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Microbiologia e Patogenicidade

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MICROBIOLOGIA E PARASITOLOGIA 
PATOGENICIDADE 
Toda a infeção (presença e multiplicação do microrganismo com progressão para doença) é 
necessariamente precedida de uma colonização (presença do microrganismo no hospedeiro sem 
expressão clínica). 
• Infeção exógena ou cruzada: obtida a partir de uma fonte externa 
• Infeção endógena: agente infecioso faz parte da flora comensal (microrganismos que 
habitam a pele e as membranas mucosas, que estão expostas ou que comunicam com o 
ambiente externo, de um indivíduo saudável → antagonismo microbiano) 
A evolução da colonização para infeção depende de: 
• Número de microrganismos presentes no hospedeiro 
• Virulência do microrganismo – grau de danos causados nos tecidos do hospedeiro 
• Defesas ou resistência do hospedeiro 
Como se estabelece uma doença: 
A colonização estabelece-
se pela formação de uma 
comunidade bacteriana 
nos tecidos do hospedeiro. 
Esta ligação dá-se através 
dos pili ou adesinas das 
bactérias, progredindo 
para uma infeção e 
posteriormente para 
doença, se a infeção não 
for combatida através de 
mecanismos quer da flora 
como de defesa do 
hospedeiro. 
Modo de transmissão: 
• Direta – contacto entre microrganismo e hospedeiro 
• Indireta – transmissão ao hospedeiro por agente interveniente, que pode ser através de 
vetores ou veículo (água, ar, alimentos, etc) 
Nem todo o organismo patogénico causa doença, para que tal aconteça é necessária uma dose 
infeciosa em que abaixo desta não produzirá efeito patogénico. E o hospedeiro também tem 
mecanismos de defesa, sendo eles inespecíficos e específicos 
1. Inespecíficos 
 1ª linha: impedem a entrada – barreiras anatómicas (estáticas, dinâmicas, químicas e 
ecológicas), secreções e enzimas 
 2ª linha: atuam sobre o microrganismo – inflamação (confina e destrói micróbios; inicia 
reparação tecidular), fagocitose e sistema complemento (citólise de micróbios, promove fagocitose, 
contribui para a inflamação) 
 
destruição da célula viva 
por dissolução dos seus 
elementos devido ao 
excesso de água 
provocado por um 
desequilíbrio osmótico 
Fagocitose: ingestão de bactérias e células mortas 
• Quimiotaxia – migração de células em direção ao local 
• Aderência – ligações químicas 
• Ingestão – invaginações do agente patogénico 
• Digestão – produção de lisozimas e outras enzimas 
• Morte – exocitose (libertação) do agente sem qualquer atividade patogénica 
Inflamação 
• Vasodilatação e aumento da permeabilidade nos vasos sanguíneos (mediada pela histamina) 
• Migração de macrófagos (atraídos pelas proteínas do complemento – ativadas somente em 
condições cuja ação seja necessária) 
• Reparação tecidular 
 
2. Específicos (* funções da resposta imunitária) 
• Reconhecem* o agente invasor, discriminando o que é próprio e o que não é 
• Reação*: Estimulam o sistema imunitário 
o Linfócitos B: principal função é a produção de anticorpos 
▪ Células de memória – a resposta rápida e eficiente a uma 2ª exposição ao 
antigénio 
▪ Células efetoras 
o Linfócitos T: leucócitos responsáveis pela defesa contra antígenos (agentes 
desconhecidos) 
• Ação*: Neutralizam e destroem os microrganismos 
• É um processo lento, mas eficaz e dirigido especialmente a cada elemento estranho 
 
 
 
