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PLANO DE NEGÓCIO: UM ESTUDO DE CASO DE UMA EMPRESA DO SETOR FARMACÊUTICO DE SANTA CRUZ DO SUL Cláudia Tatiani Raupp1 Carina Inês Panke da Silva2 RESUMO Esta pesquisa tem como objetivo utilizar o Plano de Negócio como instrumento de gestão estratégica na área financeira de uma empresa do setor farmacêutico situada em Santa Cruz do Sul. A questão central deste estudo é: como o Plano de Negócio pode auxiliar a Drogaria X a melhorar o seu planejamento financeiro? O presente estudo carateriza-se como um estudo de caso singular e a elaboração da pesquisa foi planejada utilizando uma ampla revisão bibliográfica e possui ações qualitativas e quantitativas. As entrevistas e as observações foram as principais ferramentas para a coleta de dados, bem como o software Plano de negócio, disponibilizado pelo Sebrae. Pôde-se concluir que a empresa vem apresentando resultados satisfatórios e tem grande capacidade de competir e expandir-se no mercado. Palavras-chave: Plano de negócio, Drogaria, Planejamento estratégico-financeiro. ABSTRACT The objective of this research is to use the Business Plan as a strategic management tool in financial area of a pharmaceutical company located in Santa Cruz do Sul. The central point of the study is: how can the Business Plan help the Drogaria X Ltda to improve its financial planning? This survey is characterized as a singular case study and the elaboration of the research was planned using an extensive bibliographic revision. It includes qualitative and quantitative actions. Interviews and observation were the main tools chosen for data collection, as well as the Business Plan software, provided by Sebrae. It was concluded that the company has shown satisfactory results and has great ability to compete and expand in the market. Key-words: Business plan, Drugstore, Financial strategic planning 1. Introdução Diante do cenário altamente competitivo e dinâmico do mundo globalizado, é fundamental que o empresário tome decisões fundamentadas na qualidade das 1 Acadêmica do Curso de Administração da Faculdade Dom Alberto 2 Orientadora, Professora do Curso de Administração da Faculdade Dom Alberto informações disponíveis. Essas informações tanto do ambiente interno como externo à empresa são imprescindíveis para a elaboração de um plano estratégico de trabalho, denominado Plano de Negócio. Neste contexto, o tema central deste estudo refere-se ao Plano de Negócio, delimitando seu enfoque para o Plano de Negócio como instrumento de gestão estratégica na área financeira de uma empresa do setor farmacêutico da cidade de Santa Cruz do Sul. Para tanto, a questão problema que norteia a realização desta pesquisa é: Como o Plano de Negócio pode auxiliar a Drogaria X a melhorar o seu planejamento financeiro? O objetivo geral desta pesquisa é analisar a situação financeira da empresa, utilizando o plano de negócio como uma ferramenta de auxílio ao processo de planejamento estratégico-financeiro. Para tanto este estudo buscará: verificar a situação financeira atual da empresa; identificar pontos passíveis de melhoria na gestão financeira atual; com o auxilio do plano de negócio, sugerir estratégias para melhorar desempenho financeiro da empresa. O surgimento deste estudo deve-se à importância de se ter uma ferramenta de apoio à tomada de decisão, pois no contexto dinâmico e desafiador do mercado atual, é fundamental ao empreendedor utilizar ferramentas apropriadas, a fim de minimizar suas chances de erro, eliminando seus riscos de fracasso. Esta pesquisa é relevante, pois a partir das informações contidas no Plano de Negócio, a empresa terá subsídios para realizar uma gestão financeira adequada e realizar ações corretivas em sua administração, se assim se mostrar necessário. 2. Referencial teórico 2.1 Administração estratégica Segundo Certo e Peter (1993), a administração estratégica é um processo contínuo e interativo. Seu objetivo é manter a organização como um conjunto integrado ao seu ambiente. Acrescenta que uma organização pode obter inúmeros benefícios praticando corretamente a administração estratégica. Ressalta que talvez o mais importante seja a tendência a aumentar seus níveis de lucro, pois segundo os autores, pesquisas recentes sugerem que um eficiente e efetivo sistema de administração estratégica pode aumentar a lucratividade. Na perspectiva de Ansoff e McDonnell (1993), a administração estratégica é uma abordagem sistemática