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TUTORIA 2 - sistema reprodutor feminino Maria Karoline Duque ★ Anatomia e histologia ● Ovários *Os ovários formam o par de órgãos sexuais primários da mulher que produz gametas, ou óvulos, e os hormônios sexuais, estrógenos e progesterona. *São estruturas sólidas, ovóides com aproximadamente 3,5 cm de comprimento, 2 cm de largura e 1 cm de espessura. *A cor e textura dos ovários variam de acordo com a idade e o estágio reprodutor da mulher. Os ovários de uma menina jovem são lisos e róseos. Em seguida à puberdade, os ovários tornam-se rosa acinzentados e têm uma superfície irregular por causa das cicatrizes causadas pelas ovulações. *O par de ovários está posicionado na parte superior da cavidade da pelve, lateralmente ao útero. *Cada ovário está situado em uma depressão rasa da parede posterior do corpo, a fossa ovária, e mantidos em posição através de várias fixações membranosas. *A principal membrana de sustentação do sistema genital feminino é o ligamento largo do útero. O ligamento largo do útero é o peritônio parietal que sustenta as tubas uterinas e o útero. *O mesovário é uma extensão posterior do ligamento largo específica que se prende a um ovário. Cada ovário é ainda mantido em posição pelo ligamento útero-ovárico, que está ancorado ao útero, e um ligamento suspensor do ovário, que está preso à parede da pelve. *Cada ovário consiste em quatro camadas. - O epitélio germinativo é a fina camada externa composta de células epiteliais cúbicas. - Uma camada de tecido conjuntivo denso chamada túnica albugínea está localizada imediatamente abaixo do epitélio germinativo. - A parte principal do ovário é dividida em uma camada externa, o córtex (na qual predominam os folículos ovarianos), e outra interna vascular, a medular, embora o limite entre estas camadas não seja distinto. O estroma – o material do ovário no qual os folículos e vasos sangüíneos estão imersos – encontra-se em ambas as camadas, cortical e medular. Os folículos se localizam no tecido conjuntivo da região cortical, o qual contém fibroblastos dispostos em um arranjo muito característico, formando redemoinhos. Esses fibroblastos respondem a estímulos hormonais de um modo diferente dos fibroblastos de outras regiões do organismo. A parte mais interna do ovário é a região medular, que contém tecido conjuntivo frouxo com um rico leito vascular. ● Tubas uterinas *O par de tubas uterinas, também conhecidas como tubas de Fallopius, ou oviductos, transportam os ovócitos dos ovários para o útero. *Cada tuba uterina tem aproximadamente 10 cm de comprimento e 0,7 cm de diâmetro. *Estão posicionadas entre as pregas do ligamento largo do útero. *A parte terminal aberta e em forma de funil da tuba uterina, o infundíbulo, encontra-se próxima ao ovário mas não está fixa. *Várias franjas, saliências semelhantes a dedos chamadas fímbrias, projetam-se das margens do infundíbulo sobre a face lateral do ovário. Movimentos ondulatórios das fímbrias captam um ovócito ovulado para o lume da tuba uterina. *Do infundíbulo, a tuba uterina se estende medial e inferiormente para se abrir na cavidade do útero. A ampola da tuba uterina é sua porção mais longa e mais larga. *A outra extremidade - denominada intramural - atravessa a parede do útero e se abre no interior deste órgão. *A parede da tuba uterina é composta de três camadas: (1) uma mucosa; (2) uma espessa camada muscular de músculo liso disposto em uma camada circular ou espiral interna e uma camada longitudinal externa; (3) uma serosa formada de um folheto visceral de peritônio. - A mucosa é formada por um epitélio colunar simples e por uma lâmina própria de tecido conjuntivo frouxo. O epitélio contém dois tipos de células, um é ciliado e o outro é secretor. Os cílios batem em direção ao útero, movimentando nesta direção uma película de muco que cobre sua superfície. Este líquido consiste principalmente em produtos das células secretoras (funções nutritivas e protetoras em relação ao ovócito, além de promover a ativação (capacitação) dos espermatozóides). - A contração de músculo liso e a atividade das células ciliadas transportam o ovócito ou o zigoto ao longo do infundíbulo e do restante da tuba. Este movimento também impossibilita a passagem de microrganismos do útero para a cavidade peritoneal. *O ovócito leva de 4 a 5 dias para se deslocar ao longo da tuba uterina. Caso um número grande de espermatozóides viáveis for ejaculado na vagina durante o coito, e se houver um ovócito na tuba uterina, a fertilização acontecerá dentro de horas depois da descarga do sêmen. O zigoto se dirigirá em direção ao útero onde irá ocorrer a implantação. - Gravidez ectópica: implantação do blastocisto na tuba uterina. Neste caso, a lâmina própria da mucosa reage como o endométrio, formando numerosas células deciduais. ● Útero *O útero é um órgão que possui uma cavidade envolvida por espessa musculatura com a forma de uma pêra invertida. *Está localizado perto do soalho da cavidade pélvica, anterior ao reto e póstero-superiormente à bexiga urinária. *No