 
A resposta imunológica divide-se em: 
• Resposta humoral 
o Envolve linfócitos B 
o Auxiliada por linfócitos T 
o Dirigida contra agentes 
patogénicos extracelulares 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Linfócitos B ativados
proliferação e 
diferenciação
Células de memória
Plasmócitos
Clones que sintetizam 
o mesmo anticorpo
especifico
libertada por mastócitos 
O que pertence ao organismo 
O que pertence ao 
microrganismo 
Anticorpos produzidos por linfócitos B (processados e maduros na medula óssea e migram para os órgãos linfoides, 
onde são armazenados) e plasmócitos 
Glicoproteínas específicas em forma de Y, constituídas por 4 cadeias polipeptídicas, 2 pesadas e 2 leves. Têm 
uma região constante e uma variável, que é responsável pela diversidade e especificidade dos anticorpos 
Funções dos anticorpos (Classes: IgA, IgD, IgE, IgG, IgM): 
 - Neutralização do antigénio - Ativação do complemento - Estimulação da fagocitose 
 - Imobilização de bactérias - Aglutinação e precipitação do antigénio 
 
• Resposta celular - permite eliminar células alteradas ou infetadas
o Envolve linfócitos T 
o Morte das células estranhas 
 
o Dirigida contra agentes 
patogénicos intracelulares, 
células tumorais e 
transplantes 
Os linfócitos T dividem-se em: 
• Células T ajuda (TH - helper): ativam os linfócitos B; influenciam no desenvolvimento de 
outras células T e macrófagos 
• Células T citotóxicas (TK - killer): provocam a morte de outras células 
 
Mecanismo de patogenicidade 
Os organismos patogénicos possuem ou produzem fatores de patogenicidade, capazes de 
desencadear doença, sendo essa a diferença com os organismos neutros ou benéficos. Os fatores de 
patogenicidade são todos aqueles que auxiliam na entrada e invasão do hospedeiro, bem como no 
desenvolvimento da doença, como as toxinas, exoenzimas, flagelos e outros fatores de aderência e 
fatores antifagocíticos. 
 Estes organismos podem desencadear doenças através de: 
• Infeção – microrganismo penetra as defesas do hospedeiro, multiplica-se e danifica os 
tecidos do hospedeiro 
• Intoxicação – produção de agentes extracelulares com ação mesmo na ausência do 
microrganismo 
o Endotoxinas – como os LPS (bactérias Gram–), que se libertam aquando da lise 
celular da bactéria (parte tóxica – lípido A) e são resistentes ao calor; 
o Exotoxinas – proteínas, solúveis e sensíveis ao calor; libertadas pela bactéria em 
crescimento para o seu exterior como as neurotoxinas, enterotoxinas e citotoxinas 
• Ou ambas as vias 
 
 
 
