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143FEMINA | Março 2007 | vol 35 | nº 03 A b st ra ct R es u m oA incompetência cervical é doença prevalente que compromete o desfecho favorável de gestações. Seu estudo é de grande relevância clínica, pois responde por perdas gestacionais tardias (abortos de segundo trimestre) e prematuridade extrema. Uma vez que a idade de viabilidade fetal é considerada cada vez mais precoce e que a prematuridade é a principal causa das altas taxas de morbi-mortalidade perinatais, fica clara a necessidade de identificação dos fatores de risco de parto prematuro, para a adoção de condutas preventivas. O diagnóstico pré-natal desta patologia é feito através da avaliação ultra-sonográfica do colo uterino e orifício interno. Neste artigo os autores discutem os marcadores ultra- sonográficos bidimensional e tridimensional, avaliação por ressonância magnética e as formas de abordagem terapêutica. Daniela de Abreu Barra1 Patrícia Spara Gadelha2 Wellington de Paula Martins1 Antonio Gadelha da Costa2 Adilson Cunha Ferreira1 Francisco Mauad-Filho1 Palavras-chave Incompetência cervical Prematuridade Ultra-sonografia Keywords Cervical incompetence Prematurity Ultrasonography 1 Escola de Ultra-sonografia e Reciclagem Médica de Ribeirão Preto 2 Ultra-imagem – Clínica de Ultra-sonografia e Diagnóstico por Imagem de Campina Grande (PB) Methods of image on the evaluation of cervix incompetence Métodos de imagem na avaliação da incompetência cervical A t u A l Iz A ç ã o Cervical incompetence is a prevalent disease that compromises the favorable outcome of pregnancy. The study of this condition is of great clinical relevance, since late gestational losses (second trimester abortions) and extreme prematurity are involved. Since medicine reduces the age of fetal viability and prematurity is the main cause of the high rates of perinatal morbidity and mortality, there is a clear need to identify risk factors for premature delivery in order to adopt preventive conducts. The prenatal diagnosis of this pathology is made by ultrasonographic evaluation of the uterine cervix and orifice. In the present paper the authors discuss two- and three-dimensional ultrasonographic markers, evaluation by magnetic resonance and the therapeutic approaches used. 144 FEMINA | Março 2007 | vol 35 | nº 3 Métodos de imagem na avaliação da incompetência cervical Introdução A cérvice uterina exerce durante o período gestacional a função de contenção do produto conceptual até o termo. Porém, por deficiências funcional e estrutural, há o compro- metimento desta função, acarretando a cérvice incompetente (Cunningham et al., 1997; Duarte et al., 2003). O estudo da incompetência cervical é de grande relevância clínica, pois responde por perdas gestacionais tardias (abortos de segundo trimestre) e prematuridade extrema (Scheerer & Bartolucci, 2002). Uma vez que a Medicina reduz a idade de viabilidade fetal e que a prematuridade é a principal causa das altas taxas de morbi-mortalidade perinatais (8-10%), fica clara a necessidade de identificação dos fatores de risco de parto prematuro, para a adoção de condutas preventivas. Neste contexto emerge a ultra-sonografia como método propedêutico e de seguimento (Bonilla-Mussoles et al., 2004). O termo incompetência istmo-cervical vem sendo substituído na literatura médica atual por incompetência cervical (IC), sendo sua incidência de 0,05 a 1% e segundo alguns autores até 1,8%, na dependência da qualidade da assistência obstétrica oferecida (Zugaib et al., 2003). Além disso, é responsável por 20-25% dos abortamentos tardios no segundo trimestre de gestação (Duarte et al., 2003; Zugaib et al., 2003). Frente a essas considerações inicias, o objetivo deste estudo é realizar atualização sobre os métodos de imagem na avaliação da incompetência cervical. Etiologia A disfunção e a deficiência estrutural cervicais estão etiologicamente relacionadas a traumas tocoginecológicos, como a utilização de fórceps alto ou mal aplicado, extração