estado não gravídico tem aproximadamente 7 cm de comprimento, 5 cm de largura (em sua região mais larga) e 2,5 cm de diâmetro. *As regiões anatômicas do útero incluem a porção mais superior em forma de cúpula, por onde entram as tubas uterinas, chamada fundo do útero; a porção maior e mais larga, chamada corpo do útero; e a porção inferior mais estreita que se abre na vagina, chamada colo do útero. O colo do útero projeta-se posteriormente e inferiormente unindo-se à vagina quase em ângulo reto. *A cavidade do útero é o espaço situado no interior das regiões do útero: fundo e corpo. *A junção da cavidade do útero com o canal do colo do útero é chamada de istmo do útero, e a abertura do canal do colo do útero na vagina é chamada de óstio do útero. *Quatro pares de ligamentos mantêm o útero em posição dentro da cavidade da pelve. - Os ligamentos largos do útero são pregas de peritônio que se estendem das paredes da pelve e soalho da pelve para as paredes laterais do útero. - As pregas retouterinas (não mostradas), que também são continuações do peritônio, encurvam-se ao longo da parede lateral da pelve em ambos os lados do reto para ligar o útero ao sacro. - Os ligamentos transversos do colo (cardinais) (não mostrados) são faixas fibrosas dentro do ligamento largo que se estendem lateralmente do colo do útero e da vagina através do soalho da pelve para se fixarem à parede da pelve. - Os ligamentos redondos do útero são de fato prolongamentos dos ligamentos útero-ováricos, que dão suporte aos ovários. Cada ligamento redondo do útero se estende da margem lateral do útero, logo abaixo da tuba uterina, para a parede lateral da pelve. Semelhante ao trajeto do ducto deferente no homem, cada ligamento redondo do útero continua através do canal inguinal da parede abdominal para se fixar nos tecidos profundos do lábio maior do pudendo. *O útero inclina-se ligeiramente para trás quandoa bexiga urinária está cheia, e desloca-se para frente durante a defecação. *A parede do útero é composta de três camadas: o perimétrio, o miométrio e o endométrio. - Perimétrio: camada delgada serosa - constituída de mesotélio e tecido conjuntivo - ou, dependendo da porção do órgão, uma adventícia - constituída de tecido conjuntivo sem revestimento de mesotélio. - Miométrio: a camada mais espessa do útero, é composto de pacotes ou grandes feixes de fibras musculares lisas separadas por tecido conjuntivo. Os pacotes de músculo liso se distribuem em quatro camadas não muito bem definidas. A primeira e a quarta camadas são compostas principalmente de fibras dispostas longitudinalmente, isto é, paralelas ao eixo longo do órgão. Pelas camadas intermediárias passam os grandes vasos sanguíneos que irrigam o órgão. Na gravidez, ocorre hiperplasia e hipertrofia das células musculares lisas. - Endométrio: consiste em um epitélio e uma lâmina própria que contém glândulas tubulares simples que às vezes se ramificam nas porções mais profundas. As células que revestem a cavidade uterina se organizam em um epitélio simples colunar formado por células ciliadas e células secretoras. O epitélio das glândulas uterinas é semelhante ao epitélio superficial, mas células ciliadas são raras no interior das glândulas. O tecido conjuntivo da lâmina própria é rico em fibroblastos e contém abundante matriz extracelular. Camada basal, mais profunda, adjacente ao miométrio, constituída por tecido conjuntivo e pela porção inicial das glândulas uterinas. Altamente vascularizada e serve para regenerar a camada funcional depois de cada menstruação. Camada funcional, formada pelo restante do tecido conjuntivo da lâmina própria, pela porção final e desembocadura das glândulas e também pelo epitélio superficial. É eliminada durante a menstruação e reconstruída sob estímulo de hormônios esteróides ovarianos. - Colo do útero: a mucosa é revestida por um epitélio simples colunar secretor de muco. A cérvice tem poucas fibras de músculo liso e consiste principalmente (85%} de tecido conjuntivo denso. As secreções cervicais têm um papel importante na fertilização. Na época da ovulação, as secreções mucosas são mais fluidas e facilitam a penetração do esperma no útero. Na fase luteal ou na gravidez, os níveis de progesterona alteram as secreções mucosas de fonna que elas tornam-se mais viscosas e previnem a passagem de esperma e de microrganismos para dentro do útero. ● Vagina *A vagina é o órgão tubular, fibromuscular, que recebe o esperma da uretra do pênis ereto durante o coito. Também atua como canal do parto e passagem para o material menstruado para fora do corpo. *Tem aproximadamente 9 cm de comprimento e se estende do colo do útero até o vestíbulo da vagina. *Está situada entre a bexiga urinária e o reto, e é contínua com o canal do colo do útero. O colo do útero fixa-se à vagina em um ângulo aproximado de 90 graus. *O recesso profundo que cerca a protrusão do colo do útero na vagina é chamado de fórnice (exame ginecológico, diafragma). *A abertura da vagina para o exterior, em sua extremidade inferior, é chamada de óstio da vagina. Uma prega fina