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Plano De Negócio (31)

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PLANO DE NEGÓCIO: UM ESTUDO DE CASO DE UMA EMPRESA DO
SETOR FARMACÊUTICO DE SANTA CRUZ DO SUL
Cláudia Tatiani Raupp1
 Carina Inês Panke da Silva2
RESUMO
Esta pesquisa tem como objetivo utilizar o Plano de Negócio como instrumento de 
gestão estratégica na área financeira de uma empresa do setor farmacêutico situada
em Santa Cruz do Sul. A questão central deste estudo é: como o Plano de Negócio 
pode auxiliar a Drogaria X a melhorar o seu planejamento financeiro? O presente 
estudo carateriza-se como um estudo de caso singular e a elaboração da pesquisa 
foi planejada utilizando uma ampla revisão bibliográfica e possui ações qualitativas e
quantitativas. As entrevistas e as observações foram as principais ferramentas para 
a coleta de dados, bem como o software Plano de negócio, disponibilizado pelo 
Sebrae. Pôde-se concluir que a empresa vem apresentando resultados satisfatórios 
e tem grande capacidade de competir e expandir-se no mercado. 
Palavras-chave: Plano de negócio, Drogaria, Planejamento estratégico-financeiro.
ABSTRACT
The objective of this research is to use the Business Plan as a strategic management
tool in financial area of a pharmaceutical company located in Santa Cruz do Sul. The
central point of the study is: how can the Business Plan help the Drogaria X Ltda to 
improve its financial planning? This survey is characterized as a singular case study 
and the elaboration of the research was planned using an extensive bibliographic 
revision. It includes qualitative and quantitative actions. Interviews and observation 
were the main tools chosen for data collection, as well as the Business Plan 
software, provided by Sebrae. It was concluded that the company has shown 
satisfactory results and has great ability to compete and expand in the market.
Key-words: Business plan, Drugstore, Financial strategic planning
1. Introdução
Diante do cenário altamente competitivo e dinâmico do mundo globalizado, é 
fundamental que o empresário tome decisões fundamentadas na qualidade das 
1 Acadêmica do Curso de Administração da Faculdade Dom Alberto
2 Orientadora, Professora do Curso de Administração da Faculdade Dom Alberto
informações disponíveis. Essas informações tanto do ambiente interno como externo
à empresa são imprescindíveis para a elaboração de um plano estratégico de 
trabalho, denominado Plano de Negócio.
Neste contexto, o tema central deste estudo refere-se ao Plano de Negócio, 
delimitando seu enfoque para o Plano de Negócio como instrumento de gestão 
estratégica na área financeira de uma empresa do setor farmacêutico da cidade de 
Santa Cruz do Sul. Para tanto, a questão problema que norteia a realização desta 
pesquisa é: Como o Plano de Negócio pode auxiliar a Drogaria X a melhorar o seu 
planejamento financeiro?
O objetivo geral desta pesquisa é analisar a situação financeira da empresa, 
utilizando o plano de negócio como uma ferramenta de auxílio ao processo de 
planejamento estratégico-financeiro. Para tanto este estudo buscará: verificar a 
situação financeira atual da empresa; identificar pontos passíveis de melhoria na 
gestão financeira atual; com o auxilio do plano de negócio, sugerir estratégias para 
melhorar desempenho financeiro da empresa.
O surgimento deste estudo deve-se à importância de se ter uma ferramenta 
de apoio à tomada de decisão, pois no contexto dinâmico e desafiador do mercado 
atual, é fundamental ao empreendedor utilizar ferramentas apropriadas, a fim de 
minimizar suas chances de erro, eliminando seus riscos de fracasso. Esta pesquisa 
é relevante, pois a partir das informações contidas no Plano de Negócio, a empresa 
terá subsídios para realizar uma gestão financeira adequada e realizar ações 
corretivas em sua administração, se assim se mostrar necessário. 
