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Jogos, Brinquedos e Brincadeiras Curso Técnico em Lazer Maria Hermínia de Sousa Guedes ISBN: Jogos, Brinquedos e Brincadeiras Maria Hermínia de Sousa Guedes 2011 Pinheiral - RJ RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO FEDERAL Presidência da República Federativa do Brasil Ministério da Educação Secretaria de Educação a Distância Equipe de Elaboração Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro – IFRJ Coordenação Institucional Reginaldo Ribeiro Soares/ IFRJ Professor-autor Maria Hermínia de Sousa Guedes/IFRJ Comissão de Acompanhamento e Validação Universidade Federal de Santa Catarina – UFSC Coordenação Institucional Araci Hack Catapan/UFSC Coordenação do Projeto Silvia Modesto Nassar/UFSC Coordenação de Design Instrucional Beatriz Helena Dal Molin/UNIOESTE e UFSC Coordenação de Design Gráfico Carlos Antônio Ramirez Righi/UFSC Design Instrucional Andreza Regina Lopes da Silva/UFSC Web Master Rafaela Lunardi Comarella/UFSC Web Design Beatriz Wilges/UFSC Gustavo Mateus/UFSC Mônica Nassar Machuca/UFSC Diagramação André Rodrigues/UFSC Andréia Takeuchi/UFSC Caroline Ferreira da Silva/UFSC Juliana Tonietto/UFSC Revisão Júlio César Ramos/UFSC Projeto Gráfico e-Tec/MEC Catalogação na fonte pela Biblioteca Universitária da Universidade Federal de Santa Catarina © Instituto Federal do Rio de Janeiro Este Caderno foi elaborado em parceria entre o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro e a Universidade Federal de Santa Catarina para o Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil – e-Tec Brasil. G924 j Guedes, Maria Hermínia de Sousa Jogos, brinquedos e brincadeiras / Maria Hermínia de Souza Guedes. – Pinheiral : Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia, 2011. 86p. : il Inclui bibliografia. Elaborado para o Curso Técnico em Lazer do Sistema Escola Técnica Aberta do Brasil (e-Tec Brasil) 1. Brincadeiras. 2. Jogos. 3. Recreação. 4. Folclore – Brasil. I. Título. CDU : 371.382 e-Tec Brasil33 Apresentação e-Tec Brasil Prezado estudante, Bem-vindo ao e-Tec Brasil! Você faz parte de uma rede nacional pública de ensino, a Escola Técnica Aberta do Brasil, instituída pelo Decreto nº 6.301, de 12 de dezembro 2007, com o objetivo de democratizar o acesso ao ensino técnico público, na mo- dalidade a distância. O programa é resultado de uma parceria entre o Minis- tério da Educação, por meio das Secretarias de Educação a Distancia (SEED) e de Educação Profissional e Tecnológica (SETEC), as universidades e escolas técnicas estaduais e federais. A educação a distância no nosso país, de dimensões continentais e grande diversidade regional e cultural, longe de distanciar, aproxima as pessoas ao garantir acesso à educação de qualidade, e promover o fortalecimento da formação de jovens moradores de regiões distantes, geograficamente ou economicamente, dos grandes centros. O e-Tec Brasil leva os cursos técnicos a locais distantes das instituições de en- sino e para a periferia das grandes cidades, incentivando os jovens a concluir o ensino médio. Os cursos são ofertados pelas instituições públicas de ensino e o atendimento ao estudante é realizado em escolas-polo integrantes das redes públicas municipais e estaduais. O Ministério da Educação, as instituições públicas de ensino técnico, seus servidores técnicos e professores acreditam que uma educação profissional qualificada – integradora do ensino médio e educação técnica, – é capaz de promover o cidadão com capacidades para produzir, mas também com auto- nomia diante das diferentes dimensões da realidade: cultural, social, familiar, esportiva, política e ética. Nós acreditamos em você! Desejamos sucesso na sua formação profissional! Ministério da Educação Janeiro de 2010 Nosso contato etecbrasil@mec.gov.br e-Tec Brasil5 Indicação de ícones Os ícones são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de linguagem e facilitar a organização e a leitura hipertextual. Atenção: indica pontos de maior relevância no texto. Saiba mais: oferece novas informações que enriquecem o assunto ou “curiosidades” e notícias recentes relacionadas ao tema estudado. Glossário: indica a definição de um termo, palavra ou expressão utilizada no texto. Mídias integradas: sempre que se desejar que os estudantes desenvolvam atividades empregando diferentes mídias: vídeos, filmes, jornais, ambiente AVEA e outras. Atividades de aprendizagem: apresenta atividades em diferentes níveis de aprendizagem para que o estudante possa realizá-las e conferir o seu domínio do tema estudado. e-Tec Brasil7 Sumário Palavra do professor-autor 9 Apresentação da disciplina 11 Projeto instrucional 13 Aula 1 – Perspectivas teóricas, conceitos e concepções para o jogo e a brincadeira 15 1.1 Jogo: conceitos e abordagens 15 1.2 Jogo: Definição e objetivos dos jogos 16 1.3 Importância do jogo 17 1.4 Classificação dos jogos 17 1.5 Formações dos jogos 19 1.6 Aproveitando os jogos 21 1.7 O que é brincadeira? 21 1.8 Quem faz a cultura do brincar? 22 1.9 Sugestões de jogos 23 Aula 2 – A história dos brinquedos e das brincadeiras e o desenvolvimento humano 31 2.1 Histórico das brincadeiras 31 2.2 Sugestões de brincadeiras 32 2.3 Histórico dos brinquedos 34 2.4 História de alguns brinquedos mais comuns 34 Aula 3 – As riquezas do folclore brasileiro 39 3.1 O que é folclore? 39 3.2 Brincadeiras do folclore brasileiro 40 3.3 Brinquedos rimados, cantados e cantigas de roda 46 3.4 Brinquedos folclóricos 49 3.5 Trava-língua 50 3.6 Danças folclóricas 52 3.7 Adivinhas 54 Aula 4 – O brincar e o conhecimento 57 4.1 Histórico dos jogos 57 4.2 Para que servem os jogos 58 4.3 O jogo e a brincadeira como dimensões da linguagem humana 58 4.4 Jogos de outras culturas 59 Aula 5 – Jogos competitivos, cooperativos e eletrônicos 65 5.1 Competição 65 5.2 Competição e cooperação 66 5.3 Jogos eletrônicos 69 5.4 Sugestões de jogos competitivos e cooperativos 71 Aula 6 – Dinâmicas de grupo como atividades de lazer 75 6.1 Conceito e histórico 75 6.2 Tipos de dinâmica 76 6.3 Entendendo o uso da dinâmica 77 6.4 Sugestões de dinâmicas 78 Referências 84 Currículo da professora-autora 86 Jogos, Brinquedos e Brincadeirase-Tec Brasil 8 e-Tec Brasil9 Palavra do professor-autor Prezado estudante, Estamos caminhando para um novo caderno que trata de jogos, brinquedos e brincadeiras. Trataremos de um assunto fascinante, o qual nos transforma por meio de alegrias e situações inesquecíveis criadas em qualquer idade. É nos jogos, brinquedos e brincadeiras que temos momentos especiais em nossas vidas, esquecendo até mesmo quem somos para mergulhar nesse mundo tão diferente do nosso cotidiano e tão igual em alguns momentos. É por intermédio do jogo que conhecemos as pessoas, pois quando jogamos entramos no mundo lúdico, voltando toda nossa atenção para o brincar; e é nesse momento que ficamos transparentes à sociedade, pois surgem sentimentos que não conseguimos esconder. Somos capazes de ter atitudes bem radicais, enfrentar situações diante das quais normalmente não tería- mos coragem. Neste caderno teremos a oportunidade de vivenciar as emoções provoca- das pelo jogo, estudando com detalhes muitos deles e outras atividades relacionadas a essa prática. Além disso, conheceremos um pouco do Brasil pormeio das riquezas culturais do nosso folclore, brincadeiras, danças, adi- vinhas, entre outros. Antes de seguir, deixamos aqui uma frase para sua reflexão: Se quiser conhecer realmente uma pessoa, jogue com ela. Bom trabalho! Professora Maria Hermínia de Sousa Guedes e-Tec Brasil11 Apresentação da disciplina A disciplina Jogos, Brinquedos e Brincadeiras é de extrema importância a você, futuro profissional da área de lazer, pois nela você encontrará um suporte teó- rico além de atividades práticas dirigidas a sua atividade profissional. Para um bom aproveitamento, apresentaremos inicialmente os conceitos de jogos e brincadeiras, além de seus diversos tipos e histórico. Veremos também como os jogos e as brincadeiras podem contribuir com o desenvolvimento das pessoas que deles fazem uso. Apresentaremos também algumas sugestões de atividades para que você possa utilizá-las na sua atividade profissional. Faremos ainda uma viagem cultural através do folclore brasileiro a fim de explorar melhor o histórico, as brincadeiras, as danças, os brinquedos, os trava-línguas, os provérbios e as adivinhas. Teremos a oportunidade de observar, através de exemplos, os jogos cooperati- vos e competitivos para que possamos compreender qual o melhor momento de usarmos esses jogos em nossos eventos. Além disso, vamos conhecer a origem dos jogos eletrônicos e sua importância no mundo atual. Por fim, encerraremos nossa disciplina explorando um pouco sobre o que são dinâmicas, seu histórico e tipos, e teremos também sugestões de di- nâmicas para fins de lazer, a serem utilizadas futuramente por você, futuro técnico em lazer, nos momentos de aplicação dos seus conhecimentos. Para que consiga aproveitar ao máximo esta disciplina, sugerimos que, ao lon- go deste caderno, você cumpra as tarefas propostas em cada aula e busque auxílio de seu tutor no Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem (AVEA), sempre que necessário, para melhor compreensão dos assuntos estudados. Esperamos que ao final desta disciplina você consiga atingir seu objetivo com muito dinamismo e disposição, qualidades necessárias para que o pro- fissional do