que visa posicionar e relacionar a empresa em seu ambiente, garantindo o seu sucesso contínuo, evitando riscos de eventuais insatisfações. Os autores definem estratégia como um conjunto de regras de tomada de decisão. Ressaltam quatro tipos distintos de regras: padrões para medir o desempenho da organização, tanto em termos qualitativos (objetivos), como em termos quantitativos (metas); regras para desenvolver a relação da organização com o seu ambiente externo, definindo os produtos e tecnologias que a empresa desenvolverá, onde e para quem irá comercializar e como irá obter uma vantagem competitiva; regras para estabelecer as relações e os processos internos da organização; regras pelas quais a empresa conduzirá suas atividades diárias. 2.2 Planejamento estratégico De acordo com Oliveira (2007), o planejamento estratégico é o processo administrativo que proporciona base metodológica para se estabelecer a direção ideal que a empresa deve seguir. Relaciona-se com objetivos de longo prazo e com estratégias para alcançá-los que afetam a empresa como um todo. É um processo contínuo, que corresponde ao estabelecimento de uma série de atitudes a serem tomadas pelo executivo para situações futuras. Acrescenta que o planejamento estratégico pressupõe a necessidade de um processo decisório que ocorrerá antes, durante e depois de sua elaboração e prática na empresa. Esse processo decisório deve conter os componentes individuais e organizacionais da empresa. Chiavenato e Sapiro (2009) acrescentam que o planejamento estratégico é um processo de formulação e execução de estratégias organizacionais para que a organização seja inserida no ambiente onde ela atua. Reforçam que o planejamento estratégico deve abordar questões sobre como a organização está hoje; seu desempenho em relação aos clientes e à concorrência; sua projeção para os próximos anos, se nenhuma mudança for feita. Com base nessas informações, no caso de não serem aceitáveis as respostas, abordar questões sobre que decisões os gestores deverão tomar e analisar quais os riscos envolvidos. 2.3 Planejamento estratégico-financeiro Como afirma Gitman (2004), o planejamento financeiro é extremamente relevante, pois fornece orientação para a direção, coordenação e controle das providências tomadas pela organização para que alcance seus objetivos. Acrescenta que o processo de planejamento financeiro inicia com a elaboração de planos financeiros estratégicos, os quais orientam a formulação de planos operacionais que, geralmente, constituem a implantação dos objetivos estratégicos de longo prazo da organização. Na visão do referido autor, os planos financeiros estratégicos servem para estipular as medidas financeiras que a empresa pretende adotar, bem como o impacto esperado dessas medidas para períodos de dois a dez anos. Esses planos devem ser revistos assim que se tenha disponível novas informações relevantes. Machado (2004) disserta sobre a importância do planejamento estratégico- financeiro nas empresas, destacando que para minimizar os riscos envolvidos nas decisões de investimentos de longo prazo, as empresas devem observar quais são as oportunidades de investimento disponíveis e apropriadas para a empresa; de que forma a empresa pretende financiaresses investimentos; e qual é o retorno que a empresa espera de tal investimento. 2.4 Plano de negócio De acordo com o Sebrae (2010), o plano de negócio é um documento escrito, através do qual o empreendedor irá formalizar os estudos referentes a suas idéias. Nele estará registrado o conceito do negócio, os riscos, os concorrentes, o perfil dos clientes, as estratégias de marketing, bem como todo o plano financeiro que viabilizará o negócio. É uma ferramenta que oportuniza ao empresário refinar estratégias, examinando a viabilidade da empresa sob diferentes pontos de vista. Tem como objetivo auxiliar o empresário a organizar e desenvolver idéias sobre como o seu negócio deve ser conduzido, eliminando planejamentos instintivos. Baron e Shane (2007) ressaltam que um plano de negócio bem preparado auxiliará o empreendedor no processo de planejamento. Acrescentam que o plano de negócio tem caráter dinâmico, podendo se modificar freqüentemente, conforme o negócio se desenvolve. Dornelas (2003) contribui dizendo que o plano de negócio serve para conduzir uma empresa já estabelecida, para verificar se um novo produto será bem aceito, para analisar como a empresa se encontra no mercado, bem como se esta pode partir para outros ramos de negócio. Segundo o Sebrae (2010), o plano de negócio tem caráter dinâmico. Ou seja, à medida que haja mudanças do cenário do mercado, da economia, da tecnologia ou das ações dos competidores, deve ser feita a revisão do plano de negócio. Sem fazer uma revisão periódica, o empreendedor não estará acompanhando a evolução do mercado, de seus competidores, da situação econômica e tecnológica. O período para revisão varia de acordo com o tipo de negócio e a situação do mercado, mas em geral o plano de negócio requer uma revisão semestral. 