de membrana mucosa chamada hímen pode cobrir o óstio da vagina parcialmente. *A parede da vagina é formada por três camadas: a túnica mucosa interna, a túnica muscular média e a túnica fibrosa externa. - Mucosa: o epitélio da mucosa vaginal de uma mulher adulta é estratificado pavimentoso, tem uma quantidade de queratina, porém não ocorre queratinização intensa com transformação das células em placas de queratina, como nos epitélios queratinizados típicos. Sob estímulo de estrógenos, o epitélio vaginal sintetiza e acumula grande quantidade de glicogênio, que é depositado no lúmen da vagina quando as células do epitélio vaginal descamam. Bactérias da vagina metabolizam o glicogênio e produzem ácido láctico, responsável pelo pH da vagina, que é normalmente baixo. O ambiente ácido tem uma ação protetora contra alguns microrganismos patogênicos. A lâmina própria da mucosa vaginal é composta de tecido conjuntivo frouxo muito rico em fibras elásticas. Dentre as células da lâmina própria há quantidades relativamente grandes de linfócitos e neutrófilos. Durante certas fases do ciclo menstrual, esses dois tipos de leucócitos invadem o epitélio e passam para o lúmen da vagina. - Túnica muscular: a camada muscular da vagina é composta principalmente de conjuntos longitudinais de fibras musculares lisas. Há alguns pacotes circulares, especialmente na parte mais interna (próximo à mucosa). - Túnica adventícia: externamente à camada muscular, uma camada de tecido conjuntivo denso, rica em espessas fibras elásticas, une a vagina aos tecidos circunvizinhos. A grande elasticidade da vagina se deve ao grande número de fibras elásticas no tecido conjuntivo de sua parede. ● Glândulas mamárias *As glândulas mamárias são glândulas sudoríferas modificadas, localizadas nas mamas, e fazem parte do sistema tegumentar. *Na puberdade, os estrógenos ovarianos estimulam o crescimento das glândulas mamárias e o depósito de tecido adiposo no interior das mamas. *As glândulas mamárias se hipertrofiam na gravidez e nas mulheres em período de lactação, e comumente se atrofiam um pouco depois da menopausa. *Cada glândula mamária está composta de 15 a 20 lobos, cada um com sua própria via de drenagem para o exterior. *A quantidade de tecido adiposo determina o tamanho e a forma da mama, mas não tem relação com a capacidade de uma mulher para amamentar. *Cada lobo é subdividido em lóbulos que contêm os alvéolos mamários glandulares. Os alvéolos mamários são as estruturas que produzem o leite de uma mulher lactante. ★ Eixo hipotálamo-hipófise-ovário *A liberação pulsátil do hormônio de liberação das gonadotrofinas (GnRH) pelo hipotálamo estimula a liberação hipofisária pulsátil do hormônio luteinizante (LH) e do hormônio folículo-estimulante (FSH). *Tanto o FSH quanto o LH se ligam a receptores acoplados à proteína G, induzindo a ativação da subunidade Ga estimuladora (Ga’s), que leva à estimulação de eventos esteroidogênicos, mediada pelo monofosfato de 3´,5´-adenosina cíclico (AMPc), culminando na produção ovariana de estradiol e progesterona, os dois principais hormônios envolvidos na regulação da função ovariana e no controle do ciclo reprodutivo. *As variações na liberação pulsátil das gonadotrofinas resultam em uma resposta cíclica da função ovariana. Cada ciclo, cuja duração é de 28 dias, pode ser dividido em duas fases (folicular e lútea) de 14 dias cada uma. ● Fase folicular *Durante a fase folicular, o FSH estimula o recrutamento e o crescimento dos folículos e a síntese de estrogênio. *Antes da seleção do folículo para ovulação, as células da granulosa respondem apenas ao FSH. À medida que progride a maturação folicular, o acoplamento entre a estimulação dos receptores de FSH e a ativação da adenilato-ciclase torna-se cada vez mais eficiente, resultando em aumentouniforme na produção de AMPc. O acúmulo de AMPc induzido pelo FSH resulta em upregulation dos receptores de LH, permitindo ao LH atuar como substituto do FSH nas células da granulosa. Os baixos níveis de gonadotrofinas (particularmente FSH) levam à morte das células da granulosa e à atresia folicular. ● Fase lútea *O LH é responsável pela ovulação e pela formação do corpo lúteo, bem como pela produção de progesterona e estrogênio pelo corpo lúteo. A ativação dos receptores de LH nas células da teca estimula a produção de androstenediona, fornecendo o substrato para a conversão enzimática em 17b-estradiol que é mediada pela aromatase nas células da granulosa. ★ Ovogênese *Um ovo em desenvolvimento (ovócito) diferencia-se em um óvulo maduro (óvulo) através de uma série de etapas, chamada ovogênese. *Quando as células germinativas primordiais atingem o epitélio germinativo, elas migram para o interior da substância do córtex ovariano, convertendo-se em ovogônias. *Em seguida, cada ovócito primário (na prófase I) reúne em torno de si uma camada de células fusiformes do estroma ovariano (o tecido de suporte do ovário), fazendo com que adquiram características epitelioides; são, então, as chamadas células da granulosa. *As ovogônias no ovário embrionário completam