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Tutoria 2 - Sistema reprodutor feminino

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TUTORIA 2 - sistema reprodutor feminino  
Maria Karoline Duque 
★ Anatomia e histologia 
 
 
● Ovários 
*Os ovários formam o par de órgãos sexuais primários da mulher que produz 
gametas, ou óvulos, e os hormônios sexuais, estrógenos e progesterona. 
*São estruturas sólidas, ovóides com aproximadamente 3,5 cm de comprimento, 2 
cm de largura e 1 cm de espessura. 
*A cor e textura dos ovários variam de acordo com a idade e o estágio reprodutor da 
mulher. Os ovários de uma menina jovem são lisos e róseos. Em seguida à 
puberdade, os ovários tornam-se rosa acinzentados e têm uma superfície irregular 
por causa das cicatrizes causadas pelas ovulações. 
*O par de ovários está posicionado na parte superior da cavidade da pelve, 
lateralmente ao útero. 
*Cada ovário está situado em uma depressão rasa da parede posterior do corpo, a 
fossa ovária, e mantidos em posição através de várias fixações membranosas. 
*A principal membrana de sustentação do sistema genital feminino é o ligamento 
largo do útero. O ligamento largo do útero é o peritônio parietal que sustenta as 
tubas uterinas e o útero. 
*O mesovário é uma extensão posterior do ligamento largo específica que se prende 
a um ovário. Cada ovário é ainda mantido em posição pelo ligamento útero-ovárico, 
que está ancorado ao útero, e um ligamento suspensor do ovário, que está preso à 
parede da pelve. 
 
*Cada ovário consiste em quatro camadas. 
- O epitélio germinativo é a fina camada externa composta de células epiteliais 
cúbicas. 
- Uma camada de tecido conjuntivo denso chamada túnica albugínea está 
localizada imediatamente abaixo do epitélio germinativo. 
- A parte principal do ovário é dividida em uma camada externa, o córtex (na 
qual predominam os folículos ovarianos), e outra interna vascular, a medular, 
embora o limite entre estas camadas não seja distinto. 
O estroma – o material do ovário no qual os folículos e vasos sangüíneos 
estão imersos – encontra-se em ambas as camadas, cortical e medular. 
Os folículos se localizam no tecido conjuntivo da região cortical, o qual 
contém fibroblastos dispostos em um arranjo muito característico, formando 
redemoinhos. Esses fibroblastos respondem a estímulos hormonais de um 
modo diferente dos fibroblastos de outras regiões do organismo. 
A parte mais interna do ovário é a região medular, que contém tecido 
conjuntivo frouxo com um rico leito vascular. 
● Tubas uterinas 
*O par de tubas uterinas, também conhecidas como tubas de Fallopius, ou 
oviductos, transportam os ovócitos dos ovários para o útero. 
*Cada tuba uterina tem aproximadamente 10 cm de comprimento e 0,7 cm de 
diâmetro. 
*Estão posicionadas entre as pregas do ligamento largo do útero. 
*A parte terminal aberta e em forma de funil da tuba uterina, o infundíbulo, 
encontra-se próxima ao ovário mas não está fixa. 
*Várias franjas, saliências semelhantes a dedos chamadas fímbrias, projetam-se das 
margens do infundíbulo sobre a face lateral do ovário. Movimentos ondulatórios das 
fímbrias captam um ovócito ovulado para o lume da tuba uterina. 
*Do infundíbulo, a tuba uterina se estende medial e inferiormente para se abrir na 
cavidade do útero. A ampola da tuba uterina é sua porção mais longa e mais larga. 
*A outra extremidade - denominada intramural - atravessa a parede do útero e se 
abre no interior deste órgão. 
*A parede da tuba uterina é composta de três camadas: (1) uma mucosa; (2) uma 
espessa camada muscular de músculo liso disposto em uma camada circular ou 
espiral interna e uma camada longitudinal externa; (3) uma serosa formada de um 
folheto visceral de peritônio. 
- A mucosa é formada por um epitélio colunar simples e por uma lâmina 
própria de tecido conjuntivo frouxo. O epitélio contém dois tipos de células, 
um é ciliado e o outro é secretor. 
Os cílios batem em direção ao útero, movimentando nesta direção uma 
película de muco que cobre sua superfície. Este líquido consiste 
principalmente em produtos das células secretoras (funções nutritivas e 
protetoras em relação ao ovócito, além de promover a ativação (capacitação) 
dos espermatozóides). 
- A contração de músculo liso e a atividade das células ciliadas transportam o 
ovócito ou o zigoto ao longo do infundíbulo e do restante da tuba. Este 
movimento também impossibilita a passagem de microrganismos do útero 
para a cavidade peritoneal. 
*O ovócito leva de 4 a 5 dias para se deslocar ao longo da tuba uterina. Caso um 
número grande de espermatozóides viáveis for ejaculado na vagina durante o coito, 
e se houver um ovócito na tuba uterina, a fertilização acontecerá dentro de horas 
depois da descarga do sêmen. O zigoto se dirigirá em direção ao útero onde irá 
ocorrer a implantação. 
- Gravidez ectópica: implantação do blastocisto na tuba uterina. Neste caso, a 
lâmina própria da mucosa reage como o endométrio, formando numerosas 
células deciduais. 
 
