. .... l,10 O" C'\J..tus 1 ndirt•h'111 d.l t'1nprtii.s \"'.l lO rê"l;,ci(ln~<k$ :i "'1t'gU 1 r. t'm 1t"'i~ ,._ \l•lo••• (11$1 Otll•ftlll(IO ..... AA.1!)11~ ,.., .W.)Od•obt• '·"' .W.lh>!lal' - .... NO! ,,.. N.:111111•~16 .,.. ,..,, ,.,.. 1-\ lndÚiil• I.\ Ch,,DoB01n Ltda. pt.l!>.<i.ul alguns dep.11'Lt11ne1lh)C;;,. \(UC' "''t> 0) Arn1t11t·n11gt•1u: Cii) í'r{ldu~ão t• (iii) l'?ltur.lmt"lltol E);jX'díçJo. Clld.J dcp.1rt.1mcnto te1n atlvid.1..WS principais. que e111.,odt•-1' rll.li \'l ll('>;ulr, ~~ (f1n1 tt n~o;pe<Ch\•.l alelCl('Jodocusto 1n<llR:IU. Síntese Você dispõe. ao final do capítulo, de uma síntese que traz os principais conceitos nele abordados. • Estudo de caso Esta seção traz ao seu conhecimento situações que vão aproximar os conteúdos estudados de sua prática profissional. Síntese ~.u"-' "1óil~o, ~de pn."hik*\~l>ftrN die-~ • k'<!ri.14-s ~e• .Jf!IK".iç.\odt11' W.r-- da. de t9'3*lu df-~ :W pmnnro ._...o cLi f"CWI~~ ~dols~~pu•defiNJO~dfUM ~o .l partlT dcooc ._,, ni.'*"' ''"" 1 -*"'o pmc"W'd1....,., do _.t.p e do O\'i'L N> prí~ '••~ QUl" f JJOMl''-'4 tk'ttt- m.i.Nr 0 J"tt\'O ôr l."('n(ia ~ Ufl1 rrocJut~ Jnfd1•n•«' O UliO dt um mulbpl.-..dot ~ado pN pairliç.lo pet\-"tnl..,I ~ 4'\l.t..-. dcspesil!> e lucro de t;UJW nn~. "I~ "tnf~ t~ud•mo:ti o mtdr.qt~~ ..w p;lf'da.., ~1K·1 e ~1K·2.Ji no~~undo rnrtodo de pre<:~ o doCJV/L, ,.lmo&qwo Pf\-W~'''--nd.t p<.'Ck• ~ Qbtido CJQl'loeidn.indo ooc Sª'I(,.. '"ªri•'"'' t' .a d1 .. 1rlbul(lo dos i;a.sto6 rum segundo b qua:ntJdad~ ~per.lda:!I J'-' '.._"f'ld•. f'or o:icio do i11proh,11'1damt"f'llQ d~ mt'l\'d(I, ~ J'O""i\'l"l \Trifi· e.ar que sua fótrnuJaderiva da equaçAo do ponto de l'QUllibrlo (.assim. M'\l preço "-'rl'\'i:cnt<t igl1o1lml•nt{! o "•"'r n1lnln10 q uê',,t!n1prlS.1 preeb1_. pr.ilieiu J<ki.-dl-lc• 1tlll\nJ11 \jUllntkS.ciL' orçada de v"'1'1da. Nose,sundon1on11"ntodo capilulo, velo à p.11u1a o p10C\......,. de:.la\'itMQg~tn op:r.1ç;onal, qui:~ n14.xltrl~1 pc.•r u n\ in,llc:'o:itlílf ~bre a 9"flSlbdiJ11J.e do lucro t>tn rel;içâo 3!1 nltctílÇÕ('ot Mli1t• das n.1 qua:ntid.Wc de ' 'C'nd<1. Vin~ q 1•'! C~'ó!C lndtc:uJc>r n:1d:1 m.:till é do 'Jt* :1 r>1:.tâo etllrc a v.-ti.i(ik) pcl'(ll!u tu.al llo.> l""ro '-' <i varl-'Çiio pe~ntual da quilnt)IJ"'1t' Ne1111c lll.'lltkt•\ qu.-.nl\> m.1it)r<> v01)or p~tc n~ intlko.ldut, m.1ior ,, !lt-n"lbUl.JJdl!' do resultado d<i empresa d l.ant<í' d.i!I 08Cll.it0C'f. da 1,jU<llltkl.aii.I~ d.- ~;i (qu.lndO ('m unidadt: N:&lllv.1 t'nl IV''".,, pl'<'j\1110, qu.ltldo poslt1\·a em $.<í'l'.tt luuú}. ~ .trl.llis.anlllla M> <und"' ~de rest~ d• produç.;lQ d" um• t'mpr1..--.i. "'-'Sundo 11 TOC. Ndst t.i~uo 1J11Jnwtltu, dis<ullnk>!l 'tuit IM'I um ~ degestjodos cu!loisf?mp~ri.lb pt00ll.lmo8. JJ"r• IX.lfn,..h>tfio a.z,. a:n;iJi'Col-lo dco bm;s !lbliémiit-4 p;i_r;a •-m pc.., ~ 11M'M Questões pa ra revisão L (Prodl"ll't&E' • Ana.list.i de Gt>st~ Adminis<raliva • f l11n.1tc, 2Ól1) Con1pk:te .:ili f f'..séS., ~u1r: '· _ ____ wn::.;i$1<~m n(>$.'ICTiÍ~io fin:inttin.> da en1-Jd ,1de ~ra oblençlo de um produto ou serviço quil lqUl.'f'. A $U;'I dtstin .,ç.U, pode QU nno ~Olr lig;:u;li.l à atlvldo\k-ti 1n do nesó..-lo. " Osdii;p(-odi<XS. n:-l<itlvw01 ben.s.w servi~ u1ilizi1<.k>s no produ~3o de OUll'O!O bens ou serViÇú:ô. purtonto,. associiidos. à .1lividil&Him do nq;ócio, slo o:hiun.1clo.'16 ""-----~ .. ..._ Quando os dJsp{lndioss.lo .:k>s1in.1dos à obt\>nçâode n.'â::it.'111, n..i(I a:;s1•cii1<kl." à pniduç.)11 de u m p nidutC) uu Soi'rvl\'(). slo chall\lldos de _____ _ ~1arque ,,.. (>ptâQq••~· o:omplc.:1:1 corretamente il$ fr;'li:;t'$ o) gastos. despes.1s e o:ustos._ b) ~stos, custos e despesas. e> e ustus, $-1SIOS e despesas. d) des~sils.. cust05 (' ~stos. Questões para reflexão Nesta seção, a proposta é levá-lo a refletir cri t icamente sobre alguns assuntos e trocar ideias e experiências com seus pares. Questões para revisão Com estas atividades, você tem a possibilidade de rever os principais conceitos analisados. Ao fina l do livro, o autor d isponibi liza as respostas às questões, a fim de que você possa verificar como está sua aprendizagem. Questões pa ra re flexão 1. No custeio varil1\'el, ten1osa distinç.iiodos g<1stoscm elemcn- los v.1rlá\'Clse fixos. De :'lcordo con1 esse 001lO?llo, a oontabl· ljd<Klo:.· gl•n.•nci;il c;on:;idcr.1 ~ itl'ltsdc dcspl-S.\S vari<Ívt•is no gasto variável. apropri.1nclo-os nos produtos transacionados, Vo<'ê {OOCvrd a oorn ~:1 :'!ll)(.1('ii<)? F. pvSSÍ\'el ~l;:i('ionar .li$ despesas variáveis com os produtos,. de modo a auxiliar o processo de se~ào? 2. Serâque lodo aumento d,1 quantidade uma \ 'el. !iobrepuj.:ido o pooto de equilíbrio sisnl6ca ne«ssarian1ente t1 u1nen10 de locro p.:ira os d iicrc.'f'ltcs paradigmas sobre.' o processo dê ses•ão de rusto? 1 ! • • • 1 t 1 . < i • i • 1 l i t 1 • Saiba mais 0 ;irtigo indi<::;l(I(> a seguir OO~n.pi1r,1 ()$ diftrtntt$ métO<IOS <li: custeio. BEUREN, L .i\l,; SOUSA. rvt A. 8. de. Ul'.li l'Studo sotne a ulili.i~M> de ~!ifC'm.l,,~ dC' CU$tcic> l"tn ('mpr1.'$il~ br;i~il.-ir.:ill. l n: ÇONGRESO l:)EJ. INSTI1'U10 INTERNACIO.~AL 0€ C'OSTOS. 7. 200~ Pl1nta ~I 1:$1<". An11b •.. Oi~h~I em: <c~c:o.unne.c..iu.ar/conlõ'lbi lid.:1J/1.V:110.;/ Vlllcof"l;l'l>so/Jtl)Ao('>. Afesso él'l\: 30 mak> 2016. Pil.nt se apn)fundarnoCUs1cio &se ado em Atividades{ABC), lei.ti o . ..esuil'\IC :irtig1): ~fAUSS. Ç. V.; COsn, R. ~f. O ~lótodo d<' Çu~tcio ABC como instru1~J\10J~~s1~ ln:Sltv1PôSIO OE E.XCEflNOA E>.f G~ÃO E TECNOLOGIA, 2006.Di..~i \·el ~: 4lupc//rof~io.;i1."(j_b.br/..'llC"&'I/ <atllgoi;<lW$t_ArC(g0%20A~e11.pdí>. Acesso em 30 in.110 2016. Saiba mais Você pode consultar as obras indicadas nesta seção para aprofundar sua aprendizagem. 1 ! • • • 1 t 1 . < i • i • 1 l i t 1 1 f • J ' l t • 1 • • ' • 1 t • 1 f i • 1 j 1 l • ' j • ! l l t 1 l t i [ 1 V/ll,4'~~~~~~ ~ - 'J:~~ • • • • • • • • • • • 1 • • • 1 • • • • • • • • • • • 1 1: • • • • 1 • • 1 • • • • ~ ~~~~~~~~~~~~~~~~~~! Conteúdos do capítulo: • Introdução à gestão de custos. • Visão econômica do lucro. • Informações contábeis. • Relatórios contábeis. Após o estudo deste capítulo, você será capaz de: 1. explicar a finalidade da gestão estratégica dos custos empresariais; 2. entender o processo de formação do lucro da empresa; 3. apresentar de forma sintética os principais relatórios contábeis; 4. diferenciar a relevância da informação contábil gerencial e financeira. • 1 . < i • i • 1 l i t 1 entar definir uma empresa é um assunto delicado, pois existem inúmeras maneiras de fazê-lo. Alguns podem considerar que os aspectos sociais são os mais importantes, outros, os aspectos políticos, os impactos ambientais, enfim, sempre teremos diferentes 1naneiras de analisar as empresas e todas essas maneiras