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ANDERSON FERREIRA BASTOS JÚNIOR 16/10/18 Transcrição - AULA 2 (PATOLOGIAS DA PRÓSTATA) ANATOMIA DA PRÓSTATA Pesa aproximadamente 20 a 30 gramas; Órgão retro peritoneal Zonas: Periféricas, central, transicional, estroma fibromuscular anterior Temos o tecido fibromuscular que é o de sustentação (rosado) e os que formam as glândulas que é o epitelial. Temos pequenas glândulas onde o epitélio tem o formato de células cilíndricas/colunares. Podemos ter as glândulas formando ducto ou ácinos com superfície luminal ondulada e projeções papilares, revestidas de 2 camadas de células: 1. Camada de células colunares secretoras/ células neuroendócrinas (mais para a luz) 2. Camada basal: epitélio cuboide baixo (célula mioepitelial – fica embaixo da célula cilíndrica com função de ajudar na excreção do hormônio). OBS: MARCADOR DA PRÓSTATA 34βE12 (PRINCIPAL), p63, CK5 Se o marcador 34βE12 vier negativo é sinal de patologia maligna (INDICADOR DE MALIGNIDADE), e se estiver positivo é sinal de patologia benigna. PROSTATITES Inflamação da próstata que pode ser aguda, crônica e granulomatosa. PROSTATITE BACTERIANA AGUDA Bacilos Gram negativos (E.coli), Enterococos, estafilococos (ITU) As bactérias podem alcançar a próstata devido a relação sexual, higiene, doenças do trato urinário como o refluxo intraprostático de urina (principal causa), ou por via linfohematogênica (foco infeccioso distante), pós-manipulação cirúrgica da uretra ou da próstata (cateterização, cistoscopia, dilatação uretral ou ressecção prostática). Principais sintomas são febre, calafrios e disúria (dor ao urinar), urocultura positiva. Ao toque retal com prostatite a próstata estará anormalmente aumentada, macia e dolorosa. ANDERSON FERREIRA BASTOS JÚNIOR 16/10/18 Transcrição - AULA 2 (PATOLOGIAS DA PRÓSTATA) Microscopia: Infiltrado neutrófilos, micro abscessos, necrose, debris celulares (resto celular/célula morta), edema e congestão de estroma (parte fibromuscular). Tratamento: Antibiótico OBS: não tem como ver bactéria, só sugerimos que seja prostatite. PROSTATITE BACTERIANA CRÔNICA Diagnóstico difícil Assintomática ou dor lombar baixa, disúria e desconforto perineal e suprapúbico, as principais causas são as infecções urinárias recorrentes (cistite, uretrite). A etiologia é igual à prostatite aguda. Ausência de ataque agudo. Secreção prostática: leucocitose e cultura positiva Tratamento: Antibiótico PROSTATITE CRÔNICA NÃO BACTERIANA Também chamada de síndrome da dor pélvica crônica, é a forma mais comum. Há sintomas locais, mas não se identifica uropatógeno. Difícil diagnóstico. O paciente deve ser enquadrado no Índice de Sintomas da Prostatite Crônica do NIH, exame do toque retal, urinálise, coleta sequencial de urina e fluido prostático antes, durante e depois de massagear a próstata. Secreção prostática à leucocitose, mas cultura (-) Não há terapia comprovada. PROSTATITE GRANULOMATOSA INESPECÍFICA (Prostatite inflamatória assintomática) Ruptura de ductos e ácinos prostáticos Ausência de bactérias Aumento do PSA (porque rompeu os ductos e ácinos, num momento inicial, depois uma baixa) e próstata pétrea (endurecida) ou com nodularidade (pequenos nódulos palpáveis pelo acumulo de células inflamatórias) ao toque retal. PROSTATITE GRANULOMATOSA ESPECÍFICA Instilação intravesical do bacilo de Calmette- Guérinb(BCG) no tratamento de CA vesical Imunocomprometidos. HIPERPLASIA NODULAR PROSTÁTICA Hiperplasia prostática benigna Ocorre um aumento do números de células nos ácinos sem mudança na arquitetura (sem atípias), com maior produção de hormônio. É A PRINCIPAL PATOLOGIA DA PRÓSTATA Acomete acima dos 50 anos Pode ter hiperplasia do estroma e/ou do epitélio prostático Geralmente começa na zona de transição, apresentando um estreitamento e obstrução do canal uretral Incidência: Aumenta na mesma proporção que aumenta a idade devido a