Buscar

PIRI REAL OFICIAL AGORA VAI

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

UNIVERSIDADE PAULISTA
BRUNA EDUARDA DA SILVA FRUTUOSO
O BARÃO DO RIO BRANCO E SUA ATUAÇÃO SOBRE A POLÍTICA DE APROXIMAÇÃO ENTRE BRASIL E ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
SÃO PAULO 
2019
BRUNA EDUARDA DA SILVA FRUTUOSO
O BARÃO DO RIO BRANCO E SUA ATUAÇÃO SOBRE A POLÍTICA DE APROXIMAÇÃO ENTRE BRASIL E ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA
Projeto de Pesquisa apresentado ao curso de Relações Internacionais da Universidade Paulista a ser utilizado como diretriz para a manufatura do projeto integrado.
Professor Orientador: Luiza Januario
SÃO PAULO
2019
RESUMO
Este trabalho irá abordar de forma clara e objetiva quem foi o famoso chanceler conhecido como Barão do Rio Branco e sua atuação sobre a política de aproximação entre Brasil e Estados Unidos. Possui como objetivos conhecer as raízes de João Maria Paranhos Junior, quais fatores o levaram à pasta das relações exteriores e quais foram as diretrizes de seu ministério sobre a política externa brasileira, além de contextualizar a forma na qual o Barão concretizou seu objetivo de aproximar a nação brasileira com a norte-americana. O tema torna-se de extrema relevância para compreensão e associação das razões pelas quais até os dias atuais, os EUA possuem tamanha influência sobre o Brasil. Fundamentando-se na visão de mestres e especialistas em relações internacionais, a metodologia utilizada é baseada no estudo de obras bibliográficas sobre artigos científicos e livros acadêmicos.
Palavras-Chave: Rio Branco; Brasil; Estados Unidos; Aproximação; Política Externa;
 