3. Metodologia Neste estudo, tem-se como tema o Plano de Negócio como instrumento de gestão estratégica na área financeira de uma empresa do setor farmacêutico de Santa Cruz do Sul. Para tanto, do ponto de vista metodológico, esta pesquisa é do tipo exploratória, que segundo Gil (2002), tem o objetivo de aprimorar idéias a cerca do assunto abordado, e descritiva, pois procura descrever claramente o tema em questão. Iniciou-se o estudo com uma ampla pesquisa bibliográfica. Foi efetuado o levantamento de referências que abordam o assunto, para obter conhecimento e embasamento científico sobre o tema. O presente estudo pode ser classificado como um estudo de caso singular, e quanto à abordagem do problema, a pesquisa tem caráter qualitativo e quantitativo. Os instrumentos adotados para a coleta de dados foram as entrevistas parcialmente estruturadas, a observação não participante, bem como o software Plano de negócio, disponibilizado pelo Sebrae. As entrevistas foram utilizadas nesta pesquisa como um grande instrumento de captação de dados. Buscou-se obter as informações necessárias para formulação do Plano de Negócio, bem como investigar o conhecimento da empresária em relação à situação financeira da empresa, onde ela teve a possibilidade de externar seus conhecimentos, dúvidas e sua percepção a cerca do assusto. Através da observação, foi possível conhecer a rotina e os processos de trabalho da empresa, estudar documentos, bem como conhecer os procedimentos utilizados na tomada de decisão. Os dados obtidos através destes instrumentos foram utilizados para abastecer o software, o qual gerou alguns quadros e gráficos e constatou os indicadores de viabilidade. 4. Descrição, Análise e Discussão dos resultados Os dados apontados a seguir são resultado da aplicação do software “Plano de Negócio”, disponível no site do Sebrae, utilizando dados reais da empresa em estudo. 4.1 Análise de Mercado Neste item serão analisados os clientes, a concorrência e os fornecedores. 4.1.1 Estudo dos clientes Por se tratar de uma drogaria, o público-alvo da empresa são as pessoas físicas em geral. Destaca-se como principal influência na decisão de compra dos clientes o atendimento diferenciado e personalizado e a forma de pagamento, que no caso de funcionários de empresas conveniadas é feito diretamente na folha de pagamento. Os clientes potenciais encontram-se na cidade de Santa Cruz do Sul, bem como na cidade de Vera Cruz, onde reside a proprietária. 4.1.2 Estudo dos concorrentes A concorrência no ramo farmacêutico é muito intensa na cidade. Como principal concorrente, destaca-se as redes de farmácia. Estas compram em grande quantidade e, portanto, conseguem um preço melhor de compra. Com isso os preços dos seus produtos tornam-se mais atrativos. Porém o atendimento nestas redes é massificado, enquanto na empresa em estudo consegue-se dar um atendimento diferenciado. Portanto deve-se explorar esta vantagem competitiva a fim de fidelizar os clientes. 4.1.3 Estudo dos fornecedores A empresa possui diversos fornecedores de acordo com as mercadorias oferecidas. Para os medicamentos, os fornecedores são os Laboratórios autorizados pela Anvisa, órgão do Governo Federal que regulariza a distribuição destes. Para a parte de perfumaria e higiene, os produtos são adquiridos junto a várias empresas deste ramo. 4.2 Plano de Marketing Neste item serão descritos os principais produtos e serviços, o preço, as estratégias promocionais da empresa, sua estrutura de comercialização, bem como a localização do negócio. 4.2.1 Descrição dos principais produtos e serviços A empresa oferece medicamentos, perfumaria, bem como produtos hospitalares. Dentre os medicamentos, dispõe de éticos, genéricos e similares. Os medicamentos mais vendidos, em unidades, são os contra hipertensão Enalapril 10mg e Diurix 25mg e também o AAS infantil. Já na perfumaria os mais vendidos são os esmaltes e desodorantes e absorventes. Na linha de hospitalares, os produtos com maior saída são as gazes, água oxigenada e fitas micropore. Embora os mais vendidos apresentem um valor de venda relativamente baixo, o faturamento mensal é complementado por outros itens de maior valor, porém com menos unidades vendidas. 