2. Referencial teórico
2.1 Administração estratégica
Segundo Certo e Peter (1993), a administração estratégica é um processo 
contínuo e interativo. Seu objetivo é manter a organização como um conjunto 
integrado ao seu ambiente. Acrescenta que uma organização pode obter inúmeros 
benefícios praticando corretamente a administração estratégica. Ressalta que talvez 
o mais importante seja a tendência a aumentar seus níveis de lucro, pois segundo 
os autores, pesquisas recentes sugerem que um eficiente e efetivo sistema de 
administração estratégica pode aumentar a lucratividade.
Na perspectiva de Ansoff e McDonnell (1993), a administração estratégica é 
uma abordagem sistemática que visa posicionar e relacionar a empresa em seu 
ambiente, garantindo o seu sucesso contínuo, evitando riscos de eventuais 
insatisfações. Os autores definem estratégia como um conjunto de regras de tomada
de decisão. Ressaltam quatro tipos distintos de regras: padrões para medir o 
desempenho da organização, tanto em termos qualitativos (objetivos), como em 
termos quantitativos (metas); regras para desenvolver a relação da organização com
o seu ambiente externo, definindo os produtos e tecnologias que a empresa 
desenvolverá, onde e para quem irá comercializar e como irá obter uma vantagem 
competitiva; regras para estabelecer as relações e os processos internos da 
organização; regras pelas quais a empresa conduzirá suas atividades diárias. 
2.2 Planejamento estratégico
De acordo com Oliveira (2007), o planejamento estratégico é o processo 
administrativo que proporciona base metodológica para se estabelecer a direção 
ideal que a empresa deve seguir. Relaciona-se com objetivos de longo prazo e com 
estratégias para alcançá-los que afetam a empresa como um todo. É um processo 
contínuo, que corresponde ao estabelecimento de uma série de atitudes a serem 
tomadas pelo executivo para situações futuras. Acrescenta que o planejamento 
estratégico pressupõe a necessidade de um processo decisório que ocorrerá antes, 
durante e depois de sua elaboração e prática na empresa. Esse processo decisório 
deve conter os componentes individuais e organizacionais da empresa.
Chiavenato e Sapiro (2009) acrescentam que o planejamento estratégico é 
um processo de formulação e execução de estratégias organizacionais para que a 
organização seja inserida no ambiente onde ela atua. Reforçam que o planejamento 
estratégico deve abordar questões sobre como a organização está hoje; seu 
desempenho em relação aos clientes e à concorrência; sua projeção para os 
próximos anos, se nenhuma mudança for feita. Com base nessas informações, no 
caso de não serem aceitáveis as respostas, abordar questões sobre que decisões 
os gestores deverão tomar e analisar quais os riscos envolvidos. 
2.3 Planejamento estratégico-financeiro
Como afirma Gitman (2004), o planejamento financeiro é extremamente 
relevante, pois fornece orientação para a direção, coordenação e controle das 
providências tomadas pela organização para que alcance seus objetivos. Acrescenta
que o processo de planejamento financeiro inicia com a elaboração de planos 
financeiros estratégicos, os quais orientam a formulação de planos operacionais 
que, geralmente, constituem a implantação dos objetivos estratégicos de longo 
prazo da organização. 
Na visão do referido autor, os planos financeiros estratégicos servem para 
estipular as medidas financeiras que a empresa pretende adotar, bem como o 
impacto esperado dessas medidas para períodos de dois a dez anos. Esses planos 
devem ser revistos assim que se tenha disponível novas informações relevantes. 
Machado (2004) disserta sobre a importância do planejamento estratégico-
financeiro nas empresas, destacando que para minimizar os riscos envolvidos nas 
decisões de investimentos de longo prazo, as empresas devem observar quais são 
as oportunidades de investimento disponíveis e apropriadas para a empresa; de que
forma a empresa pretende financiaresses investimentos; e qual é o retorno que a 
empresa espera de tal investimento.
2.4 Plano de negócio 
De acordo com o Sebrae (2010), o plano de negócio é um documento escrito, 
através do qual o empreendedor irá formalizar os estudos referentes a suas idéias. 