estão corretas, de acordo com seus próprios paradigmas. Todavia, existe t1ma percepção recorrente sobre o que é uma empresa, a qt1al remete à famosa frase "uma empresa existe unicamente para gerar lucros". Para entender a complicação dessa afirmação, va1nos fazer uma analogia comparando a empresa ao corpo humano. O ser humano i1ão vive some11te para comer, na verdade ele come para viver. Da mesma forma, t1ma empresa não existe apenas para gerar lucro, ela gera lucro para poder sobreviver. Vamos analisar esse argumento: t1ma pessoa precisa de energia para pensar, para se movimentar, • t • • • para contribt1ir com a sociedade e para aproveitar os benefí- , cios que a sociedade lhe oferece. E por isso que ela precisa se alimentar. A empresa, da mesma forma, precisa de lucro para seus projetos sociais, para suas inovações, para competir no mercado, para garantir st1a continuidade no curto, médio e longo prazos e, logicamente, para remunerar seus financiado- res, os donos e os terceiros (bancos, fornecedores etc.). Por fim, podemos considerar que a empresa, em sua essência, surge e é guiada pelas inspirações de um grupo de pessoas, constituído por donos, gestores e colaboradores. Essas pessoas são representadas pela empresa, assim como também a repre- sentam, pelo sentido da missão, da visão e dos valores que se fazem presentes nessa forma jurídica. Em síntese, podemos dizer que uma empresa surge para fazer a diferença no meio onde está inserida, portanto, seu objetivo é muito maior do que apenas gerar lucros. Ela é uma estrutura que precisa ter lucro para alcançar os fins que almeja na sociedade em que está inserida. Para isso, ela precisa ter um plano para alcançar essa meta, ou seja, precisa ter um processo eficaz de gestão estratégica, dentre outros, a do custo empresarial. 1.1 A essência da gestão estratégica dos custos Por uma questão de hábito, a expressão gestão de custo é uti- lizada como forma representativa do procedime11to de pla-nejamento e controle dos gastos de uma empresa. Contudo, chegou a hora de aprender que a forma mais adequada para tal contexto é gestão estratégica de custo. Para compreender melhor essa nomenclatura, é preciso entender a essência de cada uma das palavras que compõem a citada expressão. A palavra gestão vem do latim e, basicamente, significa ter a responsabilidade sobre algo. Já estratégia, do grego, tem sua • t • • • origem na comunicação militar, representando uma posição de p lanejamento para atingir um objetivo, ou seja, vencer um obstáculo ou conquistar determinada posição. Assim, gestão estratégica é assumir uma posição de responsabilidade quanto à elaboração, à execução e ao controle de um plano para alcançar uma meta, que envolve o custo empresarial. O termo custo, por sua vez, tem raízes tanto no latim quanto no grego, mas o que realmente importa é qt1e seu uso, en1 ambos os casos, significa t1ma ação de sacrifício em trocas rea- lizadas. A lógica é a seguinte: uma troca implica uma ação de entregar alguma coisa para adquirir outra. Na indústria, isso significa dizer que custo é todo sacrifício qt1e incorre para pro- duzir produtos mediante um processo de transformação dos fatores produtivos. Afinal de contas, em uma produção, está ocorre11do a troca de recursos, como matéria-prima e e1nbala- gem, por produtos processados. No comércio, o custo significa todo o sacrifício qt1e a empresa tem para adquirir um produto para revender, com.o os gastos com compra, transporte e as demais operações que sejam necessárias até que o prodtito esteja realmente apto para ser revendido. Resumindo, de forma lúdica, podemos dizer qu.e a gestão estratégica de custo é uma batalha executada por aqueles que assumem a responsabilidade de elaborar e/ou executar um pla110 para mitigar os dispêndios de um processo produtivo. O inimigo a ser vencido geralmente é o desperdício e/ou as perdas que são observadas no uso dos recursos produtivos, seja na forma do capital investido, seja na forma do tempo con- sumido. E tudo isso para qt1ê? Para que a empresa, por meio de controle de gastos efetivo, aumente o seu lucro de forma sustentável no curto, no médio e no longo prazos. Mas o que significa ter lucro? Para responder a essa pergunta, é preciso recorrer ao auxílio da economia, uma vez que, para discutir o lucro, é necessário antes entender o que são fa tores de produção. • t • • • Perguntas & respostas Podemos considerar que os custos empresariais são tudo aquilo que saiu do caixa em dado período durante a produção ou revenda de um produto? Infelizmente, não é assim tão simples. Durante a leitura deste livro, você poderá perceber que ne1n sempre os valores que saem do caixa da empresa são ct1stos (dentro do conceito teórico) e, além disso, muitas vezes, os custos podem não gerar um impacto imediato no caixa. Ou seja, usar unicam.ente o critério de saída do dinheiro para identificar o que é ttm custo pode resultar em confusão, pelo risco que existe de considerar valores que não são custos e negligenciar os que realmente são. 1.2 A ciência econômica na gestão I • estrateg1ca Ter lt1cro não é simplesmente cobrar caro e comprar barato. Entender o processo de geração de lucro significa compreender o comportamento de in{1meras variáveis econômicas relacio- nadas ao comportamento da geração da receita e dos dispên- dios para gerá-la. Na eco11omia, é possível encontrar muitas formas diferentes que são igualme11te possíveis de ser empre- gadas para analisar essas relações i10 cerne de t1ma empresa. Entre elas, vamos focar, para atender ao objetivo deste livro, 11a percepção de curto prazo que a escola neoclássica utiliza para explicar o comportamento das firmas (a teoria da firma). Segundo a ortodoxia, o lucro de uma entidade pode ser representado mediante o uso de duas curvas bem simples, as quais são: curvas de receita e de custo total. Em relação à primeira curva, a da receita, esta é uma representação gráfica do resultado total das vendas, i1a qual os pontos ordenados • t • • • são co11st ituídos pelas receitas auferidas e suas respect ivas quantidades de produtos. Ou seja, a curva da receita apresenta quanto determinada quantidade de prodtito comercializado gerou de valor monetário para a empresa. Esse valor monetário, por sua vez, é obtido pela seguinte conta: . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . . . . : Receita =Quantidade de venda x Preço de venda : . . . . Qt1ando certo preço é praticado pela empresa, ele gera t1ma qt1antidade de ve11da no mercado. A qua11tidade de venda mul- tiplicada pelo preço é o valor da receita, que representa o total em unidades monetárias que a empresa recebe por entregar aquele volume de prodtito ao mercado. Ou seja, a receita de uma empresa depende tanto do valor pelo qual cada produto é vendido como de quanto o mercado deseja comprar desse produto em relação ao preço praticado, como podemos obser- var no Gráfico 1.1. Gráfico 1.1 - Curva da receita Curva da Receita= f (Q} Valor da venda (R$} Ponto C l--------~---O!!!!!