a vácuo forçada, dilatação mecânica da cérvice durante cure- tagem uterina, conizações clássicas, amputação, laceração do colo por dilatação digital no parto e eletrocauterização abusiva. Nos dias atuais, a introdução de alternativas me- nos danosas a cérvice como o uso de prostaglandinas para dilatação cervical e a cirurgia de alta freqüência contribuem para a profilaxia de muitos destes agentes causais. Além disso, a incompetência cervical pode ser con- gênita. Durante a morfogênese uterina, o orifício interno do colo (OI) se forma lenta e tardiamente. Sua formação começa na 28ª semana e aparece com maior nitidez na 34ª semana de gestação, sendo que em alguns casos somente na vida neonatal. Alterações do desenvolvimento por parada de crescimento, anomalias de fusão dos ductos de Müller e a exposição ao dietilestilbestrol nesta fase são responsáveis pela incompe- tência cervical congênita (Bonilla-Mussoles et al., 2004). Ainda, como causas de incompetência cervical, há a disfunção cervical onde ocorrem esvaecimento e dilatação assintomáticos e precoces do colo e a distocia da anato- mia cervical, devido a doenças malformativas adquiridas ou congênitas. Papel da ultra-sonografia no rastreamento e diagnóstico de incompetência cervical O rastreamento de pacientes gestantes para o diagnós- tico de incompetência cervical é feito pela identificação de fatores de risco obtidos pela história clínica. Estes fatores incluem a exposição antenatal da paciente ao dietiletilbes- trol, anomalias uterinas malformativas (tumores uterinos e úteros bicorno, unicorno ou didelfo), traumas tocoginecoló- gicos, rotura prematura das membranas e história de perdas gestacionais únicas ou repetidas no segundo trimestre de gestação. Estas perdas ocorrem em idades gestacionais cada vez mais precoces, sem que ocorra atividade uterina, dor à dilatação e esvaecimento do colo e incluem fetos vivos e morfologicamente normais. Sintomas atuais como sensação de peso no hipogástrio, aumento da perda genital de muco e até presença de sangramento genital discreto se somam aos fatores de risco para o rastreamento (Duarte et al., 2003; Scheerer & Bartolucci, 2002). Identificados os fatores de risco é prudente iniciar o seguimento ultra-sonográfico destas pacientes, para o precoce reconhecimento de sinais sugestivos de incom- petência cervical. Como a idade média de diagnóstico de IC é de 19-24 semanas, sugere-se avaliações ecográficas a partir da 14º-15º semana, com intervalos de 1 a 3 semanas, na dependência do comprimento do colo, até o final do segundo trimestre (Cunningham et al., 1997; Scheerer & Bartolucci, 2002). Colos medindo entre 20 e 30 mm, há de se proceder a avaliação ecográfica semanal e se estiverem com mais de 30 mm, os intervalos poderão variar de 2 a 3 semanas. O padrão-ouro para o diagnóstico ecográfico de incom- petência cervical é a via endovaginal. A ultra-sonografia transabdominal não é mais utilizada para este fim, dada às limitações do método. Como limitações, citam-se: sombra acústica do púbis sobre o colo, interferência da repleção ve- sical no comprimento da cérvice e área de placentação baixa. 145FEMINA | Março 2007 | vol 35 | nº 3 Métodos de imagem na avaliação da incompetência cervical A via transperineal foi reintroduzida, porém é inquestionável a superior qualidade da via endovaginal. A preferência da via endovaginal se dá pelo fato dos altos índices de reproduti- bilidade do método, da baixa variabilidade inter observador e pela completa visualização da cérvice (Bonilla-Mussoles et al., 2004, Althuisius & Dekker, 2004). Os parâmetros utilizados para o diagnóstico ecográfico de IC são o comprimento do colo, o diâmetro do OI, a forma do canal cervical e a protusão dasmembranas âmnio-corial pela cérvice. Inicialmente é necessário estipular qual é o comportamen- to normal do colo no decorrer da gestação. Habitualmente, seu comprimento varia de 30-55 mm (encurtando durante o evoluir da gestação), a dilatação máxima do OI em primíparas é de 10 mm e em multíparas 