lazer tenha sucesso. e-Tec Brasil13 Disciplina: Jogos, Brinquedos e Brincadeiras (carga horária: 40h). Ementa: Perspectivas teóricas, conceitos e concepção para o jogo e a brinca- deira, história dos brinquedos e brincadeiras, e o desenvolvimento humano, as riquezas do folclore brasileiro, o brincar, a brincadeira e os jogos como conhecimento e patrimônio cultural da humanidade, jogos competitivos, cooperativos e eletrônicos, dinâmicas de grupo como atividade de lazer. AULA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM MATERIAIS CARGA HORÁRIA (horas) 1. Perspectivas teóricas, conceitos e concepções para o jogo e a brincadeira. Compreender os conceitos de jogos e brincadeiras. Identificar as principais teorias e concep- ções sobre jogos e brincadeiras. Reconhecer a importância dos jogos. Conhecer a classificação e formação dos jogos. Caderno impresso. Curiosidades. Disponível em: www.museudosbrinquedos. org.br 8 2. A história dos brinquedos e das brincadeiras e o desenvolvimento humano. Compreender o histórico dos brinquedos e das brincadeiras. Perceber a importância do brincar no desenvolvimento humano. Reconhecer as brincadeiras e os brinque- dos. Caderno impresso. Texto complementar: “A importância do brincar”, de Lourdes Bernadete, Railda Bispo e Simone Santos. Disponível em: www.faced.ufba.br/~ludus/tra- balhos/2002.1/impbrinc.doc 6 3. As riquezas do folclore brasileiro. Conhecer as brincadeiras e os jogos do folclore brasileiro. Identificar as riquezas culturais do folclore brasileiro. Perceber a variedade de danças do folclore brasileiro. Entender o conceito de folclore. Caderno impresso. Texto complementar disponível em: www.suapesquisa.com/ folclorebrasileiro/folclore.htm 8 4. O brincar, a brincadeira e os jogos como conhe- cimento. Compreender o histórico dos jogos. Reconhecer o brincar, a brincadeira e os jogos, como forma de conhecimento e como partícipes do patrimônio cultural da humanidade. Conhecer jogos de outras culturas. Caderno impresso. Texto complementar disponível em: www.tvcultura.com.br/ aloescola 6 (continua) Projeto instrucional AULA OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM MATERIAIS CARGA HORÁRIA (horas) 5. Jogos competiti- vos, cooperativos e eletrônicos. Compreender a diferença entre jogos cooperativos e competitivos. Perceber a importância da tecnologia nos jogos. Conhecer o histórico dos jogos eletrônicos. Caderno impresso. Texto complementar disponível em: www.jogoscooperativos. com.br/entendendo_os_jogos. htm Livro Jogos cooperativos Brotto – de Fábio Otuzi. 6 6. Dinâmicas de grupos como ativi- dade de lazer. Conhecer o conceito e o histórico das dinâmicas. Diferenciar os tipos de dinâmicas. Entender o uso das dinâmicas como atividades de lazer. Caderno impresso. Texto complementar disponível em: www.esoterikha.com/ Coaching-pnl/esemplos-de- -dinamicas-de-grupos-em-sala- -de-aula.com-motivaçap-para- -alunosphp Livro Aprendendo a ser e a conviver, de Margarida Serrão e Maria Clarice Baleeiro. 6 (conclusão) Jogos, Brinquedos e Brincadeirase-Tec Brasil 14 e-Tec Brasil Aula 1 – Perspectivas teóricas, conceitos e concepções para o jogo e a brincadeira Objetivos Compreender os conceitos de jogos e de brincadeiras. Identificar as principais teorias sobre jogos e brincadeiras. Reconhecer a importância dos jogos. Conhecer a classificação e formação dos jogos. 1.1 Jogo: conceitos e abordagens Uma das mais clássicas obras produzidas sobre o jogo é Homo Ludens, de Johan Huizinga, que considera o jogo como algo que é anterior à própria civilização e que, portanto, necessita ser abordado com uma boa dose de reverência, isto é, com o devido zelo, e observado de acordo com suas re- lações históricas, culturais e sociais. Para ele: O jogo é uma atividade ou ocupação, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livre- mente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, dotado de um fim em si mesmo, acompanhado de um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferente da “vida cotidiana”. (HUIZINGA, 1996, p. 33). Respeitando profundamente o pioneirismo de Huizinga e reconhecendo o valor de sua obra até os dias atuais, entendemos que a noção de jogo, ao longo dos anos, vem se transformando e se diversificando bastante. O jogo, desde suas primeiras manifestações, esteve imerso num ambiente muito dinâmico e de constantes modificações, quanto as suas definições, aplicações e dimensões. Alguns autores, entre eles Bruhns (1993), Freire (1989), Friedmann (1996) e Paes (1996), concordam com a ideia de que há muita controvérsia a respeito do jogo, especialmente sobre as noções de jogo, brincadeira, brinquedo, atividade lúdica e esporte. Reverência Respeito às coisas sagradas, consideração, designação dos eclesiásticos, saudação em que se inclina o busto e dobram os joelhos, mesura. Fonte: Ferreira (2008). e-Tec BrasilAula 1 – Perspectivas teóricas, conceitos e concepções para o jogo e a brincadeira 15 As fronteiras entre brincadeiras, lutas, danças, ginástica, jogo e esporte são muito tênues e permeáveis, permitindo uma grande aproximação e intera- ção entre essas diferentes manifestações. Dessa maneira, segundo Brotto (2002), as distinções servem mais para uma exposição didática do assunto e menos a uma compreensão rígida e estanque sobre a dimensão lúdica da experiência humana. 1.2 Jogo: Definição e objetivos dos jogos Quem nunca participoude um jogo? Mas o que realmente define este ter- mo? Você sabe? Jogo é uma atividade que apresenta regras, as quais são criadas por seu autor ou por um grupo de pessoas que o inventou. As regras são geralmente simples e podem ser alteradas de acordo com a situação do momento, faixa etária, material disponível, local para realização, entre outros. O objetivo dos jogos é geralmente dar prazer a quem joga; porém, eles são importantes para desenvolver algumas qualidades físicas como velocidade, destreza, força, coordenação motora, além de raciocínio lógico, concentração, memória, observação, sem contar com a sociabilidade e o espírito de grupo. Alguns jogos são individuais, porém a maioria é desenvolvida em equipes. Al- guns deles utilizam materiais e outros não têm essa necessidade. Independente- mente da forma, todos os jogos buscam contribuir com a educação e respeito mútuo; por exemplo, quando temos determinadas regras a serem seguidas, pre- cisamos esperar nossa vez, respeitar os colegas de equipe e o adversário. No jogo podemos mudar as regras, adaptar o local, o número de participan- tes e improvisar o material. Já o desporto é diferente, por apresentar regras conhecidas mundialmente da mesma forma, as quais não podem ser alteradas em campeonatos ofi- ciais. Tudo já é previsto nas regras oficiais que são publicadas pelas federa- ções de cada esporte. Podemos utililizá-lo nas aulas e fazer algumas adapta- ções apenas como iniciação ou mesmo recreação. Como exemplo podemos citar, entre muitos: futebol, basquetebol, voleibol, handebol além de muitos outros esportes que são considerados oficiais. Sendo assim, podemos afirmar que quando jogamos entramos num mundo de ludicidade e não conseguimos deixar de mostrar nossa personalidade. Tênue Delgado, débil, frágil, sutil, pequeníssimo. Fonte: Fernandes, Luft e Guimarães (1991). Jogos, Brinquedos e Brincadeirase-Tec Brasil 16 De acordo com Johan Huizinga (1996), os elementos do jogo, são a livre atuação, a ausência do propósito concreto, a delimitação e a capacidade de reiteração. O instinto do jogo em crianças pequenas é um simples impulso de atividade, de ocupação com o próprio corpo (jogo funcional). A partir dos 2 anos de idade, elas começam a utilizar brinquedos e com isso a criar determinadas formas de jogo. Considera-se que o jogo serve para o desen- volvimento e a evolução das funções físicas e psíquicas da criança. Cada fase do desenvolvimento infantil apresenta formas de jogo concretas. A contra- posição entre jogo e trabalho é de raiz social e cultural, não psicológica. Nos adultos, o jogo constitui uma atividade para espairecer ou divertir, que pode estar ligada a um esforço físico e que serve como liberação ante a opressão real ou como complemento da realidade mediante um mundo imaginário. 1.3 Importância do jogo O jogo em sua prática mostra a importância do trabalho em equipe, além de desenvolver a concentração, percepções do ambiente, das estrátegias do adversário, sem contar que desperta sentimentos de euforia, alegria, soli- dariedade e união. Em contrapartida, pode também estimular sentimentos negativos, dependendo da situação do jogo. Muitos jogos são de grande importância por contribuírem positivamente com o desenvolvimento das pessoas, movimentando os indivíduos, trazendo benefícios para comunidade. Alguns dos jogos estão diretamente ligados ao desenvolvimento corporal e intelectual, auxiliando ainda na mudança de comportamento de uma sociedade. Hoje em dia temos vários tipos de jogos; logo, é importante conhecê-los, para que possamos fazer nossas escolhas. Jogar é uma atividade natural do ser humano. Quando jogamos estamos envolvidos com sentimentos e emoções. 