Nele estará registrado o conceito do negócio, os riscos, os concorrentes, o perfil dos 
clientes, as estratégias de marketing, bem como todo o plano financeiro que 
viabilizará o negócio. É uma ferramenta que oportuniza ao empresário refinar 
estratégias, examinando a viabilidade da empresa sob diferentes pontos de vista. 
Tem como objetivo auxiliar o empresário a organizar e desenvolver idéias sobre 
como o seu negócio deve ser conduzido, eliminando planejamentos instintivos. 
Baron e Shane (2007) ressaltam que um plano de negócio bem preparado 
auxiliará o empreendedor no processo de planejamento. Acrescentam que o plano 
de negócio tem caráter dinâmico, podendo se modificar freqüentemente, conforme o 
negócio se desenvolve. 
Dornelas (2003) contribui dizendo que o plano de negócio serve para conduzir
uma empresa já estabelecida, para verificar se um novo produto será bem aceito, 
para analisar como a empresa se encontra no mercado, bem como se esta pode 
partir para outros ramos de negócio. 
Segundo o Sebrae (2010), o plano de negócio tem caráter dinâmico. Ou seja, 
à medida que haja mudanças do cenário do mercado, da economia, da tecnologia 
ou das ações dos competidores, deve ser feita a revisão do plano de negócio. Sem 
fazer uma revisão periódica, o empreendedor não estará acompanhando a evolução 
do mercado, de seus competidores, da situação econômica e tecnológica. O período
para revisão varia de acordo com o tipo de negócio e a situação do mercado, mas 
em geral o plano de negócio requer uma revisão semestral. 
3. Metodologia 
Neste estudo, tem-se como tema o Plano de Negócio como instrumento de 
gestão estratégica na área financeira de uma empresa do setor farmacêutico de 
Santa Cruz do Sul. Para tanto, do ponto de vista metodológico, esta pesquisa é do 
tipo exploratória, que segundo Gil (2002), tem o objetivo de aprimorar idéias a cerca 
do assunto abordado, e descritiva, pois procura descrever claramente o tema em 
questão.
Iniciou-se o estudo com uma ampla pesquisa bibliográfica. Foi efetuado o 
levantamento de referências que abordam o assunto, para obter conhecimento e 
embasamento científico sobre o tema.
O presente estudo pode ser classificado como um estudo de caso singular, e 
quanto à abordagem do problema, a pesquisa tem caráter qualitativo e quantitativo.
Os instrumentos adotados para a coleta de dados foram as entrevistas 
parcialmente estruturadas, a observação não participante, bem como o software 
Plano de negócio, disponibilizado pelo Sebrae. 
As entrevistas foram utilizadas nesta pesquisa como um grande instrumento 
de captação de dados. Buscou-se obter as informações necessárias para 
formulação do Plano de Negócio, bem como investigar o conhecimento da 
empresária em relação à situação financeira da empresa, onde ela teve a 
possibilidade de externar seus conhecimentos, dúvidas e sua percepção a cerca do 
assusto. Através da observação, foi possível conhecer a rotina e os processos de 
trabalho da empresa, estudar documentos, bem como conhecer os procedimentos 
utilizados na tomada de decisão. Os dados obtidos através destes instrumentos 
foram utilizados para abastecer o software, o qual gerou alguns quadros e gráficos e
constatou os indicadores de viabilidade. 
4. Descrição, Análise e Discussão dos resultados
Os dados apontados a seguir são resultado da aplicação do software “Plano 
de Negócio”, disponível no site do Sebrae, utilizando dados reais da empresa em 
estudo.
4.1 Análise de Mercado
Neste item serão analisados os clientes, a concorrência e os fornecedores.
4.1.1 Estudo dos clientes
Por se tratar de uma drogaria, o público-alvo da empresa são as pessoas 
físicas em geral. Destaca-se como principal influência na decisão de compra dos 
clientes o atendimento diferenciado e personalizado e a forma de pagamento, que 
no caso de funcionários de empresas conveniadas é feito diretamente na folha de 
pagamento. Os clientes potenciais encontram-se na cidade de Santa Cruz do Sul, 
bem como na cidade de Vera Cruz, onde reside a proprietária. 
