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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ CURSO DE PSICOLOGIA – MANHÃ Luiza Fragelli Monteiro de Castro Mello (20170901709-1) ANÁLISE TEXTUAL: “A HIPÓTESE INATISTA DE AQUISIÇÃO DA LINGUAGEM EM PERSPECTIVA: ASPECTOS REALÇADOS E ENCOBERTOS” Petrópolis 2018 Skinner tinha uma concepção muito básica do desenvolvimento da linguagem. Ele acreditava que o processo dava-se através do condicionamento, ou seja, tinha uma visão behaviorista sobre o assunto, logo, uma visão mecanizada. Chomsky surge contrapondo esse olhar empirista da época, alegando que as explicações behavioristas eram insuficientes e que levaria uma vida inteira para a criança desenvolver a linguagem e aprender todas as palavras e frases. Foi então que Chomsky sugeriu que os seres humanos nasciam com um dispositivo linguístico inato que impulsionava a criança a desenvolver a linguagem. Ele afirmava que havia um código genético nos seres humanos que possibilitava esse aprendizado. Sendo assim, o desenvolvimento da linguagem poderia ser explicado como o desenvolvimento de qualquer outra estrutura do corpo, porque para ele era algo biológico. Chomsky acreditava que o processo dava-se da seguinte forma: o indivíduo nasce com o dispositivo de aquisição da linguagem que o permite aprender qualquer língua, sendo assim, algo inato. O contato com os outros indivíduos é o gatilho necessário para que, de fato, o desenvolvimento da linguagem ocorra, sendo executado por uma estrutura cognitiva na mente específica para tal, não tendo relação com outros processos cognitivos como inteligência ou habilidades para o aprendizado. Algo que comprova uma área específica para a faculdade da linguagem é que foram estudados alguns pacientes com lesões em determinada área do cérebro que comprometiam a capacidade da linguagem, porém as outras faculdades intelectuais permaneciam com o desempenho normal. De acordo com os inatistas, existe um período crítico para a aquisição da linguagem, ou seja, até certa idade (por volta dos 6 anos) é normal aprender uma língua e, após essa idade, há um grau de dificuldade maior para esse aprendizado. Isso foi comprovado com um estudo com os imigrantes dos Estados Unidos, onde o desempenho linguístico vinha a piorar com o aumento da idade. A teoria inatista sofre críticas dos sociointeracionistas que afirmavam que os inatistas omitiam de suas explicações o fato de que os fatores sociais eram um componente da aquisição da linguagem. Ou seja, a interação social também era um fator decisivo para o desenvolvimento linguístico, apesar de não ter sido levado em contas pelos inatistas. Tomasello afirma que o que difere os humanos dos animais é justamente o caráter social da cognição humana. Desde o nascimento e durante todo o desenvolvimento a criança tem contato com o adulto e é essa interação o fator essencial para a faculdade da linguagem. Vygotsky, um dos precursores do pensamento sociointeracionista, afirma que a linguagem dá-se primeiramente com o contato social e depois é internalizada, tornando-se também individual. Piaget foi outro que abordou o tema acima. Ele denominou de fala egocêntrica - aquela em que a criança conversa com ela mesma - e fala socializada - aquela em que há diálogo com outros indivíduos. Sendo também, então, a interação algo fundamental em todo o processo de desenvolvimento linguístico. Pode-se concluir que a teoria inatista foi muito importante para responder dúvidas que o pensamento behaviorista não respondia, alegando que existe uma faculdade na mente, código genético e dispositivo de aquisição da linguagem que possibilitam o desenvolvimento linguístico. Também foi importante para que surgissem críticas a esse pensamento inatista, originando os sociointeracionistas, que acrescentaram a importância da interação, história e cultura nesse processo de desenvolvimento. Pois é impossível um indivíduo obter uma forma tão complexa de comunicação sem interação com o adulto. Sendo assim, cada pensamento e crítica que surge, contribui para a evolução da compreensão do desenvolvimento da linguagem, um tema ainda muito complexo mesmo nos dias atuais.
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