Capacidade de o microrganismo causar doença ou infeção 
Efeito fisiológico: 
generalizado 
Efeito fisiológico: 
específico 
INFEÇÕES DA PELE 
Anatomofisiologia da pele 
Funções: 
• Controlo da temperatura corporal 
• Prevenção de perda de fluídos 
• Síntese de vitamina D 
• Possui diversos recetores – obtenção de informação sobre o ambiente 
• Imunidade – produção de substâncias 
A pele divide-se em epiderme, derme e camada subcutânea 
As glândulas sudoríparas e folículos pilosos servem como vias naturais de entrada de 
microrganismos 
As secreções das glândulas sudoríparas e sebáceas são importantes para a flora microbiana 
residente, fornecendo água e nutrientes necessários. 
A composição lipídica da pele implica um ambiente pouco favorável para a colonização de agentes 
patogénicos, em que o eczema (erupção cutânea) neutraliza a ação antimicrobiana dos lípidos da pele 
Flora normal da pele 
Principal função: evitar colonização de microrganismos patogénicos 
Esta flora só se torna virulenta se o individuo for imunocomprometido ou se conseguirem penetrar 
as barreiras da pele 
Difteróides 
• Bacilos Gram +, não móveis 
• Principais géneros: Corynebacterium e Propionibacterium 
• Podem produzir acessos ou infeções hepáticas, ósseas ou cardíacas 
Staphylococci 
• Cocos Gram+ 
• Mais comum: Staphylococcus epidermidis 
Malassezia 
Fungos leveduriformes de pequenas dimensões 
Mais comum: Malassezia furfur 
Associados a situações como caspa ou pitiríase versicolor (alterações da pigmentação da pele) 
Doenças da pele 
As infeções na pele podem ser exteriores se forem através de danos na pele, ou interiores se forem 
através da corrente sanguínea 
Infeções causadas por bactérias 
Foliculites (pequeno inchaço vermelho) → Furúnculos (vermelhidãolocalizada, edema, drenagem 
de pus na bolha) → Carbúnculos (vermelhidão alargada, edema e vários locais de drenagem de pus; 
associado a Staphylococcus aureus) 
Doença de Ritter 
• Toxina de alguns S. aureus → doentes em isolamento 
Órgão que cobre a superfície externa do corpo 
A principal 
Cocos Gram +, com proteína A (fator de virulência) que impede fagocitose 
e insensível a penicilina, são produtores de β-lactamases 
Síndrome 
da pele 
escaldada 
• Mais comum: recém-nascidos, idosos ou imunocomprometidos e pode ser letal 
Síndrome choque tóxico 
• S. aureus 
• Sintomas: febre, exantema e choque 
• Toxina que se espalha na corrente 
sanguínea 
Impetigo 
• S. aureus, mais frequente Strptococcus pyogenes 
• Formação pústulas que ganham crosta 
• Ferida: picada de inseto, queimadura ou outro 
Fasciite necrosante 
• S. pyogenes – grupo A 
• “bactéria carnívora” – infeção invasiva, ataque aos revestimentos musculares 
Pseudomonas aeruginosa 
Causa dermatite, normalmente associada a piscinas, saunas e banheiras (aumento de pH, água 
quente dilata os folículos pilosos – favorece o crescimento e a entrada dos microrganismos) ou meio 
hospitalar 
• Bacilos Gram 
• Agentes patogénicos oportunistas 
• Produzem pigmento azul - 
piocianina 
Acne inflamatória 
• Propionibacterium acnes 
• Origina pústulas e pápulas 
• Tratamento: prevenção da produção de sebo → antibiótico 
Infeções causadas por bactérias – transmitidas por picada 
Rocky mountain spotted fever 
• Rickettsia, Gram– 
• Picada de piolhos, carraças e ácaros → parasitas celulares obrigatórios 
Doença de Lyme 
• Borrelia burgdorferi 
Infeções causadas por vírus 
• Comuns na infância 
• Exantemas – do local de infeção, normalmente, no trato respiratório superior, através da 
corrente sanguínea, até à pele 
• Varicela – erupção cutânea com pápulas vermelhas, bolhas e pústulas que, depois de 
romperem e vazarem o conteúdo com vírus, forma crosta e cicatrizam 
o Sintomas: prurido 
o Mais severa: adultos (20% → pneumonia) e crianças mais velhas. Em indivíduos 
imunocomprometidos podem afetar pulmões, coração, fígado, rins, cérebro → fatal 
o Vírus Varicella-Zoster (Herpesviridae): com DNA e invólucro. Penetra através das 
vias respiratórias → 1ª infeção: penetra nos nervos periféricos e fica latente num 
gânglio, anos mais tarde pode reativar-se, migrando ao longo dos nervos periféricos 
até aos nervos cutâneos sensoriais onde causam novo surto – zona 
Cocos Gram +, β-hemolíticos. Diversos 
fatores de virulência: cápsula, hemolíticos, 
toxinas, enzimas. Podem originar 
glomerulonefrites 
Pápulas – lesões elevadas. Pústulas – pápulas com pus 
Erupções cutâneas 
Reativação 
devido a: 
stress ou 
baixa 
imunidade 
Tratamento 
e prevenção: 
vacina; 
aciclovir 
• Sarampo: aparecimento de mancha vermelha que se inicia na testa e se espalha pelo resto 
do corpo; se inicia com febre, tosse e olhos inchados, vermelhos e lacrimejantes 
o Acompanhado de infeções: S aureus, Streptococcus pneumoniae, Streptococcus 
pyogenes e Haemophilus influenzae → otites e pneumonia 
o Suprime temporariamente a imunidade celular → reativação do vírus herpes latentes 
o Pode causar: encefalites → dano cerebral permanente, atraso mental, surdez, 
epilepsia 
o Vírus do sarampo (Paramyxoviridae): RNA. Penetra no organismo através das vias 
respiratórias 
• Rubéola: erupção na face, peito e abdómen → nos adultos ocorre dor articular. Grávidas: 
atravessa a placenta e no feto ocorrem alterações no processo de divisão celular, levando a 
diversas anomalias congénitas – síndrome da rubéola congénita; após nascimento bebé 
excreta fluidos com vírus (contágio) 
o Vírus da rubéola (Togaviridae): RNA. Penetra no organismo através das vias 
respiratórias 
• Verrugas: tumores benignos (papilomas) 
o Vírus Papilloma (Papovaviridae): DNA. Sobrevivem em objetos inanimados, 
infetam camadas profundas da epiderme; na verruga encontra-se o vírus 
Infeções causadas por fungos 
Micoses cutâneas, graves em indivíduos imunocomprometidos. 
Dermatófitos – colonaizam pele, unhas, pelos – Géneros Trocophyton, Microsporume 
Epidermophyton – crescem em estruturas com queratina → dermatomicoses ou tinhas 
Candidíase (Candida albicans)  alterações de pH, diminuição da flora bacteriana devido ao uso 
de antimicrobianos, imunossupressão 
Infeções causadas por parasitas 
Protozoários, helmintes e artrópodes 
• Escabiose: (ácaro Sarcoptes scabiei). Escava tuneis sob a pele para colocar os ovos → 
tuneis apresentam-se como lesões cutâneas inflamatórias que podem decorrer de infeções 
secundárias devido ao prurido 
• Pediculose: (piolhos), piolho da cabeça (Pediculus humanus capitis), do corpo (Pediculus 
humanus corporis) e púbico (Phthirus pubis) 
 