a replicação mitótica e a primeira fase da meiose no quinto mês de desenvolvimento fetal. Em seguida, a mitose das células germinativas cessa, e não se formam ovócitos adicionais. No nascimento, o ovário contém cerca de 1 a 2 milhões de ovócitos primários. *A primeira divisão meiótica do ovócito é concluída após a puberdade. Cada ovócito é dividido em duas células, um óvulo grande (ovócito secundário) e um primeiro corpo polar de pequenas dimensões. Cada uma dessas células contém 23 cromossomos duplicados. *O primeiro corpo polar pode sofrer, ou não, uma segunda divisão meiótica e depois se desintegra. *O óvulo é submetido a uma segunda divisão meiótica e, após a separação das cromátides irmãs, ocorre uma pausa na meiose (metáfase II). *Se o óvulo for fertilizado, ocorre o estágio final da meiose, e as cromátides irmãs do óvulo convertem-se em células separadas. *Quando o ovário libera um óvulo (ovulação) e, se este for fecundado, ocorre a meiose final. A metade das cromátides irmãs permanece no óvulo fertilizado, e a outra metade é liberada em um segundo corpo polar, que, em seguida, se decompõe. ★ Sistema hormonal feminino *O sistema hormonal feminino, assim como o masculino, consiste em três hierarquias de hormônio, a saber: 1. O hormônio de liberação hipotalâmica, chamado hormônio liberador de gonadotropina (GnRH). - Retroalimentação positiva e negativa. 2. Os hormônios sexuais hipofisários anteriores, o hormônio foliculoestimulante (FSH) e o hormônio luteinizante (LH), ambos secretados em resposta à liberação de GnRH do hipotálamo. O FSH e o LH estimulam suas células-alvo ovarianas ao se combinarem aos receptores muito específicos de FSH e LH, nas membranas das células-alvo ovarianas. Os receptores ativados, por sua vez, aumentam a secreção das células e, em geral, também o crescimento e a proliferação das células. 3. Os hormônios ovarianos, estrogênio e progesterona, que são secretados pelos ovários, em resposta aos dois hormônios sexuais femininos da hipófise anterior. ★ Síntese de hormônios ovarianos *Hormônios esteroides (progesterona, estrogênio e testosterona) e hormônios peptídicos (inibinas). ● Esteroides *A síntese desses hormônios pode se dar em diferentes tipos de células ovarianas em função da presença das enzimas necessárias e suas respectivas quantidades. Assim, o principal hormônio produzido varia de acordo com o tipo de célula onde acontece sua síntese. *Os estrogênios têm grande afinidade por uma proteína chamada globulina ligante de esteroides sexuais (SHBG), cuja síntese ocorre no fígado, estimulada pelos estrogênios e inibida pelos androgênios. A progesterona tem mais afinidade pela transcortina ou proteína ligante de cortisol (CBG). - Estrogênio (b-estradiol, estrona e estriol): envolve as atividades enzimáticas coordenadas entre as células da granulosa e as células da teca do folículo ovariano. As células da teca expressam as enzimas necessárias para converter o colesterol em androgênios (principalmente androstenediona), porém carecem das enzimas necessárias à conversão dos androgênios em estradiol. As células da granulosa podem converter os androgênios em estradiol e produzir progesterona, porém são incapazes de sintetizar androgênios. Por conseguinte, os androgênios sintetizados pelas células da teca são aromatizados em estradiol pelas células da granulosa. O mais importante é o estradiol, secretado pelo ovário e em pequena quantidade pela adrenal. - Androgênios A secreção de androgênios pelos ovários ocorre paralelamente à do estrogênio durante todo o ciclo menstrual. A androstenediona consiste no principal androgênio produzido pelo ovário. Em parte, é secretada para a circulação sistêmica, podendo ser convertida em testosterona e estrona nos tecidos periféricos. Outra parte da androstenediona se converte em testosterona no próprio ovário. Por ação da enzima aromatase, a androstenediona e a testosterona podem converter-se, respectivamente, em estrona e em estradiol - Progesterona: o surto pré-ovulatório do LH resulta na luteinização das células da granulosa e da teca, alterando a via de esteroidogênese, de modo que a progesterona constitui o principal hormônio esteroide sintetizado por cada um desses tipos celulares após a luteinização. ● Peptídicos - A secreção de um ou outro células tipo de granulares inibina varia durante o ciclo menstrual. A de inibina pelas do ovário é estimulada pelo FSH. Por sua vez, a inibina faz retroalimentação negativa sobre a síntese e secreção de FSH. A ativina tem ação oposta à da inibina sobre a secreção de FSH. - Na prática clínica, a inibina B é um bom marcador de função das células da granulosa sob o controle do FSH, enquanto a inibina A é um marcador da função do corpo lúteo sob o controle do LH. As inibinas contribuem para a regulação da liberação de LH e FSH por meio de regulação endócrina por retroalimentação na adeno-hipófise. - No eixo hipofisário-ovariano, a ativina é um antagonista fisiológico da inibina e estimula especificamente a síntese e a secreção do FSH pela hipófise. ★ Ciclo ovariano ● Folículo primordial *As células germinativas migram para o interior dos ovários durante o início do desenvolvimento embrionário e multiplicam-se (mitose), de maneira que em torno dos 5 meses de gestação os ovários contêm aproximadamente 6 a 7 milhões de ovócitos primordiais, chamados ovogônias. A produção de novas ovogônias cessa neste ponto e nunca mais será retomada. *No fim da gestação, as ovogônias iniciam a meiose, quando são chamadas de ovócitos primários. *A meiose está ligada à prófase I da primeira divisão meiótica e, portanto, os ovócitos primários ainda são diplóides (têm 46 cromossomos). *Osovócitos primários que não são estimulados a completar a primeira divisão meiótica ficam contidos no interior de folículos minúsculos chamados folículos primordiais. *400 a 500 folículos primordiais terão desenvolvimento completo até a ovulação. ● Folículo primário *Em resposta à estimulação através de hormônios gonadotróficos (FSH), alguns desses ovócitos e folículos crescem, e as células foliculares dividem-se para produzir o epitélio folicular que envolve o ovócito e preenche o folículo. *Se caracteriza pelo aumento do tamanho do ovócito, formação da zona pelúcida e alteração do formato das células pré-granulares fusiformes para cuboides, sendo mantidas ainda em uma única camada em torno do ovócito. *A zona pelúcida (sem célula) é uma camada de mucopolissacarídios produzidos pelas células da granular que adere ao ovócito, envolvendo-o completamente. *As células granulares estabelecem pontes (gap junctions) através da zona pelúcida para manter o contato com o ovócito e assim preservarem a comunicação com ele. ● Folículo secundário/pré-antral de primeira ordem *Na transformação de folículo primário para secundário, ocorre proliferação das células granulares, constituindo-se múltiplas camadas e pontos de comunicações entre elas (gap junctions), além de acúmulo de líquido entre estas. *Mais ainda, células mesenquimais estromais, de forma alongada, dispõem-se ao redor de toda a lâmina basal, constituindo a camada tecal. As células tecais mais próximas da lâmina basal tornam-se epitelioides e adquirem características secretoras, formando a teca interna. As células mais distantes da lâmina basal compõem a teca externa. Na teca, ocorre um processo de angiogênese para promover o suprimento sanguíneo do folículo. *A camada de células granulares mantém-se avascular, sendo suprida por substâncias que se difundem da camada tecal. ● Folículo antral *Uma onda completa de desenvolvimento folicular, desde os folículos pré-antrais de primeira ordem até a ovulação de um de seus folículos, dura cerca de 85 dias. Portanto, o folículo que atinge a ovulação em um determinado ciclo foi recrutado 3 ciclos antes. *A onda de desenvolvimento folicular tem duas fases distintas. A primeira, a fase de desenvolvimento tônico ou lento, dura 65 a 70 dias e depende de ação do hormônio foliculoestimulante (FSH). Nessa fase, o folículo secundário pré-antral (ou folículo de primeira ordem) é transformado em folículo antral (ou folículo de segunda ordem) e sucessivamente em folículo de terceira, quarta e quinta ordens. *O surgimento do antro se dá durante a transformação do folículo de primeira ordem em folículo de segunda ordem, pela coalescência (ou junção) do células líquido que se acumula e abre espaços entre as granulares. ● Folículo pré-ovulatório/de Graaf *Com o aumento do antro, o oócito e parte das células granulares que o envolvem são deslocados gradualmente em direção à periferia do folículo. Essas células granulares formam a coroa radiada e o cumulus oophorus. *A coroa consiste em duas ou três camadas de células que envolvem o ovócito. *O cumulus oophorus é composto por células granulares da parede interna do folículo em continuidade à coroa radiada. Mantém o ovócito flutuando no líquido folicular, que se acumula de maneira crescente durante o desenvolvimento folicular e promove o crescimento do antro associado ao aumento da parede folicular. ● Recrutamento folicular *As coortes (ou legiões) de folículos de 5ª ordem de mesmas características, uma delas será recrutada no final da fase lútea de um ciclo menstrual, para o processo de maturação folicular no ciclo menstrual subsequente, em que um dos folículos da coorte recrutada atingirá a ovulação. *As coortes de folículos em desenvolvimento que não foram recrutadas sofrerão atresia. *Esse recrutamento depende de FSH e marca a primeira etapa da segunda fase de uma onda de desenvolvimento folicular, a fase de desenvolvimento rápido ou exponencial. *A segunda fase dura em torno de 15 dias e depende extremamente de gonadotrofinas (FSH e LH) e os folículos irão até a 8ª ordem. ● Seleção e dominância *Da coorte recrutada, um dos folículos tem crescimento maior que os demais. Essa seleção vai desencadear um processo para estabelecer a dominânci0a desse folículo sobre os outros folículos de ambos os ovários. Não é claro o mecanismo pelo qual acontece a seleção, mas esse folículo é diferenciado estrutural e funcionalmente. *Ele apresenta maior capacidade de proliferação de células granulares