15 mm e o canal cervical, com- preendido entre o orifício interno e o orifício externo (OE), tem seus bordos paralelos, sem a presença de herniação das membranas (Bonilla-Mussoles et al., 2004). A avaliação ecográfica do colo é feita de maneira espon- tânea (paciente em repouso na posição ginecológica) ou de forma ativa, utilizando-se os chamados testes de estresse cervical. Estes são realizados de diferentes formas, ou seja, colocando a paciente de pé por 15 min, solicitando que a paciente provoque tosse ou procedendo à pressão transfún- dica por via abdominal. Estes recursos melhoram em 19% a sensibilidade diagnóstica da ecografia nas pacientes de risco, e que em repouso apresentariam exame normal (Scheerer & Bartolucci, 2002; Sherif & Shalan, 1997). A explicação para este fato reside no aumento mecânico da pressão intra-amniótica, que faria o papel de contrações uterinas, sensibilizando a parte superior do colo, ou seja, o orifício interno (Guzman et al., 1997). Além disso, é importante cuidar da metodologia de reali- zação do exame ultra-sonográfico endovaginal. A bexiga deve ser esvaziada, o canal endocervical e todo o comprimento da cévice bem identificados, utilizando o maior ângulo de formação de imagem permitido e a pressão com o transdutor sobre o colo deverá ser mínima. O segmento uterino inferior deverá ser bem identificado já que, na primeira metade da gestação, pode mimetizar o canal cervical. O OI deverá ser avaliado várias vezes durante o mesmo exame e sob estresse, pois poderá se alterar, dilatando e deixando herniar as mem- branas. Se a herniação for inferior a 6 mm e sua dilatação não alterar o comprimento total da cérvice, deve, o exame, ser considerado normal. A herniação das membranas precede as alterações físicas da cérvice, sendo que quando ultrapassa o OE, observa-se o chamado sinal da ampulheta. Outros autores sugerem que o primeiro sinal ecográfico preditivo de IC seria a dilatação do OI sob os testes de estresse (Acker et al., 1998; Mac Donald et al., 2001). Os critérios ultra-sonográficos para o diagnóstico de IC são colo com comprimento inferior a 15-20 mm, dilatação do OI maior ou igual a 23 mm e dilatação do canal endocervical maior que 33 a 40% do comprimento total do colo. Esta dilatação altera a forma do canal endocervical de cilíndrica para funil. É também chamada de tunelização ou “funneling” e consiste na abertura do OI e seu prolongamento até o canal cervical em forma de cone (Rozenberg et al., 2002). Quando a tunelização é inferior a 25% do comprimento total do colo há incidência de 17% de partos prematuros, se o fenômeno ocorre entre 25 e 50% a incidência é de 29%, porém se é superior a 50%, os partos prematuros ocorrem em 79% das vezes (MacDonald et al., 2001). Podemos ainda utilizar o índice cervical, como forma de diminuir a subjetividade da mensuração do comprimento da cérvice e estimar o risco de prematuridade. Este índice consiste na soma da medida da profundidade do funil mais um dividido pelo comprimento cervical, que não deve ultra- passar o valor de 0,50. Apesar de todos estes valores, a IC ocorre como um continuum. Isto leva a teoria da disfunção cervical do período gestacional, que acarreta inúmeros problemas clínicos, tendo num extremo a IC e noutro a prematuridade. Pardo et al., 2003 estudaram colos de pacientes não grávidas que tiveram parto pré-termo e comparam com as mesmas avaliações de colos de mulheres que tiveram partos a termo e não observaram alterações, sugerindo portanto que a IC é um fenômeno de falência do mecanismo de adaptação do colo à gestação. Sendo assim, o exame ultra-sonográfico não deve ser pontual, único e sim seriado (Althuisius & Dekker, 2004). Para o diagnóstico de IC ainda podemos recorrer ao período pré gestacional. Nesta fase a passagem indolor e sem resistência de vela de Hegar nº 8 ou sonda de Foley pelo OE, canal endocervical e OI, sela o diagnóstico. A histerossalpingografia, na fase lútea, revelando OI com abertura superior a 6-8 mm e a histeroscopia, também na