4.1.2 Estudo dos concorrentes
A concorrência no ramo farmacêutico é muito intensa na cidade. Como 
principal concorrente, destaca-se as redes de farmácia. Estas compram em grande 
quantidade e, portanto, conseguem um preço melhor de compra. Com isso os 
preços dos seus produtos tornam-se mais atrativos. Porém o atendimento nestas 
redes é massificado, enquanto na empresa em estudo consegue-se dar um 
atendimento diferenciado. Portanto deve-se explorar esta vantagem competitiva a 
fim de fidelizar os clientes.
4.1.3 Estudo dos fornecedores
A empresa possui diversos fornecedores de acordo com as mercadorias 
oferecidas.
Para os medicamentos, os fornecedores são os Laboratórios autorizados pela
Anvisa, órgão do Governo Federal que regulariza a distribuição destes.
Para a parte de perfumaria e higiene, os produtos são adquiridos junto a 
várias empresas deste ramo. 
4.2 Plano de Marketing
Neste item serão descritos os principais produtos e serviços, o preço, as 
estratégias promocionais da empresa, sua estrutura de comercialização, bem como 
a localização do negócio.
4.2.1 Descrição dos principais produtos e serviços
A empresa oferece medicamentos, perfumaria, bem como produtos 
hospitalares. Dentre os medicamentos, dispõe de éticos, genéricos e similares. Os 
medicamentos mais vendidos, em unidades, são os contra hipertensão Enalapril 
10mg e Diurix 25mg e também o AAS infantil. Já na perfumaria os mais vendidos 
são os esmaltes e desodorantes e absorventes. Na linha de hospitalares, os 
produtos com maior saída são as gazes, água oxigenada e fitas micropore. Embora 
os mais vendidos apresentem um valor de venda relativamente baixo, o faturamento 
mensal é complementado por outros itens de maior valor, porém com menos 
unidades vendidas.
4.2.2 Preço
Por se tratar de uma drogaria, alguns medicamentos têm seus preços 
tabelados. É o caso dos medicamentos éticos e genéricos. Já os preços dos 
medicamentos similares, bem como da perfumaria e hospitalares são praticados de 
acordo com o mercado.
4.2.3 Estratégias promocionais
A estratégia utilizada atualmente pela empresa é o marketing boca a boca, 
pois a proprietária acredita que uma vez satisfeito o cliente irá recomendar a 
farmácia a outros consumidores. 
Também utiliza a comercialização de novas tendências de produtos para atrair
a curiosidade dos clientes, como por exemplo, os esmaltes craquelados que estão 
em alta no momento. A proprietária põe um cartaz na frente da farmácia divulgando 
a existência desses produtos e ao entrar no estabelecimento em busca dos 
mesmos, os consumidores acabam comprando outros produtos também.
A empresa realiza também, de acordo com datas comemorativas, o sorteio de
alguns brindes, como forma de atrair o cliente. A farmácia ainda não conta com 
divulgação em jornais, rádio ou internet.
4.2.4 Estrutura de comercialização
A venda é realizada diretamente na drogaria, onde o atendimento é 
feito pela proprietária, juntamente com a farmacêutica. Existe também o serviço de 
tele-entrega, que é bastante procurado pelos clientes. 
4.2.5 Localização do negócio
A empresa localiza-se na Rua Julio de Castilhos, no centro da cidade de 
Santa Cruz do Sul. Optou-se por este ponto comercial por ser um local de intenso 
fluxo de pessoas e por quase não existir redes de farmácias nesta localidade. Como
a empresa não tem condições de investirem uma sede própria, optou-se, então, 
pelo aluguel. 
4.3 Plano Financeiro
Neste item será analisada a situação financeira da empresa, sendo 
abordados o capital de giro, o investimento total realizado, o faturamento mensal da 
empresa, os custos mensais, o demonstrativo de resultados e os indicadores de 
viabilidade. 
4.3.1 Capital de giro
O Capital de giro da empresa são os recursos necessários para o 
funcionamento normal da mesma. Foi determinado apurando o estoque inicial e o 
caixa mínimo da empresa.