 
 
 
 
● Útero 
 
*O útero é um órgão que possui uma cavidade envolvida por espessa musculatura 
com a forma de uma pêra invertida. 
*Está localizado perto do soalho da cavidade pélvica, anterior ao reto e 
póstero-superiormente à bexiga urinária. 
*No estado não gravídico tem aproximadamente 7 cm de comprimento, 5 cm de 
largura (em sua região mais larga) e 2,5 cm de diâmetro. 
*As regiões anatômicas do útero incluem a porção mais superior em forma de 
cúpula, por onde entram as tubas uterinas, chamada fundo do útero; a porção maior 
e mais larga, chamada corpo do útero; e a porção inferior mais estreita que se abre 
na vagina, chamada colo do útero. O colo do útero projeta-se posteriormente e 
inferiormente unindo-se à vagina quase em ângulo reto. 
*A cavidade do útero é o espaço situado no interior das regiões do útero: fundo e 
corpo. 
*A junção da cavidade do útero com o canal do colo do útero é chamada de istmo do 
útero, e a abertura do canal do colo do útero na vagina é chamada de óstio do útero. 
*Quatro pares de ligamentos mantêm o útero em posição dentro da cavidade da 
pelve. 
- Os ligamentos largos do útero são pregas de peritônio que se estendem das 
paredes da pelve e soalho da pelve para as paredes laterais do útero. 
- As pregas retouterinas (não mostradas), que também são continuações do 
peritônio, encurvam-se ao longo da parede lateral da pelve em ambos os 
lados do reto para ligar o útero ao sacro. 
- Os ligamentos transversos do colo (cardinais) (não mostrados) são faixas 
fibrosas dentro do ligamento largo que se estendem lateralmente do colo do 
útero e da vagina através do soalho da pelve para se fixarem à parede da 
pelve. 
- Os ligamentos redondos do útero são de fato prolongamentos dos ligamentos 
útero-ováricos, que dão suporte aos ovários. Cada ligamento redondo do 
útero se estende da margem lateral do útero, logo abaixo da tuba uterina, 
para a parede lateral da pelve. Semelhante ao trajeto do ducto deferente no 
homem, cada ligamento redondo do útero continua através do canal inguinal 
da parede abdominal para se fixar nos tecidos profundos do lábio maior do 
pudendo. 
*O útero inclina-se ligeiramente para trás quandoa bexiga urinária está cheia, e 
desloca-se para frente durante a defecação. 
*A parede do útero é composta de três camadas: o perimétrio, o miométrio e o 
endométrio. 
- Perimétrio: camada delgada serosa - constituída de mesotélio e tecido 
conjuntivo - ou, dependendo da porção do órgão, uma adventícia - 
constituída de tecido conjuntivo sem revestimento de mesotélio. 
- Miométrio: a camada mais espessa do útero, é composto de pacotes ou 
grandes feixes de fibras musculares lisas separadas por tecido conjuntivo. 
Os pacotes de músculo liso se distribuem em quatro camadas não muito bem 
definidas. A primeira e a quarta camadas são compostas principalmente de 
fibras dispostas longitudinalmente, isto é, paralelas ao eixo longo do órgão. 
Pelas camadas intermediárias passam os grandes vasos sanguíneos que 
irrigam o órgão. 
Na gravidez, ocorre hiperplasia e hipertrofia das células musculares lisas. 
- Endométrio: consiste em um epitélio e uma lâmina própria que contém 
glândulas tubulares simples que às vezes se ramificam nas porções mais 
profundas. 
As células que revestem a cavidade uterina se organizam em um epitélio 
simples colunar formado por células ciliadas e células secretoras. O epitélio 
das glândulas uterinas é semelhante ao epitélio superficial, mas células 
ciliadas são raras no interior das glândulas. 
O tecido conjuntivo da lâmina própria é rico em fibroblastos e contém 
abundante matriz extracelular. 
Camada basal, mais profunda, adjacente ao miométrio, constituída por tecido 
conjuntivo e pela porção inicial das glândulas uterinas. Altamente 
vascularizada e serve para regenerar a camada funcional depois de cada 
menstruação. 
Camada funcional, formada pelo restante do tecido conjuntivo da lâmina 
própria, pela porção final e desembocadura das glândulas e também pelo 
epitélio superficial. É eliminada durante a menstruação e reconstruída sob 
estímulo de hormônios esteróides ovarianos. 
- Colo do útero: a mucosa é revestida por um epitélio simples colunar secretor 
de muco. A cérvice tem poucas fibras de músculo liso e consiste 
principalmente (85%} de tecido conjuntivo denso. 
As secreções cervicais têm um papel importante na fertilização. Na época da 
ovulação, as secreções mucosas são mais fluidas e facilitam a penetração do 
esperma no útero. Na fase luteal ou na gravidez, os níveis de progesterona 
alteram as secreções mucosas de fonna que elas tornam-se mais viscosas e 
previnem a passagem de esperma e de microrganismos para dentro do 
útero. 
 