 
INFEÇÕES DOS SISTEMAS CARDIOVASCULAR E LINFÁTICO 
Sepsis – infeção bacteriana generaliza. resposta inflamatória do sistema imunitário à presença de 
microrganismos ou toxinas 
Septicémia – provocada pela presença de microrganismos no sangue 
Sépsis Gram + 
• Enterococos e estreptococos do tipo B resistentes a antimicrobianos 
Sépsis Gram– 
• Pode levar ao choque séptico, ↓ tensão arterial 
• Causa: endotoxina 
Tratamento 
e prevenção: 
vacina (com 
a rubéola e 
parotidite) 
Tratamento 
e prevenção: 
vacina 
Tratamento e 
prevenção: queimadura 
por frio, cauterização, 
remoção cirúrgica 
Transmitido por contacto íntimo 
Alimentam-se do sangue do hospedeiro → prurido pode levar a infeções secundárias 
Manchas de Koplik – indicadores de diagnóstico da doença – placas avermelhadas com pontos 
brancos na mucosa oral 
 
• Numa fase final, a administração de antibióticos pode ser contraproducente. 
Sépsis puerperal 
• Infeção uterina após parto ou aborto; pode evoluir para peritonite ou septicemia; 
Streptococcus pyogenes mais comum →microrganismo também pode provocar pericardite 
Infeções causadas por bactérias 
Antraz (carbúnculo)- Bacillus anthracis. 3 tipos de antraz: cutâneo (mais comum), gastrointestinal e 
pulmonar (mais perigoso – entra facilmente na corrente sanguínea; sem antibiótico, mortalidade é de 
cerca de 100%) 
Outras: 
• Choque séptico 
• Sepsis puerperal 
• Pericardite 
• Endocardite bacteriana aguda 
• Endocardite bacteriana subaguda 
• Febre reumatoide 
• Brucelose 
• Gangrena 
• Peste 
• Doença de Lyme 
• Tifo epidémico
 