~~·Ponto D Quant. da venda (unidades) FoNTE: Elaborado com base em l'indyck; Rubinfeld, 2013, p. 276-277. Com relação ao seu peculiar for1na to côncavo, temos que a curva da receita indica que o mercado vai reduzi11do seu inte- resse de comprar o produto à medida qt1e ocorre o incremento • t • • • dos volumes comercializados. Isso porque a utilidade desses produtos para o mercado diminui a cada incremento. Assi1n, para que as vendas continuem aumentando, os fornecedores precisam reduzir o preço, ajustando-o ao nível da atual utili- dade que o mercado lhe atribui. Quando essa redução do preço acarreta grandes aumentos na quantidade de venda, temos como consequência um aumento na receita (pontos A e B). Todavia, quando essa variação na quantidade não é expres- siva, podemos ter t1m cenário no qual ou a receita estabiliza (Ponto C) ou mesmo diminui (Ponto D). E, além da preocu- pação sobre a resposta do mercado, a empresa, para tomar uma decisão sobre a redução de preço de dado prodttto, ainda precisa entender o comportamento do custo de sua produção, isto é, como a curva do custo total se comporta diante das oscilações da quantidade. No que se refere à curva do custo total, temos que ela repre- senta graficamente o sacrifício de uma empresa, em termos monetários, para gerar as unidad.es do prodt1to a ser vendido. Esse sacrifício, por sua vez, ocorre em duas linhas distintas de consumo de recursos produtivos, os de natureza variável e os de natt1reza fixa. Ou seja, a curva do custo total é composta pela soma de duas outras curvas de custo. A primeira é deno- minada Custo Variável, que é aquela que se altera conforme a qttantidade produzida, em que quanto maior é a quantidade de produto vendido, maior é o consumo de fatores produti- vos e, por isso, maiores são esses valores no custo total da e1npresa; por exemplo: custo de embalage1n, matéria-prima etc. Já na segunda natureza dos custos, a fixa, não há alterações em decorrência de variações na quantidade de produção, desde que seja respeitada a capacidade instalada da fábrica, como demonstra o Gráfico 1.2. • t • • • Gráfico 1.2 - Curva do Custo Total, Variável e Fixo Ponto B Valor do custo (R$} - - 1 Ponto C Curva do Custo Total (Custo Fixo+ Custo Variável) Curva do Custo Variável Curva do Custo Fixo Quantidade produzida e vendida (unidades) FoNTe: Elaborado com base em Pindyck; Rubinfeld, 2013, p. 276-277. No Gráfico 1.2, temos que a Curva do Custo Fixo apresenta um comportamento constante em relação aovolume de quan- tidades transacionadas. Isso significa que as alterações monetá- rias en1 seu valor não são, enquanto for respeitada a capacidade instalada da empresa, decorrentes de variações na quantidade movimentada. Por esse motivo, caso a empresa não produza nada ainda assiin, ela precisa arcar com o custo dessa estrutura fixa de fatores produtivos (Ponto A). Como exemplo desse tipo de custo, temos o custo do aluguel do barracão da produção e o custo do salário do gerente da fábrica, entre outros. Já a Curva Variável i1ão tem valor monetário algum quando a empresa não movimenta nada de produto, como podemos observar no Ponto B. Todavia, à medida que a qua11tidade de produto aumenta, sett valor também sobe e pode, inclusive, igualar ou mesmo superar o valor do Custo Fixo (Ponto C). A Curva de Custo Total, logicamente, é siinplesmente o reflexo da soma das duas outras curvas, e, assim, tem seu início no Ponto A, junto com a Curva de Custo Fixo, e cresce com o aumento da quantidade transacio- nada na 1nesma inclinação que a Curva Variável. Desse modo, podemos representá-la com a segttinte equação: • t • • • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. Custo total = CFT + CVT Custo total = CFT + (Qp . CVu) Em que: CFT: Custo fixo total do período CVT: Custo variável total Qp: Quantidade produzida CVu: Custo Variável unitário. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. Caso você tenha ficado um pouco assustado com essa lógica do custo total, não se preocupe, nos capítulos 2, 4 e 6 voltare- mos a abordar os conceitos de custo fixo e variável de forma bem mais densa. Aqui, o que nos interessa é apenas apresentar alguns elementos básicos para que você possa entender que, quando posiciona1nos as ct1rvas de receita e de custo em t1m mesmo cenário, podemos observar em quais volumes de venda teremos a intersecção das curvas da '1receita" e do "ct1sto total" e, também, maior distanciam.ento entre elas. Por que isso é importante? Observe bem o Gráfico 1.3 para entender. Gráfico 1.3 - Curvas da receita, do custo e do lucro R$ (RT, CT, L) Custo Total = f (Q) __ / ,.,...,..--- / : Receita Total = f (Q) Ponto A Região A 1 1 Ponto B 1 1 Região C Região D Quant. de produto Curva Lucro= f (Q) FoNTE: Elaborad o co m base em Pindyck; Rubinfeld. 2013, p. 276-277. • t • • • No Gráfico 1.3, temos que, quando a quantidade movi- mentada é muito baixa, o resultado de uma en1presa é o pre- juízo, pois o valor do Custo Total supera o valor da Receita (Região "A:'). O Custo Fixo é um valor elevado para aquela quantidade de mercadoria transacionada. Contudo, à medida que a qttantidade de venda aumenta, as dttas curvas se aproxi- mam, reduzindo o prejuízo gradativamente até que zere; nesse ponto temos o que é conhecido como ponto de equilíbrio (Ponto A). Depois do ponto de equilíbrio, temos que quanto maior é a quantidade de venda, maior é a distância entre as curvas e, porta11to, maior o lucro (Região B). Isso até certo ponto! Olhe com atenção e você vai perceber que, à medida que a quan- tidade ultrapassa certo volume, as distâncias entre as curvas diminuem e, assim, o lucro cai a cada increme11to de produto (Região C), podendo, conforme o caso, até gerar novamente prejuízos (Região D). Assim, existe um ponto entre as regiões A e B que representa o n1aior valor que a empresa pode alcançar de lucro, Olt seja, a quantidade de venda em que o lucro pode ser máximo (Ponto B). Portanto, a melhor estratégia de custo, visando aumentar o lucro, é preparar a fábrica para operar naquela qttantidade em que haja a maior distância entre valor da receita e do custo total, pois somente assin1 é que será alcançada maior eficiência no lucro. A gestão estratégica de custo, conforme demonstra essa teoria, precisa ser feita mediante uma visão sistêmica da empresa. Ou seja, as decisões a serem tomadas precisam considerar tanto os elementos endógenos (dentro dos portões da empresa: a fábrica) como os exógenos (fora dos portões da empresa: o mercado). Dito de outra forma, uma empresa não poderá ter um processo de gestão de custos eficiente sem que antes compreenda como seus custos se relacionam com os lucros da entidade. Nesse sentido, apresentamos, para treinar, um exercício resolvido. • t • • • Exercício resolvido A empresa "Só n.