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO......................................................................................................04
METODOLOGIA...................................................................................................07
AS RAÍZES DE RIO BRANCO.............................................................................08
A TRANSIÇÃO.....................................................................................................10
A POLÍTICA EXTERNA NA INFÂNCIA REPUBLICANA....................................11
A POLICITA EXTERNA SOB O MINISTERIO DE RIO BRANCO.......................13
A ECONOMIA COMO OBJETO DE PROXIMIDADE...........................................16
O AUGE DA ALIANÇA NÃO ESCRITA (1902-1906)............................................17
CRONOGRAMA DE PESQUISA..........................................................................20
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.....................................................................21
INTRODUÇÃO
Algo evidente na atualidade é a relação entre o Estado brasileiro e os Estados Unidos da América, uma relação de proximida na qual a potência americana tem extrema influência e participação sobre a política e economia brasileira. Visando compreender o núcleo da relação, uma peça fundamental a ser estudada é o chanceler Barão do Rio Branco, um homem à frente de seu tempo no qual sua diretriz sobre relações exteriores entra para a história diplomacia brasileira. A trajetória de como o jovem José Maria Paranhos Junior passou de cônsul em Liverpool para ministro das relações exteriores, suas conquistas territoriais históricas e suas estratégias para trazer a nação norte americana para mais perto, visando o benefício do Brasil são temas decorrentes do estudo a seguir. Tomando conhecimento sobre o contexto histórico transitivo de monarquia para implantação do novo sistema republicano, a instabilidade periódica se demonstra presente tanto no âmbito interno quanto externo. Após tantas mudanças governamentais, o Brasil se depara com o desafio da busca pelo reconhecimento no sistema internacional e de estabelecer relações que pudessem contribuir para sua economia e status. Sendo assim, Rio Branco tirando o melhor possível das circunstâncias prescritas de seu período concretiza a aliança não escrita com o que hoje temos como a maior potência mundial reconhecida. Portanto, a real questão a ser desvendada é: De que forma este chanceler em especial contribuiu para a política de aproximação entre o Brasil e os EUA?
JUSTIFICATIVA
Levando em consideração nosso atual contexto histórico na qual um governo com novos ideais toma à frente no âmbito político nacional, a escolha do tema “O Barão do Rio Branco e sua atuação sobre a política de aproximação entre Brasil e Estados Unidos da América” torna-se extremamente importante para a compreensão dos fatores que levaram à politica externa tal qual a conhecemos hoje, tornando-se assim um objeto dissertativo relevante no estudo das relações internacionais. O projeto vigente propõe o desenvolvimento de pesquisas sobre o chanceler Barão de Rio Branco como sendo um ator fundamental para a construção dessa proximidade, a fim de compreender sua estratégia para com a potência americana.
OBJETIVOS GERAIS 
Este estudo visa primeiramente apresentar informações que buscam a compreensão de como foi o desenvolvimento da política de aproximação entre Brasil e Estados Unidos através da diretriz e atuação do chanceler o Barão do Rio Branco, visto que esta estratégia advém de um contexto histórico transitivo que esclarece de forma significativa a razão pela qual a potência norte americana possui tanta influência sobre a nação brasileira.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Tomar conhecimento sobre quem foi o Barão do Rio Branco.
Verificar o contexto histórico e quais fatores contribuíram para as estratégias desenvolvidas por Rio Branco.
Compreender como se iniciou a “Aliança não-escrita”
METODOLOGIA
O projeto acadêmico integrado a relações internacionais apresentado a seguir foi realizado perante o método de pesquisa bibliográfica, a partir de levantamentos teóricos já analisados, artigos acadêmicos e monografias escritas por especialistas além da utilização de material acadêmico encontrado na biblioteca da Universidade Paulista. Toda a análise realizada com o objetivo de maior aprofundar o conhecimento sobre a tese a partir dos mais diversos pontos de vista, apresentando a formulação histórica sobre a atuação do Barão do Rio Branco. 
AS RAÍZES DE RIO BRANCO