fase lútea, evidenciando, mesmo que subjetivamente, dilatação ístmica maior que 1 cm são indicativos de IC (Duarte et al., 2003). Conduta No período pré-gestacional, em colos lacerados e defor- mados, procede-se a traqueloplastia. Durante a gestação, a terapia padrão é a circlagem uterina. As técnicas cirúrgicas 146 FEMINA | Março 2007 | vol 35 | nº 3 Métodos de imagem na avaliação da incompetência cervical preferencialmente utilizam a via vaginal. São elas a técnica de Shirodkar (suturas laterais e nós anterior e posterior à cérvice), McDonald (sutura em bolsa), ambas feitas na altura do istmo uterino e McDonald modificada por Pontes (sutura em bolsa na altura da junção cérvico-vaginal e outra 1 cm abaixo). A via abdominal (suturas na altura da prega vésico- uterina e na base dos ligamentos útero-sacros) é reservada quando há falha de outras técnicas ou quando a hipoplasia cervical é severa (Duarte et al., 2003). A circlagem pode ser profilática, de urgência ou de emergência e muito há de se discutir a respeito do valor individual de cada uma dessas modalidades em relação ao resultado perinatal. A circlagem profilática ou eletiva é realizada entre 12-16 semanas (após o período de maior risco de abortos por ou- tras causas), com cérvico-dilatação menor ou igual a 2 cm. A circlagem de urgência, seletiva ou terapêutica é realizada em pacientes de risco que comecem a apresentar alterações clínico-ecográficas cervicais no 2º trimestre de gestação. A circlagem de emergência está indicada quando há dilatação cervical maior que 2 cm, bolsa corioamniótica no OE ou no canal vaginal no 2º trimestre. Tanto a circlagem de urgência como a de emergência não estão contra-indicadas após 24 semanas, mas nesta fase deve-se preferir tocólise e/ou repouso. Tais procedimentos cirúrgicos só devem ser realizados após a exclusão de infecções intra-uterina, genital ou uri- nária, anomalias congênitas que inviabilizem a gestação, rotura prematura das membranas, hemorragia genital ativa e polidramnia. Alguns cuidados pré e pós-operatórios são primorosos na condução do procedimento, como uso de uterolíticos per operatórios (indometacina, betamiméticos e progesterona), antibióticos na indução anestésica (cefazolina), repouso domiciliar, abstinência sexual até o termo, alta hospitalar após 48 h (tendo afastado rotura das membranas e infec- ção) e retornos quinzenais para acompanhamentos clínico e ecográfico. O seguimento ultra-sonográfico é baseado no encurtamento do colo superior a 1 cm acima da circlagem e na dilatação do OI. O fio de sutura é reconhecido como pontos ecogênicos no terço médio do colo. A circlagem deverá ser desfeita sempre que houver sinais de complicações como corioamnionite, rotura prematura das membranas, hemorragias, deslocamento de sutura e obviamente próximo ao termo. Não há consenso sobre a conduta definitiva em relação à época de realização e às pacientes que deverão ser sub- metidas à circlagem. A realização indistinta da circlagem eletiva nas pacientes de risco, não reduz as taxas de parto prematuro e aumenta o tempo de hospitalização, o risco de infecção puerperal e o uso de tocolíticos. Eventualmente, a melhor conduta seria a circlagem seletiva, ou seja, a indivi- dualização dos casos, já que apenas 12-40% das mulheres com fatores de risco desenvolverão IC e a grande maioria estaria exposta aos riscos de morbidade do procedimento desnecessariamente. A desvantagemda seletividade é a falta de padronização diagnóstica. Inúmeros estudos comparativos entre circlagem profilática, seletiva e conduta expectante têm sido realizados. Rozenberg et al., 2002; e Althuisius & Dekker, 2004, verificaram que não há diferença nos resultados perinatais (prematuridade e morbidade neonatal) quando se compara a circlagem profilá- tica com a circlagem terapêutica seguida de repouso no leito, indicada pela ultra-sonografia endovaginal seriada e precoce. O mesmo foi observado por vários outros autores (Kassanos et al., 2001; Althuisius et al., 2000; Kelly et al., 2001). Um