Infeções causadas por vírus 
Mononucleose infeciosa - EBV. Leve, comum em jovens; transmite-se por secreções orais (saliva) 
Outras: 
• Linfoma de Burkitt 
• Infeções por citomegalovírus 
• Febre-amarela 
• Dengue 
• Febres virais hemorrágicas – 
Marburg, Ébola, Lassa
 
Infeções causadas por protozoários 
Tripanossomíase americana (doença de Chagas) – Trypanossoma cruzi. Transmitida por picada de 
inseto; lesa o músculo cardíaco ou os movimentos peristálticos esófago ou cólon 
Outras: 
• Toxoplasmose 
• Malária 
• Leishmaniose 
 
INFEÇÕES DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 
Defesas 
• Pelos do nariz – filtram o ar 
• Muscosa nasal – possui células secretoras de muco, cílios → que aprisionam pó e 
microrganismo e “empurram” materiais estranhos para o exterior 
• Amígdalas – tecido linfoide; ajudam na imunidade 
Sistema respiratório superior (acima das cordas vocais) 
É recoberto por uma mucosa ciliada até aos bronquíolos, ajudando a impedir que os microrganismos 
cheguem até aos pulmões e os alvéolos pulmonares possuem macrófagos 
• Nariz • Seios nasais 
As ligações anatómicas entre nariz, garganta, 
aparelho nasolacrimal e ouvido implicam que as 
infeções se disseminam facilmente de umas 
estruturas para asoutras 
• Faringe 
• Laringe (acima das cordas vocais) 
• Estrutura associadas - ouvido médio, 
aparelho lacrimal 
As doenças microbianas podem ser causadas por bactérias e vírus, muitas vezes em combinação, 
sendo a maioria autolimitada. 
Doenças: 
• Faringite estreptocócica (Streptococcus pyyogenes) – Membranas das mucosas da garganta 
inflamadas; podem ocorrer amigdalites e otites médias. Transmitida por gotículas. 
Imunidade é tipo-específica 
• Escarlatina (Streptococcus pyyogenes) – Exotoxina (toxina eritrogénica) provoca 
vermelhidão da pele e língua e descolamento da pele afetada. Capacidade de produzir 
toxina advém de infeção da bactéria por um fago 
• Difteria (Corynebacterium diphteriae) – Forma-se uma membrana na garganta constituída 
por células mortas (humanas e bacterianas). Exotoxina interfere com a síntese proteica, 
podendo, se sistémica, afetar o coração (miocardite), nervos periféricos (paralisia) e 
glândulas adrenais (hipofunção). Também pode ocorrer na forma cutânea 
• Otite média (Staphylococcus aureus, Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae) 
– Acumulação de pus no ouvido média resulta em pressão dolorosa sobre o tímpano 
• Epiglotite (Haemophilus influenzae tipo b - Hib) – Infeção com aparecimento súbito de 
edema da epiglote, que frequentemente se agrava de forma rápida (horas); potencialmente 
letal 
• Constipação/ resfriado (Vírus do tipo coronavírus ou rinovírus) – Tosse, espirros, 
corrimento nasal 
Sistema respiratório inferior (abaixo das cordas vocais) 
• Laringe (abaixo das cordas vocais) 
• Traqueia 
• Brônquios, bronquíolos 
• Pulmões 
Doenças: 
• Tosse convulsa (Bordetella pertussis) – Infeção respiratória inicialmente localizada na 
faringe, progredindo para os brônquios. Os cílios do trato respiratório superior são 
inativados pelo que há uma grande acumulação de muco. Espasmos de tosse intensa para 
eliminarem o muco. 
• Tuberculose (Mycobacterium tuberculosis complexo – M. tuberculosis, M. bovis, M. 
africanum). Tem 4 estágios: (I – Infeção) fagocitose dos bacilos, pelos macrófagos 
alveolares sendo eliminados em 1 a 3 dias, no entanto aqueles bacilos inalados nos 
aerossóis podem ser retidos na árvore respiratória superior ou atingir os alvéolos 
pulmonares e começam a multiplicar-se no alvéolo pulmonar. (II – Simbiose) cria-se um 
ciclo vicioso de fagocitose-apoptose-necrose devido à multiplicação do bacilo e lise dos 
macrófagos, criando-se uma relação simbiótica onde os macrófagos se multiplicam 
ativamente no interior da lesão enquanto o material necrótico se acumula no seu interior. 
(III – Caseação) gradualmente a caverna [no centro mantêm-se bacilos] fica totalmente 
preenchida de material necrótico enquanto o parênquima alveolar perde a vascularização e 
morre e a caverna vai-se calcificando. (IV – Calcificação) Se a infeção não foi contida, a 
caverna aumenta formando um abcesso que drena material necrótico com bacilos para o 
pulmão → em hospedeiro imunocompetente: cada bacilo libertado inicia nova 
infeção/lesão/caverna noutro ponto do pulmão expandindo a doença; em hospedeiro 
imunocomprometido: os bacilos disseminam-se pelo sistema vascular e linfático com 
aparecimento de tuberculose miliar 
Transmissão de 
C. diphteriae por 
gotículas ou 
contacto cutâneo 
• Pneumonia (Streptococcus pneumoniae – típica, mas podem ser outros, como Legionella 
pneumophila). Alvéolos pulmonares enchem-se com hemácias, neutrófilos e líquidos de 
tecidos vizinhos [expetoração com sangue]. Este cocos Gram+ pode invadir a corrente 
sanguínea, causando bacteriemia, meningite, endocardite, etc. Pneumonia é uma infeção no 
parênquima pulmonar. 
o Pneumonia na comunidade (PAC) e nosocominal (HCAP [associada aos cuidados 
de saúde], ICUAP [associada à unidade cuidados intensivos] e PAV [associada aos 
ventiladores]) 
• Gripe (vírus influenza) - Vírus altera muito rapidamente as suas características antigénicas 
pelo que a imunidade é limitada 
• Vírus sincicial respiratório - responsável pela maioria dos casos de infeções do trato 
respiratório inferior em bebês, é muito contaminante e tem surtos anuais no Inverno 
• Histoplasmose (Histoplasma capsulatum). Fungo do solo. Fatal 
• Blastomicose (Blastomyces dermatidis). Fungo do solo. Rara, mas fatal 
 