José Maria Paranhos Junior, filho de José Maria Paranhos e Teresa de Figueiredo Faria, foi contextualizado como um marco histórico para a política externa brasileira. Em 1836, seu progenitor se mudou para o Rio de Janeiro, capital federal da época, com o objetivo de seguir a carreira militar. Foi nessa circunstância em que conheceu sua esposa Teresa, na qual em 1845 trouxe Paranhos Junior ao mundo. Seu pai, em busca do melhor para sua família, imergiu-se em âmbitos políticos, deixando para trás a carreira militar. Ao decidir apoiar o Partido Conservador, Paranhos trouxe gradualmente prestígio e status a sua família. Devido a tal reconhecimento, Paranhos passou pela posição de Secretário na missão diplomática do Prata em 1850, foi nomeado Ministro do Uruguai pelo imperador Dom Pedro II em 1853 e após alguns meses Ministro da Marinha. Em 1863 se tornou Senador do Império e entre 1868 e 1870, foi ministro das relações exteriores. Até que em 1870 lhe é concedido o título de Visconde do Rio Branco, assim como ficou conhecido popularmente até se tornar primeiro ministro, permanecendo nesta posição até 1875. (BURNS; E. Bradford, 2003)
Paranhos Junior, sendo filho de um ministro e senador, estudou em uma das melhores escolas do Império, colégio Pedro II. Sucessivamente passou pela Faculdade de Direito de São Paulo e do Recife. Embora graduado em direito, era fascinado pela história do Brasil e dedicou-se a ela até o fim de sua vida. Antes de ingressar na carreira diplomática, passou por um curto período pelo âmbito político. Foi deputado de Mato Grosso em 1869, porém sua incerteza política sobre o posto oferecia pouca segurança e não contribuía para suas pesquisas históricas, assim ele renunciou a vida política em 1875. Entretanto, Paranhos Junior sempre deu duro e se orgulhavamuito disso. (GASPARI, Elio; CARDOSO, Fernando Henrique, 2016). Logo a seguir abriu uma excelente e almejada vaga para o cargo de Cônsul em Liverpool que foi assumida por ele em 1876.
Aos 31 anos, Paranhos Junior é introduzido formalmente nas relações com o exterior. Sua posição como cônsul o permitiu diversas viagens pela Europa, onde visitou os mais variados museus, arquivos e bibliotecas e ampliou seu conhecimento de tal forma que contribuiu excepcionalmente para compreender os problemas do Brasil de seu tempo. (BURNS, E. Bradford, 2003)
Em 1884 foi acreditado a Paranhos Junior a posição de delegado oficial na missão da exposição em São Petersburgo, visando a ampliação do consumo de café, produto no qual o Brasil praticamente dependia da exportação. Devido aos seus relatórios consulares que contribuíam extremamente para o comércio exterior brasileiro, em 1888 Dom Pedro II o concede o título de Barão do Rio-Branco, assim como ficou conhecido popularmente mesmo entre o governo republicano.
A TRANSIÇÃO
O contexto histórico no qual o Brasil se encontrava pouco antes do chanceler conhecido por Barão do Rio Branco realizar seus grandes feitos históricos para a diplomacia brasileira era de completa instabilidade. Com a queda da monarquia e a instalação do novo regime republicano em 1889, embora o Brasil tenha obtido uma visão favorável perante o sistema internacional, a falta de uma política estável desagradava as potências vigentes da época. 
A insatisfação dos cafeicultores paulistas e militares sedentos por mudanças políticas foi o que os uniu para que o Império terminasse. Entretanto, mesmo após o 15 de novembro de 1989 com a proclamação da nova forma de governo, questões como o estabelecimento de novas instituições e redefinições de poder permaneciam em aberto. A partir daí instalou-se o governo provisório de Deodoro, período de frequente instabilidade que permaneceu até o governo de Floriano Peixoto (1891-1894). 
Após anos de mandatos militares em busca de ordem, ocorreu a eleição de Prudente de Morais (1894-1898). Infelizmente, herdando a má administração dos governos antecessores, Prudente se viu obrigado a solicitar mais empréstimos ao governo federal. Seu sucessor, Campos Salles (1898 – 1902) devido às falhas nos governos anteriores, estabeleceu em sua propaganda de candidato à presidência negação ao passado imediato da república, a fim de afastar a ideia de desordem do novo governo. Após ter definido este período de República Velha, Campos Salles tratou das questões econômicas brasileiras e assim reconquistou a confiança internacional sobre o Brasil.
Em 1902 assume Francisco de Paula Rodrigues Alves, terceiro presidente civil paulista. Embora associado a ideais monárquicos, sua política de governo era voltada para um período extremamente construtivo. Foi em seu mandato, conhecido por ter sido uma nova fase da República, que o antigo cônsul em Liverpool, Rio Branco, passou a fazer parte da pasta das Relações Exteriores, como um monarquista que se dispôs a serviço de sua pátria. (CARVALHO; Elizabeth Santos, 2013).
A POLÍTICA EXTERNA NA INFÂNCIA REPUBLICANA