 
● Vagina 
*A vagina é o órgão tubular, fibromuscular, que recebe o esperma da uretra do pênis 
ereto durante o coito. Também atua como canal do parto e passagem para o 
material menstruado para fora do corpo. 
*Tem aproximadamente 9 cm de comprimento e se estende do colo do útero até o 
vestíbulo da vagina. 
*Está situada entre a bexiga urinária e o reto, e é contínua com o canal do colo do 
útero. O colo do útero fixa-se à vagina em um ângulo aproximado de 90 graus. 
*O recesso profundo que cerca a protrusão do colo do útero na vagina é chamado 
de fórnice (exame ginecológico, diafragma). 
*A abertura da vagina para o exterior, em sua extremidade inferior, é chamada de 
óstio da vagina. Uma prega fina de membrana mucosa chamada hímen pode cobrir 
o óstio da vagina parcialmente. 
*A parede da vagina é formada por três camadas: a túnica mucosa interna, a túnica 
muscular média e a túnica fibrosa externa. 
- Mucosa: o epitélio da mucosa vaginal de uma mulher adulta é estratificado 
pavimentoso, tem uma quantidade de queratina, porém não ocorre 
queratinização intensa com transformação das células em placas de 
queratina, como nos epitélios queratinizados típicos. 
Sob estímulo de estrógenos, o epitélio vaginal sintetiza e acumula grande 
quantidade de glicogênio, que é depositado no lúmen da vagina quando as 
células do epitélio vaginal descamam. Bactérias da vagina metabolizam o 
glicogênio e produzem ácido láctico, responsável pelo pH da vagina, que é 
normalmente baixo. O ambiente ácido tem uma ação protetora contra alguns 
microrganismos patogênicos. 
A lâmina própria da mucosa vaginal é composta de tecido conjuntivo frouxo 
muito rico em fibras elásticas. Dentre as células da lâmina própria há 
quantidades relativamente grandes de linfócitos e neutrófilos. Durante certas 
fases do ciclo menstrual, esses dois tipos de leucócitos invadem o epitélio e 
passam para o lúmen da vagina. 
- Túnica muscular: a camada muscular da vagina é composta principalmente 
de conjuntos longitudinais de fibras musculares lisas. Há alguns pacotes 
circulares, especialmente na parte mais interna (próximo à mucosa). 
- Túnica adventícia: externamente à camada muscular, uma camada de tecido 
conjuntivo denso, rica em espessas fibras elásticas, une a vagina aos tecidos 
circunvizinhos. A grande elasticidade da vagina se deve ao grande número 
de fibras elásticas no tecido conjuntivo de sua parede. 
● Glândulas mamárias 
*As glândulas mamárias são glândulas sudoríferas modificadas, localizadas nas 
mamas, e fazem parte do sistema tegumentar. 
*Na puberdade, os estrógenos ovarianos estimulam o crescimento das glândulas 
mamárias e o depósito de tecido adiposo no interior das mamas. 
*As glândulas mamárias se hipertrofiam na gravidez e nas mulheres em período de 
lactação, e comumente se atrofiam um pouco depois da menopausa. 
*Cada glândula mamária está composta de 15 a 20 lobos, cada um com sua própria 
via de drenagem para o exterior. 
*A quantidade de tecido adiposo determina o tamanho e a forma da mama, mas não 
tem relação com a capacidade de uma mulher para amamentar. 
*Cada lobo é subdividido em lóbulos que contêm os alvéolos mamários glandulares. 
Os alvéolos mamários são as estruturas que produzem o leite de uma mulher 
lactante. 
 
★ Eixo hipotálamo-hipófise-ovário 
*A liberação pulsátil do hormônio de liberação das gonadotrofinas (GnRH) pelo 
hipotálamo estimula a liberação hipofisária pulsátil do hormônio luteinizante (LH) e 
do hormônio folículo-estimulante (FSH). 
*Tanto o FSH quanto o LH se ligam a receptores acoplados à proteína G, induzindo 
a ativação da subunidade Ga estimuladora (Ga’s), que leva à estimulação de 
eventos esteroidogênicos, mediada pelo monofosfato de 3´,5´-adenosina cíclico 
(AMPc), culminando na produção ovariana de estradiol e progesterona, os dois 
principais hormônios envolvidos na regulação da função ovariana e no controle do 
ciclo reprodutivo. 
*As variações na liberação pulsátil das gonadotrofinas resultam em uma resposta 
cíclica da função ovariana. Cada ciclo, cuja duração é de 28 dias, pode ser dividido 
em duas fases (folicular e lútea) de 14 dias cada uma. 
● Fase folicular 
*Durante a fase folicular, o FSH estimula o recrutamento e o crescimento dos 
folículos e a síntese de estrogênio. 
*Antes da seleção do folículo para ovulação, as células da granulosa respondem 
apenas ao FSH. À medida que progride a maturação folicular, o acoplamento entre a 
estimulação dos receptores de FSH e a ativação da adenilato-ciclase torna-se cada 
vez mais eficiente, resultando em aumentouniforme na produção de AMPc. O 
acúmulo de AMPc induzido pelo FSH resulta em upregulation dos receptores de LH, 
permitindo ao LH atuar como substituto do FSH nas células da granulosa. Os baixos 
níveis de gonadotrofinas (particularmente FSH) levam à morte das células da 
granulosa e à atresia folicular. 
● Fase lútea 
*O LH é responsável pela ovulação e pela formação do corpo lúteo, bem como pela 
produção de progesterona e estrogênio pelo corpo lúteo. A ativação dos receptores 
de LH nas células da teca estimula a produção de androstenediona, fornecendo o 
substrato para a conversão enzimática em 17b-estradiol que é mediada pela 
aromatase nas células da granulosa. 
★ Ovogênese 
 