INFEÇÕES DO SISTEMA GASTROINTESTINAL 
Estômago produz HCl e pepsinas capazes de neutralizar a maioria dos microrganismos e os ácidos 
biliares inibem o crescimento de diversas bactérias. No entanto os microrganismos podem danificar ou 
destruir o epitélio do intestino delgado alterando a capacidade de absorção ou secreção → Aumento da 
secreção ou diminuição da absorção pode provocar diarreia, desidratação, malnutrição e deficiência 
vitamínica.
Flora normal do sistema gastrointestinal 
Intestino delgado: 
• Predominantes dos géneros Lactobacillus e Bacteroides 
• Leveduras (Candida albicans) 
Intestino grosso (aeróbios ou aeróbios facultativos): 
• Escherichia coli 
• Membros dos géneros Enterobacter, Klebsiella e Proteus 
Infeções bacterianas 
Salmonela thyphi – pode causar colecistite, infeção da vesicula biliar, podendo durante anos não 
causar sintomas. Pode provocar também a febre tifóide: febres altas, cefaleia, dor abdominal 
Vibrio cholerae – produz toxina que atua no epitélio do intestino delgado e provoca cólera (diarreia 
severa) 
Género Shigella – causas comuns de disenteria por invasão do epitélio do cólon 
E. coli – causa gastroenterites, pois possuem fatores de virulência presentes em plasmídeos que, por 
sua vez, podem ser transmitidos a outros microrganismos entéricos 
Campylobacter jejuni - uma causa comum de diarreia, com origem, normalmente, em animais 
domésticos. Pode causar disenteria 
A diarreia é uma grande causa de morte no mundo 
 
