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Prospecção fitoquímica de Maytenus Ilicicífolia

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Maytenus ilicicifolia
Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre
Disciplina de Farmacognosia – Curso de Farmácia
Elaine Kutzner e Thamiris Franco
2017
Maytenus ilicifolia 
- Os principais metabólitos identificados na Maytenus ilicicifolia, conhecida popularmente por Espinheira Santa, são os taninos, flavonóides e saponinas (MARIOT e BARBIERI, 2007).
- É uma das plantas medicinais de interesse do SUS (RENISUS, 2009).
- O Formulário de Fitoterápicos da Farmacopeia Brasileira, (2010) indica as folhas secas de Espinheira Santa como antidispéptico, antiácido e protetor da mucosa gástrica.
Figura 1: Maytenus ilicifolia
Fonte: Flora Digital http://www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/open_sp.php?img=552. Foto de Eduardo Luís Hettwer Giehl.
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MODO DE USAR
Preparar por infusão (3g para 150mL).
Acima de 12 anos: tomar 150 mL do infuso, logo após o preparo, três a quatro vezes ao dia.
ADVERTÊNCIAS 
Não utilizar em gestantes e lactantes. 
 Uso interno. Acima de 12 anos: tomar 150 mL do infuso, logo após o preparo, três a quatro vezes ao dia. (FORMULÁRIO DE FITOTERÁPICOS DA FARMACOPEIA BRASILEIRA, 2011)
1.Introdução
Habitat - sul da América do Sul. 
Parte usada: folha.
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Fonte: Memento Fitoterápico, 2016.
1.Introdução
Apresenta atividade antiulcerogênica, aumenta pH pela redução da acidez do suco gástrico.
Sugere-se que está relacionado com a H+K+ATPase e o sistema óxido nítrico dependente. 
- Flavonoides
- Metilxantinas
- Quinonas
- Saponinas
- Taninos
- Sugestão de Análise Cromatográfica
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2.Desenvolvimento
Flavonoides
Extração, e reações químicas de hidróxido de sódio, cloreto férrico e reação oxalo-bórica.
Figura 2 : Extração por refluxo.
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2.Desenvolvimento
Flavonoides
Os flavonóis majoritários encontrados na M. ilicifolia são os derivados mono-, di-, tri- e tetraglicosilados de quercetina, canferol e miricetina (TIBERTI et al, 2007).
Figura 3 : Reação com hidróxido de sódio (esquerda) e sem hidróxido (direita).
Figura 4: Reação com cloreto férrico (esquerda) e sem reagente químico (direita).
Figura 5: Reação oxalo-bórica
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2.Desenvolvimento
A coloração amarela escura indica presença de flavonóis (COSTA, 2000).
A coloração verde acastanhada indica presença de flavonóis e flavanonas (COSTA, 2000).
Metilxantinas
Extração por refluxo com água, reação de vanilina e ácido clorídrico concentrado. 
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2.Desenvolvimento
Figura 6 : Extração por refluxo.
Metilxantinas
A cor avermelhada indica a presença de metilxantinas (SOUZA, 2017). 
Figura 7: Reação com vanilina e ácido clorídrico (esquerda) e comparativo com extrato sem o reativo químico (direita).
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2.Desenvolvimento
Quinonas
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Figura 8: Extração, solvente éter etílico, agitação mecânica.
2.Desenvolvimento
Extração por agitação mecânica, com a utilização de éter etílico.
Quinonas
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Figura 9: Positivo para Antraquinonas livres.
Negativo para o-glicosídeos
Negativo para c-glicosídeos
2.Desenvolvimento
O aparecimento de anel rosa avermelhado ou mudança de coloração da solução para avermelhado indica que há antraquinonas livres (SOUZA, 2017)
Saponinas
Maceração de folhas secas e moídas da droga em etanol 40%, para detecção de saponinas.
Figura 10: Extração por maceração com agitação eventual. 
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2.Desenvolvimento
Saponinas
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Figura 11: Volumes de espuma obtido.
2.Desenvolvimento
Tabela 1: Volume de espuma obtido e média.
 
O resultado positivo para saponinas em Maytenus ilicifolia, resultado também encontrado por Souza et al (2005) na caracterização da espinheira santa. 