*Um ovo em desenvolvimento (ovócito) diferencia-se em um óvulo maduro (óvulo) 
através de uma série de etapas, chamada ovogênese. 
*Quando as células germinativas primordiais atingem o epitélio germinativo, elas 
migram para o interior da substância do córtex ovariano, convertendo-se em 
ovogônias. 
*Em seguida, cada ovócito primário (na prófase I) reúne em torno de si uma camada 
de células fusiformes do estroma ovariano (o tecido de suporte do ovário), fazendo 
com que adquiram características epitelioides; são, então, as chamadas células da 
granulosa. 
*As ovogônias no ovário embrionário completam a replicação mitótica e a primeira 
fase da meiose no quinto mês de desenvolvimento fetal. Em seguida, a mitose das 
células germinativas cessa, e não se formam ovócitos adicionais. No nascimento, o 
ovário contém cerca de 1 a 2 milhões de ovócitos primários. 
*A primeira divisão meiótica do ovócito é concluída após a puberdade. Cada ovócito 
é dividido em duas células, um óvulo grande (ovócito secundário) e um primeiro 
corpo polar de pequenas dimensões. Cada uma dessas células contém 23 
cromossomos duplicados. 
*O primeiro corpo polar pode sofrer, ou não, uma segunda divisão meiótica e depois 
se desintegra. 
*O óvulo é submetido a uma segunda divisão meiótica e, após a separação das 
cromátides irmãs, ocorre uma pausa na meiose (metáfase II). 
*Se o óvulo for fertilizado, ocorre o estágio final da meiose, e as cromátides irmãs do 
óvulo convertem-se em células separadas. 
*Quando o ovário libera um óvulo (ovulação) e, se este for fecundado, ocorre a 
meiose final. A metade das cromátides irmãs permanece no óvulo fertilizado, e a 
outra metade é liberada em um segundo corpo polar, que, em seguida, se 
decompõe. 
★ Sistema hormonal feminino 
 
*O sistema hormonal feminino, assim como o masculino, consiste em três 
hierarquias de hormônio, a saber: 
1. O hormônio de liberação hipotalâmica, chamado hormônio liberador de 
gonadotropina (GnRH). 
- Retroalimentação positiva e negativa. 
2. Os hormônios sexuais hipofisários anteriores, o hormônio foliculoestimulante 
(FSH) e o hormônio luteinizante (LH), ambos secretados em resposta à liberação de 
GnRH do hipotálamo. 
O FSH e o LH estimulam suas células-alvo ovarianas ao se combinarem aos 
receptores muito específicos de FSH e LH, nas membranas das células-alvo 
ovarianas. Os receptores ativados, por sua vez, aumentam a secreção das células e, 
em geral, também o crescimento e a proliferação das células. 
3. Os hormônios ovarianos, estrogênio e progesterona, que são secretados pelos 
ovários, em resposta aos dois hormônios sexuais femininos da hipófise anterior. 
★ Síntese de hormônios ovarianos 
*Hormônios esteroides (progesterona, estrogênio e testosterona) e hormônios 
peptídicos (inibinas). 
● Esteroides 
*A síntese desses hormônios pode se dar em diferentes tipos de células ovarianas 
em função da presença das enzimas necessárias e suas respectivas quantidades. 
Assim, o principal hormônio produzido varia de acordo com o tipo de célula onde 
acontece sua síntese. 
*Os estrogênios têm grande afinidade por uma proteína chamada globulina ligante 
de esteroides sexuais (SHBG), cuja síntese ocorre no fígado, estimulada pelos 
estrogênios e inibida pelos androgênios. A progesterona tem mais afinidade pela 
transcortina ou proteína ligante de cortisol (CBG). 
- Estrogênio (b-estradiol, estrona e estriol): envolve as atividades enzimáticas 
coordenadas entre as células da granulosa e as células da teca do folículo 
ovariano. 
As células da teca expressam as enzimas necessárias para converter o 
colesterol em androgênios (principalmente androstenediona), porém carecem 
das enzimas necessárias à conversão dos androgênios em estradiol. As 
células da granulosa podem converter os androgênios em estradiol e produzir 
progesterona, porém são incapazes de sintetizar androgênios. 
Por conseguinte, os androgênios sintetizados pelas células da teca são 
aromatizados em estradiol pelas células da granulosa. 
O mais importante é o estradiol, secretado pelo ovário e em pequena 
quantidade pela adrenal. 
 
- Androgênios 
A secreção de androgênios pelos ovários ocorre paralelamente à do 
estrogênio durante todo o ciclo menstrual. 
A androstenediona consiste no principal androgênio produzido pelo ovário. 
Em parte, é secretada para a circulação sistêmica, podendo ser convertida 
em testosterona e estrona nos tecidos periféricos. Outra parte da 
androstenediona se converte em testosterona no próprio ovário. Por ação da 
enzima aromatase, a androstenediona e a testosterona podem converter-se, 
respectivamente, em estrona e em estradiol 
- Progesterona: o surto pré-ovulatório do LH resulta na luteinização das células 
da granulosa e da teca, alterando a via de esteroidogênese, de modo que a 
progesterona constitui o principal hormônio esteroide sintetizado por cada um 
desses tipos celulares após a luteinização. 
● Peptídicos 
- A secreção de um ou outro células tipo de granulares inibina varia durante o 
ciclo menstrual. A de inibina pelas do ovário é estimulada pelo FSH. Por sua 
vez, a inibina faz retroalimentação negativa sobre a síntese e secreção de 
FSH. A ativina tem ação oposta à da inibina sobre a secreção de FSH. 
- Na prática clínica, a inibina B é um bom marcador de função das células da 
granulosa sob o controle do FSH, enquanto a inibina A é um marcador da 
função do corpo lúteo sob o controle do LH. As inibinas contribuem para a 
regulação da liberação de LH e FSH por meio de regulação endócrina por 
retroalimentação na adeno-hipófise. 
- No eixo hipofisário-ovariano, a ativina é um antagonista fisiológico da inibina 
e estimula especificamente a síntese e a secreção do FSH pela hipófise. 
★ Ciclo ovariano 
● Folículo primordial 
 