A mudança de regime na nação brasileira trouxe certo impacto para a condução da política externa. Questões sobre reconhecimento, fronteiras e acordos comerciais tornaram-se assuntos presentes a serem pautados pelos profissionais da diplomacia. Entretanto, o principal fator a ser notado no período foi a transição do eixo das relações diplomáticas que antes restrito à Europa, passa-se para o princípio de aproximação com os países americanos. Essa política de aproximação é implantada como objetivo conforme orientação do Manifesto Republicano de 1870, este servindo-se de condutor para as novas relações diplomáticas. 
O primeiro passo a ser dado pelo Brasil no sistema internacional era adquirir o reconhecimento dos outros países perante o regime republicano e foi este o primeiro objetivo dos diplomatas brasileiros. Embora tenha ocorrido a transferência pacífica de regime, devido à instabilidade política dos primeiros anos, a imprensa internacional encontrava-se negativamente crítica perante o governo brasileiro, o que dificultou seu reconhecimento. As repúblicas americanas reconheceram a república brasileira antes dos países do continente europeu, pois somente após diversas tentavas de contorno, o Brasil obteve reconhecimento da Grã-Bretanha juntamente com Itália e Espanha em 1891. Em contrapartida, referente aos EUA, embora estes quisessem ter aceitado de prontidão o novo regime, apenas após ampla discussão no Congresso obteve reconhecimento em 1890. Contudo, em 1891 já fora celebrado um tratado comercial entre ambas nações, o que beneficiou as relações econômicas entre ambos.
Embora o reconhecimento no sistema internacional tenha sido uma contextualização de algo positivo, a instabilidade da infância republicana afetou negativamente a organização do ministério das relações exteriores, acarretando disputas partidárias e composição de funcionários não pertencentes à carreira diplomata. Perante a desordem, deputados que não possuíam devido conhecimento, defendiam a supressão de legações para diminuição de custos. Além disso, a falta de estabilidade fez com que em treze anos de governo republicano onze ministros dirigissem a política externa no ministério. Este fator demonstrava a falta de diretriz dentro da diplomacia brasileira.
A mudança republicana também trouxe fatores socioeconômicos que tiveram seu impacto na atuação da política externa, visto que na república velha o enfoque se encontrava na ascensão dos cafeicultores e por isso o interesse nacional visava os interesses da nova elite, uma diplomacia de agro exportação. (CARVALHO; Elizabeth Santos, 2013).
Ainda em relação a ação direta sobre o cenário internacional, após a conquista do reconhecimento do novo regime brasileiro, a missão diplomática passou a ser a resolução das questões sobre as áreas de litígios. Foi a soma entre o objetivo de aproximação com essa questão das fronteiras brasileiras que fez com o que o primeiro ministro das Relações Exteriores no governo republicano, Quintino Bocaiúva, tentasse oferecer um tratado (Tratado de Montevidéu) a Argentina para a divisão de uma área litigiosa de Palmas entre os dois países, porém o mesmo obteve negação do Congresso Nacional, deixando a questão em aberto para resolução.
Enquanto isso, o barão do Rio Branco encontrava-se afastado das questões nacionais desde 1891 quando se tornou diretor do Serviço de Imigração em Paris. Após anos de trabalho no cenário europeu e com fácil acesso a arquivos e documentos sobre a história brasileira, Rio Branco obteve conhecimento pleno sobre a situação de Palmas. Entretanto, foi somente com a morte de Aguiar de Andrada que o barão do Rio Branco viu a oportunidade de definir esta questão ainda em aberto. Após a aceitação de assumir a missão de Rio Branco e sua ida aos Estados Unidos em 1893, sua dedicação na defesa brasileira o levou a um parecer favorável ao Brasil em 06 de fevereiro de 1895. Em 1895, o barão do Rio Branco anexa oficialmente 35.000 km² ao território brasileiro, delimitando o primeiro traçado oficial. O barão também foi escolhido para chefiar a Missão Especial com objetivo de delimitar a fronteira com a Guiana Francesa, obtendo o mesmo sucesso como em sua missão anterior.
Esta posição tomada como herói nacional o levou a aceitar a função de ministro plenipotenciário do Brasil na Alemanha onde obteve a oportunidade de absorver como funcionava a política internacional, contribuindo ainda mais para seu conhecimento especializado após já ter passado por Londres, Paris e São Petersburgo.
A POLÍTICA EXTERNA SOB O MINISTÉRIO DE RIO BRANCO
Foi em 1902 que o barão foi convidado por Rodrigues Alves para tornar-se ministro das Relações Exteriores com o intuito de tratar sobre a questão do Acre. Entretanto, somente em novembro de 1902, após a troca de diversos telegramas e cartas com membros políticos e muita insistência que RioBranco cedeu a vontade presidencial, deixando Berlim para trás para embarcar no Rio de Janeiro (CARVALHO; Elizabeth Santos, 2013).