Quadro 1 - Cálculo da necessidade líquida de capital de giro em dias
Recursos da empresa fora do seu caixa Número de dias
1. Contas a receber – Prazo médio de vendas 6
2. Estoque – Necessidade média de estoque 7
Subtotal - Recursos fora do caixa 13
Recursos de terceiros no caixa da empresa
3. Fornecedores – Prazo médio de compras 33
Subtotal – Recursos de terceiros no caixa 33
Necessidade líquida de capital de giro em dias -20
Fonte: Dados da empresa analisados pelo software do Sebrae.
Após a análise do prazo médio dos recursos fora do caixa e dos recursos de 
terceiros em caixa, concluiu-se que as vendas entram no caixa antes dos 
pagamentos serem efetuados, visto que estas são realizadas 80% à vista enquanto 
que os fornecedores são pagos a prazo.
Este fato é positivo para empresa, pois significa que ela consegue receber os 
recursos financeiros antes de ter que disponibilizá-los para o pagamento dos 
fornecedores, não precisando, deste modo, recorrer a outras fontes financeiras para 
saldar as suas dívidas.
Quadro 2 - Caixa mínimo 
Custo fixo mensal R$ 3.763,92
Custo variável mensal R$ 4. 832,40
Custo total da empresa R$ 8. 596,32
Custo total diário R$ 286,54
Necessidade líquida de capital de giro em dias -20dias
Total Caixa mínimo R$ -5.730,88
Fonte: Dados da empresa analisados pelo software do Sebrae.
Multiplicando a necessidade líquida de capital de giro em dias pelo custo total 
diário da empresa foi possível determinar o seu caixa mínimo. Este foi considerado 
vantajoso para a empresa, pois demonstra que a necessidade de capital de giro é 
mínima, onde a cada dia há entrada de capital suficiente para cobrir os custos.
Quadro 3 - Capital de giro (resumo)
Descrição R$
A – Estoque Inicial 19.200,00
B – Caixa Mínimo -5.730,88
Total do Capital de Giro 13.469,12
Fonte: Dados da empresa analisados pelo software do Sebrae.
Após verificar o estoque inicial da empresa e determinar o seu caixa mínimo, 
foi possível conhecer o total do capital de giro da empresa que foi de R$13.469,12.
Observa-se, desta forma, ao se comparar com o Custo Total Mensal, que a 
empresa está conseguindo gerar um lucro primário. 
4.5.2 Investimento Total
Neste item está descrita a soma dos investimentos fixos, financeiros e pré-
operacionais, que corresponde ao investimento total do negócio.
Quadro 4 - Descrição do investimento total
Descrição dos investimentos Valor (R$) (%)
1. Investimentos fixos 34.759,00 69,89
2. Capital de giro 13.469,12 27,09
3. Investimentos pré-operacionais 1.500,00 3,02
TOTAL 49.719,12 100
Fonte de recursos
1. Recursos próprios 49.719,12 100
2. Recursos de terceiros 0,00 0
TOTAL 49.719,12 100
Fonte: Dados da empresa analisados pelo software do Sebrae.
Pôde-se observar que a maior parte do investimento feito pela empresa foi 
com investimentos fixos. Estes foram provenientes de recursos próprios, o que é 
muito positivo, pois demonstra que a empresa não iniciou suas atividades contraindo
dívidas. 
4.5.3 Faturamento mensal 
Com base no Balanço Patrimonial da empresa, no ano de 2010, identificou-se
o seguinte faturamento mensal.
Gráfico 2 – Faturamento Mensal
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
0
2.000
4.000
6.000
8.000
10.000
12.000
14.000
16.000
Observou-se que a empresa possui um bom faturamento mensal, onde as 
variações não são muito significativas, mantendo-se em uma média favorável. Ou 
seja, não há uma sazonalidade expressiva. Contudo, o mês de julho, foi o mês com 
maior faturamento, possivelmente por ser o mês mais frio do ano e onde os 
resfriados e gripes são mais freqüentes. Já o mês de novembro destacou-se por ser 
o mês de faturamento mais baixo.