Atividade bioquímica dos 
microrganismos: 
• Síntese de vitaminas 
• Inibição competitiva de 
microrganismos patogénicos 
• Degradação de substâncias não 
digeridas 
• Metabolismo colesterol 
• Alteração de drogas 
• Produção de carcinogénicos 
INFEÇÕES DO SISTEMA NERVOSO 
A barreira hematoencefálica impede a entrada no cérebro de muitos microrganismos e substâncias, 
nomeadamente hidrofílicas. 
Vias de infeção 
• Disseminação hematogénea – a partir da colonização e invasão da mucosa das vias aéreas 
superiores ou a partir um foco infecioso à distância 
• Contiguidade - progressão da infeção a partir de foco próximo 
• Progressão por via nervosa 
• Alterações anatómicas congénitas ou adquiridas: 
o neurocirurgia ou traumatismo crânio-encefálico 
o traumatismo da base do crânio e dos seios paranasais 
o shunts - drenagem ventricular externa ou interna 
o defeitos do tubo neuronal 
Infeções do sistema nervoso central 
• Meningite: Inflamação do espaço subaracnoídeo e das leptomeninges (aracnóideia e pia-
máter). Causa: vírus, bactérias, fungos, protozoários 
• Encefalite: inflamação do parênquima cerebral 
• Abcesso cerebral: coleção purulenta localizada 
• Outros: abcessos epidurais e subdurais 
MENINGITE BACTERIANA 
A meningite aguda é uma emergência médica 
• Neisseria meningitidis (Cocos Gram–, capsulados → produtor de endotoxina) – transmissão 
por via aerógena. Incidência: idade inferior a 5 anos. Este existe na garganta de portadores 
saudáveis. Pode ser encontrada no LCR → meningite meningocócica 
• Streptococcus pneumoniae – existe na nasofaringe. Comum em crianças hospitalizadas → 
meningite pneumocócica 
• Haemophilus influenzae b (Hib) – comum em crianças com idade inferior a 4 anos 
• Listeria monocytogenes (Listeriose) – ocorre em recém-nascidos, imunodeprimidos, 
grávidas [pode atravessar a placenta podendo causar aborto], oncológicos,etc. decorre da 
ingestão de alimentos contaminados, como lacticínios → pode invadir o LCR causando 
meningite 
MENINGITE POR FUNGOS 
• Cryptococcus neoformans – leveduriforme capsulado. Infeção inicia-se nos pulmões 
(inalação de excrementos de aves), mas progride para o cérebro e meninges 
TÉTANO 
Clostridium tetani é um bacilo Gram+, anaeróbio obrigatório e produz uma neurotoxina, libertada 
após a morte e lise das células em crescimento, que causa espasmos e contração muscular que pode 
levar à morte. Existe no solo contaminado com fezes de animais 
BOTULISMO 
Clostridium botulinum é um bacilo Gram+ anaeróbio obrigatório e produz uma neurotoxina potente 
que causa morte por insuficiência respiratória ou cardíaca, que existe no solo e em sedimentos de água 
fresca. Tem também aplicação na cosmética, o botox 
POLIOMIELITE (vírus) 
Sintomas: dor de cabeça, dor de garganta, febre, náuseas, rigidez da nuca e dorso e, ocasionalmente, 
paralisia. Transmitido por água contaminada por fezes. Invasão dos módulos linfáticos do pescoço e 
intestino e, depois, da medula espinal 
RAIVA 
Mordedura de animal contaminado (existe nas glândulas salivares). Vírus multiplica-se no músculo 
esquelético e tecido conjuntivo, depois move-se ao longo dos nervos até ao SNC, produzindo 
espasmos dos músculos boca e garganta causando momentos de agitação e de calma. Provoca: lesão 
cerebral e medula espinhal → Encefalite aguda muitas vezes fatal 
TRIPANOSSOMÍASE AFRICANA 
Trypanosoma brucei gambiense e Trypanosoma brucei rhodisiense (protozoários flagelados). 
Transmitida pela picada da mosca tsé-tsé (doença do sono). Este parasita altera com grande facilidade 
antigénios de superfície tornando a imunidade difícil. 
DOENÇAS DE PRIÕES 
Proteína infeciosa com conformação alterada, capaz de alterar conformação de outras proteínas 
• Scrapie – ovelhas 
• BSE (encefalopatia espongiforme bovina) [doença das vacas loucas] 
• Creutzfeldt-Jakob – humanos 
 