*As células germinativas migram para o interior dos ovários durante o início do 
desenvolvimento embrionário e multiplicam-se (mitose), de maneira que em torno 
dos 5 meses de gestação os ovários contêm aproximadamente 6 a 7 milhões de 
ovócitos primordiais, chamados ovogônias. A produção de novas ovogônias cessa 
neste ponto e nunca mais será retomada. 
*No fim da gestação, as ovogônias iniciam a meiose, quando são chamadas de 
ovócitos primários. 
*A meiose está ligada à prófase I da primeira divisão meiótica e, portanto, os 
ovócitos primários ainda são diplóides (têm 46 cromossomos). 
*Osovócitos primários que não são estimulados a completar a primeira divisão 
meiótica ficam contidos no interior de folículos minúsculos chamados folículos 
primordiais. 
*400 a 500 folículos primordiais terão desenvolvimento completo até a ovulação. 
● Folículo primário 
 
*Em resposta à estimulação através de hormônios gonadotróficos (FSH), alguns 
desses ovócitos e folículos crescem, e as células foliculares dividem-se para 
produzir o epitélio folicular que envolve o ovócito e preenche o folículo. 
*Se caracteriza pelo aumento do tamanho do ovócito, formação da zona pelúcida e 
alteração do formato das células pré-granulares fusiformes para cuboides, sendo 
mantidas ainda em uma única camada em torno do ovócito. 
*A zona pelúcida (sem célula) é uma camada de mucopolissacarídios produzidos 
pelas células da granular que adere ao ovócito, envolvendo-o completamente. 
*As células granulares estabelecem pontes (gap junctions) através da zona pelúcida 
para manter o contato com o ovócito e assim preservarem a comunicação com ele. 
● Folículo secundário/pré-antral de primeira ordem 
 
*Na transformação de folículo primário para secundário, ocorre proliferação das 
células granulares, constituindo-se múltiplas camadas e pontos de comunicações 
entre elas (gap junctions), além de acúmulo de líquido entre estas. 
*Mais ainda, células mesenquimais estromais, de forma alongada, dispõem-se ao 
redor de toda a lâmina basal, constituindo a camada tecal. As células tecais mais 
próximas da lâmina basal tornam-se epitelioides e adquirem características 
secretoras, formando a teca interna. 
As células mais distantes da lâmina basal compõem a teca externa. Na teca, ocorre 
um processo de angiogênese para promover o suprimento sanguíneo do folículo. 
*A camada de células granulares mantém-se avascular, sendo suprida por 
substâncias que se difundem da camada tecal. 
● Folículo antral 
 