As saponinas em solução aquosa formam espuma persistente e abundante. Essas atividades provém do fato de apresentarem em sua estrutura uma parte lipofílica (aglicona ou sapogenina) e uma parte hidrofílica (constituída por um ou mais açúcares) (SIMÕES, 2004).
Ver se o volume da espuma é em cm mesmo
Taninos
Figura 12: Preparação de extrato da droga por maceração por digestão. 
Extração e maceração para identificar reações químicas de gelatina, sais de ferro, vanilina.
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2.Desenvolvimento
Taninos
O método da vanilina é utilizado para quantificação dos taninos condensados (SANTOS, 2012).
O aldeído aromático da vanilina complexa com o anel dos flavonóides metasubstituídos e forma a coloração vermelha (VISTUBA, 2014). 
Figura 13: Reação química de com gelatina. 
Figura 14 : Reação química com sais de ferro. 
Figura 15 : Reação química com vanilina. 
Segundo a Farmacopeia Brasileira (2010) para a reação de precipitação por gelatina para Maytenus ilicicifolia:
precipitação = indicação positiva para taninos totais (mínimo 2%)
Formação de complexos com ligações de hidrogênio entre os grupos fenólicos do tanino e a amina da proteína (SIMÕES et al, 2004).
A reação com cloreto férrico é usada para diferenciar: 
taninos hidrolisáveis = coloração azul, 
taninos condensados = coloração verde,
misturas = não é observada a cor verde (SIMÕES et al 2004).
Taninos condensados, ligados por ligações do tipo carbono-carbono, têm resistência à fragmentação e não são suscetíveis de quebra por hidrólise (BEELEN et al, 2008). 
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Taninos
2.Desenvolvimento
Gelatina - ligações fenólicas do tanino com amina da proteína.
Hidrolisáveis são gálicos ou elágicos,condensados são proantocianidinas (pirocatecólicos) - pela condensação de flavanois ( flavan-3-ol e flavan-3,4-diol).
formam complexos com ions metálicos (no caso o ferro).
método da vanilina é utilizado para quantificação com espectrofotômetro.
Cromatografia em Camada Delgada - Taninos 
Preparo da solução: Pesar exatamente cerca de 5 g da droga moída, acrescentar 50 ml de água e aquecer sob refluxo por 15 minutos. Após resfriamento à temperatura ambiente, filtrar a solução obtida em algodão, sob pressão reduzida, transferir para balão volumétrico de 50 ml e completar o volume com água destilada.
Padrão: Epicatequina - 1mg dissolvido em 1 mL de metanol,
Fase estacionária: Placa de sílica-gel F254, com espessura de 0,25 mm, 
Fase móvel: Mistura de acetato de etila, ácido fórmico e água (90:5:5; V/V). 
Aplicar em forma de banda, 10 μl da solução e 3 μl do padrão.
Desenvolver o cromatograma no percurso de 5 cm. 
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2.Desenvolvimento
Remover a placa e deixar secar em capela de exaustão. 
Examinar sob luz ultravioleta (254 nm). 
O cromatograma obtido com a solução apresenta uma mancha de coloração bordô, na mesma altura
que a obtida no cromatograma do padrão epicatequina (Rf de aproximadamente 0,82). 
Em seguida, nebulizar a placa com vanilina sulfúrica SR e deixar em estufa a 110 ºC, por 10 minutos. 
Após a visualização deverão ser observadas na solução duas manchas de coloração bordô com Rf de aproximadamente 0,82 para epicatequina e 0,72 para banda bordô que aparece logo abaixo (Farmacopeia Brasileira, 2010).
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2.Desenvolvimento
* O isolamento é realizado através de cromatografia em coluna.
Na atividade de prospecção fitoquímica encontramos algumas dificuldades, inicialmente na própria aula prática para encontrar as vidrarias que seriam utilizadas, também encontramos dificuldades na operação por falhas nossas na utilização de reagentes errados, confecção de POP com equívocos. Além disso encontramos dificuldades de encontrar literatura para as técnicas de quinonas e principalmente metilxantinas, com a reação de vanilina e HCl.