4.2.2 Preço Por se tratar de uma drogaria, alguns medicamentos têm seus preços tabelados. É o caso dos medicamentos éticos e genéricos. Já os preços dos medicamentos similares, bem como da perfumaria e hospitalares são praticados de acordo com o mercado. 4.2.3 Estratégias promocionais A estratégia utilizada atualmente pela empresa é o marketing boca a boca, pois a proprietária acredita que uma vez satisfeito o cliente irá recomendar a farmácia a outros consumidores. Também utiliza a comercialização de novas tendências de produtos para atrair a curiosidade dos clientes, como por exemplo, os esmaltes craquelados que estão em alta no momento. A proprietária põe um cartaz na frente da farmácia divulgando a existência desses produtos e ao entrar no estabelecimento em busca dos mesmos, os consumidores acabam comprando outros produtos também. A empresa realiza também, de acordo com datas comemorativas, o sorteio de alguns brindes, como forma de atrair o cliente. A farmácia ainda não conta com divulgação em jornais, rádio ou internet. 4.2.4 Estrutura de comercialização A venda é realizada diretamente na drogaria, onde o atendimento é feito pela proprietária, juntamente com a farmacêutica. Existe também o serviço de tele-entrega, que é bastante procurado pelos clientes. 4.2.5 Localização do negócio A empresa localiza-se na Rua Julio de Castilhos, no centro da cidade de Santa Cruz do Sul. Optou-se por este ponto comercial por ser um local de intenso fluxo de pessoas e por quase não existir redes de farmácias nesta localidade. Como a empresa não tem condições de investirem uma sede própria, optou-se, então, pelo aluguel. 4.3 Plano Financeiro Neste item será analisada a situação financeira da empresa, sendo abordados o capital de giro, o investimento total realizado, o faturamento mensal da empresa, os custos mensais, o demonstrativo de resultados e os indicadores de viabilidade. 4.3.1 Capital de giro O Capital de giro da empresa são os recursos necessários para o funcionamento normal da mesma. Foi determinado apurando o estoque inicial e o caixa mínimo da empresa. Quadro 1 - Cálculo da necessidade líquida de capital de giro em dias Recursos da empresa fora do seu caixa Número de dias 1. Contas a receber – Prazo médio de vendas 6 2. Estoque – Necessidade média de estoque 7 Subtotal - Recursos fora do caixa 13 Recursos de terceiros no caixa da empresa 3. Fornecedores – Prazo médio de compras 33 Subtotal – Recursos de terceiros no caixa 33 Necessidade líquida de capital de giro em dias -20 Fonte: Dados da empresa analisados pelo software do Sebrae. Após a análise do prazo médio dos recursos fora do caixa e dos recursos de terceiros em caixa, concluiu-se que as vendas entram no caixa antes dos pagamentos serem efetuados, visto que estas são realizadas 80% à vista enquanto que os fornecedores são pagos a prazo. Este fato é positivo para empresa, pois significa que ela consegue receber os recursos financeiros antes de ter que disponibilizá-los para o pagamento dos fornecedores, não precisando, deste modo, recorrer a outras fontes financeiras para saldar as suas dívidas. Quadro 2 - Caixa mínimo Custo fixo mensal R$ 3.763,92 Custo variável mensal R$ 4. 832,40 Custo total da empresa R$ 8. 596,32 Custo total diário R$ 286,54 Necessidade líquida de capital de giro em dias -20dias Total Caixa mínimo R$ -5.730,88 Fonte: Dados da empresa analisados pelo software do Sebrae. Multiplicando a necessidade líquida de capital de giro em dias pelo custo total diário da empresa foi possível determinar o seu caixa mínimo. Este foi considerado vantajoso para a empresa, pois demonstra que a necessidade de capital de giro é mínima, onde a cada dia há entrada de capital suficiente para cobrir os custos. Quadro 3 - Capital de giro (resumo) Descrição R$ A – Estoque Inicial 19.200,00 B – Caixa Mínimo -5.730,88 Total do Capital de Giro 13.469,12 Fonte: Dados da empresa analisados pelo software do Sebrae. Após verificar o estoque inicial da empresa e determinar o seu caixa mínimo, foi possível conhecer o total do capital de giro da empresa que foi de R$13.469,12. Observa-se, desta forma, ao se comparar com o Custo Total Mensal, que a empresa está conseguindo gerar um lucro primário. 