1.4 Classificação dos jogos Os jogos são classificados de diferentes maneiras, segundo a visão de vários autores, dentre os quais podemos citar: Jean Piaget, Claparède e Wallon. Cada um deu sua contribuição para o estudo dos jogos com diferentes in- terpretações e objetivos. Johan Huizinga, 1872-1945, professor historiador holandês, autor do livro Homo Ludens, afirmou que “os animais brincam tal como os homens”. Para conhecer mais sobre esse autor e sua filosofia, visite o site http://www.youtube.com/ watch?v=0k1m_ZCOGA Jean Piaget, Construtivista da formação da inteligência, cuja teoria explica como o indivíduo, desde o seu nascimento, constrói o seu conhecimento. Para conhecê-lo um pouco mais, visite o site http://www.suapesquisa. com/piaget e-Tec BrasilAula 1 – Perspectivas teóricas, conceitos e concepções para o jogo e a brincadeira 17 As principais classificações estão relacionadas à dificuldade de execução e às funções gerais. Para entender melhor, acompanhe a explicação a seguir: • Quanto à dificuldade de execução: de acordo com Guerra (1984), ao classificar um jogo no que tange à dificuldade, temos: – Grande: quando o jogo tem duração superior a 15 minutos, tem ob- jetivos complexos e geralmente visam a noções de algum desporto. Por se tratar de jogo, não tem número limite, tanto pode ser jogado entre muitos ou poucos jogadores, dependerá do espaço disponível e do objetivo do profissional. Devem ser executados em espaços gran- des, como por exemplo, quadras, campos ou pátios. – Pequenos: são classificados como jogos pequenos os que apresentam duração rápida que varia até 10 minutos. O número de participantes é indiferente, podendo todos jogarem juntos ou mesmo divididos em times com diferentes formações. • Quanto às funções gerais: os jogos apresentam diferentes funções, a saber: – Sensoriais: trabalham os orgãos dos sentidos, percepção visual, audi- tiva e tátil, além da observação e memória. Não necessariamente de- vem ter jogadores sentados observando, podem ser bem ativos, com o objetivo de trabalhar o que for determinado em seu planejamento (BARROS; 1972). – Motores: trabalham com bastantes deslocamentos, usando os movi- mentos naturais como: correr, pular, arremessar, lançar, pegar, subir, descer, além de movimentos criados pela proposta do jogo, cumprin- do tarefas lúdicas. Desenvolvendo ainda a velocidade, resistência, destreza, força, entre outras qualidades físicas (BARROS; 1972). – Recreativos: para Hurtado (1985), são classificados como recreativos os jogos que têm o objetivo, como o próprio nome diz, apenas de recrear ou de distrair as pessoas por meio de atividades integradoras. Esta clas- sificação será comumente utilizada por você, futuro técnico em lazer. – Intelectivos: são os jogos que desenvolvem principalmente, o raciocínio, a memória, a observação, a atenção e concentração, entre outras capaci- dades. Por exemplo, xadrez, dama, palavras cruzadas (HURTADO, 1985). Édouard Claparède foi um pioneiro da psicologia infantil. Cientista suíço, defendia a necessidade de estudar o funcionamento da mente infantil e de estimular na criança um interesse ativo pelo conhecimento. Para saber mais, acesse http://revistaescola. abril.com.br/historia/pratica- pedagogica/pioneiro-psicologia- infantil-423054.shtml Jogos, Brinquedos e Brincadeirase-Tec Brasil 18 – Simbólicos ou dramatizados: são todos os jogos que desenvolvem a criatividade e espontaneidade, usando movimentos imitativos, gestu- ais, interpretativos e corporais (HURTADO, 1985). – Pré-desportivos: são jogos que além de estimular as capacidades físi- cas e mentais do indivíduo, preparam para a prática formal de espor- tes individuais e coletivos. Colaborando com esta nossa classificação, Guedes (2007) apresenta ainda mais quatro modelos de jogos. São eles: • Salão: jogos que podem ser desenvolvidos em locais fechados, visando à coordenação motora fina, percepção e observação.Ex.: tangram, quebra-cabeças, entre outros do gênero. • Competição: são aqueles jogos que visam à vitória; são ações individua- listas e, nesta classificação, somente alguns dos indivíduos participantes são beneficiados dos resultados. • Cooperativos: são jogos que eliminam o confronto e estabelecem um objetivo comum. Neles o confronto é eliminado e jogam-se uns com os outros. Por exemplo, construir um mural com ilustrações do que mais chamou atenção do indivíduo durante sua visita à cidade. • Estafetas: são jogos de levar e trazer ou contornar algum objeto após um trecho de corrida. Além de despertar o espírito competitivo, desenvolve tam- bém atividades em equipe, trabalhando agilidade e velocidade com variadas formas e movimentos, além de equilíbrio, coragem, velocidade e confiança. 1.5 Formações dos jogos Os jogos podem ser desenvolvidos em diferentes formações. Para cada tipo existe uma formação específica; por exemplo, as estafetas geralmente são em colunas, os jogos sensoriais em círculos. As formações podem até variar, mas é importante destacarmos que alguns jogos não apresentam definição quanto a isso. Logo, podemos dizer que sua formação é dispersa. De acordo com Guedes (2007) as formas mais utilizadas nos jogos são: Coordenação motora fina Capacidade de realizar movi- mentos cada vez mais precisos e apurados. e-Tec BrasilAula 1 – Perspectivas teóricas, conceitos e concepções para o jogo e a brincadeira 19 Figura 1.1: Jogos em círculo individuais Fonte: http://www.sxc.hu • Coluna simples, quando os participantes ficam um atrás do outro. • Coluna aos pares, quando os indivíduos se organizam um atrás do outro em dupla. • Fileira, onde um participante fica ao lado do outro. • Círculo com lado para dentro (esquerdo ou direito). • Círculo de frente para o centro ou de costas. • Semicírculo. • Círculos concêntricos, onde os participantes ficam organizados em círcu- los de diferentes tamanhos, sendo organizados em um círculo dentro do outro, voltados para o centro do círculo ou um de frente para o outro. • Moinho, quando os indivíduos são organizados em quatro fileiras partin- do de um só ponto, todos no mesmo sentido como um catavento. O jogo pode acontecer em: hotéis, acampamentos, escolas, praças públicas, clubes, condomínios e todos os locais que possibilitem prática de jogos. Em cada um desses locais podemos trabalhar diferentes formas e aplicações de jogos com diferentes faixas etárias. Jogos, Brinquedos e Brincadeirase-Tec Brasil 20 1.6 Aproveitando os jogos Para que possamos ter bons momentos de jogos, é bom lembrarmos de alguns aspectos essenciais ao sucesso deles, a saber: • Escolha um lugar onde você possa observar bem o desenvolvimento do jogo. • Nunca fique de costas para o grupo. • Explique e tire dúvidas sobre o jogo, para todos os participantes juntos. • Faça com que o período do jogo seja alegre, participe, incentive e sorria com o grupo. • Fale pouco e, naturalmente, faça acordos com o grupo. • Zele pelas regras. Elas devem ser obedecidas. • Qualquer regra só poderá ser mudada se combinada com antecedência com o grupo. • Para cada nova partida, escolha um novo líder, para que todos tenham a oportunidade de liderar. • Use sinais previamente combinados, para pedir atenção. • Quando os jogos forem de formações diferentes, não misture as forma- ções, trabalhe os jogos com formações iguais, como por exemplo: na sua aula tem um jogo de círculo dois jogos de coluna e 3 de fileira, não mis- ture, faça todos de uma mesma formação e só depois troque por outra. O jogo nos permite mostrar quem somos; dessa forma, para o bom aprovei- tamento da atividade, devemos zelar pela educação, ou seja, não devemos permitir palavras desrespeitosas, mas precisamos ter claro que é impossível o grupo jogar sem risadas, torcidas ou incentivos aos participantes. 1.7 O que é brincadeira? Podemos considerar como brincadeiras todas as atividades com regras fáceis flexíveis e informais que têm o objetivo de divertir. e-Tec BrasilAula 1 – Perspectivas teóricas, conceitos e concepções para o jogo e a brincadeira 21 Enquanto o jogo tem regras mais definidas, a brincadeira pode mudar a cada momento, com o objetivo de alegrar e distrair as pessoas. Como futuro técnico em lazer, você precisa ter claro que as brincadeiras devem, sem exceção, ser saudáveis, prazerosas e de qualidade para todo o grupo. 1.8 Quem faz a cultura do brincar? Segundo Friedmann (2006), na área prática, o brincar precisa deixar de ser um processo inconscien- te, para ser trazido à consciência, como linguagem simbólica, essencial ao desenvolvimento do ser humano. Devem-se ampliar os limites do brincar, principalmente com relação a um tempo ou a um espaço pre- determinado. As atitudes do educador junto dos seus grupos devem passar a ideia de brincar não como “mais uma atividade”, definida em determinados horários e/ou espaços, mas, sim, como “atitude lúdica” a ser assumida em todas as propostas educacionais. É imprescindível di- vulgar e utilizar as diferentes culturas das várias regiões brasileiras, que traduzem seus respectivos valores por meio da linguagem transmitida pelos brinquedos e brincadeiras: dos artesanais, que ainda são criados pelas mãos de pessoas simples e sensíveis, até os industrializados, fabri- cados por interesses comerciais e não por objetivos lúdicos e educativos referentes a seu público-alvo. Com relação às brincadeiras, nosso país tem uma riqueza infindável do Norte ao Sul, determinando uma cultura lúdica ao mesmo tempo heterogênea, diversa e comum, pela influência das culturas europeia, africana e indígena. Assim como o tombamento de muitos monumen- tos materializam a história, o brincar constitui-se em um patrimônio lúdico da humanidade e, no nosso caso, da brasilidade: o conjunto de brincadeiras locais revela a linguagem cultural de cada