Sugere-se à empresa, a realização de promoções e/ou sorteios nos meses 
onde o faturamento é menor, como forma de alavancar as vendas. 
4.5.4 Custos mensais 
4.5.4.1 Custos fixos
São os gastos que não sofrem alterações em função do volume das vendas, 
como por exemplo, aluguel, salários, depreciação, etc.
Pôde-se constatar que os custos fixos mensais da empresa ficam em R$ 
3.763,92, sendo que os maiores custos são com salários e encargos, no total de R$ 
1.740,00, seguido do aluguel no valor de R$ 700,00. 
4.5.4.2 Custos variáveis
Neste item estão descritos os gastos com comercialização e os custos de 
mercadorias vendidas. 
Como custos de comercialização estão os gastos com impostos, que são de 
2,75% ao mês, e os gastos com vendas, que são de 2,5% ao mês, referente a taxas 
com cartão de crédito. A empresa não possui gastos com comissões nem com 
propaganda. 
Já os custos de mercadorias vendidas estão demonstrados a seguir.
Gráfico 3 - Custo das Mercadorias Vendidas
JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
0
1.000
2.000
3.000
4.000
5.000
6.000
7.000
Pôde-se observar que os custos variam conforme o faturamento. O mês que 
mais vende é o mês que tem maior custo com mercadorias vendidas, e vice-versa, 
demonstrando que a empresa possui um bom planejamento financeiro. 
4.5.5 Demonstrativo de resultados
Após analisar as informações sobre o faturamento mensal da empresa, bem 
como sobre seu custo total, pôde-se observar o demonstrativo de resultado a seguir:
Quadro 5 – Demonstrativo de resultados
Descrição R$ %
1. Receita total com vendas 136.020,00 100
2. (-) Custos variáveis totais 67.338,05 49,51
 2.1 CMV 60.197,00 44,26
 2.2 Impostos sobre vendas 3740,55 2,75
 2.3 Gastos com vendas 3400,50 2,50
3. Margem de contribuição 68.681,95 50,49
4. (-) Custos fixos totais 45.167,04 33,20
Resultado: LUCRO 23.514,91 17,29
Fonte: Dados da empresa analisados pelo software do Sebrae.
Com base no demonstrativo de resultados, foi possível observar que a 
empresa obteve, no ano de 2010, um lucro de R$ 23.514,91, o que representa 
17,29% da receita total com vendas obtida durante o período. Isso demonstra que a 
empresa apresenta lucro positivo, porém este percentual pode ser majorado através 
de ações para alavancar as vendas.
4.5.8 Indicadores de viabilidade
Após realizar todo o plano financeiro da empresa, o software do Sebrae 
constatou os seguintes indicadores de viabilidade:
Indicadores Ano 1
Ponto de Equilíbrio (R$) 89.450,30
Lucratividade (%) 17,29
Rentabilidade (%) 47,30
Prazo de retorno do investimento (anos) 2 anos e 2 meses
Fonte: Dados da empresa analisados pelo software do Sebrae.
Constatou-se que o ponto de equilíbrio da empresa, no ano de 2010, foi de 
R$ 89.450,39.
Segundo Gitmann (2004), a análise do ponto de equilíbrio é empregada a fim 
de definir o nível de operações necessário para cobrir todos os custos operacionais, 
bem como para analisar a rentabilidade associada a níveis distintos de vendas. O 
autor acrescenta que nesse ponto, o lucro antes dos juros e do imposto de renda é 
igual a zero. 
A lucratividade da empresa é medida com base na relação do lucro líquido 
com a receita total de vendas. Na empresa em estudo, a lucratividade no ano de 
2010 foi de 17,29%.
Observando o lucro do exercício em relação ao investimento inicial, obteve-se
a rentabilidade de 47,30%. 
O prazo de retorno do investimento foi determinado em 2 anos e 2 meses. De 
acordo com Gitmann (2004), o período de payback é o tempo necessário para que a
empresarecupere seu investimento inicial. 