ós te1n" Ltda. precisa analisar qual é a quan- tidade de venda que lhe permite ter lucro. Para isso, contratou uma pesquisa estatística que gerou os seguintes dados sobre -sua operaçao: a) Custo Variável por prodiito (CVU)1: R$ 2,00/i1nidade produzida b) Custo Fixo por período (CFT): R$ 2.180,00 c) Intensão de compra dos clientes (Quant.; Preço/unida- de): [80; R$ 25]; [90; R$ 24]; [100; R$ 23}; [110; R$ 22}; [115; R$ 21}; [120; R$ 20}; [125; R$ 17]. Resolvendo: Talvez, o item "c" tenha deixado algumas dúvidas. Ele traz a informação de qiial é a intenção de compras dos clientes, ou seja, a quantidade de produto que cada preço de venda pode gerar no mercado. Por exemplo, no primeiro conjunto de dados, temos que 80 unidades de produto podem ser vendidas pela empresa caso ela aceite praticar o preço de R$ 25,00 para cada unidade de produto. Van1os aos cálculos! Primeiro, vamos calcular a Receita Total da empresa (Tabela A) e o valor do Custo Variável Total para as quantida- des de venda projetadas pela pesqtlisa (Tabela B). Com os dados obtidos na Tabela B, vamos calcular o valor do Ci1sto Total da empresa para cada uma das quantidades que foram projetadas (Tabela C). Por fim, na Tabela D, vamos confrontar os dados da Receita Total (obtidos na Tabela A) com os dados do Custo Total (obti- dos na Tabela C). 1 ! • • ' • À i • ilf • " • • ~ • 1 i • i ~ • 1 t • 1 j • f , l. • í I • f 1 1 ! l } i i i 1 A) Receita Total: B) Custo Variável Total (CVT): Preço Quant. Receita (R$) (un.) (R$) Quant. CVU (RS) CVT (R$) (un.) + • - + . - 25 80 2.000 80 2 160 24 90 2.160 90 2 180 23 100 2.300 100 2 200 22 110 2.420 110 2 220 21 115 2.415 115 2 230 20 120 2.400 120 2 240 17 125 2.1 25 125 2 250 C) Custo Total: D) lucro Total: Custo fixo CVT Custo Total Receita Custo Total Lucro (R$) (R$) (R$) (R$) (R$) (R$) + + - + - - 2.180 160 2.340 2.000 2.340 - 340 2.180 180 2.360 2.160 2.360 - 200 2.180 200 2.380 2.300 2.380 -80 2.180 220 2.400 2.420 2.400 20 2.180 230 2.410 2.415 2.410 5 2.180 240 2.420 2.400 2.420 - 20 2.180 250 2.430 2.125 2.430 -305 Com base nos dados tabulados, ternos que apenas na quarta e quinta linhas da Tabela D podemos observar a presença de lucro nas transações da empresa, respectivamente, R$ 20,00 e R$ 5,00. Ou seja, a região de lucro dessa empresa ocorre na região que movimenta os volumes entre 110 e 115 unidades. ' Vamos entender esse resultado. A medida que os preços abaixaram, as vendas aumentaram e o prejuízo diminuiu até se tornar lucro. Todavia, depois que foi alcançado o valor máxi1no do lucro, o aumento das vendas reduziu o valor do lticro e, nova1nente, levou a empresa para urna nova situação de prejuízo. 1 ! • • . • À i • ilf • " • • ~ • 1 i • i ~ • 1 t • 1 j • f , l. • í I • f 1 1 ! l } i i i 1 Esse exemplo numérico auxilia a compreender mell1or a lógica do Gráfico 1.3. Então, lembre-se: os custos e1npresa- riais precisam ser gerenciados de forma sistêmica,sempre olhando como a estrutura operacional é aderente às neces- sidades impostas pelo mercado. No entanto, antes de fechar esse assunto, há dois destaques qt1e merecem ser ressaltados. Primeiramente, esses gráficos voltarão a ser comentados em outros capítulos do livro, pois eles ainda guardam 1nuita informação importante para a gestão estratégica de custos. Além disso, é preciso entender que tudo o que foi dito sobre o processo de gestão depende de informações úteis sobre o patrimônio da empresa e o consumo de seus recursos. Essas informações são fornecidas pela contabilidade, por isso, ela é o próximo tópico deste capítulo. 1.3 A contabilidade na gestão estratégica A contabilidade é a principal fonte de informação sobre os custos de uma empresa, a tal po11to que é conhecida como a linguage1n dos negócios. Assim, por mais que não seja de seu inte- resse, é importante entender que, para se tornar um bom gestor da área estratégica dos Cl.1stos, é fundamental compreendê-la, uma vez que a contabilidade e a gestão de custos são uma dupla dinâmica poderosa e inseparável. Uma empresa pode ser vista como um conjunto de recur- sos (bens tangíveis e intangíveis) que são disponibilizados para ser utilizados por uma sociedade organizada (diretores, gerentes, st1pervisores, encarregados etc.) para atingir deter- minado objetivo. Para conseguir esses recursos, a empresa precisa de financiamento, que somente é possível por meio de dt1as fontes básicas: capital de terceiros (bancos, fornecedores etc.) e capital próprio (os do11os da empresa, isto é, os cotistas/ acionistas). Portanto, temos dois grupos. De um lado, aqueles • t • • • que vão fornecer os recursos (terceiros e donos) e, de outro, aqueles que vão utilizar os recursos (os gestores e colaborado- res). O primeiro grupo quer saber se vale a pena investir nessa empresa, para isso, busca avaliar as decisões que a empresa to1nou no uso de rec1.1rsos que já deteve; ou seja, esses agen- tes estão preocupados com o resultado histórico da empresa. O segundo grupo, por sua vez, quer garantir que a empresa sobreviva ao mercado para ter urna história para poder contar no futuro; dito de outra forma, esses agentes buscam tomar decisões sobre como utilizar os recursos recebidos na melhor forma possível à contint1idade da empresa. Com base no que apresentamos, concluímos que os dois grupos de agentes citados são partes interessadas sobre a situação da e1npresa. Isto é, eles são, na linguagem contábil, os stakeholders. Aqueles que estão dentro da empresa (os gestores) são os stake- holders internos e os que estão fora da empresa (por exemplo, os bancos), os stakeholders externos. Dado esse fato, a contabilidade, para poder atender aos interesses informacionais ímpares desses dois grupos, dividiu-se em duas linhas distintas: contabilidade gerencial (para os usuários internos) e contabilidade financeira (para os usuários externos). A diferença entre elas é percebida na liberdade no tratamento dos dados utilizados. Na contabilidade financeira, existe uma maior padroniza- ção nos procedimentos utilizados, uma vez que os leitores de seus relatórios não estão inseridos 11a roti11a da empresa. Em verdade, esses agentes, muitas vezes, operam com diferen- tes segmentos, assim, precisam receber documentos padro- nizados de forma u niversal para que possam comparar uma