A gestão de Rio Branco baseava-se no princípio de que a diplomacia deveria atuar de acordo com o interesse do Estado e não do governo. Esse seu modo de pensar e ministrar elevou a política externa para um patamar de atividade, renovação e evolução. Paranhos Junior trabalhava através do reconhecimento das deficiências do Brasil, ou seja, reconhecia a falta de uma política externa confiável até o momento e a economia relativamente fraca. Através disso, o barão organizou sua estratégia política driblando estas carências e somando recursos que pudessem suprir estes fatores citados. (CARVALHO; Elizabeth Santos, 2013).
Em relação a política territorial, Rio Branco a administrava a partir de três princípios: Tratados coloniais, princípio da uti possidetis e as negociações bilaterais. Também utilizava- se da arbitragem, porém de forma mais restrita decorrente do advento da decisão desfavorável ao Brasil concebida pelo rei da Itália em relação a Guiana Inglesa. 
Além disso, segundo a monografia da mestranda Elizabeth Santos de Carvalho, Rio Branco prezava a relação de assimetria com as potências mundiais e relativa assimetria com os países do sul da América. A política externa do Barão era composta por convergência ideológica, aspecto pragmático e empenho para harmonização de interesses com os EUA e com a América Latina.
Sobre as relações assimétricas, dentre estas se destacaram os tratados britânicos e a dependência financeira de Londres. Para lidar com a situação o barão buscou utilizar-se do princípio de igualdade entre os Estados e o acréscimo de recursos simbólicos. Já nas relações com a américa do sul que visava a relativa assimetria na qual só poderia se concretizar após a definição das questões de limite territorial nas fronteiras.
Em 1909 surge um projeto de criar um grupo simétrico entre a Argentina, Brasil e o Chile que pudesse articular assimetricamente com os Estados Unidos, porém este não obteve sucesso. Rio Branco desejava tornar o Brasil um líder da América Latina.
Para atingir este objetivo, Rio Branco começa a planejar a política de aproximação com os Estados Unidos. Embora após ter vivido dois anos em Nova York e ter alegado a preferência de que não ocorresse essa aproximação, os EUA estavam obtendo destaque no cenário internacional e Rio Branco acreditava que este poderia ocupar o próximo lugar de potência mundial.
Diante de tal situação, o investimento para que ocorresse a aproximação tornou-se uma das prioridades para o Barão, a fim de servir aos interesses nacionais estipulados por ele. De forma generalizada, Rio Branco prezava a segurança e sobrevivência da nação no sistema internacional e a relação de proximidade Brasil - Estados Unidos traria um aumento de recursos de poder para o Brasil além de facilitar a relação com seus países fronteiriços.
Como já citado anteriormente, Rio Branco sabia sobre a escassez do Brasil em relação aos recursos de poder e por isso seu foco era a obtenção de prestígio no sistema internacional. Visando este objetivo, funda-se a famosa “aliança não-escrita”, relação estabelecida com os Estados Unidos afim de trazer o devido prestígio ao Brasil.
Assim, os interesses estratégicos de Rio Branco, e também do governo dos Estados Unidos, aliados a uma interpretação positiva das doutrinas norte-americanas, pretendidas como protecionistas e unificadoras, levaram à construção de uma aliança informal, não escrita, entre as duas maiores repúblicas do continente. (SAIANI, Renato Cesar, 2016 p. 3)
Esta aliança trouxe diversos benefícios à nação brasileira, pois além de trazer vantagem sobre a decorrente busca por apoio das nações hispano-americanas para os EUA quando se tratava sobre as questões das áreas litigiosas, trouxe ao Brasil maiores oportunidades de participação em arbitragens e conferências, como diz Lessa, 2012 “É política que, portanto, se compõe com os comandos e os interesses da política externa da República nascente, à qual se agrega uma certa noção de prestígio e de poder derivado do próprio alinhamento com os Estados Unidos.”
Entretanto, esta proximidade não era sinônimo de apoio incondicional aos EUA, pois Rio Branco e seu pragmatismo viam este como um meio para a obtenção do sucesso sobre os interesses nacionais do Brasil. 
Para que houvesse a chance de Rio Branco atingir o nível de proximidade desejado, alguns pilares que antecederam sua posição no ministério foram necessários para o favorecimento brasileiro, como a atuação de Salvador de Mendonça na Conferência de Washington (1889-1890). Além disso, o Tratado de Madri também contribuiu para o americanismo, pois seu destaque era que a América deveria se manter unida em caso de guerra na Europa. 