Conclui-se, assim, que a empresa já deveria ter recuperado o investimento 
inicial, pois iniciou suas atividades em junho de 2008. Porém, como não foram 
analisados os dados desde o início das atividades, não se pode afirmar se de fato o 
investimento já foi totalmente recuperado, mas, com certeza, está perto disto.
4.6 Avaliação Estratégica
Com base nas etapas anteriores do plano de negócio, foi feita a análise do 
ambiente interno e externo da empresa, utilizando para tanto a matriz SWOT.
4.6.1 Análise SWOT – Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças
Fatores Internos Fatores Externos
Pontos
Fortes
Forças
. Atendimento diferenciado;
. Convenio com empresas para 
desconto em folha;
. Farmacêutica bem capacitada;
. Oferta de tele-entrega.
Oportunidades
. Ótima localização;
. Existência do programa 
Farmácia Popular.
Pontos
Fracos
Fraquezas
. Horário de atendimento;
. Inexistência de sala para 
medição de pressão arterial.
Ameaças
. Grandes redes de farmácia;
. Mudança na legislação quanto 
à venda de antibióticos.
4.7 Avaliação do Plano de Negócio
Após este minucioso estudo, com base em dados reais da empresa, conclui-
se que esta vem apresentando resultados satisfatórios e tem grande capacidade de 
competir e expandir-se no mercado. Contudo, sugere-se uma revisão periódica do 
plano de negócio, pois caso contrário o empreendedor não estará acompanhando a 
evolução do mercado, de seus concorrentes, da situação econômica e tecnológica. 
5. Considerações Finais
O Plano de Negócio desenvolvido neste estudo foi um instrumento de gestão 
de extrema relevância, visto que através deste foi possível visualizar a situação 
financeira atual da empresa e com os dados obtidos será possível realizar um 
planejamento mais adequado a fim de aumentar o lucro da empresa. 
O Plano de Negócio possibilitou visualizar que o faturamento alcançado pela 
empresa consegue cobrir todos os custos e ainda gerar lucro. Conclui-se, então, que
a gestão financeira está adequada, e que a forma de aumentar o faturamento é com 
o aumento das vendas. Para tanto, sugere-se ampliar os convênios que a drogaria 
possui com outras empresas, a fim de fidelizar um número maior de clientes. 
Também manter o bom atendimento, pois este é o que garante que o cliente volte ao
estabelecimento. Recomenda-se também, a distribuição de brindes com o nome e 
logomarca da empresa, como calendários na forma de imãs de geladeira, lixas de 
unha, entre outros, fazendo com que o cliente lembre-se da drogaria.
 
REFERÊNCIAS
ANSOFF, H. Igor; MCDONNELL, Edward J. Implantando a Administração 
Estratégica. 2. ed. São Paulo: Atlas, 1993.
BARON, Robert A.; SHANE, Scott A.. Empreendedorismo: uma visão do processo. 
São Paulo: Thomson Learning, 2007.
CERTO, Samuel C.; PETER, J. Paul. Administração Estratégica: planejamento e 
implementação da estratégia. São Paulo: Makron Books, 1993.
CHIAVENATO, Idalberto; SAPIRO, Arão. Planejamento Estratégico: fundamentos e
aplicações. 2. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
DORNELLAS, José Carlos Assis. Empreendedorismo Corporativo. Rio de Janeiro:
2003.
GITMAN, Lawrence J.. Princípios de Administração Financeira. 10. ed. São 
Paulo: Pearson Addison Wesley, 2004.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2002.
OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças. Planejamento Estratégico: conceitos, 
metodologia e práticas. 23. ed. São Paulo: Atlas, 2007.
MACHADO, Jose Roberto. Administração de Finanças Empresariais. 2. ed. Rio 
de Janeiro: Qualitymark, 2004.
SEBRAE. O que é Plano de Negócios. Disponível em: 
http://www.sebraesp.com.br/QueroAbrirUmaEmpresa/ProdutoseServicos/ViaInternet/
PlanoDeNegociosSPPLAN/Paginas/OqueePlanodeNegocios.aspx. Acesso em 23 de
Novembro de 2010.

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