empresa com outra. Logicamente, precisam sentir confiança nos dados que lhes são apresentados, o que impõe a necessi- dade de auditorias contábeis externas. Essas auditorias, por • t ~ • • • sua vez, somente se tornam viáveis graças à já citada padro- nização dos relatórios, que é d itada tanto por leis como por tima elevada rigidez no uso dos princípios fundamentais da contabilidade. Com relação à contabilidade gerencial, por se destiI1ar aos tomadores de decisões estratégicas da empresa, seu processo de construção é mais flexível (de acordo com cada empresa). Tudo depende do custo-be11efício que o relatório gerado terá para o usuário interno. Por exemplo, na contabilidade fi11an- ceira o registro de valores do estoque se dá pelo valor de entrada (isto é, mediante o documento fiscal de transferência de propriedade), já na gerencial esse valor pode ser mais subje- tivo, por exemplo, por meio de um processo de projeção do valor de reposição do estoque. Tudo depende da importância da informação para o gestor no seu processo de decisão. Todavia, seja para fins internos, seja para fins externos, para que um procedimento de contabilização possa ser chamado de contabilidade, ele precisa ser guiado pelos fundamentos contá- beis geralmente aceitos (de forma mais rígida pela financeira e mais flexível na gerencial), que, resumidamente, são: • Postulados: diretrizes que são o pilar da constrt1ção con- tábil, os quais são: entidade (a empresa e os donos são pessoas distintas entre si) e continuidade (a empresa deve continuar a existir, no mínimo, por um tempo suficiente para honrar seus compromissos e realizar seus direitos). • Princípios: preceitos que estabelecem a forma como as contabilizações precisam ocorrer de modo que a infor- 1nação gerada possa refletir com 1naior segurança a rea- lidade das operações e do patrimônio da empresa. Como exemplo, podemos citar que, segundo o princípio da oportunidade, a inforn1ação contábil precisa ser íntegra (deve conter todos os detalhes importantes) e tempestiva (deve chegar ao usuário em tempo para ser utilizada 110 processo decisório). • t • • • • Convenções: ele1nentos estabelecidos pela prática contá- bil que estabelecem limites ao processo de contabilização, para que a essência dos princípios não seja violada. Por exemplo, pela converição da materialidade, tem-se, resu- midamente, que o esforço da contabilização não deve superar o benefício da ittlormação gerada. • Características qualitativas: sinteticamente, podemos identificar esses itens como os preceitos mínimos que o procedimento contábil deve seguir para assegurar que haja t1ma adequada serventia dos dados apurados. Por exemplo, umas das características qualitativas é a com- preensão (o texto precisa ser objetivo e claro). Depois de tudo o que já foi dito, acreditamos que, neste momento, já é possível entender por que a contabilidade é chamada de linguagen1 dos negócios. Então, agora, vamos apre- sentar três relatórios da contabilidade que se destacam dada a relevância que detêm como instru.1nentos in for1nacionais ao processo da gestão de custos. São eles: Balanço Patrimonial (BP), Demonstração do Resultado (DR) e Demo11stração do Fluxo de Caixa (DFC). Balanço Patrimonial (BP) O Balanço Patrimonial é o relatório contábil que apresenta infor- mações sobre a situação patrimonial da empresa. Ele informa a situação da entidade com relação ao volume monetário qt1e se faz presente na estrutura, quanto aos seus bens/direitos (Ativo), deveres/obrigações (Passivo) e Condição Patrimonial Líquida (PL). Todavia, é importante que fique claro que todos esses dados se referem a determinado momento temporal (uma data em caráter pontual); ou seja, o BP deve ser visto como uma represe11tação sintética e estática da sitt1ação de uma empresa ao término de determinado dia, um corte temporal transver- sal. Podemos dizer que ele é uma fotografia do patrimônio (um inve11tário) realizado naqt1ela data. No Qt1adro 1.1, está • t • • • apresentada a estrutura básica de um Balanço Patrimonial, de acordo com as determinações da Lei n . 6.404, de 15 de dezem- bro de 1976 (Brasil, 1976). Q1.1adro 1.1 - Estrutura básica do Balanço Patrimonial ATIVO At ivo Circulante (AC) Caixa e Equiva lentes de Caixa Caixa Bancos Aplicações Financeiras Clientes Estoques Despesas do Exercício Seguinte At ivo NãoCirculante (ANC) Realizável a Longo Prazo Estoque a Longo Prazo Investimentos Participações em Outras Empresas Imobilizado Máquinas, Equipamentos, Prédios Intangível Marcas, Patentes PASSIVO + PATRIMÔNIO LÍQUIDO Passivo Circulante (PC) Fornecedores Empréstimos Financiamentos Arrendamento Mercantil Obrigações Trabalhistas Obrigações Tributárias Provisões Passivo Não Circulante (PNC) Empréstimos Patrimônio Líquido (PL) Capital Social Reserva de Capita l (-)Ações em Tesouraria Reserva de Lucros Ajustes de Ava liação Patrimonial (- )Prejuízos Acumulados Com relação à nah1reza das informações que o Balanço Patrimonial presta, ternos que uma das principais utilidades é per1nitir apurar as relações existentes entre os investimen- tos feitos no Ativo e os financiamentos contraídos para tanto, registrados no Passivo (capital de terceiros) e no Patrimônio Líquido (capital próprio). Para essa análise, são calctilados Írldices de liquidez, que podem ser de liquidez imediata, cor- rente, seca e geral. O índice de liquidez corrente (ou indicador de liquidez corrente) é u1n dos instrumentos mais utilizados para ttma análise fi11anceira. Ele apresenta a relação entre o AC e PC. Por esse motivo, vamos nos ater à liquidez corrente para demonstrar as informações que podem ser extraídas em ttm Balanço Patrimonial. A fórmula da liquidez corrente é • t • • • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Ativo Circulante LC = -------- . • • • • . • . Passivo Circulante · ' ' . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. . Esse índice demonstra a saúde financeira ou econômica da empresa, sua capacidade de pagar as obrigações de curto prazo. , Indices maiores que 1,0 indicam que a empresa tem recur- sos no Ativo Circulante maiores que os recursos financeiros presentes no Passivo Circulante. Ou seja, ela possui recursos para cobrir todas as obrigações de curto prazo registradas no Passivo Circulante e ainda apresenta excedentes. Por exem- plo, se a empresa apresentar um í11dice de liquidez corrente de 1,2, significa que tem capacidade para pagar todas as stias obrigações de curto prazo e ainda lhe sobra R$ 0,20 para cada R$ 1,00 de dívida. Podemos também aptirar com o BP, de forma 1nacro, o Capital Circulante Líquido (CCL), que é a diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante. Representa a folga financeira, quanto maior o CCL, maior é o valor excedente que a empresa possui no seu ativo circulante para fazer frente às obrigações de curto prazo. Da mesma forma, quanto menor é o valor do CCL, menor é o valor excedente que a empresa possui no seu ativo circulartte para honrar suas obrigações de curto prazo se forem iguais, sua situação de capital circulante líquido é neutra, pois no curto prazo o Ativo Circulante e o Passivo Circulante apresentam o mesmo montante de recursos, o que significa que não existem valores excedentes. Ou seja, o BP permite apurar a necessidade de capital de giro da empresa e/ou a qualidade da dívida da empresa. Agora, vamos analisar esses dois conceitos de maneira grá- fica: o CCL e a Liquidez Corrente. Nesse sentido, vamos ana- lisar o balanço composto de três estrutt1ras, aprese11tadas no Quadro 1.2. • t • • • Quadro 1.2 - Uma análise sistémica do Balanço Patrimonial Neste exemplo, o volume do Ativo circulante (AC) (Caixa, Direito a Receber, Estoques, dentre outras contas de curto prazo) apresenta o mesmo va lor que o Passivo Circulante (PC) (Fornecedores, Folha de Pagamentos, dentre outras obrigações de curto prazo). Portanto, o mesmo ocorre entre o Ativo Não Circulante (ANC) e o Passivo Não Circulante (PNC) + Património Líquido (PL). A empresa apresenta um equilíbrio no curto prazo entre o financiamento e o investimento, assim, sua operação apresenta uma situação estável, a qual se reflete em um índice de liquidez corrente igual a 1 (para cada RS 1,00 de PC ela tem RS 1,00 de AC). Agora, temos que o volume do Ativo Circulante é maior do que o va lor do Passivo Circulante. Portanto, o Ativo Não Circulante é menor que o Passivo Não Circulante+ Patrimônio Líquido. O que isso significa? A empresa apresenta um desequilíbrio favorável no curto prazo entre a linha de financiamento e o investimento. Ou seja, temos que parte do financiamento de longo prazo (PNC+PL) está sendo usado no AC, assim, a operação dessa empresa apresenta um índice de liquidez corrente maior que 1 (para cada RS 1,00 de PC ela tem mais de RS 1,00 de AC para honrar seus compromissos, ela está tranquila no curto prazo). Por fim, temos que o volume do Ativo Circulante é menor do que o va lor do Passivo Circulante. Portanto, o Ativo Não Circulante é maior que o Passivo Não Circulante+ Patrimônio Líquido. A empresa apresenta um desequilíbrio desfavorável entre a linha de financiamento de curto prazo e o investimento de curto prazo. Ou seja, temos aqui que parte do financiamento de curto prazo sendo usado no ANC, assim, a operação dessa empresa apresenta um índice de liquidez corrente menor que 1 (para cada RS 1,00 de PC ela tem menos de RS 1,00 de AC para honrar seus compromissos, por certo ela terá dificu Idade para honrar seus compromissos financeiros). FoNT.: Elaborado com base em Assaf Neto, 2015, p. 188. • t • • • Talvez você esteja pensando: "O que isso tem a ver com a gestão de custo?". A resposta a esta pergunta é: "Tudo!". Durante um processo de planejamento sistêmico dos custos da indústria, os gestores são obrigados a definir os volumes de estoque que devem ser mantidos pela empresa (n1atéria-prima, embalagem, produto final etc.). Assim, se o volume total dos estoques for superestimado, o custo para mantê-los será igual- mente elevado (um verdadeiro desperdício de dinheiro; algo que, por sinal, é preciso eliminar); ou, pior ainda, esses valo- res excedentes podem desequilibrar a estrutura patrimonial de tal forma (em sentido desfavorável) que a própria conti- nuidade da empresa pode ser comprometida nesse processo. Agora que ficou clara a importância do BP, vamos analisar a De1nonstração de Resultados. Demonstração de Resultados (DR) A Demonstração de Resultados é um relatório contábil que traz informações sintéticas e dinâmicas sobre o resultado econô- mico de um período. Ela informa se a empresa teve lucro ou prejt1ízo em dado intervalo de tempo. Isso significa qt1e não é uma fotografia (como no caso do BP); na verdade, a DR está, nessa analogia, mais para um filme, uma vez que os 11úmeros presentes na DR são valores acumulados sobre a operação da empresa durante dado período (Quadro 1.3), cujo objetivo é contar a 11istória do comportamento da empresa quanto à for- mação de sua receita e dos dispêndios disponibilizados para gerá-la. As operações registradas na DR seguem o Regime de Competência, que é o registro dos efeitos financeiros das transações e eventos nos períodos que ocorreram, indepen- dentemente de terem sido recebidos ou pagos. • t • • • Quadro 1.3 - Demonstrativo de Resultado + Receita Operacional Bruta - Cancelamentos/Abatimentos/ Impostos (Venda) - Receita Operaciona l Líquida - Custos do Produto/Mercadoria/Serviço Vendido - Resultado Bruto - Despesas Administrativas e Comerciais/ Venda - Resultado antes das Desp./Receitas Financeiras . .. Receita (+) ou Despesa(- ) Financeira - Resultado antes dos Tributos sobre o Lucro - Tributação sobre o Lucro - Resultado do Exercício (lucro/ Prejuízo) Como demonstra o Quadro 1.3, as receitas brtitas estão na primeira linha do relatório. Elas tratam dosvalores que foram obtidos pelas vendas dos bens prodt1zidos, porém o valor que interessa é aqtiele denominado Receíta Operacíonal Líquida, pois é desse valor que o gestor vai se apropriar para honrar seus compromissos e, se for possível, obter lucro no final. O Custo do Produto Vendido (CPV) é o termo u.tilizado na quarta linha para indicar que a empresa é do setor indus- trial, pois, se fosse comercial, o termo seria Custo da Mercadoria Vendida e, no caso de prestadora de serviço, teríamos Custo do Serviço Prestado. O valor do CPV representa quanto custou o consumo dos recursos ut ilizados para gerar os produtos que foram vendidos. Assim, é preciso ficar aten to ao nível de valor, pois é ele que determina o Resultado Bruto da operação, o qual mostra quão eficiente a gestão de custos da fábrica tem sido para qt1e o capital possa cobrir as despesas que a empresa tem para manter toda a estrutura administrativa, comercial e financeira e, além disso, gerar lucro. Logicamente, a fábrica não pode levar todo o fardo de um prejuízo, caso ocorra; a busca pelo lt1cro tem de ser uma preocupação de toda a empresa. Pelo viés prático, (ou seja, além dos limites contábeis), a gestão • t • • • estratégica do custo deve se estender para uma visão sistêmica sobre toda a empresa, de for1na que, caso determinado gestor não tenha autoridade sobre certas despesas da empresa, ele pelo me11os tenha te11ha apoio institucional para argumentar junto àqueles que a detêm. Demonstração dos Fluxos de Caixa (DFC) A Demonstração dos Fluxos de Caixa é um relatório contábil que evidencia