outro problema na realização das circlagens seria a herniação das membranas. Alguns mecanismos facilitadores são adotados para execução do procedimento. A posição de Trendelemburg, a introdução de balão da sonda de Foley ou de gaze montada através do canal endocervical, associadas a suturas de reparo laterais ao colo para tração, têm taxa de 83% de sucesso. A amniocentese transabdominal tem o intuito de diminuir a pressão causada pelo líquido amniótico e possibilita o diagnóstico de infecções subclínicas. A infusão de 1 a 1,5 L de soro fisiológico na bexiga poderia auxiliar na redução da herniação das membranas. Mesmo utilizando todos estes artifícios a sobrevida perinatal gira em torno de 44-56%, sendo que 35% desses recém nascidos herdam alguma seqüela, o que faz muitos serviços optarem por conduta expectante ou por interrupção da gestação. ultra-sonografia tridimensional O diagnóstico de IC é pela ecografia bidimensional, mas a utilização da ecografia tridimensional aprimora o diagnóstico. É possível visualizar o afunilamento do canal endocervical, o esvaecimento do colo e a protrusão das membranas (Mon- tenegro et al., 2001). A volumetria obtida pela análise tridimensional somente é superior à mensuração bidimensional quando a biometria da cérvice não é adequadamente realizada, e isto, habitualmente, não ocorre (Struss et al., 2001; Hoesli et al., 1999). 147FEMINA | Março 2007 | vol 35 | nº 3 Métodos de imagem na avaliação da incompetência cervical Ressonância magnética A ultra-sonografia é atualmente a principal modalidade de imagem para o diagnóstico de incompetência cervical durante a gravidez. Todavia alguns fatores técnicos, relacionados à própria gestação, à paciente (repleção vesical), ao ultra-so- nografista (pressão manual do transdutor sobre a cérvice) e ao transdutor (angulação), podem limitar sua utilização. A ressonância magnética (RM) não é dependente destas considerações técnicas e pode demonstrar grau mais elevado de contraste entre as interfaces de tecidos e descrever mais acuradamente a anatomia uterina. A RM pode, em algumas situações, ser mais exata em demonstrar a IC na paciente grávida (Maldjian et al., 1999). Desta forma, há relatos de autores se utilizando deste método propedêutico para o diagnóstico de IC. Hricak et al., 1990, estudando mulheres não grávidas normais e gestantes com IC, observaram que não há diferença estatística entre os grupos em relação ao comprimento do colo, sendo a média encontrada para ambos os grupos de 33 mm. Porém no grupo de gestantes com IC a dilatação do orifício interno do colo foi de 4,5 mm contra 3,3 mm do grupo de não gestantes normais. Apesar das vantagens descritas em relação a utili- zação da Ressonância magnética, a análise custo/benefício remete a cautela no seu emprego clínico, devido aos altos custo e complexidade. Considerações finais A ultra-sonografia é recurso metodológico fundamental para o rastreamento, diagnóstico e seguimento das pa- cientes com incompetência cervical. Porém, anseia-se por marcadores ecográficos padronizados para o diagnóstico de IC e, da mesma forma, por definição de conduta no intuito de contribuir, do ponto de vista obstétrico, para a redução dos índices de morbi-mortalidade perinatais. A tendência atual é optar por acompanhamento ultra- sonográfico seriado precoce em gestantes que apresentem risco clínico para IC e conforme ocorram modificações na cérvice uterina procede-se a circlagem terapêutica. Figura 1 - Incompetência cervical analisada por ecografia endovaginal. Figura 2 - Incompetência cervical analisada por ecografia tridimensional. 148 FEMINA | Março 2007 | vol 35 | nº 3 Métodos de imagem na avaliação da incompetência cervical leituras suplementares Acker DB, Spitzberg EH, Benacerraf B et al. Ultrasonographic diagnosis of incompetent cervix. A case report. J Reprod Med 1998; 33: 966-68. Althuisius SM, Dekker G. Controversies regarding cervical incompetence, short cervix and the need for cerclage. 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