hormônios; 70% dos homens com 60 anos tem hiperplasia; 90% dos homens com 80 anos. ANDERSON FERREIRA BASTOS JÚNIOR 16/10/18 Transcrição - AULA 2 (PATOLOGIAS DA PRÓSTATA) A testosterona vai ativar a célula do estroma e a célula epitelial e ativa o fator de crescimento da célula, quanto mais tempo exposto a testosterona, mais tempo tem de crescimento celular, aumentando a quantidade de célula. (MAIOR TEMPO DE EXPOSIÇÃO AO HORMÔNIO ESTIMULANDO O CRESCIMENTO CELULAR). Existe pessoas que só fazem o crescimento celular estromal, assim o PSA estará normal porque o estroma não produz hormônio, ele só sustenta. Se tiver no componente epitelial ai o PSA estará aumentado. MACROSCOPIA 60 a 100 gramas, com nódulos grandes, relativamente nítidos, na região periuretral, não encapsulado, coloração e consistência variadas: Tecido rosa-amarelado, consistência macia, líquido leitoso = proliferação glandular Tecido cinza pálido, menos demarcado, sem exsudação de líquido = predomínio estroma fibromuscular MICROSCOPIA Nódulos puramente estromais fibromusculares até nódulos fibroepiteliais com predomínio glandular; Glândulas pequenas, proliferadas e cisticamente dilatadas, revestidas por dupla camada; Focos de metaplasia escamosa reativa (infartos prostáticos) BIOPSIA (PROVA) Na biópsia, o componente que tem é pequeno, é muito difícil fazer diagnóstico de hiperplasia prostática benigna só pela biópsia, ideal é que se tenha a próstata inteiro ou pelo menos fragmentos maiores. A quantidade de material é pouco para diagnostico de hiperplasia, precisa pelo menos de uma RTU (fragmentos maiores da próstata), a biópsia por agulha fina não é ideal. CLÍNICA Retenção Urinária, que gera a distensão e hipertrofia da bexiga, podendo ocasionar uma Infecção do trato urinário (ITU) e Divertículos Compressão da uretra, gerando uma dificuldade na micção, gerando um aumento da frequência, nictúria, dificuldade em iniciar e terminar a corrente de urina, gotejamento e disúria. É comum apresentar trabeculações da bexiga (hiperextensão da muscular da bexiga devido a uma pressão da quantidade de urina). ANDERSON FERREIRA BASTOS JÚNIOR 16/10/18 Transcrição - AULA 2 (PATOLOGIAS DA PRÓSTATA) ADENOCARCINOMA DA PRÓSTATA Neoplasia mais comum em homens. Ocorre principalmente em homens; >50 anos; afro-americanos. Carcinoma Histológico o carcinoma da próstata é encontrado por acaso durante autópsia de homens que morrem de outras causas. Carcinoma Clínico é assintomático. Ocorre suspeita (10%), devido à nódulo ao toque retal ou devido ao do PSA. Quando há sintomas urinários (dificuldade de iniciar ou interromper o fluxo urinário, disúria, frequência alterada ou hematúria) é porque está em estágio avançado. Dá metástases ósseas osteoblásticas. Prognóstico fatal. Idade quanto mais velho, maior o tempo de exposição a androgênios, e maiores as chances de carcinoma de próstata. Homens castrados antes da puberdade não desenvolvem carcinoma de próstata. História Familiar há risco aumentado entre os parentes de 1º grau dos pacientes com CA de próstata. Raça É incomum em asiáticos, mas a incidência entre negros e escandinavos é alta. Fatores Ambientais e Alimentação fica comprovado pelo fato de que japoneses que vivem nos EUA tem incidência aumentada da doença, principalmentedevido a mudança de dieta que ocorre. PROPEDÊUTICA Triagem 40 a 45 anos. Toque retal localização posterior; baixa sensibilidade e especificidade. Ultrassonografia transretal baixa sensibilidade e especificidade. Guia para biópsia por agulha. (Auxilia na coleta até a coleta do material, não faz muito diagnóstico). Biópsia por agulha transperineal ou transretal TC e RCM pouca sensibilidade para detectar comprometimento linfonodal. Linfadenectomia pélvica (independente se tem metástase ou não) Cintilografia óssea alta sensibilidade para detectar metástases ósseas. PSA PLASMÁTICO É um antígeno muito importante para detecção de