região. A crian- ça fala por meio do seu brincar. À guisa de conclusão, gostaria de colocar uma questão que me parece es- sencial para os rumos na área do brincar: a necessidade de nos voltarmos para a real distância e consequentes distorções entre as reflexões teóricas e os resultados das pesquisas na área, e as reais aplicações práticas de ati- vidades lúdicas junto a crianças, jovens e adultos. Como são lidos e inter- pretados os estudos realizados, por aqueles que têm a responsabilidade do fazer? Existem, nas práticas, consciência e conhecimentos consistentes? As teorias não ficam engessadas em si mesmas, fora da realidade? Jogos, Brinquedos e Brincadeirase-Tec Brasil 22 Note que a autora se refere aos jogos como um grande colaborador para as pessoas no que se refere à convivência. Apesar de que quando estamos jogando entramos num mundo lúdico, que significa ilusão, mesmo assim isso contribui para nossa personalidade e convivência. Aprendemos a par- ticipar de equipe, conviver com outras pessoas, descobrir a importância da participação de cada elemento da equipe, além de seguirmos as regras de- terminadas. Porém não conseguimos mesclar nossa personalidade quando estamos em jogo. 1.9 Sugestões de jogos Figura 1.2: A arte de brincar Fonte: www.sxc.hu Como conversamos até aqui, os jogos são de extrema importância para o indivíduo. Independentemente de sua classificação, cada um tem objetivo específico a fim de contribuir muitas vezes com a socialização do indivíduo. Guedes (2005) apresenta alguns modelos de jogos que podemos utilizar na nossa prática profissional, ou mesmo social. 1.9.1 Jogos sensoriais • Estou vendo uma coisa: peça para uma pessoa do grupo escolher um objeto qualquer, mas sem contar a ninguém. Essa pessoa será considerada a lídere deve dar pistas ao grupo, como por exemplo: “estou vendo uma coisa verde”. O grupo deverá citar tudo que há de verde no local, até que acerte qual é o objeto que o líder está vendo. Quem acertar passará ser o líder. e-Tec BrasilAula 1 – Perspectivas teóricas, conceitos e concepções para o jogo e a brincadeira 23 • Bom-dia: neste jogo você deve organizar todas as pessoas de mãos da- das em círculo, exceto uma que ficará dentro dele com os olhos venda- dos. Na sequência, peça que o grupo rode dizendo “o macaco da dona Maria só sabe dizer bom-dia”. Quando a pessoa do centro apontar para frente, o círculo para e quem estiver à sua frente deverá lhe dizer bom- -dia, normalmente, ou fazendo outra voz. Então, a pessoa do centro deverá descobrir quem está falando com ela. Se adivinhar, irá para a roda e outro ficará no centro em seu lugar. • Meu pai tem uma loja: para realizar este jogo, peça que todos sentem à vontade. Escolha um líder que dirá: “meu pai tem uma loja que vende B” (ele terá em mente alguma coisa com a letra B). Todos tentarão adivi- nhar o que é o B que o líder está pensando. Quem conseguir trocará de lugar com ele. • O que está mudado: deixe o grupo à vontade, mas retire um dos inte- grantes, o qual deverá observar todo o local e, em seguida, sair do ambien- te. Nesse momento os demais farão algumas mudanças em seu entorno. A pessoa que saiu deve então retornar e descobrir o que está mudado. • O meu amigo é: para este jogo escolha um líder que deverá pedir que cada um do grupo escolha uma qualidade diferente para o seu amigo, e diga em voz alta: “o meu amigo é legal”, por exemplo. Instrua os partici- pantes para que evitem repetir a qualidade que já foi dita. 1.9.2 Jogos motores • Contando as bolinhas: para realizar este jogo é necessário: – Formação: organize duas fileiras com números iguais de participantes, cada uma numa extremidade da quadra ou ambiente em que você esteja. – Materiais: duas caixas grandes com bolinhas coloridas dentro. – Desenvolvimento: dado um sinal (você combina antes como será esse sinal) cada fileira deverá correr para sua caixa e pegar quantas boli- nhas conseguir, durante um tempo determinado. Ao tocar novamen- te o sinal os participantes devem retornar para seus lugares. – Resultado: conte, em voz alta, o número de bolinhas com cada participante. – Vencedor: vence aquele grupo que conseguir pegar o maior número de bolinhas no tempo determinado. Jogos, Brinquedos e Brincadeirase-Tec Brasil 24 • Apanhar as bolas: Para realizar este jogo é necessário: – Formação: delimite uma linha de partida e organize uma fileira, atrás dessa linha, deixando no centro quatro pegadores. – Materiais: várias bolas de tamanho médio, atrás da linha final. – Desenvolvimento: ao sinal, todos atravessarão o pátio (ambiente pré- -delimitado) com objetivo de pegar as bolas do outro lado. Os pegado- res tentarão impedir tanto na ida como na volta. Depois todos voltarão até a linha de partida com o maior número de bolas que conseguirem pegar, sendo que quem for tocado por um dos pegadores, se estiver indo ou voltando, voltará para a linha de partida e, se estiver com bo- las nas mãos, devolverá e só depois retornará à linha de partida. – Vencedor: as bolas que forem apanhadas ficarão em poder do grupo. Ao final serão contadas quantas bolas o grupo conseguiu pegar. E ganha quem pegou maior número. • Quem tem menos: para realizar este jogo é necessário: – Formação: organizar duas equipes em números iguais de participantes. – Materiais: será necessária uma bola para cada pessoa (de tênis, de jornal ou de soprar), uma corda ou rede para dividir o local do jogo, com altura de aproximadamente 1,50 m a 1,80 m, do chão. – Desenvolvimento: ao sinal todos deverão arremessar suas bolas de um lado para o outro, inclusive as que vierem do adversário, porém todas deverão passar por cima da corda ou rede. – Vencedor: dado um segundo sinal, o jogo para e serão contadas quantas bolas há em cada lado. Vencerá a equipe que tiver menos bolas em seu campo. • Passeando de barco: neste jogo é necessário: – Formação: organize a equipe em círculo. – Desenvolvimento: escolha um líder e peça que todos os outros inte- grantes fiquem de mãos dadas. O líder dirá: passeando de barco o mar ficou muito agitado, o barco está balançando (peça que todos façam movimentos ondulantes com os braços), e para não afundar será necessário formar grupos de X pessoas. Neste momento todos se agrupam de acordo com o número pedido; quem sobrar ficará afo- gado, até que se formem novos grupos, nos quais ele poderá tentar entrar, retornando para o jogo. e-Tec BrasilAula 1 – Perspectivas teóricas, conceitos e concepções para o jogo e a brincadeira 25 • Tecelagem: para realizar este jogo é necessário: – Formação: organize o grupo em duas colunas. – Desenvolvimento: o primeiro da fila passa pela sua coluna entre os cole- gas como se estivesse costurando até o final e retorna por fora, toca no segundo, que deverá ir à frente e começar a costurar entre sua coluna, e assim sucessivamente até o último. – Vitória: vencerá a equipe que terminar primeiro e executar correta- mente o jogo. • Colmeia: este jogo é muito interessante. Para realizá-lo é necessário: – Materiais: duas bandeiras. – Formação: duas colunas. – Desenvolvimento: ao sinal, o último jogador da fila sairá correndo pela direita em direção ao começo da coluna, com a bandeira na mão. Ao retornar ao seu lugar, entregará a bandeira para o penúlti- mo; este passará por trás do último e irá até a frente contornando a coluna, voltará para o seu lugar e passará a bandeira para o jogador localizado a sua frente, até que todos façam esse mesmo percurso. – Faltas: será considerada falta sempre que o participante não comple- tar a volta, receber ou entregar a bandeira fora do lugar, ou passá-la a um jogador que não esteja imediatamente à frente. – Vitória: ganhará o jogo a equipe que terminar primeiro e com menos faltas. • Corrida em círculo: para organizar este jogo é necessário: – Formação: organize duas equipes e peça que todos sentem em círculos. – Desenvolvimento: dado o sinal, um jogador de cada equipe levantará, correrá em volta do círculo e, logo que sentar, o jogador à sua direita levantará e fará o mesmo, até que todos façam o percurso. – Faltas: será considerada falta sempre que alguém levantar antes que o jogador que correu se sente, passe por dentro do círculo, ou que alguém entre no lugar errado. – Vitória: vencerá o jogo a equipe que terminar primeiro e não tenha cometido nenhuma falta. Jogos, Brinquedos e Brincadeirase-Tec Brasil 26 • Apanhar o lenço: para este jogo é necessário: – Material: um lenço. – Formação: organize duas fileiras paralelas, mantendo uma distância entre elas de seis metros. – Desenvolvimento: numere os jogadores de maneira que os números 1 das fileiras se defrontem em diagonal. – Desenvolvimento: fale em voz alta números aleatórios. À medida que você chamá-los, os jogadores correspondentes ao número das duas fileiras deverão correr ao centro, tentar pegar o lenço e voltar para sua fileira; porém, cada um pode ser perseguido por seu adversário en- quanto não chegar em seu lugar, podendo até perder o lenço para ele. – Vitória: vence a equipe que fizer mais pontos, que são marcados quando o jogador retornar para a sua fileira com o lenço sem ser tocado pelo adversário. • Trenzinho vai e vem: para realizar este jogo é necessário: – Formação: organize o grupo em duas colunas atrás de uma determi- nada linha de saída. Um dos jogadores, escolhido para ser o maqui- nista, ficará atrás da linha de chegada. – Desenvolvimento: ao sinal,o maquinista sairá correndo