as movimentações ocorridas no grupo Caixa e Equivalentes de Caixa, em determinado período de tempo. As informações sobre o Flt1xo de Caixa de t1ma entidade são úteis para proporcionar aos usuários das demonstrações uma base para avaliar a capacidade da entidade de gerar caixa, a época de sua geração e o grau de certeza de sua realização. Os usuários das demonstrações contábeis de uma entidade estão interessados em saber como a e11tidade gera caixa, pois precisam pagar suas obrigações e proporcionar t1m retorno para seus investidores, como demonstra o Quadro 1.4. Qtiadro 1.4 - Demonstração dos Fluxos de Caixa Demonstração dos Fluxos de Caixa Fluxos de Caixa das Atividades Operacíonais (+)Recebimentos de Clientes (- )Pagamentos de Fornecedores (- ) Pagamentos para Empregados (=)Caixa Líquido Gerado pelas Atividades Operacionais (a) Flux.os de Caixa das At ividades de Investimentos (-)Aquisição de Participação em Empresas (- )Compra de Ativo Imobilizado (+)Venda de Ativo Imobilizado (- )Caixa Líquido Gerado pelas Atividades de Investimento (b) Fluxos de Caixa das Atividades de Finan ciam ento (+)Recebimento pela Emissão de Ações (+) Recebimento por Empréstimo de Longo Prazo (- )Pagamento de Empréstimos de Longo Prazo (=)Caixa Líquido Gerado pelas Atividades de Financiamento (e) Aumento/Redução Liquido de Caixa ou Equivalent es de Caixa (a+b+c) Caixa e Equivalentes de Caixa no Início do Período Caixa e Equivalentes de Caixa no Final do Período • t • • • O BP e a DR são elaborados segundo o preceito do Regime de Competência (lembrando: as operações são registradas quando elas ocorrem), já a DFC é elaborada pelo Regime de Caixa, ou seja, demonstra efetivamente a capacidade da empresa de gerar recursos de curto prazo (caixa, valores en1 bancos e em aplica- ções financeiras). A DFC complementa as demais demonstra- ções, como a DR, pois esta última objetiva demonstrar o lucro gerado pela empresa em deter1ninado período, inas não neces- sariamente quando esse lucro gerará caixa, pois a empresa pode efetuar vendas a prazo ou ainda realizar gastos com postergação dos pagamentos (a prazo). A DFC mostra quanto desse lucro é caixa e equivalentes de caixa, divididos em três fluxos diferentes: a) fluxo de caixa operacional; b) fluxo de caixa de financiamento; c) fluxo de caixa de investimento. A DFC fornece evidências aos usuários quanto à natureza das entradas e saídas do caixa da empresa, se provêm da ativi- dade da empresa, se ocorreram nas operações de investimentos, como bens do imobilizado, ou ainda se os rect1rsos provêm das operações de financiamentos, como empréstimos com ter- ceiros ou ainda recursos dos sócios/acionistas da companl1ia. Por tanto, a DFC apresenta as origens dos recursos (entradas) e a sua aplicação em determinado período de tempo (saídas). Existem ainda muitos outros relatórios contábeis i11teressan- tes (por exemplo, Demonstração das Mutações do Patrimônio Líquido - DMPL, Demonstração do Valor Adicionado - DVA, Demonstração do Resultado Abrangente etc.), mas os três aqui apresentados já permitem ter uma boa visão da importância dos relatórios contábeis para a gestão estratégica dos custos. No próximo capítulo, vamos abordar as formas como podemos classificar os custos durante nossas análises. • t • • • Estudo de caso A empresa Enrolados Ltda. está preocupada com sua situação financeira e precisa de auxílio para determinar seus índices de liquidez corrente e capital circulante líquido. Vamos ajudá-la? Para isso, precisamos do Balanço PatriJnonial da empresa para, então, efetuar os cálculos e a interpretação dos resultados. Balanço Patrimonial em 31/12/X1 - Empresa Enrolados Ltda. Ativo (R$) Passivo+ Patrimônio líquido (R$) Ativo Circulante Passivo Circulante Caixa 1.000 Fornecedores 2.000 Banco Conta 3.000 Empréstimos 8.000 Movimento Estoques 6.000 Contas a Pagar 4.000 Ativo Não Circulante Passivo Não Circulante Realizável A Longo Prazo 500 Empréstimos 4.000 Investimentos 1.500 Patrimônio Líquido Imobilizado 10.000 Capital 4.000 Intangível 1.000 Reservas 1.000 Tota l (R$) 23.000 Total (R$) 23.000 , Para calcular o Indice de Liquidez Corrente, vamos precisar do Ativo Circulante e Passivo Circulante, e aplicar a fórmula: L. "d C AC 1qu1 ez orrente = -- PC 10.000,00 14.000,00 AC = 1.000+3.000+6.000 PC = 2.000+8.000+4.000 = 0,71 . . • • . . • • . . • • . . • • . . • • . . • • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Para ajudar na interpretação dos dados, vamos calcular o Capital Circulante Líquido, que demonstra em valores absolt1tos: • t • • • . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Capital Circulante Líquido (CCL) =AC - PC = 10.000,00- 14.000,00 = (4.000,00) Vamos interpretar os dados? Como vi1nos anteriormente, o índice de liquidez corrente menor que 1 indica desequilíbrio financeiro, ou seja, como o índice foi de 0,71, a empresa apresenta desequilíbrio desfavo- rável entre os recursos de terceiros (obrigações) que estão no Passivo Circulante e os recursos que estão no Ativo Circulante. Um índice de liquidez menor que 1 indica que a empresa não tem recursos suficientes no Ativo Circulante para pagar os compromissos que estão no Passivo Circulante. E, se quisermos analisar em reais, qual é o montante do desequilíbrio desfavorável? Para isso, recorremos ao apoio do Capital Circulante Líquido, que indica o valor i1egativo de R$ 4.000,00, ou seja, a empresa te1n R$14.000,00 de obrigações no Passivo Circulante e so1nente R$ 10.000,00 no Ativo Circulante para fazer frente às obriga- ções. Se fosse necessário pagar todas as obrigações na data do balanço, não teria recursos suficientes, comprovando que a empresa tem razão em estar preocupada com st1a sitt1ação financeira, pois requer cuidados. Síntese A gestão estratégica de custos em umaempresa exige tlm envol- vimento multidisciplinar, dentre outras áreas, da economia e da contabilidade. A ciência econô1nica auxilia o processo de gestão de custos fornecendo teorias que buscam explicar o comportamento da firma e do mercado. Entre essas teorias, • t • • • temos a da escola neoclássica, que fornece um instrumental analítico poderoso ao co11siderar as relações existentes entre as curvas da receita, do custo e do lucro. Quanto à contabilidade, temos, nessa área do conhecime11to, a principal fonte de informação íntegra e tempestiva sobre uma empresa. Forjada ao longo dos séculos, segundo as necessida- des dos tomadores de decisão, essa linguagem dos negócios cumpre sua n1issão, basicamente, por meio de dt1as linhas distintas de divulgação: a da contabilidade gerencial e da finan- ceira. A primeira elaborada de forma customizada às neces- sidades dos usuários internos (gestores). A segunda, rígida na padronização de seus relatórios, para assim atender seus diferentes tipos de usuários externos (fornecedores, bancos, governo etc.). Questões para revisão , 1. (A11visa - Analista Administrativo Area 2 - Cetro, 2013) A empresa Parolin S/A apresentou, em suas Demonstrações Financeiras encerradas em 31/12/2012, os valores abaixo. Caixa e Bancos 20.000 Estoques 30.000 Ativo Circulante 50.000 Imobilizado 15.000 Intangível 5.000 Ativo não Circulante 20.000 Ativo Total 70.000 Passivo Circulante 40.000 Passivo não Circulante 25.000 Patrimônio 5.000 Passivo Total 70.000 • t • • • Com base nesses dados, é correto afirmar que o departa- me11to financeiro da empresa, ao calcular a liquidez corrente, encontrará o segtlinte índice: a) 0,50. b) 0,71. c) 0,80. d) 0,60. e) 1,25. 