câncer de próstata, produzido pelo epitélio prostático e secretado no sêmen. É específico para o órgão, mas não é câncer específico. A próstata não aumenta de tamanho no adenocarcinoma, fica mais rígida/ pétrea, ela está infiltrada de células neoplásicas, que se espalha para órgãos adjacentes, e não dá sintomas. Quando dá sintomas é porque está com estadiamento avançado. Densidade do PSA razão entre o valor plasmático do PSA e o volume da glândula prostática. PSA livre é a proporção do PSA livre para a de PSA total. Toque retal alterado ou PSA > 10ng/mL PSA entre 4 e 10 ng/mL (tem que dosar o PSA livre/total): o Se > ou = 0,20 seguimento (PSA 6 em 6 meses) o Se < 0,20 biópsia o NEOPLASIA INTRAEPITELIAL PROSTÁTICA (NIP) Frequentemente associada com presença concomitante de carcinoma, porém não é uma fase pré-invasiva (“carcinoma in situ”), não é associada ao carcinoma; São as atípicas que acontece no epitélio, é muito comum paciente com NIP que tenha adenocarcinoma, porque a evolução das duas doenças é parecida, mas isso não quer dizer que uma evolui para a outra, geralmente quando se tem uma, tem a outra. Células da camada lumial com atípica nuclear e sem alteração da arquitetura, com presença de células basais. A arquitetura e a célula mioepitelial define como benigna. Na próstata, a presença de nucléolo é indicativo de malignidade. Predominante na zona periférica. ANDERSON FERREIRA BASTOS JÚNIOR 16/10/18 Transcrição - AULA 2 (PATOLOGIAS DA PRÓSTATA) GRAU HISTOLÓGICO 1 ( GRAU), 2 OU 3 ( GRAU) MACROSCOPIA Tecido neoplásico áspero e firme. Difícil de visualizar, mas fácil de palpar. Disseminação direta vesículas seminais, base da bexiga Disseminação hematogênica esqueleto axial Disseminação linfática linfonodos obturadores, perivesicais, hipogástricos, ilíacos, pré-sacrais e paraórticos. OBS: Na imagem ao lado tem vários pontos brancos, que são focos de metástase de adenocarcinoma de próstata. MICROSCOPIA ANDERSON FERREIRA BASTOS JÚNIOR 16/10/18 Transcrição - AULA 2 (PATOLOGIAS DA PRÓSTATA) CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS: 1. Desarranjo arquitetural com ou sem infiltração OBS: Sem a presença de invaginações 2. Atípicas nucleares 3. Ausência de células basais (MIOEPITELIAL) 4. Invasão perineural (envolta do nervo tem células tumorais) 5. Micronódulos colágenos 6. Arranjo glomerulóide GRADUAÇÃO HISTOLÓGICA DE GLEASON Marcador de prognóstico 1. Grau 1 à tumores mais bem diferenciados; agressivos 2. Grau 5 à tumores não exibem qualquer diferenciação celular (indiferenciado); mais agressivos. A maioria dos tumores tem mais de um padrão. ANDERSON FERREIRA BASTOS JÚNIOR 16/10/18 Transcrição - AULA 2 (PATOLOGIAS DA PRÓSTATA) Por isso é atribuído um grau primário (padrão dominante) e um grau secundário (padrão mais frequente). Os dois graus são somados para se obter a pontuação de acordo com o sistema. Para tumores com apenas um padrão, os seus padrões primário e secundário são os mesmos, o número é dobrado. Quanto maior o grau, pior o prognóstico. EX: Tumores mais diferenciados (1+1) = 2 Tumores menos diferenciados (5+5) = 10 TRATAMENTO Prostectomia radical: o CA clinicamente localizado o Perda sanguínea intra-operatória, impotência e incontinência pós- operatórios. Braquiterapia (radioterapia externa ou intersticial): o CA avançado localmente Terapia hormonal (anti-androgênica): o CA avançado metastático o Orquiectomia (retirada dos testículos) ou administração de agonistas sintéticos do hormônio liberador de LH. o Surgimento de clones insensíveis à testosterona. OUTRAS NEOPLASIAS Neoplasias mesenquimatosas rabdomiossarcoma (crianças); leiomiossarcoma (adultos); sarcoma estromático (origina-se do estroma especializado hormônio-responsivo da próstata). STUMP tumor estromal de potencial maligno incerto Tumor fibroso solitário Tumor miofibroblástico inflamatório GIST
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