ao encontro de sua coluna, pegará o primeiro jogador e, um atrás do outro, segu- rará em sua cintura. Os dois correrão até a linha de chegada, voltarão e buscarão o terceiro, e assim por diante, até que todos estejam cor- rendo com o maquinista. – Vitória: vence a equipe que conseguir chegar primeiro, com todos os componentes juntos, à linha de chegada. • Os cegos: neste jogo é necessário: – Materiais: dois lenços de tecido ou lenços de papel, para vendar os olhos. – Formação: organize duas colunas, todos segurando na cintura uns dos outros, estando o primeiro de cada coluna com os olhos vendados. – Desenvolvimento: ao sinal, todos deverão sair juntos em coluna sem sol- tar as mãos da cintura do companheiro da frente, orientando o primeiro, que está de olhos vendados, para que cheguem primeiro na linha final. – Vitória: vence a equipe que conseguir chegar primeiro à linha de che- gada, sem que os componentes se soltem uns dos outros. e-Tec BrasilAula 1 – Perspectivas teóricas, conceitos e concepções para o jogo e a brincadeira 27 Desde os primeiros momentos de nossas vidas temos a necessidade de brin- car. Crescemos e essa brincadeira muitas vezes é uma competição, um jogo. Dos diferentes objetivos que o jogo permite, muitos estão relacionados à prática recreativa, que contribui por sua vez para a socialização do indivíduo. Portanto, é muito importante para você, futuro técnico em lazer, trabalhar com o grupo que estiver recepcionando. Resumo Nesta aula vimos que o jogo e a brincadeira contribuem para que tenhamos momentos de prazer e alegria, tornando-nos mais descontraídos e viven- do melhor na sociedade de hoje. Vimos que essas atividades nos levam ao lúdico, fazendo com que o envolvimento emocional seja tão intenso que algumas vezes mal conseguimos controlar nossas emoções. Encontramos ainda, nesta Aula 1, uma diversidade de jogos, com tipos, for- mações, locais, para que servem e como proceder no momento em que estamos liderando um jogo. Quanto às brincadeiras, evidenciamos que estas nos fazem retornar à infância, ou seja, podemos desenvolvê-las em todas as idades; só dependerá do mo- mento e do grupo para quem propusermos a atividade. Por fim, vimos que quando estamos dirigindo um grupo no jogo, precisamos es- tar atentos aos detalhes e propostas para que haja um bom desempenho. É im- portante também estimularmos a participação trazendo a confiança e o prazer aos participantes. Essas ações são desafiadoras a você, futuro técnico em lazer. Atividades de aprendizagem 1. Baseado na letra da música a seguir, “É uma partida de futebol”, do Skank, reflita sobre até que ponto o jogo pode influenciar a sociedade. Construa um texto em mídia digital fazendo análise da música e poste no Ambiente Virtual de Ensino-Aprendizagem (AVEA). Bola na trave não altera o placar Bola na área sem ninguém pra cabecear Bola na rede pra fazer o gol Quem não sonhou em ser um jogador de futebol? A bandeira no estádio é um estandarte A flâmula pendurada na parede do quarto Para conhecer outros tipos de jogos, leia os livros Oficina da Brincadeira e Continuando a Brincadeira, de Maria Herminia de S. Guedes. Jogos, Brinquedos e Brincadeirase-Tec Brasil 28 O distintivo na camisa do uniforme Que coisa linda, é uma partida de futebol Posso morrer pelo meu time Se ele perder, que dor, imenso crime Posso chorar se ele não ganhar Mas se ele ganha, não adianta Não há garganta que não pare de berrar A chuteira veste o pé descalço O tapete da realeza é verde Olhando para bola eu vejo o sol Está rolando agora, é uma partida de futebol... 2. Destaque através de figuras as diferenças entre os jogos sensoriais e motores. Prepare uma apresentação e compartilhe com seus colegas e tutores no AVEA. 3. Após o estudo da Aula 1, elabore um texto explicando a influência do jogo no dia a dia. Poste seu texto no AVEA. 4. Compare o jogo e a brincadeira destacando as semelhanças e diferenças entre eles. Organize o resultado encontrado num quadro e compartilhe no AVEA. e-Tec BrasilAula 1 – Perspectivas teóricas, conceitos e concepções para o jogo e a brincadeira 29 e-Tec Brasil Aula 2 – A história dos brinquedos e das brincadeiras e o desenvolvimento humano e-Tec BrasilAula 2 – A história dos brinquedos e das brincadeiras e o desenvolvimento humano 31 Objetivos Compreender o histórico dos brinquedos e das brincadeiras. Perceber a importância do brincar no desenvolvimento humano. Reconhecer as brincadeiras e os brinquedos. 2.1 Histórico das brincadeiras Figura 2.1: Brincando com a natureza Fonte: http://www.sxc.hu As brincadeiras surgiram há muito tempo, quando as crianças brincavam na natureza e os adultos criavam brinquedos com recursos do próprio lugar onde viviam. Além disso, as crianças também brincavam por imitação: imitavam pássaros e outros animais, além de situações do cotidiano. No passado as crianças subiam em árvores, escorregavam nos morros com papelão, brincavam de pique de várias formas, entre outras brincadeiras, pois tinham mais espaço para brincar. Surgiram os parques nas praças públicas com escorregadores, balanços, rodas-gigantes (gira-gira), onde as crianças podiam brincar com prazer. Jogos, Brinquedos e Brincadeirase-Tec Brasil 32 Não é só a criança que precisa brincar. O brincar faz parte da vida do ser humano, faz com que as pessoas vivam melhor, com mais alegria e bom humor, além de contribuir com a saúde física e mental das pessoas. Algumas brincadeiras surgiram com as crianças observando a vida adulta, como brincar de casinha imitando as tarefas de casa, brincar de bonecas, de carrinhos, etc. Muitas brincadeiras são consideradas folclóricas, por não fazerem mais parte do cotidiano das crianças de hoje. Em alguns locais ainda vemos crianças brincando de amarelinha, de pular corda, de bola de gude, mas nem sempre elas têm essa oportunidade. As casas e quintais de hoje se tornaram menores e, com isso, o espaço para brincar tornou-se muito restrito, ficando a cargo muitas vezes da escola incentivar e reproduzir brincadeiras para seus estudantes. E não parou por aí. Tivemos o avanço da tecnologia, a qual permite que muitos brinquedos, de diferentes formas, precisem apenas que se aperte um botão para brincar. Até que ponto é bom esse tipo de brinquedo? Alguns estudiosos de brincadeiras perceberam que a vida atual traz muito agitação para as pessoas e começaram a pensar não só nas crianças, mas também nos adolescentes, jovens e adultos, e criaram jogos para esse público também, como o paintball e o boliche, por exemplo. 2.2 Sugestões de brincadeiras Brincar é essencial para toda e qualquer idade. Claro que na correria do dia a dia os adultos, principalmente, se esquecem da importância da brincadeira, da sensação de bem-estar que esta proporciona, o que você como técnico em lazer pode auxiliar a resgatar. • Adedanha: esta brincadeira não tem número certo de participantes. O material é somente caneta e papel. Para iniciar, você deve selecionar itens para escrever com uma letra escolhida ou sorteada. Você pode indicar diversos itens como: nome, lugar, fruta, cor, carro, entre outros. Marcamos um tempo para que todos escrevam e depois cada um vai falar o que escreveu de acordo com a ordem da tabela. A palavra que somente um jogador escreveu terá o valor de 10 pontos; se houver outra igual, valerá 5 pontos. No final da partida vence quem tem mais pontos. e-Tec BrasilAula 2 – A história dos brinquedos e das brincadeiras e o desenvolvimento humano 33 • Corre cutia: nesta brincadeira, todos ficam em círculo, com exceçãode uma pessoa que fica fora com um lenço ou um pedaço de galho na mão, a qual vai andar em volta do círculo falando versos enquanto os integrantes do círculo vão respondendo. Corre cutia – atrás da tia. Corre cipó – atrás da vó. Tem um cachorrinho – chama totó. Ele é bonitinho – de uma banda só. Corre Tereza – atrás da mesa. Corre João – atrás do pão. Após falar os versos, quem está fora deve colocar atrás de alguém o lencinho. Assim que a pessoa(criança ou adulto) perceber que o lençinho está nas suas costas, deverá correr atrás de quem colocou o lenço , em volta do círculo, para pegá-lo. • Coelhinho sai da toca: organize um círculo com pessoas em trios, nos quais dois integrantes serão a casa (toca) e um será o coelho. No meio do círculo, um coelho ficará sem casa (toca) e deverá comandar a mudança de lugares usando a frase: coelhinho da toca 1, 2, 3 e todos trocam de lugar. Quem estava no meio deverá também entrar numa casinha. Quem ficar sem casa vai comandar a brincadeira no meio. Brincar é essencial à saúde física, emocional e intelectual do ser humano, é altamente recomendado para manutenção da saúde mental das crianças e também dos adultos. Jogos, Brinquedos e Brincadeirase-Tec Brasil 34 2.3 Histórico dos brinquedos Figura 2.2: Bicicleta Fonte: http://www.sxc.hu Os brinquedos surgiram há muitos anos e foram importantes desde aquela época para vida das crianças. As crianças africanas, por exemplo, já brincavam de bolinha de gude. Na Grécia antiga os brinquedos eram barquinhos, espadas de madeira e bonecas. Os fantoches faziam parte dos brinquedos na Idade Média. Muitos brinquedos eram fabricados em casa artesanalmente, no século XIX . Já no século XX ocorreu um crescimento na fabricação de brinquedos, os quais passaram a ser industrializados. Com isso começaram a aparecer algu- mas regras a serem cumpridas, por exemplo, especificação do tipo de mate- rial usado na confecção dos brinquedos, tipo de brinquedos proibidos para crianças menores de três anos (brinquedos muito pequenos), entre outras. Esse cenário de industrialização deu espaço também às embalagens, que no início eram de madeira, depois de papelão e, finalmente, de plástico, o que melhorou muito, dando a oportunidade de se produzirem rótulos com desenhos, pois até então era colocada somente uma etiqueta na embalagem. 