INFEÇÕES DOS SISTEMAS URINÁRIO E REPRODUTOR 
Uretra masculina, bexiga e trato urinário são, normalmente estéreis e as infeções que podem surgir 
nestes sistemas podem resultar por uma fonte externa ou infeção oportunista da flora comensal. E. coli 
a mais comum. Gram– oportunistas dos intestinos 
Infeções bacterianas do trato urinário 
Cisite – infeção da bexiga. Dificuldade ou dor na micção. Mais comum nas mulheres. 
Pielonefrite – infeção no rim. Febre, dor lombar 
Leptospirose – infeção do rim. Pode resultar em insuficiência renal 
Infeções bacterianas do aparelho reprodutor 
Gonorreia – bactéria fixa-se através das fímbrias. Homens: micção dolorosa e secreções com pus 
Uretrite não gonocócica – micção dolorosa e corrimento aquoso (Chlamydia trachomatis) 
Doença inflamatória pélvica – dor abdominal crónica; possível infertilidade 
Sífilis – erupção cutânea e febre baixa; lesões graves nos sistemas cardiovascular e nervoso 
Cancroide – úlceras dolorosas na zona genital, nódulos linfáticos edemaciados na virilha 
Infeções víricas do aparelho reprodutor 
Herpes genital – vesiculas dolorosas na área genital. Vírus fica latente nas células nervosas 
Verrugas genitais – Papiloma vírus 
Infeções do aparelho reprodutor causadas por fungos e protozoários 
Candidíase – prurido vaginal intenso, odor a mofo, corrimento amarelo 
Tricomoníase – pH vaginal aumenta → prurido vaginal, corrimento verde-amarelado 
Doenças/Infeções sexualmente transmissíveis (IST) 
Transmissão: contacto sexual, transplacentária, parto 
PARASITAS 
• Trichomonas • Sarcoptes scabei • Phthirius pubis 
VÍRICAS 
• Herpes simplex 1 e 2 
• V. Hepatite B 
• HTLV-I 
• HIV (Síndrome de Imunodeficiência Adquirida; retrovírus com RNA; família: lentivírus) 
o Vírus infeta linfócitos T CD4+ (modeladores da resposta imunitária celular e 
humoral) macrófagos (destruição/ fagocitose) destruindo-os ou alterando o seu 
funcionamento que vai causar a diminuição da resposta imunitária. 
o Apresenta 4 fases, (i) aguda, (ii) assintomática, (iii) sintomática precoce [CD4 < 
450μl] e (iv) fase de SIDA 
o Veículos de transmissão: sangue, secreções genitais e leite 
o Vias de transmissão: gravidez, aleitamento, comportamentos sexuais de risco, 
transfusões e injetáveis 
BACTERIANAS 
• N. gonorrhoeae 
• T. pallidum 
• Chl.trachomatis 
• H. ducreyi 
• U. ureolyticum 
OUTROS 
• G. lamblia 
• N. meningitidis 
• Cryptosporidium 
spp 
• Shigella e 
salmonella 
• E. histolytica

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