*Uma onda completa de desenvolvimento folicular, desde os folículos pré-antrais de 
primeira ordem até a ovulação de um de seus folículos, dura cerca de 85 dias. 
Portanto, o folículo que atinge a ovulação em um determinado ciclo foi recrutado 3 
ciclos antes. 
*A onda de desenvolvimento folicular tem duas fases distintas. A primeira, a fase de 
desenvolvimento tônico ou lento, dura 65 a 70 dias e depende de ação do hormônio 
foliculoestimulante (FSH). Nessa fase, o folículo secundário pré-antral (ou folículo de 
primeira ordem) é transformado em folículo antral (ou folículo de segunda ordem) e 
sucessivamente em folículo de terceira, quarta e quinta ordens. 
*O surgimento do antro se dá durante a transformação do folículo de primeira ordem 
em folículo de segunda ordem, pela coalescência (ou junção) do células líquido que 
se acumula e abre espaços entre as granulares. 
● Folículo pré-ovulatório/de Graaf 
*Com o aumento do antro, o oócito e parte das células granulares que o envolvem 
são deslocados gradualmente em direção à periferia do folículo. Essas células 
granulares formam a coroa radiada e o ​cumulus oophorus. 
*A coroa consiste em duas ou três camadas de células que envolvem o ovócito. 
*O ​cumulus oophorus é composto por células granulares da parede interna do 
folículo em continuidade à coroa radiada. 
Mantém o ovócito flutuando no líquido folicular, que se acumula de maneira 
crescente durante o desenvolvimento folicular e promove o crescimento do antro 
associado ao aumento da parede folicular. 
● Recrutamento folicular 
*As coortes (ou legiões) de folículos de 5ª ordem de mesmas características, uma 
delas será recrutada no final da fase lútea de um ciclo menstrual, para o processo de 
maturação folicular no ciclo menstrual subsequente, em que um dos folículos da 
coorte recrutada atingirá a ovulação. 
*As coortes de folículos em desenvolvimento que não foram recrutadas sofrerão 
atresia. 
*Esse recrutamento depende de FSH e marca a primeira etapa da segunda fase de 
uma onda de desenvolvimento folicular, a fase de desenvolvimento rápido ou 
exponencial. 
*A segunda fase dura em torno de 15 dias e depende extremamente de 
gonadotrofinas (FSH e LH) e os folículos irão até a 8ª ordem. 
● Seleção e dominância 
*Da coorte recrutada, um dos folículos tem crescimento maior que os demais. Essa 
seleção vai desencadear um processo para estabelecer a dominânci0a desse 
folículo sobre os outros folículos de ambos os ovários. Não é claro o mecanismo 
pelo qual acontece a seleção, mas esse folículo é diferenciado estrutural e 
funcionalmente. 
*Ele apresenta maior capacidade de proliferação de células granulares e de 
produção de estrogênios e, em consequência, armazena mais estrogênio no líquido 
antral, tem maior sensibilidade ao FSH, expressa receptores para LH nas células 
granulares e produz outros fatores, entre os quais a inibina e o VEGF (ou fator de 
crescimento endotelial vascular). 
*Com a seleção e o início do processo de dominância folicular, ocorre diminuição da 
secreção de FSH, devido à retroalimentação negativa. 
*O aumento do estrogênio, associado à queda na secreção de FSH, parece ser o 
mecanismo crítico para o processo de dominância folicular. Isso porque os folículos 
menos desenvolvidos ainda são dependentes de FSH e a redução deste hormônio 
provoca nos folículos menores o decréscimo da produção de estrogênios e da 
sensibilidade ao próprio FSH, além de acúmulo de androgênios. Como 
consequência dessa situação, acontece atresia. 
*O folículo que começa a estabelecer dominância produz mais estrogênios, o que 
parece ser determinado, entre outros fatores, por maior proliferação de vasos neste 
folículo que nos folículos antrais menores. O VEGF, produzido pelas células 
granulares estimuladas pelo FSH, induz aumento de vascularização ao redor do 
folículo em maturação. 
*O maior aporte sanguíneo permite que o folículo dominante tenha acesso a maiores 
quantidades de gonadotrofinas. Isso poderia explicar por que, na presença de 
concentrações idênticas de gonadotrofinas séricas, apenas um folículo matura 
enquanto os demais sofrem atresia. 
*Há evidências de que o dominante produz fatores inibidores de crescimento folicular 
que contribuem para o processo de atresia dos outros folículos. 
*O processo de dominância culmina com a formação do folículo de 8ª ordem, que 
sofrerá ruptura geralmente em torno de 10 a 12 h após os picos pré-ovulatórios de 
LH e de FSH. 
● Ovulação 
*É o processo de ruptura folicular com a expulsão do ovócito, juntamente com a 
zona pelúcida, o ​cumulus oophorus​ e parte do líquido folicular. 