2.4 História de alguns brinquedos mais comuns Quem nunca teve um fascínio por determinado brinquedo? Existem brinquedos que ficarão para sempre em nossa memória. Vamos relembrar alguns deles? Pare um momento e reflita sobre seu primeiro brinquedo e seu brinquedo favorito. Como eles eram? Como são hoje em pleno século XXI? Procure por fotos e imagens na internet ou em livros e revistas e elabore uma apresentação em mídia digital para compartilhar com seus colegas e tutor no AVEA e-Tec BrasilAula 2 – A história dos brinquedos e das brincadeiras e o desenvolvimento humano 35 2.4.1 Bola Figura 2.3: Bola de futebol Fonte: http://www.sxc.hu A bola surgiu há 6.500 anos. No Japão ela era feita de fibra de bambu; já na China, era de pelos de animais. Os gregos e romanos usavam bexiga de boi. Em 1894 o inglês Charles Miller trouxe para o Brasil a bola de futebol; porém, foi um brasileiro que percebeu a necessidade de a bola ter a cor branca e, com sua ideia, os jogadores puderam enxergar a bola à noite. 2.4.2 Bolinha de gude Figura 2.4: Bolinhas de gude Fonte: http://criancas.hsw.uol.com.br/bola-de-gude3.htm Charles Miller foi jogador, árbitro, dirigente e é considerado o pai do futebol no Brasil. Apaixonado por esportes, também foi o fundador da Associação Paulista de Tênis. Veja mais em: http:// educacao.uol.com.br/biografias/ ult1789u725.jhtm Jogos, Brinquedos e Brincadeirase-Tec Brasil 36 Ainda não é conhecida a data da criação da brincadeira das bolinhas de gude. Há registro que surgiu na antiguidade, quando eram usadas sementes de frutas e pedras arredondadas. O jogo era popular no Império Romano. À medida que foi passando o tempo, foram mudando os materiais das bolinhas, destacando-se entre eles a argila, as pedras como ônix e ágata, além de vidro. Foram encontradas as primeiras bolas de vidro em Roma no século I a.C. Pieter Brueghel, pintor renascentista, apresentou, em seu quadro intitulado Jogos Infantis, crianças jogando bolas de gude, em 1560. Figura 2.5: Quadro Jogos Infantis de Pieter Brueghel Fonte: http://crianca.hsw.uol.com.br/bola-de-gude2.htm Muitos brinquedos são destinados à clientela infantil, porém ainda podemos conhecer e pesquisar outros que atendem adultos e crianças, como por exemplo: o xadrez, o baralho, a dama, o gamão entre outros. 2.4.3 Futebol de botão Quem nunca quis comandar um próprio time? Esta é a realidade deste jogo do qual você é o técnico, jogador, juiz, ou seja, é você quem decide as ações do seu time. Foi um carioca chamado Geraldo Décourt quem criou este jogo. Inicialmente utilizavam-se os botões das cuecas e, posteriormente, passou- se a usar os botões das calças de uniforme escolar. Hoje em dia temos tabuleiros específicos para este jogo, como mostrado nas Figuras 2.6 e 2.7. Gude Foi com bolas de vidro que a brincadeira chegou ao Brasil, trazida pelos colonizadores portugueses. O nome “gude” vem de “gode”, que se referia a pequenas pedras arredondadas. Também eram de vidro as bolinhas de gude usadas pelos norte-americanos, que importaram a brincadeira dos colonizadores ingleses. Hoje, no Brasil são produzidas mensalmente 12 milhões de bolinhas de gude. As bolinhas de gude fizeram parte da vida de quase todos nós. Conheça um pouco mais no site http:// criancas.hsw.uol.com.br/bola- de-gude3.htm Geraldo Cardoso Décourt, ou simplesmente Geraldo Décourt, brasileiro, foi pintor, escritor, compositor e ainda o inventor do futebol de botão. Para saber mais, acesse http://www.educacaofisica. com.br/glossario_mostrar. asp?id=190&topico=332 e-Tec BrasilAula 2 – A história dos brinquedos e das brincadeiras e o desenvolvimento humano 37 Figura 2.6: Futebol de mesa Fonte: http://www.comprafacil.com.br Figura 2.7: Botões de futebol de mesa Fonte: http://shopping.uol.com.br/futebol-de-mesa-e-botao.html 2.4.4 Bonecas As bonecas, um dos brinquedos mais populares, existem há muitos anos. Acredita-se que elas passaram a ser um brinquedo no Egito antigo, há 5.000 anos. De lá para cá, vários foram os materiais usados para fazê-las: barro, pano, papel, louça. Até 1930, elas costumavam ser feitas por costureiras e artesãos. Mas, outras vezes, quem fazia mesmo eram as vovós, as titias e, nos dias de hoje, acompanhando a evolução e as tecnologias, elas são feitas de plástico resistente ou borracha. Jogos, Brinquedos e Brincadeirase-Tec Brasil 38 2.4.5 Bambolê O bambolê foi criado no Egito há três mil anos. Nessa época, era feito com fios secos de parreira de uva. As crianças egípcias imitavam com os bambolês as artistas que dançavam com aros em torno do corpo. O bambolê de plástico colorido, como conhecemos, surgiu nos EUA em 1958. É importante que resgatemos a maneira de brincar utilizando brinquedos que estimulem a criatividade, a socialização e as atividades do dia a dia. Resumo Nesta aula tivemos a oportunidade de conhecer a importância das brincadeiras e brinquedos no desenvolvimento humano. Conhecemos sua origem e sua importância na história da humanidade. Através deles contribuiremos com o desenvolvimento da liderança, trabalharemos qualidades físicas como força, resistência, flexibilidade, além de estimularmos a percepção visual e tátil, a memória, a coordenação e principalmente a socialização. Atividadesde aprendizagem 1. Você já ouviu falar no jogo do gamão? Pesquise as regras e a maneira de jogá-lo e simule o jogo através de figuras. Compartilhe o resultado no AVEA. 2. Quais eram os seus brinquedos preferidos na infância? Pesquise a história de dois deles e faça uma síntese elencando as principais características e mudanças até os tempos atuais. Compartilhe o resultado encontrado no fórum da disciplina. 3. Após o estudo da Aula 2, pesquise que outra função as bolinhas de gude têm, além de serem um brinquedo. Poste seu texto no AVEA. 4. Compare as brincadeiras de hoje com as usadas pelas crianças no século XX. Destaque através de um quadro as principais semelhanças e diferenças entre elas. Disponibilize seu estudo no AVEA. e-Tec Brasil Aula 3 – As riquezas do folclore brasileiro Objetivos Conhecer as brincadeiras do folclore brasileiro. Identificar as riquezas culturais do folclore brasileiro. Perceber a variedade de danças do folclore brasileiro. Entender o conceito de folclore. 3.1 O que é folclore? Sabemos o quanto o folclore brasileiro é rico. Evidenciamos comumente em cada parte do país semelhanças de todo o povo brasileiro. O Brasil apresenta uma diversidade muito grande nesse campo, do qual, entre as muitas influências podemos citar: africana, indígena e portuguesa. Com essas influências, temos um país com culturas diversificadas; por exem- plo, as danças têm às vezes influências indígenas, outras vezes, africanas ou ainda, europeias. Evidenciamos ainda a beleza do povo brasileiro através das cores, das tradições, dos brinquedos e das brincadeiras, das músicas, das lendas, dos folguedos e muito mais. Em 1846 surgiu o termo folklore (folclore) criado pelo arqueólogo inglês William John Thoms, sob o pseudônimo de Ambrose Merton. O significado dessa pa- lavra é sabedoria do povo. Com isso toda história, música, brincadeira, crença, dança que foi surgindo através do povo, transmitida de pessoa para pessoa oralmente, pela comunidade de geração a geração, principalmente no interior, não tendo autor conhecido e tendo aceitação coletiva, é considerada folclore. O Dia do Folclore é comemorado com eventos e festas, no dia 22 de agosto. Muitas festas populares que ocorrem no mês de agosto possuem temas fol- clóricos como destaque e também fazem parte da cultura popular. Folguedos Festas de caráter popular cuja principal característica é a presença de música, dança e representação teatral. Grande parte dos folguedos possui origem religiosa e raízes culturais dos povos que formaram nossa cultura (africanos, portugueses, indígenas). Para conhecer mais sobre William John Thoms, acesse http://www.kauaecamargo. com/folclore.html. e-Tec BrasilAula 3 – As riquezas do folclore brasileiro 39 3.2 Brincadeiras do folclore brasileiro Em cada região brasileira percebemos brincadeiras que muitas vezes fizeram parte de nossas vidas ou das de nossos antepassados. Elas podem apre- sentar-se com algumas mudanças em certas palavras, versos ou formações, porém trazem a mesma essência. Muitas usam corridas, pegas, versos e estratégias para participação de to- dos. Alguns exemplos dessas brincadeiras são: • Pega-pega: geralmente praticado por crianças, é uma brincadeira em que uma criança corre para tocar em outra. A criança tocada passa a ter que fazer o mesmo, ou seja, correr atrás das outras até pegar alguém. • Esconde-esconde: nesta brincadeira o objetivo é se esconder e não ser encontrado pelo outro participante que está procurando. • Cor de fitas (Bahia): nesta brincadeira os participantes são organizados numa roda com fitas coloridas escondidas. Um dos participantes é deno- minado anjo bom e outro, o anjo mau. Na sequência fala-se: tum, tum, tum! (anjo). Quem bate? (roda) É o anjo bom. (anjo) O que quer? (roda) Uma