e de produção de estrogênios e, em consequência, armazena mais estrogênio no líquido antral, tem maior sensibilidade ao FSH, expressa receptores para LH nas células granulares e produz outros fatores, entre os quais a inibina e o VEGF (ou fator de crescimento endotelial vascular). *Com a seleção e o início do processo de dominância folicular, ocorre diminuição da secreção de FSH, devido à retroalimentação negativa. *O aumento do estrogênio, associado à queda na secreção de FSH, parece ser o mecanismo crítico para o processo de dominância folicular. Isso porque os folículos menos desenvolvidos ainda são dependentes de FSH e a redução deste hormônio provoca nos folículos menores o decréscimo da produção de estrogênios e da sensibilidade ao próprio FSH, além de acúmulo de androgênios. Como consequência dessa situação, acontece atresia. *O folículo que começa a estabelecer dominância produz mais estrogênios, o que parece ser determinado, entre outros fatores, por maior proliferação de vasos neste folículo que nos folículos antrais menores. O VEGF, produzido pelas células granulares estimuladas pelo FSH, induz aumento de vascularização ao redor do folículo em maturação. *O maior aporte sanguíneo permite que o folículo dominante tenha acesso a maiores quantidades de gonadotrofinas. Isso poderia explicar por que, na presença de concentrações idênticas de gonadotrofinas séricas, apenas um folículo matura enquanto os demais sofrem atresia. *Há evidências de que o dominante produz fatores inibidores de crescimento folicular que contribuem para o processo de atresia dos outros folículos. *O processo de dominância culmina com a formação do folículo de 8ª ordem, que sofrerá ruptura geralmente em torno de 10 a 12 h após os picos pré-ovulatórios de LH e de FSH. ● Ovulação *É o processo de ruptura folicular com a expulsão do ovócito, juntamente com a zona pelúcida, o cumulus oophorus e parte do líquido folicular. *O LH promove a continuidade da meiose no ovócito, que será completada depois da fertilização pelo espermatozóide. *O LH promove expansão do cumulus oophorus, estimula a síntese de progesterona (aumenta a distensão da parede do folículo, que passa a acumular maior volume de líquido) e de prostaglandinas (angiogênese, hiperemia e contração de células musculares do ovário, que contribuem para expulsão do oócito e elementos agregados), além de iniciar o processo de luteinização das células da granular (formação do corpo lúteo). *O FSH e o LH estimulam a produção de plasminogênio pelascélulas granulares e tecais para formar plasmina, que ativa a colagenase. Esta enzima dissolve o colágeno da parede folicular, principalmente da lâmina basal. *O FSH também aumenta a expressão de receptores para LH nas células granulares, essencial para o corpo lúteo futuro, e estimula a formação de ácido hialurônico, que dispersa as células do cumulus oophorus, liberando-o da parede folicular e tornando-o flutuante no líquido folicular. *A ação de enzimas proteolíticas provoca também a ruptura das pontes de comunicação (gap junctions) entre o ovócito e as células granulares. *As alterações no processo final de maturação do folículo causam na superfície do ovário uma protuberância de forma cônica, o chamado estigma folicular. O rompimento desse estigma permite a extrusão do ovócito e dos elementos agregados. ● Formação e regressão do corpo lúteo *Após a expulsão do ovócito, a cavidade antral do folículo é invadida por uma rede de fibrina, por vasos sanguíneos e por células da granular e da teca interna, embora a maioria das células da teca se dispersem pelo estroma ovariano. *As células granulares param de se dividir e sofrem hipertrofia, formando as células luteínicas grandes; estas são ricas em mitocôndrias, retículo endoplasmático liso, gotículas de lipídios e, em muitas espécies, de um pigmento carotenoide, a luteína, responsável pela coloração amarelada do corpo lúteo. *As células da teca compõem as células luteínicas menores. *A transformação destas células é chamada de luteinização, que se dá sob a ação do LH, daí seu nome de hormônio "luteinizante”: que significa "tornar amarelo”. *O corpo lúteo é uma glândula endócrina temporária cuja formação começa poucas horas após a expulsão do oócito; sua secreção hormonal máxima acontece ao redor de 7 a 8 dias após a ovulação. *Se não ocorre fecundação do óvulo pelo espermatozóide e início do processo de implantação do concepto, inicia-se a regressão do corpo lúteo, que se completa no 12ª dia depois da ovulação, ou seja, 2 dias antes da menstruação. *A fase lútea tem duração constante, de modo que as variações na duração do ciclo em mulheres são devidas a variações na duração da fase de desenvolvimento folicular. *O processo de regressão do corpo lúteo é chamado de luteólise e consiste em isquemia e necrose progressiva das células endócrinas, acompanhada por infiltração de leucócitos, macrófagos e fibroblastos. Forma-se assim um tecido cicatricial avascular, o corpo albicans. ★ Ciclo endometrial *O ciclo ovariano é acompanhado de crescimento cíclico e descamação do