Os resultados dos experimentos apresentados estavam de acordo com o esperado pela bibliografia utilizada. A Maytenus ilicifolia apresentou a maioria dos compostos que foram analisados em aula prática, entre eles flavonoides, taninos condensados, saponinas, metilxantinas e antraquinonas livres, porém as reações para o-glicosídeos e c-glicosídeos não foram positivas.
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3.Conclusão
Referências 
BEELEN, P. M. G.; PEREIRA, J. M. J. ; BEELEN, R. N. Avaliação de taninos condensados em plantas forrageiras. Zootec, João Pessoa, Paraíba, 2008. Anais. João Pessoa, Paraíba, 2008.
BRASIL. FarmacopeiaBrasileira. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2010 vol 2. 
BRASIL. Formulário de Fitoterápicos da Farmacopéia Brasileira. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2011.
BRASIL. Memento Fitoterápico Farmacopeia Brasileira. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Brasília: Anvisa, 2016
BRASIL. Ministério da Saúde. RENISUS - Relação Nacional de Plantas Medicinais de Interesse ao SUS. Espécies vegetais. DAF/SCTIE/MS - RENISUS - fev/2009.
COSTA, A. F. Farmacognosia. vol. III, 3ª ed., Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2000.
GIEHL, E. I. H. G. Coord. Flora digital. Porto Alegre: UFRGS; Florianópolis: SAR; FURB; UFSC; EPAGRI, 2010. Disponível em 2010.http://www.ufrgs.br/fitoecologia/florars/open_sp.php?img=552. Acesso em 21 out 2017.
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MARIOT, M.P. ; BARBIERI, R.L Metabólitos secundários e propriedades medicinais da espinheira-santa (Maytenus ilicifolia Mart. ex Reiss. e M. aquifolium Mart.) Rev. Bras. Pl. Med., Botucatu, v.9, n.3, p.89-99, 2007 Disponível em: http://www.sbpmed.org.br/download/issn_07_3/artigo13_v9_n3.pdf Acesso em 11 out 2017.
SANTOS, L.G.D Método de difusão radial: validação e otimização do processo de extração para doseamento de taninos de espécies medicinais da caatinga. Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de Pós-graduação em Ciências Farmacêuticas do Centro de Ciências da Saúde da Universidade Federal de Pernambuco, 2012.
SOUZA, S.A.M.; CATTELAN, L.V.; VARGAS, D.P.; PIANA, C.F.B.;BOBROWSKI, V. L. ; ROCHA , B.H.G. Atividade alelopática e citotóxica do extrato aquoso de espinheira-santa (Maytenus ilicifolia Mart. Ex Reiss). UEPG - Ciências Biológicas e da Saúde 11(3/4):7-14, 2005.
VISTUBA, J. P. Desenvolvimento de métodos analíticos em GC-FID, CE-UV e LC-MS/MS no estudo fitoquímico de triterpenos, flavonóis e taninos voltado para a obtenção de uma nova cultivar de Maytenus ilicifolia (Espinheira-Santa) . Tese submetida ao Programa de Pós-Graduação em Química, do Departamento de Química, da Universidade Federal de Santa Catarina para a obtenção do grau de Doutor em Química na Área de concentração de Química Analítica, 2014.
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SANTOS, S. C.; MELLO, J. C. P. Taninos. In: SIMÕES, C. M. O.; MELLO, J. C. P.; MENTZ, L. A.; PETROVICK, P. R. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 2. ed. Florianópolis: Ed. da UFSC; Porto Alegre: Ed. da UFRGS, 2004. cap. 2. p. 29-43.
SIMÕES, C. M. O et al. Farmacognosia: da planta ao medicamento. 5ª ed. Porto Alegre/ Florianópolis: Editora UFRGS/Editora UFSC, 2004. 
TIBERTI, L. A.; YARIWAKE, J. H.; NDJOKO, K.; HOSTETTMANN, K. Identification of flavonols in leaves of Maytenus ilicifolia and Maytenus aquifolium (Celastraceae) by LC/UV/MS analysis. Journal of Chromatography B, v. 846, n. 1-2, p. 378-384, 2006. Disponível em: <http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1570023206007562>. Acesso em: 11 out. 2017.
SOUZA, K. C. B. de. Roteiro para prospecção fitoquímica. Material da disciplina de Farmacognosia. Porto Alegre: UFCSPA, 2017.
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