fita. (anjo) De que cor? (roda) Da cor azul do céu. (anjo) Quem tiver a cor vai com anjo bom. Se ninguém tiver, entra o anjo mau e faz as mesmas perguntas. Quem tiver a cor que ele pedir vai com anjo mau. No final a alegria é quando o anjo bom consegue mais fitas. • O caracol (Natal): aqui os participantes, geralmente criança, são orga- nizados em um círculo em espiral no chão. A criança vai pulando com um pé só de quadro em quadro, até chegar no “Céu”. Descansa com os dois pés e volta pulando. Se não errar, faz coroa, no quadro que quiser, podendo colocar os dois pés nele. Não pode pular várias coroas. Deve pular o quadro mais perto ou os dos lados. As coroas devem ser marcadas com flores, letras, etc. Vence o jogo quem fizer maior número de coroas. Jogos, Brinquedos e Brincadeirase-Tec Brasil 40 • Brincando com o folclore: aqui a regra é desenhar um labirinto, nume- rar e dentro colocar a pesquisa do folclore. Os jogadores deverão usar um dado e pinos para andar no percurso. O número que sair no sorteio é o que o jogador terá direito de andar e, quando chegar, deverá ler em voz alta o que está em seu quadrado. Vencerá quem chegar primeiro e se- guir as regras do jogo. As regras são: sairá primeiro quem tirar o número maior no dado; dependendo do número em que parar, deverá avançar casas, esperar alguma jogada ou voltar, depois de ter lido o que está no quadrado; vencerá quem conseguir terminar primeiro e cumprir o que for pedido em cada quadrado que parar. 1. O folclore: estuda o sentir, o agir, o pensar e o ser social do homem. Po- demos dizer que é a “sabedoria do povo”. 2. O raizeiro: está presente em quase todas as feiras das cidades do Brasil. É comum encontrar o vendedor de raízes dando receitas e mandando preparar garrafadas. 3. A contribuição do índio: o índio deixou as marcas de suas contribuições. A rede gostosa onde se descansa dos trabalhos do dia a dia, milho e a mandioca, também foram contribuição dos índios. Avance 1 casa. 4. Danças gaúchas: estas danças tiveram bastante influência portugue- sa. As mais conhecidas são: chimarrita, chula (dança-desafio), balaio e xote-carreirinho. 5. O boto: é amigo, conhecido desde o Amazonas, onde dizem que ele é pai de muita gente. Basta nascer uma criança de pai desconhecido, que já se sabe que é filho do boto. Volte 1 casa. 6. Dança das fitas: é praticada na época do Natal, mas no passado fazia parte da comemoração do renascimento da árvore. A música que acom- panha é, em geral, tocada por sanfona, violões e pandeiros. O mastro de fitas é sustentado no centro da dança por um menino e, por 8 a 12 meninas que seguram na ponta das fitas, para dançar. e-Tec BrasilAula 3 – As riquezas do folclore brasileiro 41 7. O caiçara: vive no litoral, gosta de comer peixe com farinha e dançar fandango. É o pescador do litoral. Espere uma jogada. 8. O carro de boi: foi o primeiro veículo que sulcou a terra virgem do Brasil. É composto de três peças principais: rodas, eixo e mesa. O número de juntas de bois para puxar um carro varia entre duas a cinco. O carreiro usa uma vara com ferrão na ponta para tanger os bois. Avance 3 casas. 9. Capoeira: jogo atlético introduzido no Brasil pelos escravos de Angola. Seu ritmo é marcado por instrumentos musicais como o berimbau, ganzá e pandeiro. 10. Boleadeiras: aparelho para laçar animais, constituído por três bolas de ferro ou pedra, envolvidas em couro espesso. Usadas nos pampas para capturar animais em carreira. Sua ação chega a atingir 25 metros de dis- tância do atirador. Volte 1 casa. 11. Paçoca: alimento que consiste numa mistura ou conserva de carne seca e farinha de mandioca, às vezes acrescida de rapadura. Também leva este nome o amendoim socado no pilão com farinha e açúcar. 12. Engenhoca: é constituída de dois cilindros de madeira dura, colocados sobre as forquilhas que ficam aolado. É usada para fornecer o caldo de cana, que é um refresco muito apreciado pelos brasileiros. Avance 1 casa. 13. Fandango: no Nordeste é um bailado popular, também chamado Ma- rujada. No sul é uma dança individual, ou de pares, acompanhada em geral por violas. 14. Arrastão: colocam a rede no mar e depois a vêm arrastando até a praia. Os próprios pescadores e praianos colaboram puxando a rede. Jogos, Brinquedos e Brincadeirase-Tec Brasil 42 Avance 2 casas. 15. Brincadeiras: cata-vento, aro de roda, cirandinha, brincar de boneca, amarelinha, carniça, pião e futebol de bola de meia. Espere 1 jogada. 16. Moçambiqueiros: aquelas pessoas que usam bastões, que batem como instrumentos musicais ou criam desenhos no chão. Um de cada vez vai dançando sobre os desenhos. Volte 2 casas. 17. Carnaval: festa popular caracterizada pela alegria do povo durante três dias e três noites. Os brasileiros tornam-se reis e rainhas. Nas ruas des- filam os sonhos do ano inteiro com escolas de samba, blocos e outros. 18. Festas juninas: festividades realizadas no inverno. Por exemplo, festas de Santo Antônio, São João e São Pedro. Avance 3 casas. 19. Folia de Reis: é uma festividade na qual um grupo de pessoas percorre as casas das cidades e do campo e é bem recebido. Segundo a tradição, quem acolhe os reis visitantes é abençoado. 20. Escola de samba: Sociedade musical e recreativa, composta de compo- sitores, sambistas, passistas, músicos, figurinistas, etc., e que promove festejos, espetáculos e desfiles (principalmente durante o carnaval). Os seus sambas-enredo falam de personagens e acontecimentos da nossa história. A primeira escola surgiu no bairro do Estácio, no Rio de Janeiro, em 1928, onde compositores, instrumentistas e dançarinos se reuniam para desfilar. Espere uma jogada. 21. Dança dos velhos: aparece durante as festas do Divino Espírito Santo. Nos dias de hoje ainda existe no litoral fluminense, em Parati e Angra dos Reis, e também nas cidades paulistas de Cunha e São Luís do Paraitinga. e-Tec BrasilAula 3 – As riquezas do folclore brasileiro 43 Avance 1 casa. 22. Cavalhada: é um tema religioso. A cavalhada é caracterizada por teatro de rua, de praça pública, cuja finalidade é transmitir uma lição cristã na qual o bem vence o mal. Existem dois partidos: cristãos e mouros. Os cristãos vestem-se de azul, representando o bem, o céu; os mouros vestem-se de vermelho, representando o mal, o inferno. 23. Pilão: local onde se coloca o milho, café, arroz ou amendoim, para socar. A haste do pilão é feita de madeira dura, onde está escavado o cocho e a mão do pilão. 24. Desafio: disputa poética, cantada parte de improviso e parte decorada. 25. Parlendas: versos recitados para entreter crianças.Fórmula poética entre os cantadores do Nordeste do Brasil, muito empregada nos grandes de- safios, que se tornam famosos. 26. Leilão: eventos feitos de prendas nas festas religiosas. Venda pública de objetos a quem oferecer o melhor lanço (oferta de preço em leilão). Espere 1 jogada. 27. Carranca de proa: a carranca dos barcos do rio São Francisco não é uma escultura de um animal conhecido. A carranca é um monstro, um ser po- deroso. Existe uma crença de que antes de o barco afundar por qualquer acidente, ela dá o aviso, ouvem-se claramente três gemidos. 28. Frevo: dança do carnaval pernambucano caracterizada por um guarda- -chuva responsável por dar um grande equilíbrio ao passista. 29. Lendas: histórias criadas pelo povo. As mais conhecidas são a do saci-pererê, a da mãe-d’água, da vitória-régia, do curupira, da cuca, entre outras. 30. Mulher rendeira: a renda é o entrelaçamento de fios compondo desenho, sem ter um fundo de tecido. Na execução da renda não se usa agulha e sim bilros, que variam em número de12 a 64. Quando chegar ao final, parabenize os participantes: “Parabéns, vocês che- garam e aprenderam um pouco mais do folclore brasileiro”. Este jogo foi elaborado pela autora deste caderno, Você poderá conhecer mais jogos no livro: Continuando a Brincadeira, de Maria Hermínia de Sousa Guedes Jogos, Brinquedos e Brincadeirase-Tec Brasil 44 • Versos: em algumas brincadeiras os versos são usados para a seleção de companheiros. Por exemplo: 1. Versos: Bão balalão Senhor capitão Em terras de mouros Cozido e assado Em um caldeirão. 2. Versos: Uni duni tê Salame minguê O sorvete colorido Quem sai fora é você Na cartilha do abecê Que sua mãe não sabe “lê” E seu pai nem “escrevê”. 3. Versos para pular corda: Ai, ai! Que sentes? (pergunta o grupo) Saudades. De quem? (pergunta o grupo) Do cravo, da rosa e da fulana, meu bem. (Dito isso, ela sai, a fulana entra imediatamente e continua a brincadeira). e-Tec BrasilAula 3 – As riquezas do folclore brasileiro 45 4. Verso: Bateram na porta Eu abri Fui ver quem era Era uma velha torta Pulo, pula, pula Dá uma rodada Põe a mão no chão E conta de um a dez. O Brasil é um país rico em folclore, com diferentes povos de variadas ori- gens, que se tornou de uma riqueza cultural inigualável. Apresenta variadas brincadeiras que passam de geração a geração, além de ritmos, costumes, culinária, artesanatos e outros. Como a brincadeira é o nosso assunto neste momento, é importante que resgatemos as folclóricas para que todos possam vivenciá-las, uns relembran- do da infância e outros conhecendo um pouco mais dessa riqueza brasileira. 