endométrio, controlados pelo estrogênio e pela progesterona. ● Fase proliferativa *A fase proliferativa corresponde à fase folicular do ovário. Caracteriza-se por proliferação das células epiteliais do endométrio induzida pelos estrogênios e upregulation da expressão dos receptores de estradiol e progesterona. A proliferação endometrial pré-ovulatória leva à hipertrofia relativa da mucosa uterina. Trata-se da fase inicial de maturação endometrial na preparação para a implantação do embrião. ● Fase secretora Essa fase corresponde à fase lútea do ovário e caracteriza-se pela diferenciação induzida pela progesterona das células epiteliais endometriais em células secretoras. Durante a fase secretora, observa-se um curto período bem-definido de receptividade do útero para a implantação do embrião (designado como “janela de implementação”). ● Fase menstrual O período menstrual caracteriza-se pela descamação do endométrio em decorrência da proteólise e isquemia de sua camada superficial. As enzimas proteolíticas acumulam-se nos lisossomos delimitados com membrana durante a primeira metade do período pós-ovulatório. A integridade da membrana lisossomal é perdida com o declínio do estrogênio e da progesterona no dia 25, resultando na lise das células glandulares e estromais, bem como do endotélio vascular. A isquemia causada pela vasoconstrição dos vasos endometriais durante a fase inicial do período menstrual resulta na ruptura dos capilares, levando ao sangramento. 1. O hipotálamo libera GnRH, que estimula a adeno-hipófise. 2. A adeno-hipófise libera pequenas quantidades de FSH e LH. 3. O FSH estimula a maturação de um folículo. 4. As células foliculares produzem e secretam estrógeno. (a) O estrógeno mantém os caracteres sexuais secundários. (b) O estrógeno causa o espessamento do revestimento do útero. 5. No meio do ciclo, uma onda de liberação de LH pela adeno-hipófise provoca a ovulação. 6. Células foliculares tornam-se células do corpo lúteo que secretam estrógeno e progesterona. (a) O estrógeno continua estimulando o desenvolvimento do endométrio. (b) A progesterona estimula o endométrio a se tornar mais glandular e mais vascularizado. (c) O estrógeno e a progesterona inibem a secreção de FSH e LH pela adeno-hipófise. 7. Se o ovócito não for fertilizado, o corpo lúteo degenera. 8. Quando as concentrações de estrógeno e progesterona diminuem, os vasos sangüíneos da camada basal do endométrio contraem. 9. A camada funcional do endométrio se desintegra e é eliminada como fluxo menstrual. 10. A adeno-hipófise, que não está mais inibida, secreta novamente FSH e LH. 11. O ciclo se repete. ★ Média aritmética e desvio-padrão para a menarca (marcador do desenvolvimento social). *IBGE (tabela 5485: Indicadores por situação de domicílio, urbano e rural, estão disponíveis apenas para o nível Brasil). ● Média aritmética (medida de locação) *Mostram o valor representativo em torno do qual os dados tendem a agrupar-se com maior ou menor freqüência. São utilizadas para sintetizar em um único número o conjunto de dados observados. *A média aritmética simples de um conjunto de n observações é o quociente entre a soma dos dados e a quantidade dessas observações. ● Desvio-padrão (medida de dispersão) *Raramente uma única medida é suficiente para descrever de modo satisfatório um conjunto de dados. *Torna-se então necessário estabelecer medidas que indiquem o grau de dispersão, ou variabilidade, em relação ao valor central. As medidas de dispersão são medidas que mostram o grau de concentração os dados em torno da média. - Variância: é a soma dos quadrados dos desvios em relação à média. Com ela estabeleceremos uma medida de variabilidade para um conjunto de dados. - Desvio-padrão: é a raiz quadrada positiva da variância. *Durante a puberdade as mudanças são dinâmicas e podem variar quanto à idade de início ou término, à magnitude, à velocidade que se expressam e suas interrelações, além da etnia, do gênero e do meio ambiente em que o indivíduo vive. *Com isso, há necessidade de uma base de dados nacionais, incluindo a diferenciação raça/etnia com os outros fatores já conhecidos, que são associados ao desenvolvimento pubertal. *A importância da avaliação da maturação é a diferenciação da idade biológica da cronológica. Dentre as várias técnicas de avaliação, destaca-se a idade de ocorrência da menarca limitada para as meninas, sendo afetada por diversos fatores genéticos e ambientais. *Quando analisadas as meninas brasileiras,a idade de ocorrência da menarca tem diminuído e se apresenta como uma das mais baixas em nível mundial. *Fatores de confusão: a história familiar de asma, o nível socioeconômico, tabagismo materno na gestação, cor da pele e o IMC. *Planos de intervenção na educação sexual de meninas para evitar gestações indesejáveis, pois a detecção da idade de ocorrência da menarca ajuda como indicativo de que a adolescente entrou na fase de reprodução. → Detecção de riscos. *A idade de ocorrência da menarca é avaliada por três métodos: prospectivo, status quo e retrospecção. - Prospectivo: se faz