*O LH promove a continuidade da meiose no ovócito, que será completada depois 
da fertilização pelo espermatozóide. 
*O LH promove expansão do ​cumulus oophorus​, estimula a síntese de progesterona 
(aumenta a distensão da parede do folículo, que passa a acumular maior volume de 
líquido) e de prostaglandinas (angiogênese, hiperemia e contração de células 
musculares do ovário, que contribuem para expulsão do oócito e elementos 
agregados), além de iniciar o processo de luteinização das células da granular 
(formação do corpo lúteo). 
*O FSH e o LH estimulam a produção de plasminogênio pelascélulas granulares e 
tecais para formar plasmina, que ativa a colagenase. Esta enzima dissolve o 
colágeno da parede folicular, principalmente da lâmina basal. 
*O FSH também aumenta a expressão de receptores para LH nas células 
granulares, essencial para o corpo lúteo futuro, e estimula a formação de ácido 
hialurônico, que dispersa as células do cumulus oophorus, liberando-o da parede 
folicular e tornando-o flutuante no líquido folicular. 
*A ação de enzimas proteolíticas provoca também a ruptura das pontes de 
comunicação (gap junctions) entre o ovócito e as células granulares. 
*As alterações no processo final de maturação do folículo causam na superfície do 
ovário uma protuberância de forma cônica, o chamado estigma folicular. O 
rompimento desse estigma permite a extrusão do ovócito e dos elementos 
agregados. 
● Formação e regressão do corpo lúteo 
*Após a expulsão do ovócito, a cavidade antral do folículo é invadida por uma rede 
de fibrina, por vasos sanguíneos e por células da granular e da teca interna, embora 
a maioria das células da teca se dispersem pelo estroma ovariano. 
*As células granulares param de se dividir e sofrem hipertrofia, formando as células 
luteínicas grandes; estas são ricas em mitocôndrias, retículo endoplasmático liso, 
gotículas de lipídios e, em muitas espécies, de um pigmento carotenoide, a luteína, 
responsável pela coloração amarelada do corpo lúteo. 
*As células da teca compõem as células luteínicas menores. 
*A transformação destas células é chamada de luteinização, que se dá sob a ação 
do LH, daí seu nome de hormônio "luteinizante”: que significa "tornar amarelo”. 
*O corpo lúteo é uma glândula endócrina temporária cuja formação começa poucas 
horas após a expulsão do oócito; sua secreção hormonal máxima acontece ao redor 
de 7 a 8 dias após a ovulação. 
*Se não ocorre fecundação do óvulo pelo espermatozóide e início do processo de 
implantação do concepto, inicia-se a regressão do corpo lúteo, que se completa no 
12ª dia depois da ovulação, ou seja, 2 dias antes da menstruação. 
*A fase lútea tem duração constante, de modo que as variações na duração do ciclo 
em mulheres são devidas a variações na duração da fase de desenvolvimento 
folicular. 
*O processo de regressão do corpo lúteo é chamado de luteólise e consiste em 
isquemia e necrose progressiva das células endócrinas, acompanhada por infiltração 
de leucócitos, macrófagos e fibroblastos. Forma-se assim um tecido cicatricial 
avascular, o ​corpo albicans. 
★ Ciclo endometrial 
*O ciclo ovariano é acompanhado de crescimento cíclico e descamação do 
endométrio, controlados pelo estrogênio e pela progesterona. 
● Fase proliferativa 
*A fase proliferativa corresponde à fase folicular do ovário. Caracteriza-se por 
proliferação das células epiteliais do endométrio induzida pelos estrogênios e 
upregulation da expressão dos receptores de estradiol e progesterona. A 
proliferação endometrial pré-ovulatória leva à hipertrofia relativa da mucosa uterina. 
Trata-se da fase inicial de maturação endometrial na preparação para a implantação 
do embrião. 
● Fase secretora 
Essa fase corresponde à fase lútea do ovário e caracteriza-se pela diferenciação 
induzida pela progesterona das células epiteliais endometriais em células secretoras. 
Durante a fase secretora, observa-se um curto período bem-definido de 
receptividade do útero para a implantação do embrião (designado como “janela de 
implementação”). 
● Fase menstrual 
O período menstrual caracteriza-se pela descamação do endométrio em decorrência 
da proteólise e isquemia de sua camada superficial. As enzimas proteolíticas 
acumulam-se nos lisossomos delimitados com membrana durante a primeira metade 
do período pós-ovulatório. A integridade da membrana lisossomal é perdida com o 
declínio do estrogênio e da progesterona no dia 25, resultando na lise das células 
glandulares e estromais, bem como do endotélio vascular. A isquemia causada pela 
vasoconstrição dos vasos endometriais durante a fase inicial do período menstrual 
resulta na ruptura dos capilares, levando ao sangramento. 
 