2. (CFC - Bacharel em Ciências Contábeis - 2014) Uma socie- dade empresária apresentou os seguintes dados do Balanço Patrimonial, em 31.12.2013: ATIVO (RS) 196.000 PASSIVO (R$) 196.000 Ativo Circulante 96.800 Passivo Circulante 67.000 Ativo Não Circulante 99.200 Passivo Não Circulante 82.000 Realizável a Longo Prazo 35.000 Patrimônio Líquido 47.000 Investimentos 4.300 Imobil izado 59.100 Intangível 800 Considerando os dados do Balanço Patrimonial acima, o valor do Capital Circulante Líquido - CCL da empresa, em 31.12.2013: a) corresponde a R$ 17.200,00 decorre11te da diferença entre o Ativo Não Circulante e o Passivo Não Circulante. b) correspo11de a R$ 29.800,00 decorrente da diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo Circulante. c) correspo11de a R$ 47.000,00, pois CCL corresponde aos Recursos Próprios do Patri1nônio Líq11ido. d) corresponde a R$ 96.800,00, pois CCL é disponível no Ativo Circulante. 3. (BNDES - Profissional Básico de Economia - Cesgranrio, 2011) O valor monetário do custo total de produção (CT) de uma empresa, em determinado período, é dado pela expres- são CT = 10 + q + O,lq2, onde q é a quantidade produzida no • t • • • período, e os parâmetros numéricos estão expressos nas unid.ades adeqt1adas. Se q = 10, o valor do custo total e do médio será de qt1anto? 4. Qual a importância da curva da receita na gestão estratégica de custos de uma empresa? 5. Assinale as afirmativas a seguir com verdadeiro (V) ou falso (F): ( ) O lucro máximo de uma operação sempre ocorrerá no ponto onde o custo médio total da empresa é mínimo. ( ) Após vencido o ponto de eqt1ilíbrio, segt1ndo a teoria econômica, sempre a empresa vai auferir lucro à medida que aumenta suas vendas. ( ) O custo variável trata-se do valor monetário do consumo do fator prodt1ção que é tido como sendo de natureza fixa. ( ) A inclinação da curva do custo total é determinada pelo ct1sto fixo. Marque a alternativa que expressa a sequência correta: a) V, F, F, V. b) V, F, F, F. c) F, F, F, F. d) F, V, F, V. e) V, V, F, V. Questões para reflexão l. Na st1a visão, o gestor de custos deve interagir com outros setores ot1 traball1ar isoladamente na busca pela melhoria e redução nos custos da empresa? 2. Você, como gestor de uma empresa, utilizaria quais das duas contabilidades apresentadas para obter dados a fim de auxiliar na gestão estratégica de custos? • t • • • Saiba mais Os relatórios contábeis, como vimos, são regidos por postula- dos, princípios, convenções, características qualitativas e leis. Para compreendê-los melhor, é necessário consultar as leis que os norteiam: Lei n. 6.404/1976 - conhecida como Lei das Sociedades Anônimas: BRASIL. Lei n. 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Diário Oficial da União, Poder Legislativo, Brasília, DF, 17 dez. 1976. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/16404compilada.htm>. Acesso em: 30 maio 2016. Resolução do Conselho Federal de Contabilidade n. 750/1993, atualizada pela Resolução 1.282/2010 - dispõe sobre os Princípios de Contabilidade: CFC - Conselho Federal de Contabilidade. Resolução n. 750, de 29 de dezen1bro de 1993. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 31 dez. 1993. Disponível em: <http://www.portaldecontabilidade.com.br/legislacao/ resolucaocfc774.htm>. Acesso em: 30 maio 2016. __ . Resolução n. 1.282, de 28 de maio de 2010. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2 jun. 2010. Disponível em: <http://portaldeauditoria. com.br/resolucoescfc/resolucao-cfc-1282_2010.asp>. Acesso em: 30 maio 2016. NBC TG Estrutura Conceituai, aprovado pela Resolução CFC 1.374/2011, que dispõe sobre a Estrutura Conceitua] para Elaboração e Divulgação de Relatório Contábil-Financeiro: CFC - Conselho Federal de Contabilidade. Resolução n. 1.374, de 8 de deze1nbro de 2011. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 16 dez. 2011. Disponível em: <http://www.normaslegais.co1n.br/legislacao/ resolucao-cfc-1374-2011.htm>. Acesso em: 30 maio 2016. NBC TG 26 (R2), que dispõe sobre a apresentação das demonstrações contábeis: CFC - Conselho Federal de Contabilidade. Norma Brasileira de Contabilidade CFC n. 26(R2) de 21 de novembro de 2014. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 112 dez. 2014. Disponível em: <https://wwvv. legisweb.com.br/legislacao/?id 277895>. Acesso em: 30 maio 2016. • t • • • • • • • • • • • • • • • • 1 • • • 1 • • • • • • • • • • • 1 1: • • • • 1 • • 1 • • • • ~ ~~~~~~~~~~~~~~~~~~! Conteúdos do capítulo: • Tipos de dispêndios. • Custo fixo e variável. • Custo direto e indireto. • Outras formas de ver os custos. Após o estudo deste capítulo, você será capaz de: 1. identificar de maneira crítica a natureza de diferentes dispêndios; 2. entender os impactos dos recursos nas operações da empresa; 3. encontrar a classificação mais adequada dos custos ao processo decisório. • 1 . < i • i • 1 l i t 1 alvez um dos maiores problemas da sociedade moderna -..-- seja o atrito no ato da comunicação. Podeinos perceber isso quando, por exemplo, dizemos uma coisa e o ouvinte entende outra. Se até mesmo fatos cotidianos, como o fim de um filme, um registro que pode ser visto e revisto iní1meras vezes, pode gerar interpretações diferentes e, por consequência, calorosos debates sobre quem está certo, imagine o que algumas palavras mal-entendidas pode1n gerar em un1 processo de gestão estraté- gica de custos. No mínimo, a falência do planejamento elaborado. Você pode estar se perguntando: "é possível resolver ou pelo menos minimizar os efeitos desse problen1a?". A resposta é: sim! E a maneira para fazer isso, por incrível que pareça, é simples. Basta padronizar o uso dos termos-chave entre aque- les que estão envolvidos na batalha contra o desperdício, o que, logicamente, exige estabelecer um padrão que seja sólido, confiável e amplamente aceito. Nesse
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