necessário pré-selecionar as meninas, sendo estas acompanhadas na sua evolução e, de tempos em tempos, questionadas a respeito da ocorrência da menarca; - Status quo: necessita apenas da idade cronológica da menina no dia da investigação e a resposta "sim" ou "não" com relação à ocorrência da menarca - Retrospecção: consiste basicamente em uma entrevista em que a principal pergunta é se a menarca ocorreu ou não; tendo ocorrido, complementa-se perguntando em que mês e ano. *Para manter uma faixa de segurança além das idades em que se processa o referido evento, os planos de amostragem, em geral, incluem meninas de 8 a 16 anos. *Autores questionam se a idade de ocorrência da menarca é um indicador de maturação adequado, pois, segundo eles, apesar de a ocorrência da menarca acontecer em uma determinada idade, uma garota somente seria considerada sexualmente madura quando o ciclo menstrual se tornasse regular. *Da mesma forma que as outras técnicas de avaliação da maturação, a idade de ocorrência da menarca está sendo utilizada tanto no contexto esportivo quanto no da saúde. - Esportiva: considerando-se a sua aplicação no contexto esportivo, o nível de treinamento físico aparece também como forte influenciador, porque, em geral, meninas que são atletas têm idade de ocorrência da menarca mais tardia que as meninas não-atletas (linearidade do atleta!!!). - Saúde: adiantada ou tardia. ● Escala de Tanner *Na adolescência, a idade cronológica deixa de ser um parâmetro seguro para a caracterização biopsicossocial de um determinado indivíduo. Adolescentes de mesma idade freqüentemente estão em fases distintas da puberdade, pois esta tem início e ritmo de progressão muito variáveis entre eles. *O estadiamento da puberdade se torna, assim, uma medida importante para a caracterização do grau de maturação do adolescente, facilitando a compreensão e o manejo de problemas clínicos mais comuns neste grupo etário. *O estadiamento da maturação sexual é feito pela avaliação das mamas e dos pêlos púbicos no sexo feminino, e dos genitais e pêlos púbicos no sexo masculino. As mamas e os genitais masculinos são avaliados quanto ao tamanho, forma e características; e os pêlos púbicos por suas características, quantidade e distribuição. *O estágio 1 corresponde sempre à fase infantil, impúbere, e o estágio 5 à fase pós-puberal, adulta. Portanto, são os estágios 2, 3 e 4 que caracterizam o período puberal. ★ Comunicação médico-paciente *Oliveira (2002:64) reconhece que uma das principais atribuições do médico é “traduzir o discurso, os sinais e os sintomas do paciente para chegar ao diagnóstico da doença”. Quando uma pessoa procura um serviço de saúde, então, estabelece-se uma relação que “pressupõe uma comunicação com duas vias de fluxo, permitindo, no momento em que o indivíduo busca atendimento de saúde, o encontro de duas visões de mundo diferentes (...)”. *Mesmo sob o ponto de vista formal, a relação entre serviços de saúde e usuários envolve muitos outros aspectos além do encontro físico entre o médico e paciente num consultório, por exemplo. Há, entre outros fatores, as políticas de saúde em cada local e as concepções dos indivíduos sobre o que é estar doente. A doença é uma experiência que não se limita à alteração biológica pura, mas esta lhe serve com substrato para uma construção cultural, num processo que lhe é concomitante. *Isso implica em romper com a forma usual de comunicação, na qual se evidencia o poder exercido pelo médico e a idealização que o mesmo representa para o paciente e a sociedade. ● Código de Ética Médica - Capítulo III Art. 13. Deixar de esclarecer o paciente sobre as determinantes sociais, ambientais ou profissionais de sua doença - Capítulo IV Art. 22. Deixar de obter consentimento do paciente ou de seu representante legal após esclarecê-lo sobre o procedimento a ser realizado, salvo em caso de risco iminente de morte. - Capítulo V Art. 34. Deixar de informar ao paciente o diagnóstico, o prognóstico, os riscos e os objetivos do tratamento, salvo quando a comunicação direta possa lhe provocar dano, devendo, nesse caso, fazer a comunicação a seu representante legal. Art. 36. Abandonar paciente sob seus cuidados. Art. 42. Desrespeitar o direito do paciente de decidir livremente sobre método contraceptivo, devendo sempre esclarecê-lo sobre indicação, segurança, reversibilidade e risco de cada método. FONTES: *Análise da maturação feminina: um enfoque na idade de ocorrência da menarca (KLUG E FONSECA, R. da Educação Física/UEM, v. 17, 2006). *Avaliação clínica da maturação sexual na adolescência (CHIPKEVITCH, Jornal de Pediatria , v. 77, 2001). *Comunicação e Humanização: a reconstrução do relacionamento médico – paciente como critério de qualidade na prestação de serviço (NASSAR, Revista Contemporânea/UERJ, v. 5, 2005). *Código de Ética Médica. *Anatomia Humana - Van de Graaf, 6ª edição. *Histologia Básica - Junqueira e Carneiro, 20ª edição. *Fisiologia - Margarida de Mello Aires, 4ª edição. *Fisiologia endócrina - Molina, 4ª edição.
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