3.3 Brinquedos rimados, cantados e cantigas de roda As cantigas de roda, também conhecidas como cirandas, são brincadeiras que consistem na formação de uma roda, com a participação de várias pes- soas, que cantam músicas de caráter folclórico, seguindo coreografias. As cantigas são muito executadas em escolas, parques e outros espaços fre- quentados por crianças. As músicas e coreografias são criadas por anônimos, que adaptam músicas e melodias. As letras das músicas são simples e trazem temas do universo infantil na maioria das vezes. Alguns exemplos de canti- gas de roda e brinquedos cantados, são: Jogos, Brinquedos e Brincadeirase-Tec Brasil 46 • Samba Lelê Samba Lelê está doente Está com a cabeça quebrada Samba Lelê precisava De umas dezoito lambadas. Samba , samba, Samba ô Lelê Pisa na barra da saia ô Lalá. (bis) Ó Morena bonita, Como é que se namora? Põe o lencinho no bolso Deixa a pontinha de fora. Ó Morena bonita, Como é que se casa? Põe o véu na cabeça Depois dá o fora de casa. Ó Morena bonita, Como é que cozinha? Bota a panela no fogo Vai conversar com a vizinha. Ó Morena bonita, Onde é que você mora? Moro na Praia Formosa Digo adeus e vou embora. • O cravo e a rosa O cravo brigou com a rosa Debaixo de uma sacada O cravo ficou ferido E a rosa despedaçada. (continua...) O cravo ficou doente A rosa foi visitar O cravo teve um desmaio A rosa pôs-se a chorar. e-Tec BrasilAula 3 – As riquezas do folclore brasileiro 47 • Capelinha de melão Capelinha de melão É de São João, É de cravo, é de rosa, É de manjericão. São João está dormindo, Não acorda, não. Acordai, acordai, Acordai, João! • Caranguejo O siri e o caranguejo São dois bichos engraçados O siri quer ser tenente Caranguejo delegado Mas não pode O pé, o pé, o pé A mão, a mão, a mão Balanceia minha gente No meio deste salão Está tão bom Caranguejo não é peixe Caranguejo peixe é Caranguejo não é peixe Na vazante da maré. (continua...) Palma, palma, palma, Pé, pé, pé Caranguejo só é peixe, na vazante da maré! • Sou pequenininha Sou pequenininha Do tamanho de um botão Boto papai no bolso Mamãe no coração. O bolsose furou Papai caiu no chão. Jogos, Brinquedos e Brincadeirase-Tec Brasil 48 • Hoje é domingo Hoje é domingo Pé de cachimbo O cachimbo é de ouro Bate no touro O touro é valente, Bate na gente A gente é fraco Cai no buraco O buraco é fundo Acabou-se o mundo. 3.4 Brinquedos folclóricos Figura 3.1: Telefone de latas Fonte: www.sxc.hu Muitos brinquedos que conhecemos na infância fazem parte do folclore e vêm sendo passados de geração a geração. Nos dias atuais, nas grandes cidades ou regiões metropolitanas, as crianças muitas vezes não têm a oportunidade de conhecer esses brinquedos, fican- do por conta da escola ou nas comemorações do dia do folclore fazer o resgate dessa cultura. Exemplos comuns desses brinquedos que fazem parte da nossa história do folclore são: Descubra um brinquedo rimado, ritmado ou uma cantiga de roda que não estejam nos exemplos e prepare uma apresentação em mídia digital com ilustrações e compartilhe com seus colegas no AVEA. e-Tec BrasilAula 3 – As riquezas do folclore brasileiro 49 • Pipa: também conhecida como papagaio, é feita de varetas de madeira (bambu) e papel de seda geralmente bem colorido. Brincar de pipa impli- ca empiná-la nos dias de vento, com linha. Geralmente são os meninos que brincam com ela. • Estilingue: feito de galhos de árvore (formato de forca) amarrados a pedaços de borracha. Serve para acertar alvos. • Bolas de gude: feitas de vidro, são jogadas no chão de terra. O objetivo deste brinquedo é bater na bolinha do adversário com outra bolinha. • Pião: feito de madeira, é jogado com um cordão que chamamos de fieira. Ela é enrolada no pião e este é jogado com força no chão, desenrolando. 3.5 Trava-língua É uma brincadeira que apresenta desafios na pronúncia de palavras parecidas, as quais podem ser difíceis ou até fáceis. O que vai caracterizar o trava-língua é a maneira como as palavras são colocadas nas frases e a velocidade da fala do texto proposto, que deve ser bem rápida e sem interrupção. Observe os exemplos descritos a seguir: • O sabiá não sabia Que o sábio sabia Que o sabiá não sabia assobiar. • O doce perguntou pro doce Qual é o doce mais doce Que o doce de batata-doce. O doce respondeu pro doce Que o doce mais doce que O doce de batata-doce É o doce de doce de batata-doce. • Olha o sapo dentro do saco O saco com o sapo dentro, Amplie seu conhecimento sobre folclore, acessando o site da Fundação Nacional de Artes em http://www.funarte.gov.br Jogos, Brinquedos e Brincadeirase-Tec Brasil 50 O sapo batendo papo E o papo soltando o vento. • Não confunda Ornitorrinco com Otorrinolaringologista, Ornitorrinco com ornitologista, Ornitologista com Otorrinolaringologista, Ornitorrinco é ornitorrinco (continua...) Ornitologista é ornitologista Otorrinolaringologista é Otorrinolaringologista. • Bote a bota no bote e tire o pote do bote. • O rato roeu a roupa do rei de Roma. Rainha raivosa rasgou o resto. • Três tigres tristes para três pratos de trigo. Três pratos de trigo para três tigres tristes. Figura 3.2: Ornitorrinco Fonte: www.sxc.hu Ornitorrinco Um animal mamífero da Aus- trália, dotado de focinho córneo semelhante ao bico de um pato. e-Tec BrasilAula 3 – As riquezas do folclore brasileiro 51 O trava-língua é uma brincadeira que descontrai diferentes grupos de pes- soas. Você como futuro técnico em lazer, pode ter algumas sugestões dessa brincadeira sempre em mente para propor aos grupos. 3.6 Danças folclóricas Figura 3.3: Capoeira Fonte: www.sxc.hu Em cada região do Brasil encontraremos danças das mais variadas origens. Em algumas vamos encontrar influências africanas e indígenas; porém, em outras, influências europeias. As danças folclóricas representam manifestações do povo, que podem ter ligação com religiosidade, costumes do lugar, origem de outros povos, além de acontecimentos históricos. No Brasil a diversidade é realmente valiosa. De norte a sul encontraremos muitas danças com origens africanas, indígenas e europeias; só vai depender da localidade e dos antecessores do lugar. O brasileiro é um povo criativo e muito festeiro, gosta de dançar, cantar e festejar; com isso, nos tornamos um povo rico em cultura popular. É importante conhecermos as danças para que possamos entender as ori- gens brasileiras, além de enriquecer o nosso saber. Para tanto, selecionamos alguns exemplos, para você: Assista ao espetáculo Marias Brasilianas: a arte do fio, um acontecimento maravilhoso, que mostra por meio de ritmos, danças e canções, uma homenagem às fiandeiras, tecelãs, rendeiras e bordadeiras de diferentes regiões do Brasil. Acesse http://www. mariasbrasilianas.com.br. Em seguida elabore um quadro em mídia digital elencando os mais relevantes ritmos e danças que aparecem no vídeo com suas respectivas características. Poste o material elaborado no AVEA. Jogos, Brinquedos e Brincadeirase-Tec Brasil 52 • Samba: esta melodia é tocada com instrumentos de percussão acompa- nhados por instrumentos de corda. São eles: cavaquinho, violão, pandei- ro, surdo, tamborim, tantã e cuíca. Existem vários tipos de samba: sam- ba-canção, samba de gafieira, samba de breque, samba-choro, partido alto, exaltação, carnavalesco, pagode, entre outros. O samba tem gran- des nomes, dentre os quais podemos destacar: Noel Rosa, Pixinguinha, Carlos Lira, Ivone Lara, Cartola, Alcione, Beth Carvalho, João Nogueira, Diogo Nogueira, Jorge Aragão, Alexandre Pires e Zeca Pagodinho. • Jongo: dança de terreiro, executada por tambores com tocadores sen- tados sobre eles. Participam homens, mulheres e crianças. Em um círculo único, um solista no centro, improvisa passos fundamentados em saltitos e bamboleios. Os demais participantes batem palmas e evoluem em seus lu- gares, enquanto vão respondendo ao refrão da cantoria tirada pelo solista. • Dança dos velhos: dança de pares soltos com homens e mulheres ves- tidos de velhos, com roupas fora de moda, bigodes de algodão, perucas e bengalas. As músicas são o alegro, marcha e fadinho. O acompanha- mento é feito por pistom, saxofone, violão e pandeiro, além das batidas das bengalas no chão. • Quadrilha: dança típica da época de festa junina. Esta dança é acompa- nhada pela sanfona e pandeiro. A música é bem animada, com compas- so bem marcado como uma marchinha. Aqui, como se fosse um baile na roça, os participantes se vestem com roupas coloridas, sendo as mulheres com vestidos rodados e floridos e os homens com camisas xadrez e cha- péus de palha. Geralmente quem puxa a quadrilha é o casal que repre- senta os noivos do casamento caipira. Durante a dança, um cantador de quadrilha vai falando o que deve ser feito, e os dançarinos vão seguindo. • Capoeira: esta dança foi introduzida no Brasil pelos escravos. Na Bahia, a capoeira luta com o adversário, mas possui um aspecto particular e curioso, exercitando-se amigavelmente ao som de cantigas e instrumen- tos de percussão, berimbau, ganzá, pandeiro, marcando o aceleramento do jogo o ritmo dessa colaboração musical. A capoeira é mais frequente nos estados do Rio de Janeiro, Bahia e Pernambuco. • Frevo: é caracterizado por uma dança de rua e de salão em grupos, com marcha de ritmo frenético. Uma sombrinha é usada como adereço, para os dançarinos fazerem evoluções. Existem mais de 300 passos diferentes. Alegro Andamento musical animado e vivo. Fonte: Amora (2008). e-Tec BrasilAula 3 – As riquezas do folclore brasileiro 53 • Balainha: conhecida também com o nome de arcos floridos ou jardinei- ra, a balainha é desenvolvida com os pares de dançantes (sempre mulhe- res), cada um
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