 
1. O hipotálamo libera GnRH, que estimula a adeno-hipófise. 
2. A adeno-hipófise libera pequenas quantidades de FSH e LH. 
3. O FSH estimula a maturação de um folículo. 
4. As células foliculares produzem e secretam estrógeno. 
(a) O estrógeno mantém os caracteres sexuais secundários. 
(b) O estrógeno causa o espessamento do revestimento do útero. 
5. No meio do ciclo, uma onda de liberação de LH pela adeno-hipófise provoca a 
ovulação. 
6. Células foliculares tornam-se células do corpo lúteo que secretam estrógeno e 
progesterona. 
(a) O estrógeno continua estimulando o desenvolvimento do endométrio. 
(b) A progesterona estimula o endométrio a se tornar mais glandular e mais 
vascularizado. 
(c) O estrógeno e a progesterona inibem a secreção de FSH e LH pela 
adeno-hipófise. 
7. Se o ovócito não for fertilizado, o corpo lúteo degenera. 
8. Quando as concentrações de estrógeno e progesterona diminuem, os vasos 
sangüíneos da camada basal do endométrio contraem. 
9. A camada funcional do endométrio se desintegra e é eliminada como fluxo 
menstrual. 
10. A adeno-hipófise, que não está mais inibida, secreta novamente FSH e LH. 
11. O ciclo se repete. 
★ Média aritmética e desvio-padrão para a menarca (marcador do desenvolvimento 
social). 
*IBGE (tabela 5485: Indicadores por situação de domicílio, urbano e rural, estão 
disponíveis apenas para o nível Brasil). 
● Média aritmética (medida de locação) 
*Mostram o valor representativo em torno do qual os dados tendem a agrupar-se 
com maior ou menor freqüência. São utilizadas para sintetizar em um único número 
o conjunto de dados observados. 
*A média aritmética simples de um conjunto de n observações é o quociente entre a 
soma dos dados e a quantidade dessas observações. 
● Desvio-padrão (medida de dispersão) 
*Raramente uma única medida é suficiente para descrever de modo satisfatório um 
conjunto de dados. 
*Torna-se então necessário estabelecer medidas que indiquem o grau de dispersão, 
ou variabilidade, em relação ao valor central. As medidas de dispersão são medidas 
que mostram o grau de concentração os dados em torno da média. 
- Variância: é a soma dos quadrados dos desvios em relação à média. Com 
ela estabeleceremos uma medida de variabilidade para um conjunto de 
dados. 
- Desvio-padrão: é a raiz quadrada positiva da variância. 
*Durante a puberdade as mudanças são dinâmicas e podem variar quanto à idade 
de início ou término, à magnitude, à velocidade que se expressam e suas 
interrelações, além da etnia, do gênero e do meio ambiente em que o indivíduo vive. 
*Com isso, há necessidade de uma base de dados nacionais, incluindo a 
diferenciação raça/etnia com os outros fatores já conhecidos, que são associados ao 
desenvolvimento pubertal. 
*A importância da avaliação da maturação é a diferenciação da idade biológica da 
cronológica. Dentre as várias técnicas de avaliação, destaca-se a idade de 
ocorrência da menarca limitada para as meninas, sendo afetada por diversos fatores 
genéticos e ambientais. 
*Quando analisadas as meninas brasileiras,a idade de ocorrência da menarca tem 
diminuído e se apresenta como uma das mais baixas em nível mundial. 
*Fatores de confusão: a história familiar de asma, o nível socioeconômico, 
tabagismo materno na gestação, cor da pele e o IMC. 
*Planos de intervenção na educação sexual de meninas para evitar gestações 
indesejáveis, pois a detecção da idade de ocorrência da menarca ajuda como 
indicativo de que a adolescente entrou na fase de reprodução. → Detecção de 
riscos. 
*A idade de ocorrência da menarca é avaliada por três métodos: prospectivo, status 
quo e retrospecção. 
- Prospectivo: se faz necessário pré-selecionar as meninas, sendo estas 
acompanhadas na sua evolução e, de tempos em tempos, questionadas a 
respeito da ocorrência da menarca; 
- Status quo: necessita apenas da idade cronológica da menina no dia da 
investigação e a resposta "sim" ou "não" com relação à ocorrência da 
menarca 
- Retrospecção: consiste basicamente em uma entrevista em que a principal 
pergunta é se a menarca ocorreu ou não; tendo ocorrido, complementa-se 
perguntando em que mês e ano. 
*Para manter uma faixa de segurança além das idades em que se processa o 
referido evento, os planos de amostragem, em geral, incluem meninas de 8 a 16 
anos. 
*Autores questionam se a idade de ocorrência da menarca é um indicador de 
maturação adequado, pois, segundo eles, apesar de a ocorrência da menarca 
acontecer em uma determinada idade, uma garota somente seria considerada 
sexualmente madura quando o ciclo menstrual se tornasse regular. 
*Da mesma forma que as outras técnicas de avaliação da maturação, a idade de 
ocorrência da menarca está sendo utilizada tanto no contexto esportivo quanto no da 
saúde. 
- Esportiva: considerando-se a sua aplicação no contexto esportivo, o nível de 
treinamento físico aparece também como forte influenciador, porque, em 
geral, meninas que são atletas têm idade de ocorrência da menarca mais 
tardia que as meninas não-atletas (linearidade do atleta!!!). 
- Saúde: adiantada ou tardia. 
● Escala de Tanner 
*Na adolescência, a idade cronológica deixa de ser um parâmetro seguro para a 
caracterização biopsicossocial de um determinado indivíduo. Adolescentes de 
mesma idade freqüentemente estão em fases distintas da puberdade, pois esta tem 
início e ritmo de progressão muito variáveis entre eles. 
*O estadiamento da puberdade se torna, assim, uma medida importante para a 
caracterização do grau de maturação do adolescente, facilitando a compreensão e o 
manejo de problemas clínicos mais comuns neste grupo etário. 
*O estadiamento da maturação sexual é feito pela avaliação das mamas e dos pêlos 
púbicos no sexo feminino, e dos genitais e pêlos púbicos no sexo masculino. As 
mamas e os genitais masculinos são avaliados quanto ao tamanho, forma e 
características; e os pêlos púbicos por suas características, quantidade e 
distribuição. 
*O estágio 1 corresponde sempre à fase infantil, impúbere, e o estágio 5 à fase 
pós-puberal, adulta. Portanto, são os estágios 2, 3 e 4 que caracterizam o período 
puberal. 
★ Comunicação médico-paciente 
*Oliveira (2002:64) reconhece que uma das principais atribuições do médico é 
“traduzir o discurso, os sinais e os sintomas do paciente para chegar ao diagnóstico 
da doença”. Quando uma pessoa procura um serviço de saúde, então, 
estabelece-se uma relação que “pressupõe uma comunicação com duas vias de 
fluxo, permitindo, no momento em que o indivíduo busca atendimento de saúde, o 
encontro de duas visões de mundo diferentes (...)”. 
*Mesmo sob o ponto de vista formal, a relação entre serviços de saúde e usuários 
envolve muitos outros aspectos além do encontro físico entre o médico e paciente 
num consultório, por exemplo. Há, entre outros fatores, as políticas de saúde em 
cada local e as concepções dos indivíduos sobre o que é estar doente. A doença é 
uma experiência que não se limita à alteração biológica pura, mas esta lhe serve 
com substrato para uma construção cultural, num processo que lhe é concomitante. 
*Isso implica em romper com a forma usual de comunicação, na qual se evidencia o 
poder exercido pelo médico e a idealização que o mesmo representa para o 
paciente e a sociedade. 
● Código de Ética Médica 
- Capítulo III 
Art. 13. Deixar de esclarecer o paciente sobre as determinantes sociais, 
ambientais ou profissionais de sua doença 
- Capítulo IV 
Art. 22. Deixar de obter consentimento do paciente ou de seu representante 
legal após esclarecê-lo sobre o procedimento a ser realizado, salvo em caso 
de risco iminente de morte. 
- Capítulo V 
Art. 34. Deixar de informar ao paciente o diagnóstico, o prognóstico, os riscos 
e os objetivos do tratamento, salvo quando a comunicação direta possa lhe 
provocar dano, devendo, nesse caso, fazer a comunicação a seu 
representante legal. 
Art. 36. Abandonar paciente sob seus cuidados. 
Art. 42. Desrespeitar o direito do paciente de decidir livremente sobre método 
contraceptivo, devendo sempre esclarecê-lo sobre indicação, segurança, 
reversibilidade e risco de cada método. 
 
 
 
 
 
FONTES: 
*Análise da maturação feminina: um enfoque na idade de ocorrência da menarca 
(KLUG E FONSECA, R. da Educação Física/UEM, v. 17, 2006). 
*Avaliação clínica da maturação sexual na adolescência (CHIPKEVITCH, Jornal de 
Pediatria , v. 77, 2001). 
*Comunicação e Humanização: a reconstrução do relacionamento médico – paciente 
como critério de qualidade na prestação de serviço (NASSAR, Revista 
Contemporânea/UERJ, v. 5, 2005). 
*Código de Ética Médica. 
*Anatomia Humana - Van de Graaf, 6ª edição. 
*Histologia Básica - Junqueira e Carneiro, 20ª edição. 
*Fisiologia - ​Margarida de Mello Aires, 4ª edição. 
*Fisiologia endócrina - Molina, 4ª edição.

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