Quando os EUA reconheceram a independência do Brasil e assinaram um tratado de livre comércio e navegação em 1828, a aproximação entre ambos os países foi cessada devido as crises no Prata enfrentada pelo Brasil e o isolacionismo americano.
Somente após anos de mudanças nos ramos políticos os dois países reestabeleceram a proximidade, embora não de forma tão intensa devido à forte influência britânica no contexto histórico da época. 
Entretanto, diferente das potencias europeias que se utilizavam de recursos agressivos para dominação, os EUA apresentando-se como defensores da paz conquistaram pouco a pouco o domínio econômico e político sobre as repúblicas da América Latina. Estes fatores comprovam que a relação entre Estados Unidos e Brasil já estava presente nas relações exteriores antes de Rio Branco assumir o ministério, embora fora este um ator fundamental para a realização da aproximação.
A ECONOMIA COMO OBJETO DE PROXIMIDADE
Como já citado anteriormente, a proclamação da república em 1889 levou o Brasil a se aproximar de seus vizinhos sul americanos. Entretanto, durante o período imperial a Inglaterra possuía predominância quase por total sobre a economia brasileira, está na qual era baseada no comércio exterior de produtos primários e importação dos produtos industrializados pela Europa. Essa dependência comercial dificultou um afastamento de prontidão da colônia inglesa. Contudo, em um contexto histórico no qual as disputas imperialistas se intensificavam pela Europa, os EUA começaram a obter destaque na economia mundial equiparando-se a uma potência desde a guerra de Secessão, já visando atingir influência sobre as economias latino americanas.
O tratado comercial celebrado entre EUA e Brasil em 1981 deu início a busca de facilitar as relações comerciais com Washington, embora tivessem passado por algumas desavenças em relação a balança econômica. Quando Rio Branco adentrou-se no ministério, as relações entre ambas as nações avançaram de tal modo que os Estados Unidos pressupuseram fazer do Brasil uma de suas bases para conectar-se a américa do Sul. 
À época do ministério de Rio Branco, as relações avançavam a ponto de os Estados Unidos, na busca por mercados para seus produtos industrializados, pretenderem fazer do Brasil uma base para suas articulações na América do Sul. Em contrapartida, o governo brasileiro preocupava-se com a manutenção dos benefícios conquistados no mercado norte-americano para continuar escoando a produção de café. Desta forma, as relações comerciais configuram o fator econômico como elemento a favor da política de aproximação e intrinsecamente ligado a ela. (CARVALHO, Elizabeth Santos, 2013)
Assim torna-se evidente como as relações comerciais possuem conexão direta com a política de aproximação entre as nações.
O AUGE DA ALIANÇA NÃO ESCRITA (1902-1906)
Rio Branco assume em 1902 para lidar com o conflito relacionado à fronteira com o Acre. Algo que o Barão não poderia permitir era a intervenção de alguma potência em suas negociações com a Bolívia e para que pudesse agir somente visando os interesses brasileiros precisava da garantia do não envolvimento dos EUA. Para tal, o barão trocou correspondênciasconstantes a fim de convencer o governo americano de que diante da corrida imperialista, a intervenção somente os prejudicaria, já que na época a dominação americana ocorria através dos princípios da Doutrina Monroe. Rio Branco os convenceu e os EUA permaneceram neutros em relação à negociação. Após o sucesso e estabilização a com situação do Acre, Rio Branco demonstrou a importância da relação, mesmo que de neutralidade, entre Brasil e EUA.
Rio Branco que sempre focou ao máximo em beneficiar o Brasil, viu mais uma oportunidade de conquistar maior proximidade com os EUA quando o Panamá proclamou sua independência em 1903 com extremo apoio da nação norte americana. Paranhos Junior sabia que os países que também reconhecessem sua independência, teriam simpatia de Washington e assim o fez. Além disso, ele acreditava que o reconhecimento oficial traria facilidade e praticidade nas relações comerciais com a costa americana, levando assim a proximidade entre os mercados, o que traria o aumento da exportação do café brasileiro para a região, conforme afirma Lessa, 2012: “A sua ação foi de molde a conformar as grandes amizades internacionais do Brasil, especialmente a de reforçar os vínculos do setor agroexportador com os grandes mercados consumidores de produtos primários, essencialmente os do café.”
Com o passar do tempo e o esforço explícito de Rio Branco para o êxito nesta relação diplomática, os EUA começaram a retribuir a simpatia, contudo sempre em forma de “aliança não-escrita”.
Em dezembro de 1904, o barão do Rio Branco voltou-se para a questão da embaixada com os EUA. Consultou diversas vezes o ministro dos Estados Unidos no Rio de Janeiro, a fim de receber um posicionamento sobre a disposição da nação norte-americana perante sua iniciativa. Rio Branco escolheu Joaquim Nabuco para conduzir a missão, acreditando ser o mais apropriado para tal, visto que ele apoiava a Doutrina Monroe e dedicava-se ao pan-americanismo. 
Roosevelt aceitou a proposta de Rio Branco e em 21 janeiro de 1905 após a aprovação das nomeações de embaixadores, foi realizado o ato diplomático que confirmava a decisão entre as nações através da assinatura das credenciais. Em 24 de maio do mesmo ano foi oficializada a entrega das credenciais e registrada a ação nas circulares da MRE (Ministério das Relações Exteriores). 
Tornando-se mais do que evidente a relação de proximidade entre Brasil e EUA, este ato sobre a embaixada tomou conta da mídia e opinião pública, em sua vasta maioria favorável ao ato diplomático e a política externa conduzia por Rio Branco, que ganhava cada vez mais popularidade entre a nação. Os atos sobre embaixadas ainda eram escassos no sistema internacional, sendo este mais uma conquista de prestígio em relação a política de aproximação, sendo o Brasil a primeira nação da América do Sul a possuir embaixada em Washington. A nação brasileira começa então a conquistar força perante o objetivo de ser visto como líder no subsistema americano. 
Em menos de um ano instalado em Washington, Nabuco estabeleceu uma forte amizade com o secretário de Estado Elihu Root, demonstrando seu posicionamento pró-aproximação. Embora Rio Branco quisesse a proximidade da nação norte-americana com o Brasil, jamais quis intervenção direta dos EUA em quaisquer situação dentre as quais não fosse solicitado, como no caso Panther quando houve equivoco da população e do cenário internacional que alegou que Rio Branco havia “apelado” para os Estados Unidos a fim da resolução da violação da soberania brasileira (CARVALHO; Elizabeth Santos, 2013)
Após a resolução e amenização da população perante o caso Panther, o governo brasileiro percebeu os benefícios que esta aliança não escrita trazia para a nação, visto que mesmo sem a intervenção, somente o apoio moral já fortalecia a nação brasileira no cenário internacional. 
Quando ocorreu no Rio de Janeiro a III Conferência internacional americana em 1906, o Brasil se viu mais uma vez prestigiado ao demonstrar ao mundo uma visão de uma cidade com boa imagem e recepção para seus visitantes. Rio Branco se empenhou para transmitir a imagem de um país civilizado e moderno. 
A conferência foi trabalhada da forma mais cuidadosa possível entre Rio Branco, Elihu Root e Nabuco, juntos desenvolveram os temas restritamente a serem abordados de forma que beneficiasse ambas as nações, ou ao menos não as prejudicasse de forma significativa. Quando chegada a ocasião da conferência e Elihu Root anunciou que visitaria o Brasil. Esta viria a ser a primeira vez que um secretário de Estado faria uma visita a outro país e sua escolha sobre o Brasil, demonstrou a intensa sintonia entre ambas as nações. 
Os assuntos tratados na conferência visavam a cooperação e cordialidade entre os países do continente americano, conforme a seguir:
As atas gerais da conferência demonstram que os esforços dedicados à formulação do programa garantiram que o evento fosse marcado pela cooperação e cordialidade entre as nações americanas. As resoluções da conferência tinham como principal objetivo regulamentar as relações entre os países do continente, entre as quais se destacavam os seguintes temas: reorganização da Secretaria Internacional das Repúblicas Americanas; criação de uma seção de comércio, alfândega e estatística na Secretaria; naturalização; construção da estrada de ferro pan-americana. (CARVALHO, Elizabeth Santos, 2013)
Apesar dos desentendimentos momentâneos ao discutir as pautas estabelecidas entre as nações, tudo ocorreu conforme o esperado por Rio Branco. Ao fim da conferência, se estabelece com sucesso uma amizade entre a maior nação da américa do sul e a atual potência norte americana.
O barão do Rio Branco e a defesa da “aliança não escrita” na imprensa, 2016 p. 1-2 “A despeito das tentativas de aproximação entre os dois países na primeira década republicana, marcada por crises econômicas, políticas e sociais, foi com Rio Branco, enquanto ministro das Relações Exteriores entre os anos de 1902 e 1912, que Brasil e Estados Unidos construíram e solidificaram sua “aliança não escrita.” (SAIANI; Renato Cesar, 2016, p 1-2)
A execução deste evento somada a vinda de Elihu Root demonstrou o pleno êxito e pico da relação de proximidade entre as duas nações, esta que um como reflexo, esclarece a influência dos Estados Unidos sobre o Brasil atualmente. 
CRONOGRAMA DE PESQUISA
	
	Março
	Abril
	Maio
	Junho
	Levantamento de material 
	16/03
	
	
	
	Leitura dos textos
	17/03
	
	
	
	Redação - Parte 1
	19/03
	
	
	
	Entrega parcial
	26/03
	
	
	
	Revisão
	
	02/04
	
	
	Redação – Parte 2
	
	16/04
	
	
	Redação – Parte 3
	
	23/04
	
	
	Revisão
	
	
	14/05
	
	Entrega Final
	
	
	
	01/06
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CARVALHO, Elizabeth Santos. O BARÃO DO RIO BRANCO E A POLÍTICA DE APROXIMAÇÃO COM OS ESTADOS UNIDOS, 2013. Disponível em: <https://bndigital.bn.gov.br/artigos/o-barao-do-rio-branco-e-a-politica-de-aproximacao-com-os-estados-unidos/>
BURNS, E. Bradford, tradução de Sergio Bath. A aliança não escrita: O Barão do Rio Branco e as relações Brasil-Estados Unidos, Rio de Janeiro: EMC Ed., 2003. Disponível em: Biblioteca estudantil da Universidade Paulista campus Paraíso.
GASPARI, Elio; CARDOSO, Fernando Henrique. Inventores do Brasil: Barão Do Rio Branco, 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=kIzzQuWLhZo&t=514s>
LESSA, Antônio Carlos. Revista Brasileira de Política Internacional: O Barão do Rio Branco e a inserção internacional do Brasil, 2012. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-73292012000100001>
SAIANI, Renato Cesar. Anais do XII Encontro Internacional da ANPHLAC 2016 – Campo Grande. O barão do Rio Branco e a defesa da “aliança não escrita” na imprensa. Disponível em: < http://anphlac.fflch.usp.br/sites/anphlac.fflch.usp.br/files/Renato%20Cesar%20Santejo%20Saiani_Anais%20do%20XII%20Encontro%20Internacional%20da%20ANPHLAC.pdf>

Outros materiais