4.5.2 Investimento Total Neste item está descrita a soma dos investimentos fixos, financeiros e pré- operacionais, que corresponde ao investimento total do negócio. Quadro 4 - Descrição do investimento total Descrição dos investimentos Valor (R$) (%) 1. Investimentos fixos 34.759,00 69,89 2. Capital de giro 13.469,12 27,09 3. Investimentos pré-operacionais 1.500,00 3,02 TOTAL 49.719,12 100 Fonte de recursos 1. Recursos próprios 49.719,12 100 2. Recursos de terceiros 0,00 0 TOTAL 49.719,12 100 Fonte: Dados da empresa analisados pelo software do Sebrae. Pôde-se observar que a maior parte do investimento feito pela empresa foi com investimentos fixos. Estes foram provenientes de recursos próprios, o que é muito positivo, pois demonstra que a empresa não iniciou suas atividades contraindo dívidas. 4.5.3 Faturamento mensal Com base no Balanço Patrimonial da empresa, no ano de 2010, identificou-se o seguinte faturamento mensal. Gráfico 2 – Faturamento Mensal JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 0 2.000 4.000 6.000 8.000 10.000 12.000 14.000 16.000 Observou-se que a empresa possui um bom faturamento mensal, onde as variações não são muito significativas, mantendo-se em uma média favorável. Ou seja, não há uma sazonalidade expressiva. Contudo, o mês de julho, foi o mês com maior faturamento, possivelmente por ser o mês mais frio do ano e onde os resfriados e gripes são mais freqüentes. Já o mês de novembro destacou-se por ser o mês de faturamento mais baixo. Sugere-se à empresa, a realização de promoções e/ou sorteios nos meses onde o faturamento é menor, como forma de alavancar as vendas. 4.5.4 Custos mensais 4.5.4.1 Custos fixos São os gastos que não sofrem alterações em função do volume das vendas, como por exemplo, aluguel, salários, depreciação, etc. Pôde-se constatar que os custos fixos mensais da empresa ficam em R$ 3.763,92, sendo que os maiores custos são com salários e encargos, no total de R$ 1.740,00, seguido do aluguel no valor de R$ 700,00. 4.5.4.2 Custos variáveis Neste item estão descritos os gastos com comercialização e os custos de mercadorias vendidas. Como custos de comercialização estão os gastos com impostos, que são de 2,75% ao mês, e os gastos com vendas, que são de 2,5% ao mês, referente a taxas com cartão de crédito. A empresa não possui gastos com comissões nem com propaganda. Já os custos de mercadorias vendidas estão demonstrados a seguir. Gráfico 3 - Custo das Mercadorias Vendidas JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ 0 1.000 2.000 3.000 4.000 5.000 6.000 7.000 Pôde-se observar que os custos variam conforme o faturamento. O mês que mais vende é o mês que tem maior custo com mercadorias vendidas, e vice-versa, demonstrando que a empresa possui um bom planejamento financeiro. 4.5.5 Demonstrativo de resultados Após analisar as informações sobre o faturamento mensal da empresa, bem como sobre seu custo total, pôde-se observar o demonstrativo de resultado a seguir: Quadro 5 – Demonstrativo de resultados Descrição R$ % 1. Receita total com vendas 136.020,00 100 2. (-) Custos variáveis totais 67.338,05 49,51 2.1 CMV 60.197,00 44,26 2.2 Impostos sobre vendas 3740,55 2,75 2.3 Gastos com vendas 3400,50 2,50 3. Margem de contribuição 68.681,95 50,49 4. (-) Custos fixos totais 45.167,04 33,20 Resultado: LUCRO 23.514,91 17,29 Fonte: Dados da empresa analisados pelo software do Sebrae. Com base no demonstrativo de resultados, foi possível observar que a empresa obteve, no ano de 2010, um lucro de R$ 23.514,91, o que representa 17,29% da receita total com vendas obtida durante o período. Isso demonstra que a empresa apresenta lucro positivo, porém este percentual pode ser majorado através de ações para alavancar as vendas. 4.5.8 Indicadores de viabilidade Após realizar todo o plano financeiro da empresa, o software do Sebrae constatou os seguintes indicadores de viabilidade: Indicadores Ano 1 Ponto de Equilíbrio (R$) 89.450,30 Lucratividade (%) 17,29 Rentabilidade (%) 47,30 Prazo de retorno do investimento (anos) 2 anos e 2 meses Fonte: Dados da empresa analisados pelo software do Sebrae. Constatou-se que o ponto de equilíbrio da empresa, no ano de 2010, foi de R$ 89.450,39. Segundo Gitmann (2004), a análise do ponto de equilíbrio é empregada a fim de definir o nível de operações necessário para cobrir todos os custos operacionais, bem como para analisar a rentabilidade associada a níveis distintos de vendas. O autor acrescenta que nesse ponto, o lucro antes dos juros e do imposto de renda é igual a zero. A lucratividade da empresa é medida com base na relação do lucro líquido com a receita total de vendas. Na empresa em estudo, a lucratividade no ano de 2010 foi de 17,29%. Observando o lucro do exercício em relação ao investimento inicial, obteve-se a rentabilidade de 47,30%. O prazo de retorno do investimento foi determinado em 2 anos e 2 meses. De acordo com Gitmann (2004), o período de payback é o tempo necessário para que a empresarecupere seu investimento inicial. Conclui-se, assim, que a empresa já deveria ter recuperado o investimento inicial, pois iniciou suas atividades em junho de 2008. Porém, como não foram analisados os dados desde o início das atividades, não se pode afirmar se de fato o investimento já foi totalmente recuperado, mas, com certeza, está perto disto. 4.6 Avaliação Estratégica Com base nas etapas anteriores do plano de negócio, foi feita a análise do ambiente interno e externo da empresa, utilizando para tanto a matriz SWOT. 4.6.1 Análise SWOT – Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças Fatores Internos Fatores Externos Pontos Fortes Forças . Atendimento diferenciado; . Convenio com empresas para desconto em folha; . Farmacêutica bem capacitada; . Oferta de tele-entrega. Oportunidades . Ótima localização; . Existência do programa Farmácia Popular. Pontos Fracos Fraquezas . Horário de atendimento; . Inexistência de sala para medição de pressão arterial. Ameaças . Grandes redes de farmácia; . Mudança na legislação quanto à venda de antibióticos. 4.7 Avaliação do Plano de Negócio Após este minucioso estudo, com base em dados reais da empresa, conclui- se que esta vem apresentando resultados satisfatórios e tem grande capacidade de competir e expandir-se no mercado. Contudo, sugere-se uma revisão periódica do plano de negócio, pois caso contrário o empreendedor não estará acompanhando a evolução do mercado, de seus concorrentes, da situação econômica e tecnológica. 5. Considerações Finais O Plano de Negócio desenvolvido neste estudo foi um instrumento de gestão de extrema relevância, visto que através deste foi possível visualizar a situação financeira atual da empresa e com os dados obtidos será possível realizar um planejamento mais adequado a fim de aumentar o lucro da empresa. O Plano de Negócio possibilitou visualizar que o faturamento alcançado pela empresa consegue cobrir todos os custos e ainda gerar lucro. Conclui-se, então, que a gestão financeira está adequada, e que a forma de aumentar o faturamento é com o aumento das vendas. Para tanto, sugere-se ampliar os convênios que a drogaria possui com outras empresas, a fim de fidelizar um número maior de clientes. Também manter o bom atendimento, pois este é o que garante que o cliente volte ao estabelecimento. Recomenda-se também, a distribuição de brindes com o nome e logomarca da empresa, como calendários na forma de imãs de geladeira, lixas de unha, entre outros, fazendo com que o cliente lembre-se da drogaria. REFERÊNCIAS ANSOFF, H. Igor; MCDONNELL, Edward J. Implantando a Administração Estratégica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1993. BARON, Robert A.; SHANE, Scott A.. Empreendedorismo: uma visão do processo. São Paulo: Thomson Learning, 2007. CERTO, Samuel C.; PETER, J. Paul. Administração Estratégica: planejamento e implementação da estratégia. São Paulo: Makron Books, 1993. CHIAVENATO, Idalberto; SAPIRO, Arão. Planejamento Estratégico: fundamentos e aplicações. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009. DORNELLAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo Corporativo. Rio de Janeiro: 2003. GITMAN, Lawrence J.. Princípios de Administração Financeira. 10. ed. São Paulo: Pearson Addison Wesley, 2004. GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2002. OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças. Planejamento Estratégico: conceitos, metodologia e práticas. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2007. MACHADO, Jose Roberto. Administração de Finanças Empresariais. 2. ed. Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004. SEBRAE. O que é Plano de Negócios. Disponível em: http://www.sebraesp.com.br/QueroAbrirUmaEmpresa/ProdutoseServicos/ViaInternet/ PlanoDeNegociosSPPLAN/Paginas/OqueePlanodeNegocios.aspx. Acesso em 23 de Novembro de 2010.
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