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COMUNICAÇÃO HUMANA E RELAÇÕES INTERPESSOAIS - Kurt Lewin

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COMUNICAÇAO HUMANA E RELAÇOES INTERPESSOAIS 
 
Introdução 
 
Kurt Lewin, desde sua chegada à América, preocupou-se em definir cientificamente aquilo 
que ele foi o primeiro a chamar de “dinâmica dos grupos”.Com esta finalidade questionou e 
redefiniu as metodologias e as teorias tradicionais em psicologia social. 
Kurt Lewin lançou-se simultaneamente,à exploração de três problemas-chaves que o 
levaram a descobertas sobre a gênese e a dinâmica dos agrupamentos humanos, 
considerados atualmente geniais. 
As descobertas mais difinitivas em psicologia social após a morte de Lewin foram realizadas 
a partir de esquemas guestaltistas e no interior de projetos de pesquisas-açoes sobre os 
micro-fenômenos de grupo.O balanço dos dados adquiridos desde Lewin sobre estes três 
problemas-chaves,à saber: a comunicação humana, o aprendizado da autenticidade, o 
exercício da autoridade em grupo de trabalho. 
 
UMA INTUIÇAO DE GENIO 
 
Foi preciso o gênio de Lewin, sua capacidade de atenção, de vigilância e seu 
acompanhamento dos processos em causa no grupo de trabalho, para identificar com tanta 
perspicácia e penetração o obstáculo fundamental à integração dos agrupamentos humanos 
e à sua criatividade. 
Kurt Lewin conseguira desde há algum tempo agrupar em torno dele uma equipe de 
pesquisadores e organizar com eles seu Centro de Pesquisas em Dinâmica dos Grupos, no 
M.I.T. 
Um dia, entretanto, no momento em que a auto-avaliaçao parecia uma vez mais encaminhar-
se para uma constatação negativa, Kurt Lewin, enunciou a seguinte hipótese: “se a 
integraçao entres nos não se realiza e se, paralelamente, nossas pesquisas progridem tão 
pouco, tal fato pode ocorrer em razão de bloqueios que existiram entre nos ao nível de nossas 
comunicações”. 
Desta hipótese Kurt Lewin quis extrapolar um implicação imediata. “Se minha hipótese é 
valida, teremos que consentir em questionar nossos modos atuais de comunicação e, se 
preciso, aprender modos mais funcionais de comunicar entre nós. E isto só será possível, em 
minha opinião, se paralelamente às nossas sessões de trabalho, mantivermos encontros nos 
quais nos reencotraríamos todos juntos, fora de todo contexto de trabalho, preocupados tão 
somente em nos comunicar de modo autêntico. Para que este aprendizado seja valido e 
favoreça realmente a evolução de nossa equipe de trabalho uma condição me parece 
essencial: todos devem estar de acordo em participar e com vontade de aprender a 
comunicar de modo autentico”. 
No momento lembraremos que Lewin e seus colaboradores, desde que consentiram em 
dialogar tomaram consciência de que suas relações interpessoais, aparentemente confiantes 
e positivas, eram de fato inautenticas pelo fato de não terem como base comunicações 
abertas entre eles. 
Desde que conseguiram assinalar as fontes de bloqueio e de filtragem em suas comunicações, 
suas relações interpessoais evoluíram, tornando-se mais autenticas, e deu-se a integração 
entre eles no plano de trabalho. A coesão e a solidariedade resultantes mudaram 
profundamente a atmosfera de suas sessões de trabalho. Estas conseguiram, a partir deste 
momento, ritmos crescentes de produtividade e de criatividade. 
 
NECESSIDADES INTERPESSOAIS 
 
Lewin e seus colaboradores descobriram que a produtividade de um grupo e sua eficiência 
estão estreitamente relacionadas não somente com a competência de seus menbros, mas 
sobretudo com solidariedade de suas relações interpessoais. 
Mais adiante, o próprio Lewin e alguns de seus discípulos, tentaram fazer novas experiências 
sobre este fenômeno e destacar as implicações desta descoberta. Mas quem levara mais longe 
a exploração e a analise da dinâmica dos grupos de trabalho será um psicológico americano, 
professor em Harvad, W.C. 
O que devemos reter aqui e que marca um progresso notável sobre as teorias esboçadas por 
Lewin e que repousavam apenas sobre dados forçosamente provisórios naquele momento, 
são as luzes trazidas por Schutz sobre a interdependência e a estreita correlação que existe 
em todo grupo de trabalho entre seu grau de integração e seu nível de criatividade.Mas onde 
Schutz inova realmente é através de sua teoria das “necessidades interpessoais”. Com este 
conceito Schutz pretende especificar o seguinte: os menbros de um grupo não consentem em 
integrar-se senão a partir do momento em que certas necessidades são fundamentais porque 
todo ser humano, que se reúne em grupo qualquer, as experimenta ainda que em graus 
diversos. Por outro lado, estas necessidades, segundo ele, são interpessoais no sentido de que 
somente em grupo e pelo grupo elas podem ser satisfeitas adequadamente. 
Schutz identificou três necessidades interpessoais. Estas: a necessidade de inclusão, a 
necessidade de controle e a necessidade de afeição. 
 
Schutz define a necessidade de inclusão como a necessidade que experimenta todo membro 
novo de um grupo em se perceber e em se sentir aceito, integrado, valorizado totalmente por 
aqueles aos quais se junta. 
No momento das tomadas de decisão, que esta necessidade procura ser satisfeita da maneira 
mais imperiosa. Um membro sente-se definitivamente incluído no grupo ao se perceber 
como um participante integral de cada uma das fases do processo de tomada de decisão. Esta 
necessidade é, portanto, a expressão do desejo que experimenta todo membro de um grupo 
de possuir um status positivo e permanente no interior do grupo, em não se sentir em 
nenhum momento marginalizado pelo grupo. 
Os indivíduos menos socializados procuram integrar-se ao grupo adotando atitudes de 
dependência. È o caso dos membros socialmente infantis. Por outro lado, aqueles que não 
superam a fase da revolta típica da adolescência tentam impor-se ao grupo através de 
atitudes de contra-dependencia e forçar assim sua inclusão no grupo. Os indivíduos melhor 
socializados,segundo Schutz, são os únicos que encontram em suas relações interpessoais 
cada vez mais positivas, uma satisfação adequada à sua necessidade de inclusão, adotando 
para com os outros membros do grupo atitudes ao mesmo tempo de autonomia e de 
interdependência. 
 
Para Schutz, a necessidade de controle consiste, para cada membro, em se definir para si 
mesmo suas próprias responsabilidades no grupo e também as de cada um que com ele 
forma o grupo. È a necessidade que experimenta cada novo membro de se sentir totalmente 
responsável por aquilo que constitui o grupo: suas estruturas, suas atividades, seus objetivos, 
seu crescimento, seus progressos. 
Todo membro de um grupo deseja e sente necessidade de que a existência e a dinâmica do 
grupo não escapem totalmente a seu controle. Também aqui os menos socializados, aqueles 
que há pouco, no plano da inclusão, mostravam-se dependentes, adotaram atitudes infantis 
ao exprimir sua necessidade de controle. Tenderão a demitir-se de toda responsabilidade e a 
delegá-la a outros, aqueles que percebem como dotados de poder carismáticos. Em 
conseqüência, adotam aquelas atitudes que Schutz qualifica de abdicadoras. Aqueles que se 
sentem rejeitados e mantidos à margem das responsabilidades no grupo, tenderão a cobiçar 
o poder e a querer, se preciso, assumir sozinhos o controle do grupo. Estes últimos adotam 
em grupo, cada vez que lhes são confiadas responsabilidades, atitudes de autocratas. 
Os mais socializados, enfim, os possuidores de maior maturidade social, tem tendência a se 
mostrar democratas, isto é, a pensar e a querer o controle do grupo em termos de 
responsabilidade partilhadas. 
 
Necessidade de afeição é o secreto desejo de todo individuo em grupo de ser percebido como 
insubstituível no grupo: cada um procura recolher sinais concludentes ou convergentes de 
que os outros membros não poderiam imaginar o grupo sem sele.Alguns, os mesmo que há pouco mostravam-se dependentes no plano de inclusão, e 
abdicadores em relação ao controle, tentam satisfazer suas necessidades de afeto, através de 
relações privilegiadas, exclusivas e geralmente possessivas. Adotam então atitudes infantis, 
esperando ser percebidos e aceitos no papel de criança mimada do grupo, não desejando 
senão receber. Desejam secretamente estabelecer em grupo relações hiperpessoais. Aqueles 
que, ao contrario, se sentem rejeitados ou ignorados pelo grupo, cedem a mecanismo que os 
adotam, como uma reação de defesa contra as necessidades de afeição que experimenta, 
atitudes adolescentes de aparente indiferença ou frieza calculada.Preconizam, quando não 
reclamam relações unicamente formais, e estritamente funcionais entre os membros. Não 
querem ou não podem dar nem receber. Furtam-se assim a toda tentativa de estabelecer a 
solidariedade interpessoal sobre uma base mais profunda de amizade. Ocultam 
sistematicamente sua necessidade de afeição e mostram-se como hipopessoais. Enfim, os 
mais altruístas, os mais socializados, não obedecem nem a mecanismo de defesa nem a 
mecanismo de compensação. Desejam ser aceitos totalmente a afeiçoados ao grupo pelo que 
são. Mas neles esta necessidade de afeição encontra plena satisfação nos laços de 
solidariedade e de fraternidade que se estabelecem entre eles os outros membros do grupo. 
Somente estes, porque tornaram-se capazes de dar e de receber afeição, estabelecem suas 
relações em nível autenticamente interpessoal. 
 
EXPRESSAO DE SI E TROCAS COM OUTRO 
 
As teorias de Schutz sobre a necessidades interpessoais marcam um evidente progresso 
sobre algumas das descobertas de Lewin. Schutz, entre outros, conseguiu explicar-nos 
experimentalmente o que Lewin havia percebido de modo intuitivo, a saber: como e porque 
um grupo que não conclui sua integração é incapaz de criatividade duradora. Por outro lado 
Schutz não conseguiu ir alem do nível das relações interpessoais.Com ajuda de instrumentos 
validados por ele, diagnosticou com muito acerto e não sem mérito, que há uma equação 
entre a integração de um grupo, a solidariedade interpessoal de seus membros e a satisfação 
em grupo e pelo grupo das necessidades de inclusão, de controle e de afeição de seus 
membros.Ja se aceita como um dado de realidade que somente em um clima de grupo em 
que as comunicações são abertas e autenticas, as necessidades interpessoais podem 
encontrar satisfações adequadas.Todos tem centrado o estudo sobre a expressão de sei na 
troca com o outro: como comunicar com o outros para que o dialogo se estabeleça. 
 
1.A explicação cientifica da natureza da comunicação humana data das descobertas da 
cibernética.A comuniçao humana só existe realmente, quando se estabelece entre duas ou 
mais pessoas um contato psicológico. 
 
2.A comunicação varia segundo os instrumentos utilizados para estabelcer o contato com o 
outro, segundo as pessoas em processo de comunicação, enfim, segundo os objetivos em 
vista. 
 
A.Os instrumentos 
Quanto aos instrumentos empregaods, a comunicação pode ser verbal se alguém utiliza a 
linguagem oral ou escrita para iniciar e estabelecer o contato com o outro. 
Todo recurso a outro instrumento que permita ou favoreça o contato com o outro, é 
classificado pelo termo genérico de comunicação os gestos, as expressões faciais, as posturas. 
A comunicação humana que pretende ser exclusivamente verbal corre o risco de 
intelectualizar-se, de se tornar cebebrina. Por outro lado, a comunicação que pretendesse 
dissociar-se de todo recurso à linguagem seria dificilmente inteligível ao outro, pelo fato de 
não recorrer a uma simbolização na expressão de si.Somente uma comunicação que seja 
verbal e não-verbal ao mesmo tempo tem condições de ser adequada.A integração funcional 
e orgânica destes dois modos de expressão do eu choca-se, sobretudo no plano não verbal, 
contra tabus e proibições coletivas ou ainda contra resistências emotivas cuja fonte é 
geralmente a personalidade profunda do individuo em causa. 
 
B. As pessoas 
Quanto as pessoas implicadas é preciso distinguir entre comunicação a dois e comunicação 
de grupo. As comunicações a dois podem ser autenticas mesmo quando provisórias.É o caso 
das comunicações a dois chamadas profissionais. 
As comunicações de grupo podem ser distinguidas entre a comunicação intra-grupo, quando 
se estabelecem entre os membros de um mesmo grupo, e comunicações inter-grupos, 
quando constituem contatos e trocas entre dois ou vários grupos. 
 
C. Os objetivos 
Quanto aos objetivos, podemos distinguir entro comunicação consumatoria e comunicação 
instrumental. A comunicação consumatoria tem por fim exclusivo a troca com o outro; “falar 
por falar”. 
A comunicaçao instrumental, ao contrario, é sempre utilitária e comporta sempre segundas-
intençoes. Na comunicação consumatoria o outro é percebido como um sujeito ao encontro 
de quem se vai e com quem se deseja comunicar; na comunicação instrumental, o outro é 
percebido como um objeto a explorar, a seduzir ou a enganar, com o objetivo de assegurar 
certos ganhos e satisfazer alguns interesses. 
 
CONCLUSAO 
Quanto mais o contato psicológico se estabelece em profundidade, mais a comunicação 
humana terá possibilidade de ser autentica. 
Quanto mias a expressão de sei conseguir integrar a comunicação verbal e a não-verbal, mais 
a troca com o outro terá condições de ser autentica. 
Quanto mais a comunicação se estabelecer de pessoa a pessoa para alem dos personagens, 
das mascaras, dos status e das funções, mais terá possibilidade de ser autentica. 
Quanto mais as comunicações intra-grupo forem abertas, positivas e solidárias, mais as 
comunicações inter-grupos terão possibilidade, em conseqüência, de serem autenticas e de 
não servirem de evasão ou de compensação a uma falta de comunicações internas em seu 
próprio grupo. 
Quanto mais a as comunicações humans forem consumatorias(isto é, encontros de sujeito a 
sujeito), menos elas serão instrumentais (isto é, manipulações do outro) e